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Bahia lidera ranking de mortes violentas com mais de 50% de casos do segundo colocado; oposição critica governo

Foto: Divulgação

A Bahia manteve a liderança do ranking de mortes violentas com mais de 50% de casos em relação ao segundo colocado no primeiro trimestre deste ano, de acordo com o Monitor da Violência, do site G1, divulgado nesta segunda-feira (31). O Estado registrou 1.449 ocorrências, entre homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, enquanto o segundo colocado, Rio de Janeiro, aparece com 964 casos.

Para o deputado estadual Sandro Régis (Democratas), líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), a situação é reflexo do abandono da área da segurança pública pelos governos do PT na Bahia ao longo dos últimos 14 anos. Como exemplo, Régis cita a redução de 7,6% no orçamento da segurança pública em 2021 em comparação a 2020 – o valor saiu de R$ 5,2 bilhões para R$ 4,8 bilhões.

“Ano após ano nós estamos vendo números alarmantes de baianos assassinados sem que o governo adote políticas efetivas para reverter esse quadro. Já são anos de liderança do nosso estado no ranking de homicídios. Pais, mães, filhos, irmãos, primos, sobrinhos, todos vítimas de uma realidade imposta por um governo que não tem demonstrado preocupação e cuidado com a vida das pessoas”, lamentou Régis.

Em comparação com o país, a Bahia representa 13,5% das mortes violentas registradas no Brasil de janeiro a março deste ano – foram 10.663 registros. Régis acrescenta que a falta de prioridade na segurança fica evidente com a redução de orçamento da área, além do abandono da educação e da falta de políticas efetivas para a área social.

“Sempre gosto de ressaltar que segurança pública envolve também educação e social. O fato de a Bahia liderar o ranking de homicídios está relacionado aos péssimos números da educação no estado, que tem o terceiro pior ensino médio do país e a maior taxa de analfabetismo. Além disso, somos o estado com maior número de pessoas extremamente pobres, segundo o IBGE”, afirmou.

“Infelizmente, esse governo diz que cuida de gente, mas, na prática, abandonou as pessoas. É o governo que não investe nas polícias e se mostrou incompetente em, por um lado, oferecer dignidade e oportunidades às pessoas e, por outro, em combater o crime organizado no nosso estado. As pessoas estão aterrorizadas e o governo não consegue resolver. Precisamos, sem dúvidas, de um novo projeto para a Bahia”, salientou.

Mais de 8 Kg de drogas são apreendidos em Feira de Santana

Foto: Divulgação SSP
Oito quilos de cocaína, 18 porções pequenas da mesma droga, crack, um quilo de maconha, duas balanças e uma pistola, calibre 380, foram apreendidos durante uma ação policial da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) de Feira de Santana, na sexta-feira (28).

A droga foi localizada após levantamento realizado pelas equipes da especializada, com o objetivo de coibir a ação de traficantes no bairro Asa Branca. As equipes flagraram um suspeito no momento em que ele negociava a compra dos entorpecentes. A quantia de R$ 3 mil, em espécie, também foi apreendida durante as diligências.

O material estava armazenado em duas casas, que pertenciam ao suspeito. Outro homem, que vendia os entorpecentes na porta de um dos imóveis, também foi preso em flagrante. A dupla foi autuada por tráfico de drogas e encaminhada ao sistema prisional.

O resultado da apreensão seguiu para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) para ser submetido à perícia.
Fonte: Ascom PC

Prefeito de Cristópolis é investigado por compra de votos e pode ocorrer nova eleição no município

Foto: Fábio Rodrigues/Agência Brasil
O prefeito de Cristópolis, Gilson da Farmácia (PSD), está sendo investigado em uma ação de investigação eleitoral de compra de votos, segundo informou o site Oeste News. Diante disso, há a possibilidade de nova eleição direta no município.

Conforme a publicação, Volmir Vanderlei Valéri (PP), popularmente conhecido como Volmir da AGP, tende a se tornar o novo prefeito já que, em 2020, ele ficou em segundo lugar, com 44,21%, o equivalente a 4.417 votos. Gilson teve 55,29%, 5.523 votos no total.

Mesmo com medida protetiva, mulher tem casa invadida e incendiada por ex-marido

(Henrique Arakaki, Midiamax)

Mesmo com medidas protetivas contra o ex-marido de 31 anos, uma mulher de 31 anos teve a casa invadida durante a madrugada desta segunda-feira (31), no bairro Vila Nasser em Campo Grande.

Ela contou na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) que estava voltando para casa por volta da 1 hora da madrugada desta segunda (31), quando percebeu que estava sendo seguida. Com medo, a mulher não entrou em casa e continuou o caminho até encontrar uma viatura da polícia militar.

Ela, então, pediu para que os militares a acompanhasse e quando entrou na casa percebeu que o quarto estava em chamas. Os policiais ajudaram a apagar o fogo. O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas. Um colchão e o botijão de gás foram retirados da casa.

Os militares fizeram rondas na tentativa de encontrar o autor, que foi localizado nas proximidades e preso. Ela nega que tenha invadido a casa da ex-mulher de quem está separado desde outubro de 2020. Durante a sua prisão, ele ainda fez ameças de morte a mulher na frente dos militares.

Informações: midiamax

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Delação na Faroeste abre flancos sobre venda de decisões contra Petrobras e até de uma barraca de praia

Foto: Divulgação/Arquivo
A delação de um advogado especialista em venda de decisões judiciais expande para julgamentos de diversas outras causas as investigações relacionadas à Operação Faroeste, que apura suspeitas relacionadas a disputas de terras na divisa da Bahia com Tocantins e Piauí.

Entre elas, tentativas de interferência em concorrências públicas de prefeitura e secretaria estadual, pagamentos de indenização e até desapropriação de uma barraca de praia. O delator é Júlio César Cavalcanti Ferreira, 34, que foi assessor do Tribunal de Justiça da Bahia e depois passou a atuar com prospecção de possíveis casos que pudessem render dinheiro na compra de decisões. Os documentos da colaboração foram obtidos pela Folha.

O acordo foi firmado junto à Procuradoria-Geral da República e homologado pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Og Fernandes no fim de março do ano passado. Em troca, além das informações e de provas, Cavalcanti se comprometeu a entregar R$ 2,2 milhões e seus veículos.

​Desde a autorização do STJ, a delação de Cavalcanti tem sido usada como subsídio para as ações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal na Faroeste. Em seus depoimentos, o advogado afirma que chegava a colocar decisões que ele próprio elaborava, a pedido dos seus clientes, no sistema do Tribunal de Justiça da Bahia. A interlocutores de magistrados ele repassava o dinheiro que recebia dos clientes, como propina.

A magistrada de quem ele era mais próximo é a desembargadora afastada Sandra Inês Rusciolelli. Segundo seus relatos, os subornos a ela, em geral, eram repassados para o seu filho, o advogado Vasco Rusciolelli, que atuava como intermediador da mãe.

Em uma ação controlada e monitorada pela Polícia Federal, Júlio entregou R$ 250 mil a Vasco e complicou a situação jurídica de mãe e filho. Tanto Sandra Inês como Vasco foram presos e propuseram delação ao Ministério Público Federal, que aguarda homologação do ministro Og Fernandes para ter validade. Hoje estão em prisão domiciliar. Há outras delações que também esperam essa decisão do STJ.

Na colaboração de Júlio Cavalcanti constam episódios considerados conexos ao esquema que envolvia supostas vendas de decisões no oeste da Bahia, que deu origem à Operação Faroeste, mas também a outros processos. Em parte deles foi determinado o envio à Bahia para investigação e em outra parte o sorteio entre outros ministros do STJ.

