Mostrando postagens com marcador Mundo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mundo. Mostrar todas as postagens
Nova troca de reféns e prisioneiros está prevista no 3º dia de trégua entre Israel e Hamas
Uma nova libertação de reféns sequestrados pelo Hamas em troca de prisioneiros palestinos está prevista para este domingo, 26, no terceiro dia de uma trégua temporária entre Israel e o movimento islamista palestino, que permite fornecer mais ajuda humanitária aos habitantes da Faixa de Gaza. As libertações de sábado foram adiadas por várias horas depois de o Hamas ter acusado Israel de não respeitar os termos do acordo alcançado na quarta-feira graças à mediação de Catar, Estados Unidos e Egito, um sinal que mostra a fragilidade da trégua. Enquanto isso, centenas de caminhões com ajuda humanitária continuam entrando na Faixa de Gaza, sitiada durante sete semanas de guerra desencadeada pelo ataque sangrento do Hamas em Israel, em 7 de outubro.
No total, o movimento islamista entregou 41 reféns israelenses e estrangeiros ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na sexta e no sábado, e Israel libertou 78 prisioneiros palestinos. O acordo prevê quatro dias de trégua que deverá permitir a libertação de 50 reféns e 150 prisioneiros palestinos. O governo israelense disse ter uma lista de reféns que serão libertados neste domingo, mas não revelou suas identidades, quantidade ou hora.
O porta-voz do Exército israelense, Doron Spielman, declarou que o Hamas emprega uma “tática protelatória” na “guerra psicológica” após a libertação atrasada de 17 reféns no sábado. Um vídeo divulgado pelas brigadas Ezzedine al-Qassam, o braço armado do movimento islamista, mostra 13 reféns israelenses e quatro tailandeses embarcando em veículos do CICV pouco antes da meia-noite. Todos chegaram pouco depois a Israel através do Egito.
Entre os reféns libertados está Maya Regev, de 21 anos, sequestrada junto com seu irmão, de 18, enquanto tentava fugir do festival de música Tribe of Nova, onde o Hamas matou 364 pessoas em seu ataque na madrugada de 7 de outubro. “Estou muito feliz que Maya esteja prestes a se juntar a nós. No entanto, estou com o coração partido porque meu filho Itay ainda é prisioneiro do Hamas em Gaza”, disse sua mãe, Mirit, segundo o Fórum de Famílias de Reféns. Em Tel Aviv, dezenas de milhares de manifestantes reuniram-se no sábado à tarde para pedir a libertação total dos reféns.
Em 7 de outubro, milicianos do Hamas mataram 1.200 pessoas e sequestraram cerca de 240, segundo as autoridades israelenses, no pior ataque em solo israelense na história do país. Em resposta, Israel bombardeou incansavelmente o pequeno território. O grupo islamista, que governa Gaza desde 2007, afirma que 14.854 pessoas morreram até agora pela ofensiva israelense, incluindo 6.150 crianças.
Na noite de sábado, Israel anunciou a libertação de um segundo grupo de 39 prisioneiros palestinos, todos mulheres e menores de 19 anos. Na Cisjordânia ocupada, comboios de veículos com bandeiras de movimentos palestinos liderados pelo Hamas desfilaram pelas ruas enquanto escoltavam um ônibus do CICV que transportava prisioneiros libertados. Em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel, as celebrações foram mais discretas.
Membros das forças de segurança israelenses, armados e com capacetes, cercaram em grande número a casa de Israa Jaabis, de 39 anos, a prisioneira mais conhecida da lista. Jaabis foi condenada a 11 anos de prisão por detonar um recipiente de gás que carregava no porta-malas de seu veículo durante uma ‘blitz’ em 2015, e feriu um policial. A sua foto com dedos atrofiados e rosto parcialmente queimado em um tribunal israelense é frequentemente usada para mostrar o sofrimento dos prisioneiros palestinos. “Tenho vergonha de falar de alegria quando toda a Palestina está ferida”, disse Jaabis aos repórteres ao lado de seu filho Moatassem, de 13 anos. “Devem libertar todos eles”, afirmou.
O chefe do Estado-Maior do Exército israelense, general Herzi Halevi, alertou que a guerra não acabou. “Começaremos a atacar Gaza novamente assim que a trégua terminar”, prometeu. O braço armado do Hamas confirmou a morte do comandante da sua brigada do norte de Gaza, Ahmed al-Ghandour, e de três outros altos funcionários, incluindo Ayman Siyyam, apresentado como chefe das unidades de lançamento de foguetes, na ofensiva israelense.
O acordo inclui também a entrada de ajuda humanitária e combustível em Gaza, sitiada por Israel desde 9 de outubro. Um total de 248 caminhões carregados com ajuda humanitária entraram no sábado na Faixa de Gaza, 61 deles transportavam água, alimentos e material médico para o norte do território, segundo a ONU. O Exército considera o terço norte da Faixa de Gaza, onde está localizada a cidade de Gaza, uma zona de combate que abriga o centro de infraestruturas do Hamas, e ordenou que a população deixasse aquela área e a impede de retornar.
Apesar do aviso, milhares de deslocados em Gaza aproveitaram a pausa nos combates para tentar voltar às suas casas no norte. “Não temos armas. Somos civis’, disse Mahmud Masood entre os escombros de Jabaliya, no norte do território. “Por que eles destruíram nossas casas?”, questiona. Segundo a ONU, metade das casas de Gaza foi danificada ou destruída e 1,7 milhão de pessoas – entre 2,4 milhões de habitantes – foram deslocadas. Na Cisjordânia ocupada, oito palestinos morreram nas últimas 24 horas em vários incidentes com o Exército israelense, segundo o Ministério da Saúde palestino.
*Com informações da agência AFP
Hamas deve libertar mais 13 reféns neste domingo; Israel planeja soltar 39 palestinos
O terceiro dia de trégua na guerra Israel-Hamas prevê a libertação de ao menos 13 reféns em poder do grupo terrorista e de 39 prisioneiros palestinos por Tel Aviv.
O Egito, para onde os reféns são encaminhados ao saírem de Gaza, já confirmou o recebimento da lista dos libertados.
Há a expectativa de que ao menos dois estrangeiros estejam entre os libertos: um americano —a Casa Branca disse que tem “razões para acreditar” que um cidadão dos EUA está na lista— e um russo, no que seria um aceno do Hamas a Vladimir Putin.
Ainda não está claro o horário em que os grupos serão libertados. Na véspera, a soltura ocorreu sete horas após o horário previamente acertado.
Folhapress
Hamas liberta 17 reféns após dia de impasses com Israel
Após uma série de impasses e cerca de sete horas de atraso, o segundo dia do acordo entre Israel e Hamas viu a libertação de 17 reféns da facção terrorista neste sábado (25). Seriam 13 israelenses, incluindo seis mulheres e sete crianças e adolescentes, e quatro estrangeiros, todos tailandeses.
O grupo foi enviado pelo Hamas a representantes da Cruz Vermelha, saiu de Gaza pela passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, e do território egípcio foi para o israelense.
A mediação externa foi ainda mais importante para a manutenção do cessar-fogo temporário, uma vez que o Hamas já tinha determinado o adiamento da soltura ao acusar Israel de não cumprir os termos do acordo.
O plano anunciado da facção era barrar a libertação dos reféns até que Tel Aviv autorizasse a entrega de ajuda humanitária na região norte do território palestino. Do outro lado, o país de Binyamin Netanyahu diz ter permitido a entrada de 200 caminhões na Faixa de Gaza, conforme exigido pelo acordo, sendo que 50 desses teriam chegado à porção norte, mais afetada pela guerra.
Somou-se a isso uma série de afirmações desencontradas de porta-vozes de ambos os lados em conflito. Enquanto o braço armado do grupo terrorista mantinha a decisão de adiar a segunda rodada de libertação, uma fonte do Hamas disse à agência de notícias AFP que a entrega de 14 reféns israelenses à Cruz Vermelha já havia começado. As autoridades israelenses, contudo, afirmavam que o segundo grupo de reféns ainda não havia sido entregue à Cruz Vermelha.
