Mostrando postagens com marcador Brasil. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Brasil. Mostrar todas as postagens

Bancada ruralista apresenta notícia-crime contra governo Lula por demarcação de terras indígenas

A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) apresentou junto à PGR (Procuradoria-Geral da República) uma notícia-crime contra o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça) e o presidente Lula (PT) por terem assinado atos de homologação de terras indígenas durante a COP30, conferência da ONU sobre clima.

Na notícia-crime, a FPA pede que a PGR investigue se Lula, Lewandowski e funcionários públicos cometeram crime de prevaricação ao assinarem atos que antecederam a edição de quatro decretos que homologaram terras indígenas e dez portarias declaratórias de terras indígenas.

Na peça, os ruralistas afirmam que os atos foram editados sem qualquer menção à Lei do Marco Temporal, aprovada pelos parlamentares em outubro de 2023, vetada parcialmente por Lula e promulgada pelo Congresso em dezembro do mesmo ano, após os vetos serem rejeitados. A lei tem a constitucionalidade questionada por ações no STF (Supremo Tribunal Federal).

"Sabe-se que a Lei 14.701/2023 está em vigor, sem qualquer tipo de suspensão de seus efeitos", indica a peça. "Norma essa aprovada por ampla maioria no Congresso Nacional visando trazer segurança jurídica e paz ao campo."

"Ocorre que, mesmo com sua vigência, as autoridades e funcionários públicos acima mencionados parecem esquecer sua vinculação à Lei e respeito ao princípio da legalidade", continua o texto. "De modo a construir narrativas, sem respeitar as normas internas, editaram vários atos para discursarem no evento internacional COP30."
A notícia-crime afirma que comete prevaricação quem "retarda ou deixa de praticar, indevidamente ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal".

"É preciso que atitudes concretas sejam tomadas, a prevaricação é crime que atenta contra a administração pública, maculando a moralidade administrativa e a regularidade dos serviços públicos", complementa. "Frisa-se novamente, não há espaço para que administradores públicos afastem lei vigente. Mostra-se imperioso o respeito e a submissão à Lei."

Por Danielle Brant, Folhapress

Explosão em ministério na Esplanada deixa homem gravemente ferido. Veja vídeo

Uma subestação de energia ao lado do Bloco C da Esplanada dos Ministérios explodiu e 27 pessoas tiveram que ser socorridas
O Bloco C da Esplanada dos Ministérios, onde funciona o Ministério da Igualdade Racial e outras cinco pastas, foi evacuado por volta das 10h desta terça-feira (25/11). Segundo o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, houve uma explosão em uma subestação de energia perto do local. Os servidores evacuaram o prédio com auxílio das equipes do CBMDF.
Um trabalhador ficou gravemente ferido e teve 60% do corpo queimado. O terceirizado estava com outras dois trabalhadores que também tiveram ferimentos em menor gravidade. Outras 27 pessoas foram atendidas no local e, no total, seis foram hospitalizadas.

“No geral, a maioria estavam apenas com intoxicação leve por ter inalado a fumaça. Das 27 vítimas atendidas na triagem, apenas três tiveram de ser transportadas ao ambiente hospital”, explicou o capitão do CBMDF Charles Palomino.

A servidora Joana Silva, de 27 anos, relatou que pessoas ficaram presas no elevador após o começo do incêndio. “A gente só escutou a explosão e a fumaça preta subindo rápido. Foi questão de segundos. Teve gente que ficou presa em elevador, mas a maioria desceu pela escada de incêndio até de forma tranquila, apesar do desespero.”

A subestação onde fica o gerador do ministério fica na parte externa do Bloco C. A explosão ocorreu durante um serviço de manutenção realizado por funcionários terceirizados.

A vítima mais grave, que teve 60% do corpo queimado, era o funcionário que trabalhava diretamente no gerador no momento em que ocorreu a explosão.

Uma outra vítima estava no local e também ficou ferida, mas sem queimaduras.

Já a terceira vítima, também funcionário da empresa, estava fora da subestação e buscou resgatar as outras duas vítimas, resultando apenas em intoxicação a ele.

Em nota, a CEB Ipes informou que a subestação que explodiu é de uso compartilhado com a distribuidora de energia (Neonergia) e que os trabalhadores feridos utilizavam todos equipamentos de segurança.

“Nesta terça-feira, durante serviço de manutenção, ocorreu um acidente envolvendo um funcionário terceirizado, que utilizava uniforme antichamas e todos os EPIs recomendados. Ele recebeu atendimento imediato do Corpo de Bombeiros e foi encaminhado ao hospital. A CEB Ipes acompanha de perto a situação do prestador de serviço e ressalta que a subestação está com a situação totalmente controlada”, informou a nota.

As causas do acidente estão sendo investigadas.

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), que administra o Bloco C informou que o prédio seguirá interditado ao longo do dia.

Confira nota na íntegra

“O Ministério da Gestão e da Inovação informa sobre o incidente ocorrido na manhã desta terça-feira (24) na área externa o Bloco C na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A ocorrência teve início com um curto circuito elétrico em razão de uma intervenção realizada pela CEB IPES na subestação localizada na área externa do lado oeste do bloco C.

Em razão do curto houve um princípio de incêndio que foi debelado pelas equipes de brigada de incêndio do prédio e pelo Corpo de Bombeiros Militar. A fumaça atingiu o interior do bloco C e houve necessidade de evacuação imediata. As equipes responsáveis atuaram de imediato seguindo o protocolo de evacuação.

Um técnico da CEB ficou ferido com mais gravidade e foi conduzido ao hospital, assim como 6 pessoas por inalação de fumaça. Segundo informações do Corpo de Bombeiros outras 20 pessoas foram atendidas no local. Polícia Militar e Corpo de Bombeiros seguem no bloco C.

