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Cessão de território, reconstrução com dinheiro russo, central nuclear dividida: veja pontos do plano de paz de Trump na Ucrânia

Esboço do documento, que AFP teve acesso, prevê 28 pontos, entre os quais que Kiev ceda regiões de Donetsk e Luhansk à Rússia. Kremlin afirmou que Ucrânia tem pouca margem para negociar, diante de um recente avanço de tropas russas.

O plano para a Ucrânia que vem sendo elaborado pelos governos dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, prevê que Kiev cederia as regiões de Donetsk e Luhansk à Rússia, segundo um esboço do documento ao qual a agência de notícias AFP teve acesso.
Essas duas regiões, que ficam no leste da Ucrânia, seriam "reconhecidas de fato como russas, inclusive pelos Estados Unidos". A mesma categoria seria aplicada para a Crimeia, a península ucraniana ilegalmente anexada pela Rússia em 2014.

Veja, abaixo, alguns dos 28 pontos da proposta, de acordo com a AFP:
Anexação das regiões de Donetsk e Luhansk pela Rússia — que correspondetem a mais da metade do que é atualmente ocupado por tropas russas, cerca de 20% de todo o território ucraniano.

Outras duas regiões no sul da Ucrânia, as de Kherson e Zaporizhzhia, seriam divididas segundo o traçado da atual linha de frente de batalha.

A redução das Forças Armadas da Ucrânia a 600 mil efetivos — o atual é de quase 900 mil soldados, segundo o governo ucraniano.

A assinatura de um "acordo de não agressão" entre Rússia, Ucrânia e Europa;
Que Kiev inclua em sua Constituição que renuncia integrar a Otan, uma das maiores reivindicações da Rússia desde antes da guerra. Mas a Ucrânia seguiria elegível para a adesão à União Europeia;
Garantias de segurança à Ucrânia semelhantes às da Otan — ou seja, no caso de uma nova invasão, EUA e Europa enviariam tropas para defender o território ucraniano;

O compromisso da Otan em não posicionar tropas na Ucrânia e estacionar aviões na Polônia;
A reconstrução da Ucrânia financiadas com US$ 100 bilhões (cerca de R$ 533 bilhões) de ativos russos atualmente congelados por sanções;

Divisão da central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, entre Rússia e Ucrânia (leia mais abaixo).

As propostas são vistas pelos ucranianos e europeus como muito favoráveis à Rússia, e o diálogo que Trump e Putin vem travando abastecem rumores disso. Nesta sexta-feira (21), fontes das negociações disseram à agência de notícias Reuters que os EUA ameaçaram deixar de fornecer informações de inteligência e até de armas para a Ucrânia como forma de pressão.

Oficialmente, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vem evitando criticar a proposta, para não criar novos atritos com Trump. Sem criticar o texto diretamente, Zelensky exigiu na quinta-feira (20) que se respeite "a soberania da Ucrânia".

Nesta sexta-feira (21), ele disse que a semana que vem será "muito difícil para a Ucrânia" — fontes da agência de notícias Reuters afirmaram Zelensky e o vice-presidente dos EUA, JD Vance, devem se reunir na próxima sexta-feira (28).

Líderes europeus, em reunião nesta sexta, afirmaram que as forças ucranianas devem permanecer capazes de defender a soberania do país, em uma referência à exigência de redução das forças ucranianas.

O presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o chanceler alemão, Friedrich Merz, fizeram uma ligação conjunta por telefone com Zelensky. Na chamada, disseram que assegurarão apoio da Europa à Ucrânia, mas também elogiaram "os esforços de Donald Trump" por buscar o fim da guerra. Também nesta sexta, o Kremlin pressionou o governo ucraniano e disse que Kiev tem pouca margem de negociação diante dos recentes avanços das tropas russas no front da guerra. O governo de Vladimir Putin ainda não se manifestou sobre o plano.

Avanço da Rússia

O plano foi apresentado no momento em que um Exército ucraniano menos numeroso e equipado luta para conter o avanço da Rússia no front — nas últimas semanas, as tropas de Moscou tem conquistado vitórias nas principais frentes de batalha abertas. E aumentado os ataques aéreos.

No terreno, a Rússia reivindicou a tomado de Kupyansk na frente oriental. O Exército de Kiev, por sua vez, negou ter perdido essa localidade-chave, que já tinha sido ocupada por Moscou em 2022, e que depois foi recuperada pelas tropas ucranianas.

O chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, garantiu que sus tropas avançavam "praticamente em todas as frentes".

"(O plano) está em processo de negociação e ainda está em revisão, mas o presidente [Trump] apoia este plano. É um bom plano tanto para a Rússia quanto para a Ucrânia, e acreditamos que deveria ser aceitável para ambas as partes", declarou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.

Leavitt garantiu que Washington "está dialogando tanto com uma parte quanto com a outra", desconsiderando algumas preocupações em Kiev de que plano fosse muito próximo às exigências de Moscou.

Central nuclear

O rascunho também indica que os esforços para a reconstrução empreendidos pelos Estados Unidos sejam financiados com os US$ 100 bilhões (cerca de R$ 533 bilhões) provenientes de ativos russos atualmente congelados.
A central nuclear de Zaporizhzhia seria reativada sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e sua produção de eletricidade se dividiria em 50% para a Ucrânia e 50% para a Rúsia

Fantástico mostra detalhes do maior navio de guerra do mundo

Porta-aviões, que tem orçamento bilionário, traz tensão a países latino-americanos no Caribe

O Fantástico mostra como funciona o maior navio de guerra do mundo.

O USS Gerald R. Ford é um gigante nuclear que pode ficar entre 20 e 25 anos sem precisar de reabastecimento. Custou mais de 24 bilhões de dólares - ou 127 bilhões de reais - valor mais alto do que o produto interno bruto da maioria das capitais brasileiras.
Confira os detalhes dessa máquina de guerra na reportagem do Fantástico no vídeo acima.

