Mostrando postagens com marcador Política. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Política. Mostrar todas as postagens

Presidente do PSDB no Ceará anuncia filiação de Ciro Gomes ao partido

O presidente do PSDB no Ceará, Ozires Pontes, anunciou em publicação nas redes sociais na noite de sexta-feira (17) a filiação de Ciro Gomes ao partido. Também disse que Ciro pretende concorrer ao governo do estado nas eleições de 2026.

Presidente da sigla no Ceará diz que próprio Ciro quer anunciar “em poucos dias ou poucos meses” a intenção de concorrer ao governo do estado novamente. Ciro foi governador do Ceará de 1991 a 1994. “O Ceará quer o Ciro de novo”, disse Ozires, que também é prefeito de Massapê (CE).

Ozires diz que Ciro vai assinar a filiação na próxima semana. O ato deve ocorrer na quarta-feira (22) em um hotel em Fortaleza. Ciro, que também sondava a possibilidade de se filiar ao União Brasil, ainda não se manifestou sobre a filiação.

Ex-senador Tasso Jereissati teria sido o responsável por persuadir Ciro a se filiar ao partido. No vídeo, Ozires diz que Jereissati convenceu o ex-governador de que o “PSDB era o partido certo”.

O ex-governador havia enviado carta de desfiliação ao PDT na última semana. Ele estava no partido desde 2015, pelo qual disputou as últimas duas eleições presidenciais das quatro que já participou. Em 2022 ficou em quarto lugar, com 3% dos votos válidos, atrás de Simone Tebet (MDB).

Apesar das recentes movimentações, o ex-governador já afirmou que não pretende mais concorrer à Presidência. “Não quero mais ser candidato, não. Não quero mais importunar os eleitores”, declarou em entrevista à Rádio Itatiaia, em setembro.

Folhapress
Utilidade Publica:

Kim Kataguiri se posiciona a favor do fim do foro privilegiado e propõe transformar o STF em Tribunal Constitucional

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) revelou ao Bahia Notícias que vai apresentar, nas próximas semanas, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê uma mudança estrutural no sistema judicial brasileiro. O projeto propõe a substituição do Supremo Tribunal Federal (STF) por um Tribunal Constitucional (TC) independente do Poder Judiciário.

Segundo o parlamentar, a ideia é criar uma corte exclusiva para julgar a constitucionalidade das leis, sem poder para analisar processos criminais contra autoridades, como acontece hoje com o STF.

“Eu defendo uma proposta ainda mais radical. Estou há cerca de dois anos trabalhando nesse texto, que tira o Supremo do Poder Judiciário e cria uma corte autônoma que só julga leis e não autoridades”, explicou Kataguiri.

De acordo com o texto preliminar da proposta, enviado ao BN, o STF seria extinto, e sua estrutura administrativa seria transferida para o novo Tribunal Constitucional, com sede em Brasília.

O órgão seria formado por 11 conselheiros com mandato de 10 anos, sem direito à reeleição. A escolha dos membros seria dividida entre diferentes instituições: Presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado, Tribunais Superiores, OAB, Ministério Público e comunidade acadêmica.

A proposta também veda que ministros do STF, ativos ou aposentados, integrem o novo tribunal. Além disso, os conselheiros ficariam proibidos de exercer qualquer atividade político-partidária, advocacia ou cargos públicos, mesmo após o fim do mandato.

FORO PRIVILEGIADO
Kim Kataguiri também comentou o debate sobre o fim do foro privilegiado e criticou o que chamou de “PEC da blindagem”, votada recentemente na Câmara.

“Você não corrige um abuso criando outro. Não se impede perseguição por parte do Supremo blindando parlamentares corruptos, traficantes ou quem venha a matar uma pessoa”, afirmou.

Segundo ele, o fim do foro retiraria do STF o poder de julgar parlamentares em primeira instância, limitando sua atuação apenas a recursos constitucionais.

“O fim do foro tira do Supremo o poder de julgar parlamentares diretamente. Ele só atuaria em última instância, analisando questões constitucionais de direito”, completou.

Confira o vídeo:

Lula afirma que 2026 vai ser um ano sagrado e que a esquerda não sabe falar com pessoas evangélicas

O presidente Lula (PT) afirmou, na noite desta quinta-feira (16), que 2026 será um ano sagrado e cobrou que a esquerda saiba convencer o povo e conversar com diferentes setores, como os evangélicos.

Lula discursou no 16º Congresso do PCdoB, no centro de convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O presidente se sentou ao lado da ministra e presidente do PCdoB, Luciana Santos (Ciência e Tecnologia). O PCdoB integra uma federação com o PT e o PV.

“2026 é um ano sagrado. Nós temos que fazer as coisas diferente. […] Evangélico não é contra nós, nós é que não sabemos falar com eles. O erro está na gente, não está neles. […] Nós nos distanciamos do povo”, disse o presidente, que admitiu mais uma vez que deve ser candidato à reeleição.

Mais cedo, nesta quinta, Lula recebeu representantes da Assembleia de Deus Ministério de Madureira no Palácio do Planalto. O encontro teve a participação do deputado federal Cezinha da Madureira (PSD-SP) e do advogado-geral da União, Jorge Messias, evangélico e favorito a vaga aberta no STF (Supremo Tribunal Federal).

No congresso do PCdoB, o petista afirmou que o desafio da reconstrução da democracia passa por conseguir fazer com que a mensagem da esquerda seja compreendida.

“Nossa linguagem e nosso discurso estão muito distantes do nível de compreensão de milhões de pessoas que gostariam de nos escutar. […] Nosso desafio é convencer os outros, que ainda não são nossos, a vir com a gente”, disse.

