Mostrando postagens com marcador Bahia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bahia. Mostrar todas as postagens

Contas de três prefeituras têm parecer do TCM pela rejeição 22 de julho de 2025

Na sessão desta terça-feira (22/07), os conselheiros do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia recomendaram, às câmaras de vereadores, a rejeição das contas das prefeituras de mais três municípios. Essas contas são relativas aos exercícios de 2020, 2021 e 2022.

As contas de 2020, da Prefeitura de Fátima, da responsabilidade do ex-prefeito Manoel Missias Vieira, foram reincluídas na pauta de julgamento após pedido de vista do conselheiro Mário Negromonte, que, se aposentou sem analisar a matéria. Os conselheiros presentes à sessão acompanharam o voto do relator original – conselheiro Fernando Vita – pela rejeição das contas em razão da indisponibilidade financeira para cobrir “restos a pagar” do exercício, descumprindo ao disposto no artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Pela irregularidade, foi determinada a formulação de representação ao Ministério Público Estadual, para que seja apurada a prática de ato ilícito. O gestor foi multado em R$6 mil.

Já a prestação de contas da Prefeitura de Glória, sob responsabilidade de David de Souza Cavalcanti, referente ao exercício de 2021, foi rejeitada em virtude da insuficiência de recursos para suportar os créditos abertos por superávit financeiro (R$2.894.756,72) e excesso de arrecadação (R$4.131.966,45). Também foi identificada – pela área técnica do TCM – a abertura de créditos extraordinários sem comunicação ao Poder Legislativo e a ausência de caracterização de situação de imprevisibilidade.

David Cavalcanti foi punido com uma multa de R$3 mil.

E a prefeitura de Itaberaba, de responsabilidade de Ricardo dos Anjos Mascarenhas, recebeu o parecer prévio pela rejeição das contas de 2022 em razão da prática de irregularidades em processos licitatórios. O gestor foi multado em R$5 mil.

Cabe recurso às decisões.

Capitão Alden participa de buzinaço em Salvador e critica medidas do governo Lula e ‘perseguição’ a Bolsonaro

O deputado federal Capitão Alden (PL-BA) participou, na manhã deste domingo (20), de um buzinaço na orla de Salvador. A manifestação teve como foco críticas à condução do governo Lula nas relações internacionais e à atuação do sistema de Justiça em investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A concentração começou por volta das 9h, no Jardim de Alah, e seguiu até o Farol da Barra. O ato reuniu dezenas de veículos com bandeiras do Brasil, cartazes e faixas em apoio ao ex-presidente.

“O Brasil não pode aceitar calado esse tipo de perseguição política. O que está em jogo é a liberdade de expressão, o direito de manifestação e a democracia”, disse o deputado.

“Seguiremos firmes ao lado de Bolsonaro e de milhões de brasileiros que rejeitam abusos de autoridade e decisões parciais”, acrescentou.

Alden também criticou o que chamou de “medidas irresponsáveis” da atual gestão federal, citando a aproximação do Brasil com países como Venezuela, Rússia e Nicarágua. Segundo ele, o alinhamento com “regimes ditatoriais” tem afastado o país de nações democráticas como os Estados Unidos e da comunidade internacional.

“É o ativismo judicial e as narrativas absurdas da esquerda que estão corroendo as instituições e ameaçando o futuro do Brasil”, completou.

Na última sexta-feira (18), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo da decisão que impôs o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro, além de outras medidas cautelares, no âmbito da investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.

TCM divulga balanço da Ouvidoria e da Demanda Externa no 2º trimestre de 2025

O Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia divulgou, nesta quinta-feira (17), os dados consolidados das atividades desenvolvidas pela Ouvidoria e pela unidade de Demanda Externa no segundo trimestre de 2025. Os resultados evidenciam o compromisso do Tribunal com a transparência, a escuta qualificada da sociedade e o atendimento tempestivo aos pleitos das demais instituições que atuam no controle e na fiscalização da administração pública.

No período entre abril e junho, a Ouvidoria do TCM recebeu 196 manifestações por meio do portal oficial da instituição. O destaque ficou para as comunicações de irregularidades, que representaram 75% do total, reforçando o papel da Ouvidoria como um importante canal para o exercício do controle social.

Quanto aos assuntos abordados, a maioria das manifestações envolveu temas ligados à execução orçamentária (97), seguido de demandas relacionadas a consultas institucionais (47) e informações do sistema SIGA, do e-TCM ou do Portal (22).

O perfil dos manifestantes mostra um equilíbrio entre diferentes grupos: 55 eram pessoas físicas, 51 pessoas jurídicas e 90 manifestações foram anônimas ou sem identificação declarada.

Um dos principais indicadores de eficiência da unidade foi o tempo médio de resposta, que se manteve em 0,95 dia por demanda, demonstrando agilidade no atendimento, mesmo considerando a dependência de respostas de diversas unidades internas do Tribunal.

Já a unidade de Demanda Externa registrou 240 processos no trimestre, todos respondidos dentro dos prazos estabelecidos pelos órgãos solicitantes. O destaque ficou para as solicitações provenientes do Ministério Público Estadual da Bahia, que foram responsáveis por 54,17% do total. Em seguida, vieram pedidos do Ministério Público Federal (11,25%), Polícia Federal (5,42%), e Tribunal de Justiça da Bahia (3,75%), entre outros órgãos como o TRE, Receita Federal, INSS, PM e TCU.

Os dados reforçam a importância da integração entre o TCM e os diversos órgãos de controle e fiscalização, permitindo respostas rápidas e qualificadas às demandas recebidas, contribuindo diretamente para o fortalecimento das ações de controle externo no Estado da Bahia.

Ravengar: A ascensão e queda do barão do tráfico que desafiou o Estado

Durante anos, sua figura deslizava entre os becos como um sussurro. Ninguém via, mas todos sentiam. Raimundo Alves de Souza, o Ravengar, foi mais do que um homem: foi um fenômeno social. Um personagem esculpido entre a ausência do Estado, o poder corrosivo das drogas e a obediência comprada com favores. Dono de um império que se estendia dos morros de Salvador às noitadas glamourosas da elite soteropolitana, Ravengar reinou onde a política jamais ousou pisar. Sua história é uma ferida aberta, atravessada por violência, estratégia e contradição.