A Secretaria de Serviços Compartilhados do MGI, responsável pela gestão administrativa do Bloco C — que abriga seis ministérios — solicitou aos dirigentes dessas pastas que orientem seus trabalhadores e trabalhadoras a cumprirem a jornada de hoje em teletrabalho.”

Carlos elogia Nikolas e Michelle chora em reunião do PL após prisão de Bolsonaro

A reunião realizada no PL nesta segunda-feira (24) com a família Bolsonaro e as bancadas do partido no Congresso para discutir ações a respeito da prisão do ex-presidente teve uma cobrança do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por unidade e um elogio de Carlos Bolsonaro ao deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

Todos os integrantes da família fizeram falas emocionadas a respeito de Bolsonaro, que foi preso preventivamente no sábado (22) após tentar violar tornozeleira eletrônica. Mas coube à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro um relato mais pessoal, com muito choro, segundo relatos de participantes.

A ex-primeira-dama falou que à noite, dormindo, Bolsonaro tem soluço e, às vezes, vomita e pode broncoaspirar. Ela disse que sabe a posição que tem de deixá-lo para evitar que isso aconteça, e agora teme que ele não tenha ninguém por perto para colocá-lo numa posição mais segura.

"Em várias noites, a preocupação dela era o presidente Bolsonaro em função ali do soluço possa broncoaspirar, e isso todo mundo sabe que gera complicações inclusive podendo ser fatais, e ele tá lá agora sozinho", disse Flávio a jornalistas, no final do encontro.

"Ele está dentro de um local, fechado, sozinho. Se acontecer algo, pode ser tarde demais para acudi-lo."

Isso não tem impedido Michelle de viajar pelo país para eventos políticos. No último sábado, por exemplo, quando Bolsonaro foi preso, ela estava no Ceará, onde participou de um evento do PL no dia anterior.

Flávio tornou-se o porta-voz oficial do pai, algo que já vem ocorrendo desde que foi determinada a prisão domiciliar do ex-presidente, em agosto. Na coletiva de imprensa, ele anunciou que o PL deverá fazer uma nova ofensiva no Congresso para destravar a tramitação do projeto de lei que dá anistia aos condenados pelos ataques golpistas do 8 de Janeiro, o que beneficiaria seu pai.

A portas fechadas, Flávio deu recado político para frear lavação de roupa suja entre aliados, que dominou o noticiário envolvendo bolsonaristas nas últimas semanas.

O filho do ex-presidente disse que, por orientação do pai, vai se reunir com cada liderança estadual para bater o martelo sobre as candidaturas majoritárias, e que isso vai acabar desagradando alguém, mas é preciso respeitar o comando e a decisão do ex-presidente, transmitidos por ele. Ele pede que a divergência seja comunicada internamente e que não haja crítica ou acusação feita por rede social.

O senador tem uma visita ao pai prevista para esta terça-feira (25).

Flávio não citou nenhum caso específico, mas o episódio mais recente ocorreu em Santa Catarina, onde a candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado levou a críticas de integrantes do partido e troca de ofensas públicas.

A jornalistas, Flávio negou que tenha pretensões de concorrer à Presidência no lugar do pai e disse que será Bolsonaro quem definirá o eventual candidato e quando isso será anunciado.

"[A definição] só vai acontecer quando sair da boca do presidente Bolsonaro e no momento em que ele entender ser melhor. Não é hora. Meu nome não está na mesa, pretendo ser candidato ao Senado. Não vou fazer movimento para que isso aconteça. Nosso problema é maravilhoso, porque temos vários candidatos competitivos, preparados, caso não possa ser Bolsonaro", afirmou.

Ainda de acordo com relatos de participantes, Carlos fez um elogio a Nikolas Ferreira. Em sua fala, o vereador afirmou ao correligionário que ele é um político de altíssimo nível, preparado e com uma capacidade especial de se comunicar. Ainda de acordo com relatos, o filho do ex-presidente disse que a cada dia que passa, ele admira mais o aliado.

O deputado de Minas Gerais vinha sendo alvo de críticas dos filhos de Bolsonaro, que acusavam o correligionário de abandonar o ex-presidente e cobravam maiores demonstrações de apoio.

Prestes a acabar a reunião, Nikolas pediu a palavra, agradeceu a fala de Carlos e pediu unidade na comunicação da família. Esse também foi um pleito do deputado Gustavo Gayer (PL-GO), segundo relatos. Neste momento, foi reforçado que o porta-voz da família é o senador Flávio Bolsonaro.

Por Marianna Holanda e Victoria Azevedo/Folhapress

Alcolumbre ironiza aceno de Messias e diz que indicado ao STF 'começou bem'

O gesto do advogado-geral da União, Jorge Messias, de fazer um elogio público ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para tentar reduzir a oposição à indicação de seu nome para ministro do STF, teve efeito oposto ao esperado por ele.

Em mensagem enviada a aliados na manhã desta segunda-feira (24), Alcolumbre reprovou a iniciativa.
Com ironia, disse que o indicado de Lula "começou bem", comunicando-se com ele via imprensa, em vez de um contato pessoal. Em nota, Messias afirmou que reconhece e louva "o relevante papel que o presidente Alcolumbre tem cumprido como integrante da Casa, que agora preside pela segunda vez, atuando como autêntico líder do Congresso, atento a elevados processos decisórios, em favor do país".

Interlocutores de Messias dizem que ele procurou Alcolumbre na última quinta-feira (20) para uma conversa, mas que não houve resposta do presidente do Senado, e por isso ele decidiu divulgar a nota.
Seria uma forma de manifestar respeito a Alcolumbre, uma vez que Messias está iniciando visitas a senadores para seu processo de confirmação.