Nem em todos os relatos dele, porém, as decisões que foram compradas chegam a ser publicadas -muitas vezes o relato é de que houve motivos externos, como determinações de outros magistrados, ou porque a transição não foi concluída devido à deflagração da Faroeste.

Um interlocutor constante de Cavalcanti em seus relatos era o advogado Rui Barata, filho da desembargadora Ligia Cunha, hoje presa. Em um dos anexos considerados não conexos na delação, Cavalcanti disse ter intercedido em favor de um posto que enfrentava um recurso da Petrobras e do estado da Bahia.

Em primeira instância um juiz havia decidido que ambos deviam pagar R$ 5,7 milhões de indenização aos proprietários do posto por uma desapropriação, valor que era contestado. Segundo seu relato, recebeu em mãos de Rui Barata, que representava os interesses do posto, a minuta da decisão pronta em um envelope com um pen drive. A promessa é que lhe seriam repassados R$ 150 mil e uma parte desse dinheiro seria dividido com Vasco, filho de Sandra Inês, relatora do processo.

O voto foi colocado no sistema do TJ-BA e lido na sessão, segundo o delator. “Não acompanhei do desfecho desse processo, porque foi depois da operação da Polícia Federal”, disse Cavalcanti em depoimento à PGR. Em dois casos ele aponta decisões referentes a licitações. Uma delas era um processo que envolvia a Prefeitura de Camaçari e havia sido questionada em primeira instância. Ele deveria se manifestar contra essa contestação, porque beneficiaria uma empresa que participou da licitação, mas não constava no processo.

Para isso, foram negociados, disse o delator, pagamento de R$ 60 mil, dos quais R$ 20 mil ficaram com ele e outros R$ 40 mil para Ivanilton Jr., filho do desembargador Ivanilton Silva. O advogado de Ivanilton Silva, João Daniel Jacobina, afirma que “o delator não relata qualquer participação do desembargador Ivanilton, muito menos apresenta qualquer prova nesse sentido”. “Afirma que o des. Ivanilton jamais recebeu dele qualquer valor. Mais uma ficção criada por um criminoso confesso a fim de melhorar sua situação”, diz Jacobina.

Já o de Ivanilton Jr., Gabriel Andrade, diz que a delação é inverídica e “é tão contraditória, a ponto de apresentar minuta da decisão que alega ter sido negociada, quando, na realidade, consta nos autos do processo a publicação de outra decisão em sentido diametralmente oposto”. O segundo caso que envolve licitação, segundo o colaborador, tem relação com uma decisão contra a Secretaria de Saúde da Bahia. Foi negociada uma quantia que ele diz ser de R$ 120 mil a R$ 150 mil com Rui Barata, para intervir junto à sua mãe, desembargadora Ligia Cunha, em favor de um instituto que disputava concorrência pública.

O defensor de Rui e Ligia, Marcelo Leal, afirma que a denúncia é inepta e que investigadores não conseguiram nem sequer encontrar transferências bancárias ou depósitos dos valores alegados pelo delator. Houve ainda o caso da desapropriação de uma barraca de praia da cidade de Porto Seguro, no sul da Bahia. O delator afirma ter negociado R$ 40 mil para redigir um voto que seria dado pela desembargadora Sandra Inês, mas houve um pedido de vista (análise por mais tempo) por outra magistrada antes. O valor acabou não sendo pago.

Ele também atuou em um caso de redigir o voto em uma ação de anulação de débito fiscal em Salvador. Foram negociados R$ 250 mil e pagos, efetivamente, R$ 212 mil. Esse dinheiro foi dividido com o filho de Sandra Inês, Vasco. Na delação ainda são descritas questões ligadas à Faroeste, a exemplo de ações a respeito de matrículas de propriedades. Nesses casos, há tratativas de valores mais altos, que chegam a R$ 1 milhão.

Procurado, o advogado de Sandra Inês e Vasco Rusciolelli, Pedro Henrique Duarte, afirma que “defende ambos em um processo sigiloso” e não teve acesso formal à colaboração de julho, que tramita em sigilo. “Portanto, não há o que se manifestar em relação aos três processos”, diz.

O ponto de partida para a Faroeste foram suspeitas de grilagem em uma área de 366 mil hectares no extremo oeste da Bahia, próximo à divisa com o Piauí -por isso o nome da operação. O terreno tem cinco vezes o tamanho de Salvador. Depois, descobriu-se que a área objeto de decisões supostamente compradas era próxima de 800 mil hectares.

A apuração da Faroeste se expandiu com a ajuda de delações premiadas já validadas pelo STJ, como a de Júlio. Além de magistrados, a operação tem investido sobre advogados que atuavam intermediando a venda de despachos, além de outras figuras do poder público suspeitas de participar de irregularidades. Três desembargadoras estão presas preventivamente, além de Sandra Inês, que está em regime domiciliar.

OUTRAS OPERAÇÕES E ESCÂNDALOS QUE ENVOLVERAM O JUDICIÁRIO

Operação Naufrágio
Em 2008, prendeu três desembargadores, após suspeitas de venda de sentenças. Foram denunciadas 26 pessoas.

Operação Expresso 150
Investigação apurava suspeita de vendas de sentença por desembargador do Ceará. Segundo denúncia, um grupo negociava pelo WhatsApp decisões favoráveis a presos durante o plantão judiciário, nos fins de semana em que o magistrado estava escalado para atuar​.

Operação Cosme
Em novembro, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal cumpriram busca e apreensão ligados a desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas, em apuração sobre suposto recebimento de propina para influenciar na solução e no andamento de processos judiciais.

Operação Plantão
Operação sobre suspeita de venda de liminares levou ao afastamento de um desembargador do Rio de Janeiro. Ordem foi dada pelo ministro do STJ Luiz Felipe Salomão, egresso do Tribunal de Justiça do Rio.

Operação Appius
Fase da Lava Jato de São Paulo, a Appius cumpriu em 2019 busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente do STJ Cesar Asfor Rocha, aposentado em 2012. A intenção era investigar suspeita de pagamentos de propina com o objetivo de suspender a Operação Castelo de Areia, considerada uma prévia da Lava Jato, que acabou anulada. A investigação foi enviada a Brasília e está suspensa. O ex-presidente do STJ nega ter cometido irregularidades.

Caso Lalau
Protagonista de um dos maiores escândalos do Judiciário brasileiro, o ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo Nicolau dos Santos Neto, que ficou conhecido como Lalau, foi condenado em 2006 com o ex-senador Luiz Estevão pelo desvio de quase R$ 170 milhões do Fórum Trabalhista de São Paulo. Ele morreu em 2020, aos 91 anos.​
Folhapress

Saiba o que são commodities

Foto: Paulo Whitaker/Reuters

As commodities movimentam o comércio e o mercado financeiro em países agrícolas e minerais. Nas últimas semanas, o Brasil tem surfado na mais nova onda delas e registrado queda do dólar, alta na bolsa e superávits recordes na balança comercial. Produtos importantes na pauta de exportação, elas estão presentes de forma significativa no dia a dia do brasileiro.

O conceito de commodity mudou ao longo do tempo, ganhando elementos. No sentido original, a palavra tem a raiz common (comum em português), que designa produtos com características semelhantes em qualquer lugar do planeta. Essa acepção engloba produtos agropecuários e minerais.

Com a evolução do comércio internacional e do mercado financeiro, a definição ganhou sentidos adicionais. Além de padrões mundiais similares, as commodities precisam ter produção em larga escala, capacidade de estocagem, baixa industrialização e alto nível de comercialização.