Ravengar nasceu em Salvador, em 1953. Como tantos meninos da cidade, cresceu aprendendo a sobreviver onde a infância termina cedo. No Pelourinho, dividia espaços com pequenos criminosos, alugando quartos e recolhendo apostas do jogo do bicho. Aos poucos, tornava-se conhecido entre aqueles que transitavam entre a margem da lei e a margem da sobrevivência. Era uma sombra útil: discreta, sempre presente.

Quando os tempos mudaram e o dinheiro ficou curto, mudou-se para o Alto de São Gonçalo. Passou a rodar como taxista. E foi ao volante, carregando compras e passageiros, que encontrou um novo filão: o tráfico. Primeiro como entregador, depois como articulador. Transportava drogas para artistas, empresários e políticos. Um serviço de confiança, feito sem barulho, sem riscos. Na boca dos usuários, virou "Raimundão Brabo". Mas o apelido que o eternizaria ainda estava por nascer.

A prisão de Zequinha do Pó, um atleta de remo e professor de natação que comandava o tráfico na região, abriu uma vaga no topo da cadeia alimentar. Ravengar não hesitou. Instalou-se no Morro da Águia, uma geografia estratégica, íngreme, de difícil acesso, esquecida pelo poder público. Ali, fundou seu império, batizado informalmente de "Império Ravengar". Seus seguidores se autodenominavam "Soldados de Ravengar". A estrutura era militar: comandos, hierarquia, patrulhamento constante.

Mas havia algo em Ravengar que o diferenciava dos demais: sua habilidade de misturar medo e favores. Como Pablo Escobar, sabia que o amor comprado valia tanto quanto a obediência imposta. No morro, pagava botijões de gás, comprava cestas básicas, reformava casas. Organizava festas, agenciava bandas, mantinha uma creche. Seus homens, armados até os dentes, usavam rádios e operavam com tática. À polícia, oferecia silêncio e propina. À comunidade, proteção e pequenos milagres do cotidiano.

E era sob o manto do benfeitor que Ravengar ocultava o reinado erguido à margem da lei. Dono de palavras mansas e gestos calculados, chegou a conceder uma entrevista à Revista Veja, onde falava de sua missão social e do banco improvisado que mantinha, de onde saíam empréstimos sem juros destinados à comunidade. Era dali, entre promessas de ajuda e favores silenciosos, que brotava o encanto sombrio de sua influência.

LEIA TAMBÉM:
Nos anos 1990, Ravengar ampliou o negócio. Tornou-se um empresário da noite. Fundou o bar Reluz, a casa de espetáculos Megashow e passou a investir em grupos musicais. A fronteira entre o crime e o entretenimento se diluía sob luzes coloridas. No palco, artistas; nos bastidores, cocaína. Para o público, ele era apenas um nome no outdoor. Para a polícia, um enigma intocável.

Em 1992, a primeira grande operação policial contra ele terminou em fiasco. A polícia invadiu o Reluz, prendeu subordinados, vasculhou imóveis. Ravengar escapou ileso, como se tivesse evaporado. Era um mestre em desaparecer. Delegados e comandantes viraram aliados. Algumas denúncias nem sequer eram registradas. A omissão era o maior ativo do seu negócio.

Foi apenas em 2003, com a chegada do delegado Edmilson Nunes ao Departamento de Tóxicos e Entorpecentes, que a caçada se tornou real. Ambicioso, Nunes traçou uma linha direta entre sua carreira e a prisão de Ravengar. Começou a costurar a queda com paciência e escuta. Descobriu a mansão de três andares no Cabula. No dia 16 de janeiro, a polícia invadiu o local. O que encontrou parecia o cenário de um filme surreal: aquários gigantescos, quadros de líderes contraditórios - de Irmã Dulce a Hitler -, móveis de luxo, e uma coleção de rádio-comunicadores.

Mas Ravengar já não estava ali. Tinha fugido com a precisão de quem antecipa o movimento do inimigo. E ainda assim, ligou para os policiais: “Não plantem nada aí”, avisou, com a calma de quem sabe que ainda está por cima. Seus dias, no entanto, estavam contados.

Foi apenas 37 dias depois, em 22 de fevereiro de 2004, que o rei caiu. Tentou escapar dirigindo um Vectra em alta velocidade pela Linha Verde, mas foi encurralado próximo a Monte Gordo. Levou um tiro no tórax. Saiu do carro com as mãos erguidas, ferido, finalmente derrotado. Sua mulher, Suely Napoleão, também foi presa. Com ele, caía o último pilar de um império que durou mais de uma década.

Quando foi levado pelas mãos da justiça, Ravengar fez ecoar sua voz por meio de uma carta dirigida a um jornalista. Nela, mais do que lamentar a liberdade perdida, Ravengar criticava a postura do delegado Edmilson Nunes, que comandara a operação que resultou em sua prisão. Com a arrogância de quem se considera o senhor do tráfico, ele escreveu: “O estado vai se arrepender de ter me prendido, eu boto ordem na criminalidade”

Em 2006, Ravengar foi condenado a 25 anos e 11 meses de prisão. Tráfico, refino, associação ao tráfico e corrupção ativa. O crime de formação de quadrilha caiu, ironia do sistema que ele corrompeu. Na prisão, impôs sua presença. Escreveu uma cartilha chamada Código de Ética Ravengar, distribuída entre os presos. Regras para convivência. Tentou transformar a cela em gabinete. Foi punido com 30 dias de solitária.

Em 2012, conseguiu o semiaberto. No ano seguinte, liberdade condicional. Mas em 2017, foi preso novamente, desta vez com a própria família, em nova operação contra o tráfico.

Ravengar morreu em 8 de junho de 2023, aos 69 anos, por complicações de uma diabetes. Um fim discreto para alguém que viveu cercado de excessos. Ainda assim, sua lenda persiste. Seu nome é citado com medo, com respeito, com desconfiança.

Para muitos, Ravengar foi um vilão. Para outros, um protetor. Mas a verdade está no meio: ele foi o produto de um país onde o crime, muitas vezes, é mais eficiente que o governo. Onde o fuzil organiza o que o Estado desorganiza. Onde o silêncio é comprado, e o poder, traficado.