O objetivo é estabelecer uma trégua com Alcolumbre, que se mostrou irritado com o fato de o presidente Lula ter escolhido Messias em vez do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu aliado.
Por Fábio Zanini/Folhapress

Dino aciona PF para investigar sumiço de verbas de emendas em prefeituras de quatro estados

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal investigue suspeitas de desvio de recursos de emendas parlamentares enviadas a cidades como Arari (MA), Zabelê (PB), Tartarugalzinho (AP) e Porto Walter (AC). A decisão se baseia em reportagens que revelaram o desaparecimento de verbas destinadas a obras públicas, indicando possíveis crimes e manobras para dificultar o rastreamento do dinheiro. Dino ordenou que os casos sejam anexados a inquéritos já existentes ou que novos sejam abertos. A reportagem é do jornal O Globo.

Em Arari, uma emenda de R$ 1,25 milhão enviada pelo deputado Pedro Lucas Fernandes para recuperar estradas vicinais sumiu das contas da prefeitura, segundo a atual gestão. Documentos mostram que o dinheiro foi pulverizado em diferentes contas do município, misturado a outras verbas e usado sem transparência. Situação semelhante ocorreu em Zabelê, onde uma emenda de R$ 3 milhões destinada à construção de um parque praticamente desapareceu após dezenas de transferências internas, restando apenas algumas centenas de reais na conta.

As investigações apontam um modus operandi que inclui múltiplas transferências para contas de passagem, mistura das verbas com gastos comuns e falta de comprovação da execução das obras prometidas. Segundo especialistas, o padrão se aproxima de técnicas de lavagem de dinheiro. Ao menos 80 apurações relacionadas ao mau uso de emendas estão em andamento no STF, envolvendo suspeitas de empresas fantasmas, laranjas e desvios em prefeituras de diferentes estados.

Por Redação

Esposa de Ramagem diz que fuga para Miami foi para ‘proteger a família’ após condenação no STF

A esposa do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), Rebeca Ramagem, publicou neste domingo (23) um post nas redes sociais comentando a fuga da família para Miami, nos Estados Unidos. No texto, ela afirma que viajou com a filha “há uma semana” com o objetivo de “proteger a família” e diz ser alvo de perseguição política e “lawfare”. Um vídeo divulgado por ela mostra as filhas reencontrando o parlamentar no aeroporto, indicando que a família deixou o país em momentos diferentes. A informação é do G1.

Ramagem foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 16 anos de prisão por organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe. Investigações apontam que ele deixou o Brasil em setembro, no período em que a 1ª Turma do STF julgava o núcleo central da trama golpista. A Corte havia determinado que o deputado entregasse o passaporte e permanecesse no país, mas a Polícia Federal apura agora se ele cruzou a fronteira pela Venezuela ou pela Guiana, possivelmente usando um carro alugado em Boa Vista.

A prisão preventiva de Ramagem já havia sido decretada de forma sigilosa pelo ministro Alexandre de Moraes, antes mesmo do pedido formal apresentado pelo PSOL. Após a condenação, o processo segue na fase de recursos, e a execução da pena pode ocorrer depois da análise final das defesas. Nos Estados Unidos, a esposa do parlamentar afirma que o Brasil não oferece “justiça imparcial”, enquanto as autoridades brasileiras investigam as circunstâncias da fuga. 

Médicos de Bolsonaro falam em 'confusão mental' no episódio da tornozeleira e suspendem remédio

A equipe médica de Jair Bolsonaro (PL) fala em um quadro de "confusão mental e alucinações" para descrever o episódio em que o ex-presidente tentou mexer na tornozeleira eletrônica e atribui isso à interação medicamentosa.

De acordo com os médicos, o uso da Pregalabina foi suspenso imediatamente e Bolsonaro está clinicamente bem. O episódio, que o ex-presidente classificou na sua audiência de custódia como momento de paranoia, levou à decretação da sua prisão preventiva na véspera.

A informação dos médicos consta em boletim médico assinado pelos médicos Cláudio Birolini e Leandro Echenique, que estiveram pela manhã com o ex-presidente na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde Bolsonaro está preso preventivamente.

"Na noite de sexta-feira, dia 21 de novembro, o ex-presidente apresentou quadro de confusão mental e alucinações, possivelmente induzido pelo uso do medicamento Pregabalina, receitado por outra médica, com objetivo de otimizar o tratamento, porém sem conhecimento ou consentimento dessa equipe", disse o relatório assinado pelos médicos.

"Esse medicamento apresenta importante interação com os medicamentos que ele [Bolsonaro] utiliza regularmente para tratamento de crises de soluços (Clorpromazina e Gabapentina) e tem como reconhecidos efeitos colaterais a alteração do estado mental com a possibilidade de confusão mental, desorientação, coordenação anormal, sedação, transtorno de equilíbrio, alucinações e transtornos cognitivos", diz ainda o texto.

De acordo com os médicos, o remédio foi suspenso e não há sintomas residuais até o momento.
Bolsonaro foi preso preventivamente neste sábado (22) pela PF por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), sob a justificativa de risco de fuga e ameaça à ordem pública.

Por Marianna Holanda/Folhapress

Governador Ronaldo Caiado é internado com arritmia após comentar prisão de Bolsonaro

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), foi internado neste sábado (22) no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, após apresentar um quadro de arritmia cardíaca. Segundo nota da equipe médica, assinada pela cardiologista Ludhmila Hajjar, ele está estável e consciente, passando por monitorização contínua. Os exames indicaram a necessidade de uma ablação para corrigir o distúrbio cardíaco, procedimento programado para as próximas 48 horas. A informação é do G1.

