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Estados Unidos e Rússia se reúnem na Arábia Saudita para negociações

Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, discutirão guerra na Ucrânia
O Secretário de Estado dos EUA Marco Rubio e o Ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov estão se reunindo na Arábia Saudita antes das negociações iniciais para encerrar a guerra na Ucrânia, que serão realizadas sem Kiev e os apoiadores europeus.

Outras autoridades americanas presentes nas negociações em Riade incluem o Conselheiro de Segurança Nacional Mike Waltz e o Enviado para o Oriente Médio Steve Witkoff.

Do lado russo estão figuras políticas, de inteligência e econômicas de alto nível, incluindo o assessor presidencial Yury Ushakov e o chefe do fundo soberano Kirill Dmitriev, que desempenhou um papel fundamental nos bastidores em um recente acordo de libertação de prisioneiros dos EUA.

Lavrov afirmou que as negociações visam acabar com o “período anormal” nas relações entre as duas “grandes potências”.


Líderes europeus, que expressaram alarme por serem “deixados de lado” das negociações potencialmente cruciais, realizaram uma reunião de emergência sobre a Ucrânia em Paris na segunda-feira (17).

A reunião ocorreu depois que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu à Europa que se unisse para criar um exército e uma política externa unidos, alertando que os dias de apoio garantido dos EUA para o continente acabaram.
O que os EUA dizem?

Rubio enquadrou as negociações como uma tentativa de determinar se a Rússia está falando sério sobre o fim da guerra na Ucrânia. Ele também afirmou que se as negociações progredissem, o governo ucraniano e os países europeus estariam envolvidos.

Keith Kellogg, o enviado da administração Trump para os dois países em guerra, discutiu um conjunto de negociações de “dupla via” e deve visitar Kiev na quinta-feira (20).

https://youtu.be/senHFsO0AZA?t=17

O que a Rússia diz?

O Kremlin declarou que as negociações “serão dedicadas principalmente à restauração de todo o complexo das relações russo-americanas”.

Lavrov eclamou que Trump e Putin querem deixar para trás um “período anormal” nas relações. Ele também deu a entender que Moscou não está disposta a fazer concessões sobre a Ucrânia nas negociações.
O que a Ucrânia diz?

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que seu governo “não sabia nada sobre (as negociações)” e não participaria.

Mas Zelensky sinalizou repetidamente sua disposição de entrar em um acordo que daria aos EUA acesso aos minerais de terras raras da Ucrânia em troca de garantias de segurança.
Jessie Yeung da CNN

O que está por trás da reunião de emergência da Europa sobre a Ucrânia

Líderes europeus se reúnem nesta segunda-feira (17), de olho na aproximação entre EUA e Rússia. Europa quer participar das negociações por paz e teme pela própria segurança. 

https://g1.globo.com/jornal-nacional/video/ligacao-de-putin-e-trump-choca-europa-e-presidente-da-ucrania-diz-que-nao-aceitara-acordo-sem-participar-de-negociacao-13341165.ghtml

Paris será palco de uma reunião de emergência com líderes europeus sobre a guerra na Ucrânia nesta segunda-feira (17). No radar estão conversas entre Estados Unidos e Rússia sobre um possível acordo para pôr fim ao conflito, que completará três anos no próximo dia 24.

Contexto: A reunião foi convocada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, diante dos últimos acontecimentos envolvendo o conflito:

Na quarta-feira (12), o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que conversou com o líder russo Vladimir Putin sobre a guerra na Ucrânia.
No mesmo dia, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que é improvável que a Ucrânia recupere todo o território que controlava em 2014, quando a Crimeia foi anexada pela Rússia.
A Ucrânia e líderes europeus passaram a desconfiar que os Estados Unidos poderiam negociar um acordo de paz com a Rússia sem a participação do governo ucraniano.
Na quinta-feira (13), Trump declarou que a Ucrânia teria "um lugar à mesa" nas negociações para o fim do conflito.
O presidente americano também chegou a anunciar um encontro entre autoridades dos Estados Unidos, Ucrânia e Rússia na Alemanha, na sexta-feira (14). No entanto, o governo ucraniano afirmou que não conversaria com os russos antes de traçar um plano com seus aliados.

Temor europeu
: Os Estados Unidos sugeriram que a Europa poderia não ter um papel ativo nas negociações para o fim da guerra na Ucrânia, o que gerou preocupações entre os líderes europeus. Além disso, há receio de que um possível acordo favoreça a Rússia.

Especialistas militares europeus alertam que concessões excessivas a Moscou, como a entrega de territórios ucranianos, colocariam a segurança do continente em risco.
Dentro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), também causou incômodo o fato de Trump ter ligado para Putin sem antes discutir um plano de paz com os aliados europeus.
Ao mesmo tempo, reuniões anteriores da União Europeia revelaram divergências internas sobre a formulação de um plano coeso para conter Putin e garantir a segurança da Ucrânia.
Para tentar acalmar os ânimos, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou no domingo (16) que a Europa faria parte de quaisquer "negociações reais" para o fim da guerra.
Os EUA também enviaram um questionário às autoridades europeias perguntando, entre outros pontos, quantas tropas cada país poderia disponibilizar para garantir a implementação de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.

Interesses dos EUA: Trump condicionou a ajuda dos EUA à Ucrânia em troca de direitos sobre as chamadas "terras raras".
Essas regiões ucranianas possuem minerais valiosos, essenciais para a indústria eletrônica.
Entre os recursos encontrados nessas áreas estão manganês, urânio, titânio, lítio, minérios de zircônio, além de carvão, gás e petróleo.

Inicialmente, Zelensky havia elaborado um "plano da vitória" que permitia a exploração desses minerais por aliados em solo ucraniano.

Diante da aproximação entre Trump e Putin, o presidente ucraniano demonstrou preocupação. Em entrevista à rede americana NBC, Zelensky questionou se os minerais localizados em áreas da Ucrânia atualmente ocupadas pela Rússia seriam entregues a Putin em um eventual acordo.