Ravengar morreu. Mas o que ele representa continua vivo. Nos morros, nas bocas, nas vielas. No silêncio cúmplice que ainda protege tantos outros Ravengares em ascensão.
Por Ana Clara Pires/Bahia noticias

Cezar Leite e Leandro de Jesus convocam manifestação em defesa de Bolsonaro no Farol da Barra

Movimentos de direita conservadora, liderados pelo vereador Cezar Leite (PL) e o deputado estadual Leandro de Jesus (PL), organizam a realização de uma “Marcha Pela Liberdade” no próximo domingo (27), às 9h, no Farol da Barra, em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ato é uma resposta à operação da Polícia Federal (PF) que teve Bolsonaro como alvo nesta sexta-feira (18), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em vídeo publicado nas redes sociais, Leite declarou: “Homens de honra não abandonam homens de honra. O presidente Bolsonaro é a maior liderança de oposição do país, é o homem politicamente mais importante hoje da nação brasileira. A gente precisa fazer sim uma mobilização. Dia 27, domingo, vamos caminhar, fazer uma marcha pela liberdade, não só pela liberdade do presidente Bolsonaro, mas pela liberdade de todos que estão sendo perseguidos politicamente hoje por uma conduta tirana do Supremo Tribunal Federal do Brasil”, disse.

A “Marcha Pela Liberdade” deve reunir apoiadores de Bolsonaro e grupos conservadores em Salvador, seguindo o modelo de manifestações realizadas em outras cidades do país. O PL e aliados do ex-presidente têm mobilizado suas bases contra o que chamam de “judicialização da política”.

Campo Formoso “pega fogo” com nova etapa da Operação Overclean enquanto Adolfo Menezes curte o gelo da Groenlândia

Foto: Divulgação
Enquanto a política de Campo Formoso ferve com a nova etapa da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (17), o deputado estadual Adolfo Menezes (PSD) assiste de longe — bem longe. No mesmo instante em que policiais vasculhavam imóveis de familiares do deputado Elmar Nascimento (União) em busca de provas de desvios de recursos públicos, o pessedista e a esposa, Denise Menezes (PSD), que foi candidata a prefeita da cidade em 2024, relaxavam no gelo da Groenlândia.

A cena chamou atenção no meio político: de um lado, Campo Formoso sob investigação; do outro, o principal adversário local em clima de férias congeladas. Entre aliados, a ironia já circula: “Campo Formoso pega fogo, mas Adolfo segue em clima de neve”.

Em Campo Formoso, nova etapa da operação cumpriu mandatos de busca e apreensão na Prefeitura, comandada por Elmo Nascimento (União), irmão de Elmar, e na residência do vereador Francisquinho Nascimento, primo do parlamentar.

Política Livre

VÍDEO: Confronto entre facções assusta moradores no Engenho Velho da Federação durante a madrugada

Foto: Reprodução / Redes Sociais
Um intenso tiroteio entre grupos criminosos rivais foi registrado na madrugada desta sexta-feira (18) no Engenho Velho da Federação, em Salvador. Segundo o site Alô Juca, os disparos ocorreram durante um confronto entre integrantes das facções Comando Vermelho (CV), oriundos da localidade do Forno, e membros do Bonde do Maluco (BDM), da região da Lajinha.

https://www.instagram.com/sigapedro/?utm_source=ig_embed&ig_rid=06bc1013-f2e1-407e-82d6-3b14e6c26f3c

Segundo os relatos, o episódio gerou pânico na comunidade. Vídeos que mostram o momento do confronto circularam nas redes sociais ao longo do dia. A motivação da troca de tiros seria a disputa pelo controle do tráfico de drogas no bairro.
Por: Bahia noticias

Justiça reconduz prefeita de Ibicaraí ao cargo um dia após afastamento

A prefeita de Ibicaraí, Monalisa Tavares (União Brasil), reassumiu o comando do município nesta quinta-feira (17), após a Justiça Federal conceder uma liminar suspendendo os efeitos de sua condenação por improbidade administrativa. Na quarta-feira (16), a Câmara Municipal havia afastado a gestora do cargo.

Na decisão, o desembargador federal Marcus Vinicius Reis Bastos entendeu que a condenação ainda não havia transitado em julgado quando entraram em vigor as alterações na Lei de Improbidade Administrativa. Por isso, determinou que o caso fosse reanalisado de acordo com as novas regras da legislação.

O magistrado ainda concedeu a tutela de urgência, suspendendo os efeitos do processo, inclusive quanto à perda de direitos políticos e eventuais bloqueios patrimoniais.

O desembargador também negou o pedido da Câmara Municipal de Ibicaraí para participar da ação como parte interessada, ao argumentar que o Legislativo não participou do processo original e não possui interesse jurídico direto no resultado da ação.

Com a decisão, a prefeita segue no cargo até que haja um julgamento final do pedido de revisão da condenação.

A prefeita Monalisa Tavares foi defendida pelo escritório do advogado eleitoral Michel Reis.

Motorista é flagrado transportando cadáver durante blitz em Salvador

Um motorista foi flagrado transportando o corpo de um homem no banco do carona durante uma blitz da Transalvador, na madrugada desta quinta-feira (17), em Amaralina. O caso inusitado ocorreu durante a Operação Respeite a Vida, quando o condutor tentou escapar da fiscalização e acabou sendo abordado.

Ao revistarem o veículo modelo Fiorino, os agentes encontraram o cadáver e acionaram o Samu, que confirmou o óbito. A Polícia Militar e o Departamento de Polícia Técnica (DPT) também foram chamados, e o motorista encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O carro, que pertence a uma empresa, não possuía restrições e foi removido para o pátio da Transalvador. Segundo o órgão, o condutor não apresentava sinais de embriaguez.

PF mira família de deputado do centrão em suspeita de desvio de emendas’

A Polícia Federal e a CGU (Controladoria-Geral da União) e a Receita Federal deflagraram nesta quinta-feira (17), a quinta fase da Operação Overclean, sobre desvios de emendas, que mirou a família do deputado Elmar Nascimento (BA).

O objetivo foi desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares, corrupção e lavagem de dinheiro.

Foram cumpridos 10 mandados de buscas em cidades da Bahia como Salvador, Campo Formoso, Senhor do Bonfim, Petrolina, Mata de São João e em Brasília, além de uma ordem de afastamento cautelar de servidor público de suas funções.

