O secretário de Estado, Marco Rubio, equivalente ao ministro das Relações Exteriores dos Estados Unidos, afirmou que deve haver anúncios de respostas do país à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A declaração foi dada pelo chefe da diplomacia americana em entrevista à Fox News.
Rubio foi questionado a respeito da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que condenou Bolsonaro a 27 anos de prisão pela acusação de ter tramado um golpe de Estado e disse ver uma deterioração do Estado de Direito no Brasil.
“A resposta é que o Estado de Direito está se deteriorando. Você tem esses juízes ativistas, um em particula que não apenas perseguiu Bolsonaro, mas também tentou impor reivindicações extraterritoriais até contra cidadãos americanos, ou contra alguém postando online de dentro dos Estados Unidos, e chegou a ameaçar ir ainda mais longe nesse sentido”, disse.
Embora não tenha citado seu nome, o secretário fez referência ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
“Então, haverá uma resposta dos EUA a isso, e teremos alguns anúncios na próxima semana ou algo assim sobre quais medidas adicionais pretendemos tomar. Mas isso, o julgamento, é apenas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial que tentou atingir empresas americanas e até pessoas operando a partir dos Estados Unidos”, afirmou.
Estão no radar dos americanos uma nova leva de cassação de vistos, a inclusão da mulher de Moraes, Viviane Barci, o rol de pessoas sancionadas financeiramente pela Lei Magnistky, que pune violadores de direitos humanos.
Os EUA ainda consideram ampliar as tarifas aplicadas a produtos brasileiros ou reverter algumas das cerca de 700 exceções a bens que foram dadas na sobretaxa de 50%.
Na semana passada, Rubio já havia se manifestado sobre a conclusão do julgamento no STF, o que chamou de novo de “caça às bruxas” contra Bolsonaro.
“As perseguições políticas pelo violador de direitos humanos sancionado Alexandre de Moraes continuam, enquanto ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro”, disse o secretário de Estado dos EUA, órgão equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, no X (ex-Twitter) .
“Os Estados Unidos responderão adequadamente a esta caça às bruxas”, acrescentou Rubio.
O presidente dos EUA, Donald Trump, também afirmou na quinta-feira (11), dia final do julgamento, ter ficado surpreso e muito descontente com a condenação de Bolsonaro.
“Eu assisti ao julgamento. Eu o conheço bem. Como líder estrangeiro, achei que ele foi um bom presidente. É muito surpreendente que isso tenha acontecido. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum. Mas só posso dizer o seguinte: eu o conheci como presidente do Brasil. Ele era um homem bom, e não vejo isso acontecendo.”, disse.
Trump ainda classificou o julgamento como algo “terrível” e “ruim” para o Brasil.
“Estou muito descontente com isso. Eu conheço o presidente Bolsonaro, não tão bem, mas o conheço como líder de um país. E sempre o considerei muito direto, muito excepcional, na verdade, como homem, um homem muito excepcional. Acho que é algo terrível. Muito terrível. Acho que é muito ruim para o Brasil”, afirmou. Trump.
Imagens mostram momento em que míssil atinge o local. Israel alega que o local era usado pelo Hamas e que civis foram avisados com antecedência.
Israel atacou um prédio residencial na Cidade de Gaza, neste domingo (14). Imagens mostram o momento em que um míssil atinge o local. Na cena é possível ver moradores e profissionais da imprensa no entorno do local quando ele é bombardeado.
Autoridades de saúde da Palestina afirmam que pelo menos 40 pessoas morreram em disparos feitos por militares israelenses neste domingo -- 28 delas morreram na Cidade de Gaza.
Para a agência Reuters, Israel alegou que o local era usado por integrantes da rede terrorista do Hamas e que os civis foram avisados com antecedência para evacuarem o prédio.
Já os moradores palestinos afirmam que o espaço abrigava famílias deslocadas da Faixa de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas começou em outubro de 2023, após ataque do grupo terrorista matar mais de 1,2 mil pessoas no sul do país.
Já a ofensiva israelense matou mais de 63 mil palestinos, sendo a maioria civis, de acordo com autoridades locais de saúde.
“Quando empresas estrangeiras que estão construindo produtos extremamente complexos, máquinas e várias outras ‘coisas’, entram nos Estados Unidos com investimentos massivos, quero que elas tragam suas pessoas de expertise por um período de tempo para ensinar e treinar nosso pessoal a fabricar esses produtos tão únicos e complexos”, afirmou Trump neste domingo, 14, em post na sua rede Truth Social.
Como exemplo de itens cuja fabricação nos EUA pode ser aprimorada com ajuda de fora, o republicano mencionou chips, semicondutores, computadores, navios e trens, entre outros. “Precisamos aprender com os outros como fazer, ou, em muitos casos, reaprender, porque costumávamos ser ótimos nisso, mas não mais”, disse. Na construção naval, por exemplo, o país construía um navio por dia e, agora, mal constrói um por ano”, citou.