Qatar e Egito, então, intensificaram os esforços de mediação para viabilizar a soltura dos reféns. Assim, conseguiram evitar a frustração de um acordo tão esperado no conflito que já matou mais de 15 mil pessoas, sendo a maioria delas civis palestinos.
O Hamas emitiu um comunicado em que reitera seu apreço pelas ações de Qatar e Egito para garantir a manutenção da trégua. Segundo o texto, os mediadores confirmaram o compromisso de Israel com todos os termos e condições do acordo.
Mais cedo, segundo a imprensa local, autoridades de Israel já falavam em retomar as ofensivas militares caso nenhum refém fosse libertado durante o cessar-fogo temporário.
A pressão também era veio das ruas. Em Tel Aviv, cerca de 50 mil israelenses se reuniram próximo ao Museu de Arte da cidade para marcar os “50 dias de inferno”, em referência à duração da guerra iniciada em 7 de outubro, e fazer apelos pela soltura dos reféns.
Embora a libertação de parte dos sequestrados alivie parte da tensão no Oriente Médio, o fim da guerra ainda parece distante. Em uma visita a Gaza neste sábado, a primeira desde o início do conflito, o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, disse que as forças de Tel Aviv não deixarão o território palestino até que todos os reféns sejam libertos —o acordo previa a soltura de ao menos 50, mas há cerca de 240 capturados em poder do Hamas e de outros grupos extremistas, como o Jihad Islâmico.
Gallant também reiterou que o cessar-fogo será de curta duração. “Quaisquer novas negociações [com o Hamas] se darão sob ataque. Ou seja, se quiserem continuar a discutir o próximo [acordo], será enquanto as bombas caem e as forças estão lutando.”
A primeira leva de reféns foi libertada por volta das 16h30 do horário local (11h30 em Brasília) na sexta-feira (24). Além dos 13 cidadãos israelenses previamente acordados, o Hamas também libertou mais 11 capturados, sendo eles dez tailandeses e um filipino.
Eles foram inicialmente encaminhados a um hospital em Khan Yunis, no sul do território, pela equipe da Cruz Vermelha que os recebeu e, mais tarde, levados até o Egito pela passagem de Rafah, na fronteira com Gaza. Em seguida, retornaram a Israel.
Em troca, Tel Aviv soltou 39 mulheres e menores de idade detidos em penitenciárias israelenses. Uma multidão os aguardava em frente a Ofer, uma unidade carcerária perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, para celebrar seu retorno. Vídeos que não puderam ser verificados de forma independente mostram forças de Tel Aviv lançando gás lacrimogêneo sobre o grupo, que incluía parentes dos detidos, moradores e jornalistas.
Pelos termos do acordo firmado entre Israel e o grupo terrorista, com a mediação do Qatar, o cessar-fogo de quatro dias iniciado na madrugada da sexta-feira terá a libertação de 50 dos cerca de 240 reféns mantidos pelo Hamas em Gaza. Em troca, Tel Aviv se comprometeu a soltar 150 mulheres e menores de idade palestinos detidos em presídios israelenses.
A expectativa é de que cada grupo que seja solto pela facção terrorista tenha ao menos 13 pessoas. É possível que o número de libertados pela facção seja maior, uma vez que Tel Aviv se propôs a estender a trégua por mais 24 horas a cada novo grupo de dez sequestrados que os terroristas permitam voltar a Israel.
O Hamas disse também que o Exército israelense se comprometeu a suspender o tráfego aéreo sobre o norte de Gaza das 8h às 16h no horário local (3h às 11h em Brasília), e interromper completamente os voos sobre o sul durante o cessar-fogo. Também concordou em não atacar ou prender ninguém em Gaza.
Moradores de cidades da região se dizem aliviados com a perspectiva de não conviver com bombardeios frequentes, mesmo que por alguns dias.
Antes de selado o acordo, apenas quatro pessoas tinham sido libertadas pelo Hamas, também após mediação do Qatar. No dia 20 de outubro, duas mulheres americanas foram soltas. Depois, no dia 23, foi a vez de mais duas mulheres, ambas israelenses idosas.
As negociações pela libertação de pessoas capturadas têm sido foco de tensão para o governo de Binyamin Netanyahu desde o início do conflito. Manifestantes pressionam o premiê em atos quase diários que exigem mais esforços pela soltura das vítimas, acusando-o de deixar o tema em segundo plano.
Folhapress
Hamas adia libertação de reféns em segundo dia de acordo com Israel
![]() |
Reféns libertados na sexta-feira (24) pelos terroristas do Hamas |
Israel e Hamas deveriam dar continuidade neste sábado (25) ao pacto de libertação de reféns por parte do grupo terrorista em troca de um cessar-fogo de quatro dias na Faixa de Gaza e a soltura de prisioneiros palestinos. A facção, no entanto, decidiu adiar a soltura prevista até que Tel Aviv se comprometa com a permissão da entrada de caminhões de ajuda humanitária na região norte do território palestino.
O segundo grupo de reféns sequestrados pela facção extremista no ataque contra Israel no dia 7 de outubro deveria ter deixado Gaza no início da tarde deste sábado, mas as informações de porta-vozes de ambos os lados em conflito estão desencontradas.
Enquanto o braço armado do grupo terrorista diz que decidiu adiar a segunda rodada de libertação, outra fonte do Hamas disse à agência de notícias AFP que a entrega de 14 reféns israelenses à Cruz Vermelha já começou. Os detidos estariam sendo levados para a cidade de Khan Yunis, ao sul da Faixa de Gaza, para serem soltos.
As autoridades israelenses, contudo, afirmam que o segundo grupo de reféns ainda não foi entregue para a Cruz Vermelha.
Porta-voz do governo palestino, Taher al-Nono afirmou à Al Jazeera que Israel violou os termos do cessar-fogo temporário ao não cumprir as cláusulas relativas à entrada de caminhões de ajuda humanitária em Gaza.
Contudo, de acordo com o jornal Times of Israel, Israel permitiu a entrada de 200 caminhões na Faixa de Gaza, conforme exigido pelo acordo, sendo que 50 desses teriam chegado à porção norte do território.
A primeira leva de reféns foi libertada por volta das 16h30 do horário local (11h30 em Brasília), nesta sexta-feira (24). Além dos 13 cidadãos residentes em Israel, como previsto, o Hamas ainda libertou mais 11 capturados, dez deles tailandeses e um filipino.
Eles foram inicialmente encaminhados a um hospital em Khan Yunis, no sul do território, pela equipe da Cruz Vermelha que os recebeu e, mais tarde, levados até o Egito pela passagem de Rafah, na fronteira com Gaza. Em seguida, retornaram a Israel.
Em troca, Tel Aviv soltou 39 mulheres e menores de idade detidos em penitenciárias israelenses. Uma multidão os aguardava em frente a Ofer, uma unidade carcerária perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, para celebrar seu retorno. Vídeos que não puderam ser verificados de forma independente mostram forças de Tel Aviv lançando gás lacrimogêneo sobre o grupo, que incluía parentes dos detidos, moradores e jornalistas.
Pelos termos do acordo firmado entre Israel e o grupo terrorista, com a mediação do Qatar, o cessar-fogo de quatro dias iniciado na madrugada da sexta-feira terá a libertação de 50 dos cerca de 240 reféns mantidos pelo Hamas em Gaza. Em troca, Tel Aviv se comprometeu a soltar 150 mulheres e menores de idade palestinos detidos em presídios israelenses.
A expectativa é de que cada grupo que seja solto pela facção terrorista tenha ao menos 13 pessoas. É possível que o número de libertados pela facção seja maior, uma vez que Tel Aviv se propôs a estender a trégua por mais 24 horas a cada novo grupo de dez sequestrados que os terroristas permitam voltar a Israel.
O Hamas disse também que o Exército israelense se comprometeu a suspender o tráfego aéreo sobre o norte de Gaza das 8h às 16h no horário local (3h às 11h em Brasília), e interromper completamente os voos sobre o sul durante o cessar-fogo. Também concordaram em não atacar ou prender ninguém em Gaza.
O Hamas, por sua vez, afirmou que permitirá que a população circule novamente pela estrada Salah Al-Din, principal via usada pelos palestinos para ir do norte para o sul de Gaza após o ultimato israelense exigindo a retirada de civis da região.
