Reforma de Jerônimo deve ativar disputa entre Wagner e Rui no governo, por Raul Monteiro*
Ajustes no governo, com troca ou realocação de quadros, sobretudo após eleições ou em meados de mandato, são comuns e até esperados. Ainda mais quando o gestor começa a enfrentar os primeiros sinais de desgaste e passam a pipocar aqui e ali críticas à coordenação política e ao estilo de gestão, além de crescerem as cobranças sobre o desempenho da administração e a apresentação de resultados, como claramente parece ser o caso. Com a experiência acumulada nestes dois anos como governador, Jerônimo já deve ter percebido que alguma mudança é esperada pela sociedade e as forças políticas que o apoiam.
Em condições normais, ele deveria ficar atento ao movimento dos partidos cuja coalizão lidera, especialmente sobre a fisionomia com que saíram das eleições municipais, porque certamente terá consequência sobre a sucessão estadual da qual ele deve ser a principal figura, assim como à performance dos quadros que indicaram à administração, conduzindo a partir daí suas avaliações para a tomada de decisões, das quais não devem faltar certamente suas preferências pessoais e a linha de afinidade que deseja para a própria equipe. Mas isso não será suficiente no caso de Jerônimo.
Se já não se disfarçam as pequenas escaramuças entre os chamados times de Wagner e Rui no curso da atual gestão, exigindo do governador jogo de cintura para contornar os elementos que levam a confrontos e evitar conflitos que paralisem o governo, os dois líderes deverão se enfrentar claramente no processo de ocupação de espaços na reforma, o que pode colocar em xeque os planos mais pessoais do gestor para os próximos dois anos de governo. Hoje, é nítido o predomínio da influência de Wagner sobre a administração, em detrimento das forças ligadas ao ministro chefe da Casa Civil.
Não poderia ser diferente. Wagner correu na frente para assumir o controle do PT quando percebeu que, empoderado pela popularidade, o sucessor poderia sair do controle e, aproveitando-se da habilidade pessoal em contraposição a dificuldades de Rui na área, praticamente assumiu o controle político do governo, deixando ao ex-governador funções que estão longe de exercer a mesma influência sobre Jerônimo que possui hoje. Daí porque uma disputa entre os dois não está descartada, tem potencial explosivo e terá que ser administrada pelo governador em qualquer mudança que pretenda no secretariado.
*Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.
Bahia é líder nacional em redução de desmatamento, com queda expressiva de 63,3%
secretário Eduardo Sodré celebrou a conquista e creditou o sucesso à equipe do Estado da Bahia. |
O secretário Eduardo Sodré celebrou a conquista e creditou o sucesso à equipe do Estado da Bahia. “Esse resultado é fruto de um trabalho em equipe, orientado pelo nosso governador Jerônimo, mas de responsabilidade de cada um dos servidores e servidoras do sistema ambiental. Juntos, aplicando a viabilidade ambiental e técnicas corretas de licenciamento e combate a incêndios florestais, enfrentamos o desmatamento como ele merece”, destacou.
Além da Bahia, que liderou a redução, os demais estados do Matopiba também apresentaram quedas em suas taxas de desmatamento no período: o Maranhão registrou redução de 15,1%; o Piauí alcançou uma diminuição de 10,1%; e o Tocantins teve queda de 9,6%. No total, a região apresentou uma redução de 76,4% no desmatamento
Também foram apresentados os dados que mostram que o Brasil reduziu o desmatamento em 30,6% na Amazônia e em 25,7% no Cerrado. De acordo com o SAD Cerrado, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), o desmatamento da savana brasileira emitiu mais de 135 milhões de toneladas de CO₂ entre janeiro de 2023 e julho de 2024, um volume considerável, comparado a 1,5 vezes as emissões anuais do setor industrial brasileiro. Na Amazônia, a taxa oficial de desmatamento foi de 6.288 km² no último ano, representando a maior queda percentual em 15 anos.
Ainda no evento, o Governo Federal firmou com os estados da região de Matopiba um pacto para a prevenção e controle do desmatamento e incêndios ilegais nos biomas, reforçando seu compromisso com a preservação dos biomas. A parceria com o governo federal inclui também investimentos em desenvolvimento sustentável, como a criação de novas unidades de conservação e a retomada do Fundo Amazônia. Esses resultados são vistos como parte de um esforço contínuo para fortalecer a governança ambiental e garantir um desenvolvimento econômico que respeite o meio ambiente e combata o avanço do desmatamento.
Pacto
O Pacto Interfederativo para a Prevenção e Controle do Desmatamento Ilegal e Incêndios Florestais no Cerrado, assinado pelo Secretário de Meio Ambiente da Bahia, Eduardo Sodré, juntamente com representantes do governo federal e dos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí (região do MATOPIBA), estabelece medidas para combater a perda de vegetação nativa no Cerrado — um bioma essencial para a agricultura, pecuária e conservação dos recursos hídricos do Brasil. O pacto prevê a identificação e a punição dos responsáveis por desmatamento ilegal, além de reforçar a transparência e o compartilhamento de dados entre os governos. Também será formado um grupo de trabalho dedicado ao desenvolvimento de estratégias de conservação ambiental. Essa iniciativa integra o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas no Cerrado, promovendo a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável na região.
Dupla alcançada no Arenoso exibia armas nas redes e praticava ataqua a tiros
Guarnições das RONDESPs Central e Chapada, empregadas na Operação Hórus, apreenderam armas e munições com os integrantes de facção.
