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Casa Branca e Embaixada do Brasil nos EUA postam foto de Lula e Trump juntos e elogio do americano ao encontro: 'é uma grande honra estar com o presidente do Brasil'

Líderes se reuniram neste domingo (26), durante Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

A Casa Branca postou neste domingo (26), uma foto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumprimentando o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dois líderes se encontraram durante a Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

"É uma grande honra estar com o presidente do Brasil. Acho que conseguiremos fechar bons negócios para ambos os países. Sempre tivemos um bom relacionamento — e acho que continuará assim", disse o presidente, segundo publicação da Casa Branca em suas redes sociais.

A Embaixada dos EUA no Brasil também postou a mesma foto para anunciar o encontro dos presidentes. Há pouco mais de um mês, as postagens focavam em tolerância zero à imigração ilegal e republicações sobre falas de integrantes do governo americano ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes


Essa foi a primeira vez que os líderes se encontraram oficialmente para conversar sobre as tarifas impostas pelos EUA às exportações brasileiras. Antes disso, Trump e Lula chegaram a falar por telefone e se encontraram brevemente na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro.

Em entrevista a jornalistas após a reunião, o ministro das relações exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que o encontro foi positivo, e reiterou que Lula voltou a pedir a suspensão das tarifas durante o período de negociação.
"Trump declarou que dará instruções à sua equipe para começar um processo de negociação bilateral", afirmou.

A expectativa do governo brasileiro era de um encontro entre as equipes ainda na noite deste domingo, no horário da Malásia, segundo o chanceler Mauro Vieira. Houve, entretanto, uma conversa por telefone entre ele e Jamieson Greer, e o encontro ficou para a manhã de segunda-feira (27).

"Nós esperamos em pouco tempo agora, em algumas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana ao Brasil", completou Vieira, reiterando que os representantes brasileiros devem pedir que as tarifas sejam suspensas durante o período de negociação.

Vieira também informou que os líderes estabeleceram a necessidade de uma visita recíproca.

"O presidente Trump quer ir ao Brasil e o presidente Lula aceitou também, disse que irá com prazer aos Estados Unidos no futuro", disse o chanceler.


Falas sobre Bolsonaro

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, afirmou que os presidentes não abordaram diretamente a questão do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a reunião.

"O que o presidente Lula usou como exemplo é a injustiça da aplicação da Lei Magnitsky contra algumas autoridades do STF [Supremo Tribunal Federal] e o quão injusta é a aplicação dessa lei sobre esses ministros porque repeitou-se o devido processo legal e não há nenhuma perseguição política ou jurídica", afirmou o secretário.

Durante entrevista a jornalistas mais cedo, feita antes da reunião, Trump disse que se sente mal pelo que Bolsonaro passou no Brasil.

"Eu sempre gostei dele. Eu me sinto muito mal sobre o que aconteceu com ele. Sempre achei que ele era um cara honesto, mas ele passou por muita coisa", afirmou o republicano.

Interlocução com a Venezuela

Segundo Vieira, o presidente Lula também teria abordado a situação entre os EUA e a Venezuela, tendo se prontificado a ser um contato de comunicação entre a Venezuela e os Estados Unidos.

"O presidente Lula disse que a América do Sul é uma região de paz e se prontificou a ser interlocutor, como foi no passado, com a Venezuela, para se buscar soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países", disse o chanceler.

"[Lula também disse] que o Brasil estará sempre disposto a atuar como elemento da paz e do entendimento, o que sempre foi a tradição do Brasil e continuará sendo", completou.

Por Redação g1 — São Paulo

Navio de guerra dos EUA chega a Trinidad e Tobago em meio a tensão crescente com Venezuela

Donald Trump intensifica sua pressão sobre Nicolás Maduro no mesmo dia em que Lula se ofereceu para mediar conflito

Chegada do USS Gravely e de uma unidade de fuzileiros navais havia sido anunciada na quinta-feira (23) pelo governo do arquipélago vizinho à Venezuela Port of Spain (Trinidad e Tobago)

Um navio de guerra lança-mísseis americano chegou neste domingo (26) a Trinidad e Tobago, pequeno arquipélago situado em frente à Venezuela, em um momento em que Donald Trump intensifica sua pressão sobre Nicolás Maduro, constataram jornalistas da AFP na capital trinitina, Port of Spain.

O navio estava visível no domingo pela manhã diante do porto da cidade, que me linha reta fica a cerca de 570 km de Caracas. A chegada do USS Gravely, assim como de uma unidade de fuzileiros navais para exercícios com o Exército trinitino, havia sido anunciada na quinta-feira (23) pelo governo local.
Na sexta (24), o Pentágono anunciou o envio ao Caribe do USS Gerald R. Ford, o maior e mais poderoso porta-aviões do mundo, e de outras embarcações que o acompanham.

A chegada do navio de guerra USS Gravely ocorre no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT) se encontrou com Donald Trump e se ofereceu para mediar a tensão entre Washington e a Venezuela.

Segundo o chanceler Mauro Vieira, Lula disse que a América do Sul é uma região de paz, e o Brasil estaria disposto a atuar pra a promoção da paz e do entendimento entre as nações.

Lula e Trump se encontraram na tarde deste domingo (26) em Kuala Lampur, na Malásia, onde participam da cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático, em português). O encontro conteceu por volta das 16h do horário local (5h de Brasília) e durou cerca de 50 minutos.

O tema principal da conversa foram as tarifas impostas pelo americano ao Brasil, mas outros assuntos também foram tratados.

https://www1.folha.uol.com.br/mundo

Brasil ganha mais como parceiro dos EUA que da China, diz secretário de Estado Marco Rubio

"Achamos que, a longo prazo, é benéfico para o Brasil fazer dos Estados Unidos seu parceiro preferencial em comércio, em vez da China", afirmou neste sábado (25) o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.

A declaração foi dada, segundo o governo americano, a jornalistas que viajavam em seu avião a caminho de Kuala Lampur, na Malásia, onde espera-se que aconteça neste domingo uma reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump. Os dois participam como convidados da cúpula da Asean (Associação dos Países do Sudeste Asiático, em português).