Ouça os podcasts do Fantástico


 

Polícia de Portugal prende traficante brasileiro suspeito de ligação com PCC

Traficante suspeito de ligação com o PCC montou esquema de venda de combustível adulterado com metanol, segundo autoridades
A Polícia Judiciária de Portugal prendeu neste sábado (15) Ygor Daniel Zago, conhecido como "Hulk", apontado como traficante internacional de drogas ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

Ele estava na lista de difusão vermelha da Interpol após o Tribunal de Justiça de São Paulo decretar sua prisão preventiva pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. A prisão foi requerida para fins de extradição.

Hulk foi detido junto com sua mulher, Fernanda Ferrari Zago, que, segundo autoridades portuguesas, participou dos atos ilícitos para lavagem de dinheiro. A reportagem não conseguiu acesso à defesa dos dois.

Segundo a Polícia Judiciária de Portugal, ele integra uma organização criminosa envolvida no comércio ilegal de combustível adulterado com metanol.

O traficante já havia sido condenado, no Brasil, a 29 anos de prisão pelo envolvimento num esquema de tráfico internacional. Ele chegou a ser capturado em 2021, na Riviera de São Lourenço, litoral norte de São Paulo, mas conseguiu autorização para aguardar o recurso em liberdade.

As investigações sobre o novo negócio ilícito começaram a partir de uma apreensão de 30 mil litros de metanol em 2023, o que levou as autoridades a rastrearem a origem do produto.

Segundo a polícia portuguesa, a organização criminosa operava de forma estruturada, "com clara divisão de funções", tendo Hulk como líder. Ele seria o responsável por tomar decisões relativas a todas as atividades da organização, emitir ordens aos subordinados e gerir os recursos financeiros do grupo criminoso

Ainda de acordo com as autoridades de Portugal, na conta bancária da mulher, foram detectados recursos ilícitos oriundos das atividades da organização criminosa. Também foram apreendidos veículos de luxo utilizados por outros membros do grupo.

Por Idiana Tomazelli, Folhapress

“Eu meio que me decidi sobre a Venezuela”, diz Trump em meio a tensões

Presidente não deu detalhes sobre qual medida será tomada após ameaças ao regime de Maduro
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu na sexta-feira (14) que uma decisão poderia vir em breve sobre se deve ou não tomar medidas militares contra a Venezuela, que ele acusou de laços estreitos com o comércio ilegal de drogas.

"Eu não posso dizer o que seria, mas eu meio que me decidi" sobre a Venezuela, disse Trump aos repórteres a bordo do Air Force One.
Altos funcionários da administração de Trump realizaram três reuniões na Casa Branca nesta semana para discutir opções para possíveis operações militares na Venezuela, disseram autoridades na sexta-feira (14), em meio a uma crescente presença militar dos EUA no Caribe.

Trump enviou aviões F-35, navios de guerra e um submarino nuclear para a região como parte de uma construção militar após dois meses de ataques mortais contra barcos na costa da Venezuela.

No início desta semana, o grupo de ataque dos porta-aviões Gerald Ford entrou na região da América Latina - trazendo com ele mais de 75 aeronaves militares e mais de 5.000 soldados.

O ditador venezuelano Nicolás Maduro, que ocupa o cargo desde 2013, disse que Trump está tentando expulsá-lo do poder.

Trump disse repetidamente que não está buscando uma mudança de regime na Venezuela.

As tensões entre os Estados Unidos e o vizinho da Venezuela, a Colômbia, também aumentaram nas últimas semanas, com Trump e o presidente colombiano Gustavo Petro negociando barbas.

Trump chamou Petro de "líder das drogas ilegais" e impôs sanções a ele.

O presidente colombiano de esquerda acusou os EUA de cometer assassinato com seus ataques.

https://www.cnnbrasil.com.br/

Colômbia vira 1º país a deixar de explorar combustíveis fósseis na amazônia

A Colômbia declarou nesta quinta-feira (13) ser o primeiro país a deixar de explorar combustíveis fósseis ou mineração em larga escala na floresta amazônica.

O anúncio aconteceu durante a reunião de ministros do Meio Ambiente da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica), realizada na COP30, a conferência das Nações Unidas sobre mudança climática, em Belém.

Na ocasião, os colombianos convidaram os outros países que abrigam o bioma amazônico a fazer o mesmo, tornando a floresta "o coração da ação climática, justiça ambiental e paz com a natureza".

Segundo estimativas da ONG Earth Insight, 14% da floresta amazônica continental é sobreposta a blocos de petróleo e gás, o que equivale a 740 mil km² —mais do que o dobro da área do estado de Goiás.

"Embora a Colômbia represente apenas 7% do bioma amazônico, a amazônia é 42% do nosso território nacional, e é por isso que decidimos protegê-la em sua totalidade", disse a ministra interina do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do país, Irene Vélez Torres. A área protegida é de mais de 483 mil km².

"Cuidar da Amazônia não é um sacrifício econômico; é um investimento ético no futuro da região e da humanidade", acrescentou.

As outras nações amazônicas, porém, não parecem ter a intenção de fazer o mesmo tão cedo —a exemplo do Brasil, que já explora gás em terra e prospecta petróleo offshore, na bacia da Foz do Amazonas.

Em um evento da COP nesta sexta-feira (14), o cacique Jonas Mura, da aldeia Gavião Real, em Silves (AM), lamentou a exploração de gás pela Eneva no território de seu povo, ainda não homologado. O cacique faz parte de uma aliança que pede que florestas tropicais sejam consideradas uma zona de exclusão dos combustíveis fósseis.

"Já estão extraindo gás natural em um território que é nosso e é sagrado", afirmou. "Estamos ficando sem água potável, sem peixe, sem a nossa floresta. Ela está sendo destruída".

