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Kast vence Presidência do Chile, e país volta à direita em uma versão trumpista

As urnas confirmaram o que as pesquisas eleitorais já apontavam e o ex-deputado de ultradireita José Antonio Kast foi eleito neste domingo (14), derrotando a governista Jeannette Jara, e irá governar o Chile a partir do ano que vem.

Com 83% dos votos apurados, o candidato do Partido Republicano recebeu 58,6% dos votos válidos, enquanto a candidata do Partido Comunista recebeu 41,48%, de acordo com dados preliminares do Serviço Eleitoral do Chile.

Presidente mais à direita no Chile desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), Kast, de 59 anos, tentava, pela terceira vez, ser presidente.

A ordem pública e o controle da imigração irregular foram temas decisivos para a vitória de Kast neste domingo, em eleições presidenciais que também marcaram a volta do voto obrigatório.

Embora o Chile tenha uma baixa taxa de homicídio em comparação a vizinhos, é um dos países que mais se preocupa com a questão da criminalidade.

Ambos os candidatos prometiam proteger a fronteira norte, controlar a entrada de imigrantes, sobretudo da Venezuela, e combater o crime organizado, mas Kast propôs ações mais severas. Ele chegou a prometer expulsões em massa de imigrantes, depois recuando para corte de acesso a serviços básicos a estrangeiros vivendo irregularmente no país, e prisões isoladas para líderes do tráfico.

Ainda assim, em comparação com suas tentativas anteriores, desta vez ele moderou seu discurso. O advogado evitou entrar em questões de direitos humanos, casamento igualitário ou a ditadura de Pinochet. Ele prometeu buscar aliados para criar um "governo de emergência" e combater a criminalidade.

A eleição de Kast também representa o fim de um ciclo histórico para o país, iniciado após os protestos massivos de rua de 2019, que culminaram na vitória do esquerdista Gabriel Boric há quatro anos, e as tentativas de redigir uma nova Constituição.

Kast, que é advogado ultracatólico e ex-congressista, pode se tornar o primeiro presidente a apoiar publicamente o ex-ditador Augusto Pinochet. No entanto, sua estratégia nesta eleição é não falar de suas convicções ultraconservadoras e enfatizar que o Chile enfrenta uma grande crise de segurança, atribuindo isso à administração de Gabriel Boric, da qual Jara fez parte, apesar de as taxas de homicídio serem baixas na região.

Ele recebeu uma ligação de Jara e do presidente Gabriel Boric, para quem havia perdido as eleições em 2021. Também recebeu o apoio de dois ex-concorrentes à direita no primeiro turno, Evelyn Matthei e Johannes Kaiser.

"A democracia falou alto e claro. Acabei de falar com o presidente eleito, José Antonio Kast, para desejar-lhe sucesso para o bem do Chile", escreveu Jara, em sua conta no X. "Àqueles que nos apoiaram e foram chamados por nossa candidatura, saibam que continuaremos trabalhando para construir uma vida melhor em nosso país. Juntos e firmes, como sempre."

Ao contrário do primeiro turno, o dia foi frio e com uma leve chuva em diferentes regiões do país. Mas a votação ocorreu sem grandes incidentes.

Ao longo da campanha, Kast fez acenos ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, embora tenha dito em um debate que não pretende replicar a política anti-imigração nos moldes do aliado, com perseguição aos estrangeiros em situação ilegal.

Também fez acenos ao presidente da Argentina, Javier Milei, dizendo que recebeu uma ligação dele no primeiro turno e que pretende manter uma boa relação com os argentinos e outros vizinhos, como Bolívia e Peru.

Kast votou por volta das 10h em Paine. "O Chile tem uma tradição e quem ganhar será o presidente de todos os chilenos. Os temas que nos preocupam não têm cor política, podemos ter diferenças, mas isso não deve afetar a população", afirmou ao responder sobre como será a transição de governo com Gabriel Boric.

Jara votou no início da tarde em Conchalí (norte de Santiago), foi caminhando até o colégio Poeta Federico García Lorca, onde ela estudou na juventude. No percurso, acompanhada de sua família e de políticos aliados, parou para tirar fotos com apoiadores. "Foi um caminho longo, após um ano que começou com vitória para o Chile, com a aprovação da reforma da Previdência para incluir mais beneficiados, o que muito me orgulha", disse.

O presidente Gabriel Boric, que em novembro votou com Violeta, sua filha de cinco meses nos braços, neste domingo caminhou até uma escola de Punta Arenas (sul do país). Ao responder se a avaliação que os chilenos fazem de seu governo poderia afetar os resultados, o líder minimizou essa possibilidade. "Não acho que seja um plebiscito sobre o meu governo, o Chile está decidindo o seu futuro."

De acordo com o Servel (Serviço Eleitoral do Chile), quase 15 milhões de cidadãos estavam aptos para votar no Chile e no exterior. As multas para os eleitores ausentes e que não cumpriram com algum dos motivos aceitos para não votar (como doença, estar fora do país ou a pelo menos 200 quilômetros do local de votação) vão de 30 mil a 130 mil pesos chilenos (de R$ 108 a R$ 611).

O próximo presidente dos chilenos terá que lidar, a partir de 11 de março, com um Legislativo sem forças majoritárias, ainda que em vantagem para a direita, que terá mais facilidade para compor maiorias pontuais.

O bloco de direita e ultradireita ficou a duas cadeiras de atingir a maioria na Câmara (76 de 155) e ficou empatado com a centro-esquerda e a esquerda no Senado.

