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Eduardo Bolsonaro critica Tarcísio: ‘Não é líder’, ‘candidato do sistema’ e ‘pintado de direita’

Deputado federal afirmou que o governador seria o ‘candidato que Moraes quer’; procurado, Tarcísio ainda não se manifestou.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a criticar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em relação à possibilidade do governador se candidatar às eleições presidenciais de 2026.

Eduardo, que está nos Estados Unidos desde o início deste ano, afirmou que Tarcísio é “o candidato do sistema” e que representa a posição do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Procurado por meio da assessoria, Tarcísio de Freitas ainda não se manifestou.

“O Tarcísio é o candidato do sistema. É o cara que o Moraes quer, que gostaria que fosse eleito porque ele ainda viria com apoio de Jair Bolsonaro. O meu pai foi posto em prisão domiciliar, com tornozeleira, esculachado e sem rede social por conta deste projeto”, disse Eduardo em vídeo publicado em seu canal no YouTube.

O terceiro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro também criticou Tarcísio com base em uma entrevista do ex-ministro José Dirceu (PT), afirmando que o governador paulista não é um líder e que sua eleição em São Paulo ocorreu com a força dos eleitores bolsonaristas.

“Ele quer ser presidente da República do Brasil. Por isso que falo que ele é uma ficção, porque ele depende totalmente do Bolsonaro e do voto bolsonarista. Porque ele não é um líder, foi eleito em São Paulo pela força do eleitorado conservador, que é legítimo”, diz trecho do ex-ministro compartilhado por Eduardo.

Em outra ocasião, no podcast do canal Market Makers, Eduardo reiterou seu desejo de se tornar presidente e apontou que existe um projeto para “enterrar Bolsonaro e o bolsonarismo, e colocar à frente um candidato ‘pintado de direita’, embora até o centro esteja se deslocando mais para a direita”.

“Nesse cenário, existem pessoas que não querem Jair Bolsonaro, mas se identificam com a direita. No entanto, eu vejo algumas diferenças em relação ao governo do Tarcísio. Não o coloco na mesma prateleira que um petista, mas, dentro do jogo político, ele também não está na minha mesma prateleira”.

Eduardo ainda afirmou que Tarcísio acredita que os votos de direita já estão garantidos a seu favor, então busca apoio do centro e, às vezes, até abre espaço para a esquerda.

“Será que a eleição de Tarcísio seria uma vitória da direita? Não”, disse o parlamentar.

“Isso [a candidatura] é visto com bons olhos por pessoas da Faria Lima; ele [Tarcisio] tem conexões com o mercado financeiro e trânsito nesse meio, não está ligado a casos de corrupção, o que é positivo até certo ponto. Mas já passamos da fase de apenas ser antipetista; estamos na construção de um projeto para o Brasil. Com todo respeito, Tarcísio não me serve”, afirmou Eduardo.

E, adicionou: “Eu não vejo muito sentido nisso, e por isso acabei me opondo, porque estavam tentando me abafar internamente. Levantei minha mão e disse que também sou uma opção, não me tira do páreo, e ainda assim me tiraram. Tem muita gente me deixando de fora das pesquisas para presidente; às vezes apareço em algumas”.

Por fim, o Eduardo Bolsonaro pontou que se ele apresentar um projeto de pais para as eleições de 2026 fará um “estardalhaço”. “Vou levar aos quatro cantos do país uma visão diferente do PT”.
Por Bruna Rocha/Estadão

Opinião: Direita pós-bolsonarismo sequestra segurança pública e tema deve repercutir até na Bahia

O governador Cláudio Castro (PL) deu à direita brasileira uma pauta para chamar de sua e suplantar o bolsonarismo — ainda que dele tenha sido aliado até aqui. A “megaoperação” do Rio de Janeiro sequestrou a pauta da segurança pública como uma bandeira na qual a direita tem melhores condições de enfrentar os problemas e, com isso, reaqueceu a militância antipetista que batia cabeças após sucessivos episódios de “enterro” do clã Bolsonaro. O tema tende a ter mais força em 2026, o que, em tese, deveria acender um alerta nos locais onde o assunto já vinha sendo explorado politicamente, a exemplo da Bahia.

Segurança pública é o principal calo do governo Jerônimo Rodrigues (PT). Ainda que problemas na área de saúde, educação e infraestrutura estejam no dia a dia da população, é a segurança que tem aparecido com mais frequência nas pesquisas qualitativas realizadas nos últimos tempos. Tanto que o grupo político adversário, comandado pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), tem explorado diuturnamente a temática. Agora, com a Operação Contenção, gestada por um controverso Cláudio Castro, veio a vitrine perfeita para criticar a gestão baiana.

A exploração política e eleitoral do episódio fluminense começou desde o dia da realização da operação, quando os dados oficiais chegavam à metade do número total de mortos. De um lado, o governador do Rio de Janeiro, paladino da justiça e contra facções criminosas. Do outro, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, supostamente anuente com o crime. Todavia, os fatos expuseram a contradição e Cláudio Castro se viu obrigado a recuar. Ainda assim, já estava alçado à condição de exemplo a ser copiado.

Nos dias que se seguiram, governadores órfãos do bolsonarismo fizeram endossos à distância e até presencialmente, quando lançaram o “Consórcio da Paz”, uma organização cuja justificativa de enfrentamento da violência parece plausível, porém esconde o caráter eminentemente antipetista, recalculando a rota da direita pós-Bolsonaro. Essa nova fase promete a ser decisiva para os rumos que esse segmento político deve tomar para 2026, especialmente quando Lula parecia voar em céu de brigadeiro para a reeleição.

O governo federal conseguiu conter os potenciais danos das acusações políticos de Cláudio Castro. No entanto, a pecha de que a esquerda — leia-se o PT — não consegue dar conta de enfrentar a violência voltou a ganhar tração. Falas públicas de símbolos do que parte da população considera um exemplo, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que brada não haver crime sem punição em terras goianas, passaram a ecoar com mais vigor.