O nível de dependência dos combustíveis fósseis amazônicos varia entre os diferentes países. Alguns precisam muito desses estoques, como a Bolívia (que é um grande exportador do gás extraído na floresta), e outros menos, como a Colômbia (em que a maior parte das reservas está na região conhecida como Orinoquia, no leste do país).

O movimento colombiano já tinha sido ensaiado em 2023, durante a Cúpula da Amazônia, encontro dos países membros da OTCA, que também aconteceu em Belém. Na época, a pauta opôs os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Colômbia, Gustavo Petro, que chegou a acusar a esquerda de negacionismo climático ao se recusar a adotar a pauta.

O setor de mineração e energia representa 7% do PIB colombiano, gerando 33% do investimento estrangeiro, 56% das exportações e mais de 500 mil empregos formais.

Na cúpula de líderes mundiais que antecedeu a COP30, Petro puxou a orelha dos outros chefes de Estado e governo participantes, dizendo que estavam falhando no combate à crise climática.

"Essa falha é causada sobretudo pelos interesses do petróleo e gás nesta assembleia. Em todas as COPs, o desejo de ter ganhos e lucros é contra a vida. E isso é imoral, não é humano", afirmou. "Após 29 COPs, estamos enfrentando um fracasso, que pode ser medido pela ciência por meio da temperatura", disse ele, em referência ao aquecimento global.

A pauta climática é tão central para Petro que, no início de seu governo, escolheu Vélez Torres, ex-ativista ambiental e atual ministra interina do Meio Ambiente, para chefiar a pasta de Minas e Energia.

"[O anúncio da Colômbia] mostra que escolhas políticas ousadas são possíveis –que priorizam a vida, a estabilidade climática e a proteção da maior floresta tropical do mundo", afirmou a organizadora da ONG 350.org no país, Helena Mullënbach.

"No entanto, o sucesso e a legitimidade desse compromisso dependem de se os povos indígenas —os guardiões históricos da amazônia colombiana— irão liderar e moldar plenamente esse processo junto ao governo", ponderou, lembrando o caso do projeto da mina da empresa Libero Copper na região de Putumayo, que é acusado de violar direitos de povos tradicionais.

Trump reduz tarifas sobre café e carne bovina; adicional de 40% sobre Brasil permanece

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta sexta-feira (14) medida para reduzir tarifas sobre a importação de carne bovina, tomate, café e banana, em movimento voltado para controlar a inflação dos alimentos no país após o tarifaço.

Entre outros países exportadores de commodities, as medidas devem beneficiar o Brasil, maior produtor global de café e segundo maior produtor de carne bovina, atrás apenas dos EUA, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA).

O país é alvo de uma sobretaxa total de 50% desde agosto, sendo 10% das tarifas globais recíprocas e 40% relacionado ao que o governo Trump chamou de "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ainda não está clara a magnitude da isenção desta sexta.

Centenas de alimentos foram listados em documento divulgado pela Casa Branca. As medidas se aplicam retroativamente a partir das 2h01 (horário de Brasília) desta quinta-feira (13).

O decreto modifica o escopo das tarifas chamadas recíprocas com base em segurança nacional, pilares da estratégia de Trump para enfrentar o que ele classifica como "grandes e persistentes déficits comerciais" dos EUA.

A decisão vem após recomendações de autoridades encarregadas de monitorar o estado de emergência nacional declarado por Trump em abril. O governo citou negociações com parceiros comerciais, a demanda doméstica e a capacidade produtiva americana como fatores que motivaram a revisão.

"Após considerar as informações e recomendações que essas autoridades me forneceram, o andamento das negociações com diversos parceiros comerciais, a demanda doméstica atual por determinados produtos e a capacidade atual de produção desses produtos nos Estados Unidos, entre outros fatores, determinei que é necessário e apropriado modificar ainda mais o escopo dos produtos sujeitos à tarifa recíproca imposta pela Ordem Executiva 14257", afirma Trump no decreto.

Em 2024, o Brasil exportou US$ 1,96 bilhão em café para os Estados Unidos, sendo o maior fornecedor no período, segundo dados da International Trade Administration, órgão vinculado ao Departamento de Comércio americano.

Desde que as tarifas de 50% entraram em vigor em agosto, no entanto, as vendas de café despencaram, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Em outubro, a retração foi de 54,4% em relação ao ano passado.

Nos EUA, o produto acumula alta de cerca de 20% em relação ao ano passado, segundo dados do CPI (índice oficial da inflação ao consumidor no país).

Para carne bovina, os EUA enfrentam uma inflação de 12% a 18% em relação ao ano passado. Além das tarifas sobre o Brasil, o maior exportador global, uma redução do rebanho local também tem pressionado os preços.

O representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, disse mais cedo nesta sexta que Trump estava pronto para cumprir as promessas isentar alimentos e outros produtos que não são produzidos nos EUA.

Greer disse que o momento é propício para isso, logo após anúncios de acordos comerciais com Argentina, Equador, El Salvador e Guatemala nesta quinta (13). A redução marca um recuo para Trump, que até então defendia que as tarifas globais não pressionavam a inflação.

Segundo o governo americano, os acordos na América Latina devem ser concluídos nas próximas duas semanas e abrem os mercados para a produção agrícola e industrial dos EUA. Os quatro países se comprometeram a não impor impostos sobre serviços digitais de big techs.

A Casa Branca indicou que as tarifas gerais de 10% impostas a produtos da Argentina, El Salvador e Guatemala, e de 15% aos originários do Equador, permanecerão sem mudanças, mas que haverá uma redução em um certo número de mercadorias.

Segundo a Casa Branca, o governo americano tem mantido boas conversas com outros países da região. O Brasil, alvo de sobretaxas de 50%, não foi citado nos acordos.

O ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) se encontrou com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, também nesta quinta e disse esperar uma resposta dos EUA sobre a proposta feita pelo Brasil de pausar as tarifas para depois avançar na negociação para produtos específicos.

O ministro não detalhou o teor da proposta, mas o governo brasileiro quer um acordo provisório que passe pela suspensão das sobretaxas de 40% aplicadas ao país para então negociar detalhes das tarifas por setor (no total, produtos brasileiros são taxados em 50%, em razão de tarifa global de 10% aplicada pelo governo americano).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Trump tiveram em outubro uma reunião presencial em Kuala Lumpur (Malásia), durante uma reunião da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático). O encontro ocorreu semanas após os dois líderes terem conversado por telefone e na esteira da "química" durante a abertura da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

Na Malásia, Trump disse que as tarifas impostas ao Brasil poderiam ser negociadas muito rapidamente. O objetivo do governo brasileiro é que haja uma suspensão das sobretaxas durante o período de negociação.

Desde que Rubio foi escalado como o principal negociador para o tarifaço contra o Brasil, Vieira realizou quatro reuniões com o secretário de Estado. A primeira delas ocorreu dias depois do telefonema entre Trump e Lula.


Na ocasião, Vieira afirmou que aquele era um "início auspicioso de processo negociador" com os Estados Unidos.

Ao longo das últimas semanas, negociadores brasileiros mantiveram conversas informais com responsáveis por questões comerciais dos EUA, em que os americanos apontaram as suas prioridades nas negociações: conseguir acesso ao mercado de etanol no Brasil e discutir a regulamentação de big techs, incluindo moderação de conteúdo.

Os americanos afirmaram que a regulação das plataformas digitais está ligada a questões de liberdade de expressão. Já o etanol é uma queixa antiga dos americanos. A reclamação é que o etanol americano, feito de milho, enfrenta uma sobretaxa de 18% para entrar no Brasil, enquanto a barreira nos EUA era de apenas 2,5%.

Já o lado brasileiro aponta que Washington nunca aceitou vincular discussões sobre o etanol a uma liberalização do mercado de açúcar nos EUA, altamente protegido. Na terça (11), Trump disse reduziria "algumas tarifas" sobre o café.

Por Folhapress

Cúpula na Colômbia termina com crítica indireta aos EUA, à Nicarágua e à Venezuela

Sem citar os americanos, a declaração pede "segurança marítima e estabilidade regional no Caribe", onde o governo de Donald Trump tem bombardeado embarcações sob acusação de ligação com o narcotráfico

Críticas indiretas aos Estados Unidos por suas ações militares no Caribe e sua política comercial e de imigração marcaram a declaração final da 4ª cúpula UE-Celac, que reuniu 58 países da União Europeia e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos. O documento também mandou recado à Venezuela e à Nicarágua, ao defender "eleições livres e transparentes" —representantes de ambos os países não assinaram o texto conjunto.

Sem citar os americanos, a declaração pede "segurança marítima e estabilidade regional no Caribe", onde o governo de Donald Trump tem bombardeado embarcações sob acusação de ligação com o narcotráfico.

O mais recente foi anunciado pelo Pentágono nesta segunda (10), com 6 mortos —contando estas vítimas, já são 75 os que morreram em ataques a barcos por forças americanas.

"Reafirmamos nossa adesão aos princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas, em particular a igualdade soberana dos Estados, o respeito à integridade territorial e de a independência política, a não intervenção em assuntos que são essencialmente da jurisdição interna dos Estados e o arranjo pacífico das controvérsias. Reiteramos nossa oposição à ameaça ou ao uso da força", diz o texto.

Em 52 pontos, o documento reforça também a necessidade de democracia e diálogo multilateral, cita a guerra na Ucrânia, o conflito em Gaza e sugere reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas "para torná-lo mais representativo" (um ponto que interessa particularmente ao Brasil, que deseja ser membro permanente do órgão). O Uruguai, que assume a próxima presidência rotativa da cúpula, deve propor agora um "mapa do caminho", com medidas práticas de cooperação em áreas como ação climática, transição energética e combate ao crime organizado.

A ofensiva americana no Caribe foi o tema dominante de várias declarações de líderes antes e durante a cúpula e objeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu discurso na reunião: "A ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e do Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Democracias não combatem o crime violando o direito internacional".

O parágrafo sobre o assunto, porém, foi o que teve mais ressalvas entre os participantes: sete países, entre eles a Argentina, a Costa Rica e o Equador, se desassociaram desse ponto.

O governo do presidente ultraliberal Javier Milei também não endossou parágrafos sobre o apoio ao fim do embargo a Cuba; o compromisso com uma solução de dois Estados para o conflito entre Gaza e Israel; o pedido de governança ética para inteligência artificial e de combate à desinformação nas redes sociais; e menções a gênero e políticas de sustentabilidade, todos temas caros à Casa Branca, com quem os argentinos negociam um resgate financeiro.

A declaração final dos dois blocos também se dirige aos Estados Unidos, sem citá-los, no capítulo sobre comércio, que trata de "tensões comerciais" que precisam ser reduzidas para "facilitar o comércio internacional e melhorar o acesso ao mercado", e defende um sistema de negociações multilaterais "baseado em regras", "aberto, transparente, inclusivo, não discriminatório e previsível, com a Organização Mundial do Comércio (OMC) em seu núcleo".

O texto pede ainda "migração regular, segura e ordenada" em conformidade com o direito internacional e cita explicitamente "os processos de retorno", em referência à política de deportação de imigrantes implementada por Trump.

Em relação a países em conflito político interno, como Venezuela e Nicarágua, a declaração expressa, sem citar nominalmente os países, "compromisso inabalável com a democracia, incluindo eleições livres, inclusivas, transparentes e confiáveis".

