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Bolsonaro se reúne com integrantes da Florida Christian University


O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) se reuniu neste sábado (18.fev.2023) com integrantes da Florida Christian University (Universidade Cristã da Flórida, em português), uma instituição de ensino superior fundamentada em princípios religiosos. O encontro se deu em Orlando, nos Estados Unidos.

Bolsonaro está nos Estados Unidos desde 30 de dezembro de 2022, quando embarcou para Orlando, antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Por meio de seu perfil no Instagram, o presidente da instituição, Bruno Portigliatti, compartilhou fotos do encontro.

“Que dia memorável! Pudemos passar um tempo de qualidade com o (ex) presidente Jair Bolsonaro e outros amigos e líderes comunitários. Foram inúmeros sacrifícios da parte dele para servir a nação brasileira e ele restaurou o patriotismo brasileiro ao redor de todo o mundo”, escreveu Portigliatti.

Ele também agradeceu ao ex-presidente pelas contribuições. “Obrigado, senhor Presidente, por suas extraordinárias contribuições para uma região mais próspera e democrática. Continuaremos orando pelo senhor e sua família”, finalizou.

Veja abaixo imagens do encontro:
Até a publicação dessa reportagem, Bolsonaro ainda não havia feito comentários sobre a postagem de Bruno Portigliatti ou compartilhado as imagens do encontro.

O Poder360 tentou entrar em contato com o ex-presidente, mas não foi possível localizá-lo. O espaço segue aberto para manifestações.
FCU e Bruno Portigliatti

Fundada em 1985, a FCU (Florida Christian University, em inglês) é uma instituição de ensino superior norte-americana que tem como base ensinamentos religiosos. Em seu site oficial, consta que a universidade tem “relações institucionais” como diversas organizações brasileiras, incluindo universidades públicas, como a UFPB (Universidade Federal da Paraíba).

Segundo a Florida Christian University, o objetivo da instituição é “oferecer educação superior prática e acessível a profissionais, leigos e ministros, para prepará-los para o cumprimento de suas vocações, com fundamentos cristãos”.

Na página, o atual presidente da FCU, Bruno Portigliatti, foi definido como um “líder comunitário”.

Segundo as informações, ele é membro do conselho da Associação de Faculdades e Escolas Pós-Secundárias da Flórida e vice-presidente do Conselho de Faculdades Privadas da América, “uma organização de associação para instituições privadas que concedem diplomas que oferecem educação de qualidade baseada na fé, em todos os 50 Estados e territórios dos EUA”.

Além disso, Portigliatti foi presidente por quase 2 anos do Conselho de Certificação de Negócios de Mulheres e Minorias de Orlando e tem empreendimentos no setor imobiliário.
https://www.msn.com/

Bolsonaro deve participar de megaevento conservador com Trump em Washington

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve participar da próxima CPAC, evento que reúne as maiores lideranças da direita do mundo e acontecerá em Washington, capital dos EUA. Na ocasião, ele se encontrará com Donald Trump, confirmado como palestrante.

O evento acontecerá entre 1º e 4 de março. Espécie de meca da direita, a CPAC, sigla em inglês para Conferência de Ação Política Conservadora, teve na última edição, no Texas, o premiê da Hungria, Viktor Orbán, como palestrante. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, participou em 2020.

Eduardo também organizou três edições paralelas do evento no Brasil, entre 2019 e 2022. Na última, além de representantes da direita brasileira, estiveram o deputado argentino Javier Milei e José Antonio Kast, candidato derrotado na última eleição presidencial do Chile.

Nesta quinta (16), Michael Schlapp, presidente da União Conservadora Americana, que organiza a CPAC, afirmou ao portal conservador Washington Examiner que será “uma honra” receber Bolsonaro para falar aos participantes do evento “o que está acontecendo na batalha pela liberdade aqui [nos EUA] e no Brasil”.

Os ingressos normais são vendidos a US$ 295 (R$ 1.539), mas há categorias especiais cujos preços podem chegar a US$ 30 mil (R$ 157 mil), com direito a encontro e jantar com os palestrantes.

Bolsonaro e Trump tiveram boa relação no período em que conviveram no governo (2019 e 2020), e o americano gravou vídeos pedindo votos para o brasileiro nas eleições de 2022. Apesar disso, os dois ainda não se encontraram desde que Bolsonaro chegou aos Estados Unidos.

Além de Trump, a CPAC já confirmou a presença de parlamentares conservadores famosos, como os senadores Ted Cruz e Rick Scott e os deputados Matt Gaetz e Marjorie Taylor Greene, entre outros.

A edição deste ano ganha importância com as movimentações do xadrez político para a eleição presidencial do ano que vem. Está prevista palestra da ex-governadora Nikki Haley, que lançou nesta semana sua pré-candidatura à Casa Branca em 2024 —ela tem sido criticada por apoiadores de Trump.

Bolsonaro está nos EUA desde 30 de dezembro. Ele viajou para a Flórida antes de terminar o mandato e rompeu a tradição de passar a faixa para seu sucessor, evitando um encontro com o adversário Lula. Em entrevista ao Wall Street Journal nesta semana, o ex-presidente afirmou que voltará ao país em março.

Como entrou no país ainda presidente, ele usou um visto diplomático, mas, segundo o governo americano, tinha 30 dias para mudar esse status a partir do momento em que deixou o cargo. Por meio de um escritório de advocacia, solicitou visto de turista, que dá em geral permissão para permanecer até seis meses nos EUA. O documento, porém, não autoriza a realização de atividades remuneradas.

Bolsonaro tem feito palestras na Flórida em que exalta feitos do seu governo e critica o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em geral, esses eventos são organizados e voltados para a comunidade brasileira nos EUA. Apenas um deles até aqui foi organizado por um grupo americano, o Turning Point USA, fundado por Charlie Kirk, apoiador Trump, que promoveu uma palestra em um resort do ex-líder americano em Miami —a palestra foi feita em português, com tradução simultânea.

Uma pessoa próxima ao ex-presidente e à organização da CPAC afirmou que não há pagamento pela participação no evento conservador.

Thiago Amâncio / Folha de São Paulo

EUA derrubam mais um Ovni; é o terceiro em três dias, diz agência

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O exército dos Estados Unidos derrubou neste domingo (12) outro objeto voador não identificado, desta vez sobre o Lago Huron, nas proximidades da fronteira com o Canadá, de acordo com a agência de notícias Reuters. Este é o terceiro ovni abatido no país desde sexta-feira (10), e o quarto neste mês.

A informação foi confirmada à agência por duas autoridades dos EUA, sob condição de anonimato. Ao mesmo tempo, o deputado do estado de Michigan, Jack Bergman, disse que um objeto foi "desativado".

Horas antes, o país havia fechado temporariamente o espaço aéreo sobre o Lago Michigan, no norte do país, por motivos de "defesa nacional". A medida foi tomada neste domingo por um curto período de tempo, e o anúncio da liberação foi feito pela Autoridade de Aviação Civil americana.

As "restrições temporárias de voo" sobre um dos grandes lagos nas proximidades da fronteira entre os EUA e o Canadá foi ordenado por uma "anomalia de radar".

No sábado e na sexta-feira (10), ovnis foram derrubados entre os EUA e o Canadá. Os governos consideraram os objetos uma ameaça. Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, o objeto abatido na sexta tinha o tamanho aproximado de um "carro pequeno" e voava a cerca de 12 mil metros.

