Mostrando postagens com marcador Política. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Política. Mostrar todas as postagens
Câmara dos Deputados cassa o mandato de Chiquinho Brazão por ausência em sessões
A Câmara dos Deputados cassou, nesta quinta-feira (24), o mandato de Chiquinho Brazão, parlamentar acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.
A decisão, assinada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republcanos-PB), e por deputados que compõem a Mesa da Câmara, foi revelada pelo portal G1 e confirmada pelo jornal Folha de S.Paulo.
A decisão foi baseada em trecho da Constituição que afirma que perderá o mandato o deputado ou senador “que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada”.
Um processo de cassação tramitava na Câmara e já tinha sido aprovado no Conselho de Ética, mas aguardava estagnado há mais de um ano que fosse pautado no plenário pela presidência da Casa —antes Arthur Lira (PP-AL), agora Motta.
No último dia 11, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu a prisão domiciliar a Brazão. Ele estava preso preventivamente na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).
João Grabriel/Folhapress
Federação do PP com o União Brasil representa vitória de ACM Neto e deve fortalecer novos e antigos aliados de Jerônimo Rodrigues
![]() |
O ex-prefeito de Salvador ACM Neto é o governador Jerônimo Rodrigues |
A confirmação da federação entre o União Brasil e o PP, além de representar uma vitória política do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, vice-presidente nacional do primeiro partido e um dos articuladores do movimento, também deve fortalecer o posicionamento (e as pretenções) de antigos e novos aliados do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Como revelou em primeira mão o Política Livre na noite desta quarta (23), a federação será anunciada oficialmente na próxima semana. O comando do grupo no Estado será de ACM Neto. O site apurou que não deve ter efeito prático a tentativa do deputado federal Mário Negromonte Júnior, presidente do PP baiano, de mudar essa configuração. Até porque a Bahia entrou na negociação como uma das prioridades do União Brasil, sob o argumento da candidatura própria a governador, além da questão do número maior de deputados federais.
Ou seja, a exemplo do que já ocorreu em 2022, o PP apoiará, institucionalmente e por imposição nacional da federação, uma eventual candidatura do ex-prefeito de Salvador ao Palácio de Ondina, projeto defendido pelo deputado federal pepista João Leão e por seu filho, Cacá Leão, secretário de Governo da capital e presidente municipal da legenda.
Com isso, Jerônimo e o secretário estadual de Relações Institucionais, Adolfo Loyola, encerraram automaticamente as negociações para atrair o PP de forma institucional à base aliada. Antes, as conversas estavam apenas suspensas. Dessa forma, o governador perde o tempo de TV e o acesso ao fundo eleitoral pepista na corrida pela reeleição, mas os seis deputados estaduais do partido e boa parte dos prefeitos devem trocar de legenda para manter o apoio ao petista.
A avaliação feita hoje por integrantes da base do governador ao site é que, ao perder o PP para ACM Neto, Jerônimo vai buscar reforçar a relação com os aliados mais antigos. Um dos exemplos é o MDB. Os irmãos Vieira Lima, que têm se mantido leais ao chefe do Executivo estadual, não estão dispostos a ceder a vice na chapa em 2026, indicando novamente ao posto o atual titular Geraldo Júnior. E o governador não quer ver outro partido da base migrando para a oposição, o que favorece o posicionamento dos emedebistas.
Há quem diga que até o senador Angelo Coronel, do PSD, pode ser beneficiado. A leitura política, neste caso, é que o governador também vai atuar para evitar um racha com o partido, entretanto essa possibilidade é considera mais remota, diante da boa relação de Jerônimo e dos caciques do PT com o senador Otto Alencar, principal liderança pessedista na Bahia e que tem indicações importantes dentro e fora do governo, inclusive a presidência da Assembleia Legislativa.
Novos aliados do governador também devem ser beneficiados com o PP na oposição. O partido vinha negociando para ficar com o comando da Secretaria de Planejamento, pasta que agora pode entrar na cota do PDT, sigla que deve anunciar no início de maio a adesão ao Palácio de Ondina. Apesar disso, os pedetistas garantem que o acordo com o Palácio de Ondina envolve prioritariamente o fortalecimento da sigla para a disputa das eleições proporcionais de 2026.
O PDT também pode receber deputados que irão deixar o PP, assim como outros aliados mais antigos do governador, a exemplo do PSB, do Podemos, do Avante e do PSD. Essa operação, entretanto, não é fácil, e depende também da chamada matemática eleitoral.
Política Livre
Renan critica governo Lula, mas afirma que será ‘muito difícil’ derrotar petista em 2026
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou nesta quarta-feira (23) que o governo Lula não tem um plano claro de desenvolvimento ao país, mas afirmou que será muito difícil derrotar o presidente caso ele tente a reeleição em 2026.
As declarações foram feitas em almoço com empresários promovido pela Casa ParlaMento, braço de articulação política da Esfera Brasil. Além da falta de plano de desenvolvimento claro, o senador citou ainda a ausência de gestores para conduzir programas importantes do Planalto como um entrave.
Perguntado sobre se o licenciamento ambiental estaria travando investimentos no país, Renan respondeu que o maior erro de Lula 3 foi nomear Marina Silva para o Ministério do Meio Ambiente, o que chamou de retrocesso do ponto de vista do desenvolvimento do país.
“É tempo perdido ficar esperando por solução da ministra Marina. Isso não será recuperado no futuro. O Congresso pode ajudar. Apresentamos ao presidente Lula uma solução, que é o presidente do Senado designar um relator para sistematizar as matérias que estão em tramitação, para que se faça o licenciamento, que leve em conta a necessidade desses investimentos”, afirmou.
Renan, no entanto, ressaltou que embora o governo enfrente dificuldades, Lula é um candidato forte na reeleição.
