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Trump diz que Brasil ‘não tem sido bom’ para EUA e que anunciará mais taxas contra o país até amanhã

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o país “não tem sido bom” para os americanos e que deve anunciar novas tarifas até esta quinta-feira (9).

“O Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós, nada bom”, afirmou Trump. “Vamos divulgar um dado sobre o Brasil, acredito, no final desta tarde ou amanhã de manhã”.

O Brasil hoje paga 10% de tarifas sobre produtos importados implementada pelo presidente americano em 2 de abril.

Na terça (8), Trump reforçou a ameaça de cobrar mais tarifas de importação de países que compõem os Brics. O grupo, afirmou Trump, tem a intenção de “destruir o dólar”, o que justificaria a imposição de sobretaxas de 10% além das que já foram estabelecidas.

“O Brics foi criado para desvalorizar nosso dólar. Qualquer um que esteja no Brics receberá uma cobrança de 10 %”, disse ao responder a jornalistas durante reunião do seu gabinete na Casa Branca.

“O dólar é rei. Vamos mantê-lo assim. Se as pessoas quiserem desafiá-lo, podem. Mas terão que pagar um alto preço. Não acho que nenhum deles vai pagar esse preço”, afirmou o presidente. Segundo ele, a cobrança começaria “logo”. O governo estipulou o dia 1º de agosto como data para novas tarifas entrarem em vigor.

Inicialmente o grupo era formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, mas foi ampliado recentemente para 11 países e representa quase metade da população mundial e cerca de 40% do PIB.

Julia Chaib/Folhapress

Técnico da seleção, Carlo Ancelotti é condenado a um ano de detenção por fraude fiscal na Espanha

Um tribunal espanhol condenou nesta quarta-feira (9) o técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti, a um ano de prisão e a uma multa de 386 mil euros (cerca de R$ 2,5 milhões) por não pagar impostos sobre receitas de direitos de imagem durante sua primeira passagem pelo comando do Real Madrid.

Segundo comunicado da corte de Madri, a decisão refere-se 2014. Por ser inferior a dois anos e relacionada a um crime não violento, a sentença não deve obrigar Ancelotti a cumprir a pena dentro da prisão.

O italiano ainda foi absolvido de uma acusação semelhante relativa a 2015, já que o tribunal não conseguiu provar que ele havia permanecido tempo suficiente na Espanha para incorrer em obrigações fiscais, de acordo com o órgão. Ele se mudou para Londres depois que o Real Madrid o demitiu em maio de 2015.

“Naquele momento todos os jogadores e treinadores tinham, me parecia uma coisa correta”, disse Ancelotti, que acrescentou que teria partido do Real Madrid a proposta de receber 15% do valor acordado —6 milhões de euros (R$ 38 milhões) líquidos por quatro anos de contrato— em direitos de imagem.

“Quando o Madrid me sugere isso, eu coloco o Real Madrid em contato com meu assessor inglês. Nunca entro nisso porque nunca tinha recebido assim”, afirmou o então treinador do clube merengue, que ainda não se pronunciou após a divulgação da condenação.

Ancelotti foi apresentado como novo treinador do Brasil no final de maio deste ano após longa novela pela sua contratação. Após uma estreia em 0 a 0 contra o Equador, o novo comando carimbou a classificação da seleção à Copa do Mundo de 2026 ao vencer o Paraguai por 1 a 0, em São Paulo.

Procurada, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) afirmou que está acompanhando o caso e que o processo é conduzido pelo estafe pessoal do técnico. A assessoria de imprensa informou que não fará declarações no momento.

Folhapress

Trump afirma que Brasil persegue Jair Bolsonaro e chama julgamento no STF de uma ‘caça às bruxas’ mundo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (7) que o Brasil está fazendo uma “coisa horrível” no tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo do STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento da trama golpista.

“Eu tenho assistido, assim como o mundo, enquanto eles não fazem nada além de persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano. Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”, afirmou Trump em um post na Truth Social.

Segundo uma pessoa com acesso às tratativas, a mensagem vem como um desdobramento de uma reunião que o presidente americano teve com assessores semana passada cujo tema foi exclusivamente o cenário político e judiciário no Brasil.

“Eu passei a conhecer Jair Bolsonaro, e ele foi um líder forte, que realmente amava seu país. Além disso, um negociador muito duro em questões de comércio. Sua eleição foi muito apertada e, agora, ele está liderando nas pesquisas”.

“Isso não é nada mais nada menos do que um ataque a um oponente político —algo que eu conheço muito bem! Aconteceu comigo, dez vezes pior, e agora o nosso país é o mais ‘quente’ do mundo!”, prosseguiu o presidente dos EUA, sem indicar quem seria essa “oponente político”.

A mensagem de Trump ocorre em meio à pressão e expectativa de bolsonaristas para que os Estados Unidos apliquem uma sanção ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. A articulação conta com pessoas próximas ao presidente dos EUA, como o ex-assessor de Trump Jason Miller.

“O Grande Povo do Brasil não vai tolerar o que estão fazendo com seu ex-presidente. Estarei acompanhando muito de perto a caça às bruxas contra Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores. O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelo voto do povo brasileiro. Isso se chama eleição. Deixem Bolsonaro em paz”, finalizou Trump na mensagem.

Um aliado de Trump afirma que esse é sinal de que o presidente americano está diretamente envolvido nas discussões sobre sanções a Moraes. Haveria ainda espaço para não haver as punições, mas que passaria por um recuo do Supremo em ações ou um gesto do governo brasileiro de que não respalda as investigações tocadas por Moraes, o que não deve ocorrer.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reagiu à declaração de Trump, afirmando que o americano não pode interferir no processo judicial brasileiro.

“O tempo em que o Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais. Hoje ele responde pelos crimes que cometeu contra a democracia e o processo eleitoral no Brasil. Não se pode falar em perseguição quando um país soberano cumpre o devido processo legal no estado democrático de direito, que Bolsonaro e seus golpistas tentaram destruir”, escreveu ela no X (antigo Twitter).

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Bolsonaro, licenciou-se do mandato em março e mora nos EUA desde então alegando ser perseguido pelo magistrado do Supremo e desde então reforçou a articulação junto a integrantes do governo Trump para que haja uma punição ao ministro.

Há duas semanas, o deputado republicano Chris Smith enviou carta ao secretário de Estado, Marco Rubio, e à Casa Branca pedindo que o governo aja rapidamente para aplicar sanções a Moraes. Smith é copresidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Estados Unidos e já era um defensor da aplicação de punições ao magistrado.