O secretário de Estado afirmou ainda que questões políticas podem estar ligadas no possível acordo com o Brasil.

"Obviamente, temos alguns problemas com o Brasil, particularmente com a forma como eles têm tratado alguns de seus juízes, com o setor digital nos Estados Unidos, com os indivíduos localizados nos Estados Unidos, por meio de postagens nas redes sociais. Teremos que resolver isso também", disse ele.

"Isso se tornou um problema em tudo isso. Mas o presidente vai explorar se há maneiras de resolver tudo isso, porque achamos que será benéfico fazê-lo. Vai levar algum tempo."

O encontro não aparece na agenda oficial do presidente brasileiro, mas espera-se que ocorra no final da tarde no horário local (começo da manhã deste domingo, 26, no Brasil) e que os presidentes discutam, sobretudo, as tarifas impostas ao Brasil pelos EUA.

A organização do encontro entre os presidentes brasileiro e americano envolveu a ação de empresários e diplomatas, e foi marcada pelo temor do governo brasileiro de que o local onde ocorresse a reunião poderia influenciar o comportamento do líder dos Estados Unidos.

Enquanto Lula irá mirar na redução das taxas e nas medidas impostas a autoridade brasileiras, como a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, Trump deve focar no acesso ao mercado de etanol no Brasil e na regulamentação das big techs.

Em conversa com jornalistas antes de embarcar, o presidente Trump afirmou que poderia baixar as tarifas impostas ao Brasil "sob as circunstâncias certas". Já Lula disse que não há exigências feitas por nenhum dos lados.

"Eu trabalho com otimismo para que a gente possa encontrar uma solução. Não tem exigência dele e não tem exigência minha ainda".

Desde o breve encontro entre os líderes na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) em Nova York, o governo brasileiro age para fazer a conversa entre os dois acontecer.

O primeiro contato ocorreu por teleconferência no início de outubro, quando o brasileiro pediu a retirada do tarifaço. Foi durante essa conversa que os líderes concordaram em ter o encontro durante a cúpula dos países asiáticos.

Semanas antes do encontro, o empresário Joesley Batista, um dos donos da gigante de carnes JBS, foi recebido em audiência por Trump, quando discutiu o tarifaço que afeta os produtos brasileiros e o setor em que a empresa atua. Na ocasião, Joesley afirmou que as diferenças comerciais entre os países poderiam ser resolvidas por diálogo entre os governos, o que sugeriu aproximação.

A ação de representantes da Embraer, empresa da qual o governo é acionista, também auxiliou na construção do encontro.

O gesto de Trump não apenas na breve conversa na entrada da Assembleia Geral da ONU, mas ao dizer que houve "química" entre ele e Lula, sugeriu que o americano seguiu os conselhos.

Dias após o encontro em Nova York, o vice-presidente Geraldo Alckmin teve uma conversa com Howard Lutnick, secretário do Comércio, onde discutiram as tarifas.

Desde então, ministros e diplomatas têm articulado o encontro que deve acontecer neste domingo. A negociação da conversa presencial foi marcada pelo temor do governo brasileiro de que Trump seria uma figura imprevisível, e que uma visita de Estado a Washington para discutir o problema poderia colocar Lula em uma situação inadequada.

O medo era de que o americano fizesse uma espécie de emboscada para o brasileiro, a exemplo do que fez com outros líderes europeus na Casa Branca. Por isso, o esforço foi feito no sentido de que a reunião ocorresse em um terceiro país.

A ida de Lula para a cúpula do sudeste asiático acompanhado de cerca de 100 empresários também tem como mote a busca por mais mercados para o Brasil a fim de diminuir a dependência do mercado americano.

Este é o segundo país que Lula visita nesta viagem à Ásia. Na primeira parada, em Jacarta, na Indonésia, o presidente brasileiro afirmou que a taxação é o assunto principal, mas que não haverá tema vetado, e que muitas questões podem ser colocadas na mesa.

"Podemos discutir de Gaza, à Ucrânia, à Rússia, à Venezuela, a materiais críticos, a minerais, a terras raras. Podemos discutir qualquer assunto", disse o presidente em conversa com jornalistas em Jacarta.

É possível que o presidente brasileiro também fale com o americano sobre uma possível incursão militar dos EUA na Venezuela, o que o governo afirma que pode causar desestabilização na América do Sul, além de ter efeito contrário, com fortalecimento do crime organizado.

O governo brasileiro não espera que a reunião traga resultados imediatos, visto que as conversas oficiais entre os negociadores começaram apenas nas últimas semanas. Veem como chance de que seja um empurrão para que os negociadores cheguem a um cenário positivo para o Brasil.
Por Victoria Damasceno/Folhapress

Trump deixa em aberto possibilidade de que Bolsonaro seja tema de reunião com Lula

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou em aberta a possibilidade de que as penas contra o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, sejam tema da reunião bilateral com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na tarde deste domingo (26) no horário local.

Questionado se essa era uma das condições para as negociações com o governo brasileiro, o americano disse que isso não era da conta dos jornalistas. "Eu gosto de Bolsonaro. Ele é um bom sujeito. Nós ficamos incomodados com as penas contra ele", afirmou Trump em conversa com jornalistas americanos e brasileiros.

O americano também disse que é possível que exista redução de tarifas ainda hoje, uma vez que seu governo trabalha "muito rapidamente".

As falas ocorreram em frente ao presidente Lula, que esperava para começar a reunião. O chanceler Mauro Vieira, também estava presente.

O brasileiro disse que tinha uma pauta infinita de temas para tratar com ele, e levou os tópicos impressos em papeis que também entregaria ao americano.

É esperado que eles conversem sobre outros temas, como a regulamentação das big techs, que é de interesse do governo dos EUA, e as sanções impostas a autoridades brasileiras, que Lula disse que estaria em sua agenda

A expectativa é que o presidente brasileiro mire principalmente na guerra comercial, enquanto sua contraparte deve ter como alvo o acesso ao mercado de etanol do Brasil e a regulamentação das big techs.