“A avaliação do presidente tende a melhorar, e ainda dá para fazer muita coisa até a eleição. Será muito difícil derrotar o presidente Lula”, afirmou o senador, que vê ainda dificuldade da direita de se unificar em torno de um nome.
O senador acrescentou que o candidato com maior potencial de votos seria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Entendo que o governador não irá para uma aventura eleitoral. Se houver qualquer possibilidade de ele não se eleger [presidente], vai preferir ser candidato à reeleição no estado”, disse.
No almoço, Renan também defendeu seu projeto de resolução que dá 15 anos para o governo federal limitar a dívida consolidada da União a, no máximo, quatro vezes a receita corrente líquida —em 2024, essa relação era de cerca de sete vezes.
Fábio Zanini/Folhapress
Federação entre União Brasil e PP será anunciada na próxima terça (29); Mário Júnior envia carta a Ciro Nogueira
Os presidentes nacionais do União Brasil, Antônio Rueda, e do PP, senador Ciro Nogueira (PI), chegaram a um entendimento e a federação entre os dois partidos será anunciada na próxima terça-feira (29), segundou apurou este Política Livre na noite desta quarta-feira (23), com exclusividade.
No primeiro momento, o comando da federação no país ficará com Rueda, mas haverá um rodízio entre os caciques das duas siglas. Mais cedo, o site mostrou que houve um impasse por conta disso, já que o ex-presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (AL), esperava assumir esta função inicialmente.
Nos estados, a tendência é que o comando fique com o partido que tem mais deputados federais. No caso da Bahia, seria o União Brasil do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que também é vice-presidente nacional da legenda (tem 6).
Entretanto, o atual presidente do PP no Estado, deputado federal Mário Negromonte Júnior, enviou ofício a Ciro Nogueira, ao qual o site teve acesso, solicitando que a situação na Bahia seja resolvida pela direção nacional da federação, a exemplo do que vai ocorrer com os diretórios de São Paulo, Rio de Janeiro e Sergipe. Com isso, ele busca evitar que ACM Neto assuma de forma automática o controle das decisões do grupo, inclusive sobre 2026.
“O movimento sugerido de repassar a outra agremiação (União Brasil) a coordenação estadual da nova federação causará, conforme já anunciado, uma saída de toda a bancada estadual do Progressista e da maioria dos nossos prefeitos. Tal movimento chegará a nossa bancada federal, enfraquecendo e praticamente extinguindo a representação do Progressistas baiano no Congresso que hoje é pujante”, escreveu Mário Júnior.
No documento, Mário Júnior, que sempre se posicionou contrário à federação, seguindo a vontade da maioria da legenda de acompanhar o PT tanto na Bahia quanto no Brasil, destacou que o PP baiano elegeu, em 2022, quatro deputados federais e seis estaduais. No pleito de 2024, foram 41 prefeitos, 37 vice-prefeitos e 414 vereadores.
Atualmente, com a saída do deputado federal Neto Carletto para o Avante, o PP ficou com três deputados federais. Além de Mário Júnior, há Cláudio Cajado e João Leão, este último amplamente favorável à oposição por defender que a sigla continue na oposição e ao lado de ACM Neto e do prefeito de Salvador, Bruno Reis.
Política Livre
Em entrevista à rádio, Coronel compara PT ao nazismo e sinaliza rompimento
![]() |
Foto: Roque de Sá/Agência Senado/Arquivo |
Durante entrevista à rádio 95 FM, de Jequié, na tarde desta quarta-feira (23), o senador Angelo Coronel (PSD) comparou o Partido dos Trabalhadores ao “nazismo”, questionou a força do governo Jerônimo Rodrigues (PT) e voltou a sinalizar com um possível rompimento com o grupo petista.
Coronel criticou a ideia de o PT preencher todas as vagas da chapa majoritária baiana em 2026, comparando a sigla a “nazistas” que queriam dominar e impor uma “raça pura”. Segundo ele, a gestão Jerônimo não é “essa coca-cola” para o PT ter a intenção de emplacar três nomes na composição do próximo ano.
“Antigamente, os alemães, os nazistas, Hitler queria sempre manter uma raça pura. Sem nenhuma conotação ao extremo passado, mas inadmissível o PT, de quatro (vagas na chapa majoritária), ele querer três. E, se o MDB se abrir, ele quer fazer até quatro cargos da chapa. Isso é inadmissível. A política é aliança. É a arte de somar e ninguém pense que a situação está assim essa cola-cola, essa bondade toda para ter essa potência de querer achar que pode fazer uma chapa completa só com um partido”, disse Coronel.
Coronel ainda reafirmou que, se o PSD ficar fora da chapa, pode haver um rompimento. De acordo com ele, “a aliança sempre tem um prazo de validade”. “O PSD não concorda com isso (do PT ter três nomes na chapa). Nós somos aliados e a aliança sempre tem um prazo de validade. Se o grupo que está dominando a Bahia, está com o poder, achar que deve excluir o PSD da chapa, Angelo Coronel, vamos sentar com o diretório estadual e nacional para ver qual o rumo que vamos tomar”, acrescentou.
O senador Jaques Wagner (PT) e o presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, têm defendido que a chapa majoritária do governo seja composta por Jerônimo, pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e pelo próprio Wagner.
Correio*
PEC do fim da reeleição para chefes do Executivo avança no Senado
A proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos foi lida nesta quarta-feira (23) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Um pedido de vista adiou a votação para o dia 7 de maio.
A PEC prevê uma regra de transição com o fim da reeleição apenas para quem for eleito em 2034; prorroga os mandatos do Executivo de 4 para 5 anos, incluindo os vereadores e deputados federais, estaduais e distritais, e unifica todas as eleições para o mesmo ano. Em vez de eleições a cada 2 anos, o Brasil teria eleições a cada 5 anos. Prefeitos e vereadores eleitos em 2028 teriam mandato de 6 anos, sem direito à reeleição. Já os senadores teriam os mandatos ampliados de 8 para 10 anos.
