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Apocalipse: o que é e como interpretar este livro bíblico

A bíblia é considerada o livro mais lido do mundo e nela encontramos textos religiosos do antigo e novo testamento. Um dos livros mais falados é o do Apocalipse, no qual encontramos profecias sobre o fim do mundo.

Despertando a curiosidade ou o medo de muitos, os textos do Apocalipse ainda geram muitas dúvidas e especulações. Pessoas que seguem literalmente o que é colocado e outras que nem gostam de “tocar no assunto”.

Considerando tudo isso, trouxemos um blog para explicar o que é de fato o Apocalipse e como buscar formas para interpretá-lo por sua própria capacidade, ou seja, sem os achismos e equivocadas teorias de terceiros.

 O que é o Apocalipse

De forma direta, Apocalipse significa “revelação”, a qual foi dada por Deus ao apóstolo João sobre o fim dos tempos e a volta de Jesus. Consequentemente, esse termo acabou se tornando sinônimo de fim do mundo.

O livro traz revelações divinas sobre o presente e o futuro das igrejas e da humanidade, sobre os últimos tempos, o juízo final e talvez o mais esperado: traz revelações sobre a volta de Jesus e a eternidade no Céu.

O livro contém 21 capítulos que servem para alertar e encorajar os que creem em Deus. O Apocalipse é, sobretudo, um livro para trazer esperança em meio à dificuldade e sua leitura deve ser feita para entender e não apenas para se informar.

Ele nos desafia à interpretação, afinal, estamos falando de um livro escrito com um formato especial, um gênero literário específico e desconhecido nos nossos dias, cheio de símbolos e figuras.
Uma mensagem de esperança

A esperança é a segunda das três virtudes teologais, junto da fé e do amor. Ter esperança tem a ver com ansiar por dias melhores, é esperar pelos novos céus e terra, diferentes dos atuais, onde haverá vida eterna, alegria, entendimento, amor.

E é sobre isso que o livro de Apocalipse fala, da esperança cristã, do fortalecimento da fé, da vitória em meio a derrotas. Para mostrar isso, Deus usou símbolos, animais, imagens, que hoje geram interpretações equivocadas e o temor pelo assunto.

Diante destes fatos nós percebemos o quanto é importante a busca pelo entendimento do “desconhecido”, para que você tire suas próprias conclusões. Assim como outros livros da bíblia, também o Apocalipse serve para aprofundar a relação que existe entre esperança e consolo.

As palpitarias sobre o Apocalipse

Como citamos acima, por ser marcado fortemente pela simbologia e por, o livro de Apocalipse acaba gerando muitos tipos de interpretações, algumas delas são baseadas na mentira e na enganação.

A humanidade sempre teve medo do “fim do mundo” e muitos intérpretes abusam desse medo e acabam usando o texto bíblico do Apocalipse como fundamentação para teorias próprias também em benefício próprio. Além disso existe, popularmente falando, muita palpitaria sobre o Apocalipse. De 60 a 50 anos para cá esse problema se agravou ainda mais.

O sensacionalismo criado sobre um livro tão sério, até mesmo desmotiva as pessoas a irem atrás da verdade. Falsos profetas influenciam até mesmo a política e assim toda a vida em sociedade. A partir de uma interpretação equivocada do livro de Apocalipse, causam terror nas pessoas e distorcem o real sentido dos textos religiosos.

Motivos para buscar uma interpretação coerente

Considerando os pontos colocados aqui, podemos nos perguntar, “ por que me preocupar em interpretar de maneira correta e como buscar essas respostas? ”. Fique tranquilo, nós vamos te explicar!

O primeiro motivo que você deve levar em consideração para buscar uma interpretação coerente são as mentiras que te contaram sobre o livro do Apocalipse. Se surgiu aquela “pulguinha atrás da orelha”, é hora, sim, de estudar e aprofundar no assunto.

Outro ponto importante é a sua própria fé em Deus. É isso mesmo! O nosso desejo de renovar e/ou fortalecer nossa fé, já é motivo suficiente para adquirir conhecimento. A fé de forma nenhuma exclui a busca por conhecimento, embasamento. Buscando formação sobre o livro de Apocalipse você vai poder falar sem medo e com propriedade sobre o Apocalipse e, porque não, ensinar ao próximo a verdade.

Abaixo listamos outras razões para você buscar compreender melhor o livro de Apocalipse:

– Por ser revelação de Deus e sua vontade que conheçamos a mensagem do livro;

– Pois o livro, à sua maneira, trata a respeito de toda a cosmovisão cristã;

– Pois o livro trata da esperança cristã, por excelência, sobre a vitória garantida em meio e depois da tribulação.

Onde buscar conhecimento

Bom, agora que você já sabe o que é e porque estudar o livro de Apocalipse, é hora de buscar a melhor forma para se aprofundar no assunto.

Existem muitas maneiras possíveis de aprender. Existem também muitas ofertas de ensino. A questão é como ter, sobre um livro tão antigo e controverso, uma formação confiável. Nesse sentido, o conteúdo trazido por meio de faculdades de teologia a partir do que é pesquisado de forma séria e mundialmente no âmbito da Teologia Bíblica é uma ótima indicação.

Muitas faculdades possuem cursos totalmente focados no livro de Apocalipse e neles é possível aprender sobre a estrutura, o conteúdo, a mensagem, além de desenvolver o senso crítico e, claro, o fortalecimento da fé.

Normalmente esses cursos são indicados para:

– Lideranças de igrejas cristãs e pessoas interessadas na área;

– Presbíteros e presidentes de comunidades cristãs;

– Pastores, missionários, diáconos, terapeutas pastorais e catequistas;

– Colaboradores do ministério com crianças, adolescentes e jovens;

– Líderes do ministério com casais e famílias;

– Dirigentes de estudos bíblicos ou de PGs – Pequenos Grupos;

– Pessoas que colaboram com o anúncio da palavra de Deus nas igrejas;
Apocalipse: o fechamento da bíblia com chave de ouro

A Bíblia Sagrada é composta por muitos livros e cada um tem sua forma, traz sua contribuição para um discurso coerente sobre o plano de Deus. Os textos de Apocalipse não seriam diferentes.

O livro de Apocalipse faz parte de uma tradição maior, específica e por isso deve ser entendido dentro dessa tradição bíblica mais ampla e não de forma isolada, O Apocalipse é a fonte para a conclusão da teologia bíblica iniciada a partir de Gênesis.

Reforçando a mensagem de que esse livro não trata apenas do fim dos tempos, dos novos céus e da nova terra como esperança máxima dos cristãos, mas da motivação para a perseverança, da alegria em meio ao sofrimento por causa da certeza do domínio de Deus, como Senhor da história, concluímos que o livro de Apocalipse fecha com chave de ouro a Bíblia Sagrada e deve ser estudado com zelo e dedicação. 