Por Douglas Gavras, Folhapress

Exército israelense diz ter alvejado comandante do Hamas em ataque a Gaza

O Exército israelense atacou neste sábado (13) um carro na Cidade de Gaza que transportava Raed Saed, um alto comandante do Hamas e um dos arquitetos dos ataques de 7 de Outubro de 2023 contra Israel, segundo um oficial da defesa de Tel Aviv.

O ataque matou quatro pessoas, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza. Não houve confirmação imediata do grupo terrorista Hamas ou dos médicos sobre se Saed estava entre os mortos. O Exército israelense afirmou ter alvejado um alto comandante do grupo na cidade, sem divulgar o nome ou outros detalhes.

Se Saed foi morto, este seria o assassinato de uma figura importante do Hamas de maior repercussão desde a entrada em vigor do acordo de cessar-fogo em outubro deste ano.

O oficial da defesa israelense descreveu Saed como chefe da força de fabricação de armas do Hamas. Pessoas do grupo também o descreveram como o segundo em comando do braço armado do grupo, depois de Izz eldeen Al-Hadad. Saed costumava comandar o batalhão do Hamas na Cidade de Gaza, um dos maiores e mais bem equipados do grupo, disseram essas pessoas.

A guerra em Gaza começou depois que militantes liderados pelo Hamas mataram 1.200 pessoas, a maioria civis, e fizeram 251 reféns em um ataque ao sul de Israel em 7 de Outubro de 2023. A ofensiva retaliatória de Israel matou mais de 70.700 palestinos, a maioria civis, segundo autoridades de saúde locais.

O cessar-fogo de 10 de outubro permitiu que centenas de milhares de palestinos retornassem às ruínas da Cidade de Gaza. Israel retirou tropas de posições na cidade e o fluxo de ajuda humanitária aumentou.

Mas a violência não cessou completamente. Autoridades de saúde palestinas afirmam que as forças israelenses mataram pelo menos 386 pessoas em ataques em Gaza desde o cessar-fogo. Israel afirma que três de seus soldados foram mortos desde o início da trégua e que atacou dezenas de combatentes.
Por Folhapress

Tailândia lança ataques contra o Camboja em meio à retomada das tensões

Ambos os países se acusam de violar o acordo de cessar-fogo mediado por Trump em outubro


A Tailândia lançou ataques aéreos ao longo de sua fronteira disputada com o Camboja, informou o exército tailandês nesta segunda-feira (8), após ambos os países acusarem o outro de violar o acordo de cessar-fogo mediado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, há cerca de dois meses.

Pelo menos um soldado tailandês foi morto e quatro ficaram feridos nos novos confrontos que aconteceram em torno de duas áreas na província de Ubon Ratchathani, no extremo leste do país, informou o exército tailandês em um comunicado, após suas tropas serem alvejadas por disparos cambojanos.

"O lado tailandês começou a usar aeronaves para atacar alvos militares em diversas áreas", disse o comunicado.

O Ministério da Defesa do Camboja afirmou em um comunicado que o exército tailandês lançou ataques ao amanhecer contra suas forças em dois locais, após dias de ações provocativas, e acrescentou que as tropas cambojanas não retaliaram.

O exército tailandês disse que o exército cambojano disparou foguetes BM-21 contra áreas civis tailandesas, acrescentando que não há relatos de vítimas.

A disputa de fronteira eclodiu em um conflito de cinco dias em julho, antes do cessar-fogo intermediado pelo primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, e por Trump, que também testemunhou a assinatura de um acordo de paz ampliado entre os dois países em Kuala Lumpur, em outubro.

Pelo menos 48 pessoas morreram e estima-se que 300 mil foram deslocadas temporariamente durante os confrontos de julho, com os países vizinhos trocando foguetes e fogo de artilharia pesada.

Após a explosão de uma mina terrestre no mês passado, que deixou um de seus soldados mutilado, a Tailândia anunciou a suspensão da implementação do pacto de cessar-fogo com o Camboja.

O influente ex-primeiro-ministro cambojano Hun Sen, pai do atual primeiro-ministro Hun Manet, afirmou que os militares tailandeses eram "agressores" que buscavam provocar uma resposta retaliatória e instou as forças cambojanas a exercerem moderação.

"A linha vermelha para a resposta já foi definida. Exorto os comandantes em todos os níveis a instruírem todos os oficiais e soldados de acordo com isso", disse Hun Sen no Facebook, sem dar mais detalhes.

Na Tailândia, mais de 385 mil civis em quatro distritos fronteiriços estão sendo movidos, com mais de 35 mil já alojados em abrigos temporários, informou o exército tailandês.

A Tailândia e o Camboja disputam há mais de um século a soberania em pontos não demarcados ao longo de sua fronteira terrestre de 817 quilômetros, mapeada pela primeira vez em 1907 pela França, quando governava o Camboja como colônia.

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Rússia faz novo mega-ataque à Ucrânia e provoca apagões em meio a negociação de paz

Foto: Divulgação
A Rússia realizou novo mega-ataque com drones e mísseis contra a infraestrutura energética da Ucrânia neste sábado (6) em diversas regiões do país. Houve apagões e cortes no fornecimento de energia em várias delas, em um momento crítico de aproximação do inverno no hemisfério norte e em meio a negociações entre Moscou e os Estados Unidos para o fim do conflito.
O Exército ucraniano afirma que foram lançados 653 drones e 51 mísseis contra seu território durante a madrugada; 585 drones e 30 mísseis foram derrubados, ainda segundo os militares.