Nenhum senador se manifestou contra o fim da reeleição na CCJ, sugerindo consenso para a proposta. Porém, a regra de transição foi criticada com um pedido para o fim da reeleição para os eleitos já em 2026.
O relator da matéria, senador Marcelo Castro (MDB-PI) (foto), justificou a medida argumentando que a reeleição fez mal ao Brasil.
“Ao invés de possibilitar aos eleitores a opção pela recondução de mandatários de sucesso, contribuindo para aprimorar a qualidade dos mandatos, a reeleição resultou num viés pernicioso, de estímulo aos chefes do Poder Executivo pela opção de agendas imediatistas, de fácil retorno eleitoral, em prejuízo de projetos estruturantes, de longa maturação, apesar de preferíveis”, explicou Castro.
A possibilidade de reeleição foi incluída no país no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, mudança que permitiu a reeleição do político em 1998.
O senador Omar Aziz (PSD-AM) sustentou que é melhor acabar logo com a reeleição porque até 2034 novos legisladores podem mudar a regra novamente.
“Se a gente for esperar 2034, ninguém sabe se a gente vai estar aqui ainda. A reeleição no país foi a pior coisa que a gente poderia ter feito para o Brasil, para os brasileiros, para os governos, porque o cara vai para uma reeleição, e faz loucura para se reeleger. Caso ele perca, ele entrega o governo estraçalhado para o sucessor”, avalia.
O relator Marcelo Castro sugeriu a possibilidade de um acordo para antecipar o fim da reeleição para os eleitos em 2028.
“Podemos chegar a um entendimento e encurtar um pouco [a regra de transição]. O princípio que tracei foi o de não ferir o direito adquirido, e até mesmo a expectativa de direito. Mas podemos chegar a um acordo”.
Foram apresentadas emendas à PEC para reduzir o número de senadores para dois por unidade da federação. Atualmente, são três por estado. Outra emenda pediu a redução dos mandatos de senadores de 10 para 5 anos. Mas as propostas foram rejeitadas pelo relator, argumentando que não há consenso e debate suficiente para reduzir o tempo dos mandatos ou o número de senadores.
“O debate a respeito da redução dos mandatos dos senadores é insuficiente para construir um acordo mínimo sobre a matéria”, disse.
Lucas Pordeus León/Agência Brasil
Hugo Motta volta a defender necessidade de revisar gastos e de mudança na política fiscal
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), voltou a defender a necessidade de revisar gastos e de uma mudança na política fiscal nas contas públicas, nesta quarta-feira, 23, durante o evento CNN Talks, promovido pela CNN e CNN Money, em Brasília.
Na ocasião, Motta participava de um debate com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney.
O presidente da Câmara disse que o Congresso Nacional tem procurado trabalhar em “agenda consonante” com a do Ministério da Fazenda e defendeu que o Executivo e o Legislativo atuem de forma conjunta. “Essa agenda de reformas sempre foi muito bem recebida, até, muitas das vezes, reformas difíceis, decisões amargas, o Congresso foi lá e teve coragem de bancar essas decisões, porque era necessário para o País”, afirmou.
Motta prosseguiu: “Agora, neste cenário de incertezas para com a nossa política externa, o enfrentamento que nós vamos ter que fazer com o posicionamento do País acerca daquilo que vem acontecendo depois da chegada do novo presidente americano, reforça, penso eu, duas certezas: primeiro, que nós temos que andar cada vez mais juntos, a agenda do governo com a agenda do Congresso, para que a gente possa se proteger.”
O deputado acrescentou: “E segundo, nos obriga a sermos ainda mais eficientes. Precisamos continuar essa agenda de reformas. Precisamos ter ainda mais responsabilidades, principalmente, para manter a integridade do arcabouço fiscal.”
Motta disse ainda que o País precisa rever gastos e melhorar a eficiência da máquina pública, para ter condições de reagir em momentos de incerteza.
“Poder discutir, sempre que for necessário, a revisão dos gastos Eu tenho defendido isso de maneira muito veemente todas as vezes que tenho tido a oportunidade de falar, porque o País precisa discutir a eficiência da máquina pública e acerca dos incentivos fiscais, para que possamos ter o Estado mais eficiente, para que possamos evoluir numa política fiscal de praticamente nenhum espaço para termos algum espaço no futuro”, comentou o parlamentar.
Motta também afirmou que o resumo do que o Congresso precisa fazer é “manter o diálogo” com o governo e o setor produtivo e prosseguir com a agenda de reformas.
Amanda Pupo, Fernanda Trisotto e Victor Ohana/Estadão Conteúdo
Deputado Pedro Lucas recusa chefiar ministério, constrange o governo e expõe fragilidade de Lula
Doze dias após ser anunciado como novo ministro do governo Lula (PT), o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) confirmou nesta terça-feira (22) a recusa para assumir o Ministério das Comunicações. A decisão causa constrangimento público ao governo, que ameaça rever os espaços do União Brasil na Esplanada dos Ministérios, e expõe fragilidades de base de apoio do petista.
“Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite. Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil”, afirmou o parlamentar na nota em que anuncia que continuará como líder do partido na Câmara.
Pedro Lucas foi anunciado pelo governo para substituir Juscelino Filho na pasta das Comunicações no último dia 10, após o correligionário ter sido denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República), sob acusação de corrupção passiva e de outros crimes relacionados a suposto desvio de emendas.
O anúncio tinha sido feito pela ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) após reunião no Palácio da Alvorada com Lula, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e Juscelino. Antes, Alcolumbre telefonara para o presidente da República afirmando que o deputado era o nome indicado pelo partido para ocupar o posto.