O encontro ocorre na tarde deste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia, onde participam como convidados da cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático, em português).

Embora o encontro estivesse acertado há dias, a reunião permaneceu fora da agenda oficial da presidência para evitar que, caso ocorresse algum imprevisto, o governo brasileiro ficasse em posição sensível.

A apreensão foi semelhante à vivida pelo governo durante a organização da reunião. A preferência para que fosse em um país terceiro se deu devido ao temor de que Trump seria uma figura imprevisível, e que uma visita a Washington para discutir o problema poderia colocar Lula em uma situação inadequada.

O medo era de que o americano fizesse uma espécie de emboscada para o brasileiro, a exemplo do que fez com outros líderes europeus na Casa Branca.

O encontro também foi precedido por apreensão do governo devido a falas de Lula em seu giro pela Ásia. Quando passou por Jacarta, na Indonésia, o presidente tocou em temas sensíveis para os americanos, como a Venezuela, e criticou o protecionismo do país sem citar Trump nominalmente.

Em conversa com jornalistas, Lula disse que traficantes são "vítimas" de usuários de drogas, referindo-se aos ataques dos EUA a embarcações da Venezuela.

Em conversa com jornalistas logo após decolar, Trump afirmou que poderia diminuir as tarifas do Brasil "sob circunstâncias certas". Já Marco Rubio, ao falar com a imprensa a bordo do Air Force One após a saída do Catar, disse que é melhor para o Brasil, a longo prazo, que o país seja parceiro comercial dos EUA, e não da China.

O secretário de Estado afirmou ainda que questões políticas podem estar ligadas ao possível acordo com o Brasil.

"Obviamente, temos alguns problemas com o Brasil, particularmente com a forma como eles têm tratado alguns de seus juízes, com o setor digital nos Estados Unidos, com os indivíduos localizados nos Estados Unidos, por meio de postagens nas redes sociais. Teremos que resolver isso também", disse ele.

"Isso se tornou um problema em tudo isso. Mas o presidente vai explorar se há maneiras de resolver tudo isso, porque achamos que será benéfico fazê-lo. Vai levar algum tempo".
Por Victoria Damasceno/Folhapress

Tarifas podem ser negociadas muito rapidamente, diz Trump sobre reunião com Lula

Presidentes conversam em Kuala Lumpur, onde estão para participar da cúpula dos países do sudeste asiático.

O presidente Donald Trump afirmou a jornalistas, na entrada da reunião com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que as tarifas impostas ao Brasil podem ser negociadas muito rapidamente. O encontro aconteceu na tarde deste domingo (26) no horário local.

"A circunstância com a qual estamos lidando agora ainda será discutida, e eu acho que provavelmente chegaremos a uma conclusão bem rápido. Nós nos conhecemos, sabemos o que cada um quer. Acho que chegaremos a uma conclusão", disse ele.

Ainda antes da reunião, questionado se as penas contra o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, era uma das condições para as negociações com o governo brasileiro, o líder americano disse que isso não era da conta dos jornalistas. "Eu gosto de Bolsonaro. Ele é um bom sujeito. Nós ficamos incomodados com as penas contra ele", afirmou Trump. O tema, no entanto, não foi levantado, segundo o governo brasileiro.

Membros do governo brasileiro afirmaram após o encontro, porém, que o ex-presidente foi um assunto brevemente tocado na conversa, sendo mencionado por Lula apenas para deixar claro que Bolsonaro foi julgado pelo Judiciário brasileiro, um órgão independente.

Embora o encontro estivesse acertado há dias, e tenha ocorrido nessa tarde, a reunião permaneceu fora da agenda oficial da presidência para evitar que, caso ocorresse algum imprevisto, o governo brasileiro ficasse em posição sensível.

A apreensão foi semelhante à vivida pelo governo durante a organização da reunião. A preferência para que fosse em um país terceiro se deu devido ao temor de que Trump seria uma figura imprevisível, e que uma visita a Washington para discutir o problema poderia colocar Lula em uma situação inadequada.

O medo era de que o americano fizesse uma espécie de emboscada para o brasileiro, a exemplo do que fez com outros líderes europeus na Casa Branca.

O encontro também foi precedido por apreensão do governo devido a falas de Lula em seu giro pela Ásia. Quando passou por Jacarta, na Indonésia, o presidente tocou em temas sensíveis para os americanos, como a Venezuela, e criticou o protecionismo do país sem citar Trump nominalmente.

Em conversa com jornalistas, Lula disse que traficantes são "vítimas" de usuários de drogas, referindo-se aos ataques dos EUA a embarcações da Venezuela.

Em conversa com jornalistas logo após decolar, Trump afirmou que poderia diminuir as tarifas do Brasil "sob circunstâncias certas". Já Marco Rubio, ao falar com a imprensa a bordo do Air Force One após a saída do Catar, disse que é melhor para o Brasil, a longo prazo, que o país seja parceiro comercial dos EUA, e não da China.

O secretário de Estado afirmou ainda que questões políticas podem estar ligadas ao possível acordo com o Brasil.

"Obviamente, temos alguns problemas com o Brasil, particularmente com a forma como eles têm tratado alguns de seus juízes, com o setor digital nos Estados Unidos, com os indivíduos localizados nos Estados Unidos, por meio de postagens nas redes sociais. Teremos que resolver isso também", disse ele.

"Isso se tornou um problema em tudo isso. Mas o presidente vai explorar se há maneiras de resolver tudo isso, porque achamos que será benéfico fazê-lo. Vai levar algum tempo".
Por Victoria Damasceno/Folhapress

Maduro pede à Suprema Corte que casse nacionalidade de líder opositor Leopoldo López

Constituição venezuelana proíbe retirada de cidadania a quem nasceu no país, mas Judiciário é controlado pelo regime.

O ditador Nicolás Maduro pediu à Suprema Corte da Venezuela para retirar a nacionalidade do líder opositor Leopoldo López. Ele acusa López de articular uma invasão militar dos Estados Unidos ao país, informou neste sábado (25) o regime.

