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Fórum em Londres com ministros do STF atrai protesto bolsonarista contra Moraes

Um grupo de cerca de 25 apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve nesta sexta-feira (26) em frente ao Peninsula Hotel, em Londres, para protestar contra a presença de autoridades brasileiras em um evento que ocorre na capital inglesa. O principal alvo é o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Com bandeiras do Brasil, alto-falante e uma caixa de som, os manifestantes fizeram discursos contra as prisões decorrentes do ataque golpista aos prédios dos três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, e puxaram uma salva de palmas para o dono da rede social X (antigo Twitter), Elon Musk —exaltado por Bolsonaro e que travou embate recente com Moraes.

Os bolsonaristas —que colocaram na caixa de som e cantaram o Hino Nacional Brasileiro— também procuraram vincular o protesto à falsa alegação de que Moraes estaria sendo intimado pelo Congresso dos EUA a enviar documentos do inquérito das milícias digitais e decisões relacionadas ao X. Na verdade, o Comitê de Assuntos Judiciários da Câmara de Deputados dos Estados Unidos intimou a plataforma de Elon Musk.

“Fica a minha pergunta sobre o que eles estão fazendo aqui. É muito suspeita essa viagem agora, a portas fechadas, o que eles estão fazendo aqui, num hotel 5 estrelas. A gente nunca vai saber o que foi discutido ali dentro”, afirmou Alexandre Kunz, que estava à frente do protesto e diz morar há mais de dez anos na Inglaterra. Ele também bradou no alto-falante que o Brasil precisa de homens “com mais testosterona” para encarar Moraes.

Com a participação de três ministros do governo Lula (PT), dez autoridades do Poder Judiciário —incluindo três ministros do STF—, além do chefe da Polícia Federal, integrantes do Legislativo e o ex-presidente Michel Temer (MDB), o evento denominado “1º Fórum Jurídico – Brasil de Ideias” é fechado e sem transmissão aberta em vídeo.

Nesta sexta, a segurança foi amplamente reforçada, e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair foi um dos palestrantes. Pessoas presentes ao encontro relataram à Folha que Blair falou sobre as futuras eleições nos EUA e no Reino Unido.

Ativista de questões relacionadas ao meio ambiente, Blair também teceu comentários sobre a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima. O Brasil organizará em 2025 a COP-30, em Belém.

O fórum é organizado pelo Grupo Voto, presidido pela cientista política Karim Miskulin, que em 2022, às vésperas da campanha eleitoral, promoveu almoço de Bolsonaro com 135 empresárias e executivas em São Paulo. O evento começou na quarta-feira (24).

A imprensa está impedida de acessar o evento e nesta sexta nem mesmo o acesso às áreas comuns do hotel foi permitido. A Folha apurou que dois andares do luxuoso hotel londrino foram reservados para os participantes —no total, 21 deles exercem funções públicas no Brasil. Nas mesas, há placas alertando os convidados de que é proibido fotografar, gravar ou editar falas dos participantes para matérias jornalísticas.

Os ministros do STF Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, bem como o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil), ex-presidente do Senado, devem ser responsáveis pelas falas de encerramento do encontro, que prevê ainda um tour.

Segundo participantes, no evento, Moraes foi laureado por “mérito jurídico” e Temer, por “mérito estadista”.

Karim Miskulin, presidente do grupo organizador do encontro em Londres, afirmou no início deste ano, sobre ato de Bolsonaro em São Paulo, que o ex-presidente, ainda que inelegível, “é o principal líder da direita brasileira”.

Organizador do evento, o Grupo Voto alegou que “o fórum é um evento privado”. O material de divulgação afirma que se trata de uma “missão internacional, perpetuando o espaço democrático e promovendo um diálogo construtivo em prol do avanço do Brasil”.

Vandson Lima/Folhapress

 

Fórum em Londres com ministros do STF barra imprensa; ‘nem a pau’, diz Moraes sobre entrevista

Jornalistas foram impedidos nesta quinta-feira (25) de acompanhar um evento em Londres com a participação de ao menos dez autoridades do Judiciário brasileiro, incluindo três ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), além de ministros do governo Lula (PT), o chefe da Polícia Federal, integrantes do Legislativo e o ex-presidente Michel Temer (MDB).

Denominado “1º Fórum Jurídico – Brasil de Ideias”, o encontro é organizado na capital inglesa pelo Grupo Voto, presidido pela cientista política Karim Miskulin, que em 2022, às vésperas da campanha eleitoral, promoveu almoço de Jair Bolsonaro (PL) com 135 empresárias e executivas no Palácio Tangará, em São Paulo.

Na entrada do evento, o ministro do STF Gilmar Mendes afirmou à Folha que não sabia da proibição à imprensa. “Isso não nos foi informado. Eu não sabia, vou me informar.”

Questionado se falaria com jornalistas no final do dia, o ministro Alexandre de Moraes respondeu, entre o irônico e o bem humorado: “nem a pau”. Outro integrante do STF no evento é o ministro Dias Toffoli.

Além da Folha, também foram barrados jornalistas das TVs Globo e Record.

Não foi permitido à imprensa, inclusive, permanecer no mesmo andar em que o evento ocorre, no luxuoso Hotel Peninsula, que fica ao lado do Hyde Park e cujas diárias custam acima de 900 libras (cerca de R$ 5.800).

Organizador do evento, o Grupo Voto alegou que “o fórum é um evento privado”. O material de divulgação afirma que se trata de uma “missão internacional, perpetuando o espaço democrático e promovendo um diálogo construtivo em prol do avanço do Brasil”.

O evento, que começou na quarta-feira (24) com uma noite de homenagens e vai até a sexta-feira (26), contará com 24 palestrantes, sendo que 21 deles exercem cargos públicos.

Também fazem parte da lista de autoridades anunciadas para os debates em Londres o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e integrantes do STJ (Superior Tribunal da Justiça) e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

A Folha apurou que há aproximadamente 50 pessoas no encontro. Os debates não terão transmissão aberta em vídeo.

O STF informou que não pagou passagens e diárias dos integrantes da corte e que só emite passagem internacional para ministros se eles forem da delegação do presidente.

O Supremo realizou sessão na quarta e o presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, anunciou que Dias Toffoli e Moraes participariam de forma remota, mas eles não chegaram a ser chamados para votar. Nesta quinta (25), o plenário da corte se reúne novamente.

Karim Miskulin, presidente do grupo organizador do encontro em Londres, afirmou no início deste ano, sobre ato de Bolsonaro em São Paulo, que o ex-presidente, ainda que inelegível, “é o principal líder da direita brasileira”.

Vandson Lima/Folhapress

Biden sanciona lei para banir o TikTok nos Estados Unidos

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sancionou nesta quarta-feira (24) o projeto de lei que proíbe o TikTok nos Estados Unidos se a ByteDance, empresa dona do aplicativo, não se desfizer dele em nove meses.

Na terça, a lei já havia sido votada pelo Congresso. A medida foi aprovada como parte de um pacote mais amplo de segurança nacional que prevê US$ 95 bilhões (cerca de R$ 490,3 bi) em ajuda a Ucrânia, Israel e Taiwan, aliados importantes dos EUA.

Em resposta a Biden, o presidente-executivo do TikTok, Shou Zi Chew, disse que a empresa espera questionar na justiça a legislação.

“Fiquem tranquilos, não vamos a lugar algum”, disse ele em um vídeo postado momentos depois de Biden sancionar a lei. “Os fatos e a Constituição estão do nosso lado e esperamos prevalecer novamente.”