Todas a ordens foram autorizadas pelo ministro Kassio Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A operação teve como foco contratos firmados em 2022 pela estatal federal Codevasf, por meio de emendas parlamentares, com o município de Campo Formoso, cidade do parlamentar.

Foram alvos da operação o irmão de Elmar, Elmo Nascimento, que é o prefeito de Campo Formoso, o seu primo, o vereador Francisco Nascimento, e o ex-presidente da Codevasf, Marcelo Moreira, que foi indicado pelo parlamentar ao cargo. O próprio deputado não foi alvo de buscas.

Constança Rezende/Folhapress

PF realiza buscas em condomínio de luxo em Salvador na nova fase da Operação Overclean

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (17), a quinta fase da Operação Overclean, que investiga suspeitas de desvio de recursos públicos e contratos fraudulentos envolvendo a Prefeitura de Campo Formoso, no norte da Bahia. Ao todo, estão sendo cumpridos 18 mandados de busca e apreensão.

Entre os alvos das diligências estão imóveis localizados em Salvador, incluindo o condomínio de alto padrão Residencial Monvert, no bairro do Horto Florestal.

A Construtora Impacto, localizada no Edifício Holding Empresarial, na Avenida Tancredo Neves, em Salvador, foi um dos alvos da quinta fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (17). A empresa é suspeita de integrar um esquema que manipulava licitações e desviava recursos públicos oriundos de emendas parlamentares destinadas a Campo Formoso, além de tentar obstruir as investigações em curso.

Um dos sócios da construtora, Evandro Baldino do Nascimento, já havia sido citado em fases anteriores da operação. Ele é apontado como peça-chave no apoio logístico e operacional do grupo investigado, com atuação em fraudes licitatórias em municípios como Campo Formoso e Oliveira dos Brejinhos.

Evandro também tem histórico na política, sendo ex-presidente da Câmara de Vereadores de Várzea do Poço. As investigações seguem em andamento sob coordenação da PF.

A operação mira gestores públicos e empresários ligados à administração municipal de Campo Formoso, com o objetivo de aprofundar as apurações sobre irregularidades em contratos e movimentações financeiras. A investigação segue em andamento sob sigilo.

Atualizada às 8h24.

Câmara de vereadores afasta prefeita de Ibicaraí por improbidade administrativa

O presidente da Câmara de Vereadores de Ibicaraí, Chico do Doce (PSDB), decidiu afastar a prefeita do município, Monalisa Tavares (União Brasil).

A medida foi tomada após a Câmara ser notificada pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre a condenação da gestora por improbidade administrativa, com sentença transitada em julgado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão determinou a suspensão dos direitos políticos da prefeita por cinco anos.

Durante a sessão plenária desta quarta-feira (16) foi anunciada a convocação do vice-prefeito Jônatas (Republicanos) para assumir o comando do município situado no território de identidade Litoral Sul. A cerimônia de posse deverá ser realizada nesta quinta (17).

Política Livre

TCM determina suspensão de novo brasão adotado pela Prefeitura de Barro Alto

Foto:Divulgação/TCM
Na sessão desta quarta-feira (16/07), os conselheiros que compõem a 2ª Câmara julgadora do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia deferiram o pedido de medida cautelar com o objetivo de suspender imediatamente a utilização do brasão/logomarca atualmente adotado pela Prefeitura Municipal de Barro Alto, sob gestão de Evilázio Joaquim de Oliveira.

A conselheira Aline Peixoto, relatora do processo, justificou sua decisão com base na Lei Orgânica do município de Barro Alto, que – no seu artigo 2º – reconhece expressamente o antigo brasão como símbolo oficial da cidade, cuja alteração exige deliberação legislativa específica.

Em sua defesa, o prefeito sustentou a legalidade da nova logomarca, citando a inexistência de legislação complementar que estabeleça a descrição, forma ou uso obrigatório do brasão anteriormente utilizado. Ainda, argumentou que o brasão utilizado anteriormente teria sido instituído de maneira irregular pelo ex-prefeito, sem respaldo legislativo, com cores que remetem a partido político.

Sobre a ausência de lei municipal formalizando os símbolos oficiais à época da promulgação da Lei Orgânica do município, a conselheira relatora entendeu que o uso reiterado e contínuo ao longo dos anos conferiu-lhe legitimidade e valor simbólico de brasão oficial perante a coletividade, passando a integrar a identidade institucional do município.

E por isso determinou a suspensão da utilização da nova logomarca nas redes sociais, veículos oficiais, obras e documentos públicos, até que eventual proposta de alteração seja regularmente submetida, discutida e aprovada pelo Poder Legislativo.

Cabe recurso da decisão.

Aprovadas contas de mais dez câmaras municipais

Os conselheiros que compõem a 1ª e 2ª Câmaras julgadoras do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, durante sessões desta quarta-feira (16/07), votaram pela regularidade de mais dez contas anuais de câmaras municipais, todas referentes ao ano de 2023.

Pela manhã, as contas das câmaras de Itapé, sob gestão de Ive Cleia Alves Pinto de Almeida; de Itapebi (Romildo Jesus da Silva); de Mascote (Jean Carlos da Silva Moreira); e de Serra Dourada (Cleci Souza da Costa), foram aprovadas sem a indicação de quaisquer ressalvas.

Já as contas da Câmara de Palmas de Monte Alto, sob responsabilidade de Patrícia Correa Ribeiro, foram aprovadas com ressalvas.

À tarde, as contas das câmaras municipais de Maetinga, do vereador Idaildo Pereira da Silva; de Cabaceiras do Paraguaçu, na gestão de Israel Jesus da Silva; de Ribeira do Amparo (Ivonete dos Santos Gama); de São Félix do Coribe (Emerson Alves da Silva), e de Vereda (Isnael Souza Lima), foram aprovadas com ressalvas.

Cabe recurso das decisões.

De ladrão de banco a chefe de facção: A ascensão e queda de Zé de Lessa, a mente por trás do Bonde do Maluco

Nas trilhas poeirentas da caatinga baiana, entre mandacarus e aroeiras que desafiam a secura do sertão, nasceu o homem que viria a liderar a facção mais temida da Bahia. José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, brotou do pequeno povoado de Recife, em Cafarnaum, município com pouco mais de 2 mil habitantes. Era uma terra silenciosa, silenciosa demais para imaginar que ali surgiria um dos maiores criminosos da história do estado.