A declaração final foi considerada surpreendentemente ampla após uma cúpula marcada pela ausência de líderes, reflexo de conflitos internos e dos efeitos políticos e econômicos das ações do presidente Donald Trump.

Da América Latina, participaram apenas o anfitrião colombiano, Gustavo Petro, e o próprio Lula. México, Chile e Uruguai enviaram os ministros das Relações Exteriores; Argentina, Paraguai e Peru foram representados por funcionários de grau mais baixo.

Da União Europeia, faltaram a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, e os líderes dos principais países do bloco —o presidente francês, Emmanuel Macron e os primeiros-ministros da Alemanha, Friedrich Merz, e da Itália, Giorgia Meloni. Compareceram os primeiros-ministros da Espanha, Pedro Sánchez, de Portugal, Luís Montenegro, e da Holanda, Dick Schoof, além do presidente do Conselho Europeu, António Costa.

"A América Latina e o Caribe atravessam uma profunda crise em seu projeto de integração. Tornamo-nos, mais uma vez, uma região balcanizada e dividida, mais voltada para o exterior do que para o interior. Vivemos novamente sob a ameaça do extremismo político, da manipulação da mídia e do crime organizado. Como resultado, vamos de reunião em reunião, repletos de ideias e iniciativas que muitas vezes nunca se concretizam. Nossas cúpulas se tornaram um ritual vazio, com a ausência de líderes regionais importantes", havia dito Lula em seu discurso no início da cúpula.

Em contraste, Costa, que representou a UE no evento, afirmou ao final: "Apesar de termos aqui países com orientações ideológicas muito diferentes, conseguimos chegar a uma posição comum sobre as questões mais críticas do momento".

Por Ana Estela de Sousa Pinto/Folhapress

Trump critica estrada no Pará e Barbalho o convida para a COP30, com direito a tacacá

Barbalho sugeriu que Trump siga o exemplo do governo brasileiro e invista mais de R$ 1 bilhão para salvar florestas no mundo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (9), em uma publicação em sua rede social, a Truth Social, que parte da floresta amazônica foi devastada para a construção de uma estrada para ambientalistas.

"Eles devastaram a floresta amazônica do Brasil para construir uma rodovia de quatro faixas para ambientalistas. Isso virou um grande escândalo!", escreveu na postagem.

A declaração, às vésperas da COP30, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, em Belém, foi publicada junto a um vídeo da FOX News com críticas à construção da chamada avenida Liberdade.

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), respondeu a declaração de Trump, também nas redes sociais, em tom de cobrança e ironia.

"Em vez de falar de estradas, o presidente norte-americano deveria apontar caminhos contra as mudanças climáticas", disse o governador. "Poderia celebrar a redução histórica no desmatamento da Amazônia —com destaque para o estado do Pará, que obteve o seu melhor resultado".

Barbalho sugeriu que Trump siga o exemplo do governo brasileiro e invista mais de R$ 1 bilhão para salvar florestas no mundo.

E concluiu dizendo que o presidente dos EUA está convidado a participar da conferência climática, com direito a experimentar um dos principais pratos da culinária paraense.

"Ainda dá tempo de passar na COP30, presidente Trump. Esperamos você com um tacacá. É melhor agir do que postar".

Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris pela segunda vez e não enviará negociadores para a conferência em Belém.

O governo do Pará promove a estrada citada como sustentável, mas moradores da região e ambientalistas criticam o impacto ambiental da obra.

Por Folhapress

Papa: só com humildade e paciência se pode construir uma verdadeira comunidade de fé

Na homilia proferida na Festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, Leão XIV recordou que este templo foi construído por vontade do imperador Constantino, e que "nós, operários da Igreja viva, antes de podermos erguer estruturas imponentes, devemos escavar em nós mesmos e à nossa volta, para eliminar todo o material instável que possa impedir-nos de alcançar a verdadeira rocha de Cristo".
Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Leão XIV presidiu a missa, neste domingo (09/11), Festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, na Basílica de São João de Latrão, em Roma. Participaram da celebração eucarística duas mil e setecentas pessoas.

Esta igreja é a Catedral da Diocese de Roma, cujo bispo é o Papa. "A construção foi realizada por vontade do imperador Constantino, depois de ter concedido aos cristãos, no ano 313, a liberdade de professar a sua fé e de exercer o culto", recordou o Papa Leão no início de sua homilia. O Papa Silvestre I dedicou-a ao Cristo Salvador, no século IV.

"Esta Basílica, 'mãe de todas as igrejas', é muito mais do que um monumento e uma memória histórica: é sinal da Igreja «de pedras vivas, edificada sobre o alicerce dos apóstolos, tendo Cristo Jesus como pedra angular», e como tal lembra-nos que também nós, formando um templo espiritual, «somos edificados aqui na terra como pedras vivas. Por esta razão, como observava São Paulo VI, surgiu desde muito cedo na comunidade cristã o uso de atribuir o «nome de Igreja, que significa a assembleia dos fiéis, ao templo que os reúne»", frisou o Santo Padre.

A seguir, olhando para este edifício, o Papa refletiu "com a ajuda da Palavra de Deus sobre o nosso ser Igreja".

Primeiramente, refletiu "sobre os seus alicerces", ressaltando que "se quem a construiu não tivesse escavado bem fundo até encontrar uma base suficientemente sólida sobre a qual erguer tudo o resto, há muito que toda a construção teria ruído ou a qualquer momento correria o risco de ceder, de tal forma que também nós, estando aqui, nos exporíamos a sério perigo. Felizmente, aqueles que nos precederam deram à nossa Catedral bases sólidas, escavando em profundidade, com esforço, antes de começarem a erguer as paredes que nos acolhem, e isso faz-nos sentir muito mais tranquilos".