No dia seguinte ao da reunião no Alvorada, no entanto, o deputado divulgou nota afirmando que ainda precisaria consultar a bancada do partido na Câmara antes de tomar qualquer decisão, já que ele é líder do União Brasil na Casa.
Ele já havia afirmado a correligionários durante o feriado que recusaria o convite. O episódio aprofunda a divisão interna do partido.
“Sou líder de um partido plural, com uma bancada diversa e compromissada com o Brasil. Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados”, disse Pedro Lucas na nota.
Dois ministros ouvidos pela reportagem buscaram minimizar qualquer dano à imagem do governo federal diante desse recuo do parlamentar. Eles afirmam que o deputado aceitou o convite de Lula na reunião e estava empolgado para assumir o posto, mas não conseguiu viabilizar junto à bancada sua ida ao ministério. Na avaliação deles, isso gera prejuízos ao partido, ao expor suas divergências internas.
Um desses auxiliares do presidente diz que isso é uma questão interna do União Brasil e afirma que o Palácio do Planalto não vai interferir nesse processo. Ele comentou ainda que, apesar de não ser uma situação ideal, o governo não deverá fazer nenhum movimento para se indispor com o partido.
Outro aliado, por sua vez, afirma que o governo não ficará de braços cruzados esperando um retorno do partido sobre o ministério. Ele também diz que esse não é o cenário ideal para o Executivo, mas nega que isso possa ser classificado como uma crise para o governo, por ser uma questão interna do União Brasil.
Até mesmo aliados do parlamentar reconhecem um erro político nessa movimentação
Apesar disso, deputados do União Brasil creditam esse erro a Alcolumbre. Eles dizem que esse movimento foi acelerado e que o presidente do Senado tentou interferir numa questão da bancada da Câmara ao impor o nome de Juscelino para ser líder. O ex-ministro, no entanto, não teve apoio suficiente para isso.
A manutenção de Pedro Lucas como líder do partido na Câmara, por outro lado, pode ajudar o governo ao impedir que algum deputado de oposição assuma a função.
Ele tomou a decisão de permanecer no cargo justamente para evitar que outro grupo rival conseguisse eleger o representante da bancada e, com isso, diminuísse o poder do presidente do partido, Antonio Rueda, sobre os parlamentares.
A eleição do próprio Pedro Lucas demorou três meses de negociações, num embate com o grupo político mais ligado a Alcolumbre e com a ala da legenda que defende o afastamento do governo Lula. O grupo de Rueda prevaleceu após vários adiamentos da eleição interna até que fosse formado um consenso, com a desistência dos adversários.
O União Brasil é marcado por divisões internas. A sigla surgiu da fusão do antigo DEM e do PSL em 2022 como uma legenda de centro-direita. Hoje, há uma ala mais governista e outra oposicionista.
Formalmente, o União Brasil integra o governo porque tem outros dois ministérios, além das Comunicações: Turismo e Desenvolvimento Regional. Na Câmara, possui a terceira maior bancada (com 59 deputados) e, no Senado, 7 senadores.
Desde o fim do ano, a sigla vem sendo criticada por governistas pela atuação tímida em votações consideradas prioritárias para o Palácio do Planalto na Câmara. Recentemente, 40 dos 59 deputados da bancada assinaram pedido de requerimento de urgência do projeto de lei que dá anistia aos condenados do 8 de janeiro, projeto que o governo é frontalmente contra.
Raphael Di Cunto/Victoria Azevedo/Folhapress
Após anúncio de Gleisi, Pedro Lucas avisa aliados que deve recusar convite para ministério
O deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) avisou a aliados que decidiu recusar o convite do governo Lula (PT) para assumir o Ministério das Comunicações. A recusa deve ser informada ao governo após reunião da bancada, prevista para a tarde desta terça-feira (22).
O cargo está vago há duas semanas, quando Juscelino Filho foi demitido após ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por suspeita de desvio de emendas parlamentares. Ele retomou o mandato como deputado na Câmara e a secretária-executiva do ministério, Sônia Faustino Mendes, responde desde então de forma interina pela pasta.
Pedro Lucas chegou a ser anunciado pela ministra Gleisi Hoffmann, da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), como o novo ministro após reunião com o presidente Lula. Mas a confirmação por parte do parlamentar não ocorreu.
Ele divulgou nota no dia seguinte para dizer que ainda precisaria consultar a bancada do partido na Câmara antes de aceitar.
Ele conversou com os colegas de bancada por telefone ao longo da semana passada para avaliar o cenário e, segundo dois interlocutores, decidiu continuar como líder do partido na Câmara. Um dos aliados disse à reportagem que o deputado comunicará a decisão à bancada nesta terça.
Pedro Lucas não respondeu aos telefonemas e mensagens da reportagem nesta segunda-feira (21).
O parlamentar é da ala governista do União Brasil e foi presidente da Agência Executiva Metropolitana durante a gestão Flávio Dino no Governo do Maranhão. Ele estava entusiasmado com a possibilidade de se tornar ministro, mas o recuo deve ocorrer para que o grupo do presidente do partido, Antônio Rueda, não abra mão da liderança da bancada na Câmara.
O processo de escolha do nome dele foi difícil e demorou três meses de negociações, num embate entre políticos mais ligado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e uma ala da legenda que defende afastamento do governo Lula. O grupo de Rueda prevaleceu após vários adiamentos da eleição interna até que fosse formado um consenso, com a desistência dos adversários.
Com a saída do atual líder, seria necessário um novo processo de votação interna, e os parlamentares já davam como certo um novo racha no partido.
Alcolumbre, que tinha sido o responsável pela indicação de Juscelino para o ministério, pressionava para que o ex-ministro se tornasse líder da bancada ao voltar para a Câmara. Os demais deputados, no entanto, insurgiram-se contra a interferência externa e manifestaram que não aceitavam a imposição.