A dupla alcançada no bairro do Arenoso, em Salvador, na noite de quarta-feira (6), exibia armas de fogo nas redes sociais e promovia ataques a tiros contra rivais de outra facção.
Guarnições das RONDESPs Central e Chapada, empregadas na Operação Hórus, realizavam patrulhamento contra integrantes de facções, quando localizaram um “bonde”, na Rua 21 de Abril.
Os traficantes atiraram nas equipes e, após confronto, dois acabaram feridos. Com eles foram apreendidos duas pistolas, carregadores, munições e pinos de cocaína. A dupla foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.Bolsonaro pedirá a STF para ir à posse de Trump: ‘Vai falar não para o cara mais poderoso do mundo?’
Em entrevista à Folha, o ex-presidente disse que já teve três pedidos de viagem internacional negados por Moraes, o último deles para ir à casa de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, onde o republicano recebeu convidados para acompanhar a apuração nesta terça-feira (5).
“Se o Trump me convidar, eu vou peticionar ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral], ao STF. Agora, com todo o respeito, o homem mais forte do mundo… você acha que ele vai convidar o Lula? Talvez protocolarmente”, disse Bolsonaro.
“Quem vai convidar do Brasil? Talvez só eu. Ele [Moraes] vai falar não para o cara mais poderoso do mundo? Eu sou ex. O cara vai arranjar uma encrenca por causa do ex?”
Bolsonaro está com o passaporte retido e proibido de deixar o país devido às investigações das tratativas golpistas ocorrida durante a reta final do seu governo, em 2022.
Um dos filhos do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) esteve em Mar-a-Lago nesta terça-feira (5).
“Vou peticionar ao Alexandre. Ele decide. O Eduardo [Bolsonaro] tem amizade enorme com ele [Trump]. Tanto é que de 85 convidados ele foi e botou mais dois para dentro, o Gilson [Machado, ex-ministro de Bolsonaro] e o filho do Gilson. Ele me tem como uma pessoa que ele gosta, é como você se apaixona por alguém de graça, né? Essa paixão veio da da forma como eu tratava ele, sabendo o meu lugar”, disse Bolsonaro.
O ex-mandatário disse que sempre soube a diferença entre ele e Trump, dizendo que seria uma relação proporcional à do Brasil (Trump) com o Paraguai (Bolsonaro).
O ex-presidente está inelegível e não poderá figurar nas urnas eletrônicas pelo menos até 2030.
Ele foi condenado por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação sob acusação de difundir mentiras sobre o processo eleitoral em reunião com embaixadores e utilizar eleitoralmente o evento de comemoração do Bicentenário da Independência.
Ao comentar as investigações que ainda pesam em torno de seu nome, como a das tratativas golpistas de 2022, ele subiu o tom em relação a Moraes.
“Há dois anos querendo me incriminar como golpista, vai a merda, porra. O cara tá há dois anos com a mulher, tô desconfiando que tá me traindo e tô há dois anos dormindo com ela. E tô investigando, me traiu, não me traiu… resolve essa parada logo, tenha altivez. Manda soltar esses coitados que estão presos aí a 17 anos de cadeia”, afirmou, se referindo a condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro.
Vitória de Trump vira novo motivo para divergência de Haddad e Gleisi sobre cortes de gastos
Enquanto o ministro Fernando Haddad (Fazenda) falava em cuidar da casa —expressão entendida como uma defesa da austeridade fiscal— , a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), dizia que as necessidades do povo não cabem na agenda neoliberal.
Na manhã desta quarta-feira (6), Haddad foi o primeiro da Esplanada a comentar o resultado da eleição. Ele aproveitou a fala para dizer que o Brasil tem de cuidar das finanças, “cuidar da economia para ser o menos afetado possível, qualquer que seja o cenário externo”.
A declaração ocorre num momento em que, sob pressão do mercado, o governo prepara um pacote de medidas para conter a trajetória da dívida pública e manter o equilíbrio fiscal com a sobrevivência do arcabouço fiscal. Sem ajustes nas despesas obrigatórias, a regra fiscal está ameaçada.
Nesta quinta-feira (7), o presidente Lula tem nova reunião com a JEO (Junta de Execução Orçamentária), colegiado de ministros responsável pelas decisões de política fiscal e orçamentárias do governo.
E uma ala do governo e do PT —da qual Gleisi faz parte— resiste a cortes em áreas sociais. Ao afirmar que a eleição de Trump representa um sinal de alerta para o campo democrático no mundo, Gleisi sugeriu “dar respostas concretas às necessidades e expectativas do povo, que não cabem na receita neoliberal que o mercado quer impor ao governo e ao país”.
O impasse vai além do pacote de revisão de gastos. Em jogo, por trás das divergências, está a disputa política sobre o caminho econômico que o presidente Lula deveria seguir para buscar a sua reeleição em 2026. Ou mesmo eleger um sucessor.
A leitura de integrantes da área econômica nesta quarta foi a de que a eleição de Trump reforça a posição de Haddad sobre a necessidade de entregar ao Congresso um pacote de medidas estruturantes de corte de despesas para enfrentar o cenário internacional mais desafiador após o resultado das urnas nos EUA.
Em sua rápida entrevista, Haddad lembrou já ter defendido cautela em virtude do cenário internacional. A declaração foi feita após o ministro ser questionado sobre o impacto da vitória de Trump na economia brasileira.
“Temos que aguardar um pouquinho e cuidar da nossa casa, cuidar do Brasil, cuidar das finanças, cuidar da economia, para ser o menos afetado possível”, disse.