Mais cedo, antes da internação, Caiado havia comentado nas redes sociais sobre a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, classificando o episódio como “mais um triste capítulo da vida política nacional”. Ele manifestou solidariedade ao ex-presidente e afirmou acreditar que a decisão será revista pelo Supremo Tribunal Federal. Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes citou violação da tornozeleira de Bolsonaro e risco de fuga como justificativas para a prisão.

Com a nova fase do processo, o STF cancelou todas as visitas previamente autorizadas a Bolsonaro, incluindo a de Caiado, que estaria entre os 26 nomes habilitados a encontrá-lo. Enquanto segue em observação no hospital, o governador apresenta boa evolução clínica e permanecerá sob cuidados especializados até a realização do procedimento cardíaco.

Objetivo de Moraes é matar meu pai, diz Eduardo Bolsonaro sobre prisão

Filho de Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes busca terminar o que Adélio Bispo, autor da facada contra seu pai na campanha de 2018, começou, e que quer matar o ex-presidente.

Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22) por determinação de Moraes, relator do caso da trama golpista do STF. O ministro citou em sua decisão risco de fuga para a embaixada dos Estados Unidos e violação da tornozeleira na madrugada.

"O objetivo de Alexandre de Moraes é bem simples: matar meu pai. Terminar o serviço que a esquerda já tentou. Alexandre de Moraes é, hoje, apenas um capanga que faz o serviço sujo do regime de exceção que visa tomar o poder e eliminar completamente a oposição política no Brasil", escreveu Eduardo no X, ex-Twitter.

Eduardo também escreveu mensagem semelhante em inglês na plataforma. Ele está desde fevereiro nos Estados Unidos em busca de sanções contra Moraes para tentar evitar punições ao pai. A ida dele para os EUA foi citada pelo ministro na decisão, inclusive.

Na postagem, o deputado disse que Bolsonaro é um idoso que foi "sequestrado em sua residência, cercado por dezenas de capangas da gestapo alexandrina" —a Gestapo foi a polícia da Alemanha nazista.

"Moraes está tentando terminar o trabalho que Adélio Bispo começou. É uma tentativa de assassinato, nada menos do que isso", afirmou. "Qualquer regime de exceção visa eliminar fisicamente seus dissidentes; Alexandre de Moraes apenas segue a cartilha de todo tirano psicopata que veio antes dele", acrescentou.

Jair Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde permanecerá em um quarto com ar-condicionado, banheiro privativo, televisão e frigobar.

A defesa do ex-presidente pediu que ele fosse mantido em casa, onde já cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto, e falou em "risco à vida" diante dos problemas de saúde que ele enfrenta.

Moraes rejeitou o pedido, mas determinou que Bolsonaro receba atendimento médico "em tempo integral" e "em regime de plantão" na carceragem e com trânsito livre da equipe médica que o acompanha, sem necessidade de autorização prévia do STF.

O ministro justificou, em sua decisão, risco à ordem pública, considerando que uma vigília de apoiadores havia sido convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho dele e irmão de Eduardo, para a noite deste sábado.

Em live nas redes sociais nesta tarde de sábado, Flávio chamou a decisão é a "destruição da nossa democracia".

"O que Alexandre de Moraes fez hoje foi criminalizar o direito sagrado e constitucional de reunião, o direito sagrado e constitucional do livre exercício da minha crença. O que ele está dizendo, nessa sentença, é que eu não posso orar pelo meu pai, que eu não posso orar pelo meu país, que eu não posso pedir ao padre para rezar um Pai-Nosso no carro de som, porque isso seria um subterfúgio para a fuga de Bolsonaro", disse Flávio.

Na live, o senador pelo PL do Rio de Janeiro chorou e orou: "Tenho certeza que o Senhor não vai desampará-lo".

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, durante agenda em Fortaleza (CE), disse confiar na "justiça de Deus" porque a justiça humana "não se sustenta".

Os advogados de Bolsonaro afirmaram, em nota, que a prisão foi baseada na realização de uma "vigília de orações", garantida pela Constituição, e que a prisão causou "profunda perplexidade". Eles também disseram que entrarão com recursos.

O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão sob acusação de orquestrar um golpe de Estado para permanecer no poder. É a primeira vez na história do país que um ex-presidente é punido por esse crime.

Por Juliana Arreguy e Arthur Guimarães de Oliveira/Folhapress

Defesa de Bolsonaro vai questionar prisão preventiva após pedido de vigília

O advogado de Jair Bolsonaro (PL) Paulo Cunha Bueno informou ao blog que está a caminho de Brasília, neste sábado (22), e que pretende visitar o ex-presidente na Polícia Federal, onde ele está detido, ainda hoje.

A equipe de defesa do ex-presidente pretende questionar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que decretou a prisão preventiva de Bolsonaro após o filho dele, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), convocar uma vigília.
Eles argumentam que o direito de reunião e liberdade religiosa é garantido pela Constituição.

“A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã de hoje, causa profunda perplexidade, principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos, está calcada em uma vigília de orações”, diz a nota, divulgada mais cedo pela defesa.

Os defensores afirmam ainda que Bolsonaro estava em sua residência, usando tornozeleira eletrônica e sob monitoramento policial, o que — segundo eles — afastaria o risco de fuga apontado por Moraes.

Convocação para vigília

A decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou a prisão preventiva cita diretamente uma convocação feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para uma vigília religiosa em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar.

Segundo Moraes, a convocação tinha potencial para gerar aglomeração com objetivo de “obstruir a fiscalização das medidas cautelares” impostas ao ex-presidente — e, possivelmente, facilitar uma tentativa de fuga.