Fora do país, ACM Neto não discorreu publicamente sobre as reações do eixo de governadores de direita à megaoperação do Rio de Janeiro. Dado o histórico dele, como quando realizou o SOS Bahia, evento patrocinado pela Fundação Índigo, presidida pelo ex-prefeito de Salvador, é natural que ele enverede pelo caminho de se apropriar do discurso contra a violência e antipetista para faturar eleitoralmente no próximo ano.

A vitrine do enfrentamento duro à crise da segurança pública, ainda que haja danos colaterais com imagens chocantes de mortos enfileirados, é um bom mote para reforçar que Jerônimo Rodrigues não tem dado a resposta à altura do que as facções criminosas exigem. O bordão “ou soma, ou suma” poderia encaixar para os dois lados da disputa política. Porém, só a direita, ainda que limpinha, vai querer usar.

Após megaoperação no Rio, Alcolumbre determina instalação de CPI do crime organizado

A decisão vem depois de uma operação policial no Rio de Janeiro contra a organização criminosa Comando Vermelho deixar, ao menos, 119 mortos, segundo o governo do Estado. Já segundo a Defensoria Pública, o saldo de fatalidades é de 132 pessoas.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), marcou para a próxima terça-feira, 4, a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a estrutura e o funcionamento do crime organizado.

"A comissão irá apurar a estruturação, a expansão e o funcionamento do crime organizado, com foco na atuação de milícias e facções", diz Alcolumbre, em comunicado.

A decisão vem depois de uma operação policial no Rio de Janeiro contra a organização criminosa Comando Vermelho deixar, ao menos, 119 mortos, segundo o governo do Estado. Já segundo a Defensoria Pública, o saldo de fatalidades é de 132 pessoas. O presidente do Senado voltou a defender a união das instituições públicas contra as organizações criminosas.

"É hora de enfrentar esses grupos criminosos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro, assegurando a proteção da população diante da violência que ameaça o País", afirmou.

A criação da CPI atende a um requerimento apresentado em fevereiro deste ano pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE). O documento foi lido por Alcolumbre em junho.

Vieira pretende ficar com a relatoria da CPI, apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). A escolha, no entanto, ainda carece de acordo, uma vez que depende também de quem presidirá o grupo.

O colegiado contará com 11 integrantes titulares e 7 suplentes. O prazo de funcionamento é de 120 dias. Pelo requerimento, o limite de despesas da CPI será de R$ 30 mil.

Entre os parlamentares já indicados estão Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Sérgio Moro (União-AP), Jaques Wagner (PT-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE).

'Pesquisa que coloca Lula à frente na corrida presidencial em 2026 precisa ser lida com cautela', diz Alden

Vice-líder da oposição na Câmara Federal, o deputado Capitão Alden (PL-BA) questionou, nesta segunda-feira (27), uma pesquisa divulgada pelo Instituto Paraná, que aponta o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), liderando todos os cenários da corrida presidencial de 2026. Em entrevista exclusiva ao Política Livre, o parlamentar bolsonarista afirmou que esses dados precisam ser avaliados com cautela.

“A pesquisa divulgada pelo Instituto Paraná Pesquisas, que coloca Lula à frente na corrida presidencial de 2026, precisa ser lida com cautela. O que vemos não é força real de governo, mas sim o resultado de uma estratégia populista sustentada pelo uso da máquina pública. Hoje, quase metade da população brasileira depende exclusivamente de benefícios e programas sociais federais. Em vez de promover autonomia, geração de empregos e crescimento econômico, Lula mantém milhões de brasileiros reféns da dependência do Estado. Isso não é política social, é projeto de poder!”, afirmou.

De acordo com o parlamentar, o chefe do Palácio do Planalto “utiliza sem pudor os recursos da União, aprova programas e amplia gastos a qualquer custo, sem responsabilidade com as contas públicas e sem preocupação com as consequências futuras. A história nos mostra que essa prática sempre termina em inflação, desemprego e crise, e quem paga a conta é o trabalhador brasileiro”.

Ainda segundo Alden, o mandatário do Brasil “segue repetindo as promessas que já fez em outras ocasiões”.

“As mesmas promessas vazias já foram feitas: ‘picanha e cerveja’ para todos. O resultado foi o aumento da violência, a piora nos serviços públicos e o enfraquecimento da economia. O povo brasileiro já começa a perceber essa realidade”, acrescentou.

Alden finalizou defendendo que, no ano que vem, os eleitores brasileiros terão a opção de permanecer “na situação precária” ou promover mudanças para a nação.

“Em 2026, o Brasil terá a oportunidade de escolher entre dois caminhos: continuar refém de um projeto populista que mantém a miséria para garantir votos, ou avançar para um país com liberdade econômica, segurança e desenvolvimento real”, concluiu.

Por Reinaldo Oliveira, Política Livre

Joel Barroso (PSB), filho de prefeito cassado por ligação com facção, é eleito em Santa Quitéria

Joel era presidente da Câmara e assumiu a prefeitura interinamente após a prisão do pai, Braguinha, condenado por abuso de poder e apoio do Comando Vermelho.

Joel Barroso (PSB) foi eleito prefeito de Santa Quitéria neste domingo (26) após obter 53,11% dos votos válidos e vencer as concorrentes Cândida Figueiredo (União) e Lígia Protásio (PT). As eleições suplementares foram convocadas no município depois que o prefeito eleito em 2024, Braguinha (PSB), foi cassado pela Justiça Eleitoral. Joel é filho de Braguinha.