“Quando nós estávamos negociando as medidas com o Congresso Nacional, eu dizia, no final do ano passado, entre novembro e dezembro, que era preciso ter muita cautela interna, em virtude do que estava acontecendo no mundo, e tentando sensibilizar o Congresso sobre as dificuldades de 2024”, afirmou.
Para Haddad, agora será preciso sensibilizar mais o Congresso porque o momento internacional é desafiador. Ele não entrou em detalhes das dificuldades que o Brasil pode enfrentar com o retorno de Trump à Casa Branca.
Auxiliares do ministro avaliam que medidas estruturantes darão mais robustez ao Brasil para apagar os ruídos sobre a sustentabilidade do arcabouço fiscal via contas públicas ajustadas.
Além disso, o mercado financeiro tem expectativa de que Haddad apresentará um pacote de ajuste fiscal positivo, aliviando as incertezas que rondam o governo Lula nesse setor.
A equipe econômica também tem alertado Lula para o perigo da alta do dólar para a inflação, o que poderia engatilhar uma espiral negativa na economia, o que poderia ameaçar a sua reeleição.
Por outro lado, o dólar em queda frente ao real, no dia do anúncio da vitória de Trump, endossou o argumento de alguns integrantes do governo de que toda a turbulência no Brasil, que levou à disparada da moeda americana, não tinha um componente relacionado à piora da política fiscal.
Para reforçar essa avaliação, ressaltam que nada mudou da semana passada em relação ao comportamento do câmbio desta quarta-feira.
Como mostrou a Folha, medidas mais estruturantes sofrem resistências de ministros da área social, que têm reforçado o discurso contra redução de benefícios sociais. A reação está crescendo, sobretudo por parte dos ministros do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e da Previdência Social, Carlos Lupi. Os dois sinalizaram que rejeitam as medidas mais duras e têm procurado sensibilizar o presidente Lula.
O ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social), embora não tenha dado declarações críticas publicamente, também não é simpático a mudanças nas regras dos benefícios da sua pasta.
Há uma avaliação no governo que a eleição americana aumentou a importância deste debate no Brasil. A economia foi um dos principais pilares da campanha do republicano, que explorou a insatisfação dos americanos com sua vida financeira durante o governo Joe Biden.
Apesar de os índices macroeconômicos estarem positivos, a inflação chegou a disparar desde 2020 para os maiores valores em 40 anos.
À Folha, Gleisi usou o exemplo americano para defender esforços para a economia popular. Ela ressaltou que, no governo Biden, os indicadores econômicos eram razoáveis, mas não atenderam às expectativas do povo.
No Brasil, integrantes do governo vem se questionando desde o início da gestão Lula 3 por qual motivo a melhora nos índices não reflete numa elevação na percepção da qualidade de vida das pessoas e, em última instância, da aprovação do governo.
Lula agora está nos detalhes finais do pacote proposto pela equipe de Haddad para cortar gastos. As propostas em estudo atingem áreas caras para o petismo, como educação, saúde e assistência social.
Marcada por debates acalorados nos grupos de WhatsApp integrados por petistas, essa discussão também é alimentada pela disputa pelo comando do PT e a condução do partido nas eleições de 2026. Defensores de Haddad alegam que as críticas à política econômica, quando vocalizadas pela presidente do PT, prejudicam o projeto político de Lula e do próprio ministro da Fazenda.
Uma outra corrente do PT argumenta que o debate interno é uma marca do partido, acrescentando que medidas hoje na mira do ministro são conquistas petistas. Apoiadores de Haddad dizem que a crítica a seu pacote abala a confiança do mercado na disposição de Lula para implementá-lo.
STF vê volta de Trump sem efeito para Bolsonaro em processos, mas embate maior no Congresso
Apesar disso, magistrados dizem avaliar que pode crescer a pressão política para que o ex-presidente tenha a inelegibilidade revertida via perdão dado pelo Congresso Nacional.
Antes mesmo da vitória de Trump, bolsonaristas e o próprio Bolsonaro já vinham se articulando para incluir o perdão no projeto que tramita na Câmara e que, por ora, só trata da anistia aos que participaram dos ataques na praça dos Três Poderes.
Após o resultado anunciado nesta quarta-feira, interlocutores do ex-presidente disseram que o STF não conseguirá resistir ao “vento contra” que surgirá a partir do êxito do candidato republicano.
A avaliação de que a situação jurídica de Bolsonaro pode mudar diante da vitória de Trump é compartilhada por integrantes da defesa do ex-presidente —especialmente com uma eventual anistia aos envolvidos nos ataques às sedes dos Poderes.
Na semana passada, o próprio Bolsonaro foi ao Congresso negociar tanto a anistia aos que participaram dos atos de 8 de janeiro como a ele próprio.
“Foi um julgamento político [a inelegibilidade] e estamos buscando maneiras de desfazer isso aí. A prioridade nossa é o pessoal que está preso, eu sou o segundo plano”, afirmou o ex-presidente após reunião em que o seu partido, o PL, selou o apoio à candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) à presidência do Senado.
Na leitura de ministros do Supremo e de tribunais superiores, se aprovada no Congresso, a anistia pode levar a um novo embate institucional, já que a cúpula do Judiciário é contra o perdão aos invasores que destruíram as sedes dos três Poderes.
A Folha conversou com seis ministros e auxiliares do Supremo nesta quarta. A avaliação majoritária é que o novo governo Trump terá outras preocupações, como o avanço da China, a política de imigrantes e as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio.