O ministro escreveu que, embora o ato tenha sido apresentado como uma vigília pela saúde de Bolsonaro, "a conduta indica a repetição do modus operandi da organização criminosa liderada pelo referido réu", com o uso de manifestações para obter "vantagens pessoais" e "causar tumulto".

Ao decretar a prisão preventiva, Moraes também destacou que a tornozeleira de Bolsonaro foi violada por volta de meia-noite deste sábado.

Esse ato, segundo ele, "constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho".

https://g1.globo.com/globonews/jornal-globonews/video/moraes-determinou-que-prisao-de-bolsonaro-deveria-ser-feita-com-todo-respeito-e-sem-algemas-14119709.ghtml

PF prende Bolsonaro na reta final de processo da trama golpista

A Polícia Federal prendeu preventivamente Jair Bolsonaro (PL) na manhã deste sábado (22), em Brasília, na reta final do processo da trama golpista.

O ex-presidente estava em prisão domiciliar e foi levado pela PF após a decretação da preventiva, sob justificativa de garantia da ordem pública.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão.

Na sexta (21), a defesa pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o ex-presidente fosse mantido em prisão domiciliar.

Na petição, feita ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, os advogados enumeraram os problemas de saúde de Bolsonaro e falaram em "risco à vida". Eles pediam que o ex-presidente fosse mantido em casa, onde já cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto.

Por Marianna Holanda, Bruno Ribeiro e Mônica Bergamo/Folhapress

Messias e André Mendonça se abraçam em evento evangélico após indicação ao STF

O deputado Cezinha da Madureira (PSD-SP) ao lado do AGU, Jorge Messias, que abraça o ministro André Mendonça, em evento da Convenção Nacional das Assembleias de Deus Ministério de Madureira (Conamad)
Recém-indicado para o STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro da AGU (Advogacia-Geral da União), Jorge Messias, participou nesta sexta-feira (21) de um evento evangélico em São Paulo ao lado de parlamentares, lideranças religiosas e do ministro do Supremo André Mendonça.

Os dois se abraçaram, e Messias foi aplaudido pela plateia. Membro da Igreja Batista e diácono de uma congregação em Brasília, o advogado-geral conta com apoio de importante parcela do mundo evangélico para a vaga. O evento de que os ministros participaram foi a Convenção Nacional das Assembleias de Deus Ministério de Madureira (Conamad).

A indicação de Messias ao STF já era esperada, mas foi oficializada na quinta-feira (20) pelo presidente Lula (PT). O apoio do mundo evangélico é considerado estratégico na busca pelo voto dos senadores, que precisam ainda aprová-lo —em especial, porque ano que vem é eleitoral e os parlamentares têm relações estreitas com as igrejas evangélicas em seus redutos.

Mendonça, que foi ministro da AGU do governo Jair Bolsonaro (PL), foi o primeiro do STF a declarar apoio à indicação de Lula, e disse que ajudará Messias no diálogo com senadores.

"Parabenizo o Min. Messias pela indicação ao Supremo. Trata-se de nome qualificado da AGU e que preenche os requisitos constitucionais. Assim, também cumprimento o presidente da República por sua indicação. Messias terá todo o meu apoio no diálogo republicano junto aos Senadores", escreveu Mendonça em seu perfil no X (ex-Twitter).

Ele foi indicado por Bolsonaro para a vaga no STF em 2021, como "terrivelmente evangélico", e ficou quatro meses aguardando sabatina, em meio a um cabo de guerra do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) com o Palácio do Planalto.

Alcolumbre é hoje também a principal resistência na Casa ao nome de Messias. Ele defendia que Lula escolhesse Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o posto e já indicou que deverá trabalhar contra o AGU na Casa.

No Senado, Messias já procurou o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da bancada evangélica para pedir apoio à sua indicação. Também recebeu ainda na quinta-feira o apoio do líder do Republicanos no Senado, Mecias de Jesus (RR), que destacou valores positivos do escolhido, como a "defesa da família e dos princípios cristãos".

O presidente do Republicanos e deputado federal Marcos Pereira (SP) também disse que Messias preenche os requisitos exigidos pela Constituição. "E tenho certeza que será um grande ministro, dignificando o tribunal", afirmou.

O bispo Samuel Ferreira, presidente da Assembleia de Deus do Brás, por sua vez, que também participou do evento com Messias e Mendonça nesta sexta, publicou uma foto nas redes sociais na quinta de quando esteve recentemente no Planalto com Lula e Messias e comemorou a indicação. "Lula, muito obrigada. Messias, Deus é contigo. Parabéns, mas a luta continua", escreveu.

Como a Folha mostrou, o advogado-geral da União já começou a procurar líderes do Senado para marcar conversas e diminuir resistência à sua indicação. Hoje alas da Casa e do mundo evangélico ligadas ao bolsonarismo são os principais obstáculos a Messias.

Por Marianna Holanda, Folhapress

Moraes manda prender Alexandre Ramagem após ida aos EUA

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou a prisão do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). O parlamentar, condenado no processo da trama golpista, deixou o país e está nos EUA, de acordo com monitoramento feito pela Polícia Federal.

Durante a investigação, Moraes determinou que Ramagem entregasse todos os passaportes, nacionais e estrangeiros, e fosse proibido de sair do país.