Essas características diferenciam, por exemplo, alimentos perecíveis, que não podem ser estocados, de safras de grãos que podem ser embarcadas para outro lado do planeta. As exportações precisam atingir um volume considerável para que o produto seja comercializado em larga escala. Dessa forma, as commodities podem ser definidas como bens primários com cotação internacional, como petróleo, soja, minério de ferro e café.

Os preços internacionais são definidos nas bolsas de mercadorias e futuros. A maior bolsa do planeta desse tipo fica em Chicago, nos Estados Unidos, onde são definidas as cotações dos contratos futuros e de opções da maioria das commodities. No Brasil, a antiga Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) se fundiu com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em 2008. Em 2017, a BM&FBovespa mudou de nome e passou a chamar-se B3.

Nos contratos futuros, produtores buscam se proteger de variações bruscas de preços, e especuladores querem comprar barato para vender caro. No mercado de opções, os contratos perdem a validade (“viram pó”, no jargão financeiro) em algumas situações.

Agência Brasil

Mortes por covid caem 95% em cidade paulista após vacinação em massa com Coronavac

Foto: Léo Souza/Estadão

A oferta de Coronavac para toda a população de Serrana, no interior de São Paulo, diminuiu em 95% o número de óbitos por covid-19 na cidade do interior paulista, mostram resultados preliminares de estudo feito pelo Instituto Butantan e divulgados pelo Fantástico, da TV Globo, na noite deste domingo, 30. As informações foram confirmadas pelo Estadão.

De acordo com a reportagem, o número de casos sintomáticos caiu 80% e as internações foram reduzidas em cerca de 86% enquanto 15 cidades vizinhas registravam alta no número de infectados.

Os dados que embasam esses porcentuais não foram apresentados e deverão ser detalhados em coletiva de imprensa no Butantan nesta segunda-feira, 31. Uma análise preliminar mostra que o número de novos casos de covid caiu de 699 em março para 251 em abril. Já o de mortes passou de 20 para 6 no mesmo período.

Segundo a pesquisa, o controle da transmissão no município se deu quando 75% da população elegível estava vacinada, o que indica que esse é o porcentual de imunizados que precisaríamos ter no País para atingir a imunidade de rebanho pela vacina e frear o vírus.

No momento, com a campanha nacional de imunização em ritmo lento, o Brasil tem 21% de vacinados com a primeira dose, dos quais apenas 10% receberam também a segunda aplicação.

A cidade de Serrana, que fica a 315 quilômetros da capital paulista, foi escolhida pelo Instituto Butantan, governo do Estado e Universidade de São Paulo, para um estudo sobre os efeitos da vacinação em massa na população adulta. Ao todo, 27.160 mil habitantes acima de 18 anos receberam as duas doses da Coronavac em uma campanha finalizada em meados de abril.

Estadão

Pandemia de Covid-19 agravou casos de anorexia, bulimia e outros transtornos

Foto: Paula Fróes/GOVBA

Instabilidade emocional, falta de controle, solidão, convivência extrema com si própria e o espelho, tempo demais nas redes sociais.

Esse cenário descreve bem a vida de muitos brasileiros há mais de um ano, mas para as pessoas que enfrentam transtornos alimentares essa é também a descrição de tudo aquilo que tira seu sono e pode disparar a doença_e torná-las ainda mais vulneráveis ao coronavírus.

A estudante baiana Maria Eduarda Rocha, Mia, 21, sentiu no corpo isso tudo: desde o começo da pandemia, passou de 70 kg para 41 kg, distribuídos em 1,64 m de altura.

O quadro de anorexia, que estava sob controle havia anos, voltou com tudo com o início da pandemia. E quando contraiu a Covid-19, a situação piorou. “Cheguei ao ponto de emagrecer religiosamente cerca de 2 kg por dia”, conta.

Enfraquecida, ela teve dificuldade para se recuperar da doença. Mesmo em repouso e tomando os remédios recomendados por cerca de 15 dias, sempre que parecia melhorar, os sintomas voltavam. Não conseguia ficar de pé, mas relata que “estava feliz internamente”, pois o corpo estava magro.

Mia é uma entre muitas. Um estudo da Clínica Schoen Roseneck, na Alemanha, com pacientes com transtornos alimentares que tiveram alta em 2019, mostrou que 41,5% tiveram piora nos sintomas. Já na Austrália, um estudo revelou um surto de anorexia nervosa entre crianças no início da pandemia.

No Brasil, não há estudos recentes sobre o tema, mas relatos como o de Mia mostram que o problema ocorre por aqui também. Outro indício é o aumento de outros transtornos mentais. Eles chegaram mais que dobrar com a crise de saúde, segundo pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

Nesse cenário, as mulheres estão sendo as mais afetadas: 40,5% das mulheres ouvidas pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP relataram sintomas de depressão, 34,9% de ansiedade e 37,3% de estresse.

E quando o assunto são transtornos alimentares, mulheres também são as mais afetadas. São nove mulheres para cada homem com anorexia. Os motivos ainda estão sendo investigados pela ciência, mas a pressão dos padrões estéticos ligados a gênero está entre eles.

“A cultura do corpo perfeito pertence a uma representatividade de sucesso e competência. Tudo isso estimula a adoção de comportamentos alimentares inadequados, que podem contribuir para a instalação do quadro clínico dessas doenças”, explica a psicóloga Mireille Almeida, membro da Associação Brasileira de Transtornos Alimentares (Astral).

Apesar das distorções de imagem, os distúrbios alimentares não estão associados somente a questões estéticas, mas a uma série de fatores psicológicos e biológicos, segundo especialistas.

As pessoas com transtornos alimentares sentem a necessidade de controlar algo quando tudo em volta está instável, o que torna o alimento a sua única forma de domínio sobre a realidade. Imagine como isso não fica na pandemia.

“Durante o isolamento foi muito complicado, só intensificou, principalmente, por não ter tantas atividades; minha cabeça se voltou para controlar e pensar 24 horas na comida”, relata a paulistana Marcella Brincaccio, 20, que havia acabado de passar na Unicamp e de terminar um relacionamento abusivo.

“Imagina a frustração de quem fez cursinho, passou e não pôde aproveitar a faculdade. Isso me fez perceber que não tinha controle de nada, exceto da minha alimentação e do corpo”.

A solidão e a falta de apoio aparecem também entre os motivos citados pelas entrevistadas para a volta dos transtornos. “Acho que conviver demais comigo mesma me fez voltar a ver o que eu via em mim antes. Muito tempo sozinha, mais tempo com o espelho, saí da terapia e essas coisas. Eu só voltei a comer depois que peguei Covid”, conta Mia.

O agravamento dos casos de saúde mental durante o isolamento também está relacionado com os transtornos alimentares, explica Cristiane Seixas, psicóloga e professora da Uerj. “Todo transtorno alimentar vem acompanhado de uma dificuldade para lidar com as emoções, as relações familiares e sociais que vêm tanto de antes dele quanto em sua decorrência.”

Ela também relata como consequência do problema um “empobrecimento maior da vida”, pois os pensamentos giram em torno da comida e do peso. “Imagine estar trancado em casa apenas com ideias como ‘o que vou comer?’ e ‘como evitar de engoli-lo?’, e com todas as mudanças que estavam ocorrendo ao redor dessas pessoas.”

Tratar um distúrbio alimentar no Brasil não é fácil. Caso a pessoa procure por internação, o Ambulim, no Hospital das Clínicas em São Paulo, programa especializado em transtornos alimentares e que oferece tratamento gratuito, enfrentará fila de espera.