Outro grupo do partido também era contra a entrada do líder no governo, com o argumento de que isso vincularia ainda mais Rueda à gestão Lula, contra a vontade de uma parte expressiva da sigla. Uma ala da legenda defende um maior distanciamento do Executivo, já de olho na eleição de 2026. No começo do mês, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), lançou sua pré-candidatura à Presidência.
Com a provável recusa, sinalizada por Pedro Lucas a seus aliados, ainda não está claro o que ocorrerá com o cargo. A decisão pode caber à bancada, no que ganharia força o nome do deputado Moses Rodrigues (União Brasil-CE).
Outra possibilidade, que chegou a ser cogitada no governo, é o deslocamento de Celso Sabino (União Brasil) do Turismo para as Comunicações para ampliar o espaço do PSD no governo. Até para evitar isso, o União Brasil tinha acelerado a escolha do substituto de Juscelino Filho.
Uma terceira alternativa, segundo parlamentares, é que Davi Alcolumbre escolha um novo nome, já que a indicação do anterior foi dele.
Raphael Di Cunto/Folhapress
Líder da oposição abre casa como QG e busca papel de destaque no bolsonarismo
No dia do julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) em que se tornou réu no caso da trama golpista de 2022, Jair Bolsonaro (PL) chegou cedo ao aeroporto de Brasília, acompanhado do líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS).
O ex-presidente estava na véspera em São Paulo, onde participou de um podcast com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), também acompanhado do deputado. Em seguida, foram jantar no Palácio dos Bandeirantes, onde se hospedaram.
A ideia inicial para o dia do julgamento, segundo relatos feitos à Folha, era que tanto Bolsonaro quanto Zucco seguissem para o apartamento funcional do parlamentar, onde acompanhariam a sessão da corte com outros deputados.
Mas o ex-presidente mudou de rota e decidiu ir presencialmente ao STF, após consultar alguns aliados. O deputado foi um dos poucos que acompanhou, de dentro do Supremo, o julgamento do “01”, como o deputado chama o ex-presidente.
Deputado de primeiro mandato, Zucco não era figura frequente nos ciclos palacianos durante os anos de Bolsonaro na Presidência. Os dois estiveram juntos poucas vezes no Planalto, em rápidas visitas, ou em atos e motociatas no Rio Grande do Sul, onde o gaúcho era deputado estadual.
Agora, ele alcançou tamanha proximidade do ex-presidente a ponto de tornar seu apartamento num QG (quartel-general) para encontros com a oposição e Bolsonaro.
O último tinha sido na manhã em que a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentou denúncia contra o ex-presidente sob a acusação de liderar a trama golpista. O encontro serviu de desagravo a Bolsonaro, com parlamentares inclusive de outros partidos. Outra vez, o local serviu para um encontro mais reservado entre Tarcísio e Bolsonaro.
Zucco teve formação militar ao lado do governador de São Paulo e do ex-ministro da CGU (Controladoria-Geral da União) de Bolsonaro Wagner Rosário, mas foi o único a seguir carreira. Ele chegou, de 2010 a 2016, ao cargo de coordenador do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), onde atuava na segurança dos então presidentes Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT).
Quando é lembrado, faz questão de destacar que atuava na segurança da instituição e busca se distanciar dos presidentes petistas.
No ano seguinte que deixou o Planalto, Zucco foi apresentado pelo então servidor da Câmara Vitor Hugo –que viria a ser deputado federal e líder do PSL na gestão Bolsonaro– ao então parlamentar que se lançava à Presidência em 2018.
No primeiro encontro, Bolsonaro já incentivou o militar a concorrer para o cargo de deputado estadual com a bandeira de segurança pública. À época, ele dava palestras sobre o tema.
Zucco topou a empreitada e foi eleito com o nome de urna “tenente-coronel” pelo PSL, então partido de Bolsonaro. Depois, ganhou Hamilton Mourão como cabo eleitoral na campanha de 2022.
Eleito pelo Republicanos, mudou para o PL em 2024, com anuência do partido, ficando ainda mais próximo do “01”.
A patente saiu do nome político numa estratégia para ele alçar voos mais altos. Deputado mais votado no Rio Grande do Sul em 2022, ele agora quer buscar um cargo majoritário, como o governo estadual ou o Senado. A palavra final, segundo aliados, será de Bolsonaro.
Além de sua casa funcionar como um QG, Zucco tem viajado com o ex-presidente sempre que é convidado. Passaram juntos os últimos dois carnavais em Mambucaba (RJ), onde Bolsonaro tem casa. Inclusive, estava com ele pescando em um barco no dia em que houve operação da PF (Polícia Federal) contra Carlos Bolsonaro na casa de veraneio da família.
Na Câmara dos Deputados, Zucco presidiu a CPI do MST no primeiro ano de mandato. Após 130 dias, o colegiado não teve sua vigência prorrogada pelo então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), frustrando a oposição.
A comissão foi palco de disputa entre governistas e bolsonaristas e ouviu lideranças do movimento, ex-integrantes do grupo, autoridades, representantes do Incra e especialistas.
O relatório do deputado Ricardo Salles (Novo-SP) trazia projetos de lei para enquadrar movimentos sociais como terrorismo. Acabou não aprovado na comissão.
Em 2024, Zucco assumiu a liderança da oposição, com apoio de deputados e do ex-presidente. Tem pautado sua atuação em organizar coletivas e articular pautas bolsonaristas, como o PL da anistia a presos do 8 de janeiro, e em defesa do ex-presidente.