O ataque afetou o fornecimento de energia em Zaporíjia, Lviv, Chernihiv e Dnipropetrovsk. A usina nuclear de Zaporíjia chegou a ficar sem fornecimento de eletricidade de fontes externas por cerca de meia hora, de acordo com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).

Em mensagens no aplicativo Telegram, a pasta responsável pelo desenvolvimento de comunidades afirma que ao menos 9.500 pessoas ficaram sem aquecimento e 34 mil, sem água.

Um centro ferroviário próximo a Kiev também foi atingido pelo ataque, com um armazém e vagões danificados, de acordo com a empresa pública de trens. Não houve feridos, segundo a companhia.

"A Rússia continua a ignorar qualquer esforço de paz e, em vez disso, ataca infraestrutura civil crucial, incluindo nossos sistemas de energia e ferroviais", afirmou o chanceler ucraniano, Andrii Sibiha.

O Kremlin intensificou, nas últimas semanas, ataques contra instalações de geração e distribuição de energia da Ucrânia. Ao mesmo tempo, enviados do governo de Donald Trump mantêm negociações diplomáticas em Moscou na tentativa de avançar para uma solução do conflito.

As conversas continuam neste sábado (6), mas, até o momento, não há previsão de acordo no horizonte. O presidente russo, Vladmir Putin, endureceu ainda mais sua posição em relação às negociações atuais, a terceira tentativa de Trump de acabar com a guerra.

De acordo com relatos ouvidos pela Folha, o Kremlin rejeitou todas as ideias mais favoráveis a Kiev, como a negociação territorial a partir das linhas de batalha atuais --o que deixaria cerca de 15% da vital área da região de Donetsk ainda sob controle ucraniano.

Aliados europeus da Ucrânia e dos EUA, que têm defendido um acordo favorável a Kiev e com punições a Moscou, estão na prática apartados das discussões. Mesmo entre si, têm também mostrado discordâncias sobre os termos da paz, até aqui ditada por Putin.

O principal deles é o plano da Comissão Europeia de tomar R$ 1,3 trilhão de reservas russas congeladas, a maior parte na Bélgica, para lastrear um empréstimo visando cobrir as despesas ucranianas em 2026 e 2027.

Os belgas são contrários, dizendo que isso irá expor o país a processos internacionais. O premiê Bart de Wever causou furor na quinta (4) ao dizer que "é uma ilusão achar que a Rússia pode perder a guerra".

Sem uma derrota, Moscou inevitavelmente será reintegrada ao sistema econômico global e poderá pedir a devolução de seu dinheiro. Nesse caso, segundo a proposta inicial dos europeus, quem bancará o empréstimos serão os próprios países do bloco continental.

A chefe da política externa da União Europeia, Kaja Kallas, afirmou neste sábado que os EUA continuam como o principal aliado do bloco. Além dos desdobramentos da negociação, até aqui sem avanços, a declaração sucede ainda a divulgação de um documento estratégico de política externa do governo Trump em que a Europa é apontada como vítima de um "apagão civilizatório", indicando que o continente pode, no futuro, deixar de ser considerado um aliado confiável.

Resultado da COP30 foi "decepcionante", diz chefe da ONU

Apesar da ausência de consenso entre as delegações, António Guterres enfatizou o multilateralismo em meio a tensões geopolíticas
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou nesta quarta-feira (3) que o resultado final da cúpula climática COP30, realizada no Brasil em novembro, foi "decepcionante", mas mostrou que o multilateralismo ainda funciona na ausência dos Estados Unidos e em meio a tensões geopolíticas.
"Tenho sentimentos contraditórios em relação à COP", afirmou Guterres sobre as negociações climáticas anuais da ONU.

"Por um lado, acho que é notável que, com os Estados Unidos fazendo campanha contra e a indústria de combustíveis fósseis claramente determinada a garantir que as coisas não avançassem... com todos esses movimentos contra, foi possível chegar a um acordo e isso mostra que o multilateralismo funciona", disse ele na Reuters Next.

A COP30 começou em 10 de novembro, em Belém, no Pará, e contou com quase 200 delegações. Na agenda, as nações conversaram sobre 145 tópicos, enquanto 20 foram considerados mais "substantivos" pela presidência brasileira.

No relatório final da conferência, o embaixador, André Corrêa do Lago, disse ter identificado um "alto grau de convergência e alinhamento" entre as contribuições enviadas pelos países.

No entanto, Corrêa do Lago reconheceu que debates-chave permanecem em aberto e algumas propostas ainda dividem delegações.

A conclusão também deixou explícito pontos de impasse em áreas sensíveis de negociação climática global, como financiamento climático, programa de trabalho - com metas e ações concretas para aumentar o financiamento - e reformas na estrutura financeira global.
Da Reuters

Argentina decide pela extradição de cinco brasileiros foragidos do 8/1

A Justiça argentina determinou nesta quarta-feira (3) a extradição de cinco brasileiros condenados pelos ataques golpistas do 8 de Janeiro que estavam foragidos da Justiça brasileira. A decisão foi dada pelo Tribunal Criminal nº 3 do país e ainda cabe recurso.

Os brasileiros foragidos são Joelton Gusmão de Oliveira e Wellington Luiz Firmino, condenados a 17 anos de prisão; Ana Paula de Souza e Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, condenados a 14 anos de prisão; e Joel Borges Correa, condenado a 13 anos de prisão.

Souza foi presa após quebrar a tornozeleira e fugir para o país. No início do ano, ela se queixou em entrevista à CNN de não receber apoio de parlamentares bolsonaristas e de ter sido "esquecida" em uma prisão argentina.