Vídeo relacionado: Estados Unidos investigam mais de 500 supostos avistamentos de OVNIs (BANG Showbiz)
Neste domingo (12), autoridades de segurança dos Estados Unidos disseram acreditar que os objetos voadores derrubados por caças norte-americanos eram balões. O líder da maioria no Senado, senador Chuck Schumer, disse em entrevista à ABC neste domingo (12) que os ovnis derrubados na sexta-feira e no sábado eram muito menores do que o balão espião chinês, derrubado no dia 4 de fevereiro.

Balão chinês

Os Estados Unidos reportaram que o objeto estava "inequivocamente", equipado com dispositivos para coletar dados de Inteligência. Pequim, por outro lado, diz que se tratava de um balão "civil utilizado para fins de pesquisa, principalmente meteorológicas".

Um caça americano derrubou o objeto sobre o Atlântico no dia 4. O dispositivo chegou a atravessar grande parte dos EUA, incluindo áreas onde o país armazena mísseis nucleares em silos subterrâneos e bases de bombardeiros estratégicos.

Depois disso, os EUA acrescentaram ontem seis empresas chinesas à sua lista de restrições. Estes grupos ficarão proibidos de ter acesso a tecnologias e bens americanos sem autorização.

Família na Turquia é resgatada com vida 5 dias após terremoto; mortos passam de 25 mil

Terremoto aconteceu na última segunda-feira
Socorristas na Turquia resgataram com vida neste sábado (11) uma família de cinco pessoas que estava sob os escombros da casa em que moravam, colapsada depois do terremoto ocorrido na madrugada da última segunda-feira (6).

O resgate acontece 129 horas após o tremor que atingiu a Turquia e a vizinha Síria e eleva para nove o número de pessoas encontradas com vida neste sábado. A cifra de mortes, no entanto, chegou a mais de 25 mil, segundo autoridades. Entre os sobreviventes estão um jovem de 16 anos e uma mulher de 70 anos.

“Que dia é hoje?”, perguntou Kamil Can Agas, o adolescente retirado dos escombros em Kahramanmaras, de acordo com reportagem do canal NTV. A cidade turca, próxima ao epicentro do terremoto, vive agora um cenário de caminhões recolhendo restos de concreto das casas e dos edifícios que desabaram.

Conforme o tempo passa, contudo, diminuem as esperanças de encontrar sobreviventes, ainda mais em um período de temperaturas congelantes. Cerca de 80 mil pessoas recebem tratamento em hospitais turcos, enquanto mais de um milhão de desabrigados foram levados a instalações temporárias.

A situação é tão grave que, pela primeira vez em 35 anos, a fronteira entre Turquia e Armênia, países que carregam longo histórico de conflitos, foi aberta, neste sábado, de acordo com a agência estatal turca de notícias Anadolu. Cinco caminhões com ajuda para as vítimas cruzaram o posto de Alican.

A tragédia levantou questões sobre a forma de resposta do governo turco, e o presidente Recep Tayyip Erdogan, na sexta (10), fez críticas, dizendo que as autoridades deveriam ter reagido mais rapidamente.

Além disso, o preparo das construções para enfrentar terremotos também entrou em pauta.

Neste sábado, a polícia turca deteve 12 pessoas, um dos quais um empreiteiro, devido aos desabamentos de prédios em Gaziantepe e Sanliurfa, no sudeste do país, segundo a mídia local. Pelo menos 6.000 prédios colapsaram.
Enquanto isso, em áreas rebeldes no norte da Síria, região que sofreu os piores danos do país após o tremor, os esforços de socorro são dificultados pela guerra civil em andamento há mais de uma década.

Pouca ajuda foi enviada à região até agora, mesmo depois de a ditadura em Damasco dizer na sexta-feira que permitiria aos comboios com auxílio cruzar as linhas de frente da guerra. Por outro lado, dezenas de aviões levando ajuda humanitária chegaram às áreas do país controladas pelo governo.

O ditador sírio, Bashar al-Assad, fez suas primeiras viagens desde o terremoto às áreas afetadas, ao ir a Aleppo, na sexta, e Latakia, neste sábado, dia em que o diretor diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chegou a Aleppo para visitar hospitais e centros de acolhimento com autoridades do país.
Ao desembarcar, Tedros disse que viajava com cerca de 37 toneladas de suprimentos médicos e que, no domingo, um novo carregamento de 30 toneladas chegará. Ele expressou preocupação com os efeitos do sismo. “As pessoas estão expostas a diarreias e a outros problemas, especialmente de saúde mental.”

O terremoto de magnitude 7,8 atingiu os dois países na madrugada de segunda (6). O epicentro foi registrado em uma área já sensível a calamidades naturais, devido à região com alta concentração de eventos sísmicos, e humanas, em razão dos refugiados e deslocados internos pela guerra civil síria.

Folhapress

Lula propõe a Biden governança global para clima em visita à Casa Branca

Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação/PR
Na primeira reunião entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Joe Biden como presidentes do Brasil e dos EUA, realizada na Casa Branca, em Washington, nesta sexta-feira (10), o petista convidou o líder americano para discutir um mecanismo de governança global que force os países a acatar decisões na área climática.

“É preciso que a gente estabeleça uma nova conversa para construir uma governança mundial mais forte”, afirmou o petista ao democrata. “A questão climática, se não tiver uma governança global forte e que tome decisões que todos os países sejam obrigados a cumprir, não vai dar certo”, acrescentou.

“Não sei qual é o fórum, não sei se na ONU, não sei se é no G20, não sei se é no G8, mas alguma coisa temos que fazer para obrigar os países, o nosso Congresso, os nossos empresários a acatar decisões que tomamos em nível global. Se não acontecer, nossa discussão na questão climática ficará prejudicada”.

A pauta ambiental tomou boa parte dos 13 minutos das declarações dadas por ambos os presidentes a jornalistas antes da conversa privada no Salão Oval. Biden, por sua vez, afirmou que vê o Brasil como “parceiro natural para enfrentar os desafios atuais, globais e especialmente a mudança climática”.

Sem citar Jair Bolsonaro, Lula disse que “nos últimos anos a Amazônia foi invadida por irracionalidade política e humana”. “Tivemos um presidente que mandava desmatar, mandava garimpeiros entrar em áreas indígenas, mandava garimpar nas florestas que demarcávamos como reserva na Amazônia.”

Além do ambiente, a defesa da democracia foi o principal tema das declarações. “Nossas duas nações são democracias fortes que foram duramente testadas e prevaleceram”, disse o presidente americano, referindo-se aos ataques de 6 de janeiro de 2021 em Washington e 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

Lula então agradeceu o democrata pela “solidariedade no reconhecimento” da vitória do petista e pela defesa da democracia. “O senhor sabe que o Brasil ficou quatro anos se automarginalizando. Um presidente que não gostava de ter relações com nenhum país”, disse ele, ainda sem citar o nome de Bolsonaro, afirmando que o dia do ex-presidente “começava e terminava com fake news”.

Nesse momento, Biden brincou: “Soa familiar”, para risadas do público presente.

Lula chegou à Casa Branca, às 17h50, no horário de Brasília, e cumprimentou Joe Biden com um aperto de mãos que simbolizou a reaproximação entre Brasil e EUA após dois anos de relações dormentes.

Ele chegou acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva, e foi recebido pelo presidente americano no jardim dos fundos da Casa Branca. Eles seguiram para o Salão Oval, onde se reuniriam a sós antes de um encontro maior com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Marina Silva (Meio Ambiente) e o assessor especial Celso Amorim, junto a ministros do governo Biden.