Zelensky afirmou ainda que a Ucrânia recusou um acordo proposto pelos Estados Unidos sobre as terras raras, já que o governo Trump não forneceu as garantias de segurança necessárias.
Autoridades dos EUA e da Rússia devem se reunir na Arábia Saudita nos próximos dias para iniciar as negociações sobre o fim da guerra.

 Europa com Zelensky

Na sexta-feira (14), antes da convocação da reunião de emergência, Macron publicou uma mensagem nas redes sociais afirmando ter conversado com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Ele também mencionou os esforços de Trump.

"Se o presidente Donald Trump puder realmente convencer o presidente Putin a parar a agressão contra a Ucrânia, isso é uma ótima notícia. Então, serão os ucranianos sozinhos que poderão conduzir as discussões para uma paz sólida e duradoura. Nós os ajudaremos nesse esforço", afirmou.

Macron também afirmou que a Europa precisa fortalecer a segurança coletiva do continente, tornando-se mais autônoma.

Já o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, declarou neste domingo que está pronto para enviar tropas britânicas à Ucrânia como parte de uma missão de manutenção da paz no pós-guerra.

Segundo Starmer, a presença de tropas europeias na Ucrânia será essencial para impedir novas agressões de Putin.

Nesta segunda-feira, além de Macron e Starmer, outras autoridades europeias devem participar da reunião de emergência, como:

  • Olaf Scholz, chanceler da Alemanha;
  • Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália;
  • Mark Rutte, secretário-geral da Otan. 
  • Por Redação g1

Musk vai construir túnel em Dubai onde veículos elétricos andarão a 160 km/h

Governo do emirado fechou um acordo inicial com a The Boring Company, uma das empresas do bilionário, para construir o 'Dubai Loop'. Túnel terá 11 estações e 17 km de extensão.

 A The Boring Company, de Elon Musk, e a Autoridade de Estradas e Transportes (RTA) de Dubai anunciaram na última sexta-feira (14) um acordo inicial para construir o Dubai Loop, uma rede subterrânea de transporte de alta velocidade e 17 km de extensão.

A ideia é levar passageiros em veículos elétricos que poderão andar a até 160 km/h. Segundo a empresa de Musk, o acordo abrange uma fase inicial com 11 estações.

O sistema em Dubai será semelhante ao Vegas Loop, construído em 2021, que transporta passageiros em veículos elétricos por meio de túneis em Las Vegas e também foi idealizado pela The Boring Company. Ele conta com cinco estações em torno de um centro de convenções na cidade norte-americana, e o planejamento é construir 104 estações no total. 

Em Dubai, o Loop será voltado para as áreas mais congestionadas, informou o escritório de mídia do governo do emirado no X, a rede social de propriedade de Musk.

O objetivo é transportar mais de 20 mil passageiros por hora inicialmente, com capacidade eventual de mais de 100 mil pessoas por hora. O cronograma do projeto não foi informado.

O ministro da Inteligência Artificial dos Emirados Árabes Unidos, Omar Al Olama, anunciou o projeto em uma entrevista em vídeo com Musk durante a Cúpula Mundial de Governos na quinta-feira (13), sem fornecer mais detalhes.

Musk, que também é dono da fabricante de veículos elétricos Tesla e da SpaceX, apresentou pela primeira vez sua ideia de um sistema de transporte Hyperloop futurista há mais de uma década. Atualmente, o bilionário é chefe do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) no governo de Donald Trump

 Por Reuters

Hamas liberta mais três reféns israelenses após cessar-fogo quase colapsar


Iair Horn, o americano-israelense Sagui Dekel-Chen e o russo-israelense Alexander Sasha Troufanov são libertados
Após dias de incerteza em relação ao cessar-fogo que há quase um mês interrompeu a guerra na Faixa de Gaza, o Hamas libertou, neste sábado (15), mais três reféns sequestrados durante o ataque do grupo terrorista no sul de Israel, em outubro de 2023.

Desta vez, o grupo terrorista devolveu Sagui Dekel-Chen, 36, filho de um casal americano, Alexander Sasha Troufanov, 29, um cidadão russo-israelense, e Iair Horn, 46, cuja família faz parte da comunidade judaica na Argentina. A libertação aconteceu em Khan Yunis, no sul de Gaza.

Israel, por sua vez, já começou a libertar parte dos 369 prisioneiros palestinos pouco antes de o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, chegar ao país, à noite.

Como em ocasiões anteriores, os milicianos do Hamas, encapuzados e armados, levaram os reféns a um palco. Rodeados por um cenário de ruínas, consequência da campanha militar israelense, falaram brevemente antes de serem entregues à Cruz Vermelha. Minutos depois, o Exército israelense indicou ter recebido os três reféns, após terem ficado 498 dias em cativeiro.

Vários ônibus com prisioneiros palestinos saíram de duas prisões israelenses, e um grupo deles já chegou à cidade de Ramallah, na Cisjordânia, onde foram aplaudidos por familiares e simpatizantes. Quatro deles foram internados, segundo a Cruz Vermelha.

“Estamos trabalhando de forma plenamente coordenada com os Estados Unidos para recuperar o mais rápido possível todos os nossos reféns, vivos e mortos, e estamos plenamente preparados para o que está por vir, em todos os aspectos”, afirmou o gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, em comunicado.

Trata-se da sexta troca desde o início da trégua entre Tel Aviv e Hamas, iniciada em 19 de janeiro deste ano, o que eleva o número de reféns devolvidos no acordo para 24.

As negociações para esta troca deixaram a trégua por um fio. Na quarta-feira (12), Israel chegou a pedir para militares na reserva se prepararem para uma possível retomada do conflito caso o Hamas não cumprisse o prazo deste sábado para a libertação.