Joel foi considerado matematicamente eleito às 18h43, com 84,6% dos votos apurados. Já com 95% das urnas apuradas, Joel tinha 12.902 votos, enquanto Lígia tinha 6.131 votos (25,24%) e Cândida tinha 5.259 votos (21,6%).
O prefeito eleito neste domingo, Joel Barroso, é o atual prefeito interino do município. Ele assumiu o cargo porque era o presidente da Câmara de Vereadores quando o pai, José Braga Barroso, o Braguinha, foi preso no dia 1º de janeiro de 2025, horas antes de tomar posse para seu segundo mandato.

Depois de preso, Braguinha foi cassado pela Justiça Eleitoral em julho por abuso de poder político e econômico, acusado de ter recebido apoio da facção Comando Vermelho (CV), que ameaçou apoiadores da oposição, ofereceu drogas em troca de votos durante a campanha e intimidou eleitores. 
Mais cedo, em entrevista à TV Verdes Mares, Joel Barroso reforçou que a campanha de cerca de 30 dias transcorreu sem problemas. "Receptividade muito boa, campanha tranquila, ocorreu tudo na normalidade", afirmou.

O prefeito eleito destacou, entre as prioridades da gestão, a reforma do hospital municipal, a criação de um núcleo de atendimento para crianças com autismo e melhorias nas estradas vicinais do município, que é o maior do Ceará em extensão. "Nossa principal proposta é focar na saúde", resumiu.
Votação teve forte esquema de segurança

O pleito neste domingo aconteceu sob um forte esquema de segurança: mais de 200 policiais militares e 40 policiais civis vão estar na cidade, além de equipes de mais de 200 homens do Exército, equipes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e até a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A campanha foi descrita por moradores e pelos prefeituráveis como tranquila. A candidata derrotada Cândida Figueiredo destacou que esta foi uma eleição diferente. "As pessoas não estavam tão motivadas quanto uma campanha junto com os vereadores. Mas foi uma eleição tranquila que a gente buscou conversar com as pessoas, estar com as famílias", avaliou.

A candidata Lígia Protásio ressaltou que a campanha foi rápida, de cerca de um mês, o que ampliou o desafio devido ao tamanho do município. "Foi uma campanha bem árdua, de corpo a corpo, indo de porta em porta", disse. A médica pontuou que "o nosso município é maior em extensão territorial, a gente não pôde chegar a todas as casas, conversar com todas as família".

O aposentado Antônio Eduardo Morais, de 68 anos, chegou às 7h da manhã para votar em um colégio no centro da cidade, embora as urnas só abrissem às 8h. Para ele, a eleição fora de época não foi . "A gente se sente meio assim desanimado, mas o que a pessoa pode fazer? Tem que aceitar, a Justiça é que manda", afirmou.
Por Redação g1 CE

Senadores mantêm preferência por Pacheco ao STF, e oposição vê Messias como 'novo Dino'

O processo de escolha do novo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), a partir da vaga aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso, ganhou contornos inéditos no Senado, responsável por sabatinar e deliberar sobre o nome indicado pelo presidente da República.

Ao contrário das últimas indicações do presidente Lula (PT), quando as discussões na Casa ficaram restritas entre dar aval ou não a Cristiano Zanin e Flávio Dino, o Legislativo agora tem torcida por um nome próprio, o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Lula ainda não anunciou sua escolha, mas já avisou aliados que pretende indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias.

No Senado, parte da oposição vê Messias como um "novo Dino" e não pretende votar pela aprovação dele. Outra parcela, ligada a siglas do centrão, como PP e União Brasil está disposta a insistir no nome do Pacheco ainda que não rejeite Messias. O grupo tenta angariar apoios daqueles que prefeririam o senador mineiro, mas endossariam qualquer decisão do presidente petista.

Os argumentos de senadores pró-Pacheco são de que ele conhece a política e, como ministro do STF, pode ser uma ponte com o Legislativo para reduzir a tensão entre os Poderes. Também entendem que se trata de um reconhecimento à atuação dele em períodos dramáticos do país, como os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Pacheco também comandava o Congresso Nacional durante a pandemia de Covid, e aliados lembram de sua postura pró-vacina diante de um então presidente, Jair Bolsonaro (PL), que discursava contra a imunização.

"Ele tem um crédito com os senadores pelo que ele representou em 8 de Janeiro, inclusive com o sacrifício político em Minas, porque naquela época existia uma força pró-Bolsonaro", disse o senador Otto Alencar (PSD), presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), colegiado responsável pela sabatina do indicado ao STF antes do crivo do plenário, via voto secreto.

"Todos gostariam que fosse ele [Pacheco]. Tem um ‘queremismo' do Senado pelo Pacheco. Mas, se o presidente mandar o Bruno Dantas [presidente do TCU] ou o Jorge Messias, é claro que eu, como senador da base, vou trabalhar por ele. Não é que eu vou sair pedindo voto, mas vou dar o ritmo regimental na CCJ, dentro do previsto", disse Otto.

O líder do União Brasil, Efraim Filho (PB), afirma visão similar sobre Pacheco e acrescenta que Lula já indicou dois nomes e a vaga aberta por Barroso seria um "ponto fora da curva".

"O sentimento majoritário do Senado é votar a favor do Pacheco, que seria melhor diante do tensionamento entre Poderes. E ele atuou pelas vacinas, pela legitimidade das eleições. Não é contra Messias. É a favor de Pacheco", defendeu Efraim.

Sob reserva, um integrante do PP disse ver risco de o nome do Messias ser rejeitado no voto, o que seria algo inédito na história da Casa.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), tem evitado falar publicamente sobre o que conversou com o presidente Lula no início da semana, pouco antes da viagem do petista à Ásia. Mas aliados dizem que, além de deixar clara sua torcida por Pacheco, ele teria alertado o presidente sobre uma eventual derrota na Casa no caso da indicação de Messias.

Senadores petistas preferem não fazer diagnósticos do tipo, ponderam que o advogado-geral é um bom nome, assim como Pacheco e Bruno Dantas, e repetem que a decisão de Lula tem que ser respeitada. "É uma prerrogativa do presidente. Acho que Lula está com convicção formada [por Messias]", disse Jaques Wagner (PT), líder do governo no Senado.