Segundo o presidente dos EUA, o objetivo do pedido de intercâmbio de mão de obra não é afastar ou desestimular o investimento de outros países e empresas na América. “Nós os recebemos [as empresas], recebemos seus funcionários, e estamos dispostos a dizer com orgulho que aprenderemos com eles e faremos ainda melhor do que eles, em um futuro não muito distante!”, concluiu.
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, defendeu neste sábado (13) sua decisão de atacar uma reunião do Hamas em Doha, no Qatar, na última terça-feira (9), dizendo que eliminar a liderança da facção encerraria a guerra na Faixa de Gaza. O ataque não matou o alto escalão do grupo terrorista.
“Os chefes terroristas do Hamas vivendo no Qatar não se importam com as pessoas em Gaza. Eles bloquearam todas as tentativas de cessar-fogo com o objetivo de prolongar a guerra indefinidamente. Se livrar deles removeria o principal obstáculo para libertar os reféns e encerrar a guerra”, escreveu Netanyahu, em inglês, no X.
O ataque inédito de Israel contra o Qatar foi condenado pelos principais aliados europeus de Tel Aviv, incluindo Reino Unido, França e Alemanha. O governo Donald Trump, por sua vez, se limitou a dizer que havia sido informado sobre o ataque e fez demonstrações de apoio ao Qatar, importante aliado americano no Oriente Médio e onde fica a maior base aérea dos EUA na região.
A decisão de Netanyahu sofreu resistência dos serviços de inteligência israelenses. Uma reportagem do jornal britânico Financial Times relata que a Mossad, a agência de espionagem externa de Israel, se recusou a executar um plano de assassinar os líderes do Hamas com agentes em terra no Qatar por temer que isso rompesse sua relação com Doha. A liderança do grupo terrorista palestino está hospedada na capital da monarquia árabe, que atua como mediadora de conversas de cessar-fogo entre a facção, Tel Aviv e Washington.
O ataque também levou a novas críticas feitas por familiares de reféns israelenses ainda em poder do Hamas na Faixa de Gaza. “Essa semana vimos o desastre do primeiro-ministro, que apostou com a vida dos reféns e tentou eliminar o time de negociadores do Hamas durante conversas para libertar nossos filhos”, disse Einav Zangauker, mãe do refém Matan.
“Mas não foi o Hamas que Netanyahu tentou matar -foi a chance das famílias de recuperar nossos entes queridos. Foi nossa esperança, como cidadãos, de viver vidas normais, nosso sionismo e o futuro do nosso Estado”, afirmou Einav.
“Um louco, junto com um bando de malucos chamado de gabinete do primeiro-ministro, decidiu fazer tudo em seu poder para matar meu filho Eitan”, disse Itzik Horn, outro familiar de um dos reféns em Gaza.
Neste sábado, bombardeios israelenses contra a Cidade de Gaza mataram pelo menos 40 palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas. A operação de Israel para ocupar a região já deslocou pelo menos 280 mil pessoas, informou o próprio Exército israelense. Cerca de 700 mil ainda se encontram na cidade, a maior da Faixa de Gaza.
Dias depois da resposta inédita da Polônia à invasão de seu espaço aéreo por drones russos, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou neste sábado (13) uma carta aberta a líderes da Otan, condicionando a aplicação de novas sanções contra a Rússia ao fim da compra de petróleo de Moscou por países da aliança militar liderada por Washington.
“Estou pronto para pesadas sanções à Rússia quando todas as nações da Otan concordarem e começarem a fazer o mesmo e quando todos os países da Otan PARAREM DE COMPRAR PETRÓLEO DA RÚSSIA”, diz o republicano na carta, parcialmente em maiúsculas, publicada na sua rede Truth Social. “Como vocês sabem, o comprometimento da Otan com a VITÓRIA tem sido bem menor do que 100%, e a compra de petróleo russo é chocante!”
A carta é uma resposta firme à pressão que tem sido aplicada ao presidente americano por seus aliados europeus após o incidente na Polônia na última terça-feira (9), quando Varsóvia abateu drones de Moscou em meio a um mega-ataque da Rússia contra a Ucrânia, invadida por Vladimir Putin em 2022. O episódio aumentou a tensão no continente e levou o governo polonês a invocar o artigo 4 da Otan, que prevê consultas ativas entre seus membros quando há violações de soberania de um dos integrantes da aliança.
“Isso [a compra de petróleo] enfraquece enormemente nossa posição nas negociações, e nosso poder de barganha, com a Rússia. De qualquer modo, estou pronto para começar quando vocês estiverem. Basta dizer quando?”, prossegue Trump na mensagem. “Acredito que isso, além da imposição de TARIFAS CONTRA A CHINA de 50% a 100% por toda a Otan, que seriam retiradas depois que a GUERRA entre Rússia e Ucrânia terminar, também será de grande ajuda para ACABAR com essa GUERRA mortal, mas RIDÍCULA.”