A primeira-dama Jill Biden tomaria um chá com Janja, mas a agenda foi cancelada porque a americana, segundo o governo americano, não estava se sentindo bem —ela fez um teste para Covid, e o resultado foi negativo. Janja então faria um tour pela Casa Branca enquanto os presidentes se reuniam. Dos jardins da Casa Branca era possível ouvir apoiadores do petista com caixa de som, megafone e gritos de “Lula”.

A visita de Lula a Washington é cercada de expectativas, depois das relações tensas da Casa Branca com Brasília no período em que Biden conviveu com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no comando do país.

Biden foi um dos primeiros líderes a parabenizar Lula após a vitória na eleição de outubro. A Casa Branca disparou um comunicado à imprensa pouco mais de meia hora após a confirmação oficial. Quando o democrata foi eleito presidente dos EUA, em 2020, Bolsonaro demorou 38 dias para parabenizá-lo.

Apoiador de primeira hora do ex-presidente Donald Trump, o ex-presidente ainda ecoou alegações de fraude na eleição americana. Biden e Bolsonaro nunca se falaram por telefone e só se reuniram uma vez.

O convite para a visita foi feito pouco após a eleição do petista e reforçado quando os dois presidentes se falaram no dia seguinte aos ataques aos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro. Os atos golpistas contrários à vitória do brasileiro repetiram com dois anos de diferença a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump tentaram impedir a confirmação da vitória de Biden.

Assim, a defesa da democracia é um dos elementos mais fortes de conexão entre Lula e Biden e um dos tópicos centrais da reunião desta tarde. O outro assunto é a importância dada ao ambiente e o reconhecimento da urgência da crise do clima. Com a posse de Lula e o descongelamento do Fundo Amazônia, iniciativa bancada por Noruega e Alemanha para preservar a maior floresta do Brasil, os EUA reverteram um posicionamento dos últimos anos e aceitaram colocar dinheiro no fundo.

O anúncio deve ser feito após o encontro entre os dois presidentes.

Lula e Biden se conheceram em 2009, quando o hoje presidente americano era vice de Barack Obama e o petista estava em seu segundo mandato. A nova embaixadora americana no Brasil, Elizabeth Bagley, viajou a Washington para acompanhar a visita. Ao se encontrar com Lula na última semana, em Brasília, afirmou que estava “muito confiante de que eles serão melhores amigos”, pois ambos têm “personalidades envolventes”. Disse ainda que Biden vê Lula “não apenas como líder de seu país, mas regional e global”.

A presença de Bagley na Casa Branca contrasta com a situação do Brasil. A visita de Lula à capital dos EUA aconteceu em um momento de troca no comando da embaixada brasileira em Washington.

O novo governo indicou Maria Luiza Viotti como nova representante do governo no país, mas o nome dela ainda precisa ser aprovado pelo Senado. O embaixador atual, Nestor Forster, muito identificado com o bolsonarismo, ainda não deixou o posto, mas tirou férias durante a visita para evitar uma saia justa. No período, a embaixada é comandada por Bernardo Paranhos Velloso, hoje número dois na instituição.

Uma visita presidencial com uma embaixada “acéfala” fez com que a viagem fosse toda organizada diretamente por Brasília, com pouca participação da representação brasileira no exterior.

Patrícia Campos Mello/Thiago Amâncio/Folhapress

Cidades na Turquia atingidas pelo terremoto vivem misto de opressão e medo

Destruição causada pelo terremoto na Turquia
Entrar nas cidades turcas de Kahramanmaras e em Gaziantepe, que circundam o epicentro do terremoto que matou, até esta quarta (8), 12 mil pessoas, traz um misto de opressão e medo.

A opressão se deve a ver pessoalmente as ruínas de prédios inteiros no chão, tratores e escavadeiras remexendo em escombros, e imaginar se alguém sob as toneladas de concreto será resgatado ou esmagado. Já o medo diz respeito a chegar a um dos lugares menos seguros da Terra, pelo menos nesta semana.

Após o terremoto de magnitude 7,8, na noite de domingo (5), dezenas de tremores secundários se seguiram, assustando ainda mais a população e preocupando as dezenas de grupos de resgate que vêm de todas as partes do mundo.

No caminho percorrido pela reportagem para chegar à região, havia forças de resgate japonesas, voluntários russos e bombeiros espanhóis. O ponto de convergência na Turquia é Kayseri, cidade que tradicionalmente recebe milhares de turistas ao que vão à Capadócia, a uma hora de distância, para voar de balão.

É ali que aterrissam os japoneses. “Nossa primeira turma chegou ontem [terça (7)], e soubemos que eles já resgataram três”, conta Takemi Ishikuri, da polícia nacional japonesa. Ele lidera um grupo de 70 policiais, bombeiros e agentes da Guarda Costeira, chamado, como pode se ler em seus uniformes e bonés, Grupo de Alívio de Desastres.

Levam quatro cachorros treinados para localizar pessoas em escombros. “Nosso país tem grande experiência com situações assim”, diz Ishikuri, entre orgulhoso e comovido, contando ter participado dos trabalhos após o terremoto e o subsequente tsunami que assolaram o Japão em 2011.

Os 30 russos, ao contrário, são todos voluntários. Com inglês razoável, um revela ser engenheiro em uma fábrica de São Petersburgo. Ele diz que não tem nenhuma experiência em terremotos, pois sua cidade, diferentemente de Gaziantepe, está no meio de um pântano.

Uma russa se aproxima e conta que é paramédica. Até que o líder esbraveja que eles estão passando muita informação. “Informatsiya” é a única palavra que dá para pescar, mas diz tudo.

A reportagem pergunta a Ishikuri se os três resgatados por sua equipe estavam vivos. Parecia óbvio que sim, mas não. “Dois mortos. Um com vida”, responde ele, em tom grave.

A locomoção no sul do país está caótica. Em algumas cidades, os aeroportos estão fechados. Em outras, não há gasolina. Em parte das estradas, o carro fica 60 minutos sem colocar a primeira marcha devido aos danos nas rodovias.

Para chegar a Gaziantepe, partindo de Kayseri, o trecho de quatro horas se transforma em oito. Vans e caminhonetes repletas de água disputam espaço com caminhões tão grandes que carregam, na caçamba, duas ou até três escavadeiras.

Perto de Kayseri, são as condições climáticas que atrapalham. A rodovia dupla se transforma em pista única quando a neve se acumula nos dois lados e aperta todo mundo no meio. Às vezes, o gelo toma conta da pista, e o carro sai deslizando, até que o anjo da guarda resolva reaparecer.

Vez por outra, o trânsito para. Veem-se os semblantes sérios dentro dos veículos em direção ao sul. São familiares indo resgatar parentes, voluntários levando mantimentos ou pessoas indo buscar amigos com quem não conseguem contato.

No lado oposto da pista, ao contrário, estão as pessoas que fogem do epicentro. Estão com medo? Aliviados? Serão moradores que não têm mais seus imóveis? Ou serão inquilinos que agora não têm mais aluguéis para pagar? Seria preciso descer no frio de – 8ºC para bater nos vidros e perguntar.

A internet funciona, mas as cidades sofrem de diversas formas. Em Gaziantepe, não há água quente. Os recepcionistas dos hotéis sugerem aos hóspedes que usem as cafeteiras elétricas dos quartos para esquentar a água do banho. A temperatura na cidade alcança 5ºC quando bate sol.

No hotel em que a reportagem está, de oito andares —mas com arquitetura preparada até a magnitude de 9, garante a recepção—, há 90 pessoas abrigadas, a maioria parentes dos funcionários da casa. O hotel abriu as portas a eles gratuitamente, e as crianças não param quietas. Para elas, a vida sempre continua.

