Federação entre União Brasil e PP será anunciada na próxima terça (29); Mário Júnior envia carta a Ciro Nogueira


Os presidentes nacionais do União Brasil, Antônio Rueda, e do PP, senador Ciro Nogueira (PI), chegaram a um entendimento e a federação entre os dois partidos será anunciada na próxima terça-feira (29), segundou apurou este Política Livre na noite desta quarta-feira (23), com exclusividade.

No primeiro momento, o comando da federação no país ficará com Rueda, mas haverá um rodízio entre os caciques das duas siglas. Mais cedo, o site mostrou que houve um impasse por conta disso, já que o ex-presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (AL), esperava assumir esta função inicialmente.

Nos estados, a tendência é que o comando fique com o partido que tem mais deputados federais. No caso da Bahia, seria o União Brasil do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que também é vice-presidente nacional da legenda (tem 6).

Entretanto, o atual presidente do PP no Estado, deputado federal Mário Negromonte Júnior, enviou ofício a Ciro Nogueira, ao qual o site teve acesso, solicitando que a situação na Bahia seja resolvida pela direção nacional da federação, a exemplo do que vai ocorrer com os diretórios de São Paulo, Rio de Janeiro e Sergipe. Com isso, ele busca evitar que ACM Neto assuma de forma automática o controle das decisões do grupo, inclusive sobre 2026.

“O movimento sugerido de repassar a outra agremiação (União Brasil) a coordenação estadual da nova federação causará, conforme já anunciado, uma saída de toda a bancada estadual do Progressista e da maioria dos nossos prefeitos. Tal movimento chegará a nossa bancada federal, enfraquecendo e praticamente extinguindo a representação do Progressistas baiano no Congresso que hoje é pujante”, escreveu Mário Júnior.

No documento, Mário Júnior, que sempre se posicionou contrário à federação, seguindo a vontade da maioria da legenda de acompanhar o PT tanto na Bahia quanto no Brasil, destacou que o PP baiano elegeu, em 2022, quatro deputados federais e seis estaduais. No pleito de 2024, foram 41 prefeitos, 37 vice-prefeitos e 414 vereadores.

Atualmente, com a saída do deputado federal Neto Carletto para o Avante, o PP ficou com três deputados federais. Além de Mário Júnior, há Cláudio Cajado e João Leão, este último amplamente favorável à oposição por defender que a sigla continue na oposição e ao lado de ACM Neto e do prefeito de Salvador, Bruno Reis.

Política Livre

Bolsonaro reclama de intimação em UTI e fala para oficial em ‘tribunais de Hitler’; veja vídeo


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou nesta quarta-feira (23) um vídeo que mostra o momento em que uma oficial da Justiça entra em seu quarto de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para intimá-lo da abertura do processo penal sobre a trama golpista de 2022.

Bolsonaro falou por cerca de 11 minutos com a oficial da Justiça, mostrando contrariedade com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de comunicar da abertura do processo enquanto o ex-presidente está internado.

“Ele acha que me prendendo ou me tirando da vida pública, acabou. Está tudo resolvido a questão do Brasil aqui. E não é assim”, disse o ex-presidente.

A intimação pessoal, com a assinatura do réu, é um dos passos iniciais do processo. Após ser notificado, Bolsonaro tem cinco dias para apresentar sua defesa prévia à acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República), indicando testemunhas e provas que pretende coletar na ação penal.

“Eu tenho cinco dias para apresentar minha defesa prévia. [Meu advogado] Ele faz a defesa comigo. A senhora tem ciência que está dentro de uma sala de UTI, no hospital?”, perguntou.

Em meio a pedidos de desculpas, ele chegou a comparar a atuação da oficial da Justiça às pessoas que cumpriam ordens da Alemanha nazista. “Você só está cumprindo ordem aqui, mas o pessoal dos tribunais do Hitler também cumpria sua missão: colocava judeus na câmara de gás. Todos pagaram seu preço um dia. Não vai ser diferente no Brasil”, disse.

O ministro Alexandre de Moraes havia decidido esperar uma data adequada para intimar Bolsonaro da abertura do processo. Todos os demais réus do núcleo central da trama golpista já haviam sido notificados entre os dias 11 e 15 de abril.

Bolsonaro deu uma entrevista na segunda (21) por vídeo ao SBT Brasil, da cama de seu quarto de UTI, e na terça-feira (22) participou de live em que conversou com Flávio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Carlos Bolsonaro, seus filhos. O ex-piloto Nelson Piquet também participou.

“A divulgação de live realizada pelo ex-presidente na data de ontem (22/4) demonstrou a possibilidade de ser citado e intimado hoje (23/4)”, disse o Supremo.

Com a intimação, Bolsonaro passa a ter cinco dias para apresentar suas considerações iniciais sobre o processo que responde por supostamente ter liderado uma organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado após a eleição de Lula (PT) nas eleições de 2022.

Apresentaram defesas prévias até esta quarta-feira os réus Mauro Cid, Augusto Heleno e Almir Garnier. Faltam se manifestar Bolsonaro, Braga Netto, Anderson Torres, Alexandre Ramagem e Paulo Sérgio Nogueira.

Bolsonaro está internado desde 11 de abril por problemas decorrentes da facada que sofreu durante a campanha presidencial de 2018. Ele foi submetido a cirurgia abdominal no último dia 13 —a sexta intervenção cirúrgica desde o incidente de sete anos atrás.

O ex-presidente está na UTI desde que fez o procedimento, ainda sem previsão de alta.

O ex-presidente acusou o Supremo de atuar de forma sigilosa contra ele. O processo penal contra o presidente, porém, está público e as provas usadas na acusação estão abertas às defesas.

Bolsonaro ainda disse que todo o processo do golpe deveria ter sido anulado quando o Supremo decidiu arquivar, a pedido da PGR, a investigação sobre a falsificação do cartão de vacinação do ex-presidente.