A ameaça de sanções secundárias a países que compram petróleo russo, principalmente Índia e China, vem sendo feita repetidamente por Trump nas últimas semanas. O Brasil, que também tem relação comercial importante com a Rússia, especialmente na importação de fertilizantes e diesel, pode ser afetado pela medida –a depender do escopo que ela tomar, o que ainda não está claro.
“A China tem um forte controle, até mesmo domínio, sobre a Rússia, e essas tarifas poderosas vão quebrar esse domínio. Essa não é A GUERRA DO TRUMP (nem teria começado se eu fosse presidente!), é a GUERRA de [Joe] Biden e [Volodimir] Zelenski”, escreveu o presidente americano, voltando a culpar o líder ucraniano pelo conflito. Trump não citou Putin na mensagem.
O republicano encerra a carta com uma espécie de ameaça de retirar o apoio de Washington a Kiev e à Europa. “Se a Otan fizer o que eu digo, a GUERRA vai terminar rapidamente, salvando muitas vidas! Caso contrário, vocês estão apenas desperdiçando meu tempo, e o tempo, energia e dinheiro dos Estados Unidos”.
Newsletter Lá Fora Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo *** A reclamação de Trump não é totalmente infundada. De acordo com o Centro de Pesquisa sobre Energia e Ar Limpo (Crea, em inglês), think tank com sede na Finlândia, somente países da União Europeia compraram quase EUR 22 bilhões (cerca de R$ 138 bilhões) em combustível russo em 2024 -os principais importadores de gás natural liquefeito de Moscou são a França e a Bélgica, que revendem o insumo para o resto do bloco.
A título de comparação, o valor é quase 30% de toda a receita da Petrobras em 2024 –a estatal brasileira de petróleo, uma das maiores do mundo, arrecadou R$ 490 bilhões no ano passado.
Os países europeus também compram petróleo russo indiretamente ao importar o produto refinado da Turquia e da Índia, segundo relatório do Crea de abril. O centro de pesquisa afirma que o valor superou o gasto em auxílio militar à Ucrânia pelo bloco em 2024, que foi de EUR 18,7 bilhões (R$ 117 bi).
Ao todo, o governo de Putin arrecadou EUR 242 bilhões (R$ 1,5 trilhão) com venda de combustíveis fósseis em 2024, o terceiro ano da Guerra da Ucrânia. Os principais compradores são a China, a Índia e a Turquia, país membro da Otan que foi responsável por 6% de todas as exportações de petróleo de Moscou de dezembro de 2022 a junho de 2025.
A carta de Trump deste sábado deve ser recebida com preocupação nas capitais europeias. Após o incidente na Polônia, o presidente americano primeiro sugeriu que a reação dos aliados era exagerada, depois comprou a versão da Rússia de que se tratava de um acidente -dizendo que a incursão dos drones no espaço aéreo polonês “parece ter sido um erro”- e por fim, na sexta-feira (12), voltou a dizer que sua paciência com Putin estava acabando.
Em entrevista à Fox News, porém, Trump disse algo incompreensível ao ser questionado sobre o tema. “Não vou defender ninguém, exceto a Polônia. Eles [drones] foram derrubados e caíram em uma área, mas você não deveria estar perto da Polônia de qualquer maneira.”
Depois, os EUA assinaram com outros 42 países uma declaração “expressando preocupação” com o incidente e dizendo que a guerra na Ucrânia desrespeita convenções internacionais. O documento foi apresentado ao Conselho de Segurança da ONU.
A viúva do influenciador conservador Charlie Kirk, Erika Kirk, se pronunciou pela primeira vez após o assassinato do marido dela nesta sexta-feira, 12.
Em discurso transmitido nas redes sociais, ela afirmou que os responsáveis pelo atentado “não têm ideia do que fizeram” e acrescentou que o movimento conservador criado por Kirk vai se tornar ainda mais forte.
Para Erika, o marido dela foi morto por pregar “uma mensagem de patriotismo, fé e do amor misericordioso de Deus”. Ela prometeu não deixar o movimento criado por Kirk morrer e pediu que mais pessoas se juntassem a ele.
Kirk foi cofundador da organização política sem fins lucrativos Turning Point USA e era um aliado próximo do presidente Donald Trump. Ele foi baleado e morto na quarta-feira, 10, enquanto participava de um debate em um evento no campus da Universidade de Utah Valley, no oeste dos Estados Unidos.
O jovem acusado de assassinar Kirk, Tyler Robinson, de 22 anos, está preso na penitenciária do Condado de Utah. Ele pode receber a pena de morte se for condenado pelos crimes que levaram à sua prisão.
No discurso, Erika agradeceu às forças policiais que prenderam o suspeito de matar o marido e os socorristas que tentaram salvar a vida dele. Ela também agradeceu a Trump e ao vice-presidente J D. Vance.