A justificativa dada por defensores do projeto é que a relação da China com a ByteDance pode trazer riscos à segurança nacional dos Estados Unidos, uma vez que a companhia seria obrigada a compartilhar dados com o governo chinês.

Em 2020, a empresa processou o governo quando o então presidente Donald Trump emitiu um decreto para bloquear o aplicativo e deu à ByteDance 90 dias para se desfazer de seus ativos americanos e de quaisquer dados que o TikTok havia coletado nos EUA.

Um juiz suspendeu a decisão horas antes de entrar em vigor, e Biden revogou a ordem de Trump quando assumiu.

Especialistas em segurança digital identificaram que o TikTok consegue rastrear a localização dos usuários, listas de contatos, detalhes pessoais e endereços IP, e uma cláusula em sua política de privacidade permite a coleta de dados biométricos, incluindo “impressões faciais e de voz”.

Tudo isso, segundo esses especialistas, seriam potenciais riscos à privacidade e à segurança nacional. No entanto, pesquisadores concluíram que o TikTok não coleta mais dados do que qualquer outra rede social.

A empresa afirma que nunca compartilhou informações dos mais de 170 milhões de usuários norte-americanos, tampouco o fará no futuro.

Como parte de um plano para evitar a possível venda da operação, o TikTok gastou nos últimos três anos mais de US$ 1,5 bilhão no “Projeto Texas”, um plano de reestruturação para proteger os dados e conteúdos dos usuários dos EUA da influência chinesa por meio de uma parceria com o grupo americano Oracle.

O TikTok é particularmente popular entre os jovens norte-americanos, um grupo crucial para Biden nas eleições de novembro contra o ex-presidente Donald Trump.

O pacote de lei também dá ao presidente dos EUA o poder de classificar outros aplicativos como ameaça à segurança, caso também sejam de um país considerado hostil.

COMO FUNCIONARIA A PROIBIÇÃO?

Depois de assinada por Biden, a proibição entrará em vigor em 270 dias, a menos que a ByteDance venda o TikTok para uma empresa não chinesa. Se não, o acesso será bloqueado nos EUA.

A lei funcionará impondo penalidades civis às lojas de aplicativos, como a App Store da Apple e o Google Play, se distribuírem ou atualizarem o TikTok. Os provedores de serviços de internet também seriam obrigados a bloquear o acesso na web.

Embora as lojas de aplicativos e os provedores de internet sejam proibidos de oferecer o acesso, os usuários não serão alvo de qualquer aplicação legal.

Uma proibição nacional de um aplicativo ou site é algo inédito nos EUA —embora tenha havido alguns precedentes em níveis estadual e federal nos últimos anos.

O QUE A PROIBIÇÃO SIGNIFICARIA PARA OS USUÁRIOS?

O aplicativo TikTok já foi baixado em milhões de telefones nos EUA —seu maior mercado global — e não desapareceria deles se a proibição entrar em vigor. No entanto, os usuários não poderiam atualizar o aplicativo nem baixá-lo novamente se o excluíssem.

Ao bloquear o acesso a atualizações, o aplicativo se tornaria obsoleto com o tempo, mas as pessoas não deixariam de usá-lo da noite para o dia.

O TikTok ainda poderia ser acessado por usuários que contornassem a lei usando redes privadas virtuais que criptografam o tráfego da internet e ocultam endereços IP.

Folhapress

Google demite 20 funcionários por participação em protesto contra projeto para Israel

O Google demitiu mais 20 funcionários sob a alegação de que eles participaram de protestos no último dia 17 contra um projeto da empresa contratado pelo governo israelense. O acordo foi firmado em 2021, mas ganhou mais oposição agora em meio à guerra em Gaza. Na última quarta (17), a companhia já havia mandado embora outras 28 pessoas pelo mesmo motivo.

A informação foi divulgada pelo jornal americano Washington Post nesta terça (23). Segundo a publicação, o Google investigou mobilizações em suas sedes em Sunnyvale (Califórnia) e Nova York.

Em um comunicado encaminhado aos funcionários obtido pelo Post, o chefe-executivo da empresa, Sundar Pichai, disse que a conhecida abertura da empresa ao debate se limita a tópicos de trabalho, não a decisões políticas.

“Nós temos uma cultura vibrante de diálogo aberto que nos permite criar produtos incríveis e transformemos ideias em ações”, ele disse. “Mas, antes de qualquer coisa, nós somos um local de trabalho e nossa política está clara: nós somos um negócio.”

O gigante das buscas já havia demitido funcionários críticos à empresa antes, como a especialista em ética em inteligência artificial Timnit Gebru. Ela afirmou que foi demitida após enviar um email a colegas manifestando frustração com a política de diversidade de gênero da big tech.

A atual CEO do app de mensagens Signal, Meredith Whitaker, saiu da empresa alegando que houve retaliações após protestos que ela organizou contra o uso de IA em guerras.

O estopim dos protestos da semana passada foram o Project Nimbus, um contrato conjunto de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,3 bilhões) com a Amazon para fornecer ao governo israelense serviços de IA e nuvem.

As mobilizações foram convocadas pela organização No Tech for Apartheid. Houve protestos em escritórios do Google em Nova York, Seattle e Sunnyvale, na Califórnia, nos Estados Unidos.

Manifestantes em Nova York e na Califórnia fizeram uma ocupação que durou quase 10 horas, documentada em uma transmissão ao vivo na plataforma Twitch. Nove deles foram presos na terça à noite sob acusação de invasão.

“Impedir fisicamente o trabalho de outros funcionários e impedi-los de acessar nossas instalações é uma clara violação de nossas políticas e um comportamento completamente inaceitável”, disse o Google em um comunicado sobre a ocupação.

“Após recusar múltiplos pedidos para deixar as instalações, a aplicação da lei foi acionada para removê-los e garantir a segurança do escritório. Até agora, concluímos investigações individuais que resultaram na rescisão do contrato de 28 funcionários, e continuaremos a investigar e tomar medidas conforme necessário’”.

Na quarta-feira (17), vários funcionários envolvidos nos protestos, incluindo aqueles que não participaram diretamente da ocupação, receberam uma mensagem do grupo de relações com funcionários da empresa informando que foram colocados em licença.

“Licença administrativa significa que desativaremos seu acesso aos campi e sistemas do Google e você deve se abster de trabalhar até novo aviso e não comparecer ao escritório”, de acordo com o email, que foi noticiado pela agência Bloomberg. “Estamos mantendo este assunto o mais confidencial possível, divulgando informações apenas com base na necessidade.”

A manifestação ocorreu um dia antes de o governo israelense aprovar seu plano estratégico de cinco anos para a transição para a nuvem sob o Project Nimbus e expandir seus serviços digitais. O Ministério da Defesa de Israel e as forças armadas foram listados em um comunicado do governo como parceiros no Project Nimbus, juntamente com outros órgãos do governo.

Um representante do Google disse que o contrato Nimbus “não é direcionado para trabalhos sensíveis, confidenciais ou militares relevantes para armas ou serviços de inteligência”.

A empresa já havia sido alvo de críticas por reprimir manifestação de trabalhadores.

Funcionários que organizaram um protesto em 2018 sobre a forma como a empresa lidou com alegações de agressão sexual disseram que o Google os puniu por seu ativismo. Quatro outros funcionários alegaram que foram demitidos por organizar oposição ao trabalho do Google com a alfândega dos EUA e por outras atividades de defesa no local de trabalho.