“Por falta de opção, geralmente as pessoas se internam em clínicas gerais, que podem não ter profissionais especializados no tema”, conta a psicóloga Mireille Almeida.

Existem 20 lugares públicos e 27 privados para tratamento, segundo dados atualizados em setembro de 2020 pela Astral. São apenas 551 profissionais especializados no tema em todo o país, lembrando que o tratamento é multidisciplinar, envolvendo nutricionistas, psicólogos, psiquiatras e outros.

“O tratamento pelo serviço privado é muito caro, porque precisa ter três profissionais (nutricionista, psicólogo e psiquiatra), e, como são quadros muitas vezes graves, os atendimentos precisam ser frequentes e muitas vezes não é possível fazer um atendimento por mês, por exemplo”, diz nutricionista e doutoranda da Uerj Carolina Coutinho.

Sem pesquisas de base populacional que mostrem a quantidade de pessoas afetadas por esse problema no país, não há políticas públicas para suprir demandas para tratamento, segundo Coutinho.

Com risco de contágio e isolamento social, a principal alternativa de tratamento tem sido o atendimento online. Apesar de morar hoje nos Estados Unidos, G.S., 20, estudante brasileira de psicologia na Universidade Comunitária de Triton College, optou por tratamento por videoconferência com um médico brasileiro.

Ela tem anorexia e bulimia desde os 12 anos, mas os distúrbios estavam sob controle até o início da pandemia. Com 70 kg em março de 2020, ela chegou em janeiro deste ano com 59 kg. A rápida perda de peso ocorreu pelo uso de um medicamento psiquiátrico.

No começo, experimentou o remédio das crianças em seu emprego de babá, o que acabou se tornando um vício. Além dele, passou também a fumar tabaco e maconha e a ingerir bebida alcoólica em um quadro de dependência química.

Com o tratamento, as coisas melhoraram. Ela conta que está há mais de seis meses sem se pesar e comendo de maneira mais saudável. “O triste é saber que isso não tem cura, sabe? Sempre terei que estar tomando cuidado com os possíveis gatilhos.”

Carina Gonçalves / Folha de São Paulo

Tensão com Bolsonaro leva STF a fazer acenos e buscar apoio do Congresso

Foto: Gervásio Baptista/STF

O STF (Supremo Tribunal Federal) tem dado sinalizações em direção ao Congresso Nacional e à classe política em busca de respaldo à sua atuação diante de brigas recorrentes com o presidente Jair Bolsonaro.

A avaliação de ministros da corte é que este não é o momento de entrar em disputas com o Legislativo e que é importante manter uma boa relação com o Congresso, que pode ser o fiel da balança caso a tensão entre Executivo e Judiciário aumente.

Alguns gestos foram feitos nos últimos dias nesse sentido. Em 10 de maio, o Supremo ampliou o foro especial de senadores e deputados nos chamados mandatos cruzados.

O tribunal definiu que, nos casos em que senadores e deputados trocam de uma Casa Legislativa para outra, não há mais perda do benefício.

Entendimento oposto a esse já havia sido adotado diversas vezes, como no envio de uma investigação contra o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) à primeira instância porque o caso se referia a condutas dele quando era senador.

Se a situação do congressista chegasse hoje à corte, a jurisprudência determinaria a manutenção do caso no Supremo.

Em outro movimento para prestigiar o Congresso, o STF esfriou a discussão interna sobre a Lei de Segurança Nacional e tem preferido evitar o julgamento do assunto para dar protagonismo ao Congresso nesse debate.

Na corte, há consenso sobre a inconstitucionalidade de alguns trechos da legislação de 1983, época em que ainda vigorava a ditadura militar. No entanto, como o tema voltou ao foco do Legislativo, a ideia no Supremo é aguardar os debates no Parlamento.

Os arquivamentos de inquéritos e as decisões contrárias à Lava Jato também têm agradado a classe política.

Em março, a Segunda Turma do STF arquivou o inquérito do “Quadrilhão do PP”, que apurava esquemas de desvios de recursos da Petrobras.

Com isso, integrantes da cúpula do centrão, grupo que dita o ritmo do Congresso, deixaram de ser investigados.

Foram beneficiados da decisão o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), os deputados Eduardo da Fonte (PP-PE) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI).

Em outro movimento para agradar a cúpula do Legislativo, o ministro Dias Toffoli tem evitado a abertura de uma ação penal contra Lira por causa de um pedido de vista feito em um julgamento em novembro de 2020.

Quando o ministro interrompeu a análise do caso, a Primeira Turma já tinha maioria para aceitar uma denúncia contra o deputado sob acusação de corrupção passiva em um processo que investiga se ele recebeu R$ 106 mil em propina.

Mais de seis meses depois, Toffoli ainda não liberou o inquérito para conclusão do julgamento, o que tem postergado a abertura da ação penal.

Até a decisão do STF que obrigou o Senado a instalar a CPI da Covid, que inicialmente foi vista por uma parcela do Legislativo como uma intromissão do Supremo, hoje é interpretada de forma diversa.

Na visão da maioria do Congresso, o Supremo fortaleceu o Legislativo na relação com o Palácio do Planalto, que, diante do desgaste gerado pela comissão, tem se visto obrigado a intensificar as negociações com o Senado.

Na visão de congressistas, até mesmo a prisão em flagrante do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes e depois confirmada por unanimidade pelo plenário da corte, foi calculada pelo Supremo.

Primeiro, porque atingiu mais a militância bolsonarista do que o Congresso em si. Segundo, por se tratar de um deputado sem relevância no cotidiano da relação entre os Poderes.

Isso ficou claro, inclusive, no julgamento do caso no plenário da corte, quando o presidente do tribunal, ministro Luiz Fux, chegou a esquecer o nome do deputado.

Além dos julgamentos, também houve uma aproximação do STF com os atores que têm influência no Congresso nos bastidores após o julgamento do fim de 2020 que vetou a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara e de Davi Alcolumbre (DEM-AP) no comando do Senado.

Os ministros da corte simpatizavam com a gestão de ambos, principalmente de Maia, que se contrapunha abertamente a Bolsonaro nos momentos em que o presidente fazia ofensivas contra o STF.

O julgamento ficou 7 a 4 contra a recondução de Maia e 6 a 5 contra Alcolumbre.

Após o veto à possibilidade de ambos disputarem a reeleição, integrantes do STF se aproximaram da composição da nova Mesa Diretora do Congresso.

Quando o ministro Luís Roberto Barroso determinou a instalação da CPI da Covid —o que foi referendado pelo plenário depois—, por exemplo, o chefe do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) fez questão de afirmar de prontidão que cumpriria a ordem do magistrado.

Lira também procura não desagradar o STF, mas, por ter uma base de apoio na Câmara mais vinculada ao governo, em alguns momentos não consegue evitar reveses à corte na Casa.

Isso ocorreu, por exemplo, quando ministros do STF pressionaram a Câmara para que a deputada Bia Kicis (PSL-DF), apoiadora de Bolsonaro, não fosse eleita presidente da CCJ (Comissão de Constituição de Justiça).

Em momentos mais importante, porém, a vontade de Lira prevaleceu, como na votação da Câmara pela manutenção ou não da prisão de Silveira.

Formado em direito e doutor em ciência política, Christian Lynch afirma que o Congresso se tornou o campo de disputa entre Bolsonaro e o STF e que ambos fazem movimentos na tentativa de conquistar o apoio do Legislativo.

Segundo Lynch, o chefe do Executivo, para “evitar o impeachment e se aguentar no poder e quem sabe se reeleger”, buscou apoio do Congresso e passou a oferecer “o oposto que propôs na campanha, a impunidade”.