Acreditar que a eleição do republicano pode impactar a situação criminal ou eleitoral de Bolsonaro, avaliam estes ministros, é um erro de avaliação sobre as prioridades de Trump e a capacidade do Brasil de solucionar seus dilemas internos.
Não se descarta, porém, que um eventual apoio da Casa Branca aos ataques de Elon Musk contra o ministro Alexandre de Moraes possa causar desassossegos. O bilionário, dono da rede social X (antigo Twitter), deve assumir um cargo no governo Trump em 2025 —o presidente eleito já prometeu a ele o posto de chefe de um novo Departamento de Eficiência Governamental.
A expectativa atual no Supremo é que a Polícia Federal apresente até o fim do ano o relatório final da investigação sobre a trama golpista envolvendo Bolsonaro e aliados para reverter o resultado da eleição de 2022. A eventual denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) deve ficar para o primeiro semestre de 2025.
Ministros do Supremo afirmam, reservadamente, que preferem encerrar os casos antes das eleições de 2026, para não haver pendências antes do pleito. Os julgamentos também poderiam cessar a apreensão do mundo político sobre o destino de Bolsonaro, abreviando o protagonismo do tribunal nas investigações.
Bolsonaro está inelegível devido a duas decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) expedidas em 2023. Com isso, por ora não poderá figurar nas urnas eletrônicas pelo menos até 2030.
Ele foi condenado no ano passado por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação sob acusação de difundir mentiras sobre o processo eleitoral em reunião com embaixadores e utilizar eleitoralmente o evento de comemoração do Bicentenário da Independência.
Além disso, o ex-presidente está no centro de outras investigações, entre elas a que apura as tratativas em torno de um golpe de Estado que visava impedir a posse de Lula (PT) em 2023.
Uma eventual anistia a Bolsonaro e aos golpistas que depredaram as sedes dos Poderes pode ser analisada pelo STF caso o tribunal seja provocado a se manifestar. O projeto de lei que perdoa os invasores ainda será analisado por uma comissão especial da Câmara dos Deputados.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), promete encerrar a análise da proposta de anistia sobre o 8/1 ainda em sua gestão. Isso significa que o deputado quer uma solução para o imbróglio ainda este ano, já que ele não deve comandar mais a Casa após o recesso parlamentar entre dezembro e janeiro.
Mesmo com o impacto político gerado pela eleição de Trump à Presidência do EUA, os ministros do STF fizeram piada nesta quarta antes da sessão no plenário, como mostrou a colunista Mônica Bergamo.
A brincadeira era adivinhar qual dos ministros seria o primeiro a ter o visto para entrada nos Estados Unidos negado por Trump. Em setembro, um grupo de deputados e senadores dos EUA encaminhou carta ao secretário de Estado americano, Antony Blinken, solicitando a revogação de vistos de todos os magistrados do STF.
Eles chamavam o ministro Alexandre de Moraes de “ditador totalitário” e argumentavam que os outros membros do Supremo eram “cúmplices destas práticas antidemocráticas”.
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EUA tiveram o segundo maior comparecimento nas urnas em 100 anos
A porcentagem só é menor do que em 2020, quando 66,4% compareceram às urnas e elegeram o democrata Joe Biden. Naquele ano, houve um número histórico de votos antecipados por causa da pandemia no país, onde o voto não é obrigatório e pode ser feito por correio.
A estimativa da participação é calculada com base em relatórios estaduais da noite da eleição e considera a população maior de 18 anos, subtraindo-se, por exemplo, os estrangeiros não naturalizados e as pessoas condenadas por crimes graves, proibidas de votar em alguns estados.
A participação foi maior do que a média nacional em seis dos sete estados-pêndulo decisivos para esta eleição, onde Trump e Kamala Harris concentraram suas campanhas na reta final, com apoiadores fazendo campanhas para levar os eleitores aos postos de votação.
São eles Wisconsin (74,7% compareceram), Michigan (74,6%), Carolina do Norte (71,3%), Pensilvânia (70,7%), Geórgia (68%) e Arizona (65,9%). Já Nevada teve presença menor do que no país (64,1%). Todos eles deram vitória ao republicano, e representam quase um quinto dos eleitores aptos.
Todos os estados tiveram adesão maior do que 50%, mas os que tiveram maior abstenção foram Oklahoma, Arkansas, Virgínia Ocidental e Havaí. Já na lista dos que tiveram maior comparecimento estão Minnesota, Wisconsin, Michigan e Colorado.
Os números indicam, no geral, uma tendência de alta no engajamento nos EUA nos últimos 30 anos, embora haja variações. Os menores comparecimentos no último século foram em 1924, quando menos da metade da população foi às urnas (48,9%) e em 1996, quando só 51,7% participaram, dando vitória ao democrata Bill Clinton.
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Lula diz que não se pode jogar ajuste fiscal no ombro dos mais necessitados
Lula ainda criticou a “gana especulativa do mercado” e se os empresários estariam dispostos a abrir mão de subsídios que recebem. O mandatário também questionou a contribuição do Congresso Nacional para equilibrar as contas federais, em particular se deputados e senadores estariam dispostos a abrir mão das emendas parlamentares.
As declarações foram dadas durante entrevista para a Rede TV. A entrevista completa vai ao ar no domingo (10), mas alguns trechos foram divulgados.
Ao ser questionado sobre o ajuste de gastos, em discussão no governo, Lula afirmou que o pacote ainda não está concluído. E então criticou as reações do mercado financeiro.