Ivan Finotti/Folhapress

Lula propõe grupo para mediar paz entre Rússia e Ucrânia

Presidente brasileiro se reuniu com chanceler alemão em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (30) a criação de um grupo de países que se envolva em uma mediação para pôr fim à guerra na Ucrânia. A declaração foi dada após encontro bilateral com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, no Palácio do Planalto.

"O que é preciso é constituir um grupo com força suficiente para ser respeitado numa mesa de negociação. E sentar com os dois lados", disse o presidente.

Lula citou a participação de países como a Índia, a Indonésia e, principalmente, a China nesse processo. "Nossos amigos chineses têm um papel muito importante. Está na hora da China colocar a mão na massa", continuou. Lula também comparou com o esforço empregado para debelar a crise econômica em 2008, quando foi criado o G20.

"Temos que criar outro organismo, da mesma forma que criamos o G20, quando aconteceu a crise econômica em 2008, queremos propor um G20 para por fim ao conflito Rússia e Ucrânia". Lula garantiu que vai levar a ideia ao presidente americano, Joe Biden, em visita aos Estados Unidos em fevereiro, e ao presidente chinês, Xi Jinping, em março, quando for visitar a China.

Armamentos

O presidente brasileiro confirmou ter vetado o envio de munições de tanques de guerra à Ucrânia por não concordar com o conflito do país com a Rússia. O pedido foi feito na semana passada pelo próprio governo alemão, que, por sua vez, tem ajudado diretamente a Ucrânnia com envio de armamentos.

"O Brasil não tem interesse em passar as munições, para que elas não sejam utilizadas para a guerra entre Ucrânia e Rússia. O Brasil é um país de paz, o último contencioso nosso foi na guerra do Paraguai. O Brasil não quer ter participação, mesmo que indireta".

Do lado alemão, Olaf Scholz falou que a guerra é uma violação do direito internacional e voltou a condenar a Rússia. "Essa guerra não é uma questão europeia, mas uma questão que diz respeito a todos nós. É uma violação flagrante do direitos internacionais e da ordem internacional que acordamos em conjunto. Ninguém pode mexer em fronteiras de forma violenta, isso são tradições que pertencem ao passado".

Governança global

Durante o encontro bilateral, Lula falou sobre a proposta de criar um grupo de países formado por Brasil, Alemanha, Japão e Índia para reivindicar um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). Ele criticou a atual arquitetura de governança geopolítica.

"O que a gente quer é dizer em alto e bom som que as Nações Unidas, hoje, não é mais a geopolítica de 1945, quando ela foi criada. Queremos que o Conselho de Segurança da ONU tenha força, tenha mais representatividade, que possa falar mais uma linguagem que o mundo tá precisando Quando a ONU estiver forte, vamos evitar possíveis guerras que acontecem".

Edição: Aline Leal
Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Baterias antiaéreas no centro de Moscou assustam moradores

Bateria antiaérea Pantsir-S1 usada para proteger o estádio de São Petersburgo na Copa de 2018
Desde a quinta-feira (19), as redes sociais moscovitas só falam de uma coisa: a instalação de sistemas de defesa antiaérea em prédios governamentais no centro da cidade, um sinal evidente de que o governo de Vladimir Putin está preocupado com a possibilidade de ser atacado em sua própria capital pela Ucrânia que invadiu em 2022.

Tudo começou com a circulação de uma fotografia de uma bateria de curto alcance Pantsir-S1 em cima do enorme prédio do Ministério da Defesa, que fica a 3,5 km a sudoeste do Kremlin, na margem oposta do rio Moscou ao famoso parque Górki.

Depois, um vídeo captou outro Pantsir sendo içado para o topo de um prédio do Ministério da Educação a cerca de 5 km a leste, no distrito de Taganski. A partir daí, pululam imagens do sistema de armas em outros pontos em torno de Moscou, como a cerca de 10 km da residência oficial de Putin, em Novo-Ogariovo.

“Dá medo, isso me lembra as histórias da minha avó na Segunda Guerra Mundial, quando havia baterias nos telhados”, disse por WhatsApp o jornalista Mikhail, que pediu para não ter o sobrenome divulgado. Ele mora perto de Taganski, e sua formação militar o faz especular que a posição daquela bateria em especial visa cobrir a aproximação a leste do Kremlin.

De fato, olhando o raio de alcance das duas baterias, a sede do governo russo fica na intersecção das áreas de coberturas dos Pantsir.

“Ninguém fala nada, isso é mau sinal, ainda mais depois do que aconteceu em Engels”, continuou, em referência aos ataques com drones de longa distância de origem soviética que Kiev promoveu contra a base aérea homônima, a 800 km da fronteira ucraniana. Houve também um ataque a meros 180 km de Moscou, que por sua vez fica a 450 km do país vizinho, dentro do raio de alcance das antigas armas ucranianas (1.000 km).

Na sexta (20), o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, foi instado por repórteres a explicar o que estava acontecendo. Não o fez, dizendo que assuntos de defesa deveriam ser discutidos com o ministério, que por sua vez não fez comentários.

Os Pantsir-S1 são sistemas de curto alcance e baixo altitude, a última das três camadas do sistema de defesa antiaérea russo: na longa distância estão o S-300, o S-400 e o novo S-500, enquanto na intermediária são empregadas baterias como a Tor-M1 e a Buk, entre outros modelos.

Moscou já era protegida por sistemas de longa distância, segundo analistas militares, mas a introdução dessas baterias, que protegeram estádios na Copa-2018, sugere a preocupação justamente com drones, menores e de mais difícil interceptação. O Pantsir-S1 teve um desempenho sofrível contra drones suicidas na guerra civil da Síria, mas desde então foram atualizados com novos radares e parecem ter sucesso na Ucrânia, onde estão sendo operados.

Eles atacam seus alvos com mísseis que têm alcance de 18 km de distância e 15 km, de altitude. Caso um drone ou míssil de cruzeiro escape, ele ainda conta com dois canhões de curtíssimo alcance para tentar abatê-los.

Alguns observadores pró-Kremlin parecem conformados com o sinal de insucesso militar que as baterias implicam. “Isso significa que [o governo] entende perfeitamente os riscos e entende que ataques contra Moscou e outras regiões são uma questão de tempo”, escreveu o jornalista especializado em assuntos militares Alexander Kots, alinhado a Putin. “É bom começar a planejar antes do que depois de um primeiro ataque”.

Seu colega de profissão Mikhail vê de outra forma a questão. “Se a guerra chegar a Moscou, será um enorme fracasso para Putin, ficará difícil de esconder o problema”, afirma. No fim de outubro, haviam pouquíssimas referências ao conflito iniciado em fevereiro passado pelas ruas da cidade, uma política deliberada do Kremlin.

Igor Gielow/Folhapress

Oponentes do aborto pedem proibição mais rígida em 1a marcha em Washington

WASHINGTON (Reuters) – Milhares de opositores ao aborto se reuniram em Washington nesta sexta-feira para a 50ª “Marcha pela Vida” anual, em um novo capítulo para o movimento que se organizou por décadas em torno da derrubada da decisão conhecida como Roe vs. Wade, que reconheceu o direito das mulheres ao aborto nos Estados Unidos.

Com essa decisão derrubada, os ativistas da Marcha pela Vida comemoraram a vitória de seu movimento, pressionando por limites mais rígidos ao aborto em nível estadual e nacional, e rezando para mudar os “corações e mentes” dos norte-americanos que apóiam o direito ao aborto.