O envio da carta pressionando o Governo dos EUA, ocorreu duas depois de o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo prestar depoimento na comissão como testemunha. A narrativa de aliados de Bolsonaro é que ele é perseguido politicamente, num movimento para anular a oposição ao presidente Lula (PT) no Brasil.

Na Presidência, Bolsonaro acumulou uma série de declarações golpistas às claras, provocou crises entre os Poderes, colocou em xeque a realização das eleições de 2022, ameaçou não cumprir decisões do STF e estimulou com mentiras e ilações uma campanha para desacreditar o sistema eleitoral do país.

Após a derrota para Lula, incentivou a criação e a manutenção dos acampamentos golpistas que se alastraram pelo país e deram origem aos ataques do 8 de Janeiro.

Nesse mesmo período, adotou conduta que contribuiu para manter seus apoiadores esperançosos de que permaneceria no poder e, como ele mesmo admitiu publicamente, reuniu-se com militares e assessores próximos para discutir formas de intervir no TSE e anular as eleições.

Saudosista da ditadura militar (1964-1985) e de seus métodos antidemocráticos e de tortura, o ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é réu no STF sob a acusação de ter liderado a trama golpista de 2022. Hoje está inelegível ao menos até 2030.

Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode passar de 40 anos de prisão.

Julia Chaib/Folhapress

Irã abre discordância no Brics por se recusar a apoiar existência do Estado de Israel

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, expressou uma divergência do país em relação à Declaração de Líderes do Brics, adotada neste domingo, dia 6. O país decidiu reafirmar sua histórica oposição à existência do Estado de Israel, e o apoio a um Estado Palestino único.

“A República Islâmica do Irã expressa reservas à ideia de dois Estados proposta na declaração final dos líderes do Brics e registra suas reservas enviando uma nota”, disse Araghchi, no que a diplomacia costuma considerar uma explicação de voto em separado. A declaração final do Brics repetiu a histórica proposta de apoio à existência de dois Estados.

Ao apresentar a nota, o chanceler formalmente deixou de impedir uma declaração de consenso entre o Brics, o que seria um sinal de mais desacordo ainda no grupo e um fracasso diplomático para o Brasil.

Ele representou o presidente Masoud Pezeshkian, que não viajou ao Rio de última hora por causa do conflito com Israel. O Irã já tinha reservado 70 quartos de hotel para a delegação presidencial, em três andares do Windsor, na Barra da Tijuca.

Durante almoço de trabalho com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o chanceler iraniano expressou a posição do país sobre a questão palestina e pediu que os chefes de Estado e de governo fossem “realistas” e observassem a situação no terreno.

“Todos sabemos que, enquanto a questão palestina não for resolvida de forma justa, seu direito à autodeterminação não for garantido e os crimes do regime sionista contra os palestinos não forem interrompidos, a insegurança e a tensão não acabarão em nossa região e a paz e a estabilidade não serão estabelecidas”, disse o ministro.

“A solução de dois Estados, que vem sendo repetida há anos, não chegou a lugar nenhum, e está claro para todos que o próprio regime israelense é o maior obstáculo para sua concretização. Por favor, sejam realistas. Observem a situação”, afirmou o chanceler.

Ele recordou que desde a discussão da partilha da Palestina, nas Nações Unidas, seu país vota contra. Essa é também a posição oficial adotada pela revolução islâmica, que trata o país como “regime sionista” ou “entidade sionista”, tamanha a rivalidade.

“A República Islâmica do Irã considera que uma solução justa para a Palestina seria um referendo com a participação de todos os habitantes originais da Palestina, incluindo judeus, cristãos e muçulmanos, e esta não é uma solução irrealista ou inatingível”, afirmou.

A maior autoridade da diplomacia iraniana comparou a situação ao fim do apartheid na África do Sul, quando “surgiu um Estado democrático” com a convivência pacífica de negros e brancos. “Em nossa opinião, o mesmo padrão deve ser repetido na Palestina. A solução de dois Estados não funcionará, assim como não funcionou no passado”, afirmou.

“Em nossa opinião, a solução deve ser a formação de um Estado único e democrático, no qual os principais habitantes da Palestina, incluindo judeus, muçulmanos e cristãos, vivam juntos em paz, e esta é a maneira de garantir a justiça, pois sem justiça, o problema palestino não será resolvido, e sem resolver o problema palestino, outros problemas na região não serão resolvidos”, disse.

Em outro discurso, o ministro agradeceu aos líderes do Brics por elevarem o tom e passarem a condenar os bombardeios promovidos por Estados Unidos e Israel.

“Gostaria de expressar minha sincera gratidão aos estimados membros do Brics que, cientes de sua grave responsabilidade pela paz e segurança internacionais, condenaram os atos de agressão contra meu país por dois regimes nucleares desde 13 de junho”, disse o ministro.
Felipe Frazão/Estadão

Brics condena ataques contra Irã e preserva Rússia na guerra contra a Ucrânia

A declaração final do Brics obtida pelo jornal Folha de S.Paulo, traz críticas a ações de Israel na Faixa de Gaza, no Líbano e na Síria, mas preserva Tel Aviv e o governo Donald Trump de responsabilidade pelos recentes ataques contra o Irã, membro do grupo, apesar de condenar a ofensiva.

No mesmo documento, o Brics blinda outro integrante, a Rússia, de críticas pela Guerra da Ucrânia enquanto condena nos termos mais fortes ações militares de Kiev contra civis e infraestruturas em território russo.

“Condenamos os ataques militares contra a República Islâmica do Irã desde 13 de junho de 2025, que constituem uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”, diz o documento. A expectativa é que ele seja oficialmente divulgado neste domingo (6).

Após intensas discussões, os negociadores conseguiram evitar linguagem mais dura proposta pelos iranianos, com termos como “deploramos”, considerados muito fortes no jargão diplomático. Mas o bloco aponta a “violação do direito internacional e resoluções relevantes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)” com os “ataques deliberados” à infraestrutura civil e instalação nucleares no Irã.

A declaração menciona Israel ou “israelense” sete vezes e não cita os Estados Unidos, que se juntaram a Tel Aviv em ataque a instalações nucleares iranianas. Uma citação nominal a Washington tem sido evitada pelo grupo em declarações anteriores sobre o conflito, apesar de pressão do Irã, China e Rússia.

Em linhas gerais, o Brics decidiu repetir pontos de um texto sobre os ataques contra o Irã publicado no final de junho, desviando de apelos de Teerã pela responsabilização direta de Washington e Tel Aviv.