“Eu não posso adiantar, porque a gente ainda não concluiu o pacote. Estou em um processo de discussão muito, muito séria com o governo porque eu conheço bem o discurso do mercado, a gana especulativa do mercado. E eu às vezes acho que o mercado age com uma certa hipocrisia, com uma contribuição muito grande da imprensa brasileira para criar confusão na cabeça da sociedade”, afirmou o presidente.
Lula disse que as camadas mais necessitadas não podem sofrer sempre que há necessidade de cortar gastos públicos. E então criticou empresários e o Congresso Nacional.
“Acontece que nós não podemos jogar, toda vez que tem que cortar alguma coisa, em cima do ombro das pessoas mais necessitadas. Nós temos que analisar e eu quero saber o seguinte: se eu fizer um corte de gastos para diminuir a capacidade de investimento do orçamento, a pergunta que eu faço é, o Congresso vai aceitar reduzir as emendas de deputados e senadores para contribuir com o ajuste fiscal que eu vou fazer? Porque não é só tirar do orçamento do governo”, afirmou o presidente.
“Os empresários que vivem de subsídio do governo vão aceitar abrir mão um pouco de subsídio para a gente poder equilibrar a economia brasileira? Vão aceitar? Eu não sei se vão aceitar”, completou o presidente.
Ala no PT articula candidatura de Jaques Wagner à presidência do partido
O colunista Lauro Jardim, de O Globo, trouxe nesta quarta-feira (06) a informação de que o senador Jaques Wagner estaria sendo cogitado como um nome de “pacificação” no Partido dos Trabalhadores (PT), uma espécie de terceira via na disputa pela presidência da legenda.
Edinho Silva, prefeito de Araraquara (SP), desponta como favorito, pois é o preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A atual presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, trabalha para fazer o também deputado federal José Guimarães seu sucessor.
Vereador de Salvador e advogada trocam farpas em debate sobre eleição americana; veja vídeos
“Ao contrário do que Alexandre falou, a economia cresceu bastante. Eu vi um crescimento bem dinâmico em 2023 de 2,5% e se fala pouco. A taxa de desemprego diminuiu bastante com Biden, a inflação realmente depois da pandemia e da política catastrófica de [Donald] Trump começou a subir, piorou, em 2022 subiu até 9%, mas hoje acho que eles conseguiram estabilizar em 2,5%”, argumentou Juliette ao defender a política econômica do presidente Joe Biden.
“Olhei as grandes instituições econômicas, elas fazem boas avaliações da economia, porém é verdade que Trump todos os dias com os republicanos acenam falsas verdades dizendo que a situação é catastrófica, tem muitos problemas, mas a administração Biden fez uma política que injetou muito dinheiro em grandes projetos de infraestrutura, de semicondutores, investimentos verdes para lutar contra o aquecimento do planeta”, emendou a advogada.
Ela ainda critica o financiamento de associações armamentistas a Trump. “Sem o apoio dessas associações das armas americanas ele não pode ser eleito”, ao que Aleluia retrucou.
“É constitucional, né? Tem uma emenda, existe o direito de autodefesa que está na constituição e funciona e muito bem. Você pega a Montana, o estado mais armado dos Estados Unidos, 60% da população tem armas. Aqui em Salvador é proibido. Eu prefiro andar a noite em Montana que aqui em Pernambués”, comparou.
“Não vejo com maus olhos associações privadas defenderem os seus valores. Pelo contrário, eu acho que isso que deve funcionar, e não ter associações ou organismos financiados pelo estado ou por um direcionamento político de um governante com interesse muitas vezes mais escusos do que as relações privadas. Estados Unidos é isso é liberdade econômica, liberdade de empreender, liberdade de associação”, pontuou Aleluia.
“Para alguns, para uma elite econômica sim. Mas para mim, democracia significa todos…”, retrucou Juliette.
“Eu prefiro o modelo americano do que o modelo francês, professora”, rebateu o vereador.
“Tem minorias também que eu acho que têm direito de se expressar e não é porque elas não têm o poder econômico que elas não podem defender seus próprios interesses”, completou ela.
“Não é só o poder econômico, também é a propriedade privada e existe um conceito americano de que a propriedade privada acaba sendo o balizador da preservação da liberdade”, retrucou Alexandre Aleluia.
Assista:
Operação Aláfia localiza oito integrantes de facção em Santo Antônio de Jesus
Armas, carregadores e munições foram apreendidos com sete adultos e um adolescente.
O grupo atuava na região do bairro de Santa Terezinha, onde a Polícia apreendeu, no dia 17 de outubro deste ano, cerca de 1 tonelada de maconha, cocaína e crack. Os entorpecentes estavam escondidos em tonéis, que foram enterrados pelos criminosos.
Com os oito criminosos, as equipes apreenderam pistolas, revólver, carregadores e munições. O grupo é apontado como autor de homicídios contra integrantes de facção rival, na região do Recôncavo Baiano.
“Vai fortalecer a Polícia Civil e a inteligência policial”, diz Sindpoc sobre novo concurso público
A medida é resultado de um dos apelos do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc) à gestão pública. A entidade sindical defende a ampla cobertura da Polícia Civil no Estado e, com a implementação de um novo concurso, será possível atender os municípios baianos que sofrem com a ausência de efetivo. Após essa conquista, o objetivo é alcançar a aprovação da reestruturação salarial em andamento junto ao Governo.