A legislação trabalhista dos EUA dá aos funcionários o direito de se envolver em ações coletivas relacionadas às condições de trabalho. Há um debate se os desenvolvedores de tecnologia podem se unir para se opor à forma como as ferramentas que criam são usadas, de acordo com John Logan, professor de direito do trabalho na San Francisco State University.

Folhapress

Lula classifica de extraordinária união da oposição a Maduro na Venezuela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou otimismo com as próximas eleições presidenciais na Venezuela, apesar da série de restrições contra candidatos opositores promovidas pelo regime de Nicolás Maduro. Lula ainda considerou “extraordinária” a movimentação da oposição, que pretende lançar uma candidatura única para o pleito.

As declarações foram dadas durante café da manhã do presidente com os jornalistas que cobrem o dia a dia da Presidência da República, no Palácio do Planalto.

Após o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano, aparelhado pelo chavismo, barrar dois nomes da oposição, um na Justiça e outro no registro da candidatura, o diplomata Edmundo González Urrutia aceitou, no domingo (21), ser o representante da maior plataforma da oposição para disputar contra o ditador Nicolás Maduro nas eleições previstas para 28 de julho.

“A questão da Venezuela, está acontecendo uma coisa extraordinária: a oposição toda se reuniu, está lançando candidato único. Vai ter eleições. Acho que vai ter acompanhamento internacional sobre as eleições, há interesse de muita gente em acompanhar. E, se o Brasil for convidado, participará do acompanhamento das eleições”, afirmou o presidente.

Embora tenha acenado à movimentação da oposição venezuelana, o presidente evitou dar sequência à escalada nas críticas ao ditador Nicolás Maduro, que havia começado no mês passado.

No final do mês passado, o governo mudou de tom e contestou, pela primeira vez, o bloqueio à candidatura da opositora Corina Yoris, nome escolhido pela principal força de oposição contra o chavismo nas eleições de julho na Venezuela.

Em nota, o Itamaraty disse que “acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral” no país, marcando uma inflexão na posição até então adotada por Lula em relação a Maduro, de preservar o aliado sul-americano.

Na semana seguinte, Lula chamou de grave o veto à candidatura e afirmou que não há justificativa política ou jurídica para se proibir um adversário de disputar eleições.

A fala enviou sinal de que o Planalto endossou a repreensão ao regime chavista, algo considerado importante por diplomatas brasileiros uma vez que a resposta de Caracas, em tom agressivo, sugeriu uma divisão de opiniões entre a chancelaria e o chefe do Executivo.

Desde o desenrolar do episódio envolvendo as candidaturas, os Estados Unidos retomaram as sanções ao setor energético venezuelano, que estavam suspensas por seis meses após diálogo entre regime de Maduro e da oposição, conhecido como Acordo de Barbados.

Lula afirmou esperar que as eleições aconteçam dentro da normalidade e o resultado das urnas seja aceito pelas partes. Nos bastidores, integrantes do governo e diplomatas manifestam preocupação com o pós-eleições, com a possibilidade de uma ruptura democrática.

“[Estamos] na perspectiva de que quando terminar as pessoas voltem à normalidade. Ou seja, quem ganhou toma posse e governa e quem perdeu se prepara para as outras eleições, como eu me preparei depois de três derrotas aqui no Brasil”, afirmou.

“Eu fico torcendo para que a Venezuela volte à normalidade, para que os Estados Unidos tirem as sanções e que a Venezuela possa voltar a receber de volta o povo que está deixando a Venezuela por conta da situação econômica”, declarou.

Lula também disse que ainda não teve a oportunidade de ler a carta endereçada a ele pelo presidente da Argentina, Javier Milei. O documento foi entregue há uma semana pela chanceler do país vizinho, Diana Mondino, que estava em viagem oficial a Brasília.

Ela se encontrou e repassou a carta ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Lula, no entanto, justificou que seu chanceler esteve em algumas missões oficiais e por isso ainda não o encontrou para pegar o documento.

“A única coisa que posso adiantar é que depois que eu ler [a carta] eu tenho interesse que a imprensa saiba o que o presidente da Argentina quer conversar com o Brasil”, afirmou.

O presidente também disse que pretende realizar uma reunião entre “presidentes democratas” para discutir como enfrentar o crescimento da ultradireita. Participariam líderes como o francês Emmanuel Macron e o premiê espanhol Pedro Sanchez

“Os setores de esquerda, progressista, os setores democratas têm que se organizar. Eu falei com Pedro Sanchez, falei com Macron, estou tentando ver se a gente consegue fazer uma reunião com os chamadas presidentes democratas por ocasião da Assembleia Geral das Nações Unidas para a gente definir uma estratégia de como vamos, a nível internacional, enfrentar o crescimento da extrema direita e seus matizes”, afirmou.

O presidente declarou ainda ter assinado uma carta pela libertação dos mais de cem reféns ainda em poder do Hamas após os ataques terroristas de 7 de Outubro. Trata-se de uma iniciativa conjunta de alguns líderes mundiais.

Também são signatários Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Bulgária, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Hungria, Polônia, Portugal, Romênia, Reino Unido, Sérvia e Tailândia.

Este é o primeiro café do presidente com jornalistas neste ano. Em 2023, foram quatro, dos quais a Folha participou de três —com exceção do café com a mídia chamada independente.

Participam do encontro desta terça: Folha, Estadão, G1, Bloomberg, Valor, Canal Meio, O Globo, BandNews, ICL, Correio Braziliense, Broadcast, Jovem Pan, CBN, Metrópoles, Rádioweb, Reuters, TV Brasil, TV Record, TV Gazeta, My News, Veja, Poder360, UOL, Brasil de Fato, Carta Capital, Jota, DCM, O Tempo, R7, Rede TV, SBT, CNN, Revista Fórum, BBC Brasil, Itatiaia, Meio Norte, GloboNews.

Catia Seabra, Marianna Holanda e Renato Machado, Folhpres

Ataques israelitas em Rafah matam 13 pessoas

Ataques israelitas durante a noite contra a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, mataram 13 pessoas, incluindo nove crianças, disseram hoje as autoridades de saúde do estado palestiniano.

Israel tem efetuado ataques aéreos quase diários a Rafah, onde mais de metade da população de Gaza, 2,3 milhões de habitantes, procurou refúgio dos combates em outros locais. O primeiro ataque matou um homem, a mulher e o filho de 3 anos, segundo o Hospital do Kuwait, que recebeu os corpos.

A mulher estava grávida e os médicos conseguiram salvar o bebê, disse o hospital, segundo a agência norte-americana AP. O segundo ataque matou oito crianças e duas mulheres, todas da mesma família, de acordo com os registos hospitalares.

Na noite anterior, um ataque aéreo em Rafah matou nove pessoas, incluindo seis crianças.

A guerra entre Israel e o Hamas provocou mais de 34.000 mortos em Gaza, segundo as autoridades sanitárias locais, devastou as duas maiores cidades do território e deixou uma faixa de destruição de norte a sul. Cerca de 80% da população fugiu de casa para outras áreas, cuja população, segundo os peritos, está à beira da fome.

Israel culpa o Hamas pelas mortes de civis, porque os militantes combatem em bairros residenciais densos, mas os militares raramente comentam os ataques individuais, que muitas vezes matam mulheres e crianças.

Os militares israelitas afirmam que mataram mais de 13.000 combatentes do Hamas, sem fornecer provas.

O conflito, agora no sétimo mês, provocou uma agitação regional que opõe Israel e os Estados Unidos ao Irã e a grupos militantes aliados em todo o Oriente Médio. No início de abril, Israel e o Irã trocaram tiros diretos, fazendo temer uma guerra total entre os inimigos de longa data.