“Ainda não terminamos”, disse a presidente da Marcha pela Vida, Jeanne Mancini, à multidão, que parecia menor do que no ano anterior, mas ainda se espalhava pelo National Mall de Washington.

“Vamos marchar até que o aborto seja impensável”, disse ela.

Desde a decisão em 24 de junho de 2022, 12 Estados impuseram a proibição total do aborto com exceções limitadas e o aborto não está disponível em dois estados adicionais, de acordo com o Guttmacher Institute, uma organização de pesquisa e defesa de direitos reprodutivos.


Os participantes da manifestação disseram que queriam ver o aborto proibido em todos os Estados, em todas as fases da gravidez. Alguns seguravam cartazes que diziam: “Exijo proteção na concepção” e “aborto é genocídio”.

“Acredito que, assim como não gostaríamos de matar ninguém aqui, não gostaríamos de ver nenhuma dessas vidas feridas ou perdidas”, disse o pastor Rob McNutt.

“A vida começa na concepção”, disse Kathleen Stahl, uma enfermeira de 60 anos de Washington, DC, que trabalha com saúde maternal e infantil.

Stahl e outros disseram que, além da proibição do aborto, querem ver mais legislação destinada a obter recursos para mulheres que lutam com gravidez inesperada.

“Precisamos dar cuidados de saúde para nossas mães e muitas de nossas jovens mães precisam de mais apoio”, disse Stahl.

Ativistas recitaram a Oração do Senhor e cantaram “Nós amamos bebês!” enquanto marchavam. Em um aceno para a vitória na Suprema Corte, eles não foram diretamente para o prédio do tribunal superior, mas passaram em frente ao Capitólio dos EUA, onde esperam ver promulgada lei federal contra o procedimento.

O evento ocorreu dois dias antes do que teria sido o 50º aniversário da decisão Roe vs. Wade.

(Reportagem de Gabriella Borter)

Ativista Greta Thunberg é detida na Alemanha em protesto contra mina de carvão

A ativista climática foi detida durante protesto contra mina de carvão a céu aberto em Lützerath
A ativista sueca Greta Thunberg foi detida nesta terça (17) durante protestos sobre a emergência climática em Lützerath, pequena cidade no oeste da Alemanha. Outros manifestantes que a acompanhavam também foram levados pela polícia.

Greta protestava contra a expansão de uma mina de carvão no local, que já registrou outros confrontos entre manifestantes e a polícia. Ela foi levada por três policiais e segurada pelo braço, após sentar no entorno da mina, e depois escoltada até uma viatura.

Folhapress

Crise em Cuba leva a recorde de pedidos de refúgio de cubanos no Brasil

Para a geração de Lianet Miravet Cabrera, 20, querer deixar Cuba não é propriamente uma novidade. O acesso à internet na ilha, ainda que tardio, acelerou o desejo de mudança. Mas o que era uma vontade tem se transformado na única saída para fugir da crise.

Cabrera viajou para o Brasil com o marido, Nelson García Román, 30, em julho de 2022. O casal vive hoje em Jaraguá do Sul, no interior de Santa Catarina. Ela, estudante de engenharia em Havana, cursa agora administração de empresas e trabalha com contabilidade. Ele, professor de matemática, ensina a matéria em um canal no YouTube.

“A mentalidade que os cubanos tinham antes não é a mesma de agora”, diz Cabrera. “A internet começou há pouco tempo no país, mas as pessoas já se dão conta de que não têm ferramentas para se defender.”

Cabrera e Román engrossam a lista de cubanos que pediram refúgio no Brasil em 2022, ano que registrou cifra recorde. De janeiro a novembro, foram 4.241 solicitações de cubanos, número que supera inclusive os registros anteriores à pandemia de coronavírus. Cidadãos da ilha foram a segunda principal nacionalidade a solicitar refúgio, atrás apenas dos venezuelanos, principal fluxo migratório para o Brasil.

Os números foram levantados pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), com base em dados oficiais, a pedido da Folha. Não é possível aferir quantos desses cubanos ainda estão no Brasil.

Cabrera e Román engrossam a lista de cubanos que pediram refúgio no Brasil em 2022, ano que registrou cifra recorde. De janeiro a novembro, foram 4.241 solicitações de cubanos, número que supera inclusive os registros anteriores à pandemia de coronavírus. Cidadãos da ilha foram a segunda principal nacionalidade a solicitar refúgio, atrás apenas dos venezuelanos, principal fluxo migratório para o Brasil.

Os números foram levantados pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), com base em dados oficiais, a pedido da Folha. Não é possível aferir quantos desses cubanos ainda estão no Brasil.

O trajeto pode levar até uma semana. Orlando (nome fictício), 27, viajou por seis dias. Em um esquema irregular, após pagar para um coiote da Guiana que conheceu em um grupo no Facebook, chegou em outubro em Boa Vista, em Roraima.

Primeiro, foi em um voo direto de Havana para o Suriname, país que não pede vistos para cubanos. Ali encontrou o coiote e um grupo de pessoas de países como Nepal, Índia e Paquistão que pretendiam ir para os EUA. Em um trajeto de 9 horas em uma van apertada, foi levado até a vizinha Guiana e, depois de mais 20 horas de viagem, foi deixado em Boa Vista, onde solicitou refúgio à Polícia Federal.

Essa rota é uma das mais comuns para cubanos que emigram para o Brasil. Em relatório recente, o Acnur, agência para refugiados da ONU, diz ter observado uma mudança na dinâmica de entrada por Pacaraima, principal porta para venezuelanos: agora, há mais cidadãos de outras nacionalidades —cubanos no topo. Foram ao menos 97 cidadãos da ilha de junho de 2021 a setembro de 2022, diz o órgão.

À Folha a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que monitora o tema, diz que a rota de ingresso pelo Oiapoque, no Amapá, por via marítima, tem ganhado relevância. Até aqui, era comum que cubanos partissem para Porto Alegre e, dali, para o Uruguai. Ou, então, que ficassem no Brasil de maneira temporária, para angariar recursos e, depois, emigrar para os EUA. Em muitos casos, quando o refúgio não é solicitado, nem sequer há registro oficial da passagem pelo Brasil.

Mas isso tem mudado, e cada vez mais cubanos optam por permanecer no Brasil. Orlando é um deles. Ele trabalhava no setor de importação e distribuição de alimentos em Cuba recebendo 2.500 pesos por mês, mas relata que já não conseguia pagar as contas e ajudar a mãe. “Um saco com 2,5 kg de frango custava 1.700 pesos [cerca de R$ 360].” No Brasil, trabalha como garçom em um restaurante em São Paulo.

A intensificação do fluxo de cubanos para o país também desafia o Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), ligado ao Ministério da Justiça. Com um perfil de migração muitas vezes atrelado a questões econômicas, migrantes de Cuba por vezes não se enquadram nos critérios para refúgio, concedido para cidadãos que estejam sofrendo perseguição em seu país ou sujeitos a violações de direitos humanos.

Até aqui, o Brasil reconheceu 1.043 cubanos como refugiados. A maioria —843— devido ao temor de expressar suas opiniões políticas em Cuba. Especialistas que acompanham o tema demandam que o órgão elabore alguma forma de proteção complementar para cidadãos de países como Cuba, de modo que imigrantes não fiquem por anos esperando respostas sobre suas demandas.