Lula também já declarou que vê Pacheco como o melhor nome para o Governo de Minas Gerais, importante palanque para o petista em 2026.

Entre integrantes da oposição mais ferrenha a Lula, o nome de Messias é rejeitado. Sob condição do anonimato, um integrante do PL afirma que a atuação do advogado-geral da União é de ativista e que ninguém quer mais um Dino no STF.

Outro senador da oposição também faz a comparação. "Ele [Messias] tem uma pegada de censura muito similar à do Dino", disse o senador Eduardo Girão (Novo-CE), que está entre aqueles que abertamente declaram voto contra o advogado-geral da União.

"Respeito a pessoa do Messias, mas o meu sentimento é de que a gente tem que acabar com o pessoalismo dentro do STF. Nós já temos um correligionário do Lula, o Dino, que foi ministro dele; o advogado pessoal do Lula, que é o Zanin", afirmou.

Por outro lado, Messias conta com voto do líder do Republicanos no Senado, Mecias de Jesus (RR). Ambos são evangélicos, mas Mecias afirma que seu voto será dado pelos critérios de "capacidade jurídica, de conhecimento".

Ele disse ainda que não acredita que haverá dificuldade para Messias receber o aval da Casa. "Mas logicamente que o candidato que o Senado votaria sem precisar de qualquer tipo de conversa é o Pacheco. Não tenho dúvida que ele alcançaria a unanimidade", acrescentou.

Motta diz que levará para sessão requerimento de urgência de projeto que cria Bancada Cristã

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou na manhã desta quarta-feira, 22, que levará para a sessão deliberativa desta tarde um requerimento de urgência para um projeto de resolução que cria a Bancada Cristã, com direito a voz e voto nas reuniões do colégio de líderes.

As declarações ocorreram durante um culto religioso realizado na Câmara. Na ocasião, Motta disse ter recebido um requerimento de urgência do presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Gilberto Nascimento (PSD-SP), e do presidente da Frente Parlamentar Católica, Luiz Gastão (PSD-CE), para acelerar a tramitação do projeto.

“Hoje é um dia de muita alegria para nós”, disse Motta. “Acabo de receber, das mãos do Gilberto e do Gastão, um requerimento de urgência que trata de um projeto de resolução que cria a bancada cristã na Casa, demonstrando que as bancadas evangélica e católica têm interesse de caminhar conjuntamente em muitas pautas que são de interesse da população brasileira”, disse.

Motta acrescentou: “Isso é muito importante para nossa Casa. É muito importante na Câmara dos Deputados. Quero dizer ao Gilberto, ao Gastão, a todos que estão presentes, que levarei em Mesa o requerimento de urgência hoje (quarta), para a sessão de logo mais à tarde, para que a Casa possa apreciar este requerimento de urgência e, consequentemente depois, o projeto de resolução”.

A proposta altera o capítulo que criou a Bancada Negra, voltada para a representação de parlamentares negros com direito a voz e a voto nas reuniões de líderes. De acordo com o texto, a Bancada Cristã será composta por parlamentares “que professam a fé cristã”, com um cargo de coordenação-geral e três vice-coordenadorias.

O artigo contém um dispositivo que diz que “compete à Bancada Cristã, além de zelar pela participação de seus respectivos deputados e deputadas nos órgãos e nas atividades da Câmara dos Deputados, participar, com os líderes, das reuniões convocadas pelo presidente da Câmara dos Deputados, com direito a voz e voto”.

O texto também prevê o direito à Bancada Cristã de usar da palavra durante o período destinado às comunicações de liderança, por cinco minutos, semanalmente, no plenário da Câmara. A criação da bancada não implicará em ônus ou aumento de gastos financeiros para a Casa, diz o projeto.

Na justificativa, os autores citam o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dizem que “o Brasil é reconhecidamente uma nação de maioria cristã”. Os parlamentares sustentam que “tal realidade social deve encontrar correspondência na representação política e no espaço democrático da Câmara Federal”.

Eles também mencionam o direito constitucional à liberdade religiosa e dizem que a Bancada Cristã “reforça o direito dos parlamentares de organizarem-se para promover o debate público à luz de seus valores e convicções, garantindo maior articulação e visibilidade às pautas que defendem a família, a vida, a justiça social e a liberdade de expressão da fé”.

A justificativa prossegue: “Cumpre registrar que a formalização da Bancada Cristã não tem caráter excludente, mas integrador: busca dar voz a milhões de brasileiros que desejam ver representados, no Parlamento, seus princípios éticos e espirituais”. Eles concluem: “a criação da Bancada Cristã representa não apenas a valorização da fé, mas também o fortalecimento da democracia, na medida em que amplia os instrumentos de participação e organização parlamentar”.

Victor Ohana, Estadão Conteúdo

Ala da base governista busca expor centrão como inimigo do povo em votações na Câmara

Para a esquerda, o inimigo agora é outro. Passado um mês desde a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, uma ala que integra a base do governo Lula (PT) busca expor o centrão como inimigo dos interesses da sociedade. Trata-se de uma estratégia para consolidar o bom momento político do petista, alicerçado na campanha pela soberania nacional e no aumento de sua aprovação registrado nas pesquisas.

Contudo, desafios que assombram o Planalto há três anos, como a descaracterização da esquerda e a própria fragilidade do governo diante do centrão, dificultam a estabilidade da conjuntura até o início das eleições. O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) faz uma ponderação sobre o novo cenário, dizendo que Bolsonaro não saiu totalmente de cena. Suas ideias, ele afirma, continuam sendo propagadas por segmentos do centrão que aderiram à direita nos últimos anos. Segundo diz o deputado, o adversário de Lula em 2026 sairá dali.