O objetivo do tom mais equilibrado foi evitar que o Brics fosse retratado como um bloco anti-Ocidente e anti-Trump. As resistências ao tom agressivo defendido pelos representantes iranianos vieram de países como Índia, que tem intensa cooperação de inteligência com Tel Aviv, e de Emirados Árabes Unidos e Etiópia. O Brasil também atuou para moderar o resultado final do documento.

“Reiteramos nosso apoio às iniciativas diplomáticas destinadas a enfrentar os desafios regionais. Conclamamos o Conselho de Segurança das Nações Unidas a se ocupar desta questão”, diz a declaração em outro trecho.

Já o conflito no Leste Europeu é praticamente ignorado nos 126 parágrafos da declaração final. Por outro lado, há condenação de ataques ucranianos à Rússia, sem qualquer menção às ofensivas do país invasor ao território ucraniano.

Nos poucos trechos em que a Guerra da Ucrânia aparece, o grupo reitera de forma branda as posições tomadas no âmbito das Nações Unidas. A condenação “nos termos mais fortes” ocorre apenas contra ataques à infraestrutura civil em território russo, nomeando alguns episódios.

“Condenamos nos termos mais fortes os ataques contra pontes e infraestrutura ferroviária deliberadamente mirando civis nas regiões russas de Briansk, Kursk e Voronej em 31 de maio, 1º e 5 de junho de 2025, resultando em múltiplas mortes de civis, incluindo crianças”.

Negociadores do Brics acordaram um texto de consenso no sábado (5). Dois pontos eram obstáculos nas negociações: como lidar com o conflito entre Irã, Israel e EUA e como equacionar uma disputa entre Brasil, Egito e Etiópia sobre uma eventual reforma do Conselho de Segurança da ONU.

As dificuldades encontradas nas negociações nos últimos dias evidenciaram os desafios representados pela ampliação do número de membros do Brics, em 2023.

Se, por um lado, o bloco ganhou peso e ambição para se tornar um novo polo de poder global, por outro, enfrenta obstáculos maiores para alcançar consensos. Dentro do próprio Itamaraty, há a avaliação de que a ampliação do Brics trouxe complexidades, nomeadamente pelo grande número de novos integrantes do Oriente Médio, região onde há inúmeras particularidades e crises.

O posicionamento da delegação do Irã —país que se incorporou ao Brics na expansão de 2023— extrapolou a pressão por uma condenação mais dura contra os bombardeios sofridos em junho.

O princípio do regime iraniano de nem sequer reconhecer o direito de Israel existir foi uma das principais travas.

O Irã opunha-se a aceitar na declaração conjunta menções à solução de criação de dois Estados —um israelense e outro palestino— como fórmula para superar o conflito no Oriente Médio. Para Teerã, a inclusão dessa referência significaria um reconhecimento implícito ao Estado de Israel, algo que o regime dos aiatolás rejeita desde a revolução islâmica de 1979.

Na linguagem acordada no documento final, o bloco mantém a tradição de apoiar a “adesão plena do Estado da Palestina às Nações Unidas no contexto do compromisso inabalável com a solução de dois Estados”.

De acordo com negociadores, a delegação iraniana terminou isolada na sua posição. A solução de dois Estados é endossada por todos os demais membros do Brics, inclusive pelas nações árabes recém-incorporadas, como Egito e Emirados Árabes Unidos. Trata-se, nas palavras de um negociador, de uma manifestação abraçada em peso pelo Sul Global (grupo de países emergentes) e não havia maneira de recuar apenas para contemplar o desejo iraniano.

Patrícia Campos Mello/Ricardo Della Coletta/Guilherme Botacini/Folhapress

Texas continua a busca por desaparecidos após tragédia em enchentes; mortes passam de 50

Os serviços de resgate do Texas seguem procurando, neste domingo (6), ao menos 27 meninas desaparecidas nas enchentes que devastaram o estado do sul dos Estados Unidos e deixaram, até o momento, pelo menos 52 mortos.

As cheias foram causadas por tempestades que começaram na tarde de sexta no centro do estado e prosseguiram durante a noite e a madrugada deste sábado. Quarenta e três das mortes ocorreram no condado de Kerr. Em outras regiões do Texas, quatro pessoas morreram no condado de Travis, três em Burnet, uma no condado de Kendall e uma em Tom Green, informaram as autoridades.

Das quase 750 meninas que participavam de um acampamento de verão cristão às margens do rio Guadalupe, 27 estão desaparecidas, informou Dalton Rice, funcionário da administração de Kerrville. No acampamento, quase toda a água já recuou, revelando uma paisagem de destruição, com dezenas de carros encalhados, alguns deles presos em árvores, e vegetação arrancada.

O governador do Texas, Greg Abbott, disse ter visitado o local. Abbott disse em uma publicação nas redes sociais que o acampamento e o rio foram “horrivelmente devastados de maneiras nunca vistas em nenhum desastre natural”, e que as águas torrenciais atingiram as construções. “Não vamos parar até encontrarmos todas as meninas que estavam nessas cabanas”, afirmou.

Michael, 40, contou que dirigiu de Austin, a 150 km, para buscar a filha, 8, cujos pertences recuperou. “Passamos o dia inteiro em Kerrville ontem, nas unidades de gestão de crise. Na manhã de hoje, quando soubemos que poderia haver gente aqui, meu irmão e eu viemos de caminhão o mais rapidamente possível, para ver se encontrávamos alguma coisa”.

O governador Abbott disse que vai expandir a declaração de estado de emergência e pediu recursos federais adicionais ao presidente Donald Trump. “O Texas fará todo o possível para garantir que todas as pessoas desaparecidas sejam encontradas”, publicou no X.

Equipes aéreas, terrestres e aquáticas seguem com as buscas ao longo do rio Guadalupe, informou o chefe do departamento de gestão de emergências do Texas, Nim Kidd. “Continuaremos até encontrarmos todos os desaparecidos”.

Funcionários do governo e moradores ficaram impressionados com o nível de intensidade e a rapidez das enchentes. “As previsões estavam definitivamente erradas. A chuva foi o dobro do esperado”, disse Dalton Rice.

Meteorologistas do escritório do Serviço Nacional de Meteorologia para Austin, San Antonio e áreas vizinhas alertaram que novas rodadas de chuva forte são esperadas para este domingo, agravando as inundações em andamento e provavelmente causando novas. Jason Runyen, meteorologista do escritório, disse que qualquer chuva adicional pode agravar as inundações. “Estamos saturados agora”, disse. “Portanto, qualquer quantidade adicional pode causar inundações.” Ele acrescentou que mais chuvas são esperadas na região até terça-feira.