“A gente não tem que dar muita importância para a Faria Lima, nosso discurso é para o povo”, afirmou Lula, cobrando “uma linguagem que as pessoas saibam”.

Segundo o presidente, o discurso progressista é feito apenas para ativistas. “A gente se esquece de falar para milhões de pessoas que não são organizadas e muitas vezes até gostariam de participar, mas nem são convidadas”.

O petista também chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de “figura politicamente grotesca”.

Ele voltou a dizer que os resultados eleitorais da esquerda para a Presidência da República deveriam se refletir também na eleição para deputados e, pelo segundo dia seguido, criticou o Congresso, afirmando que nunca esteve tão ruim como hoje.

“Esses dias eles aprovaram uma PEC que protegia quadrilha. Que loucura é essa?”, questionou em referência à PEC da Blindagem.

Mais uma vez, Lula cobrou que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), casse o mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Lula ainda comentou a investida de Donald Trump na Venezuela. “Todo mundo diz que a gente vai transformar o Brasil na Venezuela. O Brasil nunca vai ser a Venezuela, e a Venezuela nunca vai ser o Brasil. Cada um será ele. O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino. E não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite do que vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba”.

Participaram do evento a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais); o ministro Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social); o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), do PSD; o ministro Wolney Queiroz (Previdência Social), do PDT; o presidente do PT, Edinho Silva; o prefeito do Recife e presidente do PSB, João Campos; a presidente do Podemos, deputada Renata Abreu (SP); e uma série de parlamentares de siglas de esquerda.

O evento teve ainda a presença de representantes dos partidos comunistas da China e de Cuba.

Luciana Santos e João Campos reforçaram a aliança do PCdoB e do PSB com Lula para a eleição de 2026.

“A palavra de ordem no nosso partido é frente ampla e isolar a extrema direita no nosso país”, disse a dirigente do PC do B. Em seu discurso, ela repudiou as ingerências dos EUA na Venezuela e afirmou que “se precipita um clima de guerra no Caribe”. “Estamos sob ataque de um país que se julga dono do mundo”, emendou.

Luciana também criticou a manutenção da alta taxa de juros pelo Banco Central. Lula liberou seus auxiliares a ampliarem as críticas à gestão de Gabriel Galípolo.

Em seu discurso, Edinho defendeu a reeleição de Lula em 2026 e a “construção de um amplo campo de alianças com as forças democráticas” para “dizer ao mundo que no Brasil o fascismo não tem vez”.

O presidente do PT afirmou que o fascismo foi derrotado em 2022 e a tentativa de golpe de 2023 também foi derrotada, mas emendou: “nós ainda não impusemos a derrota final à extrema direita no Brasil”.

Edinho ainda comentou o que chamou de ameaças do presidente dos EUA à América Latina. “É inaceitável as ameaças que foram feitas ontem contra o governo da Venezuela e o povo venezuelano”, disse.

Carolina Linhares/Folhapress

PT lança vídeo e diz que Congresso derrotou o povo ao derrubar MP dos impostos

O PT lançou um vídeo criticando o Congresso Nacional por não ter aprovado a medida provisória que aumentava impostos para ampliar a arrecadação.

Na peça divulgada nas redes sociais, o PT afirma que a proposta do governo Lula (PT) promovia justiça tributária ao aumentar impostos para bilionários, bancos e bets (casas de aposta) e que derrubá-la foi uma derrota para o povo brasileiro.

“O Congresso Nacional derrotou o povo, derrotaram o projeto do presidente Lula, sabotaram o país”, afirma o vídeo.

A mensagem, que traz imagens a favor da taxação dos super ricos, lembra que o governo também propôs a isenção do Imposto de Renda para até R$ 5.000 e diz que, com a medida provisória, bilionários, bancos e bets “pagariam um pouquinho do que ganham” para “fazer justiça com todo o país”.

“O que está em jogo é o equilíbrio das contas do Brasil, são os programas sociais e os investimentos em áreas fundamentais como saúde e educação”, diz o vídeo.

A medida provisória originalmente previa uma arrecadação extra para o governo Lula de cerca de R$ 35 bilhões ao taxar bets, fintechs e linhas de crédito. A versão que foi derrubada, porém, já não previa a taxação de bets, porque o relator Carlos Zarattini, do PT, desidratou o texto para tentar conseguir votos —o que não funcionou.

No vídeo, que retoma o discurso de ricos contra pobres enfatizado em julho, após a derrubada do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o partido afirma que o Congresso derrubou a medida para atacar Lula e tentar diminuir suas chances de vencer as eleições de 2026.

“Traíram mais uma vez o interesse do povo brasileiro. O Congresso Nacional derrotou o povo, mas, se querem tocar na balança da justiça tributária, o povo saberá dar o troco na balança da democracia”, finaliza.

A medida provisória foi derrubada pela Câmara dos Deputados com amplo apoio do centrão. Posicionaram-se contra ela União Brasil e PP, que recentemente desembarcaram do governo Lula, o PSD, que tem três ministérios na Esplanada (Agricultura, Minas e Energia, e Pesca), e do Republicanos, que comanda a pasta de Portos e Aeroportos e é a sigla do presidente da Casa, Hugo Motta (PB), e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

O Palácio do Planalto avalia que houve uma articulação de Tarcísio mirando as eleições de 2026.

O governador nega, mas deputados da oposição usaram a tribuna da Câmara para agradecê-lo pelo apoio a derrubada da medida.