A origem de seu apelido remonta às tradições do interior: possivelmente herdado do pai, Idalécio, conhecido como “Lessa”. E foi como Zé de Lessa que ele se tornou um nome sussurrado com temor nos corredores do sistema penal, nos becos das favelas e nas salas da polícia judiciária.

Ninguém sabe dizer com precisão quando ele cruzou a linha da legalidade, mas há quem diga que tudo começou com roubos a banco. Em 2015, o delegado Jorge Figueiredo o classificava como o maior assaltante de bancos e carros-fortes da Bahia. Já em 2018, os cinco processos encontrados em seu nome estavam relacionados ao tráfico de drogas, e descreviam uma quadrilha de “extrema periculosidade”.

“É um cara bem tranquilo de conversa, não demonstra ser uma pessoa violenta. É bem articulado… quem bota as armas na Bahia hoje é ele”, informou uma fonte policial à época. Segundo a investigação, as armas vinham do Paraguai, escondidas em caminhões de carga.

Mas o rosto do crime nem sempre se confunde com o estereótipo da brutalidade. Para quem o conheceu, Zé de Lessa era educado, discreto, falava baixo. Sua imagem destoava do império criminoso que erguera: o Bonde do Maluco (BDM), facção nascida sob sua liderança, considerada a mais truculenta do estado. Suas operações alcançavam o tráfico internacional, assaltos cinematográficos e sequestros meticulosos.

A história do Bonde do Maluco começa antes de Zé de Lessa assumir o controle. Em 2015, a facção Caveira, um dos grupos mais violentos da capital baiana, decidiu criar um braço externo com o objetivo de ampliar sua influência em Salvador e na Região Metropolitana. Batizaram esse braço de BDM. A meta era clara: tomar áreas estratégicas como o Subúrbio Ferroviário e Cajazeiras. No entanto, o projeto sofreu um racha interno de causas ainda obscuras. Foi o suficiente para que o Bonde do Maluco deixasse de ser satélite da Caveira e ganhasse vida própria, sob a batuta de Zé de Lessa, já então um assaltante com conexões fora da Bahia.

Com Lessa, o BDM deixou de ser uma fração local e passou a se profissionalizar. Foi ele quem abriu caminho para o alinhamento direto com o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo. O que antes era apenas uma troca comercial com a Caveira, virou aliança estratégica entre o BDM e os paulistas. A partir de 2018, o pacto passou a ser monitorado pelas forças de segurança: armas pesadas (fuzis, explosivos, munição) começaram a circular com mais intensidade. Com apoio financeiro, logística e know-how, o Bonde do Maluco cresceu em ritmo acelerado, avançando sobre bairros, comunidades e até sobre facções inteiras.

A ascensão do BDM coincidiu com o declínio da própria Caveira, sua criadora. A estrutura antiga foi sendo engolida pelo grupo dissidente e também sofreu ataques de rivais históricos, como o Comando da Paz (CP), que por sua vez foi absorvido pelo Comando Vermelho. Era o reflexo da nova ordem do crime baiano, cada vez mais conectado com o eixo Rio–São Paulo.

Enquanto isso, Zé de Lessa seguia acumulando poder — e processos. Preso em 2001 por tráfico, percorreu as prisões da Região Metropolitana de Salvador como quem muda de endereço. Teve progressão de pena para o semiaberto em 2005, mas fugiu. Foi recapturado meses depois e, desde então, manteve uma rotina de fugas, punições disciplinares, e influência crescente, inclusive de dentro da cadeia. Em 2013 e 2014, foram encontrados celulares e chips atribuídos a ele dentro da penitenciária. Era uma liderança que não se apagava com grades.

Em 2014, quase perdeu a vida na prisão após uma tentativa de homicídio. Foi espancado por outros detentos. A justificativa? Sua posição de liderança.

Naquele mesmo ano, conseguiu um feito raro: converteu sua pena em prisão domiciliar. A justificativa jurídica foi um problema médico. Sua mão esquerda, atrofiada após um acidente de carro mal tratado, exigia uma cirurgia delicada. O desembargador Aliomar Britto aceitou os argumentos da defesa com base no princípio da dignidade humana.
Zé de Lessa foi solto. Não fez a cirurgia. Nunca mais voltou.

O advogado Paulo César Pires, que o defendeu, diz que nunca mais teve contato com o ex-cliente. “Tratando-se de assaltante, os médicos não fizeram um trabalho bom na mão dele. Aquilo impossibilitava de fazer algumas coisas básicas da vida.” A promessa era de fisioterapia diária, pinos importados de São Paulo, reabilitação, nada disso ocorreu.

O Ministério Público, cético desde o início, tentou impedir a saída. A juíza da 2ª Vara de Execuções Penais à época, Andremara dos Santos, negou o pedido de prisão domiciliar. Mas, cinco dias depois, o desembargador da instância superior decidiu pela soltura. Zé de Lessa sumiu no mundo.

Não havia tornozeleiras eletrônicas disponíveis na Bahia em 2014. O sistema, frágil e desarticulado, não pôde controlar um homem que planejava crimes enquanto se passava por doente.

Da clandestinidade, Zé de Lessa comandava ações de alto impacto. Seu nome apareceu por trás do assalto de R$ 100 milhões a uma agência bancária em Bacabal, no Maranhão, em 2018. Segundo a SSP-MA, ele orquestrava o crime do Paraguai. Quem executava era seu irmão, Edielson Francisco Lumes, o Dó, morto pela polícia após o roubo.

Outro nome de confiança era Franklin Costa Araújo, seu cunhado, apontado como o principal sequestrador da Bahia. Ex-segurança do Banco do Brasil, Franklin aprendeu a rotina bancária por dentro, e depois a explorou por fora, ao lado do cunhado foragido.

Enquanto isso, Zé de Lessa era a carta Ás de Ouro no Baralho do Crime da SSP-BA. O homem mais procurado da Bahia.

Em 4 de dezembro de 2019, o cerco se fechou.

Zé de Lessa estava escondido em uma fazenda entre Coronel Sapucaia e Aral Moreira, no Mato Grosso do Sul, território de fronteira, trânsito livre de armas e drogas. Segundo a Polícia Militar, após uma tentativa de assalto a carro-forte na Rodovia MS-156, agentes localizaram o esconderijo. Houve troca de tiros. Lessa foi morto.