O papa americano Leão 14 expressou condolências neste domingo às famílias das vítimas das enchentes no Texas. “Quero expressar minhas sinceras condolências a todas as famílias que perderam entes queridos, em particular suas filhas, que estavam em um acampamento de verão durante o desastre provocado pela enchente do rio Guadalupe no Texas. Rezamos por eles”, declarou em inglês o pontífice, após a bênção dominical do Angelus, no Vaticano.

A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, “chegará em breve ao local”, anunciou Trump no sábado. “Melania [primeira-dama] e eu rezamos por todas as famílias afetadas por esta tragédia horrível”.

Noem declarou que a Guarda Costeira está “desafiando as tempestades” para retirar os moradores presos. Ela prometeu, em uma mensagem na rede social X, seguir trabalhando “todo o tempo possível”. Cerca de 500 socorristas e 14 helicópteros foram mobilizados, e a Guarda Nacional e a Guarda Costeira do Texas enviaram reforços.

Segundo autoridades, o nível do rio Guadalupe cresceu quase 8 metros em 45 minutos. O serviço meteorológico informou que mais de 300 milímetros de chuva caíram durante a noite, um terço da média de precipitações de todo o ano.

Gerardo Martínez, 61, proprietário de um restaurante localizado nas imediações de um mirante sobre o rio afirmou que “a água chegou às copas das árvores, e carros e casas inteiras foram arrastados” pelas inundações.

Cientistas destacam que, nos últimos anos, as mudanças climáticas provocadas pelo homem tornaram eventos extremos, como inundações, secas e ondas de calor, mais frequentes e intensos.

Folhapress

Elon Musk diz ter criado um novo partido político para ‘devolver a liberdade’ aos Estados Unidos

O multimilionário Elon Musk, antigo aliado próximo do presidente americano Donald Trump, cujo governo abandonou recentemente, anunciou neste sábado, 5, a criação de seu próprio movimento político, o Partido da América.

“Hoje é criado o Partido da América”, em referência aos Estados Unidos, “para devolver” ao país “a liberdade”, escreveu o diretor-executivo da Tesla e SpaceX em sua rede social X.

Decepcionado com a lei orçamentária apresentada pelo chefe de Estado, a quem acusa de aumentar a dívida nacional, Musk havia prometido nos últimos dias criar seu próprio movimento político caso essa norma fosse aprovada.

Na sexta-feira, 4, em coincidência com a comemoração da Independência dos Estados Unidos e depois que o Congresso aprovou o projeto de Trump, Musk lançou no X uma pesquisa sobre sua ideia de dar origem a um novo partido.

“Por uma proporção de dois para um, vocês querem um novo partido político, e vocês o terão!”, escreveu neste sábado, depois que 65% dos aproximadamente 1,2 milhão de participantes da iniciativa responderam “sim” à pergunta se queriam que o “Partido da América” viesse à luz.

“Quando se trata de arruinar nosso país por meio do desperdício e da corrupção, vivemos em um sistema de partido único, não em uma democracia”, disse Musk.

De aliado a adversário de Trump

Antigo aliado próximo de Trump, cuja campanha para as eleições presidenciais de 2024 ele ajudou a financiar, Musk havia assumido no governo republicano a tarefa de cortar drasticamente os gastos federais. Em maio, os dois multimilionários romperam sua aliança de forma estridente.

Originário da África do Sul, Musk não poderá se apresentar a futuras eleições presidenciais americanas, já que os candidatos ao cargo devem ter nascido no país.

Estadão

Donald Trump suspende ajuda militar à Ucrânia; Rússia celebra

Foto: Reprodução/Instagram
O governo Donald Trump anunciou a suspensão do envio de armas consideradas vitais para a Ucrânia combater a invasão russa, como mísseis antiaéreos do sistema Patriot, modelos disparados pelos caças F-16 e munição de precisão guiada.

Segundo o que a Casa Branca divulgou na terça-feira (1º), após a revelação da medida pelo site Politico, a decisão foi tomada devido aos baixos estoques desses armamentos no arsenal americano.

Como seria previsível, o Kremlin comemorou. “Quanto menos armas forem entregues, mais rapidamente o conflito irá acabar”, disse o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov. Em Kiev, a medida caiu como uma bomba.

A chancelaria ucraniana convocou o adido militar americano na capital para discutir o assunto e, em nota, afirmou que as armas são vitais para a defesa do país. Depois, afirmou que ainda não havia sido notificada oficialmente sobre o tema, visando manter uma janela de discussão.

No Parlamento em Kiev, deputados disseram que o corte é especialmente complicado devido à intensificação da guerra aérea no país. As forças de Vladimir Putin promoveram o maior ataque com drones e mísseis nos quase três anos e meio de guerra no domingo (29).

O Pentágono não revelou dados sobre quantidades ou valores envolvidos, muito menos sobre seus estoques estratégicos, que não têm sido drenados nos últimos anos só pela Ucrânia, mas também pelo aliado Israel, envolvido em suas guerras no Oriente Médio.

Segundo relatos não oficiais, há hoje seis baterias do Patriot na Ucrânia, responsáveis pela defesa de centros nervosos do poder. Um número incerto, estimado em dois pelo site de monitoramento de perdas militares com dados abertos Oryx, foi destruído.

O presidente Volodimir Zelenski pediu a Trump na semana passada mais sete baterias, mas elas não estão disponíveis. Eles se encontraram às margens da cúpula da Otan, a aliança militar ocidental, e o americano disse que estudaria o caso.

Ao fim, a resposta veio com o corte. Uma bateria Patriot tem no mínimo seis lançadores, e cada um deles pode disparar até quatro mísseis em cada salva.

A medida afeta também os mísseis ar-ar que os ucranianos têm usado em seus poucos caças F-16 americanos, doados por países europeus, para abater drones. O quarto desses aviões à disposição de Kiev foi abatido no ataque do domingo.

Por fim, a munição de precisão, essa vital para as escaramuças fronteiriças e para impedir o avanço das tropas russas. Putin tem tido ganhos na Ucrânia: na segunda, anunciou a conquista total da região de Lugansk, uma das quatro que anexou ilegalmente em 2022.

Também tem exercido pressão no norte e no sul do país, além de ter tomado áreas nunca antes invadidas em Dnipropetrovsk, província do centro-sul que é rica em minerais estratégicos.