Moradores de cidades da região se dizem aliviados com a perspectiva de não conviver com bombardeios frequentes, mesmo que por alguns dias. Desde que o Exército israelense iniciou sua ofensiva no território, mais de 14,8 mil palestinos morreram, de acordo com os cálculos do Ministério da Saúde de Gaza, a maioria deles civis.
Antes de selado o acordo, apenas quatro pessoas tinham sido libertadas pelo Hamas, também após mediação do Qatar. No dia 20 de outubro, duas mulheres americanas foram soltas. Depois, no dia 23, foi a vez de mais duas mulheres, ambas israelenses idosas.
As negociações pela libertação de pessoas capturadas têm sido foco de tensão para o governo de Binyamin Netanyahu desde o início do conflito. Manifestantes pressionam o premiê em atos quase diários que exigem mais esforços pela soltura das vítimas, acusando-o de deixar o tema em segundo plano.
Folhapress
Israel e Hamas selam acordo para trocar reféns por presos e trégua de 4 dias
Após vários dias de impasses e trocas de acusações na guerra que devasta a Faixa de Gaza, o governo de Israel e o grupo terrorista Hamas fecharam na madrugada quarta-feira (22), no horário local, o primeiro grande acordo desde o início do conflito, no dia 7 de outubro, para o estabelecimento de uma trégua e a libertação de dezenas de reféns.
Segundo o jornal israelense Times of Israel, a negociação deve permitir a liberação de cerca de 50 dos 240 sequestrados pelo grupo durante a sua brutal incursão de 7 de outubro em troca de quatro dias de cessar-fogo —o primeiro desde o início do conflito. Israel também teria concordado em libertar mulheres e menores de idade palestinos, de acordo com a imprensa local.
Mais cedo, nesta terça-feira (21), o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, havia apelado para que seus pares no governo —o mais à direita da história do país— votassem a favor do acordo. O premiê convocou três reuniões seguidas para tratar do assunto: uma com a cúpula de guerra, outra com nomes ligados à segurança nacional, e, por fim, uma com todo o gabinete instituído a partir do início do conflito, que tem 38 membros.
Depois de apresentar a proposta, Netanyahu declarou que aprová-la era uma decisão difícil, mas correta. Além disso, afirmou que ela permitiria a Tel Aviv continuar a perseguir seu objetivo final com os enfrentamentos —exterminar o Hamas.
O acordo foi costurado durante semanas de conversas em Doha, no Qatar —país que faz a mediação ao lado dos Estados Unidos entre o grupo terrorista e Israel. Cerca de 240 pessoas foram capturadas pelo Hamas em sua sangrenta incursão ao território israelense, quando 1.200 pessoas, a maioria civis, foram assassinadas de forma indiscriminada, segundo contagem de Tel Aviv.
“O retorno dos reféns é uma ordem moral e também parte integrante da resiliência que nos permite vencer a guerra”, disse na terça Benny Gantz, membro do gabinete de guerra em Israel. “Estamos fazendo todos os esforços para que retornem o mais rápido possível. Ao mesmo tempo, continuaremos a lutar e a ficar de guarda até conseguirmos uma mudança na realidade de segurança no sul [de Israel].”
Quatro reféns haviam sido libertadas pelo Hamas antes do acordo mais recente, também após mediação do Qatar. Em 20 de outubro, duas mulheres americanas foram soltas. Depois, no dia 23, mais duas mulheres, as primeiras israelenses, foram liberadas.
As negociações pela libertação de reféns têm sido foco de tensão para o governo de Netanyahu em meio aos bombardeios intensos em Gaza. Manifestantes pressionam o premiê em atos quase diários que exigem mais esforços pela soltura das vítimas. No sábado (18), por exemplo, familiares de pessoas sequestradas terminaram uma marcha de cinco dias de Tel Aviv para a sede administrativa do país, em Jerusalém, na qual urgiram às autoridades que façam “todo o possível para trazê-las de volta”.
A despeito das negociações, autoridades israelenses continuaram a subir o tom de suas acusações contra o Hamas. As IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) afirmaram nos últimos dias que militares do país encontraram mais evidências de que o Al-Shifa —o maior hospital da Faixa de Gaza, alvo de uma ofensiva israelense— serve também como centro de operações para o grupo terrorista, o que a facção nega. Essas informações não puderam ser verificadas de forma independente.
Tropas israelenses invadiram o Shifa no último dia 14, numa ação que motivou novas críticas à ofensiva em Gaza. Desde o início da guerra, vários líderes mundiais e representantes de organizações denunciam a morte de civis e questionam a proporcionalidade dos ataques de Israel —em um mês e meio, mais de 13 mil pessoas foram mortas no território palestino, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.
Sob pressão interna e externa, o governo israelense deu prosseguimento às negociações com as facções em Gaza, que chegaram a paralisar após o Jihad Islâmico, segundo maior grupo armado palestino da Faixa de Gaza, divulgar comunicado no qual manifestava insatisfação com a metodologia do acordo.
Folhapress
Milei diz que renúncia de Massa a ministério da Economia seria ‘irresponsável’
No dia seguinte à vitória na eleição presidencial, o ultraliberal Javier Milei voltou a atacar as políticas econômicas de seu adversário na disputa, o peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia. Mas, segundo o presidente eleito, uma renúncia do governista à pasta, como vem sendo ventilado pela imprensa argentina, seria uma atitude “extremamente irresponsável”.
“Ele [Massa] deveria assumir o controle do desastre que causou a nível fiscal e monetário”, afirmou Milei nesta segunda (20) à rádio argentina Continental, segundo o jornal La Nación. O libertário disse que o país está mergulhado em uma “situação macroeconômica delicada”, consequência em parte de “absurdos” cometidos pelo atual ministro. “Ele deixou a bomba e foi embora.”
De acordo com a imprensa local, Massa deve renunciar ao cargo após reunião entre o vencedor da eleição, Milei, e o atual presidente, Alberto Fernández, que deve ocorrer ainda nesta segunda para iniciar o processo de transição. O presidente eleito assume o cargo no dia 10 de dezembro.
A equipe econômica que participará da transição terá o presidente do Banco Central, Miguel Pesce, e o secretário da Fazenda, Raúl Rigo. Até a manhã desta segunda, Massa não havia se pronunciado sobre o assunto.
Alberto Fernández, atual chefe de Massa, se despede do cargo reprovado por oito em cada dez argentinos e levando a fama de presidente ausente. O resultado mostra que o descontentamento da população com a situação do país superou a capitalizada máquina peronista e o medo do extremismo, explorado pela campanha governista com a ajuda de uma equipe de publicitários brasileiros ligados ao PT.
A Argentina enfrenta a terceira grande crise econômica em 40 anos de democracia. A face mais palpável dessa instabilidade é a inflação, que passa dos três dígitos desde fevereiro e faz os preços subirem quase toda semana. O índice acumulado em 12 meses na Argentina alcançou 142,7% em outubro. É o maior número desde 1991.
Em relação ao contato que teve com Fernández após a definição do pleito, Milei disse que recebeu felicitações do atual presidente e que o convidou para um encontro ainda nesta segunda para que a transição ocorra da forma mais tranquila possível. “E assim, minimizar os danos à população devido ao que pode acontecer nos mercados [financeiros]”, disse o ultraliberal.
Ao ser questionado se acredita ter obtido o apoio majoritário da sociedade, Milei disse que há um “verdadeiro despertar para as ideias de liberdade e que os argentinos se conscientizaram do valor da liberdade”. “Felizmente, a esperança, de cor violeta, venceu o medo”, disse, acrescentando ter sido vítima da “campanha mais suja da humanidade”.
Folhapress
Ultraliberal Javier Milei rompe polarização na Argentina e é eleito presidente
O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, reconheceu a derrota nas eleições deste domingo (19) e parabenizou seu adversário, o ultraliberal Javier Milei, 53, pela vitória nas urnas.
O resultado formal da apuração ainda não foi divulgado, mas, se confirmada a vitória de Milei, o controverso deputado terá rompido a polarização argentina, consolidando sua nova força política ao ser eleito presidente do país.