Aprenda a interpretar o livro de Apocalipse

A FLT preparou para você um curso completo de interpretação do Apocalipse. Nele você terá oportunidade de entender este livro fascinante capítulo a capítulo, além de conhecer as diversas interpretações e correntes de pensamento sobre o fim dos tempo.

por Franklin Wiese

Ipiaú: Colégio realiza Semana Literária e faz homenagem a Euclides Neto

Colégio de Ipiaú está realizando uma semana Literária homenageando Euclides Neto, escritor, jornalista e prefeito do município de Ipiaú , conhecido por suas obras literárias, particularmente seus romances regionalistas ambientados no Bahia.

A Semana Literária começou na última terça-feira(19), e vai até o próximo sábado (22), e objetivo geral incentivar os estudantes à leitura e a uma visão mais analítica sobre as diferentes temáticas da sociedade.
O estilo de escrita do homenageado da SEMALIT refletia a vida rural e a dinâmica social do nordeste brasileiro, e ele ganhou reconhecimento por suas contribuições à literatura brasileira. O romance "O Menino do Engenho" é uma de suas obras mais conhecidas e faz parte de uma trilogia ao lado de "Doidinho" e "Banguê".
O autor Euclides Neto possui 14 obras publicadas. entre elas uma póstuma, O Tempo é a chegada, publicado no ano de 2001.
De acordo com os organizadores da primeira semana literária, a SEMALIT, os estudantes foram orientados pela Profª Mestra Camila Araújo que atua nas disciplinas de Literatura e Redação, e produziram desde o início do ano banners, poemas, folders, apresentações artísticas, oficinas, minicursos para que pudessem celebrar a vida e a obra deste grande autor.

Segundo a Profª Mestra Camila Araújo, durante este evento, os alunos poderão assistir aos Colóquios de Críticas e Estudos Literários apresentados pela 3ª série do Ensino Médio. Dessa forma, orientados pela Profª Mestra Ytátilla Kelly, os estudantes apresentarão discussões que dialogam com a contemporaneidade e que fazem parte do universo dos adolescentes, na oportunidade, serão avaliados por uma banca composta por professores do Colégio Aprovado.

Ainda de acordo com os organizadores do evento, a professora de Educação Física, Lorruama Aquino, colocará em prática uma megaprodução artística que envolve histórias literárias e ginástica, que desafia os seus estudantes a trabalharem a sua criatividade e imaginação frente às linguagens verbais e cinematográficas.

“Para as professoras orientadoras, o projeto só foi possível de ser concretizado e chegar a essa culminância, pois o grupo docente estava completamente envolvido, sobretudo, Eliana Matos e Edna Bacelar que também são professoras de Linguagens da instituição. Vale ressaltar o papel importante de Meire e Nalli, coordenadoras do Colégio Aprovado, e dos diretores André Souza e Etiene Paulo que contribuíram para que a Semana de Literatura fosse um marco na história do Colégio Aprovado. “ declarou a Profª Mestra Camila Araújo

As obras literárias de Euclides Nero, vem sendo objeto de estudos acadêmicos; apesar de sua erudição, o estilo faz-se simples e, por vezes, coloquial. repleto de sensibilidade e reflexões sobre as questões sociais.

Nesta sexta-feira (21), aconteceu

uma Mesa Redonda “Tributo à Euclides Neto” mediado pela professora Camila, com a participação dos familiares do autor

Confira a programação da SEMALIT de Sábado:

19:00: Encerramento com Show de Apresentações de Ginástica (Tema: Livros):

SALA 901 - The Umbrella Academy.

SALA 902 - Percy Jackson.

SALA 903 - Jogos Vorazes.

SALA 1001- A Fantástica Fábrica de Chocolates.

SALA 1002 - As Crônicas de Nárnia.

SALA 2001 - Aladdin.

SALA 2002 - A Rainha de Copas.

Em Amargosa, governador destaca apoio do Estado para fortalecer a cultura e economia baiana

Os festejos juninos de mais de 280 cidades baianas ganharam um importante reforço: o Governo do Estado está investindo mais de R$ 100 milhões no São João da Bahia 2023. Uma das beneficiadas é Amargosa, no Recôncavo, que recebeu a visita do governador Jerônimo Rodrigues nesta sexta-feira (23). Ele estava acompanhado da primeira-dama, Tatiana Velloso. Mais cedo, ele participou dos festejos nas cidades de Cruz das Almas e Santo Amaro. Amargosa é conhecida por ser uma das principais rotas do São João na Bahia.

Para Jerônimo, este apoio é fundamental para fortalecer a economia, com a geração de emprego e renda, além do turismo nestes locais. Milhares de empregos são gerados nesses dias de festa. “A expectativa é de 1,5 milhão de pessoas esse ano aqui no estado por conta do São João. As locadoras não têm mais carros para alugar e tivemos um aumento de cerca de 65% de pessoas chegando também pelo sistema aéreo. Fizemos investimentos em segurança pública, cultura e saúde, para preservar e valorizar a nossa cultura, mas também para aquecer a nossa economia”, salientou o governador.

As comemorações na cidade estão divididas entre os palcos Gonzagão e Manoelito Sena, onde ocorrem as apresentações musicais, como Dorgival Dantas, Orquestra Sanfônica e Pablo. Na Vila Junina, instalada na Praça do Bosque, Jerônimo conferiu a feira de artesanato, alimentos e produtos da agricultura familiar. As ruas da cidade estão bem decoradas para marcar a homenagem a São João e São Pedro.

O prefeito Júlio Pinheiro comentou que além economia, este apoio do Estado reforça a cultura e tradição das cidades. “O São João de Amargosa é um fenômeno. Movimenta a região e o comércio local, gerando emprego para a nossa agricultura, valorizando a mão de obra daqui, além de trazer todos esses turistas”, afirmou o prefeito de Amargosa, Júlio Pinheiro.

Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia
www.comunicacao.ba.gov.br

Na Avenida São Salvador a festa acontece hoje e amanhã

Na Avenida São Salvador a festa acontece hoje e amanhã

Enquanto o São Pedro não vem a população de Ipiaú e visitantes tem a opção de se divertir nos arraiais instalados em alguns bairros da cidade. A Prefeitura Municipal, através da Secretaria da Cultura, Esporte e Turismo e Lazer, promove apresentações de bandas de artistas da terra e outras atrações. Nesta sexta-feira, 23, véspera de São João tem arrasta-pé na Avenida São Salvador, Bairro Constança, Bairro Nossa Senhora Aparecida e Fazenda do Povo. 

Na Avenida a programação tem início às 19:30h com apresentações de Quadrilhas Juninas, seguidas do show da dupla André e Eduardo, às 20 horas. Na sequência, às 22:30 h será a vez de Andinho Brito puxar o fole e animar a festança.

 No Bairro Nossa Senhora Aparecida o comando da folia fica por conta da banda Gota Serena,   enquanto na Fazenda do Povo tem a quadrilha Junina “Arrasta Pé” e a banda Forró Bodó. Na noite de sábado, 24, a festança prossegue na Avenida São Salvador com a quadrilha Arrasta Pé e uma apresentação de Domingos Froes e Banda.