Assim morreu o homem que, por anos, confundiu a justiça com relatórios médicos, usou a própria fragilidade física como trunfo jurídico e transformou a calma do sertão em ponto de partida para um reinado de violência.

O legado de Zé de Lessa é uma lição sobre como o crime, quando se organiza, sabe ser paciente, educado e letal.
Por Ana Clara Pires/Bahia noticias

Cirurgias de redução de mama pelo SUS crescem mais de 47% na Bahia em 2025

A Bahia registrou um aumento expressivo nas mamoplastias redutoras de caráter reparador realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2025. Até o dia 7 de julho, foram contabilizadas 519 cirurgias desse tipo, número 47,44% superior ao total registrado durante todo o ano de 2024, quando foram realizadas 352 intervenções.

O avanço reflete o esforço da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) para ampliar o acesso a cirurgias especializadas, garantindo atendimento resolutivo para mulheres que sofrem com problemas funcionais decorrentes da hipertrofia mamária. O objetivo é aliviar sintomas como dores nas costas, ombros e pescoço, além de melhorar a mobilidade, a postura e a autoestima das pacientes.

Um dos principais fatores que contribuíram para o aumento da oferta do procedimento pelo SUS foi a inclusão da mamoplastia redutora no Programa Saúde Mais Perto, a partir de março deste ano, resultando na realização de 227 cirurgias em mutirão no Hospital 2 de Julho, em Salvador. Segundo Fernanda Lima, diretora de Programação e Desenvolvimento da Gestão Regional (Dipro), da Superintendência de Gestão dos Sistemas de Regulação da Atenção à Saúde da Sesab, a iniciativa “ampliou o acesso a partir da oferta do serviço e reduziu a demanda reprimida".
À frente do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital da Mulher e responsável por coordenar o mutirão no Hospital 2 de Julho, o médico Guilherme Queiroz classifica a iniciativa da Sesab como “um serviço de utilidade pública”, que tem transformado a vida das pacientes. “Estamos devolvendo dignidade a essas mulheres. Elas relatam melhoras no casamento, voltam a frequentar a praia, se sentem mais femininas. Desde encontrar uma roupa adequada até usar aparelhos de academia, tudo melhora. É uma mudança que impacta corpo, mente e vida social”, avalia.

O médico destaca, no entanto, a importância de esclarecer que a mamoplastia redutora realizada pelo SUS tem caráter reparador, e não estético. “O que define a cirurgia como reparadora é o impacto funcional das mamas excessivamente grandes sobre a saúde da paciente. Muitas delas apresentam deformidades na coluna, como escoliose e hérnias, além de dores intensas e uso contínuo de anti-inflamatórios. Isso prejudica o trabalho, a qualidade de vida e a autoestima”, explica.

Segundo ele, o SUS autoriza a cirurgia em casos de gigantomastia — condição caracterizada por mamas que excedem o tamanho 48 do sutiã. “Logicamente, há casos especiais, como pacientes muito baixas, com número 46, mas que já apresentam problemas ortopédicos sérios. A mama grande, por si só, não indica cirurgia; é preciso haver alterações funcionais”, pontua.

Por outro lado, o médico alerta para a busca indevida pelo procedimento por pacientes que não se enquadram nos critérios. “Têm chegado muitas mulheres com mamas pequenas e caídas, desejando apenas um levantamento, o que é um procedimento estético e não é realizado pelo SUS. Também recebemos pacientes com mamas grandes, mas que estão com sobrepeso ou obesidade importante. A mama pode parecer grande por conta do excesso de gordura, mas quando há perda de peso, a indicação para cirurgia desaparece”, diz Guilherme Queiroz.

Para garantir maior segurança, o programa estadual é voltado para pacientes com gigantomastia que possuam índice de massa corporal (IMC) abaixo de 30. “A obesidade aumenta significativamente as complicações cirúrgicas. A recomendação é que a paciente esteja mais próxima do peso ideal, o que reduz riscos e melhora os resultados. Não exigimos que seja magérrima, mas é fundamental estar dentro de um limite seguro”, explica o cirurgião.

Entre as beneficiadas pela cirurgia está a empresária soteropolitana Gercilene Maia, de 48 anos, operada em 19 de março na Maternidade Regional de Camaçari, unidade da Sesab gerida pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS). Diagnosticada com hérnia de disco e outros problemas de coluna, Gercilene sofria com dores constantes que afetavam seu bem-estar físico e emocional.

“Eu tinha todo tipo de problema de coluna. Doíam os braços, os ombros, as costas, por conta do peso da mama. Eu ficava entristecida com isso, minha qualidade de vida era péssima. Eu nem conseguia fazer exercício físico. Quando tentava andar ou correr, balançava muito, era muito pesado, e eu acabava desistindo por causa das dores”, relata.

Três meses após a cirurgia, ela comemora os resultados. “Quando a gente opera, muda completamente a vida da gente. Pode parecer besteira, mas quem faz sabe como é. A mudança foi da água para o vinho. Já voltei a trabalhar no computador, a caminhar, faço tudo em casa normalmente, e tudo isso sem as dores que eu sentia”, conta Gercilene.

Mamoplastia redutora pelo SUS na Bahia

Para ter acesso ao procedimento pelo SUS na Bahia, é necessário ter indicação cirúrgica e estar cadastrada no Sistema Lista Única, por meio da Secretaria Municipal de Saúde do município de residência. No momento do cadastro, é preciso apresentar RG, CPF, cartão do SUS, comprovante de residência e a requisição médica.

Atualmente, o serviço está disponível na Maternidade Maria da Conceição de Jesus, Hospital Estadual da Mulher, Hospital 2 de Julho, Hospital Aristides Maltez, Hospital Universitário Professor Edgard Santos, Hospital Municipal de Salvador e Hospital Santo Antônio, em Salvador; Santa Casa de Misericórdia, Hospital Dom Pedro de Alcântara e Hospital Pinto de Santos, em Feira de Santana; Hospital Municipal Professor Magalhães Neto, em Brumado; Hospital Gonçalves Martins, em Nazaré; Hospital de Cirurgias Eletivas, em Porto Seguro; além da Maternidade Regional de Camaçari, Hospital do Polo e Hospital Geral de Camaçari.