A suspensão reitera a política de Trump de tentar acabar a guerra pressionando ambos os lados, mas com um viés inevitavelmente pró-Moscou. Neste ano, seu governo apenas cumpriu entregas já combinadas na gestão de Joe Biden e chegou a suspender todo o envio em março, após o americano e Zelenski baterem boca no Salão Oval.

A ajuda foi retomada, mas o ritmo é considerado insuficiente. Após uma arrancada final do antecessor democrata, que enviou R$ 174 bilhões a Kiev de outubro a dezembro de 2024, a ajuda aprovada caiu a R$ 3,2 bilhões de janeiro a março e, depois disso, morreu.

Os dados são do monitor do Instituto para Economia Mundial de Kiel (Alemanha), e vão até o fim de abril. No mesmo período, coube à Europa fornecer o grosso do auxílio, R$ 171 bilhões.

No cômputo geral da guerra, até então, os EUA eram o maior pilar de sustentação da defesa de Kiev, tendo enviado R$ 416 bilhões em armas e apoio militar —o segundo lugar foi tomado pelo Reino Unido da Alemanha, com Londres somando R$ 93,5 bilhões.

Peskov também comentou a ligação de mais de duas horas entre Putin e o colega francês, Emmanuel Macron. Após tanto o Kremlin quanto o Palácio Eliseu terem omitido de quem partiu o telefonema, o russo disse que foi uma iniciativa do presidente da França. Eles não se falavam havia quase três anos.

Assim, o Kremlin mantém a tradição de apresentar Putin de forma mais olímpica, como figura a ser procurada por outros líderes.
Igor Gielow/Folhapress

Passagem de chefia do Mercosul de Milei para Lula evidencia as distâncias entre os dois líderes

A primeira visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Buenos Aires desde o início do governo de Javier Milei, para participar da cúpula de presidentes do Mercosul na quinta-feira (3), marca mais do que a passagem protocolar de comando do bloco econômico. Ela ressalta as diferenças entre os dois líderes.

Durante sua campanha em 2023, Milei fez ataques a Lula, que recebeu em Brasília o então adversário do argentino nas urnas, Sergio Massa. O brasileiro também não foi à posse de Milei.

A expectativa de um encontro desconfortável fez o governo da Argentina, que agora entrega aos brasileiros a presidência rotativa do Mercosul, desenhar um evento breve. Não estão previstos encontros bilaterais entre os líderes —o mais próximo disso foi acertado para a véspera, entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e seu par argentino, Luis Caputo.

O evento, que começa nesta quarta-feira (2) com os ministros da Fazenda e presidente de bancos centrais dos países, deve atender aos interesses argentinos de ampliação da lista de exceções à TEC (Tarifa Externa Comum) com mais 50 produtos, medida que o Brasil era contra.

Essa não foi, porém, a única divergência entre os dois principais sócios do bloco. Desde que assumiu a liderança do Mercosul, em dezembro do ano passado, Milei deixou clara a sua insatisfação em fazer parte do grupo (que também inclui Paraguai e Uruguai, tem a Bolívia como sócio em integração e a Venezuela suspensa) e, em diferentes ocasiões, sugeriu ou falou abertamente de uma versão sul-americana do brexit.

Ao assumir a presidência rotativa, em dezembro passado, Milei definiu o Mercosul como “uma prisão que não permite que os países-membros possam aproveitar nem suas vantagens comparativas, nem seu potencial exportador”, sinalizando seu interesse em fechar um acordo comercial com os Estados Unidos, nem que para isso tivesse de sair do bloco.

Em janeiro, reafirmou em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, que estava pronto para sair do Mercosul se isso fosse necessário para conseguir um pacto de livre comércio com Washington. “Se a condição extrema fosse essa, sim”, comentou. Em março, afirmou que o grupo só existe para “enriquecer os industriais brasileiros” às custas dos argentinos.

As queixas de Milei ainda encontravam algum eco do outro lado do rio da Prata, com o então presidente uruguaio Lacalle Pou, que por diversas vezes também reclamou da falta de flexibilidade do bloco. Com a vitória do esquerdista Yamandú Orsi no ano passado, o argentino ficou mais isolado.

Beneficiado pelas trocas comerciais e pelo regime de isenção de impostos que atrai indústrias para o seu lado da fronteira, o Paraguai sempre defendeu uma integração maior entre os sócios.

As divergências entre Lula e Milei se manifestam, por exemplo, na forma de abordagem da questão das mudanças climáticas, que o argentino nega. O Brasil aposta em promover uma vocação verde do Mercosul e fortalecer o Instituto de Direitos Humanos do bloco, enquanto o governo argentino rejeita a iniciativa.

Sobre o conflito do Oriente Médio, Milei adota uma postura alinhada a Donald Trump e a Israel, diferentemente do que faz Lula. As políticas de gênero da agenda 2030 da ONU também são um ponto de conflito entre os dois líderes. O governo argentino minimiza essas divergências, rebatendo que elas foram administradas de forma inteligente durante o seu período de presidência do bloco.

As discordâncias entre Planalto e Casa Rosada também vão além dos temas caros ao Mercosul, já que o presidente brasileiro pode ter um compromisso a alguns quilômetros do Palácio San Martín.

Desde junho, a ex-presidente Cristina Kirchner cumpre prisão domiciliar de seis anos em seu apartamento, no bairro de Constitución, em Buenos Aires, e ela e Lula já conversaram por telefone, segundo o próprio presidente disse em suas redes sociais.

Na terça-feira (1º), a defesa de Cristina pediu permissão à Justiça para que o presidente brasileiro possa visitá-la em algum momento de sua viagem à Argentina. O tribunal que a condenou em primeira instância determinou, entre outras medidas, que ela deve pedir permissão para receber visitas além de seus familiares, médicos ou advogados.

A Justiça aceitou o pedido nesta quarta-feira (2), autorizando o encontro entre Lula e Cristina.
Douglas Gavras/Folhapress

Trump afirma que Israel aceita termos para cessar-fogo de 60 dias em Gaza

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (1º) que Israel concordou em finalizar os termos de um cessar-fogo de 60 dias com o Hamas na Faixa de Gaza. Horas antes, o republicano havia dito que seria “muito firme” com o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, para encerrar o conflito. Os dois líderes devem se encontrar na semana que vem em Washington.