A tensão havia começado dois dias antes, quando a facção terrorista afirmou que estava adiando a devolução de reféns israelenses devido a supostas violações do acordo de cessar-fogo por parte de Israel —acusação que ambas as partes do conflito trocam desde o início da trégua.

Segundo o grupo, Israel está visando palestinos com bombardeios e impedindo a entrada de ajuda em Gaza. Desde o começo da trégua, 118 palestinos morreram, e outros 822 ficaram feridos no território, disse o diretor do Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, no começo da semana.

A reação foi imediata em Israel. O ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que o anúncio da facção era “uma violação total” do acordo e ordenou que o Exército se preparasse para “qualquer cenário”. Maior aliado de Tel Aviv, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também ameaçou a retomada dos combates.

“No que diz respeito a mim, se todos os reféns não forem devolvidos antes do sábado às 12h em ponto —acho que é uma hora apropriada—, diria para cancelarem [o acordo] e não aceitarem mais negociações, que se desate o inferno”, disse o republicano.

O possível rompimento do acordo deixou em alerta diversas organizações que atuam na região, uma vez que a volta dos combates agravaria ainda mais a já catastrófica situação humanitária em Gaza. Desde a interrupção da guerra, milhares de civis que sobreviveram aos bombardeios têm voltado para suas casas após meses deslocados.

Uma das organizações que se manifestaram foi o CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha), que atua na recuperação dos reféns liberados. Ao longo desta semana, a entidade pediu respeito ao acordo aos dois lados, já que “centenas de milhares de vidas dependem disso”, nas palavras do comitê. Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu para “evitar a todo custo” que se retomassem as hostilidades em Gaza.

Na quinta (13), o Hamas abaixou o tom e disse que não queria que o acordo entrasse em colapso, mas rejeitou o que considera uma “linguagem de ameaças e intimidação” do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e de Trump.

“O Hamas reafirma seu compromisso de implementar o acordo conforme assinado, incluindo a troca de prisioneiros de acordo com o cronograma especificado”, disse o grupo em um comunicado.

Naquele dia, mediadores se reuniram no Egito para negociar a manutenção da trégua. Segundo o grupo terrorista, as conversas no Cairo se concentraram na permissão de Israel para a entrada de tendas, suprimentos médicos e equipamentos de construção em Gaza.

Somente nesta sexta (14) foram divulgados os nomes dos três reféns que seriam libertados.

O pano de fundo da semana conturbada é a proposta de Trump para Gaza. No começo do mês, o presidente americano chocou a comunidade internacional ao dizer que os palestinos deveriam ser permanentemente retirados do território, que seria entregue aos EUA e transformado em uma “Riviera do Oriente Médio”.

Antes deste sábado, 105 civis já haviam sido devolvidos ao Estado judeu, e 240 palestinos haviam sido libertados na trégua de novembro de 2023 —até o começo deste ano, a única na guerra de 15 meses que devastou Gaza.

Folhapress

Venezuela impede o acesso a água potável em embaixada sob tutela do Brasil com 5 asilados

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro
A Venezuela tem bloqueado o acesso a água potável para os cinco asilados da oposição que há quase um ano vivem na embaixada da Argentina em Caracas, sede diplomática que desde agosto passado está sob os cuidados do Brasil.

Interlocutores diplomáticos confirmam que Caracas tem limitado o tempo de abastecimento com caminhões-pipa à residência. Os próprios asilados dizem que nesta sexta-feira (14) estão sem o recurso, já que o abastecimento foi bloqueado e o último foi há dez dias.

O relato feito à reportagem é o de que o tanque de água já está vazio. O grupo usava água da piscina para a casa, mas, como mostram fotos enviadas, ela já está verde por falta de cloro e manutenção. Os cinco têm apenas algumas garrafas de água potável para consumo.

O governo brasileiro também tem conhecimento de movimentos de forças de segurança do regime nas imediações da embaixada. Os opositores afirmam que todas as propriedades dos arredores da residência foram desocupadas para uso de comandos militares, situação que não pôde ser verificada de forma independente.

“Eles tomaram à força as propriedades para instalar ali seus comandos militares; os asilados hoje são reféns em território argentino sob a proteção do Brasil”, disse na quinta-feira (13) María Corina Machado, a líder opositora de quem os cinco asilados eram altos membros da campanha política, durante um evento online da Fundação FHC.

Os relatos são de que a sede diplomática e seus arredores estão sem abastecimento de água por questões infraestruturais da região, localizada em uma parte alta de Caracas. Não está claro se o regime tem relação com isso e se seria proposital. No entanto, a ditadura tem dificultado, e agora bloqueado, a chegada do caminhão-pipa.

Há meses a energia elétrica da residência também foi cortada. A casa é abastecida por um gerador elétrico. Neste ano, o regime impediu o fornecimento de medicamentos de uso contínuo que um dos asilados toma devido a um problema cardíaco. Após negociação, um funcionário da diplomacia brasileira pôde levar o medicamento.

O Brasil voltou a se queixar desses pontos durante recente encontro bilateral do chanceler Mauro Vieira com seu homólogo venezuelano, Yvan Gil. Eles se reuniram por mais de uma hora no Suriname, às margens de um encontro da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica.

Gil mais ouviu do que falou, relata um interlocutor, e disse que olharia para os temas levados por Vieira.

O brasileiro voltou a insistir na emissão de salvo-condutos para que os asilados deixem o país e na oferta de enviar um avião brasileiro para buscá-los. Caracas não tem dado nenhum sinal verde ao Brasil.

O lado venezuelano descreveu o encontro como “cordial, de reafirmação de laços de amizade e de respeito mútuo pela soberania dos povos”.

Durante o evento online da Fundação FHC, María Corina, que vive asilada em um lugar desconhecido, provavelmente uma embaixada, agradeceu aos esforços do Brasil. Mas pediu mais ações.