"Contudo, isso também nos ajuda a refletir. De igual modo nós, operários da Igreja viva, antes de podermos erguer estruturas imponentes, devemos escavar em nós mesmos e à nossa volta, para eliminar todo o material instável que possa impedir-nos de alcançar a verdadeira rocha de Cristo. São Paulo fala-nos explicitamente disso na segunda leitura, quando diz que «ninguém pode pôr um alicerce diferente do que já foi posto: Jesus Cristo», o que significa voltar constantemente a Ele e ao seu Evangelho, dóceis à ação do Espírito Santo. Caso contrário, o risco seria sobrecarregar com estruturas pesadas um edifício com bases frágeis", disse ainda Leão XIV, acrescentando:

Por isso, queridos irmãos e irmãs, ao trabalharmos com todo o empenho ao serviço do Reino de Deus, não sejamos nem precipitados nem superficiais: escavemos em profundidade, livres dos critérios do mundo, que demasiadas vezes exige resultados imediatos, porque desconhece a sabedoria da espera. A história milenar da Igreja ensina-nos que só com humildade e paciência se pode construir, com a ajuda de Deus, uma verdadeira comunidade de fé, capaz de difundir a caridade, de favorecer a missão, de anunciar, celebrar e servir o Magistério apostólico, do qual este Templo é a primeira sede.

Falando sobre o Evangelho deste domingo, ressaltou que "Zaqueu, homem rico e poderoso, sente a necessidade de encontrar Jesus", mas é baixo demais e sobe numa árvore que "significa para Zaqueu reconhecer os seus limites e superar os freios inibidores do orgulho". A partir do encontro com Jesus, começa para Zaqueu uma nova vida.

"Jesus transforma-nos e convida-nos a trabalhar no grande estaleiro de Deus, moldando-nos sabiamente segundo os seus desígnios de salvação. Nos últimos anos, a imagem do «estaleiro» foi frequentemente utilizada para descrever o nosso caminho eclesial. É uma imagem bonita, que fala de atividade, criatividade, empenho, mas também de esforço, de problemas – por vezes, complexos – a resolver", disse ainda o Papa.

Ela expressa o esforço real, palpável, com que as nossas comunidades crescem todos os dias, na partilha dos carismas e sob a orientação dos Pastores. Em particular, a Igreja de Roma é testemunha disso nesta fase da implementação do Sínodo, na qual o que amadureceu ao longo de anos de trabalho pede para passar através do confronto e da verificação “na prática”. Isto implica um caminho íngreme, mas não devemos desanimar. Pelo contrário, é bom continuar a trabalhar, com confiança, para crescermos juntos.

Por fim, Leão XIV mencionou "um aspecto essencial da missão de uma Catedral: a liturgia". "Ela é «a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força». Nela, podemos encontrar todos os temas que mencionámos: somos edificados como templo de Deus, como sua morada no Espírito, e recebemos força para pregar Cristo no mundo", sublinhou.

"Por essa razão, o cuidado posto na celebração da liturgia, no lugar da Sé de Pedro, deve ser tal que possa servir de exemplo para todo o povo de Deus, no respeito pelas normas, na atenção às diversas sensibilidades de quem participa, segundo o princípio de uma sábia inculturação e, ao mesmo tempo, na fidelidade ao estilo de solene sobriedade típico da tradição romana, que tanto bem pode fazer às almas de quantos nela participam ativamente", disse ainda o Papa, que concluiu, dizendo:

"Preste-se muita atenção para que, aqui, a beleza simples dos ritos expresse o valor do culto em prol do crescimento harmonioso do inteiro Corpo do Senhor."

Santo Agostinho dizia que «a beleza não é senão amor, e o amor é a vida». A liturgia é um âmbito onde esta verdade se realiza de forma eminente; e desejo que quem se aproxima do Altar da Catedral de Roma possa depois partir cheio daquela graça com a qual o Senhor deseja inundar o mundo.

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Trump diz que os EUA boicotarão o G20 na África do Sul

Trump já havia anunciado que não participaria da cúpula anual para chefes de estado das principais economias emergentes do mundo

O presidente Donald Trump disse na sexta-feira, 7, que nenhum funcionário do governo dos EUA participará da cúpula do G20 este ano na África do Sul, citando o tratamento dado pelo país aos fazendeiros brancos.

Trump já havia anunciado que não participaria da cúpula anual para chefes de estado das principais economias emergentes do mundo. O vice-presidente JD Vance compareceria ao evento no lugar do presidente. Uma pessoa próxima de Vance, com acesso a sua agenda, e que teve sua identidade preservada, disse que ele não viajaria mais para a África do Sul para participar da cúpula

"É uma desgraça total que o G20 seja realizado na África do Sul", disse Trump em uma de suas redes sociais. Na postagem, Trump citou "abusos" aos africânderes (grupo étnico branco da África do Sul, a maioria descendente de holandeses, franceses e alemães que imigraram para o Cabo da Boa Esperança a partir do século 17), incluindo atos de violência e morte, bem como confisco de suas terras e fazendas.

A administração Trump há muito acusa o governo sul-africano de permitir que fazendeiros brancos da minoria africânder sejam perseguidos e atacados. Ao restringir o número de refugiados admitidos anualmente nos EUA para 7.500, o governo norte-americano apontou que a maioria seria de sul-africanos brancos, que enfrentavam discriminação e violência em casa.

O governo da África do Sul, em contrapartida, disse estar surpreso com as acusações de discriminação, já que as pessoas brancas no país geralmente têm um padrão de vida muito mais alto em comparação aos dos residentes negros, mais de três décadas depois do fim do apartheid em um governo de minoria branca.

O presidente do país, Cyril Ramaphosa, disse a Trump que as informações sobre a suposta discriminação e perseguição de africânderes são "completamente falsas".

A administração Trump, contudo, manteve suas críticas ao governo sul-africano. No início desta semana, durante um discurso sobre a economia do país em Miami, Trump afirmou que a África do Sul deveria ser expulsa do Grupo dos 20.