“Presidente, meu marido o amava e sabia que você também o amava. Ele realmente o amava. A amizade de vocês era incrível”, afirmou a viúva.
Erika comentou sobre as ambições políticas do marido, e afirmou que ele pensava em se candidatar.
“Charlie sempre dizia que, se algum dia concorresse a um cargo, sei que muitos de vocês perguntaram se isso aconteceria, em privado ele me disse que, se concorresse, sua prioridade número um seria revitalizar a família americana”, discursou.
A viúva afirmou, emocionada, que a filha do casal, de três anos de idade, ainda não sabe que o pai morreu. Erika contou que disse à criança que Charlie fez “uma viagem de trabalho com Jesus”.
O pronunciamento foi gravado no estúdio onde Charlie transmitia seu podcast. Erika afirmou que o programa vai continuar a ser produzido.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou nesta quinta-feira (11) que o país responderá “adequadamente” ao que chamou de novo de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“As perseguições políticas pelo violador de direitos humanos sancionado Alexandre de Moraes continuam, enquanto ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro”, disse o secretário de Estado dos EUA, órgão equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, no X (ex-Twitter)
“Os Estados Unidos responderão adequadamente a esta caça às bruxas”, acrescentou Rubio.
O republicano não disse se aplicaria novas sanções a autoridades brasileiras, como foi questionado, mas afirmou que o Supremo conseguiu com Bolsonaro o que tentaram fazer com ele próprio nos EUA.
“Eu assisti ao julgamento. Eu o conheço bem. Como líder estrangeiro, achei que ele foi um bom presidente. É muito surpreendente que isso tenha acontecido. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum. Mas só posso dizer o seguinte: eu o conheci como presidente do Brasil. Ele era um homem bom, e não vejo isso acontecendo”, afirmou, ao deixar a Casa Branca.
Trump vê semelhança entre os casos porque se tornou réu, alvo de uma ação penal nos EUA, em agosto de 2023, acusado de tentar subverter as eleições de 2020.
Em novembro de 2024, porém, após a eleição do republicano, o procurador especial Jack Smith pediu o arquivamento do caso. A decisão foi baseada no entendimento de que não se pode processar presidentes em exercício.
Aliados de Bolsonaro esperam novas sanções a autoridades brasileiras —do Supremo e do governo federal— diante da condenação do ex-presidente. Estão no radar dos americanos restringir o visto de mais autoridades brasileiras e aplicar mais punições financeiras. Há ainda conversas sobre suspender algumas das 700 exceções dadas pelo governo americano na aplicação de 50% das tarifas a produtos importados do Brasil.
Os EUA cancelaram ainda o visto da esposa e da filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em uma suposta retaliação aoPrograma Mais Médicos.
O Exército do Nepal tem patrulhado as ruas da capital Katmandu enquanto o país enfrenta sua pior onda de protestos em décadas.
As manifestações — motivadas principalmente pela corrupção generalizada e uma proibição governamental de uso de redes sociais — se transformaram em incêndios criminosos e atos violentos na terça-feira (9/9).
O primeiro-ministro, Khadga Prasad Oli, renunciou ao cargo após casas de políticos — incluindo a dele — terem sido vandalizadas e prédios do governo e o parlamento incendiados pelos manifestantes.
30 pessoas já morreram e mais de 1.000 ficaram feridas em dois dias de violência.
Grupos da geração Z — primeiros nativos digitais nascidos entre 1995 e 2010 — lideram os protestos, mas afirmam que não estão envolvidos nos atos de destruição, dizendo que as manifestações têm sido "sequestradas" por "oportunistas".
Nesta quarta-feira (10/9), o aeroporto de Katmandu foi reaberto e a capital estava relativamente calma, já que a maioria dos moradores obedeceu ao toque de recolher.
Mas ainda é possível ver a fumaça saindo dos prédios.
O toque de recolher ficará em vigor até a manhã de quinta-feira (11/9) e o exército já advertiu que violência e atos de vandalismo serão punidos.
27 pessoas foram presas por saqueamento e violência e 31 armas de fogo foram apreendidas.
Confira 5 perguntas para entender o que está acontecendo no Nepal.
O que originou os protestos?
Os protestos foram desencadeadas pela decisão do governo, na última semana, de banir 26 plataformas das redes sociais, incluindo WhatsApp, Instagram e Facebook.
As redes sociais são uma parte importante da vida no Nepal. O país tem uma das maiores taxas de uso per capita no sul da Ásia.
O governo justificou a proibição como forma de enfrentar notícias falsas, discurso de ódio e fraudes online.
Mas críticos acusaram o governo de tentar sufocar uma campanha anticorrupção com a proibição, que foi revogada na noite de segunda-feira (8/9).
Embora a proibição tenha sido o catalisador da atual onda de protestos, os manifestantes passaram a apresentar um descontentamento muito mais amplo e profundo com a elite política do Nepal.
Quem lidera os protestos?