Oliveira foi preso em novembro de 2024 na cidade de La Plata. O Ministério da Segurança da província de Buenos Aires informou à época que a captura ocorreu quando policiais viram um homem em atitude suspeita e, ao tentarem identificá-lo, verificaram que ele tinha um mandado de prisão e extradição emitido pela Justiça brasileira.

Em março, o Tribunal Federal da Argentina negou um pedido para liberar Correa, que também foi preso em La Plata.

Ramalho, por sua vez, foi detido em janeiro, ao ser identificado durante um processo de imigração.

Já Firmino foi detido em novembro de 2024, ao tentar fugir para o Chile de moto, pela província de Jujuy (noroeste da Argentina).

Os cinco fazem parte do grupo de 61 brasileiros condenados pelos ataques golpistas que fugiram para a Argentina. O pedido de extradição foi feito pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O juiz Daniel Rafecas, do Tribunal Federal Criminal número 3, é o responsável pelo caso. À imprensa brasileira o magistrado disse que todos os 61 serão submetidos a julgamento de extradição em algum momento.

Os cinco agora podem apelar da decisão do juiz Rafecas diretamente para a Suprema Corte de Justiça da Argentina, que terá a palavra final sobre o tema, mas sem prazo definido.

O tema é acompanhado por advogados da AGU (Advocacia Geral da União), representando o Brasil. Segundo a AGU, durante a audiência, foi apresentada uma manifestação, "ressaltando a institucionalidade do Estado brasileiro e salientando que todas as garantias penais relativas ao estado de direito foram rigorosamente obedecidas nos processos conduzidos perante ao STF".

As cinco pessoas condenadas tiveram a extradição analisada ao mesmo tempo, e a Justiça tinha até três dias úteis para tomar uma decisão. Os condenados estão detidos em prisões argentinas, e o julgamento já havia sido adiado três vezes.

Havia dúvida sobre o avanço dos julgamentos na Argentina, dada a relação próxima do presidente Javier Milei com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No ano passado, no entanto, o porta-voz do governo argentino, Manuel Adorni, afirmou que não haveria "pactos de impunidade" e que o país respeitaria as decisões do Judiciário brasileiro.

Em 2024, a Justiça argentina determinou a prisão de todos eles, após um pedido expedido pelo governo brasileiro. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou ter recebido uma relação com mais de 180 nomes de foragidos para a Argentina e outros países.

Os brasileiros já solicitaram refúgio à Comissão Nacional para Refugiados da Argentina, mas o órgão ainda não se manifestou.
Por Douglas Gavras/Folhapress

Venezuela pede ajuda à Opep para deter 'agressão' dos EUA no Caribe

Carta enviada à organização afirma que ação militar ameaça estabilidade do mercado internacional de petróleo
A Venezuela pediu ajuda à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para deter o que chamou de agressão dos Estados Unidos, que mantêm desde agosto uma operação antidrogas no Caribe, segundo uma carta do ditador Nicolás Maduro divulgada neste domingo (30).

A mobilização americana inclui navios, caças, milhares de militares e o maior porta-aviões do mundo. Caracas afirma que as manobras não têm como objetivo combater o narcotráfico, mas sim derrubar o regime.

"Espero contar com os seus melhores esforços para contribuir para deter esta agressão que acontece com cada vez mais força e ameaça seriamente os equilíbrios do mercado energético internacional", afirma a carta de Maduro lida pela vice-presidente Delcy Rodríguez durante um comitê ministerial virtual da Opep.

O ditador venezuelano afirma que Washington pretende tirá-lo do poder e assumir o controle das reservas de petróleo do país.

Ele destaca que uma ação militar "coloca em grave perigo a estabilidade da produção de petróleo venezuelana e o mercado mundial".

No sábado, o presidente Donald Trump advertiu que o espaço aéreo da Venezuela deveria ser considerado "fechado em sua totalidade".

Na semana passada, Washington emitiu um alerta aéreo devido à crescente atividade militar na zona, que foi acatado por seis companhias aéreas que suspenderam os voos para e a partir da Venezuela.

Neste domingo, a agência de viagens russa 'Pegas Touristik', que organizava viagens com frequência para a ilha de Nueva Esparta (norte), também acatou o alerta americano e suspendeu seus voos.

Desde 2021, Venezuela e Rússia assinaram vários convênios turísticos, e Nueva Esparta recebeu milhares de turistas russos, que contribuem para a economia da ilha.

A Venezuela mantém no momento suas duas rotas de voo para a Rússia, aliada do chavismo, com a companhia aérea estatal Conviasa.

O Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (Inac) da Venezuela revogou as licenças de operação no país de seis companhias: a espanhola Iberia, a portuguesa TAP, a colombiana Avianca, a filial colombiana da chileno-brasileira Latam, a brasileira GOL e a turca Turkish Airlines.

O regime de Maduro acusa as companhias aéreas de aderirem "às ações de terrorismo de Estado promovidas pelo governo dos Estados Unidos".

Trump disse na quinta-feira que os esforços para deter os narcotraficantes venezuelanos "por terra" começarão "muito em breve", mas acrescentou que conversará com Maduro "em algum momento".