“Temos tido uma comunicação permanente por meio do Ministério de Relações Exteriores, mas é preciso fazer mais. É preciso fazer com que respeitem as convenções e os tratados internacionais.”

Asilados políticos são protegidos pela Convenção de Asilo Diplomático, de 1954. Entre outras coisas, o documento estipula que, no caso de ter de abandonar um país, a equipe diplomática que oferta asilo a alguém poderá levar os asilados consigo. A Venezuela impediu isso quando expulsou os diplomatas argentinos do país em agosto passado.

Mayara Paixão/Folhapress

Papa Francisco é hospitalizado para tratar de bronquite

O papa Francisco, 88, foi hospitalizado para exames e tratamento de bronquite, afirmou o Vaticano nesta sexta-feira (14).

“Nesta manhã, ao final de suas audiências, o Papa Francisco foi internado no Policlinico Agostino Gemelli [em Roma] para realizar alguns exames diagnósticos necessários e para continuar seu tratamento de bronquite, que ainda está em andamento, em um ambiente hospitalar,” disse a Santa Sé, em comunicado.

O papa vinha mantendo sua agenda diária de compromissos e realizando reuniões na residência do Vaticano, onde mora. Na quarta-feira (12), ele se reuniu com a primeira-dama brasileira, Rosângela da Silva, a Janja, e nesta sexta, encontrou-se com o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, antes de ser hospitalizado. Na terça, ele fez uma aparição em vídeo no popular festival de música Sanremo da Itália.

Na missa de domingo (9), o sumo pontífice havia pedido ajuda para terminar de ler sua homilia devido a “dificuldades respiratórias”.

Na quarta-feira, ele pediu novamente a um auxiliar que lê-se para ele. “Deixe-me pedir ao padre que continue lendo porque ainda não posso com minha bronquite. Espero que da próxima vez eu possa”, disse o pontífice de 88 anos pouco depois de iniciar a mensagem.

Embora Francisco tenha pulado a leitura da parte principal de sua mensagem semanal, ele permaneceu presente durante a audiência de uma hora e falou brevemente em vários momentos durante a reunião. No final, ele saudou peregrinos italianos e pediu novamente que rezem pela paz no mundo.

Folhapress

Vídeo: baleia engole e solta homem que passeava de caiaque com seu pai no Chile

O chileno de 23 anos, Adrián Simancas, foi engolido durante alguns segundos por uma baleia jubarte na baía El Aguila, cerca de 70 km ao sul de Punta Arenas, Chile. O vídeo que captura o momento foi registrado pelo pai do jovem que também estava na travessia.

“Primeiro senti que estava sendo jogado para trás e, como o tempo havia piorado, começou a chover um pouco mais cedo e havia ondas mais fortes. Pensei que talvez fosse uma onda, mas quando continuei sentindo isso, em menos de um segundo, senti aquele impacto tão forte que soube que não poderia ser uma onda, porque seria um tsunami ou algo estranho”, relata Simancas ao jornal “La Prensa Austral”.

O animal soltou o homem pouco tempo depois. Seu pai o orientou a ficar calmo e se agarrar ao caíque para que voltasse em segurança à embarcação.

“Eu me virei e senti como se algo estivesse roçando meu rosto, é como uma cor entre azul e branco e vejo que está vindo de cima e de ambos os lados e está me afundando. Pensei que tinha sido comido por alguma coisa, porque tínhamos conversado um pouco antes que também poderia haver orcas naquela área e que elas são mais agressivas”, completa.

Simancas disse que o mais temia na hora era que a baleia voltasse para um segundo ataque mais violento, derrubando ambos. Os dois pretendiam continuar viagem para a Ilha de Nassau, mas tiveram que cancelar após o encontro incomum. https://revistaplaneta.com.br

https://www.instagram.com/revistaistoe/?utm_source=ig_embed&ig_rid=297393ee-19b0-4291-a847-21e36c01c8c5

Ao lado do rei da Jordânia, Trump ameaça Hamas com fim de cessar-fogo e repete que tomará Gaza

Foto: Saul Loeb/AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encontrou-se nesta terça-feira (11) com o rei da Jordânia, Abdullah 2º, um dia após ameaçar suspender repasses ao país caso seus líderes não aceitem a proposta de receber a população palestina que hoje está em Gaza.

A reunião também ocorre diante da possibilidade de rompimento do acordo de cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.

Ao lado do rei, Trump reforçou nesta terça seu ultimato ao Hamas, depois de afirmar que, caso eles não libertem “todos os reféns” até o meio-dia de sábado (15), tudo pode acontecer.

“Eu tenho um prazo para sábado, e eu não acho que eles vão cumprir o prazo. Pessoalmente, acho que eles querem bancar os durões, vamos ver o quão durões eles são”, afirmou Trump nesta terça.

Nesta terça, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que irá romper o cessar-fogo se o grupo terrorista não soltar os prisioneiros até a data estabelecida.

A declaração de Netanyahu e a ameaça de Trump ocorreram após o Hamas anunciar que iria adiar a soltura dos prisioneiros alegando violações de Israel ao acordo de cessar-fogo na área.

O trato prevê a liberação em fase dos reféns, sendo a próxima (a sexta), marcada para sábado. O movimento do Hamas gerou apreensão sobre a manutenção da trégua.

Por trás do alerta do grupo terrorista está a insatisfação com a proposta de Trump, endossada por Israel.

O Estado judeu disse fazer preparativos militares para a saída de parte dos 2,3 milhões de gazenses, mas ressalva que isso seria voluntário.

Nesta terça, ao receber o rei da Jordânia na Casa Branca, Trump reafirmou a intenção de tomar Gaza e reiterou o plano de que os palestinos deixem Gaza para que o local seja reconstruído, o que significa uma limpeza étnica do local.

Trump propôs que o deslocamento fosse permanente e já disse também que os EUA podem tomar a região. O presidente americano pressiona para que a Jordânia, assim como o Egito, acate suas ideias —rejeitadas pelos países e amplamente criticadas por autoridades estrangeiras— para conter o conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.