“A negociação entre o bolsonarismo raiz e o centrão foi um acordo para o controle do orçamento”, diz Valente. “O centrão se autonomizou em relação ao governo e muitos também se bolsonarizaram.”

Com o ex-mandatário em prisão domiciliar, o deputado afirma agora que a esquerda precisa se diferenciar das demais forças políticas, em um contraponto à maioria do Congresso. Ou seja, a estratégia é explorar derrotas, textos impopulares da oposição e impor agenda própria, de modo a incorporar à pauta matérias como o fim da escala 6×1.

“Eu defendo que o governo paute questões, mesmo que perca, pa ra expor o centrão”, afirma Valente. “O governo precisa acabar com qualquer ilusão de ser possível agradar tanto o mercado quanto o agronegócio, porque eles são ideológicos.”

A retórica mostra-se estar, em parte, de acordo com movimentos recentes de Lula. Na semana passada, o presidente criticou o baixo nível do Congresso, num evento no Rio de Janeiro. Na mesma ocasião, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) foi vaiado e ouviu ainda gritos de “sem anistia”.

Embora esteja distante dos patamares de seus mandatos anteriores, Lula viu a sua popularidade registrar o maior índice no ano. Em setembro, pesquisa Datafolha mostrou que a aprovação do presidente chegou a 33%, melhor resultado desde dezembro de 2024, quando somava 35%.

De acordo com o cientista político Leonardo Belinelli, da UFFRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), alguns fatores explicam a conjuntura positiva para Lula: o tarifaço do presidente americano Donald Trump, que provocou a campanha em defesa da soberania nacional, as manifestações que descartaram a PEC da Blindagem e a condenação do núcleo crucial da trama golpista.

“O campo bolsonarista, refletido em parte no centrão, ficou muito desorganizado sem a liderança de Bolsonaro, até porque nomes como Ciro Nogueira e Valdemar Costa Neto não parecem ter um projeto comum”, afirma Belinelli. “O papel da comunicação do governo será fundamental para a consolidação do momento pró-governo.”

Para Christian Lynch, cientista político da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), a atual conjuntura parece indicar o primeiro arrefecimento, em uma década, do entusiasmo do brasileiro com o conservadorismo.

Segundo ele conta, a sociedade viu o centrão se perder em sua postura fisiológica e o bolsonarismo se consumir em seu ímpeto golpista. Nada, porém, que deva suscitar a euforia da esquerda. Afinal, diz Lynch, os problemas para o governo continuam, sendo um deles sua presença minoritária no Legislativo.

“Em termos de governabilidade, ela nunca funcionou e talvez já exista uma certa renúncia à governabilidade”, afirma Lynch. Neste mês, a Câmara impôs mais uma derrota ao Planalto ao deixar perder validade a Medida Provisória que previa aumentar a arrecadação. Capitalizar derrotas expõe, em caminho inverso, um governo frágil.

“O governo passou a ser oposição ao centrão, tentando propagar o pensamento de que o Congresso representa o atraso”, conta Lynch. “Não é uma onda positiva para Lula, mas uma marolinha.”

Ex-presidente do PT, o deputado federal Rui Falcão (PT-SP), também integra a ala mais crítica ao centrão. “Outro dia me perguntaram ‘deputado, por que a gente não põe para votar pautas nossas, mesmo que a gente perca?’ Sou a favor, precisamos ter uma disputa de ideias e criar um movimento de massas para que existam condições melhores para Lula em um novo governo”, diz, acrescentando que o seu raciocínio não fomenta a antipolítica.

“O pensamento contra a política se manifesta de outros modos, quando a gente tolera, por exemplo, as emendas secretas ou uma proposta para blindar parlamentares.” O deputado se opõe, no entanto, à ideia de renunciar à governabilidade, porque seria um pensamento eleitoreiro.

Segundo Falcão, é comum a esquerda operar em uma ciclotimia, ora melancólica, ora eufórica. Ele reconhece o momento positivo, até porque a pauta da anistia aos golpistas regrediu, mas prefere evitar a euforia, pontuando problemas mais profundos para a esquerda.

De acordo com o deputado, o PT, em especial, está perdendo sua identidade, que, ao longo da história, ofereceu à população um horizonte de transformação social. Ele afirma que o partido está distante das periferias e só com pressão popular seria possível reverter algumas propostas no Congresso.

Nesse sentido, diz que a comunicação do governo deve deixar de ser apenas celebratória, passando a ser convocatória. “Se a gente quer ter uma vitória, precisamos de um partido engajado em lutas”, afirma ele. “Não podemos ser encarados como o sistema.”

Gustavo Zeitel/Folhapress

Presidente do PSDB no Ceará anuncia filiação de Ciro Gomes ao partido

O presidente do PSDB no Ceará, Ozires Pontes, anunciou em publicação nas redes sociais na noite de sexta-feira (17) a filiação de Ciro Gomes ao partido. Também disse que Ciro pretende concorrer ao governo do estado nas eleições de 2026.

Presidente da sigla no Ceará diz que próprio Ciro quer anunciar “em poucos dias ou poucos meses” a intenção de concorrer ao governo do estado novamente. Ciro foi governador do Ceará de 1991 a 1994. “O Ceará quer o Ciro de novo”, disse Ozires, que também é prefeito de Massapê (CE).

Ozires diz que Ciro vai assinar a filiação na próxima semana. O ato deve ocorrer na quarta-feira (22) em um hotel em Fortaleza. Ciro, que também sondava a possibilidade de se filiar ao União Brasil, ainda não se manifestou sobre a filiação.

Ex-senador Tasso Jereissati teria sido o responsável por persuadir Ciro a se filiar ao partido. No vídeo, Ozires diz que Jereissati convenceu o ex-governador de que o “PSDB era o partido certo”.

O ex-governador havia enviado carta de desfiliação ao PDT na última semana. Ele estava no partido desde 2015, pelo qual disputou as últimas duas eleições presidenciais das quatro que já participou. Em 2022 ficou em quarto lugar, com 3% dos votos válidos, atrás de Simone Tebet (MDB).