As tensões também aumentaram na Cisjordânia ocupada por Israel.

As forças israelitas afirmaram que neutralizaram dois palestinos que atacaram um posto de controle com uma faca e uma arma perto da cidade de Hebron, no sul da Cisjordânia, ao início do dia de hoje. Não ficou imediatamente claro se os dois atacantes foram mortos. Nenhum elemento das forças israelitas ficou ferido.

Pelo menos 469 palestinos foram mortos por soldados e colonos israelitas na Cisjordânia desde o início da guerra em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde palestiniano. A guerra em curso foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.

Israel afirma que os militantes ainda mantêm cerca de 100 reféns e os restos mortais de mais de 30.

Instalações nucleares iranianas não sofreram danos, afirma AIEA após explosões

Diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, afirmou nesta segunda-feira (15) que o Irã fechou as instalações nucleares ‘por motivos de segurança’

As instalações nucleares iranianas não sofreram danos, afirmou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesta sexta-feira (19), após funcionários do governo dos Estados Unidos relatarem um ataque de Israel contra a República Islâmica, em uma possível resposta ao ataque contra o território israelense da semana passada. A agência, que tem sede em Viena, fez um pedido de “moderação” e reiterou que “nenhuma instalação nuclear deve ser alvo de conflitos militares”, em uma mensagem publicada na rede social “X” (antigo Twitter).

 Três explosões foram registradas perto de uma base militar en Qahjavarestan, uma localidade entre a cidade de Isfahan e seu aeroporto, no centro do país, segundo a agência oficial Fars. As autoridades iranianas anunciaram que derrubaram drones e afirmaram que, “até agora”, não houve um ataque com mísseis. Outra agência de notícias, a Tasnim afirmou que as instalações nucleares da região de Isfahan estão “completamente seguras”. Uma fonte militar de alto escalão do regime iraniano declarou na quinta-feira (18) que, em caso de ataque contra as instalações nucleares, o país responderia com o lançamento de “mísseis potentes” contra áreas nucleares israelenses.

 Israel acusa o Irã — que nega — de tentar desenvolver uma bomba atômica e afirma que faz o possível para impedir a iniciativa. O Estado hebreu é considerado uma potência nuclear, embora nunca tenha confirmado ou negado ter desenvolvido armamento atômico. As instalações nucleares iranianas estão localizadas no centro do país, em Isfahan, Natanz e Fordo, assim como na cidade portuária de Bushehr, onde está localizada a única central nuclear. O diretor da AIEA, Rafael Grossi, afirmou na segunda-feira (15) que o Irã fechou as instalações nucleares “por motivos de segurança” no dia do ataque contra Israel.

 Jovem Pan

Avião militar russo cai em Stavropol; veja as imagens

Autoridades russas confirmaram a morte de um dos tripulantes. Moscou alega que acidente ocorreu devido a defeito técnico, mas Ucrânia anunciou hoje ter abatido um aparelho igual

 
Um avião militar russo caiu nesta sexta-feira no distrito de Krasnogvardeyski, na região de Stavropol, Rússia. A informação foi confirmada pelas autoridades locais e pelo Ministério da Defesa russo.

O Ministério da Defesa relatou que a aeronave, um bombardeiro estratégico de longo alcance Tu-22M3, caiu após uma missão de combate. Segundo o ministério, não havia munições a bordo e os pilotos conseguiram se ejetar.

O governador de Stavropol, Vladimir Vladimirov, compartilhou imagens no Telegram e informou que os pilotos foram encontrados com vida e levados para o hospital, um morreu, e está sendo procurado um quarto membro da tripulação.

O Ministério da Defesa afirmou que o acidente foi causado por um "mau funcionamento técnico". No entanto, a Ucrânia anunciou ter abatido um bombardeiro russo Tu-22M3, algo inédito desde o início da invasão russa.

Ainda não está confirmado se o bombardeiro abatido pela Ucrânia é o mesmo que caiu na região de Stavropol. Um vídeo do incidente circula nas redes sociais, compartilhado por Anton Gerashchenko, conselheiro do Ministério da Administração Interna da Ucrânia.

Veja o vídeo na galeria

por Notícias ao Minuto Brasil

Mísseis israelenses atingem o Irã, diz TV

Explosões foram ouvidas perto do Aeroporto Central da cidade de Isfahan, a 450 quilômetros da capital Teerã

SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - Mísseis lançados pelo governo israelense atingiram o Irã na noite desta quinta-feira (18). A informação foi divulgada pela rede de televisão norte-americana ABC News, que citou um oficial dos Estados Unidos como fonte.

Explosões foram ouvidas perto do Aeroporto Central da cidade de Isfahan, a 450 quilômetros da capital Teerã. A oitava base de caça da Força Aérea do Exército também está próxima ao local onde as explosões foram ouvidas, informou a Fars News, agência de notícias do Irã.

A Iranian Press TV também está relatando que uma explosão foi ouvida perto do centro da cidade.

Os sistemas de defesa aérea do Irã foram ativados em várias províncias do país. A informação foi divulgada pela agência de notícias estatal IRNA na madrugada de sexta-feira (horário local).

Várias instalações nucleares iranianas estão localizadas na província de Isfahan. Entre elas, a Natanz, peça central do programa de enriquecimento de urânio do Irã.

Irã diz que voos para as cidades de Teerã, Isfahan e Shiraz estão suspensos. A suspensão entrou em vigor imediatamente, mas não houve cancelamento de voos, segundo o diretor de relações públicas do Irã em entrevista à Mehr TV. "Os passageiros devem verificar as informações do voo antes da partida", acrescentou.
Ao menos oito voos foram desviados do espaço aéreo iraniano, segundo a CNN. O site Flight Radar 24, de rastreamento de voos em tempo real, mostra diversos voos sendo desviados do espaço aéreo iraniano na manhã de sexta-feira (horário local; noite de quinta-feira, no horário de Brasília).

Ataque pode ter sido uma resposta israelense à ofensiva iraniana. Israel havia prometido responder ao ataque sem precedentes com drones e mísseis de sábado à noite executado pelo Irã contra o seu território.

Leia Também: Israel vai tomar as próprias decisões sobre resposta ao Irã, diz Netanyahu

Comissão recomenda que Alemanha legalize aborto até 12 semanas de gravidez

Os especialistas defenderam, entretanto, que seja mantida a proibição de interrupção da gestação após o período chamado de viabilidade fetal, isto é, a fase da gestação em que o feto poderia sobreviver fora do útero materno -normalmente após a 22ª semana

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma comissão indicada pelo governo da Alemanha recomendou nesta segunda-feira (15) que o país retire todas as restrições ao aborto durante as primeiras 12 semanas de gravidez. Os especialistas defenderam, entretanto, que seja mantida a proibição de interrupção da gestação após o período chamado de viabilidade fetal, isto é, a fase da gestação em que o feto poderia sobreviver fora do útero materno -normalmente após a 22ª semana.

O painel de especialistas, criado no ano passado pelo governo de coalizão liderado pelo primeiro-ministro Olaf Scholz, recomendou flexibilizar a lei em um relatório de 600 páginas. "A ilegalidade fundamental do aborto na fase inicial da gravidez é insustentável", disse Liane Wörner, professora de direito na Universidade de Konstanz e membro do painel que inclui 18 especialistas em medicina, psicologia, ética e direito.