Nesse cenário, Milei vai ocupar a Casa Rosada pelos próximos quatro anos a partir de 10 de dezembro, quando o país completa 40 anos ininterruptos de democracia. O peronista Alberto Fernández, atual chefe de Massa, despede-se do cargo reprovado por oito em cada dez argentinos e levando a fama de presidente ausente.
Esse resultado mostra que o descontentamento da população com a situação atual do país superou a capilarizada máquina peronista e o medo do extremismo do rival, explorado pela campanha governista com a ajuda de um equipe de publicitários brasileiros ligados ao PT. As outras três vezes em que a força política perdeu foram em 1983, 1999 e 2015.
Agora, o libertário terá como principal desafio resolver a terceira grande crise econômica vivida pela nação no período democrático, com uma inflação de mais de 140% anuais, pesos que derretem nas mãos e a pobreza em alta. Para isso, propõe medidas radicais como a dolarização e o fechamento do Banco Central, alvo de críticas de diferentes lados.
Ele também pretende enxugar ao máximo a máquina pública, extinguindo ministérios como Cultura, Mulheres e Ciência e Tecnologia e privatizando grandes empresas estatais. Ainda não está claro o que ele fará com a ampla gama de subsídios e programas sociais que hoje aliviam o bolso do argentino, cada vez mais empobrecido.
O ultraliberal terá que colocar em prática suas promessas disruptivas tendo apenas 38 dos 257 deputados e 7 dos 72 senadores de sua aliança A Liberdade Avança no Congresso. Resta saber se o apoio da centro-direita do ex-presidente Mauricio Macri e da ex-rival Patricia Bullrich na reta final das eleições se traduzirá em governabilidade.
Restam dúvidas ainda sobre como será daqui para frente a relação com o Brasil, maior parceiro comercial da Argentina. Enquanto candidato, Milei chegou a dizer que sairia do Mercosul e não se reuniria com Lula (PT), a quem chamou de comunista e corrupto, defendendo que as relações privadas entre empresas não seriam afetadas.
A curto prazo, a vitória do libertário traz apreensão no país sobre o que acontecerá a partir desta terça (21) com o dólar paralelo, que rege os preços e a vida na Argentina —os mercados estarão fechados nesta segunda (20) pelo feriado do Dia da Soberania Nacional.
Com a promessa da dolarização, é possível que haja uma nova corrida à moeda americana, o que costuma fazer seu valor subir, os preços perderem a referência, e a venda de muitos produtos duráveis ser paralisada. Diante desse temor, os argentinos que podiam já encheram o colchão ou os cofres dos bancos com a divisa nas últimas semanas.
Milei foi eleito neste domingo após uma campanha agressiva, com insultos ao Papa Francisco, xingamentos aos adversários e negação da cifra de 30 mil mortos e desaparecidos na ditadura militar, num país que tem a memória como forte pilar. Após a vitória de Massa no primeiro turno, porém, ele foi se moderando.
Passou a negar, por exemplo, que acabará com os subsídios, a educação e a saúde públicas, como já defendeu não muito tempo atrás. Por outro lado, preservou os fortes discursos contra o que chama de “casta política” há muitos anos no poder, conseguindo atrair o eleitor irritado com o peronismo e o kirchnerismo.
Milei passou grande parte da sua vida atuando como economista de empresas privadas e professor universitário, mas irrompeu na cena pública ao xingar políticos e defender suas ideias ultraliberais como comentarista na TV. Viralizou nas redes sociais, foi eleito deputado nacional em 2021 e desde então se catapultou à Presidência, que finalmente conquistou neste domingo.
G1
Com 7% do eleitorado, Buenos Aires pode ajudar Milei a se tornar presidente
A capital Buenos Aires pode ajudar Javier Milei a chegar à Presidência da Argentina neste domingo (19), mas tem peso relativo. Na cidade onde o peronismo não ganha em eleições locais há 16 anos, o favoritismo, a princípio, é do ultraliberal contra o atual ministro da Economia Sergio Massa.
A chamada Cidade Autônoma de Buenos Aires abriga 7% dos eleitores (2,5 milhões de pessoas) e foi o único distrito onde Patricia Bullrich, a candidata da oposição de centro-direita, venceu em outubro. Ali, ela teve 41% dos votos, contra 32% de Massa e 20% do ultraliberal Javier Milei, sem conseguir chegar ao segundo turno.
Agora, há uma expectativa de que grande parte dos votos dela migre para Milei. Logo depois das eleições, Bullrich e o ex-presidente Mauricio Macri —que também governou a capital de 2007 a 2015— decidiram esquecer as ofensas trocadas na corrida e apoiar o economista, participando ativamente da campanha.
Os dados, porém, indicam que essa migração pode não ser suficiente. Primeiro porque há regiões muito mais populosas, como a província de Buenos Aires (separada administrativamente da capital), que concentra 37% dos votantes, é historicamente peronista e foi fundamental para a vitória de Massa no primeiro turno.
Para se ter uma ideia, se Milei somasse todos os 767 mil votos recebidos por Bullrich na cidade, ainda teria apenas 8,6 milhões nacionalmente (32,3%), insuficiente para ganhar a eleição. No país inteiro, ele precisaria arrecadar 88% dos votos dela para chegar à maioria simples contra Massa, sempre em relação ao primeiro turno.
Para analistas, também é provável que parte dos eleitores da macrista na capital não migrem para o ultraliberal, e sim para o peronista. Fazendo uma comparação com o número acima, Massa precisaria de 60% dos votos da rival para ganhar no país, quantidade alta para ele como opositor, sem considerar os candidatos das siglas “Fazemos Pelo Nosso País” e “Frente de Esquerda e Trabalhadores”, que totalizaram 9% dos votos válidos.
A transferência de votos não seria automática na cidade de Buenos Aires principalmente por dois fatores. Primeiro porque, quando o partido de Bullrich apoiou Milei, gerou um racha com outras forças políticas que faziam parte de sua coalizão, como os radicais, movimento centenário na Argentina caracterizado pela defesa da democracia liberal.
“O radicalismo é mais forte na capital do que em qualquer outro lugar e, por conta da crise interna da aliança, muitos eleitores radicais se sentiram afastados. Isso os incentiva a aderirem ao Massa”, diz Andrei Roman, CEO da empresa brasileira de pesquisas AtlasIntel. “Os 10% a 15% dos eleitores nacionais de Bullrich que dizem votar no Massa estão concentrados na cidade”, afirma.
Em segundo lugar, na cidade há muitos votos de Horacio Rodrigues Larreta, o atual chefe do governo local que perdeu as internas presidenciais para Bullrich em agosto. Ele está mais ao centro do que ela e não declarou apoio a Milei, porque parte de seus eleitores se identifica mais com Massa, que também está mais ao centro dentro do peronismo.
“Nem todos os votos de Bullrich eram essencialmente de Bullrich”, diz o analista político Gustavo Córdoba, diretor da empresa de pesquisas Zurban Córdoba. “Foram um conglomerado de votos também radicais e do partido Coalizão Cívica, que eu não diria que irão em bloco para Milei”, acrescenta ele.
Córdoba ressalta que “conseguir 50% dos votos na capital significa ter cerca de 3% dos votos nacionais” —o que pode ou não ter muito peso, dependendo de quão apertado seja o resultado— e lembra que uma eventual baixa participação também pode reduzir esse impacto. O país terá um feriado nesta segunda (20) pós-eleições, então é possível que muitos viajem e deixem de votar.
Augusto Conconi e Júlia Barbon, Folhapress
Médicos e pacientes deixam maior hospital de Gaza após ordem de Israel
Situação tem despertado preocupação internacional; Tel Aviv alega que o grupo terrorista Hamas utiliza o estabelecimento como base militar
Centenas de pessoas estão deixando o hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, após receberem uma ordem do Exército israelense. Soldados que estão realizando operações militares na região há quatro dias consecutivos determinaram a desocupação no prazo de uma hora. Embora a maioria das pessoas tenha deixado o local, cerca de 120 feridos e um grupo de bebês prematuros ainda permanecem nas instalações. Autoridades médicas estão preocupadas com a situação e afirmam que vários médicos permaneceram no hospital para continuar atendendo os pacientes. Já Tel Aviv afirma que facilita a saída dos civis a pedido da direção do local.