Mobilizado pelas redes sociais e liderado por jovens, este protesto é diferente de qualquer outro já visto no Nepal.
Os manifestantes se identificam como parte da geração Z, e o termo se tornou um símbolo da união em todo o movimento.
Embora não haja uma liderança centralizada, vários coletivos surgiram, fazendo convocações e compartilhando atualizações online.
Uma característica marcante desses protestos é o uso amplo de dois slogans: "nepo baby" e "nepo kids".
Esses dois termos ganharam popularidade nas redes sociais do país nas últimas semanas, depois que vários vídeos viralizaram mostrando os estilos de vida dos filhos dos políticos no Nepal.
Os slogans se tornaram símbolo de uma frustração mais profunda com a desigualdade, à medida que os manifestantes comparam a vida da elite com a de cidadãos comuns.
Como a violência escalou?
Até a noite de segunda, 19 manifestantes tinham sido mortos em confrontos com a polícia.
As mortes alimentaram a raiva e os distúrbios na terça-feira, quando mais três mortes foram registradas. Esse número subiu para 30 nesta quarta-feira.
Segundo as autoridades, dois policiais estão entre as vítimas.
Os protestos continuaram intensamente, com uma multidão em Katmandu incendiando a sede do Partido do Congresso Nepalês — que é parte da coalizão do governo — e a casa do presidente do partido, Sher Bahadur Deuba, ex-primeiro-ministro do Nepal.
Centenas de manifestantes também invadiram e incendiaram o prédio do parlamento, quebrando janelas e pichando mensagens anti-corrupção nas paredes.
O Singha Durbar, um grande complexo que abriga escritórios do governo, também foi invadido, e a Suprema Corte anunciou nesta quarta-feira que adiou indefinidamente todas as audiências de casos pendentes por causa dos danos causados.
Entre os feridos está a esposa do ex-primeiro-ministro Jhalanath Khanal, que sofreu queimaduras graves quando manifestantes incendiaram sua casa na terça-feira.
Alguns veículos de imprensa noticiaram que Ravilaxmi Chitrakar tinha morrido, mas seu marido disse à BBC que ela permanece viva, em situação crítica, na UTI do Hopsital de Kirtiput, na capital do país.
Ela estava no andar de cima da casa quando o incêndio começou e encontrada inconsciente pelas equipes de resgate.
Durante o caos, milhares de detentos escaparam de prisões em todo o país.
Cinco jovens detentos foram mortos na terça-feira, quando as forças de segurança atiraram contra fugitivos de uma unidade de correção juvenil em Banke, no oeste do Nepal.
De acordo com o diretor da unidade, todos tinham menos de 18 anos.
Muitos manifestantes estão preocupados que o movimento tenha sido "sequestrado" por pessoas infiltradas, uma alegação que também foi feita pelo exército.
"Estamos no processo de controlar os indivíduos que estão aproveitando dessa situação para saquear, incendiar e causar outros incidentes", disse Rajaram Basnet, porta-voz do Exército.
Um comunicado emitido pelos manifestantes afirmou que o movimento "foi e continua sendo não-violento, baseado nos princípios do engajamento cívico pacífico".
Eles acrescentam que estão atuando voluntariamente no local para "gerenciar a situação de forma responsável", proteger os cidadãos e o patrimônio público.
Como está o país após dois dias de violência?
O Exército, que tenta controlar a situação, convidou os manifestantes da geração Z para participar de negociações de paz.
Um dos representantes do movimento disse à BBC que as lideranças estudantis estão consolidando uma nova lista com demandas.
Oficiais estão verificando documentos de veículos em postos de controle militares por toda a capital e pedindo que as pessoas fiquem em casa.
"Sem deslocamentos desnecessários", dizem as vozes nos alto-falantes.
Ainda assim, alguns jovens estavam nas ruas, carregando sacos de lixo e usando máscaras, ajudando a limpar os danos causados durante os protestos.
"Essa questão da corrupção existe no Nepal há muito, muito tempo. E eu acho que já passou da hora do país mudar", disse Ksang Lama, 14 anos, que não participou dos protestos, mas espera que eles tragam "algo positivo para nosso país".
Já Parash Pratap Hamal, 24 anos, participou das manifestações.
Ela acredita que o Nepal "precisa de políticos independentes" e cita o prefeito de Katmandu, Balendra Shah, como alguém que seria um bom líder.
Parash Pratap Hamal acredita que o Nepal precisa de figuras políticas independentes
"As pessoas estão esperançosas agora, depois dessa revolução", disse Rakesh Niraula, 36 anos, que mora no leste do Nepal."Há esperança para uma melhor governança. Sentimos que foi uma lição para os líderes melhorarem, para que o país possa ter um futuro brilhante."
Mesmo com a expectativa de mudança, alguns nepaleses disseram à BBC que ficaram surpresos com a violência e o vandalismo que marcaram os protestos.