De acordo com a legislação vigente, o aborto é ilegal na Alemanha, mas na prática já é tolerado até a 12ª semana de gestação. As mulheres geralmente precisam de aconselhamento para obter um aborto legal no primeiro trimestre. O parágrafo 218 do Código Penal, adotado há 153 anos, estabelece exceções para as mulheres que foram estupradas ou que correm risco de morte, sem restrições de tempo.

A lei atual "não se sustenta", afirmou Wörner. Ela pediu ao governo que tome "medidas para que o aborto seja legal e não punível" nos primeiros três meses de gestação.

Apesar de recomendar a manutenção da proibição em gestações mais avançadas, a comissão sugeriu que a questão fosse examinada para determinar a forma como vai ser tratada pela lei. Nesses casos, o aborto deve continuar sendo ilegal, mas "não tem necessariamente que ser punível", afirmou Wörner.

Caberá à coalizão de Scholz decidir se aceitará o conselho da comissão. O ministro da Saúde, Karl Lauterbach, disse que há uma "necessidade imediata de ação" em relação ao acesso das mulheres ao aborto e ao cuidado adequado para mulheres com gravidezes indesejadas, especialmente no sul religiosamente conservador do país.

No entanto, nem Lauterbach nem os ministros da Justiça e da Família, que receberam as recomendações junto com ele, deram um prazo para apresentar um projeto de lei preliminar.

O governo examinará o relatório "de forma cuidadosa para determinar os próximos passos" a seguir, declarou o chefe da pasta da Justiça, Marco Buschmann. "O que não precisamos é de outro debate que divida a sociedade", disse o ministro, referindo-se a casos como os dos Estados Unidos e da Polônia. "Discutiremos em detalhes e depois vamos propor um processo ordenado para como nós, como governo e Parlamento, lidaremos com essas propostas."

A reforma da legislação do aborto tem sido uma das promessas do atual governo, uma coalizão entre sociais-democratas, liberais e ambientalistas. Em 2022, o Parlamento votou a favor de eliminar uma lei do período nazista que limitava a informação que médicos e clínicas podiam fornecer sobre a interrupção de gravidez.

A porta-voz do governo, Christiane Hoffmann, preferiu não comentar a possibilidade de legalização deste procedimento antes das próximas eleições, em 2025. "Vai depender de como o debate evoluir", disse. Membros da oposição conservadora disseram que levariam qualquer reforma ao Tribunal Constitucional.

A ONG Centro para os Direitos Reprodutivos acolheu com satisfação as recomendações da comissão e disse que a Alemanha tem agora uma "oportunidade histórica de modernizar a lei".

Os direitos ao aborto se tornaram uma questão polarizadora entre eleitores nos EUA e em vários países europeus. As revisões das leis de aborto da Polônia em 2021 geraram polêmica em torno de políticas conservadoras que se enraizavam no país. No início deste ano, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que quer que a União Europeia garanta o direito ao aborto em sua Carta dos Direitos Fundamentais -seu país foi o primeiro a proteger o acesso ao procedimento incluindo-o na Constituição.


Reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre Irã-Israel termina sem acordo

Reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre Irã-Israel termina sem acordo
A reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas neste domingo (14) convocada após o ataque do Irã a Israel iniciado no sábado (13) terminou sem qualquer acordo ou consenso entre os presentes sobre como o órgão máximo da ONU deve tratar a ofensiva com risco de espalhar o conflito pelo Oriente Médio.

Na noite de sábado, centenas de drones e mísseis lançados de forma inédita pelo Irã de seu próprio território em direção a Israel avançou mais um passo na disputa maior na região entre Tel Aviv e o autodenominado “Eixo da Resistência” —grupo de atores liderados por Teerã que se opõem ao Estado judeu, entre eles o Hamas na Faixa de Gaza.

Em fala na sessão do Conselho, o embaixador iraniano na ONU, Amir Saeid Iravani, afirmou que a ação “foi necessária e proporcional”. “Foi precisa, mirou apenas alvos militares e foi feita de forma cuidado para minimizar o potencial de escalada e prevenir danos a civis”, disse.

O direito de defesa ao qual citado em sua fala fez referência ao bombardeio que atingiu a embaixada de Teerã em Damasco, na Síria, que matou comandantes da Guarda Revolucionária Iraniana em 1º de abril —atribuído a Israel. Em chave parecida se pronunciaram os representantes de Rússia, China e Síria, que ressaltaram o ataque à embaixada iraniana como violação de leis internacionais.

A ONU, na figura de seu secretário-geral, António Guterres, instou os países a terem “o máximo de comedimento”. “A população da região enfrenta um perigo real de um conflito devastador. Agora é a hora de desarmar e reduzir as tensões. Precisamos recuar do precipício”, disse Guterres.

Os Estados Unidos, o principal aliado de Israel, condenaram a ação iraniana e afirmaram na reunião da ONU que o Conselho de Segurança tem a obrigação de não deixar que as ações do Irã vão além. Foram em linhas semelhantes os comentários dos aliados ocidentais com poder de veto no Conselho, França e Reino Unido.

“Deixe-me ser claro: se as proxies do Irã tomarem ações contra os EUA ou ações adicionais contra Israel, o Irã será responsabilizado”, disse o embaixador americano na ONU Robert Wood, em referência aos atores não-estatais aliados de Teerã, como o Hezbollah libanês e os houthis iemenitas.

Já o representante israelense, Gilad Erdan, subiu o tom durante a sessão e comparou o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo iraniano, a Adolf Hitler. “O regime dos aiatolás tem um plano claro: seu objetivo tem sido e continua a ser dominação mundial, exportando sua revolução xiita radical pelo mundo”, disse Erdan.

“O regime islâmico de hoje não é diferente do Terceiro Reich, e o aiatolá Khamenei não é diferente de Adolf Hitler. O Terceiro Reich de Hitler foi pensado para ser um império de mil anos alcançando vários continentes, assim como Khamenei vê sua hegemonia xiita radical para alcançar toda a região e além.”

Folhapress

Ataque a Israel foi coreografado entre EUA e Irã por canais ocultos, afirma analista

O ataque do Irã contra Israel, com centenas de drones e mísseis cruzando os céus do Oriente Médio no sábado (13), foi calculado de maneira que não detonasse uma guerra regional, diz o analista Trita Parsi. “Foi coordenado e coreografado entre EUA e Irã por canais ocultos”, afirma.

Nascido no Irã, Parsi é um dos fundadores do Conselho Nacional Iraniano Americano, com base em Washington. É hoje vice-presidente do Quincy Group, instituto de pesquisa sediado na capital dos EUA.

Havia bastante expectativa quanto ao ataque iraniano, prometido havia dias. O Irã vinha acusando Israel de ter bombardeado seu consulado em Damasco no início de abril. Os dois países estão em conflito indireto há anos, travando batalhas em outros territórios. Passaram a lutar às claras.

Os drones e mísseis de sábado, porém, foram lançados com aviso prévio, como Teerã afirmou neste domingo, e tempo suficiente para que Israel e seus aliados —Estados Unidos, Reino Unido e Jordânia, entre outros— os abatessem no ar. Segundo as autoridades israelenses, 99% dos projéteis foram interceptados. Os que caíram causaram pouco dano em uma base militar e feriram uma criança, que foi encaminhada a um hospital para cirurgia.

A intenção de Teerã era mostrar que estava revidando o ataque israelense na mesma moeda, mas sem expandir a guerra, diz Parsi. Segundo a imprensa estatal do país, Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, deu a entender que encerrou seu ataque. Disse ainda que o país vai reagir a qualquer retaliação israelense.