Agora, o governo Lula avalia maneiras para compensar o não aumento de arrecadação e admite que pode haver contingenciamento de gastos, inclusive de emendas parlamentares.

João Gabriel / Estadão Conteúdo

Geraldo Júnior é denunciado ao TCM por supostas irregularidades em contrato da Câmara de Salvador

O Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) recebeu uma denúncia contra o vice-governador do Estado, Geraldo Júnior (MDB), por supostas irregularidades em um contrato firmado durante sua gestão como presidente da Câmara Municipal de Salvador. Apresentada pela empresa Prime Consultoria e Assessoria Empresarial Ltda., a representação aponta possíveis falhas na contratação da empresa Maxifrota Serviços de Manutenção de Frota Ltda., responsável pela manutenção dos veículos da Casa Legislativa em 2022. As informações são do site Bahia na Política.

O contrato sob suspeita foi celebrado por meio do Pregão Eletrônico nº 008/2022. Diante do potencial impacto da decisão do tribunal sobre a validade do acordo, o conselheiro relator Ronaldo Nascimento de Sant’Anna determinou a inclusão da Maxifrota como terceira interessada no processo.

Também figura entre os citados o agente de contratação responsável pela licitação, Dilson do Espírito Santo Filho, que terá 20 dias para apresentar sua defesa. Caso contrário, o julgamento poderá ocorrer à revelia.

A análise do TCM se baseará nos critérios estabelecidos pela nova Lei de Licitações, e poderá levar à responsabilização administrativa e legal dos envolvidos, caso sejam comprovadas irregularidades no processo.

Tarcísio freia ofensiva presidencial enquanto Ratinho Jr. busca políticos de SP por 2026

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), freou na última semana a ofensiva para uma eventual candidatura presidencial em meio a uma onda de desânimo na direita com a resistência do clã Bolsonaro em se decidir sobre 2026.

Com Tarcísio desacelerando na empreitada, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), buscou contato com políticos e empresários paulistas ao longo da semana para se viabilizar como alternativa.

Aliados de Tarcísio afirmam que a perspectiva de consolidação dele como adversário de Lula (PT) em 2026 ficou mais distante após derrotas de seu campo político, como a rejeição à PEC da Blindagem, o enfraquecimento da proposta de anistia e a adesão da população aos atos no domingo passado (21) contra as duas pautas.

Além disso, aliados do governador de São Paulo e de Jair Bolsonaro (PL) têm manifestado preocupação com movimentos de pessoas próximas ao ex-presidente que tentam convencê-lo de insistir em uma candidatura ao Planalto, mesmo inelegível e com condenação de 27 anos e três meses de prisão.

Entre os quadros de direita e de centro havia a expectativa de que, com a proximidade do fim do ano, Bolsonaro indicasse com mais segurança que passaria o bastão, mas isso não aconteceu. Pelo contrário, a família mantém o discurso de candidatura do ex-presidente. Dentre esses aliados, há quem veja o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na disputa pelo espólio eleitoral do pai.

O que desanima Tarcísio, segundo seu entorno, é a falta de segurança de que seria ele o candidato. Apesar de negar isso publicamente, ele vinha se preparando para essa possibilidade diante de acenos positivos por parte de Bolsonaro. Ele visitará o ex-presidente na próxima segunda-feira (29).

Dois deputados da base governista na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) disseram à reportagem que, ao frear a ofensiva à Presidência, Tarcísio busca preservar a sua imagem após ter sido alvo público de ataques de bolsonaristas, em especial de Eduardo, e da esquerda, com Lula o colocando como o adversário a ser batido.

A demonstração de desânimo do governador, além dos crescentes alertas de aliados de Bolsonaro, pode também servir como uma forma de pressionar o ex-presidente a se decidir.

Enquanto o governador se distanciou dos holofotes, Ratinho circulou por São Paulo ao lado de Gilberto Kassab, presidente de seu partido e secretário de Governo de Tarcísio, tentando se projetar no estado, que possui o maior eleitorado do país.

A agenda incluiu reunião com empresários, palestra na Associação Comercial (onde Kassab tem influência), cerimônia de filiação de uma ex-secretária de Cultura da capital e um jantar com o ex-tucano Andrea Matarazzo. Além disso, Ratinho também sondou lideranças do interior do estado para ajudá-lo na coordenação da campanha, como o ex-prefeito de Itapevi Igor Soares (Podemos), que em 2022 esteve com Tarcísio.

Matarazzo diz que conhece Ratinho há anos e que o encontro foi apenas para “conversar um pouco”.

Apesar do apoio, Kassab é reticente em abrir mão de Tarcísio, que segue sendo sua primeira opção à Presidência, segundo a reportagem apurou. Ratinho é seu plano B, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o plano C. O partido pretende escolher o nome mais competitivo no ano que vem.

“Tem tido, da nossa parte, a abertura de espaço para que eles [Ratinho e Leite] se apresentem, apresentem a sua história, o seu legado”, disse Kassab na sexta (26) ao participar de um evento. “Como governadores, aliás, eles são muito bem avaliados nos seus estados. E vamos aguardar, agora, o desdobramento, as próximas semanas, com muita calma.”

Para um dirigente partidário paulista, as incursões de Ratinho em São Paulo são uma tentativa de projetá-lo como representante da centro-direita, diante da percepção de que Tarcísio optou pela ala mais radical do bolsonarismo. Este dirigente, entretanto, avalia que o governador de São Paulo ainda tem tempo e condições para chegar às eleições com capital político para derrotar Lula.

O nome de Ratinho surge também como alternativa entre bolsonaristas, mas com algum ceticismo quanto à sua viabilidade eleitoral, ainda que ele tenha baixa rejeição e seja ainda pouco conhecido pela população.

O senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), foi às redes sociais na sexta (26) para expressar sua insatisfação sobre a indefinição no campo da direita.

“Já está passando de todos os limites a falta de bom senso na direita, digo aqui a centro direita, a própria direita e seu extremo. Ou nos unificamos ou vamos jogar fora uma eleição ganha outra vez”, disse.

“Por mais que tenhamos divergências, não podemos ser cabo eleitoral de Lula, do PT e do PSOL”, continuou.

Ciro Nogueira é entusiasta de uma candidatura de Tarcísio, que vê como quem tem mais chance de derrotar Lula.

Após a prisão de Bolsonaro, o governador de São Paulo intensificou a articulação pela anistia ao seu padrinho político, considerado um gesto importante para conquistar a ala mais radical do bolsonarismo. Viajou a Brasília e fez lobby para aprovar o perdão, mas viu a proposta perder fôlego na última semana.

No protesto da avenida Paulista, no domingo passado (21), Tarcísio foi um dos principais alvos tanto das autoridades que discursaram quanto dos manifestantes, que entoaram coros de “fora, Tarcísio”. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), em um dos discursos mais aplaudidos, disse que o governador jamais vestiria a faixa presidencial. “Ela não foi feita para inimigo, para covarde e traidor da pátria”, afirmou.

Já o projeto de anistia, relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), acabou se consolidando como o “projeto da dosimetria”, limitado à redução das penas.

Integrantes do MDB, do PSD e do União Brasil paulistas ouvidos pela reportagem avaliam que Tarcísio teve tropeços: além do fracasso da anistia, ele já havia sido criticado pelo alinhamento imediato ao clã Bolsonaro após o tarifaço de Donald Trump e pelo discurso radicalizado contra Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no 7 de Setembro.

Na quarta-feira (24), mesmo diante de reações negativas, o governador permaneceu na defesa de sua proposta de anistia. “Espero que seja feito o melhor para olhar aquelas pessoas que estão [presas] pelo 8 de Janeiro e olhar todo mundo que teve apenamento injusto, incluindo o presidente Bolsonaro”, declarou ao ser questionado se aceitaria a revisão das penas.

Bruno Ribeiro/Juliana Arreguy/Marianna Holanda/Folhapress

Bolsonaro fecha apoio a Tarcísio para eleição presidencial

O ex-presidente Jair Bolsonaro deu aval para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disputar as eleições presidenciais com seu apoio.

O acordo foi costurado com os líderes do PP e do União Brasil. A dúvida agora é quando a decisão será anunciada.

De acordo com o site Metrópoles, há um racha em relação ao calendário. Um grupo defende esperar até dezembro ou janeiro, sob o argumento de que isso livraria Tarcísio de ser acusado pelos eleitores de usar o governo de São Paulo como trampolim para o Planalto.

Porém, os mesmos políticos afirmam que Bolsonaro é imprevisível e que ele é quem definirá o calendário. Tarcísio deve se reunir com Bolsonaro na semana que vem. A visita está permitida em 29 de setembro, das 9h às 18h.

Enquanto isso, o governador foi orientado a manter o discurso de que irá disputar a reeleição.

Site Metrópoles

União Brasil e PP vivem dilema entre pragmatismo e oposição a Lula nos estados brasil

Depois de anunciar o desembarque do governo Lula (PT) e manter indicações da bancada para cargos, a federação União Progressista enfrenta o dilema entre compor alianças pragmáticas nos estados e pisar fundo na oposição ao petista, marchando unida em torno de um presidenciável da direita.

O rompimento foi anunciado no início do mês. Nesta semana, União Brasil e PP deram mais um passo no distanciamento com o governo, dando ampla maioria de votos em favor do regime de urgência para o projeto de anistia a Jair Bolsonaro (PL) e outros condenados por atos golpistas. Na quinta-feira (18), o União Brasil exigiu que seus filiados antecipem a saída do governo Lula.

O novo cenário embaralhou as disputas internas nos estados, fortalecendo alas oposicionistas e emparedando grupos que pretendem apoiar Lula nas eleições de 2026.

Os dois partidos historicamente liberam os diretórios estaduais para formar as alianças que julgarem mais convenientes, mesmo em direção oposta ao palanque nacional. Para 2026, contudo, a federação tem planos de protagonismo e trabalha para marchar unida em torno de um presidenciável de direita.

O União Brasil tem o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), como pré-candidato à Presidência. Mas ele deve ceder caso prospere a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Enquanto trabalha por uma candidatura de direita, a federação deve manter indicados em cargos federais, incluindo dois ministérios e de estatais. Setores do PP permanecem próximos a Lula na Paraíba, Ceará e Maranhão, enquanto o União Brasil tem aliados do petista no Pará e Amapá.

Oficializada em agosto, a federação tem 9 diretórios sob o comando do PP, 9 do União Brasil e 9 que serão decididos pelo diretório nacional. A tendência é de acirramento das disputas internas.

Entre os diretórios indefinidos estão São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Maranhão, Tocantins, Sergipe e Distrito Federal.

O principal embaraço está na Paraíba, onde a federação tinha três pré-candidatos ao governo: o vice-governador Lucas Ribeiro (PP), o prefeito de João Pessoa Cícero Lucena (PP) e o senador Efraim Filho (União Brasil).

A primeira baixa aconteceu no início deste mês, quando Cícero Lucena anunciou sua desfiliação do PP. Ele é aliado de Lula, tem bom diálogo com o PT e portas abertas para se filiar ao MDB.