A proposta, segundo o americano, agora será enviada ao Hamas por negociadores do Qatar e do Egito. “Meus representantes tiveram uma longa e produtiva reunião com os israelenses hoje sobre Gaza”, escreveu Trump em sua plataforma, a Truth Social. “Israel concordou com as condições para concluir o cessar-fogo de 60 dias, durante o qual trabalharemos com todas as partes para acabar com a guerra”.

Trump também pediu ao Hamas que aceite a proposta “pelo bem do Oriente Médio”. O governo israelense, por sua vez, não havia se manifestado sobre o tema.

O anúncio de Trump ocorreu após Netanyahu confirmar que vai viajar aos EUA para participar de reuniões com o republicano. O presidente dos EUA continua falando em acordo iminente e afirmou a jornalistas que espera conseguir alcançar um cessar-fogo em breve.

“Esperamos que isso aconteça. E estamos ansiosos para que aconteça em algum momento da próxima semana”, disse Trump ao sair da Casa Branca para uma viagem de um dia à Flórida. “Queremos tirar os reféns de lá”, completou. Há ainda 50 reféns com o Hamas, 28 dos quais mortos com certeza, segundo o governo israelense.

A visita de Netanyahu também incluirá conversas com o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, o enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e o secretário de Comércio, Howard Lutnick, segundo comunicado divulgado pelo premiê.

“Ainda temos algumas coisas para finalizar a fim de alcançar um acordo comercial, além de outros assuntos”, disse ele, referindo-se aos planos de tarifas do governo Trump. “Também terei reuniões com líderes do Congresso e do Senado e algumas reuniões de segurança”.

O ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, foi a Washington nesta semana para conversas preparatórias ao encontro entre o presidente americano e o premiê israelense.

Um breve cessar-fogo de 40 dias com o Hamas foi estabelecido de janeiro a março deste ano, mas Israel retomou as ofensivas em Gaza logo após o fim do prazo.

A guerra no território, iniciada com o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, foi o estopim para a série de conflitos que desaguaram no ataque de Israel ao Irã no mês passado.

Trump se envolveu diretamente no conflito com Teerã e bombardeou três instalações nucleares do país persa: em Natanz, Isfahan e Fordow. O republicano afirmou que o ataque aniquilou o programa nuclear iraniano, mas relatórios preliminares das agências de inteligência americanas publicadas pela imprensa colocaram em xeque as falas do presidente sobre o tema.

Embora o Irã afirme oficialmente que a controversa iniciativa nuclear do país tenha fins pacíficos, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica da ONU) diz que Teerã enriquece urânio a 60% —nível próximo dos 90% necessários para produzir uma bomba atômica e muito acima dos 3,67% exigidos em usinas comerciais.

Os EUA, com a ajuda do Qatar, costuraram um frágil cessar-fogo após 12 dias de conflito. A trégua, porém, foi violada logo no primeiro dia pelos rivais. Na ocasião, Trump interveio diretamente para que os aliados em Tel Aviv não colocassem tudo a perder. E deu uma bronca em Israel.

“Nós basicamente temos dois países que têm lutado há tanto tempo, e tão duramente, que eles não sabem que porra estão fazendo. Você entende isso?”, disse ele a jornalistas antes de embarcar para a cúpula da Otan, a aliança militar ocidental, na Holanda, no último dia 24.

O republicano se referia à troca mútua de acusações de rompimento da trégua. “Eu não estou feliz com o Irã, não estou feliz com Israel”, disse a repórteres, embora tenha focado suas críticas ao Estado judeu.

“Eu preciso fazer Israel se acalmar. Assim que aceitaram o acordo, eles vieram e lançaram um monte de bombas, algo que eu nunca tinha visto, a maior carga que já vimos”, disse, com o exagero habitual.

A intervenção deu certo. Tel Aviv cancelou um ataque grande contra Teerã e ordenou a volta de seus caças, limitando-se a bombardear uma estação de radar. Segundo o governo israelense, a decisão foi tomada após Trump ligar para o premiê Netanyahu, que prometeu parar os ataques.

De seu lado, o governo iraniano disse que cumpriria a trégua se Israel o fizesse. A chave virou nos dois países: Tel Aviv, por exemplo, determinou o relaxamento das restrições vigentes desde que atacou o Irã, no dia 13, abrindo seu espaço aéreo e liberando aulas e reuniões públicas.

Com a trégua, Israel inclusive disse que voltaria seu foco para a guerra em Gaza.

Folhapress

Trump diz que será muito firme com Netanyahu para encerrar a guerra de Israel contra o Hamas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (1º) que será “muito firme” com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, para encerrar a guerra na Faixa de Gaza. Os dois líderes devem se encontrar na próxima semana em Washington.

Netanyahu confirmou nesta terça que deve viajar para os EUA para fazer reuniões com o republicano. Trump segue falando em acordo iminente e afirmou a jornalistas que espera conseguir alcançar um cessar-fogo em breve.

“Esperamos que isso aconteça. E estamos ansiosos para que aconteça em algum momento da próxima semana”, disse Trump ao sair da Casa Branca para uma viagem de um dia à Flórida. “Queremos tirar os reféns de lá”, completou. Há ainda 50 reféns com o Hamas, 28 dos quais mortos com certeza, segundo o governo israelense.

A visita de Netanyahu também incluirá conversas com o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, o enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e o secretário de Comércio, Howard Lutnick, segundo um comunicado do premiê.

“Ainda temos algumas coisas para finalizar a fim de alcançar um acordo comercial, além de outros assuntos”, disse ele, referindo-se aos planos de tarifas de Trump. “Também terei reuniões com líderes do Congresso e do Senado e algumas reuniões de segurança”.

O ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, esteve em Washington nesta semana para conversas preparatórias para o encontro entre o presidente americano e o premiê israelense.

Um breve cessar-fogo de 40 dias com o Hamas foi estabelecido entre janeiro e março deste ano, mas Israel retomou as ofensivas em Gaza logo após o fim do prazo.

A guerra no território, iniciada com o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, foi o estopim para a série de conflitos que desaguaram no ataque de Israel ao Irã.

Trump se envolveu diretamente no conflito com Teerã e bombardeou três instalações nucleares do país persa. O republicano afirmou que o ataque “aniquilou” o programa nuclear iraniano, mas relatórios preliminares das agências de inteligência americanas publicadas pela imprensa colocaram em xeque falas do presidente.

Os EUA, com a ajuda do Qatar, costuraram um frágil cessar-fogo após 12 dias. A trégua, porém, foi violada logo no primeiro dia por ambos os rivais. Na ocasião, Trump interveio diretamente para que os aliados em Tel Aviv não colocassem tudo a perder. E deu uma bronca em Israel.