 No domingo, 25, a festa vai rolar no Bairro Constança.  Terá pau de sebo, outras brincadeiras juninas e a banda de Gil Adrian. A programação do São João nos Bairros teve início no dia 10 deste mês no Bairro Euclides Neto com jogos juninos para crianças, a folclórica Puxada do Jegue, apresentações de quadrilhas e shows dos cantores Netinho Cabral e Theil Salomão. 

Os arrasta pés do São João serão esquentes para a grande Festa de São Pedro de Ipiaú  a melhor da Bahia, que terá início na próxima quinta-feira, 29 , estendendo-se até o de 2 de julho, data da Independência da Bahia, com apresentações de Thiago Aquino, Zé Neto e Cristiano,   Thierry,   Wesley Safadão,  Zé Vaqueiro,   Daniel Vieira,  Dorgival Dantas,  João Gomes, Estaka Zero,  e bandas locais. 

( José Américo Castro/Decom Prefeitura de Ipiaú).

Pelourinho em ritmo de São João desde cedo; programação começou nesta quinta (22)

Decoração pronta, em homenagem a Zelito Miranda e seu forró temperado, e programação pensada para a família. Assim, desde as 17h desta quinta (22), o Centro Histórico de Salvador estava em clima de festa.

Na grade do primeiro dia, Lara Amélia, que abriu os festejos, e Alceu Valença, atração mais aguardada por quem foi prestigiar o São João no Pelô. Com seu jeito irreverente, o pernambucano entoou sucessos dos seus mais de 50 anos de carreira. Para encerrar a noite, Larissa Marques, natural de Irecê, chegou com o sertanejo. 


Até domingo (25), baianos e turistas podem curtir as mais de 10 atrações que passam pelo palco Terreiro de Jesus, no Centro Histórico. A programação tem início sempre às 17h.


Secom  - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

Endereço e mapa: http://goo.gl/UY4sw

Thiago Aquino anima multidão no Parque de Exposições nesta quinta (22)

A programação da primeira noite do São João da Bahia, em Salvador, segue intensa. Depois de atrações como Dorgival Dantas e Wesley Safadão, subiu ao palco o feirense Thiago Aquino. O artista costuma segurar o grande público até o fim. E nesta noite não foi diferente.

Quando o Príncipe do Arrocha puxou “Erro que dá certo”, o coro acompanhou. O mesmo aconteceu em outras canções, a exemplo de “Casamento cancelado”.

Depois de Thiago Aquino, é a vez de Priscila Senna, Júnior Marques e Xand Avião. A programação segue até sábado (24).

Ações

O Programa Bahia Sem Fome instalou um ponto de coleta para os forrozeiros poderem fazer doações de alimentos não perecíveis durante os dias de festa.

Além da arrecadação no local, a segurança pública foi reforçada, assim como a assistência em saúde. A festa no Parque conta ainda com ações como Camisinha tá na Mão, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), e Oxe, Me Respeite, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM).

Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

Endereço e mapa: http://goo.gl/UY4sw

Secretaria e Conselho de Cultura promovem escutas para elaboração do Plano Municipal de Cultura

Secretário Caio Braga convoca a população a participar do processo
A Secretária de Cultura, Esporte, Turismo e Lazer de Ipiaú   e o Conselho Municipal de Política Cultural, iniciaram uma série de encontros com os artistas e demais agentes culturais para escutar seus anseios e propostas direcionadas à construção do Plano Municipal de Cultura que servirá como instrumento para a elaboração das políticas públicas na área da cultura e fortalecimento do Sistema Municipal de Cultura. 
Agentes culturais participaram da escuta

A primeira reunião para escuta dos segmentos e discussão do Plano Municipal de Cultura aconteceu na noite do último dia 9, no auditório do Colégio Celestina Bittencourt com a participação de grupos ligados à música, teatro, circo, literatura, povos indígenas e de matrizes africanas.
Cada grupo discutiu suas demandas
As respostas colhidas nessa e em outras escutas, inclusive no formato online, servirão de subsídios para a elaboração do Plano que assim reunirá um conjunto de diretrizes, estratégias, metas e ações que planejem as políticas de cultura de forma consistente e democrática.

As escutas prosseguirão de forma itinerante, junto com outros eventos, como Sarau do Coletivo Cultural em parceria com outras entidades. A próxima escuta está prevista para o dia 27 deste mês no Centro Comunitário do Bairro ACM, durante o sarau promovido pelo Coletivo Cultural em parceria com a AMCHAC.

Os agentes culturais responderão um formulário com perguntas básicas a respeito do que esperam para o município com a implantação do Plano Municipal de Cultura, o que querem para a cultura de Ipiaú nos próximos 10 anos, assim como o que pretendem alcançar com o Plano no seu período de vigência. Depois da escuta no Bairro ACM, será ouvida a comunidade do Bairro Euclides Neto.

O secretário de Cultura, Caio Braga, destaca que é de suma importância a participação de todos os munícipes nesse processo de escutas ativas voltadas à construção de políticas públicas e planejamento da cultura em Ipiaú.

José Américo Castro /Decom-Prefeitura de Ipiaú

Ipiaú celebrará o Dia do Circo com uma parada cênica e outras atrações

Respeitável público, neste domingo, 26 de março, Dia Nacional do Circo, tem espetáculo nas ruas de Ipiaú. Para comemorar a data, a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo, realizará a 1ª Caravana Cultural de Ipiaú, desfile cênico que envolverá uma trupe circense com palhaços, perna de pau, bailarinas, malabaristas e outros atos. Manifestações que revelam a cultura ipiauense também farão parte do cortejo. 

Puxada pelo sanfoneiro Andinho Brito e um grupo de músicos da Fanfarra Municipal, a parada tem início às 15 horas, na Avenida Getúlio Vargas, em frente ao Ginásio de Esportes e depois de percorrer algumas ruas centrais da cidade, chegará ao picadeiro da Praça Rui Barbosa, onde o espetáculo continua com apresentações teatrais e outras atrações.

Na ocasião também acontecerá na Praça Rui Barbosa uma Feira de Artesanato, promovida, pelo Coletivo Artesanal Cultural de Ipiaú-CACI-. O titular da Secretário de Cultura, Esporte e Turismo, ator Caio Braga, comandará o espetáculo e certamente estará em cena com figurino apropriado. O quadro de pirofagia fará parte da sua performance. 

O secretário informa que o evento também contará com as participações dos artistas e estudantes do Curso de Teatro e Dança da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB- bem como da professora Alda Fátima de Souza, pesquisadora e artista circense, graduada em Licenciatura em Teatro pela Universidade Federal da Bahia, doutora pelo Instituto de Artes da UNESP e ex-coordenadora do Núcleo de Artes Circenses da Fundação Cultural do Estado da Bahia. 