Lucas Ribeiro deve assumir o governo em 2026, quando o governador João Azevedo (PSB) renunciar para concorrer ao Senado. Mas enfrenta resistências na cúpula da federação por apoiar Lula.

A divisão interna na federação deu musculatura ao senador Efraim Filho, que nas últimas semanas selou uma aliança com o PL com as bênçãos de Michele Bolsonaro: “O controle da federação no estado está aberto e sou o único que faz oposição a Lula”, afirma.

A divisão se estende ao Ceará. O presidente nacional do União Brasil, Antônio de Rueda, esteve em Fortaleza para o show Aviões Fantasy, com apresentações de Bell Marques e Xand Avião, e teve tratativas tanto com os governistas quanto com os oposicionistas do partido.

O governador Elmano de Freitas (PT) tenta atrair a federação para a sua base e acena como uma vaga na chapa majoritária. Mas o comando da aliança caminha para ficar com Capitão Wagner (União Brasil), um dos principais nomes da oposição.

“Há tentativa do governo de cooptar o União Brasil, mas seria contraditório fazer acordos com o PT”, diz Wagner. Nas próximas semanas, o União Brasil deve oficializar a filiação do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, que deixou o PDT. Ele deve ser o candidato ao governo da oposição caso ex-ministro Ciro Gomes não assuma a missão.

Os ministros dos Esportes, André Fufuca (PP-MA), e do Turismo, Celso Sabino (União Brasil-PA), enfrentam o dilema entre seguir para a oposição com seus partidos ou manter o apoio ao governo Lula, mesmo que deixem seus cargos. Ambos querem concorrer ao Senado.

Fufuca é aliado do governador do Maranhão, Carlos Brandão (sem partido), que tem indicado apoio à reeleição de Lula, mas enfrenta rusgas como PT local. Sabino, por sua vez, é próximo ao governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), outro aliado do petista.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), tem situação mais confortável para apoiar Lula, já que não será candidato em 2026. Ele é padrinho político dos ministros Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira Filho (Comunicações), além o presidente da Codevasf.

Em Minas, Lula busca estreitar relações com o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil). Mas a federação é aliada de primeira hora do governador Romeu Zema (Novo).

“É natural que o prefeito queira ter uma boa relação com o presidente. Mas temos uma postura clara de oposição ao PT”, diz o secretário estadual Marcelo Aro (PP), pré-candidato ao Senado.

Enquanto preparam a saída do governo, União Brasil e PP atuam para minimizar possíveis baixas em estados. Líderes locais reclamam de falta de espaço para seus projetos eleitorais.

O senador Sergio Moro (União Brasil) confirmou que vai assumir o comando do União Brasil no Paraná. Ele quer ser candidato ao governo, mas enfrenta resistência do PP local, que lançou a ex-governadora Cida Borghetti para a sucessão.

Próximo ao governador Ratinho Júnior (PSD), o partido começa a sofrer as primeiras baixas: o deputado federal Pedro Lupion está a caminho do Republicanos.

O senador Alan Rick (União Brasil), que mira o governo do Acre, também deve deixar o partido e negocia filiação ao Republicanos. O senador Márcio Bittar saiu na frente e trocou o União Brasil pelo PL.

João Pedro Pitombo/Folhapress

‘Para mudar esse País, temos que mudar o Congresso’, diz José Dirceu em ato em Brasília

O ex-ministro José Dirceu (PT) fez críticas ao Congresso, neste domingo, 21, durante manifestação de apoiadores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Temos que tomar consciência de que para mudar esse País, temos que mudar o Congresso Nacional”, disse o ex-ministro.

O ato em Brasília, que se repete em mais de 30 cidades pelo país, tem foco contra a chamada PEC da Blindagem, aprovada na Câmara na última semana, e a tentativa de anistia a envolvidos em tentativa de golpe de Estado. Para Dirceu, os congressistas se negam a discutir projetos de Lula que “protegem a economia popular”, como o da isenção de Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil e o do fim da escala 6 por 1.

“É hora de cobrar impostos dos ricos, do BBB”, disse, em referência ao mote contra Bilionários, Bancos e Bets, explorado pelo PT. “Precisamos de unidade entre nós, contra o que a família Bolsonaro está fazendo, contra o que a extrema-direita está fazendo, contra o que Tarcísio de Freitas e outros governadores estão fazendo, apoiando Trump, traição nacional”, disse.

Com a ascensão de Edinho Silva à presidência do PT, José Dirceu ganhou assento na direção do partido. O ex-ministro se articula para tentar viabilizar uma nova candidatura à Câmara em 2026. “Quero saudar cada companheiro que veio aqui com a certeza de que vamos derrotá-los e reeleger Lula”, afirmou, do palanque. Dirceu foi ministro da Casa Civil, deputado federal e presidente do PT.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) também participaram da manifestação. “É um tapa na cara da sociedade votar essas duas matérias (PEC da Blindagem e anistia). São matérias de alta restrição na sociedade e que provocam essa reação. Há muito tempo não via em Brasília um ato tão grande”, disse Pimenta.

O ato em Brasília foi marcado para as imediações do Museu Nacional e contou com uma passeata até a frente do Congresso. Os manifestantes carregavam faixas com dizeres “sem anistia para golpista”, “Congresso inimigo do povo” e “não à PEC da Bandidagem”. Nos discursos de militantes e nos refrãos cantados por manifestantes também houve críticas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele decidiu pautar a votação da urgência do projeto da anistia que pode beneficiar Jair Bolsonaro e que agora está sendo tratado como “PL da Dosimetria” pelo relator, Paulinho da Força (Solidariedade-SP).