De acordo com informações da ONU, aproximadamente 2.300 pacientes, equipes médicas e refugiados estavam presentes no hospital Al-Shifa antes da ordem de desocupação. Essa situação tem despertado preocupação internacional sobre o destino dessas pessoas. Por outro lado, Israel alega que o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, está utilizando o estabelecimento como base militar. O exército israelense entrou em contato com o diretor do hospital, Mohamed Abu Salmiya, solicitando que todos os pacientes, feridos, deslocados e equipe médica deixassem o local e se dirigissem a pé para a avenida costeira, que fica próxima ao hospital, na Cidade de Gaza, dentro do prazo estabelecido. Nos últimos dias, soldados israelenses têm realizado interrogatórios dentro do hospital Al-Shifa e vasculhado cada prédio do complexo médico. Por da Redação/JP
Biden diz que Autoridade Palestina deveria governar Gaza e Cisjordânia após guerra
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirma em artigo publicado no jornal americano The Washington Post neste sábado (18) que a Autoridade Palestina deveria ser, ao fim do conflito entre Israel e Hamas, a responsável pela governança unificada da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.
O democrata diz que uma Autoridade Palestina “revitalizada” é o caminho para paz e para o objetivo final de construção da solução de dois Estados, palestino e israelense, na região.
“Não pode haver [após o fim do conflito] deslocamento forçado de palestinos de Gaza, reocupação, cerco, bloqueio ou redução de território”, afirma também Biden, em recado a Tel Aviv.
Depois do ataque do Hamas que deixou 1.200 mortos no dia 7 de outubro, Israel declarou guerra ao grupo terrorista, lançou ataques aéreos e deu início a campanha militar terrestre na Faixa de Gaza com o objetivo de “eliminar” a facção extremista.
Tel Aviv apertou o cerco contra o território, cujas fronteiras terrestres e marítimas controla direta ou indiretamente, e bloqueou a entrada de comida, água, combustível e materiais essenciais antes de lançar sua ofensiva terrestre. Desde então, 12 mil palestinos morreram em Gaza, de acordo com autoridades locais.
Após 1 mês e 11 dias de declaração de guerra, com o Exército de Israel anunciando que o Hamas já não controla a Faixa de Gaza, aliados de Tel Aviv, como Washington, e a comunidade internacional de maneira gera, têm se voltado para soluções para o cenário pós-guerra no território palestino, antes dominado pela facção extremista desde 2007.
O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, já afirmou em mais de uma ocasião que Israel pretende ocupar o território após o eventual fim do Hamas e ser responsável pela segurança da área. Não está claro como isso se daria, e fala recente de Netanyahu nesse sentido gerou repercussão negativa inclusive dentro de seu governo. Ele até chegou a voltar atrás na declaração, mas depois a reiterou.
Os Estados Unidos, no entanto, não concordam com uma reocupação de Israel no território. Em meados de outubro, Biden avaliou que uma eventual ocupação de Gaza por Israel seria uma “grande erro” —momento em que também defendeu a criação de um Estado palestino, como preconizam os Acordos de Paz de Oslo, assinados em 1993, em Washington.
A Autoridade Palestina foi criada no contexto dos acordos de 1993. Hoje, após 30 anos, a estrutura de governança está sob grave crise de legitimidade entre palestinos e na Cisjordânia, único território que governa —mas onde, na prática, tem pouca força e vê crescer o apoio a outros grupos, inclusive o Hamas.
O presidente americano também afirmou em seu texto que tem sido enfático com Israel sobre a necessidade de que a violência extremista na Cisjordânia tenha fim e agressores sejam responsabilizados. “Os Estados Unidos estão preparados para tomar nossos próprios passos, incluindo a emissão de proibição de vistos a extremistas que atacam civis na Cisjordânia”, escreveu o democrata.
A violência na Cisjordânia tem crescido desde o início do conflito em Gaza, com mais de 250 ataques de colonos israelenses no território ocupado. A média diária de agressões desde o dia 7 de outubro chegou a 6 ataques, contra média de 3 em todo o primeiro semestre deste ano.
Folhapress
Catar negocia com Hamas e Israel libertação de reféns em troca de três dias de cessar-fogo
Acordo, que está sendo coordenado com os Estados Unidos, também fala sobre liberar mulheres e crianças palestinas que estão em prisões israelenses
O Catar negocia com Israel e o Hamas um acordo para a libertação de 50 reféns em troca de três dias de cessar-fogo, informou, nesta quarta-feira, 15, uma fonte que estar a par das negociações. Caso se concretize, essa será a maior libertação desde o começo da guerra que chegou ao seu 40º dia. Até o momento, apenas quatro reféns foram libertos, sendo todos mulheres, suas israelenses e duas norte-americanas. O acordo, que está sendo coordenado com os Estados Unidos, também fala sobre a libertação de mulheres e crianças palestinas que estão em prisões em Israel, contudo, ainda não se sabe quantas teriam direito a essa liberdade. A proposta também inclui aumento da ajuda humanitária. Segundo as informações iniciais, o Hamas já teria concordado, contudo, Israel ainda não teria dado sinal verde. O país exige uma lista completa de todos os civis que estão sequestrados na Faixa de Gaza. São 240 reféns, segundo o último balanço israelense.
Desde o começo do conflito o Catar tem se movimentado para ajudar nas negociações de libertação dos reféns. O país possui uma relação próxima com o grupo terrorista e abriga o escritório político do grupo. Nesta quarta, o Catar exigiu uma “investigação internacional” sobre as operações militares israelenses contra hospitais na Faixa de Gaza e denunciou a incursão ao Al Shifa como um “crime de guerra”. O Catar “condena com a máxima firmeza” a operação em Al Shifa, a qual considera como “um crime de guerra e uma violação flagrante das leis e acordos internacionais”, disse o Ministério das Relações Exteriores desta monarquia do Golfo em um comunicado.
O Exército israelense realizou nesta quarta-feira uma operação no principal hospital de Gaza, onde milhares de palestinos se refugiam. Israel afirma que o Hamas usa o hospital Al Shifa como base militar, uma acusação apoiada pelos Estados Unidos e negada pelo movimento islamista. O Catar pede “uma investigação internacional urgente, com investigadores independentes da ONU, sobre as operações contra hospitais realizadas pelo exército de ocupação israelense”. Também insta a comunidade internacional a “agir urgentemente para responsabilizar Israel por seus atos e dissuadi-lo de cometer outros crimes contra civis”. Catar pede ‘investigação internacional’ de operações militares de Israel em hospitais de Gaza
*Com informações da Reuters
Conselho de Segurança aprova resolução diluída sobre Oriente Médio
![]() |
O placar foi de 12 votos a favor, incluindo o do Brasil, nenhum contra e 3 abstenções (EUA, Rússia e Reino Unido) |
Depois de quatro votações fracassadas, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta quarta (15) uma resolução sobre o conflito no Oriente Médio após os ataques de 7 de Outubro a Israel pelo grupo terrorista Hamas. O documento pede pausas e corredores humanitários “urgentes e prolongados” e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns.
O placar foi de 12 votos a favor, incluindo o do Brasil, nenhum contra e 3 abstenções (EUA, Rússia e Reino Unido). Antes da votação, Moscou propôs uma emenda pedindo a cessação das hostilidades, a qual foi rejeitada.
O texto, apresentado por Malta, é uma versão diluída das propostas anteriores discutidas pelo Conselho -uma de autoria do Brasil, duas da Rússia e uma dos EUA. O principal entrave para a aprovação desses textos foi o embate entre Washington, de um lado, e Moscou e Pequim, de outro.
As principais diferenças da resolução aprovada nesta quarta são a ausência de uma condenação dos ataques pelo Hamas como terroristas, e tampouco uma pressão direta para que Israel siga o direito internacional em suas operações em Gaza, que já deixaram mais de 11 mil civis mortos.
Os EUA justificaram sua abstenção justamente pela ausência de uma condenação aos ataques terroristas pelo Hamas, mas elogiaram o pedido para a libertação de reféns e de pausas humanitárias.
A resolução enfatiza o impacto do conflito sobre crianças, que formam quase metade da população da região sob ataque de Tel Aviv. O texto expressa a preocupação com o acesso a itens básicos, como alimentos e água, possibilidade de resgate de crianças em escombros, e evacuação de feridos.