“E o Supremo não pode ficar para trás, então o que ele faz: começa a correr devagar todos os processos de personagens importantes, muda jurisprudências, acaba de enterrar a Lava Jato. Eles também negociam”, diz.

Na visão dele, quem ganha são os congressistas, que conseguem o que querem, “impunidade e verba”.
Folhapress

Boletim Covid/ 30 de maio, confirma 03 novos casos de coronavirus em Ipiaú.

A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 30 de maio, tivemos 9658 casos registrados como suspeitos, sendo 2.819 casos confirmados, dentre estes, são 2.745 pessoas RECUPERADAS, 04 estão em isolamento social, 04 estão internadas e 66 foram a óbito. 6802 casos foram descartados e 37 pessoas aguardam resultado de exame. Nesse momento, temos 08 casos ativos.

O uso da máscara é indispensável, evite aglomerações, use álcool 70% e lave as mãos com água e sabão sempre que puder .

Prefeitura de Ipiaú/Dircom

Youtuber negro é algemado por policiais enquanto gravava para sua rede social, em Goiás

Foto: Reprodução/Facebook

“Olá, rapaziada! Começando mais um vídeo aqui no canal.” É desta forma que Filipe Ferreira inicia a maioria de seus vídeos em seu canal no Youtube, onde publica seus treinos e manobras na bicicleta, que vão desde movimentos perfeitos a grandes tombos nas rampas.

São 70 vídeos que se misturam entre street bike e peças para bicicletas, mas não se limitam a isso: são também sobre jogos online, sua rotina e viagens com a família.

Na última sexta-feira (28), enquanto gravava um dos seus vídeos para o Youtube, foi abordado pela Polícia Militar de Goiás. Em sua bicicleta azul, o jovem negro foi pego de surpresa. Dois policiais militares saíram da viatura e, com a arma em punho, um deles disse: “Desce da bike aí”.

Questionando o motivo da abordagem, visto que estava apenas treinando, o policial respondeu que era porque estava mandando. “Oxe, não é assim não”, disse Filipe, enquanto descia da bicicleta. Foi o suficiente para que o agente lhe apontasse a arma e começasse a gritar, mandando ele colocar a mão na cabeça.

O youtuber pegou seu celular, mas o aparelho continuou gravando a cena. Enquanto se aproximava, o policial subia o tom de voz, ao mesmo tempo que afirmava que aquela era uma ordem legal. Insistia para que ele colocasse a mão na cabeça e que aquele era o procedimento. Filipe pedia insistentemente para que o agente abaixasse a arma.

Ele, então, tirou a camisa para mostrar que não estava armado, enquanto o youtuber era algemado. “Resiste aí para você ver o que vai acontecer contigo”, com arma em punho, respondeu o policial ao Filipe, quando ele perguntou a razão de ser algemado.

“Eu sou trabalhador, filho. Por que você faz isso comigo? Como se fosse um vagabundo? Eu não sou vagabundo não. Olha como você tá apontando para mim”, disse o youtuber. “Esse é o meu procedimento!”, respondeu o policial, gritando. O vídeo termina após o agente pegar o celular de Filipe.

A abordagem ocorreu na orla do Lago Jacob, na Cidade Ocidental, um município de Goiás, a cerca de 50 km de Brasília. O vídeo foi divulgado por Filipe em seu perfil no Facebook, mas ganhou maior dimensão quando compartilhado pelo secretário da Juventude do PT (Partido dos Trabalhadores) de Goiás, Gabriel Eduardo.

Em menos de 48 horas, a publicação do secretário viralizou na rede social e chegou a mais de 5,6 milhões de visualizações, além de aproximadamente 61 mil compartilhamentos.

Em sua postagem, o youtuber questionou se foi abordado porque é negro ou se tinha feito algo que justificasse a ação dos policiais. “Não entendi o porquê [o policial] apontava a arma pra mim como se fosse disparar a qualquer momento, realmente não entendi nada. Fiquei me perguntando se eles me abordaram por conta da minha pele ou se realmente tinha feito algo”, escreveu.

No Twitter, a forma como foi realizada abordagem e a postura do PM foram criticados. A situação vivida por Filipe foi apontada como um caso de racismo e violência policial. A indignação se somou a uma onda de preocupação, e muitos usuários foram até os perfis de Filipe nas redes sociais para prestar solidariedade.

Após a divulgação do vídeo, seu canal saltou para mais de 36 mil inscritos. O vídeo com maior número de acessos tem cerca de 49 mil visualizações. Seu perfil no Instagram também cresce a cada dia. Na manhã deste domingo (30), mais de 51 mil pessoas o seguiam. A receita é a mesma do YouTube: manobras, vida pessoal e artigos para bicicletas.

A Secretaria de Segurança Pública e o Ministério Público de Goiás foram contatados, mas não responderam às solicitações até a publicação desta reportagem.

À TV Globo, o youtuber disse por telefone que não viu motivo para a abordagem, que está com medo de sair de casa e que não sabe se tomará alguma medida judicial. A Folha entrou em contato com Filipe, mas também não teve retorno.

Victoria Damasceno / Folha de São Paulo

China conclui envio de nave de abastecimento para estação espacial

Foto: China Daily/Reuters
A China concluiu hoje (30) com sucesso o envio da nave de abastecimento Tianzhou-2, transportando provisões e combustível, para a estação espacial chinesa, informou a Agência Espacial de Missões Tripuladas (AEMT) do país asiático.

A Tianzhou-2 deveria ter decolado em 20 de maio, mas Pequim adiou o lançamento, por razões técnicas.

O acoplamento com o principal módulo da estação espacial chinesa, lançado em 29 de abril, deu-se às 05:01, hora local.

A missão durou cerca de oito horas, após o lançamento do Centro Espacial de Wenchang, na ilha de Hainan, no sul da China.

A bordo, a nave não tripulada levava provisões e equipamento para os astronautas, além de combustível.

Cerca de dez lançamentos estão planejados até o fim do próximo ano para transportar mais dois módulos da estação espacial, vários componentes e uma equipe de três pessoas.

O lançamento do módulo central Tianhe, da estação espacial chinesa, foi considerado um sucesso, mas a China foi amplamente criticada por permitir a reentrada descontrolada das porções do foguetão que o transportou até à órbita terrestre.

O representante da Nasa, a agência espacial norte-americana, Bill Nelson, considerou, na ocasião da reentrada do foguete, que Pequim tinha falhado tinha ao não corresponder aos padrões necessários em relação ao tratamento dos destroços espaciais.

O programa espacial chinês enfrentou alguns problemas desde que colocou um astronauta em órbita, em 2003. O lançamento da estação espacial, por exemplo, foi adiado por causa de uma falha na primeira versão do gigantesco foguetão Long March 5B.

No início do mês, a China conseguiu, no entanto, aterrissar a sonda Tianwen-1, assim como o `rover` Zhurong, no solo de Marte, tornando-se o terceiro país a conseguir esse feito, depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética.
Agência Brasil

PREFEITURA DE IPIAÚ ABRE VACINAÇÃO CONTRA COVID PARA PESSOAS COM 58 E 59 ANOS

Foto: divulgação,Prefeitura de Ipiaú-Dircom
A Prefeitura de Ipiaú abre nesta segunda-feira (31), a vacinação para pessoas com 58 e 59 anos. Paralelamente segue a vacinação da população com idade superior, e para pessoas partir de 18 anos com comorbidades.

O Ministério da Saúde anunciou na última sexta-feira (28), a decisão de ampliar a vacinação, onde os brasileiros serão convocados por ordem decrescente de faixa etária.