O presidente do Sindpoc, Eustácio Lopes, destaca que a ampliação do concurso representa uma “vitória da categoria” e acredita que a ação contribuirá tanto para a melhoria do serviço prestado pela Polícia Civil à sociedade como, também, para os servidores que sofrem com o déficit do quadro que, por sua vez, ocasiona em uma sobrecarga de trabalho. O sindicalista ressalta que os policiais civis baianos recebem o 2° pior salário do país e pontua a necessidade de uma reestruturação salarial para promover valorização e reconhecimento do trabalho realizado pelas Polícias Civil e Técnica.
” Na Bahia, muitas cidades ficam desassistidas, o que acarreta em uma grande movimentação de facções criminosas nesses locais para o armazenamento de armas, drogas, e demais delitos. Então, a aprovação de um novo concurso vai fortalecer nosso desempenho e o combate à violência”, afirma Eustácio.
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Estudantes da Rede Pública Municipal de Ipiaú são premiados em evento intermunicipal realizado na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB.
O projeto apoiado pela gestão da prefeita Maria e realizado pelas escolas da rede pública de Ipiaú movimentou novos olhares a serem seguidos no próximo ano. Vale ressaltar que o projeto já faz parte do planejamento da Secretaria de Educação para 2025 com perspectiva de ampliação.
Comandante do 9º BEIC é agraciado com o Título de Cidadão Conquistense
O título foi concedido após indicação do Vereador Dr. Augusto Cândido.
Dentre as principais atividades exercidas no município, o agraciado foi fundador e respondeu pelo comando do 7º Batalhão de Bombeiros Militar, em março de 1998; foi fundador da CIPE-Sudoeste (antiga CAESG), em 2004; foi fundador e primeiro Coordenador do CICOM (Centro Integrado de Comunicações), em 2013; foi Diretor Adjunto do Colégio da Polícia Militar (CPM) de Vitória da Conquista; foi Subcomandante da CIPE-Sudoeste; foi Subcomandante da CIPRv (Companhia Independente de Polícia Rodoviária) e atualmente é o Comandante do 9º BEIC.
PMBA, uma Força a serviço do cidadão!
Fonte: ASCOM/9°BEIC
Governo Lula teme bolsonarismo empoderado com Trump e possível influência de Musk
Auxiliares de Lula avaliam que o fortalecimento de Trump nos EUA ele
derrotou Kamala Harris e seu partido confirmou a retomada do controle
do Senado deve energizar o bolsonarismo no Brasil.
Também há receio pelo possível impacto no Judiciário, uma vez que o
bilionário Elon Musk, apontado como uma das pessoas que terá forte
influência na próxima administração americana, protagonizou neste ano
uma rixa pública com o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo
Tribunal Federal).
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um entusiasta de Trump e sempre se colocou como um admirador fiel do republicano, mesmo no período em que ele esteve fora do poder.
Ainda na madrugada desta quarta-feira (6), apressou-se a parabenizar Trump. Chamou o republicano de um verdadeira guerreiro ressurgido, alvo do que ele chamou de injustificável perseguição eleitoral.
Para além dos elogios públicos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente brasileiro, realizou nos últimos anos viagens aos EUA para projetar proximidade com pessoas do entorno do agora presidente eleito americano, principalmente com membros da família Trump.
No pleito desta terça (5) não foi diferente. Eduardo publicou uma
foto ao lado de Donald Trump Jr., filho do magnata, e vídeos de Trump
durante a apuração no resort de Mar-a-Lago, na Flórida.
Uma das principais preocupações do governo Lula é que Bolsonaro consiga
usar essas conexões com Trump para convencê-lo a olhar a relação com o
Brasil a partir de uma perspectiva ideológica e não pragmática.
Nessa lógica, gerou apreensão entre auxiliares de Lula quando políticos americanos partidários de Trump denunciaram, no meio deste ano, o que consideram perseguição e censura do STF contra bolsonaristas.
Em abril, por exemplo, uma comissão do Congresso dos EUA publicou uma série de despachos sigilosos de Moraes sobre a suspensão ou remoção de perfis nas redes sociais. A divulgação ocorreu para ecoar a retórica bolsonarista e de Musk de que Moraes estava praticando censura contra a oposição a Lula.
O diagnóstico é que a renovação desse tipo de ofensiva, agora com o apoio da Casa Branca, pode energizar bolsonaristas em pleitos como os pedidos de anistia para Bolsonaro e a defesa do impeachment de Moraes mesmo que não haja resultado prático, há forte potencial de desestabilização.
Moraes e Musk protagonizaram uma disputa pública que culminou com a suspensão da rede social X no Brasil durante pouco mais de um mês. A razão foram sucessivos descumprimentos pela rede social de determinações do STF sobre a retirada de conteúdos da plataforma.
Musk chegou a chamar Moraes de ditador do Brasil e a dizer que ele matinha Lula em uma coleira.
Apesar do apoio declarado à democrata, o presidente parabenizou nesta
manhã Trump por sua vitória, e falou em “trabalho junto” com os Estados
Unidos.
“Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada. O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade. Desejo sorte e sucesso ao novo governo”, afirmou.
Suspeitos de fraudarem empréstimos da Caixa são investigados pela PF
Além das prisões temporárias, os agentes federais cumpriram ainda 12
mandados judiciais de busca e apreensão em endereços residenciais e
comerciais relacionados aos investigados nas cidades de Teresina e Pedro
II, no Piauí; e em Timon, no Maranhão.
As ordens judiciais foram autorizadas pela 3ª Vara da Justiça Federal,
que determinou também o sequestro de bens dos suspeitos. Eles integram
um grupo criminoso investigado de desviar mais de R$ 20 milhões dos
cofres públicos.