Nesse sentido, o analista afirma que os Estados Unidos desempenharam um papel crítico em evitar o conflito regional. Apesar de que, ainda na avaliação de Parsi, não fosse pelos EUA, o mundo não estaria nesta situação. O governo de Joe Biden, diz, “ajudou a levar a região à beira de um precipício, ao não impedir que Israel tentasse começar a guerra”.

O sucesso do Irã em se afastar do conflito vai depender agora das próximas jogadas tanto de Biden quanto de Binyamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel que, acredita-se, tem interesse político no confronto.

“Prolongar e expandir a guerra é do benefício de Netanyahu, já que o fim do conflito vai significar também o fim de sua carreira e possivelmente o começo de sua pena na prisão”, afirma. Refere-se ao fato de que o líder israelense enfrenta acusações de corrupção, razão pela qual, dizem diversos analistas, faz de tudo para seguir no poder.

Há pressão dentro do governo para que Netanyahu reaja ao ataque iraniano. Em especial, dos membros de ultradireita de seu gabinete, como Itamar Ben-Gvir, ministro de segurança nacional, e Bezalel Smotrich, das finanças. O premiê precisa do apoio deles para não cair.

De todo modo, Netanyahu de alguma maneira se beneficiou dos ataques iranianos de sábado. Havia crescente crítica contra os bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, que nos últimos seis meses mataram mais de 33 mil pessoas. Ao ser alvo de Teerã, Tel Aviv recuperou alguma boa-vontade em Washington e retirou o foco de Gaza.

Até porque o território palestino segue sob ataque, com a população passando fome. É esse conflito, inclusive, que tem exacerbado a tensão na região. O estopim foi o atentado da facção terrorista Hamas em 7 de outubro no sul de Israel, deixando cerca de 1.200 mortos. Israel tem revidado desde então, de modo considerado por muitos analistas como desproporcional.

Neste domingo (14), uma série de governos e entidades condenou os ataques iranianos. O Itamaraty emitiu uma nota dizendo que o Brasil acompanha “com grave preocupação” os ataques do Irã contra Israel, mas sem condenar Teerã, o que gerou críticas de entidades judaicas. No ínterim, John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, foi à TV repetir que Biden não quer guerrear com o Irã. A mensagem parecia ser em parte direcionada a Netanyahu, como um aviso. Sem apoio americano, Israel estaria vulnerável a ataques de Teerã.

Para Parsi, a estratégia das grandes potências, incluindo os Estados Unidos, é convencer Israel de que este capítulo está encerrado —com o placar zerado, por assim dizer— e impedir outro revide. Até porque, afirma, “a região estava à beira de uma grande guerra e segue assim”.
Diogo Bercito/Folhapress

 

Israel promete vitória, e gabinete de Netanyahu se reúne após ataque; Irã alerta Tel Aviv a não reagir

No dia seguinte à inédita ofensiva do Irã com centenas de drones e mísseis lançados contra o território israelense, o premiê Binyamin Netanyahu afirmou que conteve o ataque e prometeu vitória. O gabinete de Bibi, como é chamado, se reuniria na manhã deste domingo (14), pelo horário de Brasília, para discutir as próximas ações, mas Teerã já alertou Israel e os Estados Unidos sobre uma “resposta muito maior” se houver qualquer reação.

A ameaça de uma guerra aberta entre os arqui-inimigos do Oriente Médio e de envolver os Estados Unidos deixou a região em alerta, com Washington afirmando que o país não busca conflito com o Irã, mas não hesitará em proteger suas forças e Israel.

Teerã lançou o ataque em resposta ao bombardeio à embaixada iraniana em Damasco, na Síria, que matou membros da Guarda Revolucionária do Irã, em 1º de abril. O regime comandado pelo aiatolá Ali Khamenei atribuiu a autoria a Tel Aviv, que não confirmou envolvimento, mas continuou a ser responsabilizado.

O ataque com centenas de mísseis e drones, em sua maioria lançados do interior do Irã, causou apenas danos moderados em Israel, já que a maioria foi interceptada com a ajuda de aliados, incluindo os EUA, Reino Unido e Jordânia. “Interceptamos, repelimos, juntos venceremos”, disse Netanyahu nas redes sociais. As forças israelenses confirmaram que uma base aérea no sul do país foi atingida de forma leve e continou a operar. E uma criança de 7 anos ficou gravemente ferida por causa de estilhaços de um projétil abatido.

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmou que, apesar de frustrar o ataque, a campanha militar não acabou. Ele ressaltou a necessidade de o país estar preparado para todos os cenários.

O canal de TV israelense Channel 12 citou, durante a noite, um oficial israelense não identificado dizendo que haveria uma “resposta significativa” ao ataque.

Rússia, China, Egito, Emirados Árabes Unidos e Omã pediram moderação. A missão iraniana nas Nações Unidas disse que o ataque tinha como objetivo punir “crimes israelenses”, mas que agora “considerava o assunto encerrado”.

O chefe do Estado-Maior do Exército iraniano, major-general Mohammad Bagheri, alertou na televisão que “nossa resposta será muito maior do que a ação militar de hoje se Israel retaliar contra o Irã” e disse a Washington que suas bases também poderiam ser atacadas se ajudasse Israel a retaliar.

O Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou os embaixadores do Reino Unido, França e Alemanha para questionar o que se referiu como sua “postura irresponsável” em relação aos ataques de Teerã a Israel, informou Iranian Labour News Agency, agência de notícias semioficial iraniana.

Segundo a mídia estatal persa, diversos aeroportos iranianos, incluindo o Aeroporto Internacional Imam Khomeini de Teerã, cancelaram voos até segunda-feira.

O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que convocaria uma reunião de líderes do G7 neste domingo para coordenar uma resposta diplomática ao que chamou de ataque descarado do Irã. O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse que Washington não busca conflito com o regime persa, mas não hesitará em agir para proteger as forças americanas e apoiar a defesa de Israel.

O Conselho de Segurança da ONU estava programado para se reunir neste domingo, às 17h, pelo horário de Brasília, depois que Israel solicitou que condenasse o ataque do Irã e designasse a Guarda Revolucionária como organização terrorista.

No sábado, a Guarda iraniana apreendeu um navio de carga ligado a Israel no estreito de Hormuz, uma das rotas de transporte de energia mais importantes do mundo, destacando os riscos para a economia mundial de um conflito mais amplo.

A guerra em Gaza, que Israel invadiu após um ataque do Hamas apoiado pelo Irã em 7 de outubro, aumentou as tensões na região, se espalhando para frentes com grupos alinhados ao Irã no Líbano, Síria, Iêmen e Iraque.

O aliado mais poderoso do Irã na região, o grupo xiita libanês Hezbollah —em ofensivas com Israel desde o início da guerra em Gaza— disse no início de domingo que havia disparado foguetes contra uma base israelense.

Drones também foram lançados contra Israel pelo grupo Houthi do Iêmen, alinhado com o Irã, que atacou rotas de navegação no Mar Vermelho e arredores para mostrar solidariedade com o Hamas, disse a empresa de segurança marítima britânica Ambrey em comunicado.

A agência de notícias Fars do Irã citou uma fonte dizendo que Teerã estava observando de perto a Jordânia, que poderia se tornar o próximo alvo em caso de movimentos em apoio a Israel.

O ataque de 7 de outubro, no qual 1.200 israelenses foram mortos e 253 feitos reféns, juntamente com o descontentamento interno com o governo e a pressão internacional sobre a guerra em Gaza, formam o pano de fundo das decisões de Netanyahu sobre uma resposta.