Ramagem foi condenado pela Primeira Turma do STF a 16 anos, um mês e 15 dias de prisão, em regime inicialmente fechado. O Supremo também determinou a perda do mandato de deputado federal.
Por José Marques, Folhapress

Art. 53 da Constituição Federal, de 1988

Texto compilado
Extraído em 16/11/2025 de
Planalto

LEGISLAÇÅO

Art. 53 da Constituição Federal, de 1988

Texto compilado
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

'Fraco', 'furos inaceitáveis', traição à ciência': especialistas e organizações criticam rascunhos de textos da COP30

O texto frustrou organizações e ativistas por não incluir políticas para redução do uso combustíveis fósseis.
A divulgação dos rascunhos da COP30 nesta sexta-feira (21) gerou repercussão entre organizações, especialistas e governos que defendiam textos mais ambiciosos.

Desde o início da cúpula, o governo vinha articulando a criação de um “mutirão global” que incluísse o mapa do caminho — um roteiro para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. O tema, porém, nunca entrou oficialmente na agenda da conferência, diante da resistência de alguns blocos de países.
Os rascunhos, ou drafts, são versões intermediárias dos textos, produzidas à medida que as discussões avançam.

Ainda na noite de quinta-feira (20), mais de 30 países já haviam se pronunciado pressionando a Presidência da COP30 ao afirmar que não apoiariam um texto final da Cúpula que deixe de fora um mapa do caminho de transição global para longe dos combustíveis fósseis.

No documento, países como Colômbia, França, Reino Unido, Alemanha e outros afirmam que “não podem apoiar um resultado que não inclua um mapa do caminho justo, ordenado e equitativo para deixar os combustíveis fósseis para trás”.

Veja abaixo o que disseram organizações e especialistas sobre o texto

Observatório do clima

O Observatório do Clima chamou o “Pacote de Belém”, como são chamados os rascunhos, de "desequilibrado e com furos inaceitáveis", criticando a ausência de um roteiro para abandonar os combustíveis fósseis.

Apesar de reconhecer avanços como o triplo financiamento para adaptação e a criação de um mecanismo de transição justa, a entidade afirma que as causas da crise climática foram ignoradas e alerta que a COP30 não será bem-sucedida se os desequilíbrios persistirem no documento.

Greenpeace

A diretora executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali, afirmou que as metas de emissão para 2035 estão muito aquém do esperado e que o texto da Decisão Mutirão é praticamente inútil, pois contribui muito pouco para reduzir a lacuna de ambição de 1,5°C e para pressionar os países a acelerarem suas ações.

"Não há outra opção senão os países rejeitá-lo e devolvê-lo à presidência para revisão", disse.

Apesar de reconhecer um pequeno avanço com o Mecanismo de Transição Justa, o Greenpeace avalia que o financiamento climático segue frágil, com promessas insuficientes e sem mecanismos concretos para apoiar os países mais vulneráveis.

Irene Vélez Torres, ministra do Meio Ambiente da Colômbia

"Tivemos uma grande decepção ao conhecer o texto, já que ele exclui dois temas muito relevantes para o sul global: o roteiro de eliminação progressiva de combustíveis fósseis e um mecanismo de transparência do financiamento para os países do Sul".

Tratado sobre Combustíveis Fósseis

A Iniciativa do Tratado sobre Combustíveis Fósseis também criticou o texto. Segundo o movimento, as medidas propostas pelo rascunho são insuficientes considerando o impacto que as mudanças climáticas já exercem sobre milhões de pessoas em todo o mundo.

"A falta de um plano concreto para lidar com a produção de carvão, petróleo e gás só aumenta a urgência de um Tratado sobre Combustíveis Fósseis", disse o presidente do movimento, Kumi Naidoo.

Instituto Talanoa

Para Caio Victor Vieira, especialista em Políticas Climáticas do Talanoa, apesar de “balanceado”, o texto teve perdas importantes de linguagem e ambição, principalmente relacionado aos combustíveis fósseis.

"Infelizmente não possui mais ali uma linguagem sobre o abandono dos combustíveis fósseis, mas sim diversas considerações sobre como é importante impulsionar e implementar mais rápido projetos de economia de energia limpa renovável de maneira justa e equitativa", diz.

Já a presidente da organização, Natalie Unterstell, chamou o rascunho de "fraco e vago". Ela afirma que o texto do Mutirão cria “salas de espera” para temas centrais como transição, financiamento e adaptação.

"Não há linguagem sobre combustíveis fósseis, não há uma direta relação com o parágrafo 28. Então é um rascunho fraco, é um rascunho nesse momento que faz, digamos, ambição por subtração", afirma.

Pavilhão de Ciência Planetária

O grupo de cientistas, incluindo Carlos Nobre, Thelma Krug e Johan Rockström, criticou a ausência de menção aos combustíveis fósseis no novo texto e afirmou que se trata de “uma traição à ciência e às pessoas mais vulneráveis”.

“É impossível limitar o aquecimento a níveis que protejam as pessoas e a vida sem eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e acabar com o desmatamento. Nessas últimas horas, os negociadores devem trabalhar juntos para recolocar no texto os roteiros para um futuro mais seguro e próspero. A ciência está aqui para ajudar”, diz a nota.
O pesquisador do clima, Carlos Nobre, disse à Globonews que está torcendo para que essa versão seja apenas preliminar e que os textos oficiais incluam a importância de zerar os combustíveis fósseis: "É inaceitável", afirmou.

Indicação de Messias ao STF estremece relação do governo com Senado

A indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) deve estremecer a relação do governo com o Senado, principal fonte de governabilidade de Lula (PT) neste mandato até o momento.

O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e uma parcela dos parlamentares preferia que o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tivesse sido indicado. A interlocutores, após oficializada a decisão de Lula, Alcolumbre demonstrou insatisfação.

Havia expectativa de que o presidente telefonasse para informá-lo antes de a notícia tornar-se pública, o que não ocorreu, de acordo com a assessoria de imprensa de Alcolumbre.