Com a presença de políticos do entorno do PT de Brasília na manifestação, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também foi alvo das críticas ao ser associado ao bolsonarismo.

Vinícius Valfré, Estadão Conteúdo

Adesão de deputados do PT à PEC da Blindagem causa bate-boca, e partido convoca reunião

Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados/Arquivo
Após ouvir reclamações do presidente Lula (PT) e críticas nas redes sociais, o presidente do PT, Edinho Silva, convocou para esta quinta-feira (17) uma reunião do comando do partido.

A convocação se deu num momento em que petistas trocam farpas nos grupos de WhatsApp por causa da adesão de 12 deputados petistas à PEC (Proposta de Emenda à Constitução) da Blindagem, que impõe obstáculos à abertura de processos contra parlamentares.

O texto prevê que investigações contra parlamentares só podem ser abertas no STF (Supremo Tribunal Federal) mediante aval de deputados e senadores, em votação secreta. Segundo relatos, Lula expôs sua irritação a Edinho e ministros do governo.

Nesta quinta, Edinho conduziu a reunião extraordinária do partido, que deverá apresentar nota contra a blindagem e a concessão de anistia aos condenados pelos atos golpista de 8 de Janeiro. O partido deverá orientar a bancada do Senado a votar contra essas duas propostas, encampadas pelo centrão na Câmara dos Deputados.

A reunião ocorre um dia depois de integrantes da corrente CNB (Construindo um Novo Brasil) criticarem, no WhatsApp, o voto de parlamentares petistas à PEC da Blindagem, incluindo na exigência de votação secreta para autorização de processo contra deputados e senadores.

Questionados, os deputados tiveram que se justificar aos militantes. Presidente do PT em São Paulo, o deputado Kiko Celeguim classificou seu voto como um gesto amargo em favor de pautas de interesse do governo. Ele alegou ainda que seria um aceno para impedir a aprovação de anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Nós precisamos dos votos do centrão para aprovar as nossas pautas e eles precisavam de uma sinalização do PT para meio que reduzir os danos da aprovação dessa PEC”, justificou, acrescentando que ele e mais onze deputados do PT toparam fazer esse gesto amargo em nome do que entendem ser.

Vice-presidente do PT, o deputado Jilmar Tatto alegou ter votado em favor da PEC para evitar a aprovação de urgência para o projeto que estabelece anistia aos participantes dos atos golpistas —o que acabou acontecendo na quarta-feira (17).

“Votamos favorável para não votar a anistia”, justificou em resposta a críticas de dirigentes do partido.

Nas redes e nos grupos, esses parlamentares são acusados de desgastar a imagem do partido. O deputado estadual Emídio de Souza (SP) foi um dos que manifestaram contrariedade, afirmando que a pior coisa para um partido como o PT é deixar a militância sem discurso e constrangida na sua atuação cotidiana.

Ele contestou o argumento de que a votação de petistas seria um gesto para que parlamentares do centrão deixassem de pressionar pela anistia a Bolsonaro. “Alguém que conhece o modus operandi do bolsonarismo e do centrão acredita mesmo que eles vão recuar na ideia da anistia? Mesmo a tal da anistia light (sem Bolsonaro) não precisa de negociação, porque o centrão não está interessado em anistiar JB porque querem Tarcísio [de Freitas] candidato”, reagiu.

“Sobre as nossas pautas, alguém crê que o centrão votaria contra redução do IR em ano pré-eleitoral? Ou contra zerar conta de energia para os mais pobres? Com isso eles, concordam. O que eles resistem é taxar os super ricos”, concluiu.

No partido, há também quem defenda “água na fervura”. É o caso do vice-presidente do PT e prefeito de Maricá, Washington Quaquá, que, em vídeo, pregou pacificação, em diálogo com o Congresso e o centrão.


Catia Seabra/Folhapress

Câmara aprova em 1º turno blindagem inédita ao Congresso em resposta ao STF e após acordo sobre anistia

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (16) em primeiro turno o texto-base da chamada PEC (proposta de emenda à Constituição) da Blindagem, que amplia o foro especial e protege parlamentares não só em relação a investigações criminais, mas abre também brecha na área cível, algo inédito.

Foram 353 votos a favor e 134 contra. Ainda devem ser votados destaques que podem alterar o texto. Haverá votação em segundo turno ainda nesta terça. Depois, o texto segue para o Senado.

Patrocinado pelo centrão como reação às dezenas de investigações sobre desvio de emendas parlamentares no STF (Supremo Tribunal Federal), o texto contém uma blindagem mais ampla do que a original estabelecida na Constituição de 1988 e que havia sido derrubada em 2001 devido à pressão popular contra a impunidade.

Os alvos do centrão, grupo de direita e centro-direita que tem maioria na Câmara, são as mais de 80 investigações no STF envolvendo suspeita de corrupção em verbas das emendas parlamentares, que movimentam a cada ano cerca de R$ 50 bilhões.

Além disso, deputados argumentam que a medida busca fortalecer o Parlamento diante do Poder Judiciário, alvo de reclamações por, por exemplo, derrubar leis aprovadas.

O texto, chamado pelos deputados de PEC das prerrogativas, tem como principal ponto dar ao Congresso o poder de barrar processos criminais no STF contra parlamentares ao exigir licença prévia do Legislativo. Essa autorização terá de ser deliberada pela respectiva Casa em até 90 dias a contar do recebimento da ordem do Supremo, em votação secreta.

Hoje o foro especial de deputados e senadores diz respeito apenas a investigações e processos relativos a crimes cometidos no exercício do mandato e em função dele. Não há necessidade de autorização para o STF abrir processo e também não há foro especial na área cível.