Foi nessa investigação que a Polícia Federal apreendeu o celular do tenente-coronel Mauro Cid, por meio do qual os investigadores tiveram acesso a provas das discussões para se dar um golpe de Estado.

O ex-presidente se exaltou algumas vezes durante a intimação na UTI. Em um dos momentos, gritou com um auxiliar que o alertava do aumento da pressão enquanto discursava e retirou um equipamento que media seus sinais vitais.

Ele ainda disse que “eleição sem Jair Bolsonaro é uma negação da democracia” e repetiu que não vai fugir do Brasil.

Em entrevista à rádio, Coronel compara PT ao nazismo e sinaliza rompimento

 

Foto: Roque de Sá/Agência Senado/Arquivo

Durante entrevista à rádio 95 FM, de Jequié, na tarde desta quarta-feira (23), o senador Angelo Coronel (PSD) comparou o Partido dos Trabalhadores ao “nazismo”, questionou a força do governo Jerônimo Rodrigues (PT) e voltou a sinalizar com um possível rompimento com o grupo petista.

Coronel criticou a ideia de o PT preencher todas as vagas da chapa majoritária baiana em 2026, comparando a sigla a “nazistas” que queriam dominar e impor uma “raça pura”. Segundo ele, a gestão Jerônimo não é “essa coca-cola” para o PT ter a intenção de emplacar três nomes na composição do próximo ano.

“Antigamente, os alemães, os nazistas, Hitler queria sempre manter uma raça pura. Sem nenhuma conotação ao extremo passado, mas inadmissível o PT, de quatro (vagas na chapa majoritária), ele querer três. E, se o MDB se abrir, ele quer fazer até quatro cargos da chapa. Isso é inadmissível. A política é aliança. É a arte de somar e ninguém pense que a situação está assim essa cola-cola, essa bondade toda para ter essa potência de querer achar que pode fazer uma chapa completa só com um partido”, disse Coronel.

Coronel ainda reafirmou que, se o PSD ficar fora da chapa, pode haver um rompimento. De acordo com ele, “a aliança sempre tem um prazo de validade”. “O PSD não concorda com isso (do PT ter três nomes na chapa). Nós somos aliados e a aliança sempre tem um prazo de validade. Se o grupo que está dominando a Bahia, está com o poder, achar que deve excluir o PSD da chapa, Angelo Coronel, vamos sentar com o diretório estadual e nacional para ver qual o rumo que vamos tomar”, acrescentou.

O senador Jaques Wagner (PT) e o presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, têm defendido que a chapa majoritária do governo seja composta por Jerônimo, pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e pelo próprio Wagner.

Correio*

Ipiaú institui Dia Municipal do Doador de Sangue: data será celebrada anualmente no segundo sábado de maio

Foto: Fernando Canuth / DECOM PMI

A prefeita de Ipiaú, Laryssa Dias, assinou na manhã desta quarta-feira, 23 de abril, a lei que institui o Dia Municipal do Doador de Sangue. A nova data será celebrada todos os anos no segundo sábado do mês de maio, com o objetivo de incentivar a doação voluntária de sangue e conscientizar a população sobre a importância desse gesto solidário.
Foto: Fernando Canuth / DECOM PMI
A assinatura da lei contou com a presença do presidente da associação Parceiros do Bem, Alenilton Torres, uma das lideranças locais na mobilização por ações de incentivo à doação de sangue no município.

Com a sanção da lei, o Dia Municipal do Doador de Sangue passa a integrar o calendário oficial de datas comemorativas de Ipiaú. Além da celebração, a legislação prevê a realização de campanhas educativas e eventos voltados ao estímulo da doação de sangue, fortalecendo a cultura da solidariedade e do cuidado com a vida.

“Mais do que uma homenagem, essa lei é um passo importante para salvar vidas. Queremos reforçar o quanto é necessário e urgente manter os estoques de sangue abastecidos, e isso só é possível com a colaboração de doadores voluntários”, destacou a prefeita Laryssa Dias durante o ato de assinatura.

A iniciativa foi bem recebida por profissionais da saúde e representantes de instituições que atuam na área, que destacam o impacto positivo da medida para a manutenção regular dos bancos de sangue que atendem à população regional.

A expectativa é de que, com a nova data, Ipiaú se torne referência em mobilização para a doação de sangue, promovendo ações permanentes de incentivo e valorização dos doadores.

Fernando Canuth / DECOM PMI

STF afasta desembargadores do TJ-MS de novo em investigação sobre venda de sentenças

Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 3 milhões em espécie na casa de desembargador aposentado do TJ-MS
Os desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul investigados por suspeita de venda de sentenças foram afastados novamente de seus cargos. Eles tinham retornado ao trabalho nesta semana, depois do primeiro prazo ter vencido na segunda-feira (21).

A decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cristiano Zanin, publicada nesta terça-feira (22), não deu prazo para essa prorrogação. Nela, o ministro disse que a PGR (Procuradoria-Geral da República) ainda não se manifestou sobre os relatórios da investigação.

Com isso, os desembargadores Alexandre Aguiar Bastos, Marcos José de Brito Rodrigues, Sideni Soncini Pimentel e Vladimir Abreu da Silva, o conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, Osmar Jeronymo, e o servidor do Tribunal de Justiça e sobrinho de Osmar, Danillo Moya Jeronymo, não podem acessar as dependências e sistemas do TJ-MS, além de não poderem ter contato com servidores do tribunal.

A Polícia Federal cumpriu em outubro mandados de busca e apreensão em uma investigação sobre a venda de sentenças. Também foram alvos de busca e apreensão advogados, desembargadores aposentados e um lobista envolvido em outras suspeitas relacionadas à venda de decisões.

Em domicílio do desembargador aposentado Julio Cardoso, um dos alvos da operação, foram apreendidos aproximadamente R$ 3 milhões em espécie pela Polícia Federal.

As quebras de sigilo de comunicações que fundamentaram a operação apontam que as negociações sob suspeitas aconteciam por meio dos filhos dos desembargadores afastados.