O Dia Nacional do Circo foi criado em homenagem ao palhaço brasileiro Abelardo Silva, conhecido como Piolin. Ele nasceu no dia 27 de março de 1897 no circo que estava armado na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Piolin cresceu no circo, pois seus pais eram artistas circenses. A data também visa valorizar a arte circense e seus integrantes. 

Texto-José Américo Castro

Edione Agostinone: Da diáspora às tranças que ecoam por liberdade em mais de 6 milhões de visualizações.

No dia 20 de janeiro de 2023 um vídeo postado nas redes sociais da prefeita em exercício do município de Jaguaquara/BA, no Vale do Jiquiriçá, a aproximadamente 365 Km da capital baiana, se tornou viral no Instagram de Elise Liz, alcançando mais de 6 milhões de visualizações.

As cenas do vídeo demonstram uma criança da Comunidade Quilombola Ocrídio Pereira dos Santos trançando os cabelos da prefeita, enquanto ela realizava um diálogo com os funcionários e responsáveis pela obra que estava sendo anunciada durante a visita a comunidade, onde seria construídas 20 casas para as famílias quilombolas.

A comunidade remanescente de quilombo da cidade de Jaguaquara por muitos anos passou invisibilizada por parte da população local. As dificuldades enfrentadas e a busca por melhores condições de vida para os negros tem raízes históricas de negação dos direitos, reforçadas na formação social da mente da população brasileira. Desde a “libertação” dos escravos, o povo preto foi deixado a mercê. Atualmente muitas dessas comunidades são amparadas pelo assistencialismo de grupos religiosos, trabalhos voluntários e das ações dos setores de desenvolvimento social, pois vivemos a escassez de políticas públicas para população negra, destacando neste cenário as comunidades tradicionais e remanescentes. Tais fatores, os tornaram resistentes, pois tiveram suas identidades violentadas pelas dores da escravidão. Em nosso cotidiano há um reforço gritante das desigualdades sociais entre negros e brancos, expondo-os a situações de vulnerabilidade social, exclusão e enfrentamentos cotidianos pela subsistência, vivendo uma constante violação a dignidade humana em nosso país.

A aproximação da atual gestora com a comunidade veio de muito antes da sua atuação em frente a pasta municipal, se deu desde sua estadia na função de Secretária de Desenvolvimento Social na gestão anterior, na qual acolheu essa comunidade, projetando melhoria da qualidade de vida daquelas famílias como ideal a ser alcançado enquanto Assistente Social. Edione Agostinone, mulher de fibra, coragem e idealizadora das políticas de assistência aos grupos minoritários, tornou-se após 100 anos de emancipação política a primeira mulher a ocupar o Executivo Municipal, comprometeu-se com a comunidade que mudaria aquela dura e triste realidade.

Há alguns meses as barreiras de aproximação com a comunidade vem sendo quebrada, nas ruas, que antes eram de difícil acesso, foram realizadas pequenos reparos para facilitar o acesso dentro da comunidade. Mas o sonho de melhorar a vida das famílias estava apenas começando. Como marco divisor de águas de sua gestão, após uma busca incansável por recursos, a egrégia prefeita municipal deu início a obra de construção das novas casas em fevereiro de 2023 para as famílias que ali residem.

O que chama atenção de muitos no vídeo que viralizou nas redes sociais é a agilidade da criança ao tecer a trança, o afeto e afago. Porém, para além do ato, está os saberes e fazeres ancestrais ali demonstrados. Para os povos remanescentes de quilombo, na cultura do povo preto as tranças têm todo um significado subjetivo, simboliza literalmente a fuga para liberdade durante o período de escravidão. Mais do que manusear o cabelo, dando uma forma, as tranças são símbolos de poder, luta, resistência ostensiva, desejo pela liberdade.

Na formação identitária da população negra, a trança, tem um importante papel social e cultural. Para Lody (2004) cuidar dos cabelos é antes de tudo, cuidar da cabeça, um espaço profundamente simbólico. É, por extensão, cuidar da pessoa. Pentear os cabelos é um momento ritualizado de vivenciar tudo que a cabeça representa para a pessoa e para seu grupo. O ato de cuidar da cabeça do outro é proteção, é zelar pelo ori (cabeça em iorubá), o que governa o corpo.

Assim, a demonstração de afeto exercida pela criança está impregnada de identidade e ancestralidade, Hall (2003), ao pensar a identidade cultural, estabelece um entendimento em que os valores culturais são mantidos como elementos permeáveis às mudanças empreendidas pelas migrações territoriais. É um grito de liberdade, as representações de luta ancestral pelo fim da escravidão, da invisibilidade. Ele não falou, ele ecoou liberdade. Edione Agostinone se torna sinônimo de força, promessa de liberdade para aquele povo e esperança de mudanças em uma quebra de paradigmas sociais.
Evanilda Teles dos Santos Pedrosa Mestra em Relações Étnicas e Contemporaneidade PPGREC/UESBEspecialista em Políticas Públicas da Educação

REFERÊNCIAS

HALL, Stuart. Da Diáspora: Identidade e Mediações Culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

LODY, Raul. Cabelos de Axé: Identidade e Resistência. Rio de Janeiro: Editora SENAC Nacional, 2004.

Desfile do Projeto Mão Amiga abrilhantou o Circuito do São Pedro

 

Com a proposta de quebrar padrões estabelecidos pelo universo dos desfiles de passarela, o Projeto Mão Amiga, através de Thiago Santana, decidiu acolher e dar destaque à beleza da maioria da população brasileira. O Projeto deu a voz e oportunidade para mulheres e homens vivenciarem o mundo da moda, o desfile foi apresentado pela Secretária de Educação Erlândia Souza, mulher negra, bastante inteligente e ativista.

Foto: Divulgação

O desfile Beleza e Negritude abriu portas para população preta nas passarelas. O evento ocorreu no Espaço Álvaro Jardim, e contou com 12 modelos. “Tivemos modelos desfilando de todos os jeitos, desde plus size, até o padrão imposto pela sociedade. Queremos quebrar esse padrão de colocar o negro em uma passarela assimilado à periferia, à pobreza. Nosso intuito enquanto Projeto é mostrar que a população negra pode ocupar o espaço que ela quiser”, ressaltou Mônica Souza Presidente da Associação e Projeto Mão Amiga.

Foto: Divulgação

Com uma estrutura ainda maior esse ano, o desfile realizado na Praça Álvaro Jardim, proporcionou mais conforto e comodidade ao público. Muitas pessoas assistiram o desfile dirigido por Thiago Santana, Amauri organizador de passarela, Rodrigo Afro estilista, Maria Secretária, Ana Margarida e Cleber Lima presidente de mesa.