E o cenário, claro, virou uma bomba-relógio para o regime cubano. O êxodo histórico observado na ilha poderia acelerar o encolhimento da população, além de afastar a mão de obra. Projeções da ONU mostram que a população cubana, hoje em torno de 11,2 milhões de pessoas, cairá para 10 milhões em 2050. No final do século, estará em torno de 6,5 milhões —número semelhante ao da década de 1950.

A fronteira dos EUA com o México registrou número recorde de cubanos tentando cruzar para o território americano no último ano fiscal, encerrado em setembro. Foram 220 mil cubanos —2% da população da ilha. E o endurecimento das medidas de expulsão colocado em prática pelo governo de Joe Biden tem potencial para forçar cubanos a buscarem outros destinos, sendo o Brasil um deles.

Ainda que a crise econômica seja um dos principais motivadores, Juan Pappier, pesquisador sênior de Américas na ONG Human Rights Watch, diz que o fator político é indissociável. “Há uma crise de direitos civis e políticos com o recrudescimento da repressão. São mais de mil presos políticos após as últimas manifestações”, explica o pesquisador.

“O contrato social foi quebrado em Cuba. O Estado já não garante qualidade de vida para os cidadãos.”

Após os primeiros meses no Brasil, Mercedes e Orlando dizem querer ficar, em especial por oportunidades econômicas. Já Cabrera , mesmo conhecendo o país em um de seus momentos de maior polarização política, diz estar vivendo algo que não conhecia. “Nos sentimos livres para dizer o que acreditamos para outras pessoas, que respeitam nossas opiniões.”

Mayara Paixão, Folhapress

Aliado de Putin sugere que premiê do Japão se mate após encontro com Biden

O ex-presidente da Rússia Dmitri Medvedev acusou neste sábado (14) o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, de subserviência vergonhosa aos Estados Unidos e sugeriu que ele se suicide, evocando um antigo ritual de guerreiros japoneses.

As palavras foram ditas após Kishida se encontrar, na sexta (13), com o presidente americano, Joe Biden, em Washington. Na ocasião, os dois líderes emitiram uma declaração conjunta condenando eventuais usos de armas nucleares pela Rússia na Guerra da Ucrânia. O documento ressalta ainda que a prática é injustificável e representaria um ato de “hostilidade contra a humanidade”.

Medvedev disse que a declaração mostrava paranoia em relação à Rússia e “traía a memória de centenas de milhares de japoneses que foram queimados no incêndio nuclear de Hiroshima e Nagasaki”. Ele se referia às bombas atômicas que os EUA lançaram sobre o Japão para forçar sua rendição no final da Segunda Guerra Mundial e que destruiu as duas cidades e provocaram a morte de mais de 200 mil pessoas, considerando aquelas que ficaram expostas à radiação ao longo dos meses.

Segundo o ex-presidente russo, em vez de exigir desculpas dos EUA pelos ataques, Kishida mostrou que é “apenas um atendente de serviço para os americanos”. Medvedev acrescentou ainda que para se redimir o premiê japonês deveria se matar em uma reunião de seu gabinete.

Ao sugerir a morte, o russo evocou o harakiri, antigo ritual japonês. A tradição consistia em uma cerimônia feita para o suicídio de um guerreiro desonrado. Na ocasião, o guerreiro se matava perfurando o próprio abdômen com uma espada.

A agência de notícias Reuters procurou autoridades japonesas para comentar a declaração do russo, mas o Ministério das Relações Exteriores do país não respondeu às solicitações. Ainda neste sábado, em conversa com jornalistas, Kishida disse que a cúpula do G7, que se reunirá em maio em Hiroshima, deve demonstrar forte vontade de defender a ordem internacional e o Estado de Direito.

“A agressão contra a Ucrânia não é apenas um problema europeu, mas também um desafio às próprias regras e princípios da comunidade internacional”, disse. Ele não foi questionado sobre a fala do ex-presidente russo.

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, Medvedev tem feito uma série de declarações provocativas a líderes ocidentais. No final de setembro, por exemplo, ele ameaçou o uso de armas nucleares caso a Otan (aliança militar ocidental) ajudasse a Ucrânia a atacar as quatro regiões anexadas no país vizinho.

“Vamos imaginar que a Rússia seja forçada a usar a mais assustadora arma contra o regime ucraniano, que cometeu atos de agressão de larga escala que são perigosos para a própria existência do nosso Estado”, disse. “Eu acredito que a Otan não vai interferir diretamente no conflito mesmo nesse cenário. Os demagogos do outro lado do oceano e na Europa não vão morrer num apocalipse nuclear”, acrescentou.

Em outra frente, o ex-presidente russo recentemente chamou os ucranianos de baratas, o que Kiev chamou de declaração “abertamente genocida”.

Curiosamente, quando estava no poder, Medvedev era visto como um político reformador de tendência ocidental. Quando presidente, ele chegou a conversar em várias ocasiões com seu homólogo americano, Barack Obama. Em um dos encontros, em 2012, o democrata chamou o russo de “meu amigo” e disse que não poderia ter desejado um parceiro melhor que Medvedev para desenvolver relações melhores com a Rússia.

Folhapress

Vice-presidente da Colômbia diz ter sido alvo de atentado fracassado MUNDO

A vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, afirmou nesta terça-feira (10) que sua equipe de segurança encontrou e desativou um artefato explosivo colocado nas imediações da casa de sua família no município colombiano de Suárez.

No Twitter, a vice de Gustavo Petro publicou fotos do artefato, que detalhou conter mais de 7 quilos de material explosivo e estava depositado na via que dá acesso à casa. “Tratou-se de uma nova tentativa de atentar contra a minha vida”, escreveu ela.

Márquez é a primeira mulher e a primeira pessoa negra a assumir a Vice-Presidência da Colômbia —assim como Petro é o primeiro líder de esquerda do país latino-americano. Advogada e ativista, ela ficou conhecida pela luta contra a mineração ilegal.

Folhapress

Dois corpos são encontrados em trem de pouso de avião da Avianca em Bogotá

BOGOTÁ (Reuters) – Os corpos de dois jovens, possivelmente da República Dominicana, foram encontrados no trem de pouso de um avião da Avianca durante manutenção na capital colombiana, Bogotá, informaram neste sábado a companhia aérea e a procuradoria-geral da Colômbia.

“Na chegada ao aeroporto El Dorado, em Bogotá, o pessoal da companhia aérea descobriu os corpos de duas pessoas que voavam irregularmente (clandestinos) no trem de pouso do avião”, disse a Avianca em comunicado, acrescentando que a descoberta foi feita na noite de sexta-feira.

A Avianca se solidarizou com as famílias das duas pessoas e acrescentou que, embora inspecione os aviões antes de cada voo, a segurança dos aeroportos e suas áreas restritas é responsabilidade das autoridades.

“O corpo de investigação técnica da Procuradoria-Geral da República está realizando diligências urgentes para identificar a nacionalidade e procedência dos corpos com idade entre 15 e 20 anos, afrodescendentes, que foram encontrados dentro do avião”, informou a procuradoria-geral da república da Colômbia em comunicado.


Embora nenhum documento de identificação tenha sido encontrado com os corpos, um deles trazia dinheiro da República Dominicana, e uma mala encontrada com os homens continha documentos daquele país.

(Por Lizbeth Diaz e Julia Symmes Cobb em Bogotá)

Nove mortos e 16 hospitalizados na Venezuela após ingestão de um cocktail alcoólico chamado «morte lenta».