Por Folhapress

Moradores relatam vigilância e prisões em estado remoto da Venezuela após ataques dos EUA no Caribe

Sucre, a apenas 11 km de Trinidad e Tobago, era lar de algumas das mais de 80 pessoas mortas por Washington

Bombardeios dos Estados Unidos contra supostos barcos de narcotráfico levaram a uma intensificação da vigilância por parte das autoridades no remoto estado de Sucre, no nordeste da Venezuela. O aumento das patrulhas de agências de segurança e apoiadores do partido governista alimenta o medo entre os moradores, segundo quatro residentes e um visitante recente.

Sucre, que chega a fica a apenas 11 km de Trinidad e Tobago, era o lar de algumas das mais de 80 pessoas mortas até agora na campanha de ataques de Washington no Caribe e no oceano Pacífico. O estado é o segundo mais pobre da Venezuela, e cerca de 60% de sua população trabalha para o regime.

Na semana passada, a agência de notícias Reuters revelou que os EUA estão prestes a lançar uma nova fase de operações relacionadas ao país sul-americano.

O governo Trump afirma que os ataques prejudicaram as operações dos cartéis de drogas, incluindo grupos que ele acusa de serem liderados pelo ditador vezuelano, Nicolás Maduro. O regime sempre negou qualquer envolvimento com o crime e acusa Washington, por sua vez, de tentar controlar os recursos naturais da Venezuela, especialmente suas vastas reservas de petróleo.

O aumento da vigilância pode indicar o desejo da ditadura de controlar de forma mais rígida uma região há muito dominada por atividades criminosas, incluindo o tráfico de drogas.

Dois familiares de pessoas de Sucre que foram mortas em ataques a barcos disseram ter recebido a visita de policiais e agentes do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional) logo após os ataques. Por medo de represálias, eles pediram para permanecer em anonimato.

As autoridades revistaram suas casas e os advertiram para não publicarem nada sobre a morte de seus entes queridos nas redes sociais. Os parentes disseram não ter recebido nenhuma informação oficial e desconhecem qualquer investigação sobre as mortes de seus familiares.

Washington não tornou públicos detalhes sobre os venezuelanos mortos nos ataques, e Caracas não divulgou os nomes. Como os corpos não foram encontrados, as famílias não puderam realizar os funerais.

Quatro moradores de Guiria —cidade litorânea no estado de Sucre cuja economia depende principalmente do contrabando marítimo de produtos ilícitos, incluindo drogas, e que sofreu com os ataques— disseram à Reuters que observaram um aumento no número de agentes de segurança de diversas agências desde meados de setembro, com as patrulhas se intensificando ainda mais nas últimas duas semanas.

O Ministério das Comunicações da Venezuela, responsável por responder a todas as solicitações da imprensa em nome do regime, não se manifestou sobre o aumento da atividade de segurança em Sucre. A ditadura afirma que o país é uma democracia e que as forças de segurança atuam em conformidade com a lei.

A agência de notícias não conseguiu apurar o motivo do envio de mais agentes do regime venezuelano para Sucre, mas a contraespionagem e a vigilância de tropas e cidadãos —especialmente pela Direção-Geral de Contraespionagem Militar (DGCIM) e pelo Sebin— são pilares centrais do regime de Maduro, segundo observadores internacionais, grupos de direitos humanos, ex-soldados e parlamentares da oposição.

A DGCIM, sancionada pelos EUA e sob investigação do TPI (Tribunal Penal Internacional), foi acusada de abusos sistemáticos, incluindo tortura e execuções extrajudiciais. A vigilância do Sebin tem como alvo figuras da oposição, jornalistas e outros.

Os agentes que patrulham Sucre às vezes estão à paisana e usam sedãs e SUVs, disseram as testemunhas, que afirmaram reconhecê-los por não serem da cidade. Em outros casos, testemunhas viram agentes uniformizados do serviço, das forças armadas, da DGCIM e da polícia nacional realizando patrulhas, especialmente à noite.

"Eles passam pelas mesmas áreas várias vezes, a qualquer hora. Antes, não eram tão persistentes, agora estão em todos os lugares o tempo todo", disse um líder comunitário, que pediu anonimato por motivos de segurança.

Um comerciante, também falando sob condição de anonimato, disse que a maioria das patrulhas é realizada em motocicletas e viaturas policiais. As patrulhas incluem membros civis de grupos de motociclistas aliados ao partido governista, conhecidos como coletivos. "Tudo é organizado pelo governo –civis e policiais patrulham as ruas juntos", disse ele. "Tudo parece calmo, exceto pelo aumento da vigilância na cidade."

As patrulhas, que, segundo moradores, aumentaram após o anúncio de exercícios militares conjuntos entre os EUA e Trinidad e Tobago no final de outubro, resultaram em prisões, disseram dois residentes. Os moradores também relataram a presença de postos de controle em algumas áreas e disseram que muitas vezes não fica claro quem os controla.

A economia local de Guiria, que além do tráfico de drogas também é parcialmente sustentada pelo comércio informal de alimentos e outros produtos com Trinidad e Tobago, mostra sinais de estagnação. "Só houve movimento nas lojas recentemente por causa dos bônus pagos pelo governo; fora isso, não há dinheiro circulando", disse uma balconista de uma mercearia.

"Nenhum barco de qualquer tipo está saindo para Trinidad e Tobago —nem migrantes, nem pessoas comprando mercadorias lá para vender aqui, e certamente não aqueles que levam produtos venezuelanos para vender lá, que era outra forma de ganhar dinheiro. Tudo está praticamente morto", concluiu ela.

Um ex-morador de Carupano que visitou recentemente a cidade, na costa norte de Sucre, disse que a DGCIM instalou um centro de comando em um hotel estatal e que a atividade em espaços públicos diminuiu devido ao aumento da presença das forças de segurança.