Não há nenhum antecedente de venezuelanos por nascimento que perderam a nacionalidade. A Constituição da Venezuela inclusive proíbe essa medida.

Caracas tem responsabilizado López e outros opositores de atuarem para a derrubada de Maduro. Agora o regime os acusa de apoiarem os ataques americanos a embarcações nas águas da América do Sul.

A Casa Branca tem repetido que as operações são contra o narcotráfico. Maduro insiste que as ações visam destituí-lo do poder.

O chanceler venezuelano, Yván Gil, informou em seu canal no Telegram que Maduro "apresentou um recurso perante o Tribunal Supremo de Justiça para retirar a nacionalidade de Leopoldo López". O TSJ, controlado pelo chavismo, ainda não havia se manifestado sobre o caso.

A solicitação foi feita "em razão de seu grotesco, criminoso e ilegal chamado à invasão militar da Venezuela, a promoção permanente do bloqueio econômico, assim como o chamado para assassinar massivamente os venezuelanos em cumplicidade com governos e inimigos estrangeiros", declarou Gil.

O decano da Faculdade de Ciências Jurídicas e Políticas da Universidade Central da Venezuela (UCV), Juan Carlos Apitz, disse à AFP que "somente os naturalizados poderiam perder a cidadania, e unicamente mediante sentença judicial firme".

Porta-vozes da ala mais radical do chavismo sugeriram no passado retirar a nacionalidade de vários opositores ao acusá-los de traidores da pátria.

O pedido de Maduro evoca a retirada de nacionalidade de centenas de opositores na Nicarágua, um dos principais aliados ditador venezuelano.

Ex-prefeito do município de Chacao, vizinho de Caracas, López foi sentenciado em 2015 a quase 14 anos de prisão acusado de incitar à violência em protestos antigovernamentais que deixaram 43 mortos e cerca de 3.000 feridos em 2014.

Em 2017, recebeu prisão domiciliar. Dois anos depois, participou de uma fracassada insurreição militar contra Maduro. Após o fracasso do plano, refugiou-se na casa do embaixador espanhol em Caracas, de onde saiu em 2020 rumo a Madri, onde vive exilado.
Por Folhapress

Trump chama Coreia do Norte de 'espécie de potência nuclear' e diz querer encontro com Kim

Presidente dos EUA embarcou para sua primeira visita à Ásia no atual mandato
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (24) que a Coreia do Norte é "uma espécie de potência nuclear" e que gostaria de se reunir com o ditador norte-coreano Kim Jong Un durante sua passagem pela Coreia do Sul.

Trump deixou Washington nesta sexta-feira (24) para uma viagem de cinco dias que abrange Malásia, Japão e Coreia do Sul —sua primeira visita à região desde que assumiu o cargo, em janeiro.

Ao ser questionado a bordo do avião presidencial Air Force One se estava aberto à exigência da Coreia do Norte de ser reconhecida como um estado nuclear como condição prévia para o diálogo com Washington, Trump respondeu: "Bem, acho que eles são uma espécie de potência nuclear".

"Quando você diz que eles têm que ser reconhecidos como uma potência nuclear, bem, eles têm muitas armas nucleares, é isso o que vou dizer", disse Trump.

O presidente dos Estados Unidos disse na sexta-feira, enquanto partia para sua viagem pela Ásia, que gostaria de se encontrar com o ditador norte-coreano.

"Eu gostaria, ele sabe que estaremos lá", disse Trump a jornalistas na Casa Branca quando perguntaram se uma reunião com Kim era possível. "Não sei, vamos informá-lo, ele sabe que eu irei".

"Eu me dou muito bem com ele", acrescentou Trump sobre Kim, com quem se reuniu em 2019, durante seu primeiro mandato.

Há cerca de um mês, Kim disse que estaria aberto a futuras conversas com os EUA, mas impôs como condição que Washington abandone a exigência de que o país asiático renuncie às armas nucleares. Antes disso, em agosto, Trump havia afirmado que gostaria de se reunir com o ditador sob a justificativa de que o conhecia "melhor que ninguém, quase, com exceção da irmã dele".

Nos últimos dias, a imprensa americana noticiou que funcionários do governo americano estavam discutindo em caráter privado a organização de uma reunião entre Trump e Kim, embora muitos estivessem céticos de que o encontro aconteceria.

Durante seu mandato anterior, o presidente dos EUA se encontrou três vezes com Kim antes de o processo de diálogo entre os dois líderes colapsar em 2019 devido a divergências sobre o fim do programa nuclear de Pyongyang e o levantamento de sanções.

O ministro da Unificação da Coreia do Sul convidou Trump para se encontrar com Kim Jong-un, durante sua próxima visita à Ásia, instando os dois a aproveitarem uma rara chance de paz, afirmou a agência de notícias Yonhap nesta sexta-feira (24).

Principal formulador de políticas de Seul para as relações entre as Coreias, Chung Dong-young, disse que o encontro pode ajudar a impulsionar a posição global do vizinho do norte e sua economia. "Os líderes da Coreia do Norte e dos EUA não devem perder esta oportunidade", disse Chung à imprensa. "Eles precisam tomar uma decisão ousada."

A Coreia do Norte está sob sanções da ONU e embargos de armas desde seu primeiro teste nuclear, em 2006. Embora as punições tenham reduzido o financiamento da ditadura para o desenvolvimento militar, a nação continuou avançando na construção de armas nucleares e poderosos mísseis balísticos.

Autoridades em Seul, incluindo o presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, têm se mostrado céticas quanto à possibilidade de uma nova reunião na próxima semana, mas receberam com satisfação a perspectiva de um avanço na diplomacia com Pyongyang, caso isso aconteça.