A linguagem, no entanto, é mais nuançada do que a de resoluções anteriores –a resolução “solicita” as pausas, em vez de exigir, verbo usado pelo texto aprovado na Assembleia-Geral, mas cujo caráter é apenas recomendatório.
O texto aprovado pelo Conselho nesta quarta, por sua vez, obriga as partes a segui-lo, sob risco de sofrerem punições se desrespeitado.
Membro do órgão até 31 de dezembro, o Brasil trabalha, junto com os outros nove integrantes não permanentes, em uma outra resolução sobre o conflito no Oriente Médio.
Falta de acordo em torno do texto, no entanto, sobretudo pela China, que presidente o Conselho neste mês, travou o avanço da resolução.
Fernanda Perrin / Folhapress
Israel invade hospital na Faixa de Gaza e diz encontrar armas do Hamas
![]() |
Os militares dizem que o local era usado como base de comando pelo Hamas, o que o grupo terrorista nega |
As Forças de Defesa de Israel (IDF) invadiram o maior hospital da Faixa de Gaza, o Al-Shifa, na madrugada desta quarta-feira (15), noite de terça (14) no Brasil. Os militares dizem que o local era usado como base de comando pelo Hamas, o que o grupo terrorista nega.
No fim da quarta, com a operação de revista do hospital ainda em curso, os militares divulgaram imagens do que seriam centros de comando encontrados na ala invadida, além de armas, granadas e coletes balísticos apreendidos. Para Israel, a infraestrutura prova que o local era um centro importante para ações militares, escudado pelos seus milhares de pacientes.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) condenou a ação, que considerou “inaceitável”. “Hospitais não são campos de batalha”, postou no X o etíope Thedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da entidade. Não houve relatos, após informações desencontradas, de confronto dentro da unidade.
Trata-se de uma das mais delicadas ações do Estado judeu desde que ele iniciou a guerra para destruir o Hamas que promoveu no dia 7 de outubro o maior ataque terrorista dos 75 anos de história israelense, matando ao menos 1.200 pessoas e tomando 240 reféns. “Não há lugar em Gaza que nós não possamos chegar, nenhum abrigo para os assassinos do Hamas”, disse o premiê Binyamin Netanyahu.
A retaliação tem sido brutal, com sua proporção sendo condenada pela ONU que se disse “horrorizada” com a invasão do Shifa e colocada em dúvida até por setores do governo americano, maior aliado de Tel Aviv. Os palestinos chegaram a parar de contar os óbitos na terça, devido a falhas de comunicação. Nesta quarta, o Hamas divulgou uma atualização da cifra, com 11,5 mil mortos; os números, porém, não são validados pela OMS, que aponta problemas para fazer a contagem devido ao blecaute geral no território palestino.
“A operação é baseada em inteligência e necessidade operacional. A ação não quer machucar pacientes, equipes médicas ou os cidadãos que estão no hospital”, afirmou Daniel Hagari, o porta-voz militar das IDF. Segundo a OMS, no domingo (12) havia cerca de 1.500 refugiados, 600 pacientes e 500 médicos e funcionários no local.
Pouco antes, às 2h (21h no Brasil), o Exército afirmou no X que conduzia “uma operação precisa e focada numa área específica do Hospital Al-Shifa”. Elas afirmaram ter equipes médicas que falam árabe para operar no local e disseram ter dado 12 horas para que o Hamas se rendesse ”infelizmente, eles não o fizeram”, completava o texto.
Segundo testemunhas, cujos relatos não foram comprovados, seis tanques invadiram o complexo, e cerca de cem soldados, uma ala do local. Na quarta, num esforço para comprovar suas intenções, as IDF divulgaram fotos e vídeos de caixas identificadas com cartazes em inglês como sendo de suprimentos médicos entregues ao local.
Nos últimos dias, Hagari e outros oficiais sustentavam que o hospital mantinha terroristas do Hamas em suas dependências, além de abrigar um centro de comando militar do grupo palestino que comanda Gaza desde 2007. Esse centro fica, dizem as IDF, em túneis abaixo do prédio.
Na terça, a Casa Branca disse ter confirmado o relato de Tel Aviv e reiterou isso nesta quarta. O Hamas e o hospital, que é gerido pelo grupo, afirma que isso é propaganda do Estado judeu. Segundo relatos da imprensa em Tel Aviv, cinco membros do Hamas teriam sido mortos no começo da ação, mas não há confirmação independente.
É fato notório que o grupo se imiscui entre civis e suas estruturas como forma de se proteger dos bombardeios mais pesados de Israel, que por sua vez o acusa de usar escudos humanos. Mas uma explosão atribuída antes por Tel Aviv aos palestinos junto ao prédio foi apontada como sendo israelense em uma investigação do jornal The New York Times.
O Al-Shifa começou a ser cercado no final da semana passada por tanques, e há registro de combates junto a seus portões. Boa parte de seus então estimados 2.000 pacientes deixou o local rumo ao sul da Faixa de Gaza, área em que há bombardeios, mas não ainda uma operação terrestre como a que isolou o norte do território.
A ação começou no dia 27 de outubro e, segundo a ONU, 200 mil pessoas deixaram o norte da região desde então.
Antes da guerra, todo o território palestino tinha 2,3 milhões de habitantes, 600 mil só na capital, a Cidade de Gaza. Muitos já haviam ido para o sul após ultimato israelense, inclusive o grupo de 32 brasileiros que foi repatriado na segunda (13).
Sem especificar detalhes, Hagari afirmou que Israel irá transferir material médico, comida e incubadoras para bebês na sequência da operação militar. Um dos médicos do local, Ahmed El Mokhatallali, afirmou à rede americana NBC que 3 dos 39 prematuros que estavam sob cuidados intensivos já morreram desde que o cerco ao local começou.
“A ocupação [Israel] nos informou que atacaria em minutos”, disse à Al Jazeera o porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, Ashraf al-Qidra. Depois, o grupo afirmou no Telegram que “culpava a ocupação e o presidente [americano, Joe] Biden” pela ação no hospital, antevendo “um massacre”.
Antes, houve combates e cerco a outras unidades hospitalares de Gaza. A OMS diz que 20 dos 36 principais centros de saúde do território estão inoperantes, incluindo o Shifa (a cura, em árabe). O hospital também serve de abrigo para milhares de refugiados, e nesta terça o centro anunciou ter aberto uma vala comum para enterrar mortos em seu terreno, já que seu necrotério está lotado.
A crise humanitária é o maior calcanhar de Aquiles político de Israel, mas, diferentemente de outras duas grandes operações em Gaza (em 2009 e em 2014), desta vez tudo indica que Tel Aviv está disposta a repetir a reação ao ataque da Guerra do Yom Kippur, em 1973, e ir até o fim de seu objetivo declarado.
Igor Gielow / Folhapress
Vídeo mostra caça chinês J-20 mostrando prontidão de combate e disparando míssil PL-10 pela 1ª vez
Um vídeo inédito publicado pelo Ministério de Defesa Nacional Chinês, mostra o caça chinês J-20 de quinta geração, lançando um míssil PL-10 e demonstrando sua prontidão de combate.
Os observadores afirmam que o J-20 se envolveu em vários lançamentos de munições reais ao longo dos anos e que esta foi apenas a primeira vez que foi capturado em vídeo.
O curto clipe de um segundo mostra o J-20 em vôo nivelado, lançando um míssil que segue em frente. As imagens subsequentes mostram dois J-20 atrás de um avião-tanque de reabastecimento aéreo Y-20. Um breve ângulo indica o J-20 no lado direito conectado ao tubo a partir de sua sonda extensível e oculta
Este também é o primeiro desde que a escotilha da sonda foi capturada. No último show aéreo de Zhuhai, a mídia e os visitantes clicaram no J-20 taxiando, estacionaram na pista de perto e fotografaram a escotilha fina e retangular. Mas a forma da sonda permaneceu um mistério. No vídeo mais recente, parece ter um formato curvo.
O PL-10 é um míssil ar-ar guiado por infravermelho, desenvolvido pela República popular da China.