"As pessoas da cidade sabem que existem indivíduos que não fazem parte da comunidade, não são de lá. Pessoas andando por aí como civis, mas que pertencem à inteligência do governo", disse o ex-morador. "Há muito segredo —ninguém fala sobre isso porque não sabem se alguém está ouvindo".

Por Folhapress

Trump afirma que espaço aéreo da Venezuela será totalmente fechado e amplia tensão entre países

Em post, presidente americano diz que companhias aéreas e traficantes devem considerar proibição imediata
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse no sábado que o espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela será fechado em sua totalidade.

Trump, em uma publicação no Truth Social, disse: "Para todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas, por favor, considerem O ESPAÇO AÉREO ACIMA E AO REDOR DA VENEZUELA FECHADO EM SUA TOTALIDADE."

Na semana passada, a FAA, o órgão regulador aeronáutico dos Estados Unidos, havia comunicado que sobrevoar a Venezuela consistia numa "situação potencialmente perigosa" devido "à piora da situação de segurança e à atividade aumentada no país e em torno dele".

Tal medida fazia parte de uma ofensiva do governo Trump, que desde setembro vem ampliando uma mobilização militar em nome do combate ao narcotráfico na região, mas que mira especificamente a derrubada do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro — "da maneira fácil ou difícil", como o presidente disse na quarta (26).

Diversas empresas cancelaram voos para a Venezuela. Na segunda (24), a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo, na sigla inglesa) informou o mercado que Caracas havia dado um prazo de 48 horas para que as operações fossem retomadas, já que a FAA não tem jurisdição sobre o espaço aéreo venezuelano.

Em reação à suspensão de voos para o país, o governo venezuelano revogou na quinta-feira (27) a autorização de operação de seis companhias aéreas, incluindo a brasileira Gol.

Também nesta quinta, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, visitou o porta-aviões USS Gerald Ford, que está estacionado no mar do Caribe. Mais de 80 pessoas já morreram em ações aéreas dos Estados Unidos contra barcos que supostamente transportavam drogas no Caribe e na costa do oceano Pacífico.

Nesta sexta-feira (28), uma reportagem publicada pelo jornal The New York Times disse que Trump e Maduro conversaram por telefone na semana passada.

Segundo o jornal, dentre os assuntos discutidos estavam a possibilidade de um encontro entre os dois e uma visita de Maduro aos Estados Unidos, país no qual ele é procurado por suposto envolvimento com o narcotráfico — acusações que ele nega.

Por Folhapress

Morre Jimmy Cliff, um dos maiores nomes da história do reggae, aos 81 anos

O cantor e compositor jamaicano Jimmy Cliff, um dos nomes mais influentes da história do reggae, morreu aos 81 anos, segundo comunicado publicado nesta segunda-feira (24) em sua conta oficial no Instagram.

A nota, assinada pela esposa, Latifa, informa que o artista "cruzou para o outro lado após uma convulsão seguida de pneumonia". No texto, ela agradece familiares, amigos, artistas, colegas de trabalho e fãs que acompanharam a trajetória do músico.

"Seu apoio foi sua força ao longo de toda a carreira. Ele apreciava profundamente cada fã", escreveu. Latifa também mencionou o trabalho do Dr. Couceyro e da equipe médica que cuidou do cantor durante o período crítico.

O comunicado, assinado por Latifa, Lilty e Aken, pede respeito à privacidade da família e afirma que mais informações serão divulgadas posteriormente. Jimmy Cliff, conhecido por clássicos como "Many Rivers to Cross" e "The Harder They Come".

Trump ataca liderança ucraniana e diz que Kiev demonstrou "zero gratidão"

Preocupações foram levantadas sobre plano de paz elaborado pelos Estados Unidos; proposta é vista como favorável à Rússia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou neste domingo (23) os líderes da Ucrânia pelo que descreveu como falta de gratidão, enquanto altos funcionários dos EUA se reúnem com uma delegação de Kiev em Genebra, Suíça, para negociar o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia.

“A 'LIDERANÇA' DA UCRÂNIA NÃO DEMONSTROU NENHUMA GRATIDÃO PELOS NOSSOS ESFORÇOS, E A EUROPA CONTINUA COMPRANDO PETRÓLEO DA RÚSSIA”, escreveu Trump em uma publicação no Truth Social.

O comentário remete às declarações do vice-presidente JD Vance no Salão Oval no início deste ano, quando ele repreendeu o presidente Volodymyr Zelensky durante uma reunião tensa e perguntou: "Você já disse obrigado alguma vez?".

Os comentários vêm após preocupações serem levantadas sobre o plano de paz elaborado pelos Estados Unidos, que é o foco das discussões de hoje. A proposta é amplamente vista como favorável à Rússia.

Desde então, os líderes europeus têm procurado enfatizar que um acordo de paz não pode ser alcançado sem o consentimento da Ucrânia ou de seus aliados europeus.
Fonte: Kit Maher, da CNN

Moraes acabou com a diplomacia de Lula, diz advogado de Trump

O advogado de Donald Trump, Martin de Luca, criticou Alexandre de Moraes por decretar a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, afirmando que a decisão prejudica a diplomacia de Lula com os EUA. Ele retuitou mensagens de Tarcisio de Freitas e aliados de Trump, todos contrários à medida

Martin de Luca, advogado do presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acabou com a diplomacia de Lula, após decretar a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, na manhã deste sábado. Luca representou as empresas Rumble e Trump Media em uma queixa civil na Justiça Federal da Flórida contra o ministro Alexandre de Moraes.