Horas após a indicação de Messias, o presidente do Senado anunciou que levará ao plenário na próxima semana um projeto com potencial de impacto de bilhões de reais para as contas públicas, sobre a aposentadoria especial dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias.

Alcolumbre já indicou que não deve trabalhar pela aprovação do nome do advogado geral para a vaga no Supremo. Messias, por sua vez, recebeu o apoio público do ministro André Mendonça, indicado ao STF por Jair Bolsonaro.

Primeiro integrante da corte a cumprimentá-lo publicamente pela indicação, ele disse que ajudará o chefe da AGU (Advocacia-Geral da União) no diálogo com senadores.

O desgaste da gestão petista com o Senado atinge especialmente o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT). Tanto pelo cargo que ocupa quanto por ser amigo de Lula há décadas, Wagner é um dos principais canais de comunicação entre o Palácio do Planalto e a cúpula da Casa. Ele também é um dos maiores defensores da indicação de Messias para o STF. O advogado-geral da União trabalhou em seu gabinete no passado.

Além da discordância sobre a indicação, Alcolumbre ficou incomodado com uma fala proferida por Wagner à imprensa. O líder do governo expôs que o presidente do Senado, em conversa com Lula, tinha demonstrado preferência por Pacheco –e que o chefe do governo federal estava decidido por Messias.
Senadores próximos de Alcolumbre relatam que ele chegou a deixar de atender a telefonemas de Wagner.

A Folha tentou contato com o líder do governo e com o presidente do Senado, mas não obteve resposta.
A preferência de Lula por Messias é de conhecimento do mundo político há semanas, mas ganhou ainda mais relevância na segunda-feira (17). Naquele dia, o presidente da República teve uma conversa final com Rodrigo Pacheco e o informou que escolhera outro nome para a indicação ao STF, como revelou a colunista Mônica Bergamo, da Folha.

Na terça-feira, Alcolumbre demonstrou seu descontentamento publicamente pela primeira vez. "Tem que esperar [a indicação para o STF chegar ao Senado], fazer o quê? Se eu pudesse, eu fazia a indicação", disse a jornalistas.

A tensão entre governo e Senado causada pela indicação de Messias ainda pode aumentar. Líderes de bancada têm demonstrado, nos bastidores, disposição para insistir no nome de Pacheco. O ex-presidente do Senado é o nome favorito da maioria da Casa, não só de Alcolumbre.

Lula, por sua vez, não abre mão de Messias. Ele julga a escolha uma prerrogativa da Presidência da República que não deve estar sujeita a pressões externas.

A indicação cabe a Lula, mas seu escolhido só assumirá o posto de ministro do STF se houver aprovação do Senado. Primeiro, ele deve ser sabatinado e aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

E, depois, são necessários ao menos 41 votos favoráveis no plenário da Casa. O voto é secreto.
A última vez que os senadores rejeitaram a indicação de um presidente da República para a corte ocorreu no final do século 19.

Na última semana, a votação apertada que os senadores deram a favor da recondução de Paulo Gonet como procurador-geral da República foi interpretada por políticos e ministros do STF como um recado a Lula sobre a indicação de Messias. Gonet teve 45 votos, só 4 a mais do que precisava. Foi o placar mais apertado para um procurador-geral desde a redemocratização, nos anos 1980.

A avaliação no Senado é que Gonet correu risco de ser rejeitado, apesar de ser benquisto pela maioria dos senadores. Pesou contra ele a atuação para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como líder da trama golpista que tentou impedir a presidência de Lula.

Gonet foi aprovado depois de uma mobilização de líderes da Casa. Alcolumbre foi decisivo para garantir o mínimo de votos necessários para o PGR obter mais dois anos de mandato, mas indicou que não deve adotar a mesma conduta com Messias.

Apesar disso, o líder do PT na Casa minimizou o placar. "Havia um grupo forte de oposição a ele [Gonet] pelo fato de ele ter feito a denúncia ao ex-presidente da República. No caso do Messias, não vejo ele arestado com nenhum segmento aqui dentro do Senado", afirmou Wagner.

'Novo Dino' e apoio do Republicanos
Além da preferência por Pacheco, pesa contra Messias o receio de senadores de que ele se torne um "novo Flávio Dino", como alguns políticos dizem reservadamente.

Dino também foi uma escolha pessoal de Lula. Uma vez no cargo, o ministro passou a dar decisões que fiscalizam emendas parlamentares e restringem seu uso. A atitude revoltou senadores e deputados, que têm nesse mecanismo a principal forma para enviar recursos públicos para obras em suas bases eleitorais.

A vaga no STF foi aberta depois de o agora ex-ministro Luís Roberto Barroso antecipar sua aposentadoria. Ele poderia ficar no tribunal até os 75 anos, mas decidiu deixar o posto com 67, após de concluir seu mandato como presidente da Corte.

A indicação de Messias foi celebrada por petistas, criticada por bolsonaristas, e defendida por alguns integrantes do centrão.

"No processo de apreciação de seu nome pelo Senado Federal, o ministro Messias terá oportunidade de comprovar sua qualificação para a mais alta corte do país, demonstrada à frente da AGU e ao longo de sua carreira no campo do Direito e da Administração Pública", disse a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).

Já o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), disse que a indicação "reforça o compromisso com a defesa da Constituição, o fortalecimento da Democracia e a estabilidade das instituições brasileiras".

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido de Jair Bolsonaro na Câmara, disse que, se o Senado aprovar o AGU, "serão mais 30 anos de um esquerdista petista, julgando e atrasando o Brasil com seus valores de esquerda".

"O fato de ser evangélico não é escudo: o Evangelho prega justiça, não perseguição e seletividade. STF exige independência, não mais partidarismo", afirmou o senador Jorge Seif (PL-SC).