Ele foi projetado pelo Dr. Liang Xiaogeng no Centro Eletro-Óptico Luoyang, que também é conhecido como Instituto 612 e foi renomeado em 2002, como Instituto de Pesquisa de Mísseis Ar-Ar Guiados da China.
O post Vídeo mostra caça chinês J-20 mostrando prontidão de combate e disparando míssil PL-10 pela 1ª vez apareceu primeiro em TechBreak.
https://www.msn.com/
Direita da Espanha reúne milhares em ato enquanto Sánchez se prepara para novo mandato
![]() |
O PP organizou manifestações em 52 capitais de províncias |
O PP organizou manifestações em 52 capitais de províncias. O maior evento aconteceu em Madri. Ali, na Porta do Sol, marco zero da cidade, 80 mil pessoas se reuniram por volta do 12h do horário local (8h em Brasília) segundo dados do governo. O PP rebateu o número, inicialmente divulgando que atraiu 500 mil manifestantes. Depois, elevou a cifra para 1 milhão.
“Não ficaremos calados até que possamos voltar a falar em eleições e a votar novamente. O que está sendo feito [pelo governo] é o oposto daquilo em que votamos. Eles têm medo das urnas. Nós, espanhóis, temos o direito de dar a nossa opinião”, afirmou Alberto Nuñez Feijóo, líder do partido conservador, em Madri.
Nas ruas, liam-se cartazes como “Espanha vendida por sete votos”; “Sánchez e Puigdemont [líder do Junts] para a prisão”; “Sánchez, demita-se”; “Espanha de pé”; “Contigo voltamos à Espanha negra”;”Sem anistia”;”Queremos votar. Não houve relatos de violência.
Os eventos deste domingo parecem ser o clímax de uma série de protestos que começou há cerca de uma semana, quando o Vox, de ultradireita, passou a convocar seus apoiadores para se manifestar contra a anistia em frente às sedes do PSOE em Madri e outras cidades. Alguns desses atos descambaram para a violência, como na terça-feira (7), quando 29 policiais e 10 manifestantes acabaram feridos.
O polêmico acordo concede anistia aos membros do Junts que foram presos e sofrem processos após proclamarem a independência da Catalunha sem respaldo legal em 2017. Ele foi a forma que Sánchez encontrou de obter maioria do Congresso na votação de sua investidura para liderar por mais quatro anos o governo da Espanha.
Nesta semana, aliás, o líder deve finalmente subir à tribuna do Congresso dos Deputados para o debate de investidura que deve garantir a ele um novo mandato. Ao final, apesar de perder para a direita em números absolutos nas eleições gerais de 23 de junho, ele foi capaz de fazer acordos com todos os partidos políticos representados no Congresso, com exceção do PP (137 cadeiras), do Vox (33) e da União do Povo Navarro (apenas um deputado). Terá, portanto, esses 171 votos contrários entre os 350 do Congresso.
Os outros 179 deverão dizer “sim” a Sánchez, garantindo a ele a maioria na Casa. O debate de investidura está previsto para começar na quarta-feira (15) e ter resultado na quinta.
Folhapress
Mario Vargas Llosa e 8 ex-presidentes latino-americanos declaram apoio a Milei
![]() |
Milei disputa o pleito com o peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia, no próximo domingo, 19 de novembro |
Milei disputa o pleito com o peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia, no próximo domingo, 19 de novembro.
Em publicação nas redes sociais, a chapa liderada por Milei, A Liberdade Avança, agradeceu o apoio e divulgou a carta. Assinaram o comunicado os colombianos Iván Duque e Andrés Pastrana; os mexicanos Felipe Calderón e Vicente Fox; o boliviano Jorge Quiroga; o porto-riquenho Luis Fortuño; e o chileno Sebastián Piñera.
Ainda estão entre os signatários Mauricio Macri, presidente da Argentina entre 2015 e 2019 que já havia declarado apoio a Milei antes; e Mariano Rajoy, primeiro-ministro da Espanha entre 2011 e 2018.
No texto, eles afirmam que um eventual novo governo peronista representaria a continuidade de “um modelo econômico corporativo fracassado”. Segundo eles, seu plano “nada mais é que o projeto original de Néstor e Cristina Kirchner: alcançar a hegemonia política à custa do orçamento e da punição da oposição”.
Ainda no comunicado, os líderes dizem que têm “muitas diferenças” com Milei, mas que ele crê nos ideais de liberdade e “tem um diagnóstico muito correto sobre o problema da economia do país”.
“Os signatários abaixo consideram que um novo mandato kirchnerista sepultaria os frágeis anticorpos que a Argentina ainda tem”, concluem.
Milei tem aparecido na frente, com leve diferença, na maioria das pesquisas eleitorais para o segundo turno. A segunda e última sondagem de segundo turno da AtlasIntel, divulgada na sexta (10), mostra 52,1% das intenções de voto para Milei e 47,9% para Massa, com margem de erro de um ponto percentual para mais ou para menos.
O ultraliberal atrai a maior parte dos votos de Patricia Bullrich, macrista que representa a direita tradicional e passou a apoiar o ex-adversário no segundo turno, após perder o primeiro com 23,8% dos votos.
Folhapress
Brasileiros cruzam a fronteira de Gaza com o Egito
![]() |
Grupo de 32 pessoas segue para o Brasil em aeronave da Presidência |
O grupo de brasileiros acompanhado pelo Governo Federal que aguardava permissão de autoridades de Egito, Israel e da Autoridade Palestina cruzou a fronteira entre Gaza e Egito, no Portal de Rafah, neste domingo, 12 de novembro. “O grupo de 32 brasileiros e familiares já se encontra em território egípcio, onde foi recebido por equipe da embaixada do Brasil no Cairo, responsável pela etapa final da operação de repatriação”, oficializou uma postagem do Itamaraty às 5h41 desta madrugada na rede social X (antigo Twitter). “Duas pessoas do grupo que constavam da lista original, de 34 nomes, desistiram da repatriação e decidiram permanecer em Gaza”, completou o comunicado.
Agência Brasil
Fronteira de Gaza reabre no domingo, dizem autoridades; brasileiros têm prioridade, mas saída é incerta
A possível reabertura, porém, não garante a fuga das 34 pessoas que o Itamaraty tenta resgatar da zona de guerra há mais de um mês
Depois de mais um dia de trânsito entre a Faixa de Gaza e o Egito suspenso, a autoridade responsável pela fronteira anunciou que a passagem de Rafah, que liga os dois territórios, será reaberta no domingo (12) para quem tiver passaporte estrangeiro. A possível reabertura, porém, não garante a fuga das 34 pessoas que o Itamaraty tenta resgatar da zona de guerra há mais de um mês. Isso porque, embora o Brasil tenha prioridade, de acordo com o embaixador brasileiro em Israel, ambulâncias têm a prerrogativa de passar em primeiro lugar –e não se sabe quantos veículos com feridos aguardam na fronteira.
“Por determinação do Egito, primeiro passam as ambulâncias e em seguida saem os estrangeiros”, afirmou Frederico Meyer, embaixador do Brasil em Israel, à Folha. “Essa expectativa de que eles saíssem existia ontem e hoje, mas não aconteceu. Temos essa expectativa amanhã também, e eu espero que aconteça.” Entre os estrangeiros, segundo Meyer, não há uma lista hierarquizada. “O que nós temos é a garantia dos israelenses de que nós seríamos os primeiros”, afirma o embaixador.
Rafah é a única saída de Gaza que não é controlada por Israel, ainda que o país tenha poder de veto sobre o processo. Após um período aberta, a passagem foi fechada durante a tarde de quinta (9) devido a suspeitas de que o Hamas tivesse infiltrado combatentes como motoristas de ambulâncias que levam feridos graves para o país africano. Na última sexta-feira (10), de acordo com Meyer, passaram cinco ambulâncias, e depois o posto foi fechado novamente.
O oficial palestino responsável pela fronteira disse à agência de notícias Reuters que a suspensão ocorreu devido a problemas para transportar resgatados por motivos médicos.