Lee assumiu o cargo em junho, após uma eleição antecipada convocada depois que seu antecessor foi destituído em dezembro por tentar dar um golpe de estado. Na ocasião, prometeu adotar uma abordagem mais moderada em relação ao vizinho.
Por Folhapress

EUA enviam maior porta-aviões do mundo à América Latina em escalada militar

Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (24) que vão enviar o USS Gerald R. Ford, a maior classe de porta-aviões do mundo, e outras embarcações que o acompanham para a América Latina e o Caribe, em movimento que representa escalada da presença militar americana e da tensão na região.

"A presença reforçada das forças americanas na área de responsabilidade do Comando Sul reforçará a capacidade dos EUA de detectar, monitoras e desmantelar atividades e atores ilícitos que comprometam a segurança e a prosperidade do território nacional dos Estados Unidos e nossa segurança no Hesmifério Ocidental", escreveu Sean Parnell, porta-voz do Pentágono, em publicação no X.

Por Guilherme Botacini

Trump diz que EUA vão realizar ação terrestre contra cartéis, sem citar Venezuela

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que seu país realizará "operações terrestres" contra cartéis de drogas latino-americanos "muito em breve". A declaração foi feita nesta quinta-feira (23) durante conversa com jornalistas. Sem mencionar diretamente a Venezuela, a fala do presidente americano ocorre em um momento de crescente tensão com o governo de Nicolás Maduro em Caracas.

Ataques a embarcações nas águas da América do Sul já causaram pelo menos 37 mortes. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Trump expressou que os EUA estão "muito insatisfeitos" com o regime venezuelano. Mais cedo no mesmo dia, o republicano havia desmentido relatos sobre bombardeios americanos se aproximando do espaço aéreo da Venezuela.

Importantes setores do governo americano, liderados pelo secretário de Estado Marco Rubio, defendem uma intervenção para derrubar o regime de Maduro. A CIA recebeu autorização de Trump para realizar operações secretas em solo venezuelano com esse objetivo.

O governo Trump ainda não apresentou ao Congresso americano provas de que as embarcações atacadas transportavam drogas para território dos EUA, conforme alega. Especialistas indicam que o direito internacional permite ações desse tipo, quando não há ameaça iminente, apenas em situações de guerra declarada.

Sobre a necessidade de uma declaração formal de guerra, Trump declarou: "Não precisamos fazer uma declaração de guerra. Nós simplesmente vamos matar quem tentar trazer drogas ao nosso país. Matar, assim."

Em resposta, o governo venezuelano afirmou que as agressões americanas não prosperarão.

Ex-presidente da Rússia diz que Trump comete "ato de guerra" após sanções

Estados Unidos aplicaram sanções às duas maiores empresas petrolíferas russas, apelando ao governo de Vladimir Putin para que concorde com um cessar-fogo imediato

O ex-presidente russo, Dmitry Medvedev, declarou nesta quinta-feira (23) que agora estava absolutamente claro que os Estados Unidos são adversários da Rússia e que as recentes medidas do presidente americano, Donald Trump, em relação à Ucrânia equivaliam a um ato de guerra contra os russos.

Trump afirmou durante a campanha eleitoral americana que encerraria rapidamente a guerra na Ucrânia, que seu governo classificou como uma “guerra por procuração” entre Washington e Moscou, embora tenha recentemente expressado frustração com o presidente Vladimir Putin.

O americano, que descreveu a Rússia como um “tigre de papel”, disse na quarta-feira (22) que havia cancelado uma cúpula planejada com Putin, e o Tesouro dos EUA impôs sanções a duas das maiores empresas petrolíferas da Rússia.

“Os Estados Unidos são nossos adversários, e seu 'pacificador' tagarela agora embarcou totalmente em pé de guerra com a Rússia”, escreveu Medvedev, que atua como vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, no aplicativo de mensagens Telegram, se referindo a Trump.

“As decisões tomadas são um ato de guerra contra a Rússia. E agora Trump se alinhou totalmente com a Europa maluca.”

Putin, líder supremo desde 1999, continua sendo a voz final na política russa, embora Medvedev, um falcão que tem repetidamente provocado Trump nas redes sociais, transmita uma ideia de linha dura dentro da elite.

Trump disse em agosto que havia ordenado que dois submarinos nucleares americanos se aproximassem da Rússia em resposta ao que chamou de comentários “altamente provocativos” de Medvedev sobre o risco de guerra.

Medvedev afirmou que o movimento do “pêndulo trumpiano” significava simplesmente que Moscou poderia agora atacar a Ucrânia com uma ampla variedade de armas “sem considerar negociações desnecessárias”.

Putin, que ordenou a entrada de tropas russas na Ucrânia em fevereiro de 2022, após oito anos de combates no leste do país entre separatistas apoiados pela Rússia e forças do governo ucraniano, afirmou repetidamente que está pronto para conversar sobre paz.

Líderes europeus e a Ucrânia dizem não acreditar que o líder do Kremlin queira a paz e alertaram que a Rússia poderá um dia atacar um membro da Otan, uma alegação que o governo russo tem repetidamente descartado como absurda.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que os objetivos de Moscou na Ucrânia permanecem inalterados a partir de 2022: que a Ucrânia seja neutra, não alinhada, desmilitarizada e garanta os direitos dos falantes de russo e dos fiéis ortodoxos.

“Precisamos de uma configuração de soluções negociadas que eliminem as causas profundas do conflito e garantam uma paz confiável no contexto da construção de um sistema eurasiano e global mais amplo de segurança indivisível”, declarou a porta-voz Maria Zakharova.

Ela classificou as sanções americanas como extremamente contraproducentes e alertou que, se o governo Trump seguisse o exemplo de governos americanos anteriores, fracassaria.

Lula exalta ‘sul global’ e critica protecionismo em fala na Indonésia

Em discurso feito durante sua viagem a Jacarta, na Indonésia, Lula exaltou o “sul global” e alfinetou as políticas protecionistas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às vésperas do encontro com o americano.

O presidente do Brasil está no país asiático para uma visita de Estado em retribuição àquela feita pelo líder Prabowo Subianto em julho deste ano. É a primeira parada no continente, sendo a próxima uma visita a Kuala Lumpur, na Malásia, para a cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático, em português).