Antes da mais recente internação de Bolsonaro, a rotina do agora líder era chegar a Brasília e, nas terças-feiras pela manhã, tomar café com o ex-presidente no partido. Às vezes, convidava-o ainda para participar da reunião da oposição, que ocorre no mesmo dia, muitas vezes no apartamento funcional do deputado.
Quando Eduardo Bolsonaro (PL-SP) decidiu ficar nos Estados Unidos e se licenciar do cargo, ele embaralhou os planos do partido nas comissões. A prioridade número um era a Comissão de Relações Exteriores, justamente para que a presidência fosse do filho de Bolsonaro.
Com isso, em poucas horas, o partido teve de se reorientar em busca de um novo nome. Em entrevista à Folha naquele dia, Eduardo citou Zucco e Filipe Barros (PL-PR) como possíveis candidatos. O primeiro chegou a soltar uma nota relatando convite de Eduardo e dizendo que aceitaria a “missão”.
Horas depois, ocorreu uma reviravolta e Barros foi confirmado pelo partido como indicado para a comissão. Segundo relatos, a decisão foi um pedido da própria bancada para que Zucco não acumulasse os dois cargos de destaque, ou seja, tanto a liderança da oposição como a presidência do colegiado.
Marianna Holanda/Folhapress
Fã de Hugo Chávez, Glauber Braga ganhou cargo da mãe e teve atrito com Romário
Em um dos inúmeros embates da ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ) Saudade Braga (PSB) com vereadores, seu filho, Glauber Braga, decidiu gravar os pedidos feitos pelos adversários que dificultavam o mandato da mãe.
A exposição pública de rivais gerou investigação e burburinho na cidade e mostra, para Fábio Gripp, assessor do deputado federal do PSOL, como Glauber atua em situações de enfrentamento, expondo o que considera erros de adversários.
Nos últimos anos, Glauber ganhou projeção ao fazer embates públicos com Sergio Moro (União Brasil), Eduardo Cunha (MDB) e Arthur Lira (PP). O estilo se tornou motivo incômodo na Câmara dos Deputados, onde enfrenta processo de cassação por agredir um militante do MBL (Movimento Brasil Livre).
Na última quinta (17), Glauber encerrou greve de fome que durava oito dias contra a abertura do processo de cassação. A decisão foi tomada após o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), suspender o caso por dois meses.
Os enfrentamentos marcaram a nacionalização do perfil de atuação política do deputado, antes mais vinculada à sua origem na Região Serrana fluminense.
Filho de um casal de médicos brizolistas, Glauber acompanhava na juventude a mãe na Câmara Municipal. Assim que foi eleita prefeita, em 2000, Saudade nomeou o filho, aos 18 anos, como assessor em uma subprefeitura da cidade.
“Ele assistia à articulação política e vivia o brizolismo dentro de casa. Foi uma liderança que surgiu domesticamente, mas tão logo iniciou o governo, propiciou essa afirmação trabalhando nos bairros”, disse Gripp, que o acompanha desde os primeiros passos na política.
A primeira candidatura de Glauber para a Câmara, pelo PSB em 2006, foi durante o mandato da mãe. Atraiu quase 40% dos votos da cidade, mas os 51 mil recebidos o deixaram na suplência. Ele assumiu uma cadeira em 2009, após a nomeação do ex-deputado Jorge Bittar (PT) para uma secretaria no Rio de Janeiro.
Assim que chegou ao Congresso, comentou sobre a trajetória ligada à mãe e os cargos na prefeitura, onde foi secretário de Governo entre 2007 e 2008. A prática do nepotismo foi proibida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em agosto de 2008, após as nomeações de Glauber, mas sempre foi criticada pela esquerda.
“Se você considerar que nepotismo é empregar parente, foi um caso. Mas se a definição for dar emprego a pessoas que não têm condições de exercer a tarefa, não é nepotismo. Não sou a favor de tirar a possibilidade de pessoas com vocação para fazer essas tarefas”, respondeu ao jornal O Globo, em 2009.
Foi reeleito em 2010, ainda com votação concentrada em Nova Friburgo, e focou o segundo mandato no acompanhamento dos investimentos na Região Serrana após o desastre climático de 2011. Ele foi um dos que tiveram a casa destruída na tragédia que matou mais de mil pessoas.
No segundo mandato, começou a galgar posições dentro do PSB. Foi um dos artífices da intervenção do Diretório Nacional da sigla no Rio de Janeiro. Acusou o então presidente regional, Alexandre Cardoso, de agir “como um laranja” do ex-governador Sérgio Cabral, por indicar nomes para filiação ao PMDB em vez da própria agremiação.
“Glauber sempre foi muito impulsivo”, disse Cardoso.
O deputado assumiu o comando do partido ao lado do então deputado Romário. Atuou na campanha de Eduardo Campos à Presidência e coordenou o desembarque da gestão Cabral. Glauber foi reeleito em 2014 com sua maior votação já registrada (82 mil votos). Em Nova Friburgo, teve mais de 60% dos votos.
No ano seguinte, rompeu com Romário e o PSB. Ficou na sigla até setembro de 2015, quando foi para o PSOL em razão da adesão do antigo partido ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Neste período, ganhou notoriedade ao integrar um grupo contra a atuação de Eduardo Cunha no comando da Câmara. Durante a votação do impeachment, em 2016, o chamou de “gângster”.
O ano de 2016 marcou a virada no perfil político de Glauber. Com visibilidade nacional, o deputado tentou, sem sucesso, a Prefeitura de Nova Friburgo.
“A ida para o PSOL não repercutiu bem no interior, onde a entrada do partido ainda é muito difícil”, afirma Gripp.
Em 2018, seu mapa eleitoral deu os primeiros sinais de mudança. Um terço dos 40 mil votos (metade da eleição anterior) veio da capital fluminense, superando os 10 mil registrados em Nova Friburgo (10% da cidade).