Daniela Arcanjo / Folhapress
Quem é Javier Milei, o ultraliberal que queria explodir a política Argentina
Quem conheceu Javier Milei apenas alguns anos atrás jamais poderia imaginar que hoje ele abraçaria multidões, encheria estádios e estaria a poucos passos de se tornar o próximo presidente da Argentina. Relações humanas não eram o forte da criança solitária, do adolescente agredido pelo pai e do adulto que via em seu cachorro seu único amigo.
“Era um ermitão”, descreve o advogado Carlos Maslatón, uma das poucas pessoas com quem Milei se sentava para ter longas conversas sobre filosofia econômica há uma década. Naquela época, a palavra dolarização, hoje mantra do candidato ao lado da proposta de “explosão” do Banco Central, ainda não estava no vocabulário do ultraliberal.
Maslatón tinha um programa de rádio e foi incumbido por um editor de convidar o então professor universitário de 40 e poucos anos para uma conversa ao ar. O papo rendeu, e a amizade se estendeu por longos dez anos. Como muitas outras, porém, ela ficaria pelo caminho à medida que Milei ia se aproximando da Casa Rosada.
“Ele tem um problema quando o contradizem, irrita-se com opiniões diferentes das dele e é inseguro, por isso reage gritando e insultando”, diz o ex-amigo, que sabia que o corte seria definitivo quando decidiu fazer uma crítica pública ao economista em plena corrida eleitoral, em meados de 2022. Àquela altura, Milei já havia viralizado nas redes sociais e sido eleito deputado nacional.
Um personagem ou um excêntrico real? Para o jornalista Juan Luis González, que conversou com dezenas de pessoas de sua vida pregressa à política para a biografia não autorizada “El Loco”, o Milei público e o privado “são a mesma pessoa, e justamente por isso funcionou”.
Pelo mesmo motivo, o repórter se espantou com a personalidade mais moderada e menos “anticasta” que ele vem apresentando desde que passou para o segundo turno.
“Pela primeira vez, Milei está mentindo”, diz, citando o apoio que o extremista recebeu da direita tradicional do ex-presidente Mauricio Macri e da ex-adversária Patricia Bullrich desde então. “A grande novidade não é a aliança política, mas como ele mudou seu discurso para justificá-la. Sua loucura sempre teve certa coerência, ele antes não dizia coisas nas quais não acreditava.”
Por trás da instabilidade, porém, há quem descreva certa ternura –talvez puxada pela solidão, especula González. Milei nasceu 53 anos atrás na capital Buenos Aires, filho de uma dona de casa e de um motorista de ônibus que mais tarde lograria uma rara ascensão social, passando a dono de linhas de transporte. Um homem duro, segundo o próprio filho, que lembra o dia de sua pior surra.
Foi em 2 de abril de 1982, quando as Forças Armadas comandadas pela ditadura argentina invadiram as Ilhas Malvinas, iniciando uma guerra que duraria dez semanas contra os ingleses. O Milei de 11 anos que assistia o feito na TV opinou que a invasão era um delírio e terminaria em derrota –o que de fato ocorreu.
“Meu pai ficou furioso e começou a me bater com socos e chutes, por toda a cozinha”, contou o próprio ao portal Perfil em 2018. Naquele dia, sua irmã mais nova e braço direito, Karina, passou mal e foi internada. Se ela morresse, a culpa seria do primogênito, disse a ele sua mãe. “Quando cresci, ele parou de me bater para exercer violência psicológica”, narrou ele, que cortou relações com o pai e, na época da entrevista, disse fazer terapia.
O Milei da puberdade tinha como maiores ídolos os Rolling Stones, dos quais fazia covers com sua banda Everest, traço que conserva até hoje nas jaquetas de couro e nos atos de campanha que mais parecem shows de rock. Também foi goleiro e chegou a jogar profissionalmente em divisões inferiores do Chacarita Juniors, pequeno clube da capital argentina.
Mas o que queria mesmo era se tornar economista, formando-se mais tarde na Universidade de Belgrano. Dedicaria grande parte de seu tempo nas últimas duas décadas à carreira acadêmica na Universidade de Buenos Aires (UBA) e na Universidad del Salvador (Usal).
Nessa última, conheceu um de seus mais notáveis discípulos, Ramiro Marra, 40, deputado e candidato derrotado ao governo da capital. A Folha tentou falar com ele, mas não teve resposta. “Se você mencionasse [John Maynard] Keynes para Milei, você não passava”, já ironizou o pupilo, referindo-se ao economista inglês que defendia a intervenção estatal nos mercados.
Antes disso, o ultraliberal iniciou sua carreira no setor privado, atuando no banco HSBC e na empresa Máxima, administradora de aposentadorias e pensões. Também teve cargos mais contraditórios à sua versão atual, como o de economista-chefe da Fundação Acordar, think tank de políticas públicas ligado a Daniel Scioli, peronista que perdeu a Presidência para Macri em 2015 e hoje é embaixador no Brasil.
Mas como Milei passou da criança solitária e do professor universitário a político influente? Para González, a resposta está em um nome: Eduardo Eurkenian, bilionário argentino dono do conglomerado de mídia e aeroportos Corporação América, para o qual o economista trabalhou por 13 anos.
Segundo o jornalista, o empresário é quem teria impulsionado as primeiras aparições midiáticas de Milei –na intenção de denegrir a imagem do então presidente Macri– e depois financiado sua candidatura a deputado, o que ambos negam.
Mas o fenômeno saiu do controle de Eukernian quando Milei viralizou nas redes. Hoje o empresário chama o candidato de potencial ditador e critica suas ofensas ao papa Francisco.
O ano em que Milei começou a ter destaque como comentarista na TV foi 2017, o mesmo em que seu cachorro Conan morreu. O mastim inglês de quase 100 kg foi o único que estava sempre ao seu lado, como o presidenciável já disse várias vezes –incluindo o momento em que ele próprio chegou a pesar 120 kg, ao ficar desempregado aos 30 e poucos anos.
Por isso, o ultraliberal resolveu cloná-lo pagando mais de US$ 50 mil (R$ 250 mil na cotação atual) a uma empresa americana, de acordo com o The New York Times. Gerou cinco cachorros a partir do DNA de Conan, que batizou com nomes de economistas conservadores e chamou de filhos ao vencer as primárias de agosto, derrotando as duas maiores forças políticas do país.
A essa altura, porém, Milei já tinha mais companhia. Pouco antes daquele domingo, anunciou um namoro com a comediante Fátima Florez. Seu entorno diz que o relacionamento é muito real, apesar do timing suspeito.
Seu cabelo continua despenteado, já que segundo ele “a mão invisível lhe penteia”. Mas agora menos.
Júlia Barbon / Folhapress
Papa afasta bispo americano contrário à aproximação da Igreja com LGBTQIA+
![]() |
Papa Francisco |
Nomeado em 2012 pelo papa Bento 16 (1927-2022), Strickland vinha se opondo às tentativas do pontífice de tornar a Igreja Católica mais acolhedora para a comunidade LGBTQIA+.
O desligamento de um religioso deste patamar é uma medida rara. O ato se dá poucos meses após o papa ter enviado outros dois bispos americanos para visitar a diocese de Tyler, no Texas, em junho deste ano. Segundo a agência Reuters, a ação fez parte de uma investigação do Vaticano sobre a gestão financeira da diocese administrada por Strickland.
Normalmente, os bispos são orientados a renunciar quando têm problemas com a Igreja Católica -a destituição acontece como última medida, quando o religioso se recusa a fazer o pedido. Aos 65 anos, dez a menos que a idade de aposentadoria de bispos, Strickland tinha afirmado antes que não renunciaria.
Apoiador do ex-presidente Donald Trump, o bispo é um dos maiores expoentes da ala católica ultraconservadora nos EUA. Em agosto, Francisco havia lamentado o caráter “reacionário” da Igreja Católica no país, e afirmou que lá a ideologia política substituiu a fé em alguns casos.
Folhapress
Assinar:
Postagens (Atom)

Destaques
Ouça aqui: Rádio Gospel de Ipiaú
Web Rádio Gospel de Ipiaú
Total de visualizações de página
Siga-nos
Públicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade.
Publicidade
Publicidade.
Publicidade.

Publicidade
Publicidade

Publicidade

Postagens mais visitadas
Programa Tribuna 91 FM