Abdullah 2º evitou nesta terça responder assertivamente sobre o plano, dizendo que precisa pensar no seu país, mas disse que terá discussões com Arábia Saudita sobre o tema, além do Egito.

“Acho que a questão é como fazer isso funcionar de uma forma que seja boa para todos? Obviamente, temos que olhar para os melhores interesses dos Estados Unidos, das pessoas na região, especialmente para o meu povo da Jordânia”, disse.

O rei afirmou que receberá 2 mil crianças palestinas de Gaza, algumas que sofrem de câncer, para receber tratamento médico na Jordânia. Ele ainda declarou que vai propor a Trump uma posição conjunta dos países árabes e muçulmanos a respeito da proposta de retirada dos palestinos do lugar e o conflito na região.

“Uma das coisas que podemos fazer imediatamente é levar 2.000 crianças que são crianças com câncer ou em estado muito grave para a Jordânia o mais rápido possível e depois esperar que os egípcios apresentem seu plano sobre como podemos trabalhar com o presidente para enfrentar os desafios”, reforçou o rei.

Trump afirmou que a proposta sobre receber as crianças soa como “música aos seus ouvidos” e disse esperar encontrar um acordo reforçando a intenção de tomar Gaza. O presidente americano disse que não comprará a região, mas que a tomará com a autoridade dos Estados Unidos.

Embora seu plano seja contestado mundialmente e tratado por alguns como potencial crime de guerra, Trump disse que ninguém questionará a posse de Gaza pelos EUA.

“Não vamos comprar nada. Vamos ter, vamos manter e vamos garantir que haverá paz e não haverá problema e ninguém vai questionar isso”, afirmou Trump.

“Vamos administrá-lo muito adequadamente. Eventualmente, teremos desenvolvimento econômico em uma escala muito grande, talvez a maior escala nesse local. Teremos muitas coisas boas construídas lá, incluindo hotéis e prédios de escritórios e habitações e outras coisas”, tratando a região novamente como um empreendimento imobiliário. O presidente americano já disse que Gaza pode ser uma “Riviera” do Oriente Médio.

Segundo Trump, os palestinos só querem continuar em Gaza porque não conhecem outros lugares e disse que mover 2 milhões de pessoas –a população estimada– seria um número pequeno

O rei da Jordânia foi ao final do encontro questionado novamente sobre o que pensa do plano e evitou responder, dizendo que precisa ver o “que será melhor ao seu país”. “Acredito que o presidente está ansioso para reunir um grupo de nós, árabes, aqui para discutir o plano geral.”

O presidente dos EUA se reuniu nesta terça com Abdullah 2º e com o príncipe do país, Al Hussein bin Abdullah 2º. É a terceira reunião bilateral de Trump desde a posse, em janeiro, e a primeira vez que ele recebe um líder do Oriente Médio. Na semana passada, o republicano encontrou com Netanyahu.

Julia Chaib/Folhapress

Trump diz que Ucrânia pode ‘ser russa um dia’ e cobra US$ 500 bi de Kiev

Após passar a campanha de 2024 afirmando que acabaria com a Guerra da Ucrânia em 24 horas, Donald Trump disse que um acordo entre Moscou e Kiev pode ou não acontecer e que o país invadido há quase três anos “pode ser russo um dia”.

“Eles [os ucranianos] podem fazer um acordo, eles podem não fazer um acordo. Eles podem ser russos um dia, eles podem não ser russos um dia”, disse, em entrevista na segunda (10) à rede conservadora Fox News.

Com isso, Trump volta a fazer um jogo duplo, após o seu pêndulo ter se deslocado para a órbita ucraniana de argumentação pelo fim da guerra nas últimas semanas. A percepção disso, conforme a Folha mostrou na segunda, fez o governo de Vladimir Putin refrear a ideia de que um acordo está próximo.

Com efeito, os EUA sentiram o golpe e enviaram nesta terça (11) a embaixadora do país na Rússia, Lynne Tracy, para uma primeira conversa oficial na chancelaria russa. Oficialmente, ela foi recebida pelo vice-chanceler Seguei Riabkov para falar de operações nas embaixadas russas no exterior.

O assunto, dizem observadores da política russa, é outro. Houve até o boato de que o enviado de Trump para o Oriente Médio, Steven Witkoff, estaria presente na conversa, o que não foi confirmado.

Já o indicado para lidar com a guerra, o general da reserva Keith Kellogg, segue com uma agenda mais ucraniana. Na sexta, ele e o vice-presidente J.D. Vance deverão se encontrar com Volodimir Zelenski na Conferência de Segurança de Munique, um evento anual central na geopolítica.

Nele, a expectativa é de que Kellogg indique quais ideias para a paz na Ucrânia estão na mesa de Trump. Até agora, como os russos dizem abertamente, nada foi apresentado. O enviado irá à Ucrânia na semana que vem, sem haver uma data para uma visita a Moscou.

Na entrevista, o republicano também colocou em US$ 500 bilhões (R$ 2,9 trilhões) o pagamento em terras-raras que ele quer que a Ucrânia faça por toda a ajuda militar já recebida e a receber no futuro dos EUA. Os minerais são estratégicos para o setor de alta tecnologia, e hoje a rival americana China detém os maiores depósitos mundiais.

“Nós vamos ter todo esse dinheiro lá, e eu digo que quero ele de volta. E eu disse a eles que quero o equivalente a US$ 500 bilhões em terras-raras. E eles essencialmente concordaram em fazer isso, então ao menos nós não nos sentimos estúpidos”, disse.

De fato, Zelenski disse estar disposto a um acordo, mas seus recursos são limitados. Dos depósitos importantes de terras-raras, ele só controla os da região de Dnipropetrovsk. O restante está no leste, amplamente dominado pelos russos.