A PEC diz que medidas cautelares contra congressistas só podem ser autorizadas pelo STF, o que abre a possibilidade de que mesmo atos tomados em ações de improbidade (cíveis) tenham que ter autorização da corte.

Presidente de partidos políticos também terão foro especial, ou seja, serão julgados pelo STF.

Em uma manobra para aprovação, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), chegou a liberar a participação remota dos deputados, o que não é comum às terças-feiras.

Para aprovar uma PEC, é necessário o apoio de 308 dos 513 deputados federais. Se passar nas duas Casas, ela é promulgada pelo próprio Congresso e entra em vigor, não cabendo sanção ou veto presidencial.

O governo Lula (PT) liberou a bancada após acordo com o centrão para aprovar a PEC em troca de barrar a proposta de ampla anistia aos condenados pela trama golpista, incluindo Jair Bolsonaro (PL).

Por esse acerto articulado por Motta, a anistia ampla seria derrotada em votação nesta quarta (17) e haveria uma saída meio-termo: a redução das penas dos condenados, incluindo a do ex-presidente e dos outros sete réus condenados pelo STF na semana passada.

O relator da PEC, Cláudio Cajado (PP), defendeu as prerrogativas parlamentares afirmando que elas são garantias constitucionais para que os deputados “possam exercer sua independência sem temer perseguições políticas”.

Motta, por sua vez, também mostrou-se favorável, dizendo que trata-se de “autonomia dos mandatos” e que muitos deputados reclamam sobre desrespeito às prerrogativas. “Não é uma pauta de governo ou de oposição, do PT ou do PL, da esquerda ou da direita”, disse.

O presidente da Casa afirmou ainda que a PEC não tem “novidades ou invencionismos” em relação ao texto de 1988, apesar do ampliação do conceito de foro e a brecha para o avanço na área cível.

No plenário, o deputado bolsonarista Zé Trovão (PL-SC) admitiu a expectativa do PL de que, ao aprovar a PEC, o apoio do centrão à anistia ampla seria concretizado —contrariando o acordo contra o perdão que envolve Motta e o governo. “O que está sendo votado hoje está sendo votado para que amanhã seja votada a anistia”, disse.

O bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou que não se trata de blindagem e que deputados são perseguidos por suas falas. Na mesma linha, o bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) disse que a PEC representa o fim da chantagem do STF. Já deputados da esquerda apelidaram a PEC de “bandidagem” ou “malandragem”.

“Virou PEC, sim, da blindagem, da bandidagem, da autoproteção, da couraça, do escudo, da carcaça, da casta, do corporativismo, da impunidade, da armadura e da vergonha, ou falta de vergonha. Eu tenho muitos mandatos aqui e nunca vi tamanho descaramento”, disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

Carolina Linhares/José Matheus Santos/Ranier Bragon/Raphael Di Cunto/Victoria Azevedo/Folhapress

Aleluia defende união dos governadores da oposição para derrotar Lula no 1° Turno

Lula é o candidato a ser batido. Se conseguirmos unir os governadores da oposição, nós derrotamos Lula no 1° Turno”. Esta estratégia política foi apresentada pelo ex-deputado federal José Carlos Aleluia, pré-candidato do Partido NOVO ao Governo da Bahia em entrevista neste sábado (13) para a Rádio Difusora AM de Itabuna.

Aleluia observou que o terceiro mandato de Lula como presidente é muito frágil, sem capacidade de diálogo com o Congresso e que o presidente só consegue governar graças ao apoio do Supremo Tribunal Federal (STF), que está se colocando acima dos demais Poderes da República.

“O Brasil vive hoje uma situação dramática e a Bahia precisa ajudar o Brasil a derrotar Lula. Por isso eu apoio o pré-candidato do meu partido para presidente, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. E se ele não for candidato, estarei com o nome que o Partido NOVO decidir apoiar para presidente”, afirmou.

Aleluia explicou que a adesão dos prefeitos ao governador Jerônimo ocorre por uma necessidade de buscar melhores condições para os seus municípios, mas este “governismo” não consegue controlar os votos dos baianos para presidente e para governador.

“Já assisti por duas vezes o candidato favorito a governador da Bahia ser derrotado mesmo com o apoio dos prefeitos pelo fato deles não estarem alinhados com o desejo de mudança do eleitorado a nível nacional: a primeira vez foi na eleição de Waldir Pires e a segunda na eleição de Jaques Wagner. Confio no desejo de mudança dos baianos para derrotar Lula e Jerônimo”, afirmou.

O pré-candidato do Partido NOVO criticou o modelo de gestão dos governos petistas que priorizam as propagandas mirabolantes, o assistencialismo e o populismo ao invés das realizações na segurança pública, na saúde, na educação e na economia.

Aleluia afirmou que o seu governo terá como prioridade número 1 expulsar as facções e o crime organizado da Bahia para que as pessoas possam viver em paz.

“O segundo objetivo do meu governo será acabar com a fila da regulação, que se transformou na fila da morte na Bahia. É preciso descentralizar e regionalizar a regulação e a gestão da saúde para trazer eficiência no atendimento aos baianos. E o terceiro ponto do meu governo será a criação de um ambiente favorável à atração de investimentos para criar empregos e gerar renda. E só farei um mandato, não buscarei a reeleição. Essa é a contribuição, o legado que quero deixar para a Bahia”, concluiu.