Esses filhos investigados são, na maioria, advogados, que, segundo a PF, usariam seus escritórios para burlar mecanismos de rastreamento do fluxo de dinheiro.

A operação que investiga o caso foi batizada de Ultima Ratio e apura os crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário.

Os mandados de busca foram expedidos pelo ministro Francisco Falcão, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), e foram cumpridos por cerca de 200 policiais federais em Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá.

A investigação sobre a comercialização de sentenças teve apoio da Receita e é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, deflagrada pela PF em 2021.

O inquérito foi enviado ao Supremo a pedido da PGR, por ser relacionado a suspeita que envolvem o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves.

Andreson, segundo as investigações, também negociava decisões em gabinetes do STJ.

Questionado pela reportagem, o TJ-MS confirmou que houve o retorno legal, mas citou o novo afastamento após a decisão do Supremo.

No ano passado, o tribunal afirmou que os investigados terão “todo o direito de defesa” e que os fatos estão sob investigação, “não havendo qualquer juízo de culpa definitivo”.

Josué Seixas, Folhapress

‘Sediários pontifícios’: saiba quem carregou o caixão do papa Francisco na procissão à Basílica de São Pedro

Conheça grupo da corte pontifícia com responsabilidade de carregar Francisco nos ritos litúrgicos desta quarta (23), antes do início do velório público do pontífice. Funeral oficial e enterro serão no sábado (26).
O corpo do papa Francisco foi levado em procissão da Casa de Santa Marta, onde morava e estava desde que morreu, até a Basílica de São Pedro, onde começou a ser velado de forma pública nesta quarta-feira (23).

A responsabilidade de carregar o caixão contendo o corpo do papa Francisco foi incumbida a 14 "homens de preto": os sediários pontifícios, membros da corte papal que atuam como "faz-tudo" para serviços braçais no Vaticano.

"Esses homens que carregam o caixão são os do protocolo, do cerimonial do Vaticano. Eles sempre estão lá, às vezes, organizando as cadeiras nas celebrações ou orientando as pessoas. E nas audiências privadas da Igreja são eles que orientam dentro do palácio [papal] para onde ir, eles que preparam, digamos, a parte braçal do protocolo. Tudo que precisa ser carregado, transportado, colocado, tirado de uma sala, microfone, eles que fazem", afirmou ao g1 o vaticanista brasileiro Filipe Domingues.
Os sediários pontifícios originalmente carregavam a cadeira papal, que parou de ser utilizada com o papa Paulo VI, que comandou a Igreja Católica entre 1963 e 1978.

A procissão percorreu a Praça Santa Marta e a Praça dos Protomártires Romanos, saiu pelo Arco dos Sinos em direção à Praça de São Pedro e entrou na basílica pela porta central.

Segundo Massimo Sansolini, que serviu como sediário papal durante cerca de 50 anos e é autor do livro "Eu, sediário papal", a função também inclui acompanhar visitantes do papa, como chefes de Estado, monarcas, embaixadores e personalidades do mundo, e outros que tenham audiências especiais marcadas com o pontífice. Os sediários são responsáveis por uma antessala doa apartamento do papa, chamada de "Salão dos Sediari", para controlar as visitas, ainda segundo Sansolini.

O corpo do papa foi recebido por uma multidão na Praça de São Pedro, que fazia fila para entrar na basílica e prestar suas últimas homenagens ao pontífice. O velório público ficará aberto até a sexta-feira (25), e o caixão será fechado às 15h, no horário de Brasília (20h no horário local).


Segundo o Vaticano, 20 mil fiéis estavam presentes na praça, e alguns se emocionaram com a passagem do corpo.

A programação incluiu uma série de cerimônias litúrgicas para marcar a despedida de Francisco. Antes de os fiéis entrarem na igreja, o corpo do papa foi velado por bispos e padres, que realizaram ritos e prestaram suas homenagens. Segundo o Vaticano, 80 cardeais e patriarcas da Igreja Católica estavam presentes, além de bispos, padres, freiras e leigos.

Anteriormente, a procissão também passava pelo Palácio Apostólico. No entanto, Francisco retirou o local do trajeto para deixar a cerimônia ainda mais simples.
https://g1.globo.com/hora1/video/corpo-do-papa-chega-a-basilica-de-sao-pedro-13539079.ghtml

Procissão litúrgica

O ritual de procissão foi presidido pelo cardeal irlandês-americano Kevin Farrell, camerlengo da Santa Sé. Antes da saída da Casa Santa Marta, houve um momento de oração. Farrell também comanda a Liturgia da Palavra na Basílica de São Pedro.

“Queridos irmãos e irmãs, com profunda dor agora acompanhamos os restos mortais do nosso papa Francisco até a Basílica Vaticana”, disse Kevin Farrell no início da cerimônia.

O corpo de Francisco está exposto diretamente no caixão, sem o uso de uma plataforma elevada, como era feito anteriormente. A mudança também atende a um desejo do papa para deixar o velório mais discreto.

O próprio Francisco também determinou que o caixão fosse mais simples. No passado, papas eram enterrados em três urnas: uma de cipreste, outra de chumbo e a última de carvalho. Agora, a estrutura terá apenas um caixão de madeira revestido com zinco.

O funeral oficial será realizado no sábado (26), às 10h (5h em Brasília), com uma missa na Praça de São Pedro, presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio dos Cardeais. A celebração marcará o início dos "novemdiales", os nove dias de luto e orações pela morte de um papa.

Ao contrário de seus antecessores, Francisco pediu para ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e não na cripta da Basílica de São Pedro.
Por Artur Alvarez, g1 — São Paulo

Quem são os cardeais brasileiros aptos para o cargo?