"Pessoalmente, acho que isso não deveria ter acontecido", diz Niraula.
Prabhat Paudel, empresário que vive na cidade de Lalitpur, disse que ficou chocado com o incêndio de prédios governamentais, como a Suprema Corte "que é patrimônio nacional".
Em comunicado, grupos de manifestantes informaram que não há novos protestos programados a partir de quarta-feira e pediram que a polícia e o Exército implementem toques de recolher se necessário.
Como fica a situação política do país?
A renúncia do primeiro-ministro nepalês deixou um vazio na liderança do país. Não está claro quem vai substitui-lo e nem o que acontece a partir de agora.
Outros três ministros do primeiro escalão também deixaram os cargos.
Aparentemente, não há ninguém no comando.
Atualmente, o país é governado pelo presidente Ram Chandra Poudel, de centro-esquerda. Já o primeiro-ministro que renunciou é do Partido Comunista.
"Olhando para o futuro, acreditamos que a liderança do Nepal deva ser livre de vínculos com partidos políticos tradicionais, totalmente independentes e escolhida com base em competência, integridade e qualificação", disseram os manifestantes da geração Z em comunicado.
"Exigimos um governo transparente e estável, que trabalhe em prol do povo e não para benefício de indivíduos corruptos ou elites políticas."
Reportagem adicional de Pradeep Bashyal e Pawan Paudel in Kathmandu.
Manifestantes atearam fogo ao Parlamento do Nepal e a casas de membros do governo nesta terça-feira (9) mesmo depois de o primeiro-ministro K. P. Sharma Oli anunciar sua renúncia, movimento que veio após dois dias de protestos violentos contra uma proibição de redes sociais.
Os atos escalaram depois que forças policiais mataram 22 pessoas e feriram outras 200 em sua reação aos protestos. A crise teve início com a divulgação de vídeos virais nas redes sociais contra os “nepo babies” da elite do país, filhos de políticos que ostentam vida luxuosa na internet e cujos pais são acusados de corrupção.
O governo de Oli respondeu às críticas proibindo 26 redes sociais de operar no Nepal, incluindo Facebook e YouTube. A decisão serviu de estopim para as manifestações, e nem a renúncia de Oli foi o bastante para acalmar os manifestantes, que agora fazem novas exigências —como o fim da corrupção e mais empregos para jovens.
A ONU pediu uma investigação independente sobre as mortes em protestos, e os Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido e Japão emitiram um comunicado conjunto em defesa da liberdade de expressão e de manifestação no Nepal.
A violência escalou na noite desta terça em Katmandu, capital do país. A casa de Oli e de ministros do governo foi invadida e incendiada, e algumas autoridades foram retiradas às pressas em helicópteros militares. Manifestantes também atearam fogo à mansão do ex-primeiro-ministro Jhala Nath Khanal com sua esposa dentro —Ravi Laxmi Chitrakar sofreu queimaduras severas e foi levada ao hospital, com relatos não confirmados da mídia local afirmando que ela teria morrido.
Pessoas foram vistas circulando nas ruas da capital armadas com fuzis e arremessando granadas contra prédios do governo, e o jornalista do The New York Times Bhadra Sharma foi cercado por um grupo de manifestantes após se identificar como membro da imprensa e só liberado quando repetiu uma palavra de ordem contra o governo.
A crise é a pior em décadas no país do Himalaia, que fica entre a Índia e a China, e enfrenta instabilidade política e incerteza econômica desde que protestos levaram à abolição de sua monarquia e o estabelecimento de uma república democrática em 2008.
O Nepal, país de 30 milhões de habitantes, tem uma taxa de desemprego de 12,6% (no Brasil, foi de 5,8% no segundo trimestre de 2025), e o problema atinge principalmente os mais jovens. Muitos deixaram o país para trabalhar na construção civil ou agricultura em países como Malásia, Coreia do Sul ou as monarquias árabes do Golfo Pérsico —só em 2024, 740 mil pessoas emigraram.
Como resultado, a economia do país se tornou dependente das remessas dos nepaleses que trabalham no exterior: elas já são responsáveis por 26% do PIB, uma fatia considerada exorbitante por economistas —no México, por exemplo, que enfrenta o problema há décadas e possui uma população de milhões de cidadãos vivendo nos EUA, as remessas representam menos de 5% do PIB.
Mais cedo, Sharma Oli havia convocado uma reunião de todos os partidos políticos, dizendo que a violência não é do interesse da nação e que o país tinha que “recorrer ao diálogo pacífico para encontrar soluções para qualquer problema”.
Mas a raiva contra o governo não mostrou sinais de diminuir, e os manifestantes se reuniram em frente ao Parlamento e outros lugares em Katmandu, desafiando o toque de recolher por tempo indeterminado imposto pelas autoridades. O incêndio no Parlamento foi contido, e o Exército afirmou que enviará tropas à capital para restaurar a ordem.