Apesar das recentes movimentações, o ex-governador já afirmou que não pretende mais concorrer à Presidência. “Não quero mais ser candidato, não. Não quero mais importunar os eleitores”, declarou em entrevista à Rádio Itatiaia, em setembro.

Folhapress
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Kim Kataguiri se posiciona a favor do fim do foro privilegiado e propõe transformar o STF em Tribunal Constitucional

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) revelou ao Bahia Notícias que vai apresentar, nas próximas semanas, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê uma mudança estrutural no sistema judicial brasileiro. O projeto propõe a substituição do Supremo Tribunal Federal (STF) por um Tribunal Constitucional (TC) independente do Poder Judiciário.

Segundo o parlamentar, a ideia é criar uma corte exclusiva para julgar a constitucionalidade das leis, sem poder para analisar processos criminais contra autoridades, como acontece hoje com o STF.

“Eu defendo uma proposta ainda mais radical. Estou há cerca de dois anos trabalhando nesse texto, que tira o Supremo do Poder Judiciário e cria uma corte autônoma que só julga leis e não autoridades”, explicou Kataguiri.

De acordo com o texto preliminar da proposta, enviado ao BN, o STF seria extinto, e sua estrutura administrativa seria transferida para o novo Tribunal Constitucional, com sede em Brasília.

O órgão seria formado por 11 conselheiros com mandato de 10 anos, sem direito à reeleição. A escolha dos membros seria dividida entre diferentes instituições: Presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado, Tribunais Superiores, OAB, Ministério Público e comunidade acadêmica.

A proposta também veda que ministros do STF, ativos ou aposentados, integrem o novo tribunal. Além disso, os conselheiros ficariam proibidos de exercer qualquer atividade político-partidária, advocacia ou cargos públicos, mesmo após o fim do mandato.

FORO PRIVILEGIADO
Kim Kataguiri também comentou o debate sobre o fim do foro privilegiado e criticou o que chamou de “PEC da blindagem”, votada recentemente na Câmara.

“Você não corrige um abuso criando outro. Não se impede perseguição por parte do Supremo blindando parlamentares corruptos, traficantes ou quem venha a matar uma pessoa”, afirmou.

Segundo ele, o fim do foro retiraria do STF o poder de julgar parlamentares em primeira instância, limitando sua atuação apenas a recursos constitucionais.

“O fim do foro tira do Supremo o poder de julgar parlamentares diretamente. Ele só atuaria em última instância, analisando questões constitucionais de direito”, completou.

Confira o vídeo:

Lula afirma que 2026 vai ser um ano sagrado e que a esquerda não sabe falar com pessoas evangélicas

O presidente Lula (PT) afirmou, na noite desta quinta-feira (16), que 2026 será um ano sagrado e cobrou que a esquerda saiba convencer o povo e conversar com diferentes setores, como os evangélicos.

Lula discursou no 16º Congresso do PCdoB, no centro de convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O presidente se sentou ao lado da ministra e presidente do PCdoB, Luciana Santos (Ciência e Tecnologia). O PCdoB integra uma federação com o PT e o PV.

“2026 é um ano sagrado. Nós temos que fazer as coisas diferente. […] Evangélico não é contra nós, nós é que não sabemos falar com eles. O erro está na gente, não está neles. […] Nós nos distanciamos do povo”, disse o presidente, que admitiu mais uma vez que deve ser candidato à reeleição.

Mais cedo, nesta quinta, Lula recebeu representantes da Assembleia de Deus Ministério de Madureira no Palácio do Planalto. O encontro teve a participação do deputado federal Cezinha da Madureira (PSD-SP) e do advogado-geral da União, Jorge Messias, evangélico e favorito a vaga aberta no STF (Supremo Tribunal Federal).

No congresso do PCdoB, o petista afirmou que o desafio da reconstrução da democracia passa por conseguir fazer com que a mensagem da esquerda seja compreendida.

“Nossa linguagem e nosso discurso estão muito distantes do nível de compreensão de milhões de pessoas que gostariam de nos escutar. […] Nosso desafio é convencer os outros, que ainda não são nossos, a vir com a gente”, disse.

“A gente não tem que dar muita importância para a Faria Lima, nosso discurso é para o povo”, afirmou Lula, cobrando “uma linguagem que as pessoas saibam”.

Segundo o presidente, o discurso progressista é feito apenas para ativistas. “A gente se esquece de falar para milhões de pessoas que não são organizadas e muitas vezes até gostariam de participar, mas nem são convidadas”.

O petista também chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de “figura politicamente grotesca”.

Ele voltou a dizer que os resultados eleitorais da esquerda para a Presidência da República deveriam se refletir também na eleição para deputados e, pelo segundo dia seguido, criticou o Congresso, afirmando que nunca esteve tão ruim como hoje.

“Esses dias eles aprovaram uma PEC que protegia quadrilha. Que loucura é essa?”, questionou em referência à PEC da Blindagem.

Mais uma vez, Lula cobrou que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), casse o mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Lula ainda comentou a investida de Donald Trump na Venezuela. “Todo mundo diz que a gente vai transformar o Brasil na Venezuela. O Brasil nunca vai ser a Venezuela, e a Venezuela nunca vai ser o Brasil. Cada um será ele. O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino. E não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite do que vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba”.

Participaram do evento a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais); o ministro Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social); o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), do PSD; o ministro Wolney Queiroz (Previdência Social), do PDT; o presidente do PT, Edinho Silva; o prefeito do Recife e presidente do PSB, João Campos; a presidente do Podemos, deputada Renata Abreu (SP); e uma série de parlamentares de siglas de esquerda.

O evento teve ainda a presença de representantes dos partidos comunistas da China e de Cuba.