Da esquerda para a direita, cardeais Dom Paulo Cezar Costa, de Brasília; João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília; Odilo Pedro Scherer, de São Paulo; e Jaime Spengler, de Porto Alegre
S
ete cardeais brasileiros vão participar do conclave, a eleição para a escolha do novo comandante da Igreja Católica. Dois deles são da capital: o arcebispo de Brasília, Paulo Cezar Costa, e o arcebispo Emérito, João Braz de Aviz, que deixou o posto ao completar 75 anos. Hoje, ele tem 77 anos.
Da esquerda para a direita, cardeais Sérgio da Rocha, de Salvador; Orani João Tempesta, do Rio de Janeiro; e Leonardo Steiner, de Manaus. 
Veja a lista completa abaixo:
  • Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, de Brasília;
  • Cardeal João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília;
  • Cardeal Odilo Pedro Scherer, de São Paulo;
  • Cardeal Jaime Spengler, de Porto Alegre, atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB);
  • Cardeal Sérgio da Rocha, de Salvador;
  • Cardeal Orani João Tempesta, do Rio de Janeiro;
  • Cardeal Leonardo Steiner, de Manaus.
Como acontece a votação do conclave?

Um cardeal precisa receber dois terços dos votos para ser eleito. As indicações, secretas, são queimadas após a contagem.

Até quatro votações podem ser feitas por dia, sendo duas pela manhã e outras duas à tarde. Se, depois do terceiro dia de conclave, a Igreja ainda não tiver o novo Papa, começa uma pausa de 24 horas para orações. Outra, por igual período, também pode ser convocada se houver mais sete votações sem um eleito.

Já quando a indicação do novo pontífice é fechada, a Igreja, então, questiona formalmente se ele aceita o cargo. Se o religioso aceitar, deve escolher um novo nome. Na sequência, é levado para o ambiente chamado de 'Sala das Lágrimas', no qual traja as vestes papais.

No final do processo, o novo Bispo de Roma é anunciado aos fiéis na Praça de São Pedro e apresentado na sacada da Basílica. É de lá que é proclamada a frase: 'Habemus Papam'.

O que é a 'Sé Vacante'?

Com a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica passa pelo período chamado de 'Sé vacante', fase em que fica sem um líder e quando o clero se reúne para a escolha do novo pontífice. A expressão Sé Vacante vem do latim e significa 'Trono Vazio'. Neste período, o governo da Igreja Católica fica a cargo do carmelongo, que administra os bens e o Tesouro do Vaticano.

O ocupante do posto também tem a responsabilidade de organizar o Conclave, a eleição para escolha do substituto, que, pelas normas católicas, precisa começar em até 20 dias após a morte do Papa

O nome da votação também tem origem no latim e quer dizer "fechado à chave". Durante os dias do conclave, cardeais elegíveis do mundo todo ficam fechados no Vaticano, em um juramento de segredo absoluto sobre o procedimento.

No momento, o carmelongo é o cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell.

Durante seu governo, é o Colégio dos Cardeais que precisa discutir os assuntos mais urgentes da Igreja Católica.

O grupo não pode fazer mudanças profundas na Igreja ao longo da Sé Vacante, como alterar as leis determinadas pelos papas, por exemplo. Mas, tem como uma das primeiras determinações estabelecer o dia, a hora e o modo como o corpo do pontífice será levado à Basílica de São Pedro para ser exposto aos fiéis.

Já com relação ao Conclave, as votações acontecem dentro Capela Sistina.
https://cbn.globo.com/mundo

PEC do fim da reeleição para chefes do Executivo avança no Senado

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos foi lida nesta quarta-feira (23) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Um pedido de vista adiou a votação para o dia 7 de maio.

A PEC prevê uma regra de transição com o fim da reeleição apenas para quem for eleito em 2034; prorroga os mandatos do Executivo de 4 para 5 anos, incluindo os vereadores e deputados federais, estaduais e distritais, e unifica todas as eleições para o mesmo ano. Em vez de eleições a cada 2 anos, o Brasil teria eleições a cada 5 anos. Prefeitos e vereadores eleitos em 2028 teriam mandato de 6 anos, sem direito à reeleição. Já os senadores teriam os mandatos ampliados de 8 para 10 anos.

Nenhum senador se manifestou contra o fim da reeleição na CCJ, sugerindo consenso para a proposta. Porém, a regra de transição foi criticada com um pedido para o fim da reeleição para os eleitos já em 2026.

O relator da matéria, senador Marcelo Castro (MDB-PI) (foto), justificou a medida argumentando que a reeleição fez mal ao Brasil.

“Ao invés de possibilitar aos eleitores a opção pela recondução de mandatários de sucesso, contribuindo para aprimorar a qualidade dos mandatos, a reeleição resultou num viés pernicioso, de estímulo aos chefes do Poder Executivo pela opção de agendas imediatistas, de fácil retorno eleitoral, em prejuízo de projetos estruturantes, de longa maturação, apesar de preferíveis”, explicou Castro.

A possibilidade de reeleição foi incluída no país no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, mudança que permitiu a reeleição do político em 1998.

O senador Omar Aziz (PSD-AM) sustentou que é melhor acabar logo com a reeleição porque até 2034 novos legisladores podem mudar a regra novamente.

“Se a gente for esperar 2034, ninguém sabe se a gente vai estar aqui ainda. A reeleição no país foi a pior coisa que a gente poderia ter feito para o Brasil, para os brasileiros, para os governos, porque o cara vai para uma reeleição, e faz loucura para se reeleger. Caso ele perca, ele entrega o governo estraçalhado para o sucessor”, avalia.

O relator Marcelo Castro sugeriu a possibilidade de um acordo para antecipar o fim da reeleição para os eleitos em 2028.

“Podemos chegar a um entendimento e encurtar um pouco [a regra de transição]. O princípio que tracei foi o de não ferir o direito adquirido, e até mesmo a expectativa de direito. Mas podemos chegar a um acordo”.

Foram apresentadas emendas à PEC para reduzir o número de senadores para dois por unidade da federação. Atualmente, são três por estado. Outra emenda pediu a redução dos mandatos de senadores de 10 para 5 anos. Mas as propostas foram rejeitadas pelo relator, argumentando que não há consenso e debate suficiente para reduzir o tempo dos mandatos ou o número de senadores.