Sem mencionar o líder dos EUA nominalmente, o presidente afirmou que os países do “sul global” devem buscar alianças entre eles e diminuir a dependência de outras nações.

“Nós queremos multilateralismo e não unilateralismo, nós queremos democracia comercial e não protecionismo”, disse Lula.

“O que está acontecendo nesse momento na política e na economia demonstra cada vez mais que nós precisamos discutir as similaridades que existem entre os dois países.”

O petista também destacou o papel importante da Ásia na sua agenda e disse que os países do continente estão entre as suas prioridades. Neste ano, o presidente recebeu no Brasil visita dos líderes da Indonésia e da Índia e viajou à China, ao Japão e ao Vietnã.

No final de sua fala, Lula disse ainda que irá disputar novamente a presidência em 2026. “Eu vou disputar um quarto mandato no Brasil. Então, estou lhe dizendo que ainda vamos nos encontrar muitas vezes. Esse meu mandato só termina em 2026, no final do ano. Mas estou preparado para disputar outras eleições”, afirmou o presidente brasileiro ao líder Subianto.

Lula está no país para firmar parceria em áreas estratégicas para o governo. Foram assinados acordos em áreas como estatística, agricultura, energia, ciência, tecnologia e promoção comercial.

Além da visita de Estado oficial, o presidente ainda participará também de encontros com empresários locais em um intercâmbio que também terá a participação de empreendedores brasileiros.

Lula faz a viagem para a Ásia acompanhado dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação); do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

Um dos principais objetivos nas trocas com líderes da região é desenhar alternativas às taxas impostas por Trump ao Brasil e a diversos países do mundo, entre eles aqueles do sudeste asiático.

Na próxima parada do presidente brasileiro, na Malásia, o petista fará uma reunião bilateral com Trump no domingo (26), que será o principal compromisso de Lula em seu giro pela Ásia.

É esperado que no encontro entre os líderes brasileiro e americano sejam discutidas as tarifas impostas por Trump ao país e outras medidas relacionadas às autoridades brasileiras, como a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e a restrição de circulação imposta ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a seus familiares na visita que fariam para eventos relacionados à Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

Também é esperado que temas paralelos sejam discutidos, como os recentes ataques americanos a embarcações venezuelanas e o risco de uma incursão militar dos EUA no país sul-americano, o que, na visão do governo, poderia causar instabilidade na região e, com isso, afetar o Brasil.

Victoria Damasceno/Folhapress

Trump afirma que tarifas de 50% sobre Brasil salvaram pecuaristas dos Estados Unidos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (22) que os pecuaristas americanos foram salvos pelas tarifas impostas a parceiros comerciais, incluindo a de 50% sobre o Brasil, maior exportador de carne bovina para o país, em meio a uma campanha para reduzir o preço do produto.

“Os pecuaristas, que eu amo, não entendem que o único motivo de estarem indo tão bem, pela primeira vez em décadas, é porque eu impus tarifas sobre o gado que entra nos Estados Unidos, incluindo uma de 50% sobre o Brasil”, escreveu.

Trump ainda acrescentou que o setor precisa reduzir os preços porque o consumidor também é um fator importante. “Além de tudo, as tarifas sobre outros países SALVARAM nossos pecuaristas!”, escreveu em outro post.

Além do pedido de Trump para redução de preços, agências do governo anunciaram um esforço conjunto para reconstruir o rebanho nacional, duramente atingido pela seca.

No início da semana, Trump disse que o governo considera importar carne da Argentina como forma de conter os preços recordes pagos pelos consumidores. A sugestão irritou os pecuaristas americanos, que já haviam perdido vendas de soja para a China para o país sul-americano.

Os preços do gado e da carne dispararam após anos de seca que devastaram as pastagens e elevaram os custos de alimentação, forçando os criadores a reduzir seus rebanhos. Pecuaristas e economistas afirmam que não há solução rápida para aumentar a oferta de gado.

Os departamentos de Agricultura, Interior, Saúde e Serviços Humanos e a Administração de Pequenas Empresas divulgaram um plano nesta quarta prevendo medidas para ampliar o rebanho americano, como explorar a expansão de áreas de pastagem em terras federais e aumentar pagamentos de programas pecuários.

O Departamento de Agricultura (USDA) também passará a fiscalizar o uso do selo “Produto dos EUA” a partir de 1º de janeiro de 2026, para garantir que produtores nacionais se beneficiem de eventuais prêmios pagos pela carne local.

Oito congressistas republicanos enviaram nesta terça-feira (21) uma carta a Trump pedindo mais transparência sobre o plano de importar carne argentina.

“Incentivamos sua administração a garantir que futuras decisões sejam tomadas com total transparência, base científica sólida e compromisso firme com a pecuária dos Estados Unidos”, diz a carta, liderada pela deputada Julie Fedorchak, da Dakota do Norte.

SEM SOLUÇÃO IMEDIATA

Economistas alertam que não há como reduzir rapidamente os preços do gado, mesmo com mais terras disponíveis, já que a produção de um animal pronto para o abate leva cerca de dois anos.

“A economia e a biologia disso são um quebra-cabeça difícil de resolver”, disse David Anderson, economista agrícola da Universidade Texas A&M.

Embora Trump cobre preços menores, valores altos são necessários para incentivar a expansão dos rebanhos, dizem os analistas.

“Ele precisa fazer um curso de oferta e demanda”, ironizou Arlan Suderman, economista-chefe de commodities da StoneX. “Os preços estão altos porque a demanda é mais forte que a oferta. Se quiser aumentar a oferta de carne no longo prazo, não é baixando preços que se consegue isso”.

As tarifas impostas por Trump neste verão sobre importações do Brasil reduziram o volume de carne brasileira nos EUA, o que levou importadores a pagar mais caro a outros fornecedores.

“Isso certamente contribuiu para o aumento do custo da carne no varejo”, disse Suderman. “Mas não significa mais lucro para quem cria o gado”.