No início desta semana, o secretário de Estado Marco Rubio boicotou uma reunião do G20 para ministros das Relações Exteriores porque sua agenda estaria focada na diversidade, inclusão e esforços com relação às mudanças climáticas./Fonte: Associated Press

Veja momento em que avião cai e explode perto de aeroporto nos EUA

Ao menos nove pessoas morreram e 11 ficaram feridas, segundo governador do estado do Kentucky

Câmeras de segurança registraram o momento em que um avião de carga da UPS caiu e explodiu perto do aeroporto de Louisville, no Kentucky, no sudeste dos Estados Unidos, na terça-feira (4).
Em outro vídeo, publicado na mesma página e filmado por um funcionário, mostra a cena caótica imediatamente após o acidente.

Mais tarde, a loja publicou outro vídeo da câmera de segurança do portão principal, mostrando o céu tomado por fumaça escura e chamas que ainda ardiam mais de três horas após a queda.

Ao menos nove pessoas morreram e 11 ficaram feridas, disse o prefeito de Louisville, Craig Greenberg, à Sara Sidner, da CNN.

O número de vítimas é preliminar e ainda pode aumentar.

O Departamento de Polícia Metropolitana de Louisville e outras agências atenderam à ocorrência de queda de avião.

Três funcionários estavam a bordo da aeronave, segundo comunicado da UPS.

Um alerta para que todos permaneçam em casa foi emitido para locais num raio de 8 quilômetros do aeroporto logo após o acidente.

Fonte: Da Reuters/CNN

EUA decidem não enviar representantes para a COP30, diz Casa Branca

Os Estados Unidos não enviarão nenhuma autoridade de alto nível para a COP30, cúpula climática da ONU no Brasil, disse uma autoridade da Casa Branca à Reuters. O anúncio alivia a preocupação entre líderes mundiais de que Washington pudesse enviar uma equipe para atrapalhar as negociações.

O Brasil vai sediar uma cúpula de líderes de alto nível na próxima semana, antes do início das negociações climáticas da ONU com duração de duas semanas na cidade de Belém.

No início deste mês, os EUA ameaçaram usar restrições de vistos e sanções para retaliar as nações que votassem a favor de um plano apresentado pela agência de navegação das Nações Unidas, a Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês), para reduzir as emissões de gases de efeito estufa provenientes da navegação oceânica.

Essas táticas levaram a maioria dos países da IMO a votar pelo adiamento, por um ano, da decisão sobre a implementação de um preço global de carbono para o transporte marítimo internacional.

Segundo a autoridade da Casa Branca, o presidente Donald Trump já deixou claro o ponto de vista de seu governo em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas no mês passado, quando ele chamou a mudança climática de "o maior golpe do mundo" e repreendeu as nações por estabelecerem políticas climáticas que, segundo ele, "custaram fortunas a seus países".

"O presidente está se envolvendo diretamente com líderes de todo o mundo em questões energéticas, o que pode ser visto nos históricos acordos comerciais e acordos de paz que têm um foco significativo em parcerias energéticas", disse a autoridade da Casa Branca à Reuters em um email.

O governo Trump tem buscado acordos bilaterais de energia em suas negociações comerciais para impulsionar as exportações de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA com países como a Coreia do Sul e a União Europeia.

Nesta sexta-feira (31), o secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, disse que há "espaço para um grande comércio de energia entre a China e os Estados Unidos", dada a necessidade de gás natural por parte dos chineses, enquanto os dois gigantes econômicos negociam sobre tarifas.

Trump anunciou em seu primeiro dia no cargo que os EUA iriam sair do Acordo de Paris, que já dura dez anos. A retirada entrará em vigor em janeiro de 2026, por isso o país ainda poderia participar da COP30. O Departamento de Estado tem analisado o envolvimento dos EUA em acordos ambientais multilaterais.

No início deste ano, os EUA também pressionaram os países que negociam um tratado global para reduzir a poluição plástica a não apoiar um acordo que estabeleceria limites para a produção de plástico.

A autoridade da Casa Branca disse à Reuters que "a maré está mudando" na priorização da mudança climática, apontando para um memorando nesta semana do bilionário e filantropo e investidor de longa data Bill Gates, para quem é hora de deixar de se concentrar no cumprimento das metas de temperatura global e que a mudança climática "não levará à extinção da humanidade".

Trump declara vitória contra 'farsa da mudança climática' após artigo de Bill Gates

               O bilionário investiu em empresas que trabalham com energia limpa

O presidente dos EUA, Donald Trump, se declarou vitorioso, nesta quarta-feira (29), sobre a "guerra contra a farsa da mudança climática", ao citar o fundador da Microsoft, Bill Gates, que escreveu recentemente um artigo em que faz ponderações sobre as temperaturas do planeta.

"Eu (NÓS!) acabamos de vencer a Guerra contra a Farsa da Mudança Climática. Bill Gates finalmente admitiu que estava completamente ERRADO sobre o assunto. Foi preciso coragem para fazer isso, e por isso todos nós somos gratos. MAGA!!!", publicou o presidente em sua rede Truth Social, citando o movimento "Make America Great Again" (Faça a América Grande Novamente).

No artigo intitulado "Three tough truths about climate" (Três duras verdes sobre o clima), Gates diz que as mudanças climáticas não extinguirão a humanidade, que as temperaturas do planeta não são o melhor caminho para medir o progresso em relação ao clima e, ainda, completou a tríade apontando saúde e prosperidade como as melhores armas contra essa realidade ambiental.

Ainda no texto publicado nesta terça-feira (28) e endereçado aos participantes da COP30, a conferência sobre clima da ONU (Organização das Nações Unidas), Gates buscou conter o alarmismo que, segundo ele, muitas pessoas usam para descrever os efeitos do aumento das temperaturas. Em vez disso, ele pediu o redirecionamento dos esforços para melhorar a vida nos países em desenvolvimento.