O valor é muito acima do que os EUA já comprometeram no esforço de guerra contra os russos. Segundo o Instituto para Economia Internacional de Kiel (Alemanha), até o fim de outubro os americanos eram, de longe, os maiores apoiares de Kiev.

Foram aplicados US$ 91,2 bilhões (R$ 527 bilhões) na Ucânia, 2/3 disso em ajuda militar direta. Nesse quesito, o segundo lugar fica com a Alemanha, com distantes US$ 11,3 bilhões (R$ 65,4 bilhões) doados do início da guerrra até 31 de outubro.

As falas de Trump se encaixam no perfil de negociação por ele delineado com o jornalista Tony Schwartz no livro “A Arte da Negociação” (1987), com idas, vindas e momentos de falso desinteresse. O problema para o presidente é que, a essa altura, todos seus interlocutores já leram a obra.

Enquanto a dança diplomática e comercial de Trump segue seu curso, em campo os rivais seguem se agredindo.

A Rússia promoveu um ataque grande com drones e mísseis nesta terça, atingindo um importante centro de distribuição de gás natural na região de Poltava. Kiev disse ter abatido 57 de 124 drones e um número incerto dos 19 mísseis empregados na ação.

O Ministério da Defesa em Moscou também afirmou ter tomado mais uma cidade no leste ucraniano, mantendo seu avanço progressivo na região.

Já a Ucrânia atingiu com drones uma refinaria de petróleo na região de Saratov, a 800 km da fronteira entre os dois países. O local é sede da principal base de bombardeiros da Rússia, tanto os que levam armas nucleares quanto os que são empregados rotineiramente contra os ucranianos.

Igor Gielow/Folhapress

Trump aumenta para 25% tarifas sobre importação de aço e alumínio de todos os países

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu nesta segunda-feira (10) aumentar substancialmente as tarifas sobre as importações de aço e alumínio, cancelando isenções e cotas para grandes fornecedores como Brasil, Canadá, México e outros países, em uma medida que pode aumentar o risco de uma guerra comercial em várias frentes.

Trump assinou proclamação que eleva a tarifa sobre as importações de alumínio para 25%, maior que os 10% anteriores que ele impôs em 2018 para ajudar o setor.

A medida restabelece uma tarifa de 25% sobre milhões de toneladas de importações de aço e alumínio que estavam entrando nos EUA sem impostos sob acordos de cotas, isenções e milhares de exclusões de produtos.

As medidas foram extensões das tarifas de segurança nacional de Trump para proteger os fabricantes de aço e alumínio. Um funcionário da Casa Branca disse que as isenções haviam enfraquecido a eficácia dessas medidas.

Trump também vai impor um novo padrão norte-americano exigindo que as importações de aço sejam “fundidas e vertidas” e o alumínio “fundido e moldado” na região para conter as importações de aço chinês minimamente processado nos EUA.

A medida também mira produtos de aço a jusante que utilizam aço importado para tarifas.

O conselheiro comercial de Trump, Peter Navarro, disse que as medidas ajudariam os produtores de aço e alumínio dos EUA e fortaleceriam a segurança econômica e nacional dos Estados Unidos.

“As tarifas de aço e alumínio 2.0 acabarão com o dumping estrangeiro, aumentarão a produção doméstica e garantirão nossas indústrias de aço e alumínio como a espinha dorsal e pilares da segurança econômica e nacional da América”, disse ele em coletiva.

“Isso não tem a ver apenas com o comércio. Estamos garantindo que os EUA nunca precisem depender de nações estrangeiras para indústrias críticas como aço e alumínio”.

Trump mencionou a tarifa sobre aço e alumínio no domingo, acrescentando que também anunciaria um novo conjunto de tarifas recíprocas mais tarde nesta semana, gerando advertências de retaliação de parceiros comerciais.

Folhapress

EUA podem ter menos dívida do que achávamos por causa de fraudes no Tesouro, diz Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, especulou neste domingo, 9, que o país pode ter menos dívidas do que acreditava por conta de supostas fraudes no Departamento do Tesouro.

A repórteres, a bordo do avião presidencial, Trump comentou a análise do CEO da Tesla, Elon Musk, sobre o governo federal por meio do Departamento de Eficiência (Doge, na sigla em inglês). “Pode haver um problema com os títulos do Tesouro, e esse pode ser um problema interessante”, disse.

O republicano também voltou a dizer que a Nippon Steel não está autorizada a comprar a US Steel, apenas investir na siderúrgica americana.

André Marinho, Estadão Conteúdo

MENU Mundo Israel se retira de Netzarim, corredor que divide Gaza, e palestinos voltam para suas casas no norte do enclave, diz Hamas

O movimento já era esperado sob o acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista. Informação também foi confirmada à Reuters por um militar israelense.

Militares israelenses se retiraram de uma área da Faixa de Gaza que corta o enclave e divide as áreas norte e sul, conhecida como corredor Netzarim, disse o Hamas neste domingo (9). O movimento já era esperado sob o acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista.

Uma fonte de segurança israelense, solicitando anonimato, pois não estava autorizada a falar publicamente, confirmou que os militares israelenses estavam se retirando de suas posições no centro de Gaza. As forças israelenses já haviam reduzido sua presença lá.

O Hamas comemorou a retirada como uma vitória e a força policial administrada pelo Hamas foi enviada para a área para gerenciar o fluxo de palestinos que cruzavam. Os militares israelenses ainda não comentaram oficialmente.

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Imagens da agência de notícias Reuters mostraram o que pareciam ser veículos militares israelenses se afastando da costa em direção à fronteira israelense.

Desde os primeiros meses da guerra, as forças israelenses ocuparam o corredor de aproximadamente 4 milhas (cerca de 6,4 km) de comprimento ao sul da Cidade de Gaza, que se estende da fronteira israelense até o Mar Mediterrâneo.