O líder do Republicanos na Casa, Mecias de Jesus (RR), por sua vez, disse defender Messias por sua competência, sólida formação, e por ser alguém que preserva valores com os quais comunga, como a defesa da família e dos princípios cristãos. "Sua qualificação técnica supera debates ideológicos", afirmou.
Por Caio Spechoto, Marianna Holanda e Victoria Azevedo/Folhapress

Após incêndio, ONU diz que local da COP agora é responsabilidade do Brasil

Fogo teve início em um dos estandes da Blue Zone, área de acesso restrito da COP30
O espaço da Blue Zone atingido por um incêndio nesta quinta-feira (20) deixa de ser responsabilidade da ONU e passa a ser responsabilidade do governo brasileiro, segundo nota enviada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCC, na sigla em inglês).
O braço da ONU dedicado às mudanças climáticas esclareceu que a evacuação da área foi ordenada pelo chefe do Corpo de Bombeiros do Pará, que deve realizar uma verificação completa de segurança do local e trazer atualizações sobre o incidente. Ainda não foi confirmada a causa do incêndio.
"Observe que o local agora está sob a autoridade do país anfitrião e não é mais considerado Blue Zone", diz a nota. Antes do incidente, a seguranças da área de acesso restrito da COP ficava sob responsabilidade da ONU.
O fogo teve início na tarde desta quinta-feira em um dos estandes da Blue Zone da COP30. O incidente causou correria na área de acesso restrito, dedicada às negociações oficiais entre os países, e o local foi evacuado pela equipe de segurança. Segundo a organização da COP30, não há feridos.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, disse que a organização da COP vai dar um parecer sobre a retomada das negociações e se os participantes poderão voltar à Blue Zone ainda nesta quinta ou apenas na sexta-feira (21).

Fernanda Pinotti, da CNN Brasil

Messias agradece orações e manifestações para indicação ao STF e promete retribuir confiança

O ministro da AGU (Advocacia-Geral da União) Jorge Messias agradeceu nesta quinta (20) a indicação do presidente Lula para ocupar uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) e as orações e manifestações de apoio recebidas, e afirmou que retribuirá com "dedicação, integridade e zelo institucional".

"Uma vez aprovado pelo Senado, comprometo-me a retribuir essa confiança com dedicação, integridade e zelo institucional", disse nas redes sociais Messias, que é evangélico.

O chefe da AGU se reuniu com o presidente na manhã desta quarta (20) no Palácio da Alvorada, em Brasília, antes de Lula viajar para agenda em São Paulo. Ele foi indicado para vaga aberta com a saída do ministro Luís Roberto Barroso.

Alvo de resistência do Senado, que preferia a indicação do ex-presidente da Casa Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Messias afirmou ainda nas redes sociais que buscará demonstrar aos senadores que possui os "requisitos constitucionais necessários ao exercício desta elevada missão de Estado".

"Reafirmo meu compromisso com a Constituição da República, com o Estado democrático de Direito e com a Justiça brasileira, em especial, com os relevantes deveres e responsabilidades da magistratura nacional", escreveu.

A decisão de Lula em indicar Messias contraria uma ala importante da corte, composta pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino e Alexandre de Moraes, e também o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Alcolumbre tinha demonstrado preferência pelo nome de Pacheco, um de seus aliados mais próximos.

Cabe ao Senado aprovar a indicação do presidente para o STF, e para isso é necessário o apoio mínimo de 41 dos 81 senadores, em votação secreta. Integrantes do governo reconhecem que o nome de Messias enfrenta resistências no Senado, mas dizem acreditar que agora, já oficializada a indicação, começarão as conversas individuais com os parlamentares.

O presidente da República também se pronunciou nas redes sociais nesta quarta após a oficialização da indicação e compartilhou uma foto ao lado do aliado. "Faço essa indicação na certeza de que Messias seguirá cumprindo seu papel na defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito no STF, como tem feito em toda a sua vida pública", escreveu.

Por Victoria Azevedo, Folhapress

Presidente do INSS pede que sua vice seja afastada do cargo e cita proximidade com ex-dirigente preso

Foto: Divulgação/Arquivo
O presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Gilberto Waller Júnior, enviou ofício ao ministro Wolney Queiroz (Previdência Social) solicitando o afastamento de Léa Bressy Amorim da função de sua substituta no órgão e também do cargo de diretora de Tecnologia da Informação.

O documento é datado da última sexta-feira (14). No texto, Gilberto Waller Júnior cita a fase da Operação Sem Desconto, que apura fraudes nos descontos associativos do INSS, que terminou com a prisão do ex-presidente do órgão Alessandro Stefanutto.

O atual presidente afirma que a prisão de antecessor no cargo altera o status da apuração e menciona "a notória proximidade pessoal da senhora Léa Bressy Amorim com o investigado [Stefanutto]".

Também diz que a proximidade com o investigado "é de ciência da CPMI, já que o relator da comissão [deputado Alfredo Gaspar] insistentemente questionou o investigado sobre tal relação".
Waller Júnior, no ofício, argumenta que há necessidade de o INSS dar apoio irrestrito à apuração dos fatos e que Bressy ocupa cargo estratégico. Também destaca "a necessidade de defesa do interesse público, bem como da imagem deste Instituto".

Mesmo se o afastamento for concretizado, ela permaneceria ligada ao INSS, por ser funcionária de carreira.

O pedido aumenta a tensão entre o INSS e o Ministério da Previdência, depois de atrito por causa do orçamento do instituto e de incômodo manifestado por Waller Junior com decisões de Bressy durante sua ausência.

Por Danielle Brant/Folhapress

Destaques