“Nós basicamente temos dois países que têm lutado há tanto tempo, e tão duramente, que eles não sabem que porra estão fazendo. Você entende isso?”, disse ele a jornalistas antes de embarcar para a cúpula da aliança militar Otan na Holanda no último dia 24.

Ele se referia à troca mútua de acusações de rompimento da trégua. “Eu não estou feliz com o Irã, não estou feliz com Israel”, disse a repórteres, embora tenha focado suas críticas no Estado judeu.

“Eu preciso fazer Israel se acalmar. Assim que aceitaram o acordo, eles vieram e lançaram um monte de bombas, algo que eu nunca tinha visto, a maior carga que já vimos”, disse, com o exagero habitual.

A intervenção deu certo. Tel Aviv cancelou um ataque grande contra Teerã e ordenou a volta de seus caças, limitando-se a bombardear uma estação de radar. Segundo o governo israelense, a decisão foi tomada após Trump ligar para o premiê Binyamin Netanyahu, que prometeu parar os ataques

Com a trégua, Israel inclusive disse que voltaria seu foco para a guerra em Gaza.

Folhapress

Gaza: ataques aéreos de Israel deixam ao menos 72 mortos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump acredita em novo cessar-fogo na próxima semana. Israel não comentou a ofensiva, mas diz que só tem militantes como alvo.

28), disseram profissionais de saúde, enquanto as perspectivas de cessar-fogo estão melhorando após 21 meses de guerra.

Três crianças e seus pais foram mortos em um ataque israelense a um acampamento em Muwasi, perto da cidade de Khan Younis, no sul. Eles foram atingidos enquanto dormiam, disseram parentes.

"O que essas crianças fizeram com eles? Qual é a culpa deles?", disse a avó das crianças, Suad Abu Teima, enquanto outras se ajoelhavam para beijar seus rostos ensanguentados e choravam. Alguns colocaram flores vermelhas nos sacos para cadáveres.

Também entre os mortos estavam 12 pessoas perto do Estádio Palestino na Cidade de Gaza, que abrigava pessoas deslocadas, e outras oito em apartamentos, de acordo com funcionários do Hospital Shifa.

Mais de 20 corpos foram levados para o Hospital Nasser, de acordo com autoridades de saúde.

Um ataque ao meio-dia matou 11 pessoas em uma rua no leste da Cidade de Gaza, e seus corpos foram levados para o Hospital Al-Ahli.

Outro ataque a uma reunião no leste da Cidade de Gaza matou oito, incluindo cinco crianças, disse o hospital. Um ataque a uma reunião na entrada do campo de refugiados de Bureij, no centro de Gaza, matou dois, de acordo com o Hospital Al-Awda.

Esperanças de um acordo de cessar-fogo na próxima semana

O presidente dos EUA, Donald Trump, diz que pode haver um acordo de cessar-fogo na próxima semana. Respondendo a perguntas de repórteres na sexta-feira, ele disse: "Estamos trabalhando em Gaza e tentando cuidar disso".

Um funcionário com conhecimento da situação disse à Associated Press que o ministro israelense de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, chegará a Washington na próxima semana para negociações sobre um cessar-fogo em Gaza, Irã e outros assuntos.

O funcionário falou sob condição de anonimato porque não estava autorizado a falar com a mídia.

As negociações indiretas entre Israel e o Hamas estão em andamento desde que Israel quebrou o último cessar-fogo em março, continuando sua campanha militar em Gaza e promovendo a terrível crise humanitária do território.

Cerca de 50 reféns permanecem em Gaza, menos da metade acredita-se que ainda esteja viva. Eles estavam entre os 251 reféns feitos quando o Hamas atacou Israel em 7 de outubro de 2023, desencadeando a guerra.

"O que mais resta a fazer em Gaza que ainda não tenha sido feito? Quem mais resta para eliminar?" Yotam Cohen, irmão do refém Nimrod Cohen, disse na noite de sábado enquanto comícios semanais de famílias e apoiadores eram retomados após o cessar-fogo de Israel com o Irã.

Mais de 6 mil mortos desde o fim do último cessar-fogo

A guerra matou mais de 56 mil palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde, que não faz distinção entre civis e combatentes.

O órgão do governo diz que mais da metade dos mortos eram mulheres e crianças e que os mortos incluem 6.089 mortos desde o fim do último cessar-fogo.

Israel diz que tem como alvo apenas militantes e culpa o grupo terrorista Hamas pelas mortes, acusando os militantes de se esconderem entre os civis porque operam em áreas povoadas.

Há esperança entre as famílias dos reféns de que o envolvimento de Trump na garantia do recente cessar-fogo entre Israel e Irã possa levar a mais pressão por um acordo em Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está surfando uma onda de apoio público à guerra do Irã e suas conquistas, e ele pode sentir que tem mais espaço para avançar para acabar com a guerra em Gaza, algo que seus parceiros de governo de extrema-direita se opõem.

O Hamas disse repetidamente que está preparado para libertar todos os reféns em troca do fim da guerra em Gaza. Netanyahu diz que só terminará a guerra quando o Hamas for desarmado e exilado, algo que o grupo rejeitou.

Centenas foram mortos enquanto procuravam comida

Enquanto isso, palestinos famintos estão enfrentando uma situação catastrófica em Gaza. Depois de bloquear todos os alimentos por dois meses e meio, Israel permitiu apenas um punhado de suprimentos no território desde meados de maio.

Mais de 500 palestinos foram mortos e centenas ficaram feridos enquanto buscavam comida desde que a recém-formada Fundação Humanitária de Gaza começou a distribuir ajuda no território há cerca de um mês, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

Testemunhas palestinas dizem que as tropas israelenses abriram fogo contra multidões nas estradas que se dirigem aos locais. Os militares israelenses dizem que só dispararam tiros de advertência e que estavam investigando incidentes em que civis foram feridos ao se aproximar dos locais.

Milhares de palestinos caminham por horas para chegar aos locais, movendo-se pelas zonas militares israelenses.

Esforços separados das Nações Unidas para distribuir alimentos limitados foram atormentados por gangues armadas saqueando caminhões e por multidões de pessoas desesperadas descarregando suprimentos de comboios.
O número de mortos no sábado incluiu duas pessoas mortas por tiros israelenses enquanto esperavam para receber ajuda perto do corredor Netzarim, uma estrada que separa o norte e o sul de Gaza, de acordo com os hospitais Al-Shifa e Al-Awda, que receberam um corpo cada.