"Embora as mudanças climáticas tenham consequências graves —especialmente para as pessoas nos países mais pobres— elas não levarão à extinção da humanidade", escreveu. "As pessoas poderão viver e prosperar na maioria dos lugares da Terra no futuro próximo."

Na última década, Gates investiu grandes somas de sua fortuna pessoal promovendo políticas que reduzissem os gases de efeito estufa que estão aquecendo o planeta.

O bilionário investiu em empresas que trabalham com energia limpa e em iniciativas para ajudar comunidades pobres a se adaptarem à elevação do nível do mar, ao calor mais extremo, aos incêndios e à seca, além da intensificação de tempestades e inundações.

O memorando de Gates chega cerca de uma semana antes de líderes mundiais se reunirem em Belém, no Brasil, para a cúpula anual do clima das Nações Unidas, a COP30. Gates, que completou 70 anos recentemente e já participou do evento em anos anteriores, não comparecerá desta vez.

A COP30 acontece em Belém, de 10 a 21 de novembro, e o presidente Lula convidou, mais de uma vez, Trump para comparecer —mas até agora o republicano não deu sinais de que irá nem de que mandará representantes.

Em julho deste ano, o Departamento de Energia dos Estados Unidos divulgou um relatório no qual afirma que as projeções futuras de aquecimento global são exageradas, enquanto benefícios de níveis mais altos de dióxido de carbono, como fazendas mais produtivas, são ignorados.
Por Ítalo Leite/Folhapress

Aliados de Trump rejeitam Brasil como mediador de conflito na Venezuela

A proposta do Brasil foi feita pelo presidente Lula (PT) a Trump durante viagem à Malásia
Aliados do presidente Donald Trump rejeitam a ideia de ter o Brasil como mediador do conflito entre os Estados Unidos e a Venezuela. Esse grupo é formado por pessoas ligadas ao secretário de Estado, Marco Rubio, que tem defendido a abordagem belicosa em relação ao ditador Nicolás Maduro.

A proposta do Brasil foi feita pelo presidente Lula (PT) a Trump durante viagem à Malásia, no domingo (26). Dois interlocutores do Departamento de Estado disseram à Folha que a sugestão foi mal recebida porque a abordagem defendida pelos EUA agora não considera negociações diplomáticas. Pelo contrário, Washington manteve conversas com Caracas, até que, no mês passado, Trump mandou interrompê-las. Desde então, a tensão só escalou na América Latina.

Para um grupo no governo Trump, o Brasil não apenas não deve se meter em um assunto liderado pelos EUA, como também não é o interlocutor ideal com Maduro. Aliados de Rubio afirmam que o governo brasileiro tem uma abordagem mais simpática ao ditador, enquanto os EUA têm trabalhado no sentido de mudar o regime venezuelano, inclusive autorizando a CIA a realizar operações com essa finalidade.

Antes de iniciar o encontro com Lula, o americano expressou surpresa com a possibilidade de o assunto ser tratado na conversa. "Eu não acho que vamos discutir Venezuela. Eles [o Brasil] não estão envolvidos em Venezuela. Se eles quiserem, vamos discutir, mas não acho que vamos", disse Trump.

Lula, no entanto, já havia indicado ao americano que trataria do assunto. Em ligação telefônica de cerca de 30 minutos neste mês, o brasileiro mencionou o tema. Disse que defende uma saída diplomática para a questão da Venezuela e que esperava conversar mais com Trump a esse respeito, como a Folha mostrou.

Naquela ocasião, porém, Lula reconheceu que não conversa com Maduro desde a votação que deu ao ditador mais um mandato, sob amplas evidências de fraudes. O brasileiro argumentou que seu governo cobrou reiteradamente a apresentação das atas eleitorais —nunca fornecidas pelo regime.

Depois do encontro entre os líderes no domingo, o chanceler Mauro Vieira contou que Lula afirmou ao Trump que a América do Sul é uma região de paz e que o Brasil estaria disposto a atuar pra a promoção da paz e do entendimento entre as nações.

"[Lula] levantou o tema, disse que a América Latina e América do Sul, especificamente onde estamos, é uma região de paz e ele se prontificou a ser um contato, ser um interlocutor, como já foi no passado, com a Venezuela para se buscar soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países", afirmou o ministro das Relações Exteriores.

Depois, o presidente confirmou ter tratado do tema. "Estou vendo que as coisas estão se agravando", disse Lula ao relatar sua conversa com Trump. "Acho possível encontrar uma solução se houver disposição de negociação, e o Brasil tem interesse que não haja guerra na América do Sul."

Nesta terça-feira (28), o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, anunciou que as Forças Armadas destruíram mais quatro embarcações no oceano Pacífico supostamente tripuladas por narcotraficantes. Os ataques ocorreram na segunda-feira (27) e mataram 14 pessoas, com uma sobrevivente, relatou Hegseth.

O secretário disse que os bombardeios —três, que atingiram quatro embarcações— foram realizados em águas internacionais. O anúncio da ofensiva, que teria sido a mais letal desde o início das operações, em setembro, eleva o total de ataques na região a 14, com 57 mortos.

A acusação de Trump e de seu governo é que Maduro é um líder de organização criminosa e narcoterrorista. A operação militar é forjada no argumento de impedir a entrada de drogas nos EUA.

Hegseth já comparou os supostos narcotraficantes a terroristas e disse que daria a eles tratamento parecido com o da Al Qaeda. Não há, contudo, evidências de que os alvos dos EUA são de fato ligados a traficantes, e a justificativa, frágil à luz do direito internacional, é criticada por governos da região, opositores americanos e especialistas. Por Julia Chaib/Folhapress

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