“O debate a respeito da redução dos mandatos dos senadores é insuficiente para construir um acordo mínimo sobre a matéria”, disse.

Lucas Pordeus León/Agência Brasil

Hugo Motta volta a defender necessidade de revisar gastos e de mudança na política fiscal

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), voltou a defender a necessidade de revisar gastos e de uma mudança na política fiscal nas contas públicas, nesta quarta-feira, 23, durante o evento CNN Talks, promovido pela CNN e CNN Money, em Brasília.

Na ocasião, Motta participava de um debate com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney.

O presidente da Câmara disse que o Congresso Nacional tem procurado trabalhar em “agenda consonante” com a do Ministério da Fazenda e defendeu que o Executivo e o Legislativo atuem de forma conjunta. “Essa agenda de reformas sempre foi muito bem recebida, até, muitas das vezes, reformas difíceis, decisões amargas, o Congresso foi lá e teve coragem de bancar essas decisões, porque era necessário para o País”, afirmou.

Motta prosseguiu: “Agora, neste cenário de incertezas para com a nossa política externa, o enfrentamento que nós vamos ter que fazer com o posicionamento do País acerca daquilo que vem acontecendo depois da chegada do novo presidente americano, reforça, penso eu, duas certezas: primeiro, que nós temos que andar cada vez mais juntos, a agenda do governo com a agenda do Congresso, para que a gente possa se proteger.”

O deputado acrescentou: “E segundo, nos obriga a sermos ainda mais eficientes. Precisamos continuar essa agenda de reformas. Precisamos ter ainda mais responsabilidades, principalmente, para manter a integridade do arcabouço fiscal.”

Motta disse ainda que o País precisa rever gastos e melhorar a eficiência da máquina pública, para ter condições de reagir em momentos de incerteza.

“Poder discutir, sempre que for necessário, a revisão dos gastos Eu tenho defendido isso de maneira muito veemente todas as vezes que tenho tido a oportunidade de falar, porque o País precisa discutir a eficiência da máquina pública e acerca dos incentivos fiscais, para que possamos ter o Estado mais eficiente, para que possamos evoluir numa política fiscal de praticamente nenhum espaço para termos algum espaço no futuro”, comentou o parlamentar.

Motta também afirmou que o resumo do que o Congresso precisa fazer é “manter o diálogo” com o governo e o setor produtivo e prosseguir com a agenda de reformas.

Amanda Pupo, Fernanda Trisotto e Victor Ohana/Estadão Conteúdo

FICCO/SE prende homem com 30 kg de cocaína em Itabaiana/SE

Aracaju/SE. Na manhã desta quarta-feira (23/4), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Sergipe (FICCO/SE), em ação conjunta com o GETAM/PM, realizou a prisão em flagrante de um homem que transportava cerca de 30 quilos de droga em Itabaiana/SE.

O suspeito foi abordado em uma praça do Município e, durante a revista veicular, os policiais localizaram no porta-malas uma caixa com cerca de 30 quilos de cocaína, sendo 20 kg na forma de crack e 10 kg na forma de cloridrato.

Ele foi conduzido à Superintendência da Polícia Federal em Aracaju, onde a prisão em flagrante por tráfico de drogas foi formalizada. O veículo utilizado também foi apreendido.

A FICCO/SE é composta por integrantes da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Secretaria Nacional de Políticas Penais e tem como objetivo a integração das forças de segurança em ações de combate ao crime organizado.

Comunicação Social da Polícia Federal em Sergipe

PF mira funcionário da Caixa Econômica Federal suspeito de desviar R$ 2,3 milhões em SC

Empregado é investigado por peculato após utilizar dinheiro da agência para apostas e pagamentos irregulares em São José do Cedro/SC. 
Dionísio Cerqueira/SC. A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (23/4) a operação Aposta Perdida, realizando busca e apreensão na residência de um empregado da Caixa Econômica Federal, morador da cidade de São José do Cedro/SC, suspeito de desviar aproximadamente R$ 2,3 milhões da agência onde trabalhava.

As investigações apontam que o suspeito realizava saques sem contrapartida e pagava boletos utilizando o dinheiro do caixa, sem fazer a devida compensação.

Também foi apurado que o investigado utilizava os valores indevidamente auferidos em apostas em vários tipos de jogos de azar.

A operação de hoje tem como objetivo recuperar possíveis valores desviados e apreender um veículo possivelmente adquirido com o dinheiro desviado, além de encontrar outros elementos de prova dos fatos investigados.

O investigado poderá responder pelo crime de peculato.

Comunicação Social da Polícia Federal em Dionísio Cerqueira/SC 

Presidente do INSS é afastado após operação da PF e CGU sobre descontos não autorizados em benefícios


O presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Alessandro Stefanutto, foi afastado nesta quarta-feira (23), após operação da Polícia Federal e CGU (Controladoria-Geral da União) para combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.
O procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, também foi afastado do cargo. De acordo com as investigações, entidades investigadas descontaram de aposentados e pensionistas o valor estimado de R$ 6,3 bi, entre 2019 e 2024.

Cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU cumprem 211 mandados judiciais de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão.

Há seis mandados de prisão temporária no Distrito Federal e nos estados de Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Seis servidores públicos foram afastados de suas funções.

As investigações identificaram a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre os benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo INSS.

Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais.

O QUE FAZER?
Os aposentados e pensionistas do INSS que tiverem desconto indevido de mensalidade associativa no extrato de pagamentos (contracheque) podem pedir a exclusão do débito de forma automática pelo aplicativo ou site meu INSS.

Na tela inicial do Meu INSS é disponibilizada a consulta de “mensalidade associativa”. Em seguida, uma funcionalidade no aplicativo/site permite que aposentados e pensionistas além de consultarem o desconto no pagamento, peçam a exclusão e/ou bloqueio através do serviço “exclusão de mensalidade de associação ou sindicato” e/ou “bloqueio de mensalidade de associativa”. O serviço também pode ser solicitado pela Central 135, assim como diretamente às entidades associativas.