A vacinação na zona rural segue uma programação especial, liderada pelas agentes comunitárias de saúde, acontece em sua maioria em domicílio, sendo que em alguns dias são reservados para vacinação nas Unidades Básicas de Saúde dos distritos.

Para se vacinar deve ser apresentado os seguintes documentos: cartão do SUS, CPF, cartão de vacinação, comprovante de residência ou cartão família. Para quem tem comorbidades é necessário também o relatório médico. Pessoas acamadas ou com mobilidade reduzida recebem a vacina em casa. A solicitação deve ser realizada por um responsável, na Unidade Básica mais próxima do seu domicílio.

O último vacinômetro divulgado na sexta-feira (28), pela Secretaria Municipal de Saúde, aponta que 13.939 mil doses foram aplicadas em Ipiaú, sendo 9.360 mil referentes a primeira dose e 4.579 mil pessoas estão imunizadas. No total a cidade recebeu 16.197 mil doses da vacina.

Prefeitura de Ipiaú/Dircom

União Europeia convida Brasil a elaborar proposta alternativa à quebra de patentes de vacinas

Foto: Reprodução/Folha de São Paulo

Diante do impasse sobre as patentes de vacinas contra a Covid, a União Europeia sondou informalmente o governo brasileiro para constituir um grupo na OMC (Organização Mundial do Comércio) para debater o tema.

O objetivo é apresentar uma proposta alternativa à suspensão dos direitos de propriedade intelectual dos imunizantes, iniciativa capitaneada por África do Sul e Índia.

Interlocutores relataram à Folha que os europeus querem elaborar um texto que seja levado à OMC e consiga vencer o bloqueio no debate sobre as patentes de vacinas e outros insumos usados no combate ao vírus.

De um lado, África do Sul e Índia defendem um projeto considerado radical, que prevê ampla moratória nas licenças de ao menos três anos. Enquanto isso, países fabricantes de vacinas, como a Alemanha, resistem.

Os Estados Unidos, por sua vez, defenderam publicamente a suspensão temporária de patentes, mas têm sido cobrados a apresentar mais detalhes sobre os termos da proposta.

De acordo com pessoas que acompanham o tema, a União Europeia convidou o Brasil para compor um grupo que também deve incluir Chile, Singapura, Reino Unido e Canadá.

O país ainda não respondeu a consulta dos europeus, mas considera o movimento promissor para a construção de um consenso na entidade.

A ideia é usar como base da proposição a chamada terceira via liderada pela diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala.

Trata-se de um conjunto de medidas já apoiadas pelo Brasil que incluem a adoção de políticas que facilitem o aumento da capacidade de produção de vacinas no mundo e a transferência voluntária de tecnologia. Mas o texto que os europeus querem capitanear deve ir além e tratar, em termos menos radicais, sobre direitos de propriedade intelectual.

A avaliação é que somente abordando o tema das patentes será possível convencer as dezenas de países que hoje endossam o projeto de Índia e África do Sul a embarcar em uma redação alternativa, o que abriria caminho para a superação do impasse da OMC.

Nas palavras de um interlocutor que acompanha o assunto, os europeus sinalizaram que desejam explorar flexibilidades que já existem no acordo Trips —da sigla em inglês para Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio—, inclusive o licenciamento compulsório.

Nesse sentido, uma das opções em debate é a atualização de compromissos como a declaração de Doha de 2001 sobre o acordo Trips.

A declaração de Doha cita especificamente as dificuldades que, naquele período, países em desenvolvimento estavam enfrentando com doenças como Aids, tuberculose e malária.

Em seguida, ela afirma que o acordo Trips reconhece que os países “têm o direito de realizar licenciamento compulsório e a liberdade para determinar os termos em que esse licenciamento é feito”.

Uma das possibilidades em estudo é turbinar a declaração de Doha e deixar claro que esse tipo de flexibilização pode ser feito durante pandemias e momentos de emergência sanitária internacional.

Interlocutores também disseram acreditar que há margem para detalhar mais o texto de 2001 e indicar em que condições licenças poderiam ser suspensas.

O governo Jair Bolsonaro tem recebido críticas por não ter endossado a linha de Índia e África do Sul, mas argumenta que uma ampla quebra de patentes não representará, no curto prazo, maior acesso a vacinas.

Em 28 de abril, o chanceler Carlos França ressaltou, em audiência na Câmara dos Deputados, o argumento de que vacinas contra a Covid são “virtualmente impossíveis de serem copiadas” sem o apoio dos laboratórios.

“O grande gargalo hoje, para o acesso a vacinas, são os limites materiais da capacidade de produção e questões ligadas à complexidade das cadeias de abastecimento”, afirmou.

“Os especialistas afirmam que vacinas são virtualmente impossíveis de serem copiadas, a curto ou médio prazo, sem o apoio dos laboratórios que as desenvolveram, mesmo com o auxílio da patente”, disse França.

No dia 29 de abril, o Senado aprovou um projeto de lei que permite a quebra de patente de vacinas contra a Covid-19, de medicamentos e também de testes de diagnóstico.

Após muitas discussões e polêmicas, a proposta foi aprovada por 55 votos a favor e 19 contrários. O projeto agora aguarda votação na Câmara dos Deputados.

O texto inicial, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), previa a suspensão por parte do Brasil de cumprir obrigações assumidas no acordo Trips para combater a pandemia do novo coronavírus.

O relator do texto, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), no entanto, argumentou que seria inviável para o país deixar de cumprir acordos internacionais apenas por meio de uma lei ordinária. Por isso apresentou um projeto substitutivo, no qual afirma respeitar o Trips, mas abre a possibilidade para análise caso a caso.

Ricardo Della Coletta / Folha de São Paulo

Camilo Cola, ex-deputado federal e fundador da Itapemirim, morre aos 97 anos

Foto: Divulgação/Ministério da Infraestrutura
O empresário e ex-deputado federal Camilo Cola morreu na noite deste sábado, 29, aos 97 anos, de causas naturais em Cachoeiro do Itapemirim (ES). O sepultamento será neste domingo em Venda Nova do Imigrante (ES). Cola foi deputado federal pelo Espírito Santo por dois mandatos, entre 2007 e 2015, como filiado ao PMDB (atual MDB).

Foi fundador da Viação Itapemirim, empresa controlada por sua família até 2017, e de várias outras companhias nos segmentos de transportes, turismo, construção civil, seguro, imobiliário e agropecuário.

A diretoria do grupo Itapemirim lamentou a morte do empresário por meio de nota. “Capixaba, visionário e empreendedor, o Sr. Camilo Cola foi fundador da Viação Itapemirim (1953) e de inúmeras iniciativas empresariais, que deixaram um legado de desenvolvimento ao Brasil, a ser lembrado e honrado por gerações”, diz o texto.

Em novembro de 2020, Cola recebeu a Medalha de Mérito Mauá do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, como homenagem à sua contribuição ao desenvolvimento e progresso do setor de infraestrutura e do País. Freitas destacou o evento em publicação feita na manhã deste domingo.

Cola também foi ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), tendo lutado na Segunda Guerra Mundial. A sua participação no confronto, em especial a batalha de Monte Castello, no norte da Itália, em 1945, foi lembrada pelo presidente Jair Bolsonaro, que prestou suas condolências à família de Cola por meio de redes sociais. “Obrigado por garantir nossa liberdade na luta contra o nazismo e fascismo”, diz a postagem do presidente.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), também se manifestou por rede social, destacando a aptidão política e empreendedora de Cola. Em homenagem, decretou três dias de luto oficial no Estado.
Estadão

PM-BA lamenta morte de capitão, vítima da Covid-19

Foto: Manu Dias/GOVBA
Em nota divulgada à imprensa neste domingo (30), a Polícia Militar da Bahia (PM-BA) lamentou a morte do capitão Vagner Souza Matos, vítima da Covid-19.