Eleição do PT na Bahia tem denúncia de mortos como eleitores e caso deve ir à Justiça

Foto: Reprodução/Instagram
Integrantes do PT da Bahia pediram impugnação da eleição interna do partido após identificarem mortos que votaram em duas cidades. A chapa Partido Forte, derrotada na votação que consagrou Tássio Brito – apadrinhado do senador Jaques Wagner (PT) – como novo presidente da sigla no Estado no começo do mês, também denuncia outras fraudes que, segundo estimativa, representariam cerca de 7 mil votos.

No processo eleitoral em Camaçari, a chapa diz ter identificado cinco pessoas falecidas participaram do processo eleitoral. Em Barro Preto pelo menos um morto votou. Procurados o diretório do PT na Bahia e a chapa Partido Forte não responderam aos contatos do jornal O Estado de São Paulo.

A reportagem teve acesso às listas de votação assinadas e ao certificado de óbito dos falecidos que votaram. O diretório do PT na Bahia decidiu anular os votos dos falecidos, mas aprovou a eleição nas duas cidades, enquanto a chapa Partido Forte pretende recorrer em nível nacional.

Procurado, o PT da Bahia não respondeu ao questionamento da reportagem. Em nota pública, o PT de Camaçari diz que os erros se deveram em razão de “rubricas grandes o suficiente que tomaram duas ou três linhas da lista”, refuta “qualquer narrativa opositora que tente macular o processo eleitoral” e que acionará o corpo jurídico para tomar providências cabíveis (veja a íntegra da nota mais abaixo).

Já Wagner diz que qualquer questionamento sobre o processo eleitoral “deve ser tratado diretamente com o diretório estadual”.

A disputa interna no PT foi marcada por episódios de tensão, com denúncias de filiações em massa, acusações de golpe e até judicialização. Em 2017, o PT anulou votação em 30 cidades paulistas por suspeitas de fraudes, incluindo a contagem de votos de filiados já falecidos.

“Essa direção estadual do PT que não tem autonomia dirigente, submissa a gabinetes, em detrimento a diversidade interna que é a marca do partido, aprovou eleições comprovadamente fraudulentas em diversas cidades, manchando a imagem do nosso partido e submetendo sua democracia interna a um vexame”, diz nota da chapa Partido Forte.

A chapa Partido Forte, encabeçada por Jonas Paulo, faz parte da tendência predominante no PT: a Construindo um Novo Brasil (CNB). Em contraste ao resultado nos principais Estados, a CNB foi derrotada por Tássio Brito, da tendência Esquerda Popular Socialista (EPS), apadrinhado por Wagner.

Tássio venceu com 73% dos votos na eleição do PT na Bahia, em que votaram cerca de 42 mil filiados. A chapa Partido Forte teve cerca de 20% dos votos.

O resultado serviu para consagrar Wagner como a principal liderança do PT no Estado, afastando o grupo político do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que optou por não apoiar outro candidato para evitar uma derrota política.

“A mensagem que a atual direção estadual e a próxima, com essa maioria fantasmagórica, passam ao PT é clara: em eleições internas do partido, até mortos podem votar – e isso é considerado ‘normal’. O PED (Processo de Eleição Direta) 2025, na Bahia, virou uma gincana de vale-tudo eleitoral”, diz a nota interna do Partido Forte.

A chapa denuncia um caso de um dos mortos eleitores como “revoltante” – o sindicalista Crispim Carvalho da Hora, morto em 2016, aparece como uma das pessoas que assinaram e registraram voto na eleição na cidade baiana.

“Sua suposta participação como votante constitui não apenas uma fraude eleitoral, mas um desrespeito à sua memória e à dor de sua família e de vários outros companheiros e companheiras que como ele ajudaram a criar o PT e o movimento sindical no Estado”, dizem os integrantes da chapa Partido Forte no pedido de impugnação da eleição.

Além dos mortos votantes em Camaçari e em Barro Preto, a chapa denuncia, entre outros casos, a existência de 91 páginas de votação duplicadas e falsificações em assinaturas na votação em Itabuna.

As eleições internas na Bahia têm sido marcadas pela judicialização. Na mesma Itabuna, a petista Nina Germano, candidata ao diretório municipal da sigla, entrou com uma ação contra o partido após ter sua candidatura anulada por inadimplência.

Na quinta-feira, 3, a Justiça da Bahia concedeu uma decisão favorável à candidata, determinando a manutenção de seu nome na disputa e impondo multa diária de R$ 15 mil em caso de descumprimento.

Em Feira de Santana, outro candidato à presidência municipal também acionou a Justiça pelo mesmo motivo, buscando garantir sua participação na eleição.

Na Bahia, o PT cogita lançar uma chapa puro sangue, indicando dois senadores (Wagner e Rui), além do nome ao governo do Estado. Desde 2002 a sigla não perde uma eleição presidencial na Bahia e está invicta na disputa pelo governo do Estado desde 2006.

Veja a íntegra da nota do PT de Camaçari:

O último Processo de Eleição Direta (PED) do Partidos dos Trabalhadores, ocorrido no último dia 06 Julho, no Sindicato dos Professores de Camaçari foi marcado por grande mobilização e participação da nossa militância para escolha democrática da nova direção para o partido.

Norteados pelo regimento interno, pelas orientações nacionais e pelas regras que regulamentam o PED, todo o processo de fiscalização foi devidamente respeitado pela Comissão Organizadora Eleitoral (COE). Tendo em vista a chuva e a aglomeração, devido intensa mobilização e participação dos filiados, o PED também foi marcado por tumultos, atrasando as filas e expondo pessoas mais idosas a intensa espera.

Atrelados à espera, a aglomeração, a pressa e a má iluminação do ambiente, é justificável situações onde de forma não intencional houvessem erros na assinatura das listas de votação, tendo pessoas assinado na parte superior ou inferior da linha do seu nome, tão como erros de rubricas grandes o suficiente que tomara duas ou três linhas da lista. É importante ressaltar que tais listas são confeccionadas e expedidas exclusivamente pela direção nacional do partido, e que ao nosso ver, precisam urgentemente serem atualizadas.