Constança Rezende/Folhapress

Ações da Segurança Pública garantem 30 dias consecutivos sem homicídios em Jequié


A Polícia Civil da Bahia, por meio de ações coordenadas com a Secretaria da Segurança Pública, reduziu de forma significativa os índices de violência na cidade de Jequié. No mês de abril deste ano, o município atingiu um marco importante: 30 dias consecutivos sem registros de homicídios. Além disso, houve uma redução de, aproximadamente, 24% no número de mortes violentas.

Para fortalecer o combate à criminalidade, foi implantado o Serviço de Investigação de Local de Crime (Silc), que garante atendimento imediato às ocorrências de homicídio. Este conta com uma equipe de delegados e investigadores. Houve também a criação da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), a qual investiga as organizações criminosas responsáveis pela maior parte deste delito na região.

Por meio deste trabalho integrado, a Polícia Civil elucidou, aproximadamente, 70% dos homicídios ocorridos na região e prendeu oito suspeitos de envolvimento nesses crimes. Também foram realizadas ações que resultaram na apreensão de armas de fogo e entorpecentes, promovendo mais segurança ao município de Jequié.

Texto: Ascom PC

DT de Queimadas prende acusado de feminicídio em Santaluz

                            Ele matou a companheira na cidade de Queimadas, no último domingo.
A Polícia Civil da Bahia, por meio da Delegacia Territorial de Queimadas e com o apoio da Polícia Militar, cumpriu um mandado de prisão, nesta terça-feira (22), contra um homem de 46 anos acusado de feminicídio. Ele foi localizado pelas equipes na cidade de Santaluz, onde morava e trabalhava como pedreiro.

A servidora municipal Rosana da Silva Santos, de 46 anos, foi morta no último domingo (20), na rua Valter Amorim, no bairro Rua da Palha, no município de Queimadas. Ela mantinha um relacionamento com o suspeito e no dia crime o casal teve uma discussão. O homem não aceitou o fim do relacionamento e agrediu a mulher com uma pedra. Ela ainda chegou a ser socorrida para o Hospital Municipal, mas não resistiu.

Durante a prisão, uma arma artesanal calibre 28 foi localizada e o suspeito também foi flagranteado pelo crime de posse ilegal de arma de fogo. Além disso, havia outro mandado de prisão contra ele por homicídio, expedido pela Comarca de Águas de Lindóia, no estado de Goiás. Ele foi submetido aos exames de praxe e está à disposição do Poder Judiciário.
Texto: Polícia Militar – DCS

Polícia Civil apreende adolescente suspeita de envolvimento na morte da mãe

Com base nos elementos apurados, a Polícia Civil representou pela internação provisória da adolescente e outros três são investigados.
A Polícia Civil da Bahia, por meio da 1ª Delegacia Territorial de Santa Cruz Cabrália, apreendeu em flagrante na terça-feira (22), uma adolescente de 16 anos apontada como coautora do ato infracional análogo ao crime de homicídio, que vitimou sua própria mãe, Yane Soares Matos, morta com um disparo de arma de fogo no dia 21 de abril, em sua residência no distrito de Pindorama.

Durante diligências ininterruptas conduzidas pelas equipes policiais, a adolescente foi localizada e, em depoimento confessou sua participação no crime, informando ainda que integra um grupo criminoso com atuação nas regiões de Porto Seguro, Caraíva e Pindorama.

Segundo o relato da suspeita, a motivação do homicídio decorreu de dívidas oriundas do tráfico e da resistência da vítima em aceitar a participação da filha no esquema criminoso, tendo, inclusive, ameaçado denunciar os integrantes da quadrilha.

Com base nos elementos apurados, a Polícia Civil representou pela internação provisória da adolescente, que está à disposição da Vara da Infância e da Juventude, e também pela prisão temporária de outros envolvidos no crime, os quais estão sendo procurados.

Texto: Ascom PC

Paraná Pesquisas: aprovação de Lula cai para 39,2% e atinge pior patamar; reprovação sobe para 57,4%

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aprovado por 39,2% da população e reprovado por 57,4%, de acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Paraná Pesquisas. Outros 3,4% dos entrevistados disseram não saber ou preferiram não opinar sobre a atual gestão. A informação é da “Exame”.

O índice de aprovação é o mais baixo desde 2023, marcando a primeira vez que o apoio ao governo fica abaixo dos 40%. Ao mesmo tempo, a taxa de reprovação atingiu seu maior nível desde o início do mandato.

Essa é a quarta ocasião, segundo a série histórica do instituto, em que a desaprovação supera a aprovação fora da margem de erro, que é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Em relação ao levantamento anterior, divulgado em fevereiro, a desaprovação subiu 2,4 pontos percentuais, enquanto a aprovação recuou 2,8 pontos. Apesar disso, essas variações foram menores do que as registradas na pesquisa anterior, quando a avaliação negativa havia aumentado em quatro pontos.

Vaticano inicia ritos do adeus a Francisco, e Igreja se move para eleger novo papa


Ainda era uma praça São Pedro quase vazia, com mais jornalistas e cinegrafistas do que fiéis e turistas, quando os primeiros cardeais começaram a entrar no Vaticano, por volta das 8h30, no horário local. Reconhecíveis pela batina preta com detalhes em vermelho, alguns chegaram caminhando pelas ruas de Roma.

O compromisso era a primeira reunião preparatória para as cerimônias fúnebres e o conclave que vai decidir o nome do sucessor do papa Francisco, morto nesta segunda-feira (21), aos 88 anos. Convocados pelo decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re, todos os cardeais podem participar do encontro, chamado de congregação geral.

Iniciada por volta das 9h, a reunião, na sala nova do sínodo, contou com a presença de cerca de 60 cardeais, de um total de 252, sendo 135 deles com direito a votar no conclave. Desse tipo de reunião podem participar inclusive os que são maiores de 80 anos e, portanto, não são mais eleitores. Para eles, porém, a presença é facultativa.