“É com imenso pesar que a Polícia Militar informa o falecimento do capitão PM Vagner Souza Matos, 41 anos, decorrente de complicações causadas pela Covid-19, na manhã deste domingo (30), em Salvador”, diz o comunicado.

“O capitão Vagner prestou excelente serviço nos seus 21 anos dedicados à Corporação. É oficial da turma de 2002 e era lotado no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praça (CFAP)”.

Vagner deixa esposa e um filho. Conforme o comunicado, as informações sobre data e horário do sepultamento estão sendo definidos pela família do oficial.

Venda de vermífugo sem eficácia contra Covid tem faturamento bilionário

Foto: Miguel Noronha/Futura Press/Folhapress

Em um ano, a ivermectina, vermífugo também usado em tratamento de sarna e piolho, registrou aumento expressivo de unidades vendidas no país, segundo a Iqvia, instituto especializado em dados do varejo farmacêutico. Mas o que chama a atenção é o faturamento bilionário.

As vendas do remédio, que os defensores do chamado tratamento precoce incentivam, mas não tem eficácia comprovada contra a Covid-19, subiram 750% em abril de 2021 ante o mesmo mês do ano passado, para 84 milhões de unidades.

O salto no valor alcançado pelo varejo com as vendas foi maior, de 1.272%, na mesma base de comparação. O ganho subiu de R$ 116,3 milhões para R$ 1,6 bilhão.

As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo.

Aliado-chave abandona Netanyahu e abre caminho para oposição formar governo em Israel

Foto: Walterson Rosa/Folhapress

O líder do partido israelense Yamina, Naftali Bennett, aceitou uma proposta para fazer parte da coalizão negociada pelo líder da oposição Yair Lapid. Caso não haja reviravolta nas próximas horas, a decisão de Bennett deve pôr fim a 12 anos de governo do premiê Binyamin Netanyahu em Israel.

Lapid e Bennet concordaram em um acordo de divisão de poder nos próximos quatro anos no qual haverá um revezamento no papel de primeiro-ministro. O partido apoiou o acordo fechado por seu líder.

Se concretizado, o acordo colocará fim à sequência de eleições em Israel – foram quatro nos últimos dois anos. Fora do governo e sem imunidade judicial, Netanyahu terá de responder a acusações de corrupção na Justiça.

Conhecido como “O Mágico”, em virtude de sua habilidade de costurar acordos políticos e sobreviver no cargo mesmo diante dos cenários mais improváveis, Netanyahu ainda tenta uma última cartada: dividir o cargo de premiê com Bennet.

“Um governo de direita ainda é possível”, disse Netanyahu após o anúncio da oposição. Analistas, no entanto, creem que a possibilidade disso ocorrer é pequena.
Estadão

Ministério da Saúde enviará aparelhos de oxigênio para Norte-Nordeste

Foto: Ministério da Saúde
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que enviará 5,1 mil concentradores de oxigênio para auxiliar as unidades de saúde com pacientes internados com covid-19 no Norte e Nordeste do país. Queiroga encontra-se em Pernambuco, estado que, segundo ele, receberá 148 aparelhos até o dia 10 de junho.

“Estamos visitando a região, pois sabemos que há ameaça de colapso no sistema de saúde, sobretudo em função do insumo oxigênio. O ministério já providenciou para essas regiões 5.100 concentradores de oxigênio. Para Pernambuco, serão 148 concentradores”, disse o ministro.
Falta de oxigênio

Perguntado sobre se há risco de colapso por falta de oxigênio, mesmo após o envio desses concentradores, Queiroga disse que o governo trabalha para que isso não aconteça. “Só que lidamos com a imprevisibilidade biológica porque esse vírus sofre mutação e pode ter variantes que podem ter comportamento biológico diferente, o que leva pressão maior para o sistema de saúde. Mas as autoridades sanitárias estão empenhadas para que não haja falta de oxigênio”, acrescentou.

Queiroga, no entanto, ressaltou que distribuição e logística de oxigênio “é questão complexa”, uma vez que o gás é distribuído não apenas na forma líquida, mas também em cilindros, forma mais comumente adotada nos municípios de menor porte. “Há carência de cilindros [em municípios], mas estamos apoiando as secretarias municipais de saúde para que não haja falta de cilindros”, disse Queiroga ao destacar ser preciso aprimorar a logística, para esse tipo de transporte. .
Compra de vacinas

Sobre as ações do governo visando à compra de vacinas, Queiroga disse que a carência de vacina é mundial. “Mas no mês de junho teremos garantidos mais de 40 milhões [de doses de vacinas] a serem distribuídas. Em junho teremos uma marca importante, que é de [atingir um total de] 100 milhões [de doses] distribuídas para o país inteiro”, acrescentou.

“Só com a Pfizer, temos um contrato de 200 milhões de doses de vacinas. Agora, em 1º junho, assinaremos acordo de transferência de tecnologia entre a indústria Astrazênica e a Fiocruz, colocando o Brasil na vanguarda de países que tem capacidade com autonomia de produzir vacinas. Há também negociações com outras farmacêuticas para buscarmos antecipar doses. Agora, é um contexto que não é simples porque é uma emergência em saúde pública internacional”, completou.

Edição: Nélio de Andrade
Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Bolsonaro pede a Exército que não puna Pazuello e amplia a crise

Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro disse ao comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que não quer ver o ex-ministro Eduardo Pazuello (Saúde) punido por participar de um ato em favor do presidente no Rio de Janeiro domingo passado (23).

A sinalização foi dada ao comandante durante a viagem de ambos a São Gabriel da Cachoeira (AM), onde Bolsonaro foi inaugurar uma ponte de menos de 20 metros e fazer uma visita de dois dias a partir de quinta (27).

Pazuello é um general da ativa, no topo da carreira de intendente (responsável pela logística militar) com três estrelas. Paulo Sérgio é seu superior, e o pedido de Bolsonaro acirra a já grave crise entre o Planalto e a Força da qual o presidente saiu praticamente expulso como capitão em 1988.

Na viagem ao Amazonas estavam presentes o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e o chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos. Ambos são generais de quatro estrelas, cume da hierarquia, da reserva do Exército.

No domingo passado, Pazuello participou de um evento de motociclistas com Bolsonaro e subiu ao palanque para dar apoio ao presidente. Demitido em março por sua gestão considerada desastrosa à frente da Saúde, o general foi incorporado a um cargo burocrático na Secretaria-Geral do Exército.

A proteção sugerida por Bolsonaro a Pazuello amplia muito a crise entre a Presidência e o Planalto. O ato de Pazuello gerou irritação no Alto-Comando do Exército, colegiado de 15 generais de quatro estrelas encabeçado por Paulo Sérgio.

O grupo defendeu a punição a Pazuello. Pelo regimento militar, que veta manifestações políticas de quem está fardado, é inegociável a situação: ele pode ser advertido verbalmente, receber uma repreensão por escrito ou pegar 30 dias de cadeia em um quartel.

No Alto-Comando, a repreensão, vista como desonrosa, parecia de bom tamanho. Menos que isso é contratar, nas palavras de um de seus generais, a anarquia —em especial na eleição polarizada de 2022 à frente.

A ideia de Pazuello ir à reserva para atenuar a crise, por sua vez, já é vista como insuficiente entre os fardados.