Luciana Santos e João Campos reforçaram a aliança do PCdoB e do PSB com Lula para a eleição de 2026.

“A palavra de ordem no nosso partido é frente ampla e isolar a extrema direita no nosso país”, disse a dirigente do PC do B. Em seu discurso, ela repudiou as ingerências dos EUA na Venezuela e afirmou que “se precipita um clima de guerra no Caribe”. “Estamos sob ataque de um país que se julga dono do mundo”, emendou.

Luciana também criticou a manutenção da alta taxa de juros pelo Banco Central. Lula liberou seus auxiliares a ampliarem as críticas à gestão de Gabriel Galípolo.

Em seu discurso, Edinho defendeu a reeleição de Lula em 2026 e a “construção de um amplo campo de alianças com as forças democráticas” para “dizer ao mundo que no Brasil o fascismo não tem vez”.

O presidente do PT afirmou que o fascismo foi derrotado em 2022 e a tentativa de golpe de 2023 também foi derrotada, mas emendou: “nós ainda não impusemos a derrota final à extrema direita no Brasil”.

Edinho ainda comentou o que chamou de ameaças do presidente dos EUA à América Latina. “É inaceitável as ameaças que foram feitas ontem contra o governo da Venezuela e o povo venezuelano”, disse.

Carolina Linhares/Folhapress

PT lança vídeo e diz que Congresso derrotou o povo ao derrubar MP dos impostos

O PT lançou um vídeo criticando o Congresso Nacional por não ter aprovado a medida provisória que aumentava impostos para ampliar a arrecadação.

Na peça divulgada nas redes sociais, o PT afirma que a proposta do governo Lula (PT) promovia justiça tributária ao aumentar impostos para bilionários, bancos e bets (casas de aposta) e que derrubá-la foi uma derrota para o povo brasileiro.

“O Congresso Nacional derrotou o povo, derrotaram o projeto do presidente Lula, sabotaram o país”, afirma o vídeo.

A mensagem, que traz imagens a favor da taxação dos super ricos, lembra que o governo também propôs a isenção do Imposto de Renda para até R$ 5.000 e diz que, com a medida provisória, bilionários, bancos e bets “pagariam um pouquinho do que ganham” para “fazer justiça com todo o país”.

“O que está em jogo é o equilíbrio das contas do Brasil, são os programas sociais e os investimentos em áreas fundamentais como saúde e educação”, diz o vídeo.

A medida provisória originalmente previa uma arrecadação extra para o governo Lula de cerca de R$ 35 bilhões ao taxar bets, fintechs e linhas de crédito. A versão que foi derrubada, porém, já não previa a taxação de bets, porque o relator Carlos Zarattini, do PT, desidratou o texto para tentar conseguir votos —o que não funcionou.

No vídeo, que retoma o discurso de ricos contra pobres enfatizado em julho, após a derrubada do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o partido afirma que o Congresso derrubou a medida para atacar Lula e tentar diminuir suas chances de vencer as eleições de 2026.

“Traíram mais uma vez o interesse do povo brasileiro. O Congresso Nacional derrotou o povo, mas, se querem tocar na balança da justiça tributária, o povo saberá dar o troco na balança da democracia”, finaliza.

A medida provisória foi derrubada pela Câmara dos Deputados com amplo apoio do centrão. Posicionaram-se contra ela União Brasil e PP, que recentemente desembarcaram do governo Lula, o PSD, que tem três ministérios na Esplanada (Agricultura, Minas e Energia, e Pesca), e do Republicanos, que comanda a pasta de Portos e Aeroportos e é a sigla do presidente da Casa, Hugo Motta (PB), e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

O Palácio do Planalto avalia que houve uma articulação de Tarcísio mirando as eleições de 2026.

O governador nega, mas deputados da oposição usaram a tribuna da Câmara para agradecê-lo pelo apoio a derrubada da medida.

Agora, o governo Lula avalia maneiras para compensar o não aumento de arrecadação e admite que pode haver contingenciamento de gastos, inclusive de emendas parlamentares.

João Gabriel / Estadão Conteúdo

Geraldo Júnior é denunciado ao TCM por supostas irregularidades em contrato da Câmara de Salvador

O Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) recebeu uma denúncia contra o vice-governador do Estado, Geraldo Júnior (MDB), por supostas irregularidades em um contrato firmado durante sua gestão como presidente da Câmara Municipal de Salvador. Apresentada pela empresa Prime Consultoria e Assessoria Empresarial Ltda., a representação aponta possíveis falhas na contratação da empresa Maxifrota Serviços de Manutenção de Frota Ltda., responsável pela manutenção dos veículos da Casa Legislativa em 2022. As informações são do site Bahia na Política.

O contrato sob suspeita foi celebrado por meio do Pregão Eletrônico nº 008/2022. Diante do potencial impacto da decisão do tribunal sobre a validade do acordo, o conselheiro relator Ronaldo Nascimento de Sant’Anna determinou a inclusão da Maxifrota como terceira interessada no processo.

Também figura entre os citados o agente de contratação responsável pela licitação, Dilson do Espírito Santo Filho, que terá 20 dias para apresentar sua defesa. Caso contrário, o julgamento poderá ocorrer à revelia.

A análise do TCM se baseará nos critérios estabelecidos pela nova Lei de Licitações, e poderá levar à responsabilização administrativa e legal dos envolvidos, caso sejam comprovadas irregularidades no processo.

Tarcísio freia ofensiva presidencial enquanto Ratinho Jr. busca políticos de SP por 2026

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), freou na última semana a ofensiva para uma eventual candidatura presidencial em meio a uma onda de desânimo na direita com a resistência do clã Bolsonaro em se decidir sobre 2026.

Com Tarcísio desacelerando na empreitada, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), buscou contato com políticos e empresários paulistas ao longo da semana para se viabilizar como alternativa.