Não houve comentários militares israelenses imediatos.

Vídeo mostra todo o abismo onde Juliana Marins caiu e o corpo sendo içado sobre pedras do Rinjani

Imagens postadas pelas equipes de socorristas dão a dimensão da queda, de cerca de 600 metros, e mostram as rochas nas quais a brasileiras pode ter se chocado.

Imagens de drone publicadas por socorristas indonésios dão a dimensão da queda da brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani.

O vídeo percorre desde o ponto mais alto, ainda na trilha onde a carioca estava antes de cair por cerca de 600 metros, até um local repleto de pedras de onde o corpo era içado.

É possível ver muitas pessoas no topo da montanha e cordas descendo até onde estão outros socorristas em pontos diferentes do terreno íngreme do vulcão. Segundo um dos envolvidos, havia um total de 30 pessoas no local, sendo 7 deles no paredão.
"Ok, talvez este vídeo possa responder e explicar: Não somos heróis e não esperamos ser chamados de heróis. Agimos com base na humanidade para manter o bom nome da Indonésia: 4 socorristas no local da vítima, 3 socorristas de prontidão na beira do penhasco, 23 socorristas apoiando o equipamento do sistema no cume", escreveu um dos socorristas que postou as imagens.
Em entrevista concedida num hospital de Bali, o legista responsável pela autópsia disse que o laudo preliminar indicou que Juliana morreu num impacto por objeto contundente, com superfície relativamente plana e dura, que causou ferimentos por todo corpo – o mais grave deles nas costas.

Disse também que os indícios mostram que a morte foi quase imediata, no máximo até 20 minutos após esse impacto direto e que a possibilidade da causa ter sido fome ou inanição é praticamente nula. Afirmou ainda que não encontrou indícios de lesões por hipotermia.

Vista em 3 pontos
Não se sabe quantas quedas Juliana sofreu, mas ela foi vista ao menos em três pontos do penhasco. Após a primeira, no sábado (21), ela foi filmada por um drone de turistas espanhóis se mexendo, a 300 metros de trilha (veja abaixo).

Na segunda-feira (23), um drone com sensor térmico localizou juliana imóvel. Ela tinha deslizado mais, e o resgate não conseguiu chegar até ela porque, segundo os socorristas, a corda era menor do que o necessário.

Na terça-feira (24), eles chegaram até a jovem, mas ela já estava morta – a 600 metros do local da queda.

Juliana caiu em um barranco com centenas de metros de profundidade, em direção ao lago Segara Anak, na região do Monte Rinjani, por volta das 6h30 do sábado.

O local exato é no ponto Cemara Nunggal, uma trilha cercada por desfiladeiros que leva ao cume do Rinjani.

Apesar da queda, as autoridades competentes disseram que Juliana ainda estava viva no sábado. Isso está de acordo com imagens de drones e outros vídeos gravados por vários escaladores — que circularam online e foram transmitidos pela mídia brasileira.

Três dias depois, na terça-feira (24/06), a equipe de resgate conseguiu se aproximar de Juliana e declarou a vítima morta. Seu corpo foi resgatado no dia seguinte.
Por: G1

Trump contradiz agências de inteligência e diz ao Congresso dos EUA que Irã desenvolvia armas nucleares

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em carta ao Congresso que as instalações nucleares iranianas atingidas no sábado (21) por um bombardeio americano abrigavam “um programa de desenvolvimento de armas nucleares” —contradizendo as agências de espionagem dos EUA, que dizem que esse programa não existe.

O documento, enviado na segunda (23) para o presidente da Casa, o republicano Mike Johnson, e publicado hoje pela Casa Branca, afirma que as Forças Armadas americanas “conduziram um ataque de precisão contra três instalações nucelares no Irã usadas pelo governo da República Islâmica em seu programa de desenvolvimento de armas nucleares”.

Não está claro em quais informações Trump se apoia para fazer essa afirmação. Em um relatório apresentado ao Congresso em março, a diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Tulsi Gabbard, disse que o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ainda não havia tomado uma decisão sobre reiniciar o programa de armas nucleares do país persa, abandonado oficialmente em 2003.

O órgão nuclear da ONU afirma que o Irã vem enriquecendo urânio a um nível além do necessário para usos puramente civis. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) diz que Teerã possui cerca de 400 kg de urânio enriquecido a 60% de pureza.

A maioria dos reatores nucleares para produção de energia elétrica necessita de urânio enriquecido a apenas 5%, enquanto armas atômicas geralmente utilizam material com pureza de 90% ou mais. Segundo especialistas, o Irã poderia rapidamente enriquecer os 400 kg já existentes para níveis ainda maiores de material físsil.

Entretanto, a diferença crucial é que não há provas de que o regime tenha optado por seguir esse curso. Tecnicamente, o Irã ainda é membro do Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT), que barra a produção de armas nucleares por países que não as possuem, e tem desde 2003 um fatwa —isto é, uma opinião jurídica islâmica— emitida por Khamenei proibindo o desenvolvimento da bomba atômica por Teerã.

Oficialmente, o regime diz que seu programa nuclear tem fins pacíficos.

A carta de Trump ao Congresso americano dá a entender que o presidente ignorou as informações que tinha à disposição das agências de inteligência dos EUA ao ordenar o ataque sem precedentes contra as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan, no Irã.

O caso levou analistas a traçarem comparações com as afirmações feitas por George W. Bush em 2003, quando buscou justificar ao mundo sua invasão do Iraque dizendo que o país tinha armas de destruição em massa. Essas armas nunca foram encontradas.

Antes do ataque contra o Irã, Trump foi questionado por jornalistas sobre o relatório de Gabbard negando a existência de um programa de armas nucleares iraniano. Na ocasião, o presidente respondeu: “Eu não ligo para o que ela disse. Eu acho que eles estão muito próximo de conseguir uma [bomba atômica]”.

Gabbard, uma aliada próxima de Trump, tentou amenizar suas afirmações ao Congresso, dizendo que a espionagem americana aponta que o Irã poderia produzir uma bomba “em semanas ou meses” se assim desejasse —um argumento também apresentado por Israel e seu primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu.

Trump e seu secretário de Defesa, Pete Hegseth, dizem que o ataque americano “obliterou completamente” o programa nuclear iraniano. Um relatório confidencial revelado pela imprensa americana nesta terça (24), entretanto, aponta que o bombardeio teve o efeito de atrasar o programa somente em alguns meses.

Victor Lacombe/Folhapress

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