Segundo PF, a apuração do suposto esquema teve início com a denúncia
feita por um empresário da capital do Piauí, Teresina. De acordo com a
corporação, o denunciante revelou que os investigados pediram a Caixa um
crédito fraudulento para sua empresa.
Ainda de acordo com o empresário, todos os trâmites burocráticos para
que o banco público concedesse o dinheiro foi intermediado por uma
pessoa posteriormente identificada pelos investigadores e que, para a
obtenção do crédito à empresa do denunciante, apresentou documentos
falsos, fraudando inclusive o faturamento da empresa.
A partir da identificação do intermediário, os policiais federais descobriram outros contratos irregulares, firmados desde 2022. Já foram identificados 179 contratos suspeitos feitos com 115 CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica). Algumas empresas se destacaram pelo volume de empréstimos inadimplentes, acima de R$ 800 mil cada uma.
Além da falta de pagamento de empréstimos concedidos pela Caixa, os investigadores também detectaram movimentações suspeitas e outras inconsistências e irregularidades, como o fato dos CNPJs de várias das empresas estarem baixados ou inaptos na Receita Federal.
Os envolvidos podem responder pelos crimes de estelionato qualificado, organização criminosa, falsificação de documentos, além de outros que venham a ser identificados no decorrer da investigação.
Preço da carne bovina volta a subir, e brasileiro recorre a ovos e peixes, aponta pesquisa
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil/Arquivo |
Em setembro, os preços da carne bovina para o consumidor subiram 7,2% em relação ao mesmo mês de 2023. A alta fez com que o consumo dessa proteína caísse 1,8%, na mesma base de comparação —primeira retração registrada neste ano.
Os números são de um levantamento da consultoria Scanntech que analisou preços em cerca de 45 mil pontos de venda no país. Para chegar aos cálculos, APIs (aplicações automatizadas) usam os dados de faturamento e volume vendido em kg.
Em todo o país, o preço médio nacional da carne vermelha subiu a R$ 28,65 em setembro. No mesmo mês de 2023, a cifra havia ficado em R$ 26,74, quando os preços já apresentavam tendência de queda —diferentemente do observado neste ano.
A saída adotada pelo brasileiro foi substituir as carnes por ovos e peixes.
O consumo desses itens aumentou 27,1% e 6,2%, respectivamente, em setembro deste ano em relação ao mesmo mês de 2023, por causa da redução de preço. O ovo ficou 10,1% mais barato, e o peixe, 0,3%, na mesma base comparativa.
Acompanharam a alta nos preços a carne de frango, que subiu 11,7% em setembro, e a carne suína, 17% mais cara na comparação com o ano passado.
Os dados da consultoria são um retrato dos números apresentados pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice que mede a inflação oficial do país.
Em setembro, os preços das carnes ficou 2,97% mais caros, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Para outubro, a tendência, sinalizada pelo IPCA-15, também é de alta.
GRANDE SP APRESENTOU MAIOR ALTA NO PREÇO DA CARNE DE BOI
Em um recorte regional, a região metropolitana de São Paulo foi a que
mais repassou a alta dos preços da carne de boi ao consumidor.
O aumento na região foi de 9,3% em setembro na comparação com o mesmo mês de 2023, de acordo com a Scanntech. Não por acaso, o consumo despencou 7,8%.
Cenários parecidos foram observados no interior paulista e nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Os preços também subiram no Sul (7,8%), no Centro-Oeste (6,5%) e no Nordeste (5,1%). A única região que apresentou ligeira queda foi o Norte (-0,4%).
MERCADOS AQUECIDOS, DÓLAR E CICLO DA PECUÁRIA EXPLICAM ALTA
Segundo especialistas ouvidos pela Folha, a demanda aquecida tanto nos
mercados interno e externo é apenas um dos fatores que explicam a alta
nos preços da carne bovina.
No setor interno, mercado de trabalho aquecido, taxa de desemprego baixa e maior poder de compra nos domicílios elevam a demanda por produtos sensíveis à renda, como carnes e lácteos, afirma Felippe Serigati, pesquisador da FGV Agro.
O cenário no mercado externo também é de alta procura pela carne do Brasil, um dos poucos países que expandiu seus abates nos últimos anos, ou seja, tinha oferta suficiente para atender a demanda internacional.
“Outros produtores, como os Estados Unidos, estão tendo que reduzir a sua produção, porque o rebanho deles já chegou em um nível muito baixo. A Austrália ainda está recompondo o seu rebanho. A Argentina está voltando agora para o mercado”, diz Serigati.
Somado a isso, tem influência a cotação do dólar. As exportações de carne vermelha, que já eram recordes no início do ano, ficaram ainda mais atrativas à medida que a moeda americana disparou —o dólar fechou a R$ 5,87 na última sexta (1º), afetado pelo mau humor do mercado acerca da incerteza fiscal doméstica e pelas eleições nos EUA.
“O Brasil nunca vendeu tanta carne bovina como agora”, afirma Fernando Iglesias, coordenador de pecuária da consultoria Safras & Mercado. “O país está exportando em torno de 40% da produção de carne. No início dessa década, exportava em torno de 25% da produção.”
Segundo o Ministério da Agricultura, as vendas alcançaram US$ 1,25 bilhão em setembro, um incremento de 29,2% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os números de outubro também mostram novos recordes.