Os contratos futuros de gado nos EUA atingiram recorde histórico na semana passada. Nesta quarta-feira, após a postagem de Trump, as cotações despencaram no limite máximo diário.

Folhapress

Nicolas Sarkozy é preso: o que prisão de ex-presidente francês tem a ver com ditador líbio Muammar Khadafi?

Nicolas Sarkozy se tornou o primeiro ex-presidente francês a ser preso nesta terça-feira (21/10), quando começou a cumprir pena de cinco anos por conspirar para financiar sua campanha eleitoral com dinheiro do falecido ditador líbio Muammar Khadafi.

Desde a prisão por traição do líder colaborador nazista Philippe Pétain, em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, nenhum ex-líder francês havia sido preso.

Sarkozy, que foi presidente da França de 2007 a 2012, entrou com recurso contra sua condenação. Sua pena será cumprida na prisão de La Santé, onde ocupará uma cela de aproximadamente 9 metros quadrados na ala de isolamento da prisão.

Na manhã desta terça-feira, mais de 100 pessoas aguardavam Sarkozy do lado de fora de sua casa no luxuoso 16º distrito de Paris, depois que seu filho Louis, de 28 anos, convocou apoiadores para uma demonstração.

Nicolas Sarkozy, de 70 anos, chegou à famosa prisão do século 19, no bairro de Montparnasse, ao sul do Rio Sena, às 9h40 do horário local (4h40 no horário de Brasília), cercado por um forte esquema de segurança.

Ele segue insistindo ser inocente no polêmico caso do dinheiro na Líbia. Sarkozy postou uma mensagem na rede social X enquanto era levado para a prisão: "Não tenho dúvidas. A verdade prevalecerá. Mas quão esmagador terá sido o preço".

"Com força inabalável, digo [ao povo francês] que não é um ex-presidente que eles estão prendendo esta manhã — é um homem inocente", escreveu ele. "Não sintam pena de mim, porque minha esposa e meus filhos estão ao meu lado... mas esta manhã sinto profunda tristeza por uma França humilhada por um desejo de vingança."

Sarkozy afirmou que não deseja tratamento especial na prisão de La Santé, embora tenha sido colocado em isolamento para sua própria segurança, já que outros detentos são traficantes de drogas ou foram condenados por crimes de terrorismo.

Além de Philippe Pétain, o único outro ex-chefe de Estado francês a ser preso foi o rei Luís 16, antes de sua execução em janeiro de 1793.

Em sua cela, ele terá banheiro, chuveiro, escrivaninha e uma pequena TV. Ele terá direito a uma hora por dia para se exercitar sozinho.

No final da semana passada, ele foi recebido no Palácio do Eliseu pelo presidente Emmanuel Macron, que disse a repórteres na segunda-feira (20/10) que "é normal, em um nível humano, que eu receba um dos meus antecessores nesse contexto".

Em outra demonstração de apoio oficial ao ex-presidente, o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, disse que o visitaria na prisão como parte de seu papel em garantir a segurança de Sarkozy e o bom funcionamento da prisão.

"Não posso ser insensível à angústia de um homem", disse.

Caso Khadafi

Antes de sua chegada à prisão de La Santé, Sarkozy concedeu uma série de entrevistas à imprensa.

"Não tenho medo da prisão. Manterei a cabeça erguida, inclusive nos portões da prisão", disse ele, em uma das entrevistas.

Sarkozy sempre negou ter cometido qualquer crime em um caso envolvendo alegações de que sua campanha presidencial de 2007 foi financiada por milhões de euros em dinheiro da Líbia.

O ex-presidente, que alega que o caso tem motivação política, foi acusado de usar fundos de Khadafi. Em troca, Sarkozy teria, segundo a promotoria, prometido ajudar Khadafi a se livrar da reputação de pária junto aos países ocidentais

O ex-líder de centro-direita da França foi inocentado de ter recebido dinheiro pessoalmente, mas foi condenado por associação criminosa com dois assessores próximos, Brice Hortefeux e Claude Guéant, por conversar com representantes líbios sobre o financiamento secreto de sua campanha.

Os dois assessores conversaram com o chefe de inteligência e cunhado de Khadafi em 2005, em uma reunião organizada por um intermediário franco-libanês chamado Ziad Takieddine, que morreu no Líbano pouco antes da condenação de Sarkozy.

Ao apresentar o recurso, Sarkozy ainda é considerado legalmente inocente, mas ainda assim ele deverá ser preso devido à "excepcional gravidade dos fatos".

Sarkozy disse que levaria dois livros consigo para a prisão: A Vida de Jesus e O Conde de Monte Cristo, a história de um homem preso injustamente que escapa para se vingar de seus acusadores

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Rodrigo Paz é eleito presidente da Bolívia, encerrando 20 anos de ciclo esquerdista no país

Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão, foi eleito como presidente na Bolívia neste domingo (19), após um histórico segundo turno marcado por uma guinada à direita do país após 20 anos. Essa foi primeira votação de segundo turno da história do país.

Além do vencedor, o segundo turno foi disputado pelo ex-presidente Jorge Tuto Quiroga, de direita. Paz foi eleito com 54,5% dos votos, com 91,2% dos votos apurados.

Durante a campanha, Paz, afirmou que queria conquistar os eleitores frustrados com a esquerda por meio de propostas mais moderadas para neutralizar a polarização no país. Filho de um ex-presidente, Jaime Paz Zamora, ele indicou diálogo com Lula.

Trump posta vídeo feito por IA jogando fezes em manifestantes nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou um vídeo feito por inteligência artificial na plataforma Truth Social em que ele despeja fezes em manifestantes na Times Square, em Nova York, no sábado (18). No mesmo dia, milhares de americanos foram às ruas para protestar contra políticas do governo.

No vídeo, o republicano usa uma coroa e está em um jato nomeado de “King Trump” (“Rei Trump”, em português). Líquidos de cor marrom saem da aeronave e caem diretamente em pessoas protestando nas ruas.

Milhares de americanos foram às ruas para participar de uma segunda rodada de manifestações chamadas de “No Kings” (“Sem Reis”, em português), que visa rejeitar o que os organizadores descrevem como a agenda “autoritária” do presidente americano.