As autoridades sanitárias venezuelanas contaram nove pessoas mortas e 16 hospitalizadas após ingerirem um cocktail de licor chamado "morte lenta" na cidade de Chivacoa, no estado de Yaracuy

"Entristece-nos a terrível morte de nove pessoas", disse o governador de Yaracuy, Julio León Heredia, citado pela televisão venezuelana Globovisión.

As autoridades enviaram brigadas para ir de casa em casa e realizar avaliações médicas para evitar mais intoxicações.

De momento não se sabe de onde veio a bebida que causou estas mortes porque o homem que vendeu o álcool durante as festividades do Ano Novo é um dos falecidos.
Fonte: (EUROPA PRESS)

Câmara dos EUA elege McCarthy para presidente após 4 dias de pior impasse em 164 anos

Depois de quatro dias e 15 votações, em um impasse que não era visto há 164 anos, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos finalmente elegeu na noite deste sábado (7) seu novo presidente.

O deputado republicano da Califórnia Kevin McCarthy, 57, comandará a Casa pelos próximos dois anos. Sua gestão deve abrir investigações sobre diferentes aspectos do governo do presidente Joe Biden e complicar a agenda do governo federal no Legislativo —ainda que os democratas tenham controle do Senado. Deve ainda abrir um espaço generoso à ala ultradireitista do Partido Republicano.

A legenda, que alcançou maioria na Câmara após as eleições legislativas de novembro, vivia um racha que travou a Casa desde terça-feira (3), quando deveria ter começado a nova legislatura. Das 434 cadeiras hoje ocupadas (de um total de 435), os republicanos têm 222. Em tese, como ocorre na política americana, deveriam conseguir eleger sem sustos o nome que substitui a democrata Nancy Pelosi na presidência. O candidato natural para isso era McCarthy, líder da legenda na Câmara.

Mas o deputado enfrentou forte oposição do Freedom Caucus (bancada da liberdade), grupo republicano ultraconservador, e, se podia ter apenas 4 dissidências para alcançar a barreira dos 218 votos e ser eleito, viu 20 colegas votarem contra ele na maior parte das 11 sessões de humilhação pública a que foi exposto até quinta-feira (5).

Foi o pior cenário em eleições à presidência da Casa desde 1859, quando a conclusão demandou dois meses e 44 votações —deputados precisam votar quantas vezes for necessário até um vencedor obter maioria.

Resoluto, porém, McCarthy cedeu o que tinha e o que não tinha à bancada radical, irritando republicanos moderados. Com as concessões, chegou a esta sexta virando até 15 votos a seu favor nas rodadas realizadas à tarde e ficou próximo de ser eleito.

Ele ainda sofreu mais uma derrota em uma sessão marcada para as 22h (0h em Brasília), que teve momentos tensos após o deputado Matt Gaetz decidir se abster, e McCarthy brigar para tentar fazê-lo mudar de ideia dentro do plenário.

Após a confusão, a Câmara chegou a votar para adiar a eleição para presidente para segunda-feira (9), sem sucesso. Em seguida iniciou a 15ª rodada, na qual chegou-se ao resultado. A contagem final de votos foi de 216 para McCarthy e 212 para o líder democrata, Hakeem Jeffries, além de 6 abstenções.

A vitória, porém, custou caro a McCarthy, que deve assumir como um líder enfraquecido. A imprensa política americana dá conta das promessas que ele teria feito aos republicanos radicais que eram resistentes ao seu nome. Segundo a CNN, ele teria prometido que qualquer parlamentar possa propor uma moção para destituir o presidente da Câmara; que seu grupo político não vai disputar as primárias pela candidatura republicana em distritos seguros para os conservadores; que vai pautar projetos sobre segurança nas fronteiras e de limitação ao número de mandatos de um deputado; mudar o teto de gastos da Casa; ampliar a participação do Freedom Caucus em comitês, inclusive o que regula o regimento; e aumentar o número de emendas possíveis a projetos de lei —entre outros pontos.

Pouco após a votação, o presidente Joe Biden divulgou nota parabenizando McCarthy. “Estou preparado para trabalhar com os republicanos quando puder, e os eleitores deixaram claro que esperam que os republicanos também estejam preparados para trabalhar comigo. Agora que a liderança da Câmara dos Representantes foi decidida, é hora de esse processo começar”, disse.

Depois da eleição, finalmente os deputados eleitos tomaram posse.

McCarthy foi eleito pela primeira vez para a Câmara em 2006 e rapidamente galgou espaço na política interna da legenda. No começo da carreira era tido como representante da ala jovem moderada, os “young guns” (armas jovens), e chegou a lançar um livro com esse título clamando por mais consenso bipartidário para avançar pautas importantes para o país.

No governo Trump, porém, foi se aproximando da agenda conservadora e se transformou em forte aliado do presidente. Dias após a eleição de 2020, ainda durante a apuração, chegou a dizer à Fox News que o republicano havia vencido, antes de o resultado oficial apontar Biden como vencedor.

A maré virou na sequência da invasão do Capitólio, quando uma multidão insuflada por Trump tentou impedir à força a confirmação da vitória de Biden. McCarthy se voltou contra o então presidente, chegou a pedir sua renúncia e fez um discurso duro no púlpito da Câmara em que afirmou que Trump era responsável pelo ataque —que, nesta sexta, completou dois anos, em data que passou quase despercebida no Congresso devido justamente ao racha republicano.

Habilidoso politicamente, porém, o líder soube ler o cenário e se reaproximou do ex-presidente, inclusive jogando na fogueira seu antigo braço direito, Liz Cheney —que votou pelo impeachment do republicano e integrava a comissão do Congresso que investigou o 6 de Janeiro.

A gestão McCarthy deve abrir uma série de investigações contra o governo Biden, conforme lista de prioridades que ele divulgou em dezembro. A primeira deve ser contra o secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, mirando a crise de imigração na fronteira com o México.

A lista se estende ainda para a influência da China nos EUA; as origens do coronavírus; a retirada de tropas americanas do Afeganistão; os negócios de um dos filhos do presidente, Hunter Biden; o que ele considera limitação à liberdade de expressão por empresas de tecnologia e o que chama de doutrinação nas escolas.

Thiago Amâncio / Folhapress

Jogador é preso com 100kg de cocaína ao lado de namorada em aeroporto

Jean Manuel Nédra, jogador do Aiglon du Lamentin, que joga a Taça da França, foi detido em um aeroporto com mais de 100kg de cocaína. De acordo com o 'L'Equipe', o atleta estava acompanhado da namorada quando funcionários locais descobriram a droga.

O meia portava 50,7kg de cocaína na mala, enquanto a mulher levava mais 53kg da droga na bagagem. O casal voltava de Martinica, uma ilha no Caribe, até serem detidos no Aeroporto de Roissy-Charles-de-Gaulle, em Paris.

- Sejamos mais fortes do que nunca e unidos para continuar o nosso trabalho de educação através do desporto, para lutar contra este flagelo, para proteger e alertar os nossos jovens para os riscos, consequências e abusos deste ambiente - comentou o clube do atleta.

Nédra foi colocado em prisão preventiva, enquanto a namorada foi liberada sob vigilância judicial. Aos 29 anos, o atleta é um dos principais jogadores de Martinica. A última partida do atleta pelo Aiglon du Lamentin foi em novembro, na derrota para o Amiens, por 10 a 0.
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Buenos Aires gasta R$ 15 milhões em lubrificante íntimo e vira alvo da oposição

O governo da província de Buenos Aires tornou-se alvo de críticas de opositores depois de ampliar um programa de distribuição gratuita de lubrificante íntimo. Chamado de “Haceme Tuyo” (me faça seu), a iniciativa inclui a compra de um milhão de unidades do gel utilizado para facilitar a penetração em relações sexuais.