Em Jerusalém, no domingo, os israelenses descreveram seu medo durante o ataque, quando as sirenes soaram e o céu noturno foi abalado por explosões, mas discordaram sobre como o país deveria responder. “Acho que nos deram licença para responder agora. Quer dizer, foi um grande ataque do Irã… Imagino que Israel responderá e pode ser rápido e voltar à vida normal”, disse Jeremy Smith.

No Irã, a televisão estatal mostrou pequenas reuniões em várias cidades celebrando o ataque, mas, em particular, alguns iranianos estavam preocupados com a resposta de Israel. “O Irã deu a Netanyahu uma oportunidade de ouro para atacar nosso país. Mas nós, o povo do Irã, suportaremos o peso deste conflito”, disse Shima, uma enfermeira de 29 anos, de Teerã.

Folhapress

Israel intercepta drenes em Jerusalém com sistema anti-aéreo, e Irã diz que ataque terminou

                      Sistema anti-aéreo em funcionamento em Israel durante o ataque do Irã
Os drones lançados neste sábado (13) pelo Irã em direção a Israel chegaram a Jerusalém no início da madrugada, cerca de 20h em Brasília. O sistema de defesa aérea israelense entrou em ação, e relatos locais falam sobre interceptações dos armamentos.

Sirenes soaram em várias cidades do país além de Jerusalém. As Forças de Defesa de Israel afirmam que alertas foram ligados no sul do país, em Shomron, na Cisjordânia ocupada, na área do mar Morto, no norte do país e na região do Neguev.

Jornalistas da Reuters em Israel disseram ter ouvido estrondos do que a imprensa local identificou como interceptações dos drones. O serviço de ambulâncias israelense afirmou que um menino de 10 anos ficou ferido, mas não deu mais detalhes sobre como o incidente ocorreu.

Ao mesmo tempo, o perfil no X da missão do Irã nas Nações Unidas afirmou que o ataque foi conduzido em legítima defesa após a destruição da embaixada de Teerã em Damasco, na Síria, atribuída a Tel Aviv.

“O assunto pode ser considerado concluído. No entanto, se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa. É um conflito entre Irã e o regime de Israel, do qual os Estados Unidos devem ficar de fora”, escreveu o perfil da representação.

Funcionários de segurança e defesa dos Estados Unidos afirmam, sob anonimato a veículos como o New York Times e o Washington Post, que forças americanas no Oriente Médio também participam da derrubada de drones lançados a Israel.

“De acordo com nosso compromisso firme com a segurança de Israel, forças de Israel na região. Nossas forças continuam a providenciar apoio de defesa e a proteger forças dos EUA”, afirmou um funcionário do Departamento de Defesa ao New York Times.

A publicação de Teerã, feita pouco depois do início dos ataques e antes mesmo de os drones chegarem a Jerusalém, e mesmo o fato de que a ofensiva foi prontamente identificada e anunciada pelo regime iraniano, demonstram estratégia que não parece sugerir o desejo de escalar o conflito, mas de mostrar que o país persa consegue e está disposto a reagir a ataques e ações que julgue provocativas.

Há, no entanto, incerteza quanto a eventual resposta de Israel e mesmo a ataques adicionais de aliados iranianos que possam aprofundar o conflito maior já vivido pelo Estado judeu na Faixa de Gaza contra o Hamas, aliado do Irã, e espalhá-lo pela região.

“Esta é uma escalada severa e perigosa. Nossas capacidades defensivas e ofensivas estão no mais alto nível de prontidão diante deste ataque em larga escala do Irã”, disse o porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari. O Exército também afirmou que mísseis foram lançados, mas não fala sobre interceptações específicas desse tipo de armamento.

O Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou em comunicado que Teerã não hesitará em tomar novas medidas para salvaguardar seus interesses contra agressões.

Guilherme Botacini/Folhapress

Irã inicia ataque a Israel com drones após ameaçar retaliação

O Irã lançou dezenas de drones em direção a Israel neste sábado (13), de acordo com as forças de segurança de Tel Aviv. Segundo os militares israelenses, as aeronaves não tripuladas identificadas demoram horas para chegar a território israelense e são defensáveis.

Este é o primeiro ato de agressão do Irã ao território de Israel desde o início do conflito entre Tel Aviv e Hamas, grupo aliado de Teerã, na Faixa de Gaza, e a concretização das ameaças de retaliação ao ataque, atribuído a Israel, à embaixada iraniana em Damasco, na Síria, que matou membros da Guarda Revolucionária do Irã.

Na TV estatal iraniana, a Guarda Revolucionária afirmou que a operação “promessa verdadeira” é parte da “punição pelos crimes de Israel”.

Duas pessoas ligadas à segurança no Iraque afirmaram à agência Reuters que dezenas de drones foram vistos sobre o Iraque em direção à Israel. O ministro dos Transportes de Bagdá afirmou que o país fechou seu espaço aéreo.

O Canal 12 israelense diz que Teerã lançou também mísseis de cruzeiro em direção a Israel —armamentos que atingiriam território israelense em menos tempo que os drones. As forças de Israel ainda não comentaram sobre outro tipo de munição além dos drones identificados.

A Jordânia declarou estado de emergência em meio aos alertas, de acordo com a mídia estatal, citada pela Reuters. Duas pessoas da área de segurança da Jordânia afirmam que o país está pronto para derrubar qualquer aeronave iraniana que viole seu espaço aéreo. O Exército de Amã monitora os drones, segundo essas pessoas.

Autoridade do setor israelense também afirmou que o espaço aéreo do país fechou para voos internacionais entrando e saindo de Israel a partir das 19h30 (horário de Brasília). A companhia El Al de Israel cancelou voos marcados para este fim de semana.

A Casa Branca confirmou em seguida que o Irã iniciou um ataque aéreo contra Israel que deveria se desenrolar nas próximas horas. O governo americano diz ainda que os EUA continuam a apoiar Israel em sua defesa contra ameaças de Teerã. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se reúne com conselheiros de segurança nesta tarde para discutir a crise no Oriente Médio, ainda de acordo com a Casa Branca.

Os primeiros relatos chegaram via imprensa israelense. Amos Yadlin, um general aposentado de Israel, disse ao Canal 12 que os drones estariam equipados com 20 quilos de explosivos cada um.

O porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, confirmou relatos da imprensa israelense de que o avião de Estado decolou de base-aérea no sul de Israel, mas disse apenas que se tratavam de questões operacionais, sem entrar em detalhes.

“O grupo de defesa aérea das Forças de Defesa de Israel [IDF] está em alto alerta, junto com caças e a embarcações da marinha israelense. A IDF monitora todos os alvos”, dizem as forças de segurança de Israel em comunicado. As forças de Israel afirmam ainda que os drones forma lançados do território iraniano.

Mais cedo, um navio porta-contêineres de Israel foi apreendido por forças do Irã após um ataque por helicóptero próximo ao estreito de Hormuz, no Oriente Médio. A ação, confirmada pela agência de notícias iraniana Tasnim, também foi vista como retaliação a Israel pelo bombardeio contra a seção consular de sua embaixada em Damasco, capital da Síria.

Guilherme Botacini/Folhapress

EUA esperam ataque do Irã contra Israel em breve e enviam reforços ao Oriente Médio

                          O presidente americano, Joe Biden, reforçou seu apoio veemente a Israel
Em dia de alta tensão no Oriente Médio, Israel realizou nesta sexta-feira (12) uma série de bombardeios à Faixa de Gaza e foi alvo de foguetes do Hezbollah libanês. As agressões se deram enquanto Tel Aviv especulava junto com os Estados Unidos e outros países do Ocidente um possível ataque do Irã a seu território.