Os manifestantes também protestaram contra as políticas de Trump, sobre imigração, educação e segurança que, segundo eles, estão levando o país em direção à autocracia.

A primeira rodada de protestos “No Kings” aconteceu em 14 de junho, no dia do aniversário de Donald Trump.

Manifestantes foram às ruas em diversos estados do país para protestar contra o governo enquanto Trump participava de um desfile militar em Washington, D.C. para comemorar o 250º aniversário do Exército dos EUA.

Veja vídeo:

Governo Trump dá carta branca à CIA para derrubar Maduro na Venezuela, diz New York Times

O governo Donald Trump autorizou oficialmente a CIA a realizar operações secretas e letais dentro da Venezuela com o objetivo de derrubar o ditador Nicolás Maduro do poder, afirma reportagem do jornal The New York Times publicada nesta quarta-feira (15).

Segundo o veículo americano, a autorização formal da Casa Branca significa que a agência de espionagem dos Estados Unidos teria permissão de agir unilateralmente ou em conjunto com uma operação militar de larga escala —isto é, uma invasão da Venezuela, cenário extremo temido por Caracas.

O jornal aponta, entretanto, que ainda não há informações indicando que Trump tenha tomado essa decisão. Ainda assim, nos últimos meses, o governo Trump têm aumentado consideravelmente a presença militar americana no Caribe, que hoje conta com mais de 10 mil soldados, oito navios de guerra e um submarino. No total, é mais poder de fogo do que toda a Venezuela.

A CIA e o governo dos EUA têm longo histórico de interferência e patrocínio a golpes na América Latina, incluindo aquele que removeu João Goulart da Presidência em 1964 e instalou a ditadura militar no Brasil, período marcado por tortura, assassinatos e desaparecimentos contra dissidentes políticos.

Victor Lacombe/Folhapress

Putin e Trump convergem nas tentativas de subverter a democracia, dizem pesquisadores franceses

Foto: Reprodução/Instagram/Arquivo/Vladmir Putin e Donald Trump

Os Estados Unidos não podem mais ser encarados como aliados de democracias liberais como o Brasil e a França. É o que pensam os pesquisadores franceses Maud Quessard e Maxime Audinet, que veem cada vez mais semelhanças entre as estratégias do Kremlin para manipular a opinião pública e a abordagem de comunicação do governo americano sob Donald Trump.

“Rússia e Estados Unidos convergem nas narrativas que usam e nas tentativas de subverter a democracia liberal”, diz Quessard, diretora de Estudos Transatlânticos do Instituto de Pesquisas Estratégicas da Escola Militar de Paris (Irsem), ligado ao Ministério das Forças Armadas da França.

Segundo Quessard, países como a França se beneficiaram da aliança com os EUA por muitos anos, não apenas por meio da Otan. “Mas quando você tem um aliado que não compartilha mais os seus valores, não se pode mais confiar nele e fazer parceria. É um ponto de virada muito difícil para as democracias liberais, especialmente na Europa: nosso maior parceiro não é confiável quanto costumava ser, também porque deixamos de ter a mesma visão sobre o que é democracia.”

A pesquisadora acredita que o Brasil deva se preocupar com operações de influência dos Estados Unidos no país durante as eleições presidenciais. O fato de parte da sociedade brasileira, notadamente evangélicos conservadores, se alinhar às políticas de Trump torna o Brasil terreno fértil para tentativas dos EUA de manipular a opinião pública, na visão dela.

Quessard e Audinet vieram recentemente ao Brasil para falar com integrantes da sociedade civil, governo e universidades sobre a influência da Rússia e dos Estados Unidos.

Segundo Audinet, especialista em política russa no Irsem, tanto Rússia como EUA rechaçam a ideia da democracia liberal como o sistema político mais eficiente. Ambos se opõem aos valores progressistas, rotulados de woke, com enquadramentos um pouco diferentes – na Rússia, há protagonismo dos valores tradicionais; nos EUA, dos conservadores. Religião tem um papel importante na Rússia, com a Igreja Ortodoxa; nos EUA, com o movimento cristão conservador.

Enquanto os russos dispõem de estatais como a RT e Sputnik e décadas de experiência em operações de influência, os Estados Unidos contam com uma aliança com as onipresentes big techs para amplificar suas mensagens e detêm boa parte da infraestrutura de comunicações no mundo.

“Vivemos em uma era em que a democracia liberal tem que lutar não apenas contra regimes autoritários, mas também contra democracias iliberais. Essa é a ameaça que os EUA representam agora – materializada pelo uso e a instrumentalização da desinformação, com narrativas e infraestrutura”, diz Quessard. “O grande resultado da parceria entre Trump e as grandes empresas de tecnologia é que elas podem espalhar ou aumentar o alcance de informações por toda parte –concorrendo com os chineses.”

Trump desmantelou a Voice of America e a Radio Free Europe, dois braços importantes de projeção de influência no exterior, afirmando estarem tomadas pela cultura woke. O secretário de Estado, Marco Rubio, fechou o Escritório de Engajamento Global, criado em 2016 para combater desinformação e campanhas de influência estrangeiras.

No caso da Rússia, segundo Audinet, a grande habilidade é customizar sua mensagem de propaganda. “O anticolonialismo é uma retórica de política externa russa que realmente ressurgiu desde a invasão da Ucrânia’, diz o pesquisador.

Segundo ele, a mensagem era usada pelo grupo Wagner na África desde 2019, e aí foi expandida pelo Kremlin. “A ideia é dizer que a Rússia está apoiando essa nova tentativa de muitos países do Sul serem mais soberanos para rejeitar o neocolonialismo ocidental que ainda prevalece”, diz Audinet. “A Rússia nunca foi uma potência colonial na África ou nas Américas. Quando se trata do espaço pós-soviético, porém, obviamente há colonialismo e imperialismo, que o Kremlin tenta omitir.”
Patrícia Campos Mello/Folhapress

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