Durante a gestão Jair Bolsonaro (PL), manteve em evidência a verve contra o senador Sergio Moro, a quem chamou de “juiz ladrão” por sua atuação como magistrado na Operação Lava Jato.
Nas eleições de 2022, criticou o PSOL pela aliança com o presidente Lula. Defendeu uma candidatura própria à Presidência e se colocou à disposição para a disputa. Derrotado na sigla, quase dobrou os votos para a Câmara (78 mil), tendo quase metade de sua votação na capital fluminense. Manteve o patamar de 10% do pleito anterior em Nova Friburgo.
Foi no fim da legislatura passada que teve o principal embate com Lira. O ex-presidente da Câmara ameaçou expulsar Glauber do plenário após um bate-boca sobre a privatização da Petrobras. Desde então, os dois se viram como rivais.
O deputado do PSOL chamou Lira de “bandido” ao atribuir a ele o avanço de seu pedido de cassação, o que o ex-presidente da Câmara nega.
A vida pessoal de Glauber no período também sofreu baques. Casado com a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), teve o cunhado morto num quiosque da Barra ao ser confundido com um miliciano, em 2023. O mal de Alzheimer que acometia a mãe se agravou até sua morte, em maio de 2024.
Um mês antes da morte da mãe, Glauber agrediu Gabriel Costenaro, militante do MBL, após ouvir dele que Saudade era corrupta. Assessores do deputado afirmam que o youtuber o perseguia há meses em agendas no Rio e atribuem os chutes e empurrões à ofensa à ex-prefeita, em estado grave da doença.
Nesta legislatura, Glauber também viu crescer o filho Hugo. O nome foi, por parte do pai, uma homenagem a Hugo Chávez, ditador venezuelano morto em 2013. Por parte da mãe, Sâmia Bomfim, uma referência a Hugo Moreno, conhecido como Nahuel Moreno, revolucionário argentino.
Italo Nogueira, Folhapress
Acordo para encerrar greve de fome de Glauber envolveu telefonema de Gleisi para Motta
O esforço para buscar um acordo que encerrasse a greve de fome do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) envolveu um telefonema da ministra de articulação política de Lula (PT), Gleisi Hoffmann, para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Gleisi visitou Glauber na Câmara no último sábado (12) e teve uma conversa reservada com o deputado, testemunhada por outras pessoas. Segundo relatos, ela prometeu procurar o presidente da Casa.
Isso seria feito, porém, de forma mais discreta possível, para não criar melindres na já instável base política de Lula no Congresso. O centrão, que é majoritário, trabalhou ativamente para cassar o mandato de Glauber.
O deputado anunciou na tarde desta quinta-feira (17) o encerramento da greve de fome que havia iniciado no último dia 9, nas dependências da Câmara, pouco após o Conselho de Ética da Casa recomendar a cassação de seu mandato.
A decisão foi tomada depois que Hugo Motta concordou com uma negociação para suspender o processo de cassação contra Glauber por 60 dias, empurrando eventual votação no plenário para o segundo semestre.
Até lá, a ideia dos aliados do deputado do PSOL é reunir apoio para que não haja a votação ou para que, em havendo, seja aprovada uma punição mais branda, como advertência ou suspensão do mandato.
Em abril de 2024, Glauber expulsou da Câmara com chutes e empurrões um militante do direitista MBL (Movimento Brasil Livre). O psolista também angariou grande antipatia entre seus pares, pautando seu mandato pelo enfrentamento ao centrão e a colegas no plenário.
Sua cassação, se concretizada, representaria uma medida inédita —a primeira vez que um deputado teria essa punição por uma agressão física.
A possível cassação de Glauber é vista com preocupação pelo PT e governo também pelo fato de a ex-senadora Heloísa Helena (Rede-RJ) ser a suplente. Ela foi expulsa do PT em 2003 por ser contra a Reforma da Previdência e até hoje é vista como potencial dor de cabeça para Lula caso volte ao Congresso.
Além de Gleisi, vários integrantes do PSOL e do PT articularam a construção do acordo para o fim da greve de fome. Estiveram na linha de frente das conversas a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), esposa de Glauber, e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ).
Lindbergh também conversou várias vezes com Hugo Motta, que está em viagem particular ao exterior.
“Hugo Motta agiu, nesse caso, como um presidente da Câmara deve agir: mediando, que é diferente de ‘fazer média’, para distensionar. Agora teremos mais dois meses para o fazer o que os que querem cassar o mandato de Glauber Braga nunca fizeram: Argumentar. Contra o absurdo dessa ‘pena capital’ por vingança política”, escreveu em suas redes sociais o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), outro integrante da força-tarefa montada em busca do acordo.
Durante os dias de greve de fome, oito ministros de Lula foram ao local visitar o deputado do PSOL —Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, Sidônio Palmeira, da Secretaria de Comunicação Social, Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, Cida Gonçalves, que chefia a pasta das Mulheres, Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos, Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, e Anielle Franco, da Igualdade Racial.
De acordo com sua assessoria, o deputado Glauber saiu da Câmara direto para um hospital de Brasília, por recomendação médica, para avaliação de sua situação de saúde. Ele teria ingerido apenas água, soro e bebidas isotônicas nesses dias, tendo emagrecido cinco quilos, mas mantido em geral boas condições de saúde.
Ele retomará a alimentação aos poucos, no início por meio de dieta líquida. De acordo com indicação médica, a reintrodução alimentar deve ser gradual e lenta para evitar complicações gastrointestinais, com alimentos como caldos de galinha ou de vegetais, suco de frutas diluído, água de coco, arroz branco ou macarrão.
Na semana que vem, o deputado deve enviar à Comissão de Constituição e Justiça da Casa recurso contra a decisão do Conselho de Ética.