Corpo de Jurados

A bancada de Jurados foi de muita representatividade e competência, Débora Azevedo Advogada professora de Inglês, Roberta Miranda presidente da Associação AMA de Aiquara, o popular sorriso funcionário do correio, Silvana Rodrigues, Letróloga, Maria Novais letróloga, Gilvando presidente do conselho de Cultura do município de Gandu, Tony Moreno Secretário de Cultura do Município de Aiquara, Neide Pereira locutora.

Os modelos que desfilaram foram: Marilene Cerqueira, Cloves Lajes, Jennifer Santos, Roger Martins, Rafael Andrade, Thamilles Cardoso, Tarcísio Souza, Adriane Freitas, Victoria Ohana, Miguel Souza.

Ganhadores

Foto: Divulgação

1° lugar, Cloves Lajes e Jhenefer Santos.
2° lugar Rafael Andrade e Victoria Ohana
3° Thamilles e Thacisio.

O desfile 2022 surgiu com força e potência de ativismo, com a participação do ACS Gilvando morador de Gandu-Ba, declamando uma linda poesia. Contou também com o grupo de dança enigma dirigido por Edmilson cordeiro, para fechar o evento.

“O Desfile da Beleza Negra veio para trazer essa representatividade, para mostrar que a pessoa negra é linda, além de trabalhar com a autoestima de muitas mulheres e homens”, acrescentou o idealizador do evento.

Estendemos aqui mais uma vez agradecimento a todo comércio de Ipiaú que abraçou o evento, a nossa prefeita Maria por permitir a realização no circuito do S. Pedro, ao Vereador Orlando, aos dois Sites da cidade pelas divulgações, e a nossa grande apresentadora Erlândia Souza.

“Agradecemos aos comerciantes de Ipiaú por ter abraçado essa causa, JR Modas, Ney Modas, Kakos Stillus, Modas Flor, Super Modas, Oliveira Magazine, Condimentos Q’Delicia, Racco, Soneca Multimarcas, Lojas Ana Lia, Oralmed, Flor do Desejo, Garagem Lukase, Eliece Store, Vereador Orlando Santos por ter doado os dois primeiros prêmios em dinheiro”, completou Mônica Souza, presidente do Projeto Mão Amiga./por: Giro Ipiaú.

Por que a Bahia comemora a independência em 2 de julho?

Embora praticamente desconhecida em outras regiões do país, festa de 2 de julho é a segunda maior da Bahia, apenas atrás do carnaval.

Um turista desavisado que desembarque em Salvador no dia 2 de julho pode pensar que fez uma viagem no tempo e chegou à cidade em pleno Carnaval, alguns meses antes de ter partido. Mas não, ele desembarcou na data certa. A festa é outra.

Embora praticamente desconhecida em outras regiões do país, é uma das maiores da Bahia. Nela, os baianos comemoram a expulsão das tropas portuguesas e a independência do Estado, ocorrida no mesmo dia de 1823, depois de um ano e cinco meses de uma guerra sangrenta, que envolveu de 10 a 15 mil soldados de cada lado e causou mais de duas mil mortes em combate.

A festa remete à chegada a Salvador, em 2 de julho de 1823, do exército — se é que a palavra se aplica a uma tropa maltrapilha — libertador brasileiro, que havia expulsado os portugueses. Os primeiros soldados começaram a chegar pela manhã. Não pareciam fazer parte de um exército vitorioso. Estavam descalços, quase nus, fracos e cansados.

Situação bem diferente da cena do quadro Entrada do Exército Libertador, do artista Presciliano Silva, pintado em 1930 e hoje exposto no Memorial da Câmara Municipal de Salvador. Ele mostra o comandante brasileiro, o então coronel Joaquim de Lima e Silva, tio de Luiz Alves de Lima e Silva, o futuro Duque de Caxias, montado num belíssimo cavalo alazão, seguido por um exército de homens muito contentes, alegres e saudáveis.
De acordo com o escritor, historiador e autor de vários livros sobre a história da Bahia, Luiz Henrique Dias Tavares (1926-2020), em entrevista publicada pela revista Pesquisa Fapesp, em janeiro de 2006, a obra "não representa a verdade". Segundo Laurentino Gomes, em seu livro 1822, os moradores, que já sabiam que os portugueses haviam partido de madrugada, receberam os soldados com festa naquele dia. "E com festa ainda são lembrados todos os anos no dia 2 de julho."

Festa popular
Diferentemente das comemorações de 7 de setembro, que têm caráter mais militar em todo o Brasil — e na própria Bahia — os festejos de 2 julho têm maior participação popular, com desfiles pelas ruas e festas nas casas de Salvador, que duram o dia todo.

A data marca o fim de uma guerra que começou em 1822.

"A Guerra de Independência na Bahia começou dois meses e meio antes do Grito do Ipiranga, quando a câmara da cidade de Cachoeira aclamou D. Pedro como príncipe regente, desligando-se das Cortes de Lisboa", conta o historiador e escritor Paulo Rezzutti, autor do livro Independência, a história não contada: a construção do Brasil de 1500 a 1825.
Os portugueses não gostaram dessa decisão e, com o auxílio de um navio, atacaram pessoas que estavam saindo de uma missa em celebração, mas a população e os soldados reagiram, até que a embarcação se rendesse.

Mas antes disso, houve vários eventos que levaram a esse combate. De acordo com o historiador Francisco Eduardo Torres Cancela, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), a guerra no Estado aconteceu num contexto geral de grandes transformações, a chamada era das revoluções.

"Em agosto de 1820, eclodiu na cidade do Porto uma revolução liberal que, entre outras coisas, defendia o retorno do rei d. João 6º para Portugal e a elaboração de uma constituição para o país", explica.

Segundo Cancela, a recepção dos ideais constitucionalistas na Bahia alimentou uma expectativa de mudança, ainda que sem uma perspectiva de ruptura imediata com o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, levando a uma rápida adesão da província às Cortes Gerais, Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa, que era uma espécie de parlamento na época.

"No entanto, as medidas delas referentes ao Brasil começaram a restringir a autonomia anteriormente conquistada, gerando tensões entre diferentes grupos e alterando o jogo de equilíbrio de poder", explica Cancela.

"Foi nessa conjuntura que as divergências sobre a autoridade política acabaram se transformando em conflito armado na Bahia."

Do ponto de vista factual, os antecedentes da guerra começaram em 10 de fevereiro de 1821, quando houve um levante contra o governador local, que levou à criação de uma junta de governo provisória.

"Por meio de decretos, com o intuito de desarticular qualquer iniciativa de implantação de um poder executivo no Brasil, em setembro de 1821, o governo português alterou o comando militar do Brasil subordinando-o a Lisboa", conta o historiador Walter Silva, diretor do Centro de Memória da Bahia (CMB), unidade gerida pela Fundação Pedro Calmon (FPC) da Secretaria de Cultura da Bahia. "Além disso, determinaram o retorno do príncipe d. Pedro para Portugal."
Segundo Rezzutti, a junta provisória, que obedecia diretamente a Lisboa, e não ao príncipe regente no Rio de Janeiro, passou a ter brasileiros em altos postos, entre os quais o militar Manuel Pedro de Freitas Guimarães, que assumiu o comando de armas da província.