Aliados de Tarcísio afirmam que a perspectiva de consolidação dele como adversário de Lula (PT) em 2026 ficou mais distante após derrotas de seu campo político, como a rejeição à PEC da Blindagem, o enfraquecimento da proposta de anistia e a adesão da população aos atos no domingo passado (21) contra as duas pautas.

Além disso, aliados do governador de São Paulo e de Jair Bolsonaro (PL) têm manifestado preocupação com movimentos de pessoas próximas ao ex-presidente que tentam convencê-lo de insistir em uma candidatura ao Planalto, mesmo inelegível e com condenação de 27 anos e três meses de prisão.

Entre os quadros de direita e de centro havia a expectativa de que, com a proximidade do fim do ano, Bolsonaro indicasse com mais segurança que passaria o bastão, mas isso não aconteceu. Pelo contrário, a família mantém o discurso de candidatura do ex-presidente. Dentre esses aliados, há quem veja o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na disputa pelo espólio eleitoral do pai.

O que desanima Tarcísio, segundo seu entorno, é a falta de segurança de que seria ele o candidato. Apesar de negar isso publicamente, ele vinha se preparando para essa possibilidade diante de acenos positivos por parte de Bolsonaro. Ele visitará o ex-presidente na próxima segunda-feira (29).

Dois deputados da base governista na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) disseram à reportagem que, ao frear a ofensiva à Presidência, Tarcísio busca preservar a sua imagem após ter sido alvo público de ataques de bolsonaristas, em especial de Eduardo, e da esquerda, com Lula o colocando como o adversário a ser batido.

A demonstração de desânimo do governador, além dos crescentes alertas de aliados de Bolsonaro, pode também servir como uma forma de pressionar o ex-presidente a se decidir.

Enquanto o governador se distanciou dos holofotes, Ratinho circulou por São Paulo ao lado de Gilberto Kassab, presidente de seu partido e secretário de Governo de Tarcísio, tentando se projetar no estado, que possui o maior eleitorado do país.

A agenda incluiu reunião com empresários, palestra na Associação Comercial (onde Kassab tem influência), cerimônia de filiação de uma ex-secretária de Cultura da capital e um jantar com o ex-tucano Andrea Matarazzo. Além disso, Ratinho também sondou lideranças do interior do estado para ajudá-lo na coordenação da campanha, como o ex-prefeito de Itapevi Igor Soares (Podemos), que em 2022 esteve com Tarcísio.

Matarazzo diz que conhece Ratinho há anos e que o encontro foi apenas para “conversar um pouco”.

Apesar do apoio, Kassab é reticente em abrir mão de Tarcísio, que segue sendo sua primeira opção à Presidência, segundo a reportagem apurou. Ratinho é seu plano B, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o plano C. O partido pretende escolher o nome mais competitivo no ano que vem.

“Tem tido, da nossa parte, a abertura de espaço para que eles [Ratinho e Leite] se apresentem, apresentem a sua história, o seu legado”, disse Kassab na sexta (26) ao participar de um evento. “Como governadores, aliás, eles são muito bem avaliados nos seus estados. E vamos aguardar, agora, o desdobramento, as próximas semanas, com muita calma.”

Para um dirigente partidário paulista, as incursões de Ratinho em São Paulo são uma tentativa de projetá-lo como representante da centro-direita, diante da percepção de que Tarcísio optou pela ala mais radical do bolsonarismo. Este dirigente, entretanto, avalia que o governador de São Paulo ainda tem tempo e condições para chegar às eleições com capital político para derrotar Lula.

O nome de Ratinho surge também como alternativa entre bolsonaristas, mas com algum ceticismo quanto à sua viabilidade eleitoral, ainda que ele tenha baixa rejeição e seja ainda pouco conhecido pela população.

O senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), foi às redes sociais na sexta (26) para expressar sua insatisfação sobre a indefinição no campo da direita.

“Já está passando de todos os limites a falta de bom senso na direita, digo aqui a centro direita, a própria direita e seu extremo. Ou nos unificamos ou vamos jogar fora uma eleição ganha outra vez”, disse.

“Por mais que tenhamos divergências, não podemos ser cabo eleitoral de Lula, do PT e do PSOL”, continuou.

Ciro Nogueira é entusiasta de uma candidatura de Tarcísio, que vê como quem tem mais chance de derrotar Lula.

Após a prisão de Bolsonaro, o governador de São Paulo intensificou a articulação pela anistia ao seu padrinho político, considerado um gesto importante para conquistar a ala mais radical do bolsonarismo. Viajou a Brasília e fez lobby para aprovar o perdão, mas viu a proposta perder fôlego na última semana.

No protesto da avenida Paulista, no domingo passado (21), Tarcísio foi um dos principais alvos tanto das autoridades que discursaram quanto dos manifestantes, que entoaram coros de “fora, Tarcísio”. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), em um dos discursos mais aplaudidos, disse que o governador jamais vestiria a faixa presidencial. “Ela não foi feita para inimigo, para covarde e traidor da pátria”, afirmou.

Já o projeto de anistia, relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), acabou se consolidando como o “projeto da dosimetria”, limitado à redução das penas.

Integrantes do MDB, do PSD e do União Brasil paulistas ouvidos pela reportagem avaliam que Tarcísio teve tropeços: além do fracasso da anistia, ele já havia sido criticado pelo alinhamento imediato ao clã Bolsonaro após o tarifaço de Donald Trump e pelo discurso radicalizado contra Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no 7 de Setembro.

Na quarta-feira (24), mesmo diante de reações negativas, o governador permaneceu na defesa de sua proposta de anistia. “Espero que seja feito o melhor para olhar aquelas pessoas que estão [presas] pelo 8 de Janeiro e olhar todo mundo que teve apenamento injusto, incluindo o presidente Bolsonaro”, declarou ao ser questionado se aceitaria a revisão das penas.

Bruno Ribeiro/Juliana Arreguy/Marianna Holanda/Folhapress

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