"Lula e Alckmin correram contra o relógio por meses para estabilizar a relação do Brasil com os EUA. Eles sabem que o Brasil caminha sobre gelo fino com Donald Trump. Finalmente, eles receberam o primeiro sinal de boa vontade ontem\". Porém, completa ele, numa postagem no X, "na manhã seguinte, Moraes sabota todo o esforço diplomático com uma única decisão, exatamente o tipo de excesso que desencadeou a crise\".

"Enquanto a equipe de Lula tenta desesperadamente reconstruir a confiança com os EUA, Moraes faz tudo o que pode para provar por que foi sancionado", escreveu ele. "Se o Brasil quer credibilidade no exterior, talvez devesse começar por pôr a sua própria casa em ordem, porque, neste momento, um homem está desfazendo o trabalho de todos os outros em tempo real."

Luca também retuitou um post do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, também crítico à prisão. "Jair Bolsonaro tem enfrentado todos os ataques e todas as injustiças com a firmeza e a coragem de poucos. Tirar um homem de 70 anos da sua casa, desconsiderando seu grave estado de saúde e ignorando todos os apelos provenientes das mais diversas fontes, todos os laudos médicos e evidências, além de irresponsável, atenta contra o princípio da dignidade humana", escreveu Tarcisio. "Bolsonaro é inocente e o tempo mostrará. Seguimos firmes ao seu lado e lutaremos para que essa injustiça seja reparada o quanto antes."

Luca também retuitou posts do advogado Jason Miller, conselheiro de Trump que atuou por sanções a Moraes. Além de um post do brasilianista texano Brian Winter, todos contrários à prisão preventiva.

por Estadao Conteudo

Europa sob pressão após navio com 3 mil vacas virar “navio da morte”

Organizações denunciam que o Spiridon 2 percorre o oceano há mais de dois meses com animais doentes, mortos e sem condições mínimas de bem-estar. Sem porto para atracar, o caso pressiona autoridades europeias a agir e rever regras do transporte marítimo de animais vivos.

Asituação do navio Spiridon 2, que circula há mais de dois meses com quase três mil vacas a bordo, levou organizações de proteção animal a exigirem que a Europa intervenha para evitar uma tragédia ao longo do transporte marítimo de animais vivos. O caso, considerado um dos piores dos últimos anos, colocou autoridades e entidades sob forte pressão.

O Spiridon 2 deixou Montevidéu em 20 de setembro com 2.901 bovinos destinados à Turquia. A embarcação chegou ao porto de Bandirma em 22 de outubro, mas foi impedida de atracar por falhas de documentação e divergências na identificação dos animais. Sem autorização, o navio ficou quase um mês parado em alto-mar até ser obrigado a retornar. Agora, segue em direção à Líbia antes de voltar ao Uruguai, com previsão de chegada no meio de dezembro.

Segundo a AWF e a Oipa, metade das vacas estaria prenhe. As entidades afirmam que mais de 140 bezerros nasceram durante a viagem, sem qualquer informação sobre sua sobrevivência. Há ainda o registro de 58 mortes confirmadas a bordo, com carcaças em decomposição no interior da embarcação. As organizações descrevem o Spiridon 2 como “um navio da morte”, alegando que os animais vivem sobre fezes acumuladas, sem ventilação adequada, sem descanso e possivelmente sem abastecimento recente de ração, água ou cuidados veterinários.

O governo turco justificou a recusa ao navio citando ausência de brincos e chips eletrônicos e inconsistências entre a carga e a documentação entregue. Autoridades uruguaias, porém, apontam que a disputa seria comercial, não sanitária.

Diante da situação, grupos de proteção animal pedem que a União Europeia intervenha imediatamente. As entidades querem inspeções obrigatórias em portos, mudanças na legislação e mecanismos que impeçam que navios continuem navegando com animais em condições extremas. Segundo a Oipa, se nenhuma ação for tomada, “parte do rebanho pode não sobreviver até o desembarque”.
 por Notícias ao Minuto

Trump diz que prisão de Bolsonaro 'é uma pena'

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste sábado que não tinha ficado sabendo da prisão de Jair Bolsonaro (PL) e que é uma pena.

O ex-presidente brasileiro foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22), em Brasília, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O republicano foi questionado sobre a prisão pelo jornalista Mathias Brotero, correspondente da Record em Washington.

Em um primeiro momento, ele diz que não estava a par. Depois indaga se foi isso que aconteceu e diz: "É uma pena".

Por Folhapress

Considerado um aliado pelo bolsonarismo, Trump impôs uma sobretaxa sobre produtos brasileiros no fim de julho, citando Bolsonaro e dizendo que o ex-presidente sofria perseguição de Alexandre de Moraes.

Um dos fundamentos usados pelo ministro Alexandre de Moraes para decretar a prisão preventiva do ex-presidente foi o risco de fuga.

O magistrado diz que o trajeto de 13 quilômetros entre a casa onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar e o Setor de Embaixadas Sul é percorrível em menos de 15 minutos.

Cessão de território, reconstrução com dinheiro russo, central nuclear dividida: veja pontos do plano de paz de Trump na Ucrânia

Esboço do documento, que AFP teve acesso, prevê 28 pontos, entre os quais que Kiev ceda regiões de Donetsk e Luhansk à Rússia. Kremlin afirmou que Ucrânia tem pouca margem para negociar, diante de um recente avanço de tropas russas.