De acordo com o jornal El Clarín, a primeira aquisição foi realizada ainda em outubro de 2022 e passou por ao menos cinco instâncias dos órgãos de controle. O Ministério da Saúde local, no entanto, fez um adendo na solicitação de compra para aumentar a quantidade de potes de lubrificante -e foi isso que acabou chamando a atenção de alguns membros da oposição ao governo do peronista Axel Kicillof.

O pedido orçamentário prevê 500 pesos por cada pote, totalizando 500 milhões de pesos. Convertendo a moeda, seria algo em torno de R$ 15 por unidade em uma compra total de R$ 15 milhões.

“O uso de gel lubrificante diminui as chances de rompimento do preservativo durante a relação sexual, evitando enfermidades de transmissão sexual”, argumentou o ministério, segundo trechos da solicitação publicados por vários veículos da imprensa argentina. E a pasta detalhou: “Também é uma ferramenta recomendada especificamente para a prática de sexo anal”.

Outro argumento das autoridades de saúde da província é que a distribuição de embalagens com 100 gramas de lubrificante seria mais efetiva do que os sachês de dois gramas tradicionalmente distribuídos em versões anteriores do programa. “Após observar que a procura de gel lubrificante íntimo não ocorre de forma uniforme na população que procura/requer preservativos, considera-se útil ter embalagens que contenham uma maior quantidade de gel”, diz o ministério.

O deputado direitista Diego Santilli, um dos principais opositores de Kicillof e candidato ao governo da província, ironizou o projeto nas redes sociais. “Novo programa ‘Haceme Tuyo’ de Kicillof: 500 milhões para comprar potes de gel íntimo. Acredite ou não, essas são as prioridades do kirchnerismo.”

Cristian Ritondo, ex-ministro de Segurança de Buenos Aires e líder da sigla conservadora PRO, pediu que o governador e o chefe local da Saúde, Nicolás Kreplak, “parem com essa loucura”.

Para além das polêmicas de Twitter, o deputado Alex Campbell, também do PRO, formalizou uma série de pedidos de esclarecimentos ao governo de Buenos Aires. “Em uma província onde médicos ganham uma miséria, onde hospitais estão caindo aos pedaços e onde faltam insumos de todo tipo, é inconcebível que a prioridade do governador Kicillof seja destinar 500 milhões de pesos à compra de lubrificantes íntimos”, escreveu Campbell nos fundamentos da solicitação. “Parece uma piada de mau gosto.”

O governador não se manifestou nas redes sobre o caso, mas o ministro Kreplak usou o Twitter para defender a decisão de sua gestão na Saúde. Ele citou a lei federal que prevê, entre outras medidas, métodos de prevenção e profilaxia contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que incluem “disponibilidade e acesso a insumos” -sem citar lubrificantes especificamente.

“Estamos cumprindo a lei e cuidando da nossa população. A compra de elementos para prevenção e cuidados com a saúde sexual não é algo novo. Sempre foi feita, e todos os insumos têm que ser fornecidos pelo Estado. Nada a se estranhar”, escreveu Kreplak.

O ministro acusou seus críticos de espalharem desinformação e apontou que governantes anteriores, como Maurício Macri e María Eugenia Vidal, também mantiveram programas semelhantes, “mas de uma maneira que desperdiçava muita quantidade” -em referência às embalagens de dois gramas.

Segundo Kreplak, os sachês eram distribuídos junto com as camisinhas. Como nem todas as pessoas que pegavam os preservativos usam os lubrificantes, isso estaria, de acordo com o ministro, gerando desperdício do gel íntimo. Ainda segundo ele, os 500 pesos pagos em cada unidade estão muito abaixo do valor de mercado das embalagens de 100 gramas, estimado em 2.000 pesos (pouco mais de R$ 60).

“O que mais incomoda é que existe um Estado que cuida do seu povo. E de todos: maiorias e minorias. E à oposição que obviamente se preocupa tanto com a saúde de Buenos Aires, convido-os a discutir e votar os projetos de saúde que foram ignorados por meses no Legislativo”, escreveu o ministro.

Folhapress

Ditadura da Venezuela inclui bonecos de Maduro em presentes de Natal distribuídos a crianças

Foto: Reprodução/Twitter
Além de bolas, carrinhos e bicicletas, a ditadura da Venezuela distribuiu outros brinquedos como presentes neste Natal: os bonecos Súper Bigote (Super Bigode) e Cilita, inspirados no líder do regime, Nicolás Maduro, e na primeira-dama, Cilia Flores.

Segundo a número dois do regime venezuelano, Delcy Rodríguez, quase 13 milhões de brinquedos foram entregues a crianças, incluindo os bonecos que reproduzem personagens musculosos vestindo roupa vermelha e capa de super-herói —o Súper Bigote também usa um capacete de operário e tem uma das mãos de ferro, em referência a bordão adotado pelo ditador contra adversários.

“Mais um gesto de profundo amor do presidente Nicolás Maduro ao nosso povo. Juntos, continuemos defendendo a paz, a prosperidade e o futuro da nossa amada Venezuela”, escreveu Rodríguez nas redes sociais junto de um vídeo com registros de entregas dos presentes.

O PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela), de Maduro, destacou em seu site que crianças moradoras de comunidades e que necessitam de atendimento médico receberam os presentes. “Foram [entregues] bolas, bonecas, o Súper Bigode, telefones, legos, casinhas e carrinhos”, diz a publicação.

A ação foi criticada por opositores e até apoiadores do regime, que questionam o culto à personalidade de seus líderes e o uso de recursos públicos na iniciativa. “Parece algo inocente, mas isto é grave. É para lá que vão os poucos recursos da nação: para a propaganda. E elas são direcionadas aos pequenos”, escreveu o usuário Alejandro Dumont no Twitter.

O personagem Súper Bigote foi lançado no ano passado como desenho animado na TV estatal venezuelana. Na animação, ele combate o império americano e outros inimigos, inclusive opositores representados como galinhas. No episódio de estreia, o herói teve a missão de salvar os venezuelanos do líder dos EUA, representado como um personagem loiro que lembra o ex-presidente Donald Trump.

O nome Súper Bigote foi mencionado publicamente por Maduro pela primeira vez em 2019 —o ditador está no poder desde 2013 e enfrenta crise econômica. No mês passado, estudo divulgado pela universidade venezuelana Católica Andrés Bello indicou que a pobreza extrema na Venezuela caiu de 2021 a 2022, mas que o país ainda tem a maior desigualdade social da América Latina.

Nos últimos meses, a ditadura venezuelana retomou o diálogo com a oposição após um ano de suspensão das conversas, em uma negociação na qual o tema central são eleições livres. Os opositores reivindicam que o regime ofereça garantias de um processo livre e justo e permita que seja supervisionado de forma independente pela comunidade internacional.

Em resposta à retomada dos diálogos, os EUA aliviaram sanções e anunciaram que voltarão a permitir que a petroleira Chevron importe petróleo e derivados produzidos em território venezuelano, desde que o gigante estatal do país, a PDVSA, não seja beneficiada financeiramente.

O petróleo é pilar central da retomada das conversas entre o regime e a oposição venezuelana, que buscam reforçar o papel do país no mercado internacional. Interessa também a grandes potências mundiais, em especial após mudanças geopolíticas desenroladas pela Guerra da Ucrânia forçarem a busca de alternativas em termos de petróleo e energia.

Folhapress

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