Mesmo após esse anúncio, manifestantes seguiram ateando fogo a pneus e bloqueando estradas. Centenas de pessoas de algumas cidades localizadas perto da fronteira entre a Índia e o Nepal começaram a marchar em direção a Katmandu para apoiar os protestos.
“Continuamos aqui pelo nosso futuro. Queremos um país livre de corrupção para que todos possam ter acesso fácil à educação, hospitais, serviços médicos e por um futuro brilhante”, disse o manifestante Robin Sreshtha à agência Reuters.
A chegada de aviões do lado sul ao aeroporto de Katmandu, principal porta de entrada internacional do Nepal, foi interrompida devido à pouca visibilidade causada pela fumaça dos incêndios provocados por manifestantes, segundo Gyanendra Bhul, responsável pela aviação local.
Os organizadores dos protestos, que se espalharam para outras cidades do país, os chamaram de “manifestações da Geração Z”, motivadas pela frustração generalizada dos jovens com a percepção de falta de ação do governo para combater a corrupção e aumentar as oportunidades econômicas.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta terça-feira (9) que o presidente Donald Trump aplicou tarifas e sanções contra o Brasil para proteger a “liberdade de expressão” e que o país não terá medo de usar o “poder econômico e militar” para defendê-la.
A declaração foi dada em resposta a uma pergunta durante entrevista coletiva. Leavitt foi questionada se os Estados Unidos preveem mais sanções ao Brasil em razão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal) e também a outros países da Europa que estariam censurando a liberdade de expressão, segundo o jornalista.
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil republicou um vídeo com a resposta completa de Leavitt no X (ex-Twitter), mas na mensagem que acompanha o post, não escreveu o trecho em que a porta-voz fala sobre o uso de poder militar.
A porta-voz afirmou que a liberdade de expressão “é a questão mais importante do nosso tempo” e que Trump enfrentou censura para retornar à Presidência e leva essa questão a sério. “É por isso que tomamos ações significativas em relação ao Brasil, na forma de sanções e também utilizando tarifas, para garantir que países ao redor do mundo não punam seus cidadãos dessa forma”, disse a secretária de Imprensa.
Leavitt disse que Trump está protegendo os interesses do país no exterior e no próprio EUA. “Então, não tenho nenhuma ação adicional para antecipar para vocês hoje, mas posso dizer que esta é uma prioridade para a administração, e o Presidente não tem medo de usar o poder econômico e o poder militar dos Estados Unidos da América para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”, concluiu.
A declaração é dada no momento em que o STF (Supremo Tribunal Federal) julga Bolsonaro e outros sete réus acusados de uma articulação para impedir a posse de Lula na Presidência.
Aliados de Bolsonaro esperam mais sanções dos EUA com a provável condenação do ex-presidente nesta semana. Há a expectativa de que haja uma nova leva de cassação de vistos. Os americanos podem aguardar o fim do julgamento, previsto para terminar no final da semana, para aplicar novas punições.
Também nesta terça, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil replicou uma mensagem do governo Trump com críticas a Moraes no momento em que ele dava seu voto no julgamento de Bolsonaro.
“Dia 7 de setembro marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores de liberdade e justiça”, afirmou a representação americana num post do X.
“Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais –continuaremos a tomar as medidas cabíveis”.
A mensagem havia sido originalmente publicada nesta segunda (8) pelo subsecretário para Diplomacia Pública do Departamento de Estado —equivalente ao Ministério das Relações Exteriores—, Darren Beattie.
No domingo (7), apoiadores de Bolsonaro levaram bandeiras dos EUA à manifestação em favor do ex-presidente na avenida Paulista, em São Paulo.
Palestinos que vivem nas ruínas da Cidade de Gaza receberam panfletos israelenses na terça-feira (9) ordenando que saíssem, depois que Israel disse que estava prestes a destruir a área em um ataque para acabar com o Hamas.
Moradores da cidade, que abrigava um milhão de palestinos antes da guerra, esperam um ataque há semanas, desde que o governo israelense elaborou um plano para eliminar o Hamas no que ele diz serem os últimos redutos do grupo armado.
O exército israelense lançou panfletos com ordens de retirada sobre moradores que estavam em meio aos escombros da Cidade de Gaza, onde bombardeou torres residenciais nos últimos dias.
As ordens de retirada causaram pânico e confusão entre os moradores do maior centro urbano da Faixa de Gaza, que afirmam não haver lugar seguro para escapar dos bombardeios e de uma crise humanitária. Alguns disseram que não teriam escolha a não ser partir para o sul, mas muitos disseram que ficariam e não havia sinais imediatos de um êxodo em massa.
"Apesar do bombardeio na semana passada, resisti em partir, mas agora irei ficar com minha filha", disse Um Mohammad, 55 anos, mãe de seis filhos , por mensagem de texto .