O plano para a Ucrânia que vem sendo elaborado pelos governos dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, prevê que Kiev cederia as regiões de Donetsk e Luhansk à Rússia, segundo um esboço do documento ao qual a agência de notícias AFP teve acesso.
Essas duas regiões, que ficam no leste da Ucrânia, seriam "reconhecidas de fato como russas, inclusive pelos Estados Unidos". A mesma categoria seria aplicada para a Crimeia, a península ucraniana ilegalmente anexada pela Rússia em 2014.

Veja, abaixo, alguns dos 28 pontos da proposta, de acordo com a AFP:
Anexação das regiões de Donetsk e Luhansk pela Rússia — que correspondetem a mais da metade do que é atualmente ocupado por tropas russas, cerca de 20% de todo o território ucraniano.

Outras duas regiões no sul da Ucrânia, as de Kherson e Zaporizhzhia, seriam divididas segundo o traçado da atual linha de frente de batalha.

A redução das Forças Armadas da Ucrânia a 600 mil efetivos — o atual é de quase 900 mil soldados, segundo o governo ucraniano.

A assinatura de um "acordo de não agressão" entre Rússia, Ucrânia e Europa;
Que Kiev inclua em sua Constituição que renuncia integrar a Otan, uma das maiores reivindicações da Rússia desde antes da guerra. Mas a Ucrânia seguiria elegível para a adesão à União Europeia;
Garantias de segurança à Ucrânia semelhantes às da Otan — ou seja, no caso de uma nova invasão, EUA e Europa enviariam tropas para defender o território ucraniano;

O compromisso da Otan em não posicionar tropas na Ucrânia e estacionar aviões na Polônia;
A reconstrução da Ucrânia financiadas com US$ 100 bilhões (cerca de R$ 533 bilhões) de ativos russos atualmente congelados por sanções;

Divisão da central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, entre Rússia e Ucrânia (leia mais abaixo).

As propostas são vistas pelos ucranianos e europeus como muito favoráveis à Rússia, e o diálogo que Trump e Putin vem travando abastecem rumores disso. Nesta sexta-feira (21), fontes das negociações disseram à agência de notícias Reuters que os EUA ameaçaram deixar de fornecer informações de inteligência e até de armas para a Ucrânia como forma de pressão.

Oficialmente, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vem evitando criticar a proposta, para não criar novos atritos com Trump. Sem criticar o texto diretamente, Zelensky exigiu na quinta-feira (20) que se respeite "a soberania da Ucrânia".

Nesta sexta-feira (21), ele disse que a semana que vem será "muito difícil para a Ucrânia" — fontes da agência de notícias Reuters afirmaram Zelensky e o vice-presidente dos EUA, JD Vance, devem se reunir na próxima sexta-feira (28).

Líderes europeus, em reunião nesta sexta, afirmaram que as forças ucranianas devem permanecer capazes de defender a soberania do país, em uma referência à exigência de redução das forças ucranianas.

O presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o chanceler alemão, Friedrich Merz, fizeram uma ligação conjunta por telefone com Zelensky. Na chamada, disseram que assegurarão apoio da Europa à Ucrânia, mas também elogiaram "os esforços de Donald Trump" por buscar o fim da guerra. Também nesta sexta, o Kremlin pressionou o governo ucraniano e disse que Kiev tem pouca margem de negociação diante dos recentes avanços das tropas russas no front da guerra. O governo de Vladimir Putin ainda não se manifestou sobre o plano.

Avanço da Rússia

O plano foi apresentado no momento em que um Exército ucraniano menos numeroso e equipado luta para conter o avanço da Rússia no front — nas últimas semanas, as tropas de Moscou tem conquistado vitórias nas principais frentes de batalha abertas. E aumentado os ataques aéreos.

No terreno, a Rússia reivindicou a tomado de Kupyansk na frente oriental. O Exército de Kiev, por sua vez, negou ter perdido essa localidade-chave, que já tinha sido ocupada por Moscou em 2022, e que depois foi recuperada pelas tropas ucranianas.

O chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, garantiu que sus tropas avançavam "praticamente em todas as frentes".

"(O plano) está em processo de negociação e ainda está em revisão, mas o presidente [Trump] apoia este plano. É um bom plano tanto para a Rússia quanto para a Ucrânia, e acreditamos que deveria ser aceitável para ambas as partes", declarou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.

Leavitt garantiu que Washington "está dialogando tanto com uma parte quanto com a outra", desconsiderando algumas preocupações em Kiev de que plano fosse muito próximo às exigências de Moscou.

Central nuclear

O rascunho também indica que os esforços para a reconstrução empreendidos pelos Estados Unidos sejam financiados com os US$ 100 bilhões (cerca de R$ 533 bilhões) provenientes de ativos russos atualmente congelados.
A central nuclear de Zaporizhzhia seria reativada sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e sua produção de eletricidade se dividiria em 50% para a Ucrânia e 50% para a Rúsia

Fantástico mostra detalhes do maior navio de guerra do mundo

Porta-aviões, que tem orçamento bilionário, traz tensão a países latino-americanos no Caribe

O Fantástico mostra como funciona o maior navio de guerra do mundo.

O USS Gerald R. Ford é um gigante nuclear que pode ficar entre 20 e 25 anos sem precisar de reabastecimento. Custou mais de 24 bilhões de dólares - ou 127 bilhões de reais - valor mais alto do que o produto interno bruto da maioria das capitais brasileiras.
Confira os detalhes dessa máquina de guerra na reportagem do Fantástico no vídeo acima.

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