As Cortes Constitucionais de Lisboa não gostaram da situação. Por isso, determinaram eleições para uma nova junta de governo em janeiro de 1822, que tomou posse em 2 de fevereiro e parecia mais propensa a aceitar a liderança de d. Pedro, em vez da de Lisboa.

Essa junta confirmou Guimarães como comandante de armas, no entanto, o que gerou conflito com os militares portugueses, especialmente a partir de 11 de fevereiro, quando chegou de Portugal a nomeação, por meio de um decreto de 9 de dezembro de 1821, do militar português Inácio Luís Madeira de Melo para o posto.

E foi aí que a guerra começou de fato. Veterano das guerras de Portugal contra Napoleão Bonaparte, semianalfabeto e autoritário, o general Madeira de Melo tentou subjugar a Bahia pelas armas. Como não poderia deixar de acontecer naquele contexto, houve reação. No dia 19 de fevereiro daquele ano, logo de manhã, militares brasileiros se rebelaram contra a decisão das Cortes, no forte de São Pedro, onde ainda hoje funciona uma unidade militar, e nos quartéis da Palma e da Mouraria.
Madeira de Melo exigiu a rendição dos rebelados, mas eles não o atenderam. Então ele mandou bombardear o forte e os quartéis. Sem condições de resistir, no dia seguinte os brasileiros abandonaram as instalações e foram para a cidade. De acordo com o historiador Johny Santana de Araújo, a partir desse dia, tropas portuguesa e forças baianas passaram a lutar abertamente nas ruas de Salvador.

"Foi ficando cada vez mais evidente que havia dois partidos com interesses antagônicos, um português e um brasileiro, o que acabou criando uma tensão cada vez maior e levando a província a uma guerra civil", diz.

Saques e tumultos

Os combates duraram quatro dias. De acordo com Gomes, em seu livro 1822, saques, tumultos e quebra-quebras tomaram conta da cidade, nos quais de 200 a 300 pessoas foram mortas. Entre elas, estava a primeira mártir da guerra, Joana Angélica de Jesus, superiora do Convento da Lapa, em Salvador. Ela foi assassinada com por soldados portugueses, que queriam invadir o local em busca de munição e dos nativistas contrários ao general Madeira de Melo.

Soror Angélica tentou impedir que os soldados entrassem no claustro, que era vedado para os homens, e acabou sendo morta com golpes de baioneta. O capelão Daniel Nunes da Silva também foi ferido no ataque, mas não morreu.
Segundo Araújo, entre maio e junho de 1822, nas câmaras municipais da região do Recôncavo, começaram a se fazer conclamações a d. Pedro para se tornar defensor perpétuo do Brasil, título oferecido em 13 de maio ao príncipe pelo Senado da Câmara do Rio de Janeiro. "Essas ações eram abertamente contrárias às vontades das Cortes de Lisboa, de levar o príncipe regente de volta a Portugal, e acabaram provocando a reação das tropas portuguesas estacionadas em Salvador", acrescenta.

Rezzutti lembra que, na época, as vilas do Recôncavo, que sustentavam a economia da Bahia, cada vez mais se voltavam para o Rio de Janeiro. Os baianos passaram a considerar a ideia de um Brasil unido ao redor do príncipe regente, como a única maneira de evitar a recolonização do país. "Em 25 de junho, a Câmara da Vila de Cachoeira, com a presença de oficiais brasileiros, do clero e do povo, aclamou D. Pedro como regente do Reino do Brasil, e os cidadãos decidiram não obedecer mais a Madeira de Melo", conta.

Eles pagaram um preço por isso, no entanto. Os portugueses, a bordo de uma canhoneira ancorado do Rio Paraguaçu, que banha a cidade, abriram fogo contra a vila em festa. "Após a aclamação, seguiu-se um cortejo para uma missa, que foi atacado a partir do rio, assim como a vizinha cidade de São Félix", conta Araújo. "Esse ataque marca oficialmente o início da Guerra da Independência na Bahia."

Mas os brasileiros de Cachoeira reagiram e reverteram a situação. Gomes relata que no amanhecer do dia seguinte, uma improvisada flotilha de canoas e pequenos barcos de pesca cercou a canhoneira de todos os lados.

"Na falta de equipamentos mais modernos, os brasileiros usavam espingardas de caça e um canhão antiquíssimo, exibido até então como relíquia na praça da cidade. Sem comida e munição, na tarde do dia 28 o comandante português e seus 26 marinheiros finalmente se renderam. Foi a mais singela, e talvez a mais heroica, de todas as batalhas navais da independência brasileira."
De acordo com Silva, instaurado o conflito e eclodida a guerra, a população em sua grande parte composta por homens negros escravizados, vislumbrando a possibilidade de garantir sua liberdade aderiu à causa. "É fundamental reafirmar a importância da participação do povo (o índio, o caboclo, o negro africano escravizado, o livre) em busca de sua liberdade", diz.

"Porque foi em nome da liberdade que o povo majoritariamente das vilas da região do Recôncavo baiano, munido de armamento improvisado (facão, foice, enxada e outros) foi para o front, para as trincheiras, formando diversos batalhões patrióticos."

Entre eles, Silva cita o dos Voluntários do Príncipe Dom Pedro, que ficou conhecido dos Periquitos, por causa da cor da farda, os Voluntários da Vila de São Francisco e a Companhia dos Caçadores de Santo Amaro, por exemplo.

"Num segundo momento, esses batalhões formaram o Exército Pacificador, comandado pelo general francês Pierre Labatut", acrescenta Silva. "Hoje, o povo que é representado nas comemorações em diversos municípios da Bahia pelas figuras da Cabocla e do Caboclo."
Veterano como Madeira de Melo das guerras napoleônicos, só que pelo lado francês, Labatut foi contratado por d. Pedro para organizar as forças brasileiras na Bahia em um exército regular. Em 3 de julho de 1822, ele foi nomeado pelo príncipe regente como comandante das forças brasileiras, o chamado Exército Pacificador, que combateu as forças de Madeira de Melo. Em 17 de julho ele partiu do Rio de Janeiro para Salvador, levando armas, munições e cerca de 300 homens, entre soldados e oficiais.

Ele deveria desembarcar na capital, mas foi impedido por navios de guerra lusos, que patrulhavas as águas ao largo. Sua esquadra rumou até Maceió, onde ele e suas tropas desembarcaram, em 21 de agosto. Dali, ele foi por terra até o Recife e de lá iniciou a marcha de volta a Salvador, alistando combatentes pelo caminho, numa difícil viagem de três meses.

Neste ínterim, os portugueses receberam reforços na capital baiana. "Em agosto, chegaram 620 soldados enviados pelas Cortes e, em outubro, 10 navios de guerra, levando o total de tropas portuguesas na Bahia a 15 mil homens", conta Rezzutti.