Além dos cenários interno e externo e do câmbio, a mudança climática também contribui para a alta, devido à seca recorde observada neste ano —embora a estiagem tenha sido amenizada pelas chuvas em outubro.
PREÇO DA CARNE BOVINA CONTINUARÁ EM ALTA
A tendência, para os analistas, é que os preços da carne vermelha
continuem em alta, devido à aparente reversão do ciclo da pecuária, com
menos bois disponíveis para o abate no mercado.
O preço da arroba do boi gordo no estado de São Paulo, que chegou a ficar em R$ 220,70 em junho, já supera R$ 320,55 em novembro. Os dados são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
“O brasileiro migrará cada vez mais para outras proteínas, e isso vai afetando a dinâmica do consumo de carne vermelha. Há limites. Vai chegar em um ponto que o mercado não vai conseguir mais repassar a alta de preços ao consumidor final”, diz Iglesias.
Embora politizado, a alta no tema do preço da carne bovina “não é culpa de ninguém”, de acordo com Serigati. “Essa alta toda ainda não chegou no pico. Isso é apenas ciclo pecuário.”
Líderes pelo mundo saúdam Trump por resultado na eleição dos EUA
Emmanuel Macron |
O líder republicano conquistou vitórias em estados decisivos e está próximo de ser oficializado o novo presidente dos EUA. Confira abaixo algumas das manifestações.
Parabéns, presidente Donald Trump. Pronto para trabalharmos juntos, como fizemos por quatro anos. Com suas convicções e as minhas. Com respeito e ambição. Por mais paz e prosperidade
Emmanuel Macron
presidente da França
A maior reviravolta na história política dos EUA. Parabéns ao presidente [Trump] por sua enorme vitória. Uma vitória muito necessária para o mundo
Viktor Orbán
primeiro-ministro da Hungria
A China espera uma convivência pacífica com os Estados Unidos […] Continuaremos focando e gerenciando as relações com base nos princípios de respeito mútuo, convivência pacífica e cooperação mutuamente benéfica
Mao Ning
porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China
Agradeço o comprometimento do presidente Trump com a abordagem da ‘paz pela força’ nos assuntos globais. Esse é exatamente o princípio que pode aproximar a paz justa da Ucrânia. Tenho esperança de que o colocaremos em ação juntos
Volodimir Zelenski
presidente da Ucrânia
Pedimos que Trump aprenda com os erros do [do atual presidente Joe] Biden
Sami Abu Zuhri
porta-voz do Hamas, à agência Reuters
Parabéns, presidente eleito Trump, por sua histórica vitória eleitoral. Estou ansioso para trabalhar com você nos próximos anos. Como os aliados mais próximos, estamos ombro a ombro na defesa de nossos valores compartilhados de liberdade, democracia e empreendedorismo
Kier Starmer
primeiro-ministro do Reino Unido
Meus mais sinceros parabéns, meu amigo Donald Trump, por sua histórica vitória eleitoral. […] Espero renovar nossa colaboração para fortalecer ainda mais a parceria global e estratégica Índia-EUA. Juntos, vamos trabalhar pela melhoria do nosso povo e promover a paz, estabilidade e prosperidade globais
Narendra Modi
premiê da Índia
Trump declara vitória e diz em discurso que América lhe deu mandato sem precedentes
Trump falou à nação por aproximadamente 20 minutos em West Palm Beach, na Flórida, estado que antes era um estado-pêndulo e que se consolidou, no atual pleito, como um bastião republicano.
“É hora de deixar as divisões para trás. É hora da união”, disse ele ao celebrar o que chamou de “vitória política” sem precedentes, mesmo antes da divulgação do resultado oficial. “Nós alcançamos a coisa política mais incrível, uma vitória política que nosso país nunca viu antes.”
O republicano afirmou que os resultados lhe deram um “grande sentimento de amor” e que a nação lhe deu “um mandato poderoso”. Afirmando ter conquistado a maior parte voto popular, além de ter vencido no Colégio Eleitoral, Trump disse que os resultados significaram “uma nova era de ouro” para os EUA.
“Nós retomamos o controle do Senado. O número de vitórias no Senado foi memorável”, disse ele. “Vocês terão ótimos senadores. E parece que vamos manter o controle da Câmara dos Representantes”, afirmou.
Em nenhum momento do discurso Trump mencionou Kamala Harris, sua adversária na corrida eleitoral. Convidado a discursar brevemente, o vice na chapa de Trump, J.D. Vance, agradeceu o líder pela confiança e disse que sua vitória, tratada no discurso como certa, foi a “maior reviravolta política da história dos EUA”. Em resposta, Trump brincou dizendo que Vance havia sido “uma boa escolha”.
Além de Donald Trump e de seu vice, também estavam no palco Eric Trump e Donald Trump Jr. filhos do republicano, Melania Trump, a esposa do empresário, Dana White, o CEO do UFC, entre outros. Quase todos brancos —a exceção era Usha Vance, a esposa de V.D. Vance, cujos pais são da Índia.
O republicano ainda afirmou que a eleição representa “o maior movimento político de todos os tempos”. “Fizemos história essa noite”, disse.
Ele mencionou os “trabalhadores americanos que se esforçaram para votar”. E agradeceu Elon Musk, chamado por ele de “nova estrela”.
O clima no evento na Flórida foi se tornando de comemoração e euforia à medida que os resultados começaram a ser divulgados. Apoiadores comemoraram a arrancada de Trump nos estados da Pensilvânia e da Carolina do Norte em meio a petiscos e chocolates oferecidos pela campanha.