O corredor isolou as comunidades do norte de Gaza, incluindo sua maior área metropolitana, do sul.

Milhares de palestinos passaram pelo corredor nas últimas semanas, retornando para suas casas no norte do sul de Gaza, onde buscaram abrigo da guerra.

Alguns que cruzaram descreveram seu choque após ver a destruição de comunidades e descobrir o que disseram ser restos humanos em áreas onde as forças israelenses haviam se retirado.

Grande parte do norte de Gaza se tornou um deserto após a campanha devastadora de Israel. Depois de encontrar suas casas destruídas, alguns moradores de Gaza voltaram para o sul, enquanto outros montaram tendas onde antes ficavam suas casas. 

Ex-soldados americanos empregados como contratados privados foram mobilizados para inspecionar veículos que passavam pelo corredor nas últimas semanas após o acordo de cessar-fogo, que foi implementado em 19 de janeiro depois de mais de 15 meses de guerra.

Multidões de pessoas foram vistas atravessando o corredor neste domingo, quando o Hamas anunciou que o exército israelense havia se retirado, enquanto uma longa fila de carros se reunia, esperando para passar.

As forças militares e policiais do Hamas aumentaram sua presença pública desde o cessar-fogo de janeiro, no que analistas dizem ser uma mensagem intencional de que o grupo não foi derrotado.

Israel prometeu destruir o Hamas por seu ataque de outubro de 2023, no qual 1.200 pessoas foram mortas, a maioria delas civis, e mais de 250 foram feitas reféns.

Mais de 46.000 pessoas foram mortas pelo ataque retaliatório de Israel, de acordo com autoridades de saúde palestinas, que dizem que a maioria dos mortos são mulheres e crianças.

Veja fotos da volta dos palestinos à região

 Por Reuters

Trump cria força-tarefa para combater preconceito anticristão nos EUA e anuncia 'escritório da fé' na Casa Branca

Medidas anunciadas na quinta-feira pelo presidente foram motivo de crítica de entidades que defendem a separação entre o Estado e a Igreja

O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa no Café da Manhã Nacional de Oração no Capitólio, em Washington
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a criação de um "escritório da fé" na Casa Branca e o lançamento de uma força-tarefa com o objetivo de proteger cristãos americanos do que classificou como "preconceito" e "aparelhamento anticristão" das instituições de Estado durante a gestão do ex-presidente Joe Biden. A força-tarefa foi estabelecida pelo presidente por meio de decreto, instrumento a que vem recorrendo diariamente para avançar sua agenda de forma unilateral, sem submeter à aprovação do Congresso. 

Trump anunciou que adotaria as medidas durante discurso no Café da Manhã Nacional de Oração, um evento anual que acontece no Capitólio, em Washington.

— Se não tivermos liberdade religiosa, então não temos um país livre. Provavelmente nem temos um país — disse Trump. — Enquanto eu estiver na Casa Branca, protegeremos os cristãos em nossas escolas, em nossas forças armadas, em nosso governo, em nossos locais de trabalho, hospitais e em nossas praças públicas, e uniremos nossos países novamente como uma nação sob Deus, com liberdade e justiça para todos.

Segundo o decreto assinado na quinta-feira, a força-tarefa será composta por integrantes de 17 departamentos e agências com duração de ao menos dois anos, nos quais deverá revisar as atividades de todos os departamentos do Executivo e agências, a fim de "identificar políticas, práticas ou condutas anticristãs ilegais", e recomendar medidas para revogar ou encerrar cada uma delas. Ela será comandada pela secretária da Justiça, Pam Bondi. 

 Já o "escritório da fé", oficializado em um decreto à parte, nesta sexta-feira, terá como função "capacitar entidades religiosas, organizações comunitárias e locais de culto para melhor servir famílias e comunidades", além de consultar especialistas religiosos para que as políticas públicas "se alinhem melhor aos valores americanos". O novo órgão será entregue à reverenda televangelista Paula White, cuja interpretação populista do Evangelho causou divisões entre os cristãos.

"Há poucos minutos, o presidente Trump assinou uma ordem executiva histórica sobre o Escritório da Fé da Casa Branca", escreveu White na rede social X, na tarde de sexta-feira. "Orações estão sendo respondidas e Deus está agindo na América. Suas orações são importantes, mas devemos permanecer em oração! Ore por nossa nação, nosso presidente, pelo o Escritório da Fé da Casa Branca e crentes em todos os lugares."

White trabalhou na primeira campanha do republicano, em 2016, e ocupou um cargo na Casa Branca após a vitória nas urnas — em 2020, em meio aos protestos contra o racismo estrutural, equiparou o movimento Vidas Negras Importam e a associação racista Klu Klux Klan, afirmando que eram a representação "do anticristo" e "organizações terroristas". No mesmo ano, disse ter orado para que todas as mulheres "com gestações satânicas" perdessem seus bebês. 

 Aparelhamento anticristão'

O decreto de quinta-feira justifica a criação da força-tarefa a partir de normas legais que garantem a liberdade religiosa — embora preveja um tratamento específico aos cristãos. O documento afirma que o governo de seu antecessor, o democrata Joe Biden, adotou "um padrão flagrante de perseguir cristãos pacíficos, ignorando ao mesmo tempo as ofensas violentas e anticristãs". 

 "É a política dos Estados Unidos, e o propósito desta ordem, proteger as liberdades religiosas dos americanos e acabar com o aparelhamento anticristão do governo", diz o texto do decreto. 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
Entre as condutas atribuídas à gestão Biden de suposto uso da estrutura do governo para atacar os cristãos, o decreto menciona a atuação do Departamento de Justiça para acusar e condenar "quase 12 cristãos pró-vida pacíficos por orarem e se manifestarem do lado de fora de clínicas de aborto", uma suposta inoperância do mesmo departamento para responder a casos de "violência, roubo e incêndio criminoso" contra igrejas católicas e instituições de caridade pró-vida.