Compreendemos que a intensa mobilização do PED, dos mais de 3 mil filiados que foram votar e da real intenção do processo eleitoral, que por ventura havia apenas uma chapa inscrita. Refutamos qualquer narrativa opositora que tente macular o nosso processo eleitoral, usando imprensa chapa branca, aliada do ex-prefeito de Camaçari, que tentou deslegitimar nosso partido e o nosso processo eleitoral, inclusive propagando fakenews, calúnias e difamações. Por esse motivo, acionaremos nosso corpo jurídico para tomar as medidas cabíveis.

Deste modo, agradecemos a todos que se fizeram presentes no nosso PED, nos solidarizamos com todos aqueles que tiveram suas vidas e entes expostos, e parabenizamos à única chapa inscrita e eleita legitimamente pelos filiados ao PT de Camaçari.

Levy Teles/Estadão

Patrick Lopes nega saída do Avante, confirma aumento da sigla na Assembleia e quer ser suplente de Rui Costa em 2026

O deputado estadual Patrick Lopes descartou, em conversa com este Política Livre, que esteja insatisfeito no Avante e que tenha planos de deixar o partido, conforme nota publicada na coluna Radar do Poder. Ele confirmou que a sigla irá receber até a janela partidária mais três parlamentares de outros partidos na Assembleia, e se colocou à disposição para ser suplente de uma eventual candidatura do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ao Senado.

“Estou muito feliz no partido. O presidente do Avante na Bahia, Ronaldo Carletto, me trata muito bem. E ele se dá muito bem com Rui Costa, que é o meu líder político. Sairia só se Rui quisesse isso. Mas não tem insatisfação da minha parte”, declarou o deputado.

“Não tenho dúvidas, inclusive, que Rui será o senador mais bem votado da história da Bahia”, acrescentou Patrick Lopes. Questionado qual deveria ser o representante da Bahia no Senado a ceder a vaga à reeleição para o ministro concorrer em 2026 – Jaques Wagner ou Angelo Coronel -, o deputado do Avante disse que “tudo irá se ajustar e todo mundo ficará acomodado”. “Rui merece e está no lugar certo para pleitear isso”.

Sobre a primeira suplência do ex-governador na disputa ao Senado, o deputado acredita que o favorito ao posto é Ronaldo Carletto, mas também demonstrou interesse. “Se Carletto me liberar eu serei, é claro. Se ele não quiser, eu quero. Em mereço. Até porque sou o único representante do Avante hoje na Assembleia”.

Patrick Lopes confirmou notícias já reveladas pela Radar do Poder sobre o ingresso dos deputados Felipe Duarte (PP), Laerte do Vando (Podemos) e Binho Galinha (PRD) no Avante até a janela partidária de 2026. “A tendência é essa, que sejamos quatro na Assembleia. Estou brigando aí pela quarta vaga, se for candidato à reeleição”, concluiu.

Política Livre

‘Ele foi eleito para governar, não pra ser fiscal de dança’, diz ACM Neto após provocação de Jerônimo


O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, reagiu nesta segunda-feira (14) às declarações do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), que ironizou um vídeo em que o oposicionista aparece dançando forró durante a Festa dos Vaqueiros, em Curaçá.

Durante uma cerimônia da Conder, na sede da Federação das Indústrias da Bahia (FIEB), em Salvador, Jerônimo comentou o vídeo e alfinetou: “Ele agora é um dançarino típico. Não vi ele fazendo nada, só dançando forró, por sinal, muito mal. Eu vou ter que colocar ele numa escola de dança porque ele dança ruim.”

A declaração provocou reação imediata de ACM Neto, que classificou o comentário como um desvio de foco em relação aos problemas enfrentados pelo estado, especialmente na área da segurança pública. “Ele foi eleito para governar o nosso Estado, e não para ser fiscal de dança de forró”, afirmou.

O ex-prefeito disse não compreender o interesse do governador em acompanhar suas movimentações no interior e criticou a tentativa de “qualificar” sua dança. “É um absurdo. Eu não sei o que pode justificar um governador do Estado estar acompanhando minhas caminhadas pelo interior, se estou dançando ou não estou dançando forró, e ainda ficar avaliando isso. Pelo amor de Deus.”

Neto afirmou que a fala de Jerônimo tem como objetivo desviar a atenção da crise na segurança pública, sobretudo em cidades do Baixo Sul, como Camamu e Cairu. “A verdade é que, com isso, ele tenta desviar a atenção do que realmente é importante. Ontem cobrei nas redes sociais a situação do Baixo Sul, que passou por cenas terríveis nos últimos dias”.

E concluiu com mais uma provocação: “Governador Jerônimo, se o senhor quer encontrar alguém para me ensinar a dançar forró, não tem problema. Mas, antes, compreenda que os baianos querem de verdade é que o senhor tome aula de como governar o nosso Estado”.

Alan Sanches critica “passividade” e “falta de pulso” do governador após ataque de facções em Camamu


O ataque de facções criminosas na cidade de Camamu, no Baixo Sul da Bahia, neste final de semana, escancarou mais uma vez a ousadia do crime organizado diante da fragilidade do governo estadual para enfrentar a violência. A avaliação é do deputado estadual Alan Sanches (União Brasil), vice-líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), que fez um pronunciamento nas redes sociais sobre o assunto nesta segunda-feira (14).

“Gente, o absurdo está tomando conta do nosso Estado, da nossa querida Bahia. No final de semana, em Camamu, no Baixo Sul, os bandidos metralharam a casa do comandante e também metralharam a companhia da polícia militar”, relatou o deputado, ao ressaltar que a ousadia das facções é consequência direta de um governo que não chama para si a responsabilidade pela segurança pública.

Ainda no vídeo, Alan Sanches criticou a postura do governador, que, segundo ele, demora a se manifestar diante de episódios tão graves e prefere viajar pelo Estado para agendas políticas e promocionais.

“Nós precisamos de um governador que esteja sentado na governadoria tomando as decisões necessárias”, cobrou Sanches, ao destacar que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) tem ocupado a agenda com viagens e “não consegue tomar conta da segurança pública”.

Alan Sanches acentuou ainda que a crise na segurança pública chegou a um ponto inimaginável em que os próprios agentes da polícia se tornaram alvos da criminalidade.

Para o parlamentar, o governo do PT transformou a própria polícia em “refém” dos criminosos, por falta de ações concretas.

“O problema não é da polícia, ela agora está sendo refém dos bandidos. A polícia hoje já é refém da bandidagem”, lamentou, ao pedir uma reação do governo do Estado.

Destaques