Kassab reúne PSD após condenação de Bolsonaro e reafirma apoio a anistia sob desconfiança de aliados

Secretário de Governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, reuniu a bancada federal de seu partido nesta sexta-feira (12), em Florianópolis, para discutir os temas de interesse da sigla. A proposta de anistia aos condenados pela trama golpista não entrou na pauta.

O encontro semestral já estava marcado, mas coincidiu com a condenação de Jair Bolsonaro (PL), no dia anterior, a 27 anos de prisão por liderar a tentativa de golpe.

Kassab afirma ser favorável à anistia, a exemplo de Tarcísio, mas enfrenta desconfiança de bolsonaristas engajados no tema. A desconfiança se deve, em parte, ao fato de três ministros de Lula (PT) serem do PSD: Carlos Fávaro (Agricultura), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e André de Paula (Pesca).

Como partido, o PSD defende que a proposta seja votada, mas deixa a bancada livre para decidir. A legenda tem 45 deputados federais.

A reunião em Santa Catarina contou com os governadores Eduardo Leite (RS) e Ratinho Jr. (PR), ambos cotados como potenciais candidatos à Presidência. A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), também participou. Nos bastidores, há relatos de que ela é considerada uma opção de vice em uma chapa com Tarcísio, por dialogar com o eleitorado feminino e do Nordeste.

Na pauta do encontro, segundo a assessoria de Kassab, estavam temas como a adoção do voto distrital misto nas eleições. A anistia não foi discutida, de acordo com a equipe do secretário, porque o entendimento do partido sobre o assunto já está definido.

Kassab “reafirma, mais uma vez, sua posição a favor de que o tema seja pautado, além de sua solidariedade ao ex-presidente Bolsonaro e de seu apoio à anistia”, diz nota enviada por sua equipe.

Um bolsonarista ouvido sob reserva ressalta que, na prática, esse posicionamento não garante a Tarcísio os votos da bancada em uma eventual votação da anistia.

Para esse aliado de Bolsonaro, a postura do PSD difere da de União Brasil e Progressistas, que, na primeira semana do julgamento no STF, anunciaram a saída do governo Lula e o apoio à proposta de perdão que beneficiaria o ex-presidente.
Duas semanas após esse anúncio, contudo, os integrantes das duas siglas ainda não deixaram seus cargos.

Na semana passada, durante a etapa final do julgamento que condenou Bolsonaro, o governador de São Paulo evitou aparições públicas. Seu único compromisso foi um evento na segunda-feira (8), na Fiesp, no qual não deu entrevista.

O recuo ocorreu após o discurso de Tarcísio na avenida Paulista, em um protesto contra o julgamento, quando ele classificou os atos do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo, como “tirania”.

Tarcísio é aguardado por aliados em Brasília nesta semana para uma nova rodada de articulações pela aprovação de um projeto que livre Bolsonaro da prisão.

Sua única manifestação pública após a sentença de 27 anos ao ex-presidente foi um texto publicado nas redes sociais, no qual classificou as penas como desproporcionais e as condenações como injustas.

Na última semana, em entrevista à Folha, em Brasília, o vice de Tarcísio, Felício Ramuth, também do PSD, afirmou que dificilmente o partido fechará questão sobre o tema.

Bruno Ribeiro / Folhapress

Zé Cocá cita exemplo do PV em Jequié e defende autonomia do PP nas eleições de 2026 mesmo diante de federação com o União Brasil

O prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), defendeu que o PP tenha autonomia para decidir seus rumos eleitorais em 2026 na Bahia, mesmo após a oficialização da federação nacional firmada com o União Brasil, que será comandada na Bahia pelo grupo liderado por ACM Neto. Em conversa com o Política Livre, ele lembrou que o partido no Estado sempre teve histórico de independência e não deveria abrir mão dessa tradição.

“Creio que o melhor caminho seria o PP da Bahia ser liberado pela Executiva nacional para ter autonomia. Acho que vai acabar acontecendo isso em alguns casos. Veja que em 2024, na eleição em Jequié, o PV apoiou a minha reeleição, mesmo contrariando a posição da federação que o partido forma com o PT e o PCdoB. Questões regionais e locais precisam ser respeitadas”, pontuou o prefeito.

Em 2024, a federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, apoiou oficialmente a candidatura de Alexandre da Saúde (PSD) a prefeito de Jequié. Os “verdes”, no entanto, abriram dissidência e ficaram ao lado de Cocá, mesmo que extraoficialmente. O movimento contou com o aval do presidente do PV baiano, Ivanilson Gomes, que é aliado do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

No plano estadual, a bancada do PP na Assembleia Legislativa e boa parte dos prefeitos da sigla estão hoje na base de Jerônimo. Cocá, que apoiou ACM Neto no pleito de 2022 para o Palácio de Ondina, hoje está mais próximo do governador. Além disso, o presidente da legenda na Bahia, deputado federal Mário Negromonte Júnior, se posicionou contra a federação e também prega a autonomia em 2026.

Zé Cocá voltou a dizer que deve se posicionar sobre quem irá apoiar em 2026 para governador até o final deste ano. Ele garantiu que não está conversando ainda com Jerônimo ou com ACM Neto sobre as próximas eleições. “Meu diálogo com o governo tem sido institucional, buscando atrair investimentos para Jequié e toda a nossa região. Claro que se as coisas avançarem, isso deve se refletir em um apoio eleitoral”, declarou.

O prefeito de Jequié afirmou, ainda, que não pensa em deixar o PP. “Estou confortável sobre isso porque não sou, a princípio, candidato a nada em 2026. Claro, se houver algum convite para compor uma majoritária, vamos analisar todo o cenário”, concluiu.

Política Livre

Destaques