Ele cita medidas de apoio à diversidade e no ambiente educacional, que, segundo o texto, forçaram "cristãos a afirmar a ideologia transgênero radical contra sua fé".

"Minha administração não tolerará a armamentização anticristã do Estado ou conduta ilegal visando cristãos. A lei protege a liberdade dos americanos e grupos de americanos de praticar sua fé em paz, e minha Administração aplicará a lei e protegerá essas liberdades", diz o texto do decreto. "Minha administração garantirá que qualquer conduta, política ou prática ilegal e imprópria que tenha como alvo cristãos seja identificada, encerrada e retificada."

O anúncio da força-tarefa e do "escritório da fé" foi mais um passo na adoção de uma ampla agenda conservadora, focada em argumentos religiosos (cristãos), ligada aos grupos que o ajudaram a retornar para a Casa Branca, e que já produz efeitos práticos não apenas na vida dos americanos. No dia 24 de janeiro, ele assinou uma ordem executiva para recolocar os EUA em dois pactos globais contra o aborto, e vetou o uso de verbas federais para financiar organizações, em outros países, que promovam ou forneçam serviços para a interrupção de gestações. 

O presidente ainda estabeleceu as pessoas transgênero como alvos prioritários. Em seu discurso de posse, disse que haveria apenas "dois gêneros" nos EUA, e assinou decretos barrando pessoas transgênero de funções nas Forças Armadas, vetando o tratamento de afirmação de gênero para menores de 19 anos e, mais recentemente, banindo mulheres transgênero de competições esportivas.

— [As pessoas] não podem ser felizes sem religião, sem uma crença. Vamos trazer a religião de volta. Vamos trazer Deus de volta para nossas vidas — disse Trump na quinta-feira, durante o Café da Manhã de Oração no Capitólio.

Críticos do decreto disseram que a força-tarefa viraria de cabeça para baixo o entendimento tradicional da nação sobre liberdade religiosa, estabelecido pela Primeira Emenda e reforçado por décadas de leis e decisões da Suprema Corte, ao destacar uma religião específica.

"Em vez de proteger as crenças religiosas, esta força-tarefa usará indevidamente a liberdade religiosa para justificar intolerância, discriminação e a subversão de nossas leis de direitos civis", disse Rachel Laser, presidente da organização Americanos Unidos pela Separação entre Igreja e Estado, em uma declaração. "Se Trump realmente se importasse com a liberdade religiosa e o fim da perseguição religiosa, ele estaria abordando o antissemitismo em seu círculo interno, a intolerância antimuçulmana, os crimes de ódio contra pessoas de cor e outras minorias religiosas". 

 Muitos veem a influência explícita do chamado Projeto 2025, um plano de governo de extrema direita do qual Trump tentou se afastar na campanha, mas cujos preceitos está adotando quase que na íntegra: o texto era claro ao atacar os direitos de mulheres, da população LGBT+ e de não cristãos ao defender a supremacia do "cristianismo nacionalista" na vida política dos EUA. 

 Por: O GLOBO, com agências internacionais — Washington

Venezuela chama de 'roubo descarado' apreensão de 2º avião presidencial de Maduro pelos EUA

Apreensão ocorreu na República Dominicana na quinta (6) e foi supervisionada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, durante visita à ilha. Em setembro de 2024, avião do regime Maduro também foi apreendido no mesmo país.

O governo da Venezuela repudiou nesta sexta-feira (7) a apreensão de uma aeronave presidencial de Maduro pelos Estados Unidos, a segunda desde setembro. A gestão Maduro chamou de "roubo descarado" e afirmou que a medida é ilegal.

A apreensão foi supervisionada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na quinta-feira durante visita à República Dominicana. Esta é a segunda aeronave venezuelana apreendida pelos Estados Unidos no país caribenho nos últimos meses. A Venezuela chamou Rubio de "ladrão de aviões" e "mercenário do ódio".

"A República Bolivariana da Venezuela denuncia ao mundo o roubo descarado de uma aeronave pertencente à nação venezuelana, executado por ordem do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. (...) Este ataque contra a Venezuela demonstra que Rubio não passa de um criminoso disfarçado de político, usando seu cargo para saquear e privar nosso país de seus bens. Seu ódio o transforma em um delinquente internacional, capaz de violar qualquer norma para prejudicar nossa Pátria", disse o governo venezuelano.

No comunicado, o governo venezuelano também chamou o governo dominicano de "submisso" e afirmou que o Maduro tomará as "ações necessárias" para denunciar a apreensão e exigir a devolução imediata da aeronave.

O primeiro avião foi apreendido pelos Estados Unidos em setembro de 2024. A aeronave também estava parada na República Dominicana. Na ocasião, o governo norte-americano afirmou que reteve o jato devido à violação de sanções impostas pelos EUA ao regime de Nicolás Maduro. (Leia mais abaixo)

O avião apreendido nesta quinta-feira é um Dassault Falcon 200, utilizado por Maduro, assessores e ministros venezuelanos em viagens internacionais. A aeronave foi usada em visitas de autoridades à Grécia, Turquia, Rússia e Cuba.

O avião estava passando por uma manutenção em um aeroporto de Santo Domingo quando foi apreendido. O governo da Venezuela ainda não se manifestou sobre a medida.

Autoridades dos Estados Unidos afirmaram que a aeronave foi "recuperada" com base em violações de sanções impostas contra a Venezuela, controles de exportação e lavagem de dinheiro.

A apreensão acontece em um contexto de incerteza sobre como a administração de Donald Trump lidará com a Venezuela. Na semana passada, um enviado do governo norte-americano se reuniu com Maduro em Caracas.

Durante o encontro, os dois discutiram a questão da imigração ilegal e o retorno de venezuelanos que foram detidos sem documentação. Além disso, o enviado levou de volta para os Estados Unidos seis americanos que estavam presos na Venezuela.

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