A preocupação se justificava devido às ameaças iranianas de retaliação ao bombardeio contra seu consulado na Síria. A ação, em 1º de abril, matou sete integrantes da Guarda Revolucionária, incluindo dois generais. Teerã atribuiu o ataque a Tel Aviv, que não confirmou envolvimento, mas continua a ser responsabilizada.

Na quarta (10), o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, reiterou que Israel “será punido”. E o movimento libanês Hezbollah, apoiado pelos iranianos, anunciou que o disparo de “dezenas de foguetes” contra posições israelenses nesta sexta fez parte de uma resposta aos ataques de Tel Aviv no sul do Líbano.

Para os governos israelense e americano, o risco de uma escalada regional da guerra em Gaza aumentou. A Casa Branca afirmou que as ameaças de um ataque do Irã contra Israel são “críveis” e “reais”. Pouco depois, os EUA anunciaram, sem entrar em detalhes, o envio de reforços ao Oriente Médio.

O presidente americano, Joe Biden, reforçou seu apoio veemente a Israel. O movimento se deu após as tensões entre o democrata e o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, por divergências em relação à guerra em Gaza, especialmente quanto ao estabelecimento de um novo cessar-fogo no conflito e a dificuldades para a entrada de ajuda humanitária no território palestino.

Biden disse acreditar que o Irã atacará Israel no curto prazo e alertou Teerã para não prosseguir com a eventual ofensiva. “Minha expectativa é que [o ataque] seja mais cedo ou mais tarde”, disse. Questionado sobre a mensagem que gostaria de transmitir a Teerã, respondeu: “Não o faça! Ajudaremos Israel a se defender, e o Irã vai fracassar.”

Desde quinta (11), o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, está em contato com o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, sobre os preparativos para um ataque iraniano contra Israel. “Se o Irã atacar de seu território, Israel vai responder e atacar o Irã”, alertou o chanceler israelense, Israel Katz.

Gallant afirmou ainda que Israel e EUA estão lado a lado frente à ameaça. “Nossos inimigos pensam que podem separar Israel e EUA, mas é justamente o contrário: estamos nos unindo e fortalecendo nossos laços”, disse.

Países como EUA, Índia, França, Alemanha e Rússia alertaram seus cidadãos contra viagens à região, que já está sob tensão por causa da guerra em Gaza, iniciada há mais de seis meses. Os militares israelenses disseram que não tinham emitido novas instruções para os civis, mas que suas forças estavam em alerta máximo e preparadas para uma série de cenários.

“A vingança virá”, escreveu o maior jornal diário de Israel, Yedioth Ahronoth. “No momento, a premissa é que será muito em breve, nos próximos dias”.

Para Raz Zimmt, pesquisador sênior do Instituto de Estudos de Segurança Nacional de Israel, será “muito difícil” para o Irã não retaliar. “Ainda acredito que Teerã não quer se envolver em um confronto militar direto e em grande escala contra Israel, e certamente não com os EUA. Mas ele precisa fazer alguma coisa”.

Apesar das tensões crescentes, autoridades iranianas e diplomatas dos EUA dizem que o Irã sinalizou a Washington o desejo de evitar uma escalada. Segundo o jornal Financial Times, militares do país no Oriente Médio disseram a aliados e nações ocidentais que a retaliação será feita de maneira “calibrada” para evitar um “conflito regional total”. Isso indica que Teerã provavelmente não irá mirar instalações diplomáticas israelenses na região.

Serviços de inteligência dos EUA indicam que qualquer ataque iminente deve ser cuidadoso e específico, de acordo com as autoridades informadas sobre a situação, dando a Israel uma janela para preparar suas defesas.

Apesar das declarações públicas de lideranças iranianas sobre revidar o ataque sofrido, contatos diplomáticos no Irã indicaram que o país está preparando uma resposta para demonstrar força dissuasiva enquanto também mostra restrição.

Uma autoridade do regime iraniano disse que o país espera maximizar o impacto político da resposta, buscando deliberadamente exaurir Israel, tanto criando incerteza psicológica quanto forçando o país a permanecer em alerta máximo.

Apesar dos sinais de cautela, observadores ocidentais e israelenses acreditam que ainda há o risco de que qualquer resposta saia do controle.

Uma vez que Teerã considerou o ataque à embaixada como equivalente a um ataque em seu próprio território, um ataque direto em solo israelense pelo próprio Irã é uma possibilidade real, disse Zimmt, o pesquisador do Instituto de Estudos de Segurança Nacional de Israel.

“O risco de uma retaliação israelense contra o Irã, que seria sem precedentes, é certamente algo que não podemos descartar”, acrescentou.

Folhapress

Ataque israelense em casa na Faixa de Gaza mata 29 pessoas

 

Um ataque das forças israelenses em uma casa em Daraj, na cidade de Gaza, resultou na morte de pelo menos 29 pessoas, conforme relatado pela agência de notícias palestina Wafa, citada pela Al Jazeera. Inicialmente, um balanço indicava 25 mortos, havendo ainda dezenas de feridos resultantes do ataque. A Al Jazeera testemunhou equipes de resgate retirando corpos dos escombros de um edifício severamente danificado após o ataque.

A mesma agência, sediada no Qatar, informou que helicópteros israelenses realizaram ataques em várias casas nos bairros de Zeitoun, Shujayea e Remal, resultando em diversos civis feridos.

Segundo um relatório elaborado pela agência AFP com base em dados oficiais israelenses, o ataque do Hamas em 07 de outubro resultou na morte de 1.170 pessoas, sendo a maioria civis.

Por sua vez, a ofensiva lançada por Israel em retaliação causou mais de 33 mil mortes em Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.

Leia Também: Conselho de Segurança cobra de Israel mais medidas para aliviar crise em Gaza
 por Notícias ao Minuto Brasil

Divertido às vezes, estressante outras, diz Musk sobre embate com Moraes

O empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), afirmou que acha “às vezes divertido, às vezes estressante” envolver-se em controvérsias como a do momento com o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A declaração foi dada ao podcast In Good Company with Nicolai Tangen, conduzido pelo CEO do banco de investimento norueguês Norges.

Musk voltou a afirmar que o X recebe reiteradas demandas de Moraes para suspender contas, geralmente com prazo de duas horas para isso, sob pena de multas vultosas.

Segundo ele, a gota d´água foi a exigência de suspender contas de diversos parlamentares e jornalistas importantes e lhes dizer que a medida se devia não a decisão judicial, mas a uma violação dos termos de uso da plataforma.

Ele não apresentou nomes dos alvos das supostas decisões.

Em seguida, o apresentador perguntou se ele sabia que teria que lidar com esse tipo de situação quando comprou o Twitter, em 2022. O empresário respondeu que sabia que não seria um “mar de rosas”.

Ao ser indagado se secretamente achava que isso era divertido, ele respondeu: “Sim, é divertido às vezes. Estressante às vezes, divertido às vezes”.

Musk vem criticando desde o final de semana decisões de Moraes supostamente para suspender contas.

No domingo, ele disse que o ministro deveria renunciar ou sofrer impeachment. Um dia antes, um perfil oficial da plataforma havia declarado que bloqueou “determinadas contas populares no Brasil”, e Musk retuitou mensagem em que disse que “estamos levantando todas as restrições” e que “princípios importam mais que o lucro”.

Ainda no domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Nesta segunda-feira (8), o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota em que afirma que “decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado”.

Angela Pinho/Folhapress

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