O quórum estava reduzido porque muitos cardeais ainda estão a caminho de Roma. Dos 252, 55% são de fora do continente europeu —uma consequência das escolhas de Francisco em seus 12 anos de papado, com aumento da representação dos continentes asiático e africano. A próxima congregação geral está agendada para esta quarta-feira (23), às 17h do horário local, quando mais cardeais já devem ter desembarcado na cidade.

Mesmo assim, as primeiras decisões importantes foram tomadas. O principal rito do funeral, a missa com a presença de autoridades religiosas e chefes de Estado e de governo, foi confirmado para o sábado (26), às 10h (5h em Brasília). Ela também será comandada pelo decano Battista Re. Mais tarde, outros rituais vão preparar o sepultamento do corpo do papa, que será levado para a basílica Santa Maria Maior, em Roma.

Também decidiu-se que o corpo do papa, que estava sendo velado na capela da Casa Santa Marta, será levado na manhã de quarta para a Basílica de São Pedro, onde os fiéis poderão se despedir do pontífice.

O transporte do corpo ocorrerá por volta das 9h (4h de Brasília), depois de uma oração comandada pelo cardeal camerlengo, Kevin Farrell. A procissão vai percorrer da praça Santa Marta até a praça São Pedro, chegando pelo Arco dos Sinos, do lado direito da basílica. A entrada na basílica será pela porta central.

No altar da Confissão, o cardeal Farrel vai presidir outra cerimônia fechada, após a qual será iniciada a visitação. Os fiéis poderão entrar na basílica das 11h (6h em Brasília) às 24h; na quinta, das 7h às 24h; e na sexta, das 7h às 19h. Autoridades de Roma se preparam para receber 1,3 milhão de pessoas nos próximos dias.

Com duração de 1h30min, o encontro também definiu os nomes dos primeiros auxiliares do camerlengo. Por sorteio, ficou decidido que os cardeais Pietro Parolin, secretário de Estado da Santa Sé, Stanisław Ryłko, arcipreste da basílica Santa Maria Maior, e Fabio Baggio, subsecretário do Dicastério do Desenvolvimento Humano Integral, vão ajudar Farrell em decisões simples. Depois de três dias, novo sorteio estabelece os próximos auxiliares. Questões graves devem sempre ser tratadas nas congregações gerais.

Ainda não há data para o conclave. Na sala de imprensa, o Vaticano disse que a prioridade eram as decisões relacionadas às cerimônias fúnebres.

No entorno do Vaticano, que amanheceu blindado com diversos pontos de controle de segurança, o volume de visitantes e de jornalistas é crescente desde o anúncio da morte do papa. O sol e a temperatura amena, pouco acima dos 20°C, ajudaram a atrair turistas e curiosos.

A brasileira Letícia Ferreira, 39, veio de Anápolis (GO), passar a Semana Santa com uma prima moradora de Roma, e aproveitou para visitar a basílica na tarde desta terça-feira (22). “Atravessei a porta santa [aberta por causa do Jubileu da Igreja] e orei bastante pelo papa. Francisco era um papa acolhedor, gostava de estar entre as pessoas”, disse ela, que achou o Vaticano mais cheio do que no domingo de Páscoa, quando Francisco fez o que viria a ser sua última aparição em público. “Dentro da basílica tem bastante turista, mas também bastante emoção.”

A italiana Rita Marani saiu comovida da praça, após visitar a basílica e também atravessar a porta santa. “Amanhã vamos voltar [para velar o corpo do papa]. Francisco foi muito bom, sabia estar com os poderosos e com os humildes”, disse. Sobre o próximo papa, disse não saber qual seria um perfil adequado. “Este nós não conhecíamos, e ele se mostrou uma pessoa maravilhosa.”

Michele Oliveira/Folhapress

Jerônimo encaminha projeto de lei que altera estrutura remuneratória das carreiras da Segurança Pública do Estado

Mais um grande passo foi dado para o reconhecimento e valorização dos profissionais que atuam na segurança pública da Bahia. Nesta terça-feira (22), o governador Jerônimo Rodrigues encaminhou, para a Assembleia Legislativa da Bahia, três Projetos de Lei que alteram a estrutura remuneratória das carreiras desta área, além de outros benefícios.

“Estamos fazendo um gesto de inclusão, um momento histórico, botando na mesa e discutindo. Tô valorizando, reconhecendo a importância dos movimentos, das polícias, das forças de segurança. Eu sempre achei que iríamos chegar em um ponto”, anunciou o governador.

Para os integrantes da Polícia Militar (praças e oficiais) e do Corpo de Bombeiros Militar, o Projeto de Lei prevê um ganho médio de 14,76% entre os anos de 2025 e 2026. Na Polícia Civil, o ganho acumulado será de 14%, no mesmo período (2025/2026), para os cargos de delegado, perito criminal, perito médico-legista e perito odonto-legal. Já os investigadores e escrivães da Polícia Civil terão ganhos de 22% (2025/2026), mesmo percentual percebido pelos peritos técnicos do Departamento de Polícia Técnica. Caso aprovadas, as medidas vão gerar um impacto aos cofres públicos estaduais de R$ 372 milhões até o fim de 2025, e de R$ 849,8 milhões em 2026.

“Esse momento aqui é tão importante, tão simbólico para a gente. Tenho certeza que a gente busca, cada vez mais, a valorização profissional. Buscamos avançar e nós avançamos. Aqui é uma questão salarial, mas avançamos em condições, seja armamento, viatura, equipamento de inteligência, de perícia, em estrutura física. Então, tudo isso aí se soma com a estruturação que foi montada”, destacou o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner.

Pagamento – O Projeto prevê reajuste médio de 14,76% (no soldo e na Gratificação de Atividade Policial Militar) para praças e oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. De acordo com o PL, os primeiros reajustes já serão concedidos nos meses de março, de forma retroativa, e maio deste ano, com novos aumentos previstos para maio e junho de 2026.