A maior e mais decisiva batalha entre os dois exércitos aconteceu no mês seguinte. "Madeira de Melo começou a tentar furar o bloqueio feito pelos brasileiros em torno de Salvador e avançar para o norte, enquanto as tropas de Labatut marchavam para o sul, na direção da cidade", diz Rezzutti.

"Os dois exércitos se encontraram em 8 de novembro em Pirajá, na periferia de Salvador." Durante 10 horas, cerca de 10 mil soldados combateram com ferocidade.

Esse combate consagrou uma heroína e deu origem a um mito. A primeira é Maria Quitéria de Jesus, então com 30 anos. Nascida em Feira de Santana, em 27 de julho de 1792, ela foi a primeira mulher nas forças armadas brasileiras. Mas para isso, se disfarçou de homem - cortou, amarrou os seios e vestiu roupas masculinas - e se alistou como soldado Medeiros. Pouco depois o pai dela descobriu o estratagema e foi até o quartel para levá-la de volta para casa.
Não conseguiu. Os colegas, impressionados com sua pontaria, coragem e habilidade nos combates, pediram para Maria Quitéria ficar. O comandante concordou, mas exigiu que a partir dali ela usasse um saiote. "Maria Quitéria esteve envolvida em vários combates, juntamente com a sua unidade o Batalhão de Voluntários do Príncipe, do qual fazia parte", conta Araújo.


Em fins de outubro de 1822, ela já estava ativamente participando da defesa da ilha de Maré e na sequência seguiu para as localidades de Conceição, Pituba, e a cidade de Itapuã. Neste caso, ela foi citada na ordem do dia por sua valentia em atacara uma trincheira inimiga, fazendo vários prisioneiros.


"Em abril, avançando com água até os seios, impediu o desembarque de tropas inimigas na barra do Paraguaçu", diz Rezzutti. "Foi recebida em júbilo em Salvador, junto com o exército que libertou a cidade dos portugueses, em 2 de julho de 1823."


No dia 20 de agosto, ela foi recebida no Rio de Janeiro pelo já então imperador d. Pedro I, que pessoalmente a condecorou com a Imperial Ordem do Cruzeiro do Sul. Também lhe foi concedida, pelo resto da vida, uma pensão militar, pela sua bravura em combate. "Maria Quitéria teria, na ocasião, pedido ao imperador que escrevesse ao seu pai para perdoá-la", revela Rezzutti.


O mito é a história do corneteiro Luís Lopes. Os brasileiros estavam em menor número e começaram em desvantagem, tanto que o comandante das tropas decidiu dar ordem de retirada. Mas Lopes, ao invés de dar esse toque, se confundiu e deu o de "cavalaria, avançar e degolar". Os portugueses se assustaram, porque não estavam vendo cavalaria nenhuma, e recuaram em pânico.


Na verdade, não havia cavalaria mesmo. Isso deu espaço aos brasileiros para avançar e derrotar o inimigo. Alguns dizem que a história, outros que não. O certo é que não há documentação sobre ela.
A segunda e última tentativa de os portugueses de furar o cerco de Salvador pelos brasileiros ocorreu em 7 de janeiro de 1823. Segundo Gomes, foi um ataque cerrado à ilha de Itaparica, com "40 barcas, dois brigues de guerra e lanchas canhoneiras contra a fortaleza de São Lourenço e o povoado". Mas os baianos resistiram heroicamente e depois de três dias de combates, derrotaram os inimigos, que tiveram cerca de 500 mortes. A batalha era decisiva, pois se eles vencessem teriam rompido o bloqueio brasileiro.

Mesmo cercado e com escassez de alimentos e de tudo, Madeira de Melo se recusou a se render. Em vez disso, embarcou suas tropas, num total de cerca de 10 a 12 mil, e zarpou rumo a Portugal, 300 anos depois da chegada de Pedro Álvares Cabral.

Segundo o historiador Pablo Antonio Iglesias Magalhães, da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), a expulsão dos militares portugueses da cidade do Salvador impediu que Portugal mantivesse um porto estratégico no Atlântico sul. "Além disso, possibilitou, nos anos seguintes, a formação do território sob uma unidade constitucional", diz. "Um enclave militar português na segunda maior cidade do Brasil poderia ser um fator de instabilidade."

Para Araújo, a vitória brasileira consolidou a derrota política e militar dos portugueses na Bahia. "Isso contribuiriam para a independência da Bahia, considerada por muitos pesquisadores e comentadores como marco para a efetiva e prática independência do Brasil", diz.

Seja como for, os baianos estão comemorando até hoje. "As comemorações pela Independência do Brasil na Bahia, popularmente conhecida como 2 de Julho, teve início poucos anos depois da data magna do 2 de julho de 1823", diz Silva. "Ela é marcada por um desfile que remonta a entrada do Exército Pacificador na cidade de Salvador, após a fuga dos português vencidos por uma estratégia, que lhes cercou dentro da cidade restringindo o acesso aos mantimentos necessários no front."
As comemorações começam em Cachoeira, de onde sai a tocha simbólica em direção a Pirajá, em Salvador. Além disso, é realizado o Te Deum, cerimônia religiosa em uma igreja de grande relevância da capital (este ano, na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no dia 1º de julho,), uma homenagem da Câmara Municipal aos heróis da Independência e uma cerimônia cívica do 2º Distrito Naval.

O desfile realizado no dia 2 de julho tem percurso entre a Lapinha e o Campo Grande, e conta com a presença do Caboclo e da Cabocla, símbolos da guerra pela independência baiana e da cultura local. "No caminho, grupamentos militares, fanfarras e grupos culturais fazem um lindo cortejo nos turnos da manhã e da tarde que mostra a diversidade presente na Bahia", orgulha-se Fernando Guerreiro, presidente da Fundação Gregório de Mattos, órgão municipal responsável pelas festividades do 2 de Julho, em Salvador. "Ao final do desfile, a tocha é acesa por um atleta de destaque no estado, em cerimônia no Campo Grande, com a presença das forças armadas e autoridades públicas."

Festa rica e emblemática

Para ele, a festa do 2 de Julho é a comemoração mais rica e emblemática da cidade. "Ela une espírito cívico, religiosidade e viés profano", explica. "O caboclo e a cabocla voltam às ruas, podendo ser reverenciados e marcarem seu espaço no nosso território. O 2 de julho precisa da rua e do povo para ser comemorado e reverenciado. Muita alegria com essa volta à normalidade, depois da pandemia, e a ocupação de nosso território e nosso espaço."

Apesar de sua grandeza, poucas pessoas de outras regiões conhecem ou já ouviram falar na guerra da independência na Bahia e nas comemorações de 2 de julho na Bahia. "A História do Brasil é feita na perspectiva do Centro sul do país, notadamente instituições no Rio de Janeiro e São Paulo", diz o historiador Pablo Antonio Iglesias Magalhães, da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). "A busca do projeto de unidade constitucional conduziu a um pagamento da história de forças políticas provinciais, sendo que muitos personagens foram absorvidos pelos gabinetes políticos de D. Pedro 1º."