O ex-ministro deixou vazar sua linha de defesa, entregue na sexta (28) ao Exército. Ela foi considerada, segundo a Folha ouviu de generais, como “uma desfaçatez”. Basicamente, ele diz que não pode ser punido porque apoiava o cidadão Bolsonaro, não o presidente em um ato político.

Chegou a alegar que o fato de o presidente não ser filiado a um partido despolitizaria todo o evento. O conceito foi dado pelo próprio Bolsonaro em uma live na quinta (26).

Por absurda, a argumentação reforçou a crítica inclusive à hipótese de Pazuello ir à reserva para proteger a instituição. Para militares ouvidos, mesmo que o ex-ministro fizesse o gesto, a linha já foi cruzada e a punição se faz imperiosa.

O que traz de volta o impasse. Paulo Sérgio não é um favorito de Bolsonaro. Ao contrário, dias antes de o presidente intervir no Ministério da Defesa e levar à demissão coletiva dos três comandantes de Força, ele havia concedido entrevista que irritou o Planalto ao defender medidas contra a Covid-19.

Como se sabe, Bolsonaro reza pela cartilha do negacionismo na pandemia. Mas ao ver os comandantes de saída, o presidente resolveu os demitir, na maior crise militar desde 1977.

Para acalmar os ânimos, encaminhou substituições que respeitaram critérios de antiguidade, o que ungiu Paulo Sérgio no comando.

Segundo um interlocutor do comandante do Exército, ele se vê num beco sem saída.

Se acatar o desejo do chefe e poupar Pazuello, abrirá a porta da politização das Forças Armadas de forma inequívoca e ainda perderá a autoridade ante seus pares que são contrários a isso.

A questão é uma fantasma que acompanha os militares desde que, de forma geral, adotaram Bolsonaro como um candidato capaz de dar vazão a seus sentimentos antipetistas e anticorrupção na esteira da Operação Lava Jato, em 2018.

Uma vez eleito, muitos aceitaram integrar o governo, inclusive oficiais da ativa, emprestando seu prestígio. Tal movimento hoje é ressentido por oficiais-generais que apoiaram a ideia, apesar das benesses obtidas, como um plano de carreira e Previdência generoso sob Bolsonaro.

Por outro lado, se punir Pazuello, Paulo Sérgio poderá se ver numa situação em que a permanência no cargo será insustentável, levando à segunda crise militar em dois meses.

Alguns observadores fardados, notadamente fora do Exército, acreditam que é exatamente isso o que Bolsonaro quer, visando gerar um ambiente de instabilidade para que possa sacar sua usual carta de “vou chamar meu Exército” para resolver a crise.

Nenhum ator sério acredita nisso, mas a confusão pode contaminar estratos inferiores do estamento militar se o exemplo da punição não for dado, argumentam esses militares preocupados.

Paulo Sérgio tem uma semana para decidir o que fazer com o ex-ministro da Saúde.

A tendência por uma punição intermediária parece ter sido rejeitada por Bolsonaro, e há a especulação acerca da hipótese de o general a manter e esperar a reação do Palácio do Planalto.

Se isso ocorrer, a piora da crise também estará dada: uma desautorização de Paulo Sérgio por parte de Bolsonaro será recebida, dizem aliados do comandante, com uma renúncia.

Os militares de cúpula mais otimistas ainda acreditam em uma saída na qual Bolsonaro irá recuar ante uma punição mais branda de Pazuello.

Seja como for, o esgarçamento proposto pelo presidente da tessitura institucional militar tem tido péssimas repercussões. As declarações do seu vice, o general da reserva Hamilton Mourão, são vistas como um sinal disso.

Praticamente rompido com Bolsonaro, Mourão passou a semana dizendo que Pazuello era culpado e que tinha de ser punido pela indisciplina.

Mesmo não sendo uma unanimidade no Exército, o general falava ali pela corporação —com a autoridade extra conferida pelos votos que recebeu na chapa com o chefe.

Não parece haver um final feliz possível para o impasse.

Igor Gielow / Folha de São Paulo

Origem do coronavírus em laboratório não pode ser descartada, mas fonte natural é mais provável

Foto: Lucas Landau/Reuters
Ao longo das últimas semanas, o debate sobre a origem do Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, adquiriu uma urgência que não era vista desde o início da presente pandemia. Uma carta publicada por pesquisadores no prestigioso periódico especializado Science, bem como investigações sob os auspícios do governo americano, colocam em questão a possibilidade de que o vírus poderia ter vindo de um laboratório de Wuhan, na China, e não diretamente de um hospedeiro animal na natureza.

É óbvio que esse tipo de debate é um prato cheio para a desinformação. Escrevi esta coluna, portanto, como um pequeno guia para os perplexos, ponto a ponto. Vamos a eles.

1) Ainda não há evidências diretas de vazamento laboratorial, nem propriamente dados novos. Esse me parece um elemento muito importante e pouco mencionado. A discussão sobre o tema não se reacendeu por causa de evidências “positivas” —ou seja, dados diretos indicando o vazamento do Sars-CoV-2 do laboratório chinês. Tais dados, por ora, não existem.

As evidências são, na verdade, “negativas”. Isso significa que ainda não foi encontrado um vírus idêntico ao que afeta humanos em hospedeiros animais (selvagens ou domésticos), o que impede a reconstrução completa da trajetória evolutiva do Sars-CoV-2, ou o momento e local aproximados em que ele teria feito o salto de bichos para humanos. É esse ponto que mantém aberta a possibilidade do espalhamento em laboratório.

2) Vazar de um laboratório não é a mesma coisa que ser arma biológica criada propositalmente. A “hipótese laboratorial” na verdade é uma família de hipóteses. O vírus, por exemplo, pode ter sido coletado por pesquisadores em animais, sendo estudado por eles, até que vazou acidentalmente e desencadeou a pandemia.

Também pode ser que um vírus de origem natural tenha sido modificado em experimentos cujo objetivo era entender como esses patógenos adquirem propriedades perigosas para seres humanos. Depois, essa forma alterada teria escapado por acidente.

Por fim, haveria a modificação deliberada para uso como arma biológica. É quase impossível achar um cientista sério que ache que a terceira possibilidade deste item 2 seja mais provável que a primeira e a segunda.

3) É preciso cuidado antes de achar que o Sars-CoV-2 é “engenheirado”. Este ponto é um pouco mais complexo de explicar. Alguns defensores da hipótese laboratorial têm dado muito destaque ao fato de que a combinação exata de estruturas moleculares que permitem que o vírus se acople com eficiência às células humanas, por não ter sido identificada ainda em parentes dele na natureza, seria tão incomum que só poderia ter surgido a partir de manipulação genética. Também chamam atenção para o fato de que o coronavírus de morcegos que é o parente mais próximo do Sars-CoV-2 foi identificado muito longe de Wuhan (e, claro, não contém a combinação de moléculas “pronta para atacar humanos”).

Por enquanto, parece mais seguro afirmar que essas ideias são, no máximo, meias-verdades. O motivo é simples: só conhecemos a pontinha do iceberg da diversidade viral carregada por animais selvagens, e o esforço de pesquisa de alguns meses depois da pandemia, por mais que tenha examinado dezenas de milhares de bichos e pessoas, está muito longe de esgotar os potenciais reservatórios de vírus.

De mais a mais, não custa ressaltar que nenhum patógeno emergente até hoje veio originalmente de um laboratório ““e a grande maioria surgiu na fauna selvagem. Sempre pode haver uma primeira vez, é claro, mas precisamos de evidências muito sólidas para apostar em hipóteses extraordinárias.
Reinaldo José Lopes / Folha de S. Paulo

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