Outra vantagem contida no Projeto de Lei é a uniformização do auxílio-fardamento para praças e oficiais, fixado em R$ 251,16 para todos que compõem a PM e o Corpo de Bombeiros. No bojo das ações de valorização da categoria, há ainda a ampliação dos percentuais de Gratificação por Condições Especiais de Trabalho (CET), de acordo com a função exercida.

Nas carreiras da Polícia Civil, além do reajuste de 14% (delegado, perito criminal, perito médico legista e perito odonto-legal) e 22% (investigador, escrivão e peritos técnicos), o Projeto de Lei prevê promoções para a categoria em 2026. Este avanço nas carreiras será baseado em avaliação de desempenho anual e prazo de três anos ininterruptos de efetivo exercício na classe em que estiver posicionado. Neste caso, a proposta traz a redução de 50% do prazo atual que era de seis anos. O PL também propõe alteração dos percentuais da Gratificação de Incentivo à Titulação.

Já as medidas para servidores da carreira de agente penitenciário resultarão em um ganho nominal médio de 13,29% no período de 2025 e 2026. O percentual leva em conta o incremento do vencimento básico da carreira (revisão de 20%), o ajuste das diferenças entre as classes (interstícios fixados em 6%), e a implementação de um reajuste de 4% sobre o valor total da remuneração em março de 2026.

Deputado Pedro Lucas recusa chefiar ministério, constrange o governo e expõe fragilidade de Lula

Doze dias após ser anunciado como novo ministro do governo Lula (PT), o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) confirmou nesta terça-feira (22) a recusa para assumir o Ministério das Comunicações. A decisão causa constrangimento público ao governo, que ameaça rever os espaços do União Brasil na Esplanada dos Ministérios, e expõe fragilidades de base de apoio do petista.

“Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite. Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil”, afirmou o parlamentar na nota em que anuncia que continuará como líder do partido na Câmara.

Pedro Lucas foi anunciado pelo governo para substituir Juscelino Filho na pasta das Comunicações no último dia 10, após o correligionário ter sido denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República), sob acusação de corrupção passiva e de outros crimes relacionados a suposto desvio de emendas.

O anúncio tinha sido feito pela ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) após reunião no Palácio da Alvorada com Lula, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e Juscelino. Antes, Alcolumbre telefonara para o presidente da República afirmando que o deputado era o nome indicado pelo partido para ocupar o posto.

No dia seguinte ao da reunião no Alvorada, no entanto, o deputado divulgou nota afirmando que ainda precisaria consultar a bancada do partido na Câmara antes de tomar qualquer decisão, já que ele é líder do União Brasil na Casa.

Ele já havia afirmado a correligionários durante o feriado que recusaria o convite. O episódio aprofunda a divisão interna do partido.

“Sou líder de um partido plural, com uma bancada diversa e compromissada com o Brasil. Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados”, disse Pedro Lucas na nota.

Dois ministros ouvidos pela reportagem buscaram minimizar qualquer dano à imagem do governo federal diante desse recuo do parlamentar. Eles afirmam que o deputado aceitou o convite de Lula na reunião e estava empolgado para assumir o posto, mas não conseguiu viabilizar junto à bancada sua ida ao ministério. Na avaliação deles, isso gera prejuízos ao partido, ao expor suas divergências internas.

Um desses auxiliares do presidente diz que isso é uma questão interna do União Brasil e afirma que o Palácio do Planalto não vai interferir nesse processo. Ele comentou ainda que, apesar de não ser uma situação ideal, o governo não deverá fazer nenhum movimento para se indispor com o partido.

Outro aliado, por sua vez, afirma que o governo não ficará de braços cruzados esperando um retorno do partido sobre o ministério. Ele também diz que esse não é o cenário ideal para o Executivo, mas nega que isso possa ser classificado como uma crise para o governo, por ser uma questão interna do União Brasil.

Até mesmo aliados do parlamentar reconhecem um erro político nessa movimentação

Apesar disso, deputados do União Brasil creditam esse erro a Alcolumbre. Eles dizem que esse movimento foi acelerado e que o presidente do Senado tentou interferir numa questão da bancada da Câmara ao impor o nome de Juscelino para ser líder. O ex-ministro, no entanto, não teve apoio suficiente para isso.

A manutenção de Pedro Lucas como líder do partido na Câmara, por outro lado, pode ajudar o governo ao impedir que algum deputado de oposição assuma a função.

Ele tomou a decisão de permanecer no cargo justamente para evitar que outro grupo rival conseguisse eleger o representante da bancada e, com isso, diminuísse o poder do presidente do partido, Antonio Rueda, sobre os parlamentares.

A eleição do próprio Pedro Lucas demorou três meses de negociações, num embate com o grupo político mais ligado a Alcolumbre e com a ala da legenda que defende o afastamento do governo Lula. O grupo de Rueda prevaleceu após vários adiamentos da eleição interna até que fosse formado um consenso, com a desistência dos adversários.

O União Brasil é marcado por divisões internas. A sigla surgiu da fusão do antigo DEM e do PSL em 2022 como uma legenda de centro-direita. Hoje, há uma ala mais governista e outra oposicionista.

Formalmente, o União Brasil integra o governo porque tem outros dois ministérios, além das Comunicações: Turismo e Desenvolvimento Regional. Na Câmara, possui a terceira maior bancada (com 59 deputados) e, no Senado, 7 senadores.

Desde o fim do ano, a sigla vem sendo criticada por governistas pela atuação tímida em votações consideradas prioritárias para o Palácio do Planalto na Câmara. Recentemente, 40 dos 59 deputados da bancada assinaram pedido de requerimento de urgência do projeto de lei que dá anistia aos condenados do 8 de janeiro, projeto que o governo é frontalmente contra.

Raphael Di Cunto/Victoria Azevedo/Folhapress

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