As autoridades de saúde em Gaza anunciaram que retirariam as pessoas dos dois principais hospitais operacionais da Cidade de Gaza, Al-Shifa e Al-Ahli, acrescentando que os médicos não deixariam os pacientes sem atendimento.
A maioria dos moradores de Gaza já foi deslocada várias vezes desde que a guerra começou em outubro de 2023, quando combatentes liderados pelo Hamas atacaram Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns, de acordo com contagens israelenses.
O ataque militar subsequente de Israel matou mais de 64 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Quase toda a população foi deslocada internamente, grande parte do território está em ruínas e a crise de fome se agravou consideravelmente nos últimos meses.
Um Samed, uma mãe de cinco filhos de 59 anos, disse que a escolha agora era entre "ficar e morrer em casa, na Cidade de Gaza, ou seguir as ordens de Israel e deixar Gaza e morrer no sul".
A operação em larga escala ainda não está prevista para começar na próxima semana, e nenhum novo avanço de tanques para aprofundar a ofensiva terrestre foi relatado até o momento na terça-feira (9). Forças israelenses operam nos arredores da Cidade de Gaza desde o mês passado, e os militares afirmam já estar no controle de 40% da cidade.
Lançar o novo ataque israelense poderia complicar os esforços de cessar-fogo para encerrar a guerra de quase dois anos. As esperanças estavam depositadas em esforços de mediação para alcançar um cessar-fogo que frustrasse o plano de Israel.
O Ministério da Saúde de Gaza apelou à comunidade internacional para proteger os hospitais da Cidade de Gaza, alertando para "uma catástrofe humanitária que ameaça a vida de milhares de pacientes e feridos".
Crítica internacional
Vários países europeus, irritados com o bombardeio israelense em Gaza, disseram que reconhecerão o Estado palestino neste mês, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas se reunir em Nova York. Israel e seu principal aliado, os Estados Unidos, rejeitam as medidas de reconhecimento.
Críticos internacionais dizem que o plano de Israel, que inclui a desmilitarização de toda a faixa enquanto Israel assume o controle da segurança, pode piorar a situação humanitária dos 2,2 milhões de palestinos que vivem lá.
Israel tem sofrido pressão de nações árabes e ocidentais por sua conduta na guerra em Gaza. Um monitor global da fome, apoiado pelas Nações Unidas, declarou fome em áreas como a Cidade de Gaza.
Netanyahu afirma que Israel não tem escolha a não ser concluir o trabalho e derrotar o Hamas, visto que o grupo militante se recusou a depor as armas. O Hamas afirma que não se desarmará a menos que um Estado palestino independente seja estabelecido e não libertará todos os reféns sem um acordo que ponha fim à guerra.
Uma ação policial na fábrica da Hyundai, na Geórgia, resultou na prisão de centenas dos seus funcionários, que foram acusados de permanência irregular nos Estados Unidos
Nesta sexta-feira (5), centenas de trabalhadores envolvidos na construção da nova fábrica da Hyundai no estado americano da Geórgia foram presos. As obras de construção das instalações, que serão dedicadas à produção de baterias para automóveis em parceria com a LG Energy Solution a partir do fim do ano, foram paralisadas.
A publicação Korea Economic Daily fala na prisão de cerca de 560 funcionários - com cerca de 300 cidadãos sul-coreanos envolvidos. A fábrica de baterias da Hyundai na Geórgia garantiu que está cooperando com as autoridades para solucionar o caso e trabalhar de acordo com as normas dos Estados Unidos.
Um agente do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) esclareceu que a ação foi realizada por várias agências, sob autorização judicial, enquanto decorre "uma investigação sobre práticas de emprego ilegais".
Já o The New York Times reporta que, entre os detidos nesta ação contra a imigração ilegal estão também executivos. Há funcionários da Hyundai e da LG Energy Solution envolvidos, relatou a empresa tecnológica.
Steven Schrank, agente especial que lidera as Investigações de Segurança Interna da Geórgia, confirmou que existiram detenções, enquanto o escritório de Atlanta da agência AFT do Departamento de Justiça anunciou na rede social X a detenção de cerca de 475 imigrantes ilegais.
O governo da Coreia do Sul, país de onde a Hyundai e a LG são oriundas, revelou que os presos se encontram no centro de detenções do Serviço de Imigração e Alfândegas dos EUA.
O porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Lee Jae-woong, falou das detenções em comunicado, onde alertou: "As atividades econômicas das nossas empresas investindo nos Estados Unidos e os interesses dos nossos cidadãos não podem ser violados indevidamente na aplicação da lei dos EUA".
Nos últimos tempos, as relações entre os EUA e a Coreia do Sul têm tido algumas divergências devido a acordos comerciais. Em agosto, Seul prometeu investir 150 bilhões de dólares nos Estados Unidos, com a Hyundai representando 26 bilhões de dólares desta quantia. Por outro lado, desde que foi eleito para regressar à Casa Branca como Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump tem exercido uma dura política anti-imigração, que já originou milhares de detenções e deportações.