Segundo ele, com exceção dos estudos de Braz do Amaral e de Luís Henrique Dias Tavares, muitos elementos foram omitidos, proposital ou por ignorância, da guerra de independência do Brasil na Bahia. Mas aos isso começa a mudar, no entanto. "Hoje, as universidades do interior do estado da Bahia, por meio dos seus professores e programas de pós-graduação, começam a desempenhar papel estratégico na recuperação dessa história", explica. "E fazem mesmo com poucos recursos para pesquisas sérias."

Beleza e Negritude será a 2ª edição do desfile promovido pelo Projeto Mão Amiga.

Beleza e Negritude será a 2ª edição do desfile promovido pelo Projeto Mão Amiga, através da pasta de arte e cultura dirigida por Thiago Santana.

O Projeto Mão Amiga, convida todos vocês para participar desse mega evento no dia 02 de Julho às 18h:00, dentro dos festejos do São Pedro.

A ideia desse evento é de acolhimento para o povo preto exaltar sua beleza e negritude.

O Beleza e Negritude é um projeto de desfile onde nosso foco é a beleza e a identidade negra, presentes, mas infelizmente ocultada e invisibilizada pela ausência de representação em vários espaços , entre eles, os desfiles, onde o padrão branco impera nas passarelas. Desse modo, todos os espaços devem refletir nossos corpos, cultura, ancestralidade, conhecimentos e identidade, numa luta antirracista.

Cada cabelo amaranhado, traços negroides que incomodam e pele escura, são caminhos de afirmação e devem ser vistos e valorizados de forma positivada o que nossa beleza negra carrega.

Então, esse evento é também uma forma de fortalecer nossa identidade e nos ajuda a refletir sobre como nossa imagem negra afirmada se apresenta e deve ser representada diante de uma sociedade que não se diz negra.
Precisamos ocupar nossos espaços. 
Precisamos respeitar os corpos negros
Precisamos de representatividade.

2º dia do FLIN é marcado pela participação de Itamar Vieira Junior, Auritha Tabajara e Michelliny Verunschk

Além dos literários o evento contou com o influenciador digital Adriel Bispo e estudantes da rede estadual numa discussão sobre os livros e a juventude

As transformações do mundo foi pauta da mesa que trouxe o premiado autor Itamar Vieira Junior e a escritora Paulliny Tort para o Ginásio Poliesportivo de Cajazeiras, dentro do Festival Literário Nacional - FLIN, organizado pelo Governo do Estado da Bahia, através da Fundação Pedro Calmon (FPC/SecultBA). Além da mesa, editoras baianas trouxeram publicações para a Passarela do Livro.
Em um diálogo sobre a terra, Itamar Vieira Junior, que retornou ao bairro de Cajazeiras para o evento, lembra da infância e da visita aos seus familiares na região. “Cajazeiras, embora tenha os efeitos da urbanidade, nos lembra aquele cheiro de áreas verdes, de imagens que nos esquecemos com a ideia de progresso”, relatou o ganhador do Prêmio Jabuti. 

A partir das provocações do jornalista Renato Cordeiro, os autores refletiram sobre o conceito da mesa ‘O mundo que nos restará a partir de agora’. “O mundo é um personagem que interage com a gente e nossas transformações”, ilustrou o autor de ‘Torto Arado’, que apontou como a leitura nos ajuda a refletir sobre a finitude do tempo e da vida.

Durante a manhã, o palco Arena recebeu a paraibana Michelliny Verunshk e a cordelista cearense Auritha Tabajara para a mesa ‘Onça que ruge, onça que fala’. “O país não reconhece a sua história indígena, o que impossibilita o ensinamento de outras narrativas nacionais”, pontua Auritha. Em seu trabalho ‘O Som do Rugido’, Michelliny recria uma análise do antropólogo Boaventura Sousa Santos através do verso “Somos todos onça, exceto quem não é”. As autoras discutiram a presença dos saberes dos povos tradicionais em suas escritas.

Com o intuito de trabalhar com outros campos da leitura, o Espaço Virtual - Boca de Afofô surge no FLIN como um ‘mesacast’, com o mote ‘Sua história passa por aqui’, mediado por Clíssio Santana, coordenador do espaço e Camilla França, jornalista e apresentadora do Umbu Podcast. Nesta sexta-feira (11) o espaço reuniu nomes como o humorista Tiago Banha, o jornalista André Santana, o mobilizador social Cairo Costa, a poeta Jeane Oliveira e o antropólogo Felipe Tuxá. Com discussões sobre a seriedade e o riso e a cultura como forma de educação social, o ‘mesacast’ teve transmissão ao vivo pelo canal do youtube da FPC (@fpedrocalmon).

A vivência de crianças e adolescentes com a leitura, foi destaque na manhã do segundo dia do FLIN. A mesa “Os Livros, A Leitura e Suas Crias”, discutiu a relação dos jovens com os livros e a leitura. O bate-papo contou com a presença do digital influencer, Adriel Bispo e dos estudantes Felipe Sacramento e Ana Beatryz, com mediação da professora do Colégio Estadual Edvaldo Brandão, Liliane Vasconcelos. Com uma plateia lotada de crianças e adolescentes, a conversa trouxe temas como racismo e responsabilidade social, trazidos pela visão dos jovens. “A leitura mudou minha presença na sociedade, me ajudou na formação como uma pessoa negra”, declara Adriel.

Livros lançam outras perspectivas do mundo

“Literatura é a base da revolução de uma sociedade. Se nos atrelamos ao saber podemos caminhar com tudo isso. Eu sou de uma época em que nos livros estavam escritos que a população negra era escrava, hoje, os livros nos dizem que este povo foi escravizado”, avalia Suely de Melo, chefe de gabinete da FPC. “Lançamentos como o que acontecem aqui traz para Cajazeiras, e para outros contextos, atualizações do mundo em que vivemos”, destacou.

Entre os lançamentos da tarde, estiveram os livros de Itamar Vieira Junior, “Dorimar ou a Odisséia”, e publicações de outras editoras. Ana Fátima, à frente da Ereginga Educação, uma editora voltada a publicação de obras de autoria negra e com foco no público infanto-juvenil destacou a importância do Flin. “Este momento revitaliza nossas imagens e emoções, põe o público em contato direto com as obras e os escritores, e é uma oportunidade primordial”, ressaltou.

No último dia do Flin, 11 de junho, a manhã traz a paraibana Bixarte e o escritor baiano Esteban Rodrigues, que conversam sobre como a literatura impacta na saúde mental de pessoas trans. Durante a tarde, a resenha e o riso ficam por conta dos humoristas Jhordan Matheus e Tiago Banha, e no encerramento da programação a Banda Afrocidade sobe ao palco do festival.

Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

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