Ranier Bragon, Folhapress
Ciro Nogueira confirma que federação PP-União Brasil está praticamente consolidada; novo grupo terá maior bancada da Câmara
Apesar de impasses regionais, a federação PP-União Brasil está praticamente consolidada. A afirmação é do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), em entrevista às páginas amarelas da revista Veja desta semana.
“Já está praticamente consolidado. Há algumas questões de disputas em estados, mas estamos chegando ao fim com o processo”, disse.
O mesmo cenário foi desenhado ao Política Livre pelo deputado federal José Rocha (União Brasil), que demonstrou otimismo com a conclusão das tratativas ainda neste mês de abril. Rocha também defendeu que, caso a federação seja formalizada, o comando do novo grupo na Bahia fique sob a liderança do deputado federal Paulo Azi, atual presidente estadual do União Brasil.
Segundo Ciro Nogueira, a nova federação servirá como uma “bússola” para direcionar as pautas relevantes ao país. Juntos, PP e União Brasil formarão a maior bancada da Câmara, com 109 deputados, a terceira maior do Senado, com 13 senadores, terão seis governadores e 1/4 dos prefeitos do país.
“Essa federação vai se tornar uma bússola para nos direcionar, para fazer com que as pautas que são importantes para o país sejam realmente discutidas e que consigamos virar a página das questões que não ajudam em nada o povo brasileiro”.
Aqui na Bahia, a federação pode provocar a desfiliação de parlamentares do PP, que apesar de marcharem com ACM Neto (União Brasil) em 2022, estão hoje na base do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Já no plano nacional, a federação pode acabar indicando um nome para compor a vice-presidência na chapa que representará a direita e a centro-direita nas eleições presidenciais. O próprio Ciro Nogueira é ventilado para essa função, que também pode buscar reeleição como senador ou ainda disputar o governo do Piauí.
“Candidatura ao Senado e ao governo do Piauí só depende de mim, mas a presidente ou vice-presidente vai depender do contexto. É algo que o meu estado nunca teve, mas o mais importante é ganhar a eleição. Se o meu nome, na época certa, estiver como o melhor para compor a chapa, vou ficar muito feliz e honrado”, disse Nogueira à Veja.
Política Livre
Elmar Nascimento destinou R$ 21 milhões a cidade governada por seu irmão, alvo de investigação da PF
Desde 2016, o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA) destinou R$ 21,2 milhões em emendas para Campo Formoso (BA), cidade administrada por seu irmão, Elmo Nascimento. O volume de recursos, que exclui emendas de relator, chamou a atenção da Polícia Federal, que investiga supostos desvios em contratos financiados com essas verbas. A cidade se tornou foco da operação Overclean. A informação é da coluna de Fabio Serapião, do “Metrópoles”.
A PF aponta indícios de participação do deputado em um esquema de fraudes envolvendo o envio das emendas, favorecimento de empresas e suposto direcionamento de licitações. Segundo a investigação, as emendas aumentaram significativamente após Elmo assumir a prefeitura em 2021, alcançando R$ 10 milhões em 2024. Campo Formoso é o principal reduto eleitoral de Elmar.
Além do irmão, um primo do deputado, Francisco Nascimento, ex-secretário municipal, foi preso na 1ª fase da operação, acusado de manipular licitações para favorecer o grupo criminoso.
Elmar alegou que o volume de emendas enviadas à cidade se deve ao apoio popular que possui no local. Negou responsabilidade sobre a execução das verbas e afirmou que o envio de recursos a redutos eleitorais é prática comum entre parlamentares.
A Codevasf, envolvida em uma das emendas sob suspeita, declarou que apenas mantém convênio com o município e que os processos de contratação são de responsabilidade da prefeitura.
Janones diz, após ser alvo de medida protetiva, que foi vítima de armação
O deputado federal André Janones (Avante-MG) afirmou ter sido vítima de uma armação nesta terça-feira (15) sobre a acusação de ter ameaçado a prefeita de Ituiutaba (685 km de Belo Horizonte), Leandra Guedes (Avante), de divulgar fotos íntimas dela caso não aceitasse interferências dele na administração municipal.
Ele disse, em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, que não atacaria Leandra e que ela não mentiu. Prosseguiu ressaltando que se esclareceu com a prefeita e negou ter enviado qualquer foto ou ter cometido algum ato contra ela.
A publicação ocorreu após Janones ter sido alvo de uma medida protetiva de Leandra, emitida pela Justiça de Minas Gerais, que determinou distância entre o deputado e a prefeita, com quem teve um relacionamento amoroso de 2014 a 2018. A informação foi revelada pelo portal Metrópoles e confirmada pela Folha.
“A prefeita não inventou história, ela não mentiu, ela tinha até dezembro elementos que levaram ela a crer que eu teria feito aquilo de que ela me acusou, só que esses elementos não existem mais. Esse processo não é recente, ele é antigo, de dezembro, e já foi tudo esclarecido, eu não enviei nenhuma foto, eu não cometi nenhum ato”, disse Janones, sem especificar quais eram estes elementos e o porquê deles não existirem mais.
O congressista ainda disse que, após o término da relação entre ele e Leandra, ambos mantiveram uma relação de respeito e admiração, o que o teria levado a indicá-la para sua chefia de gabinete na Câmara dos Deputados e a apoiá-la para a Prefeitura de Ituiutaba por duas vezes.
“A prefeita fez o que ela deveria ter feito, ela não mentiu e ela tinha em dezembro elementos para achar que eu realmente pudesse estar por trás dessa armação que fizeram contra mim”, concluiu.
Janones também criticou a divulgação da decisão, citou a tramitação do caso em segredo de Justiça e disse que a publicização do caso ridicularizou a prefeita. “Vocês divulgaram porque vocês são criminosos, bandidos, misóginos, machistas e não respeitam as mulheres”.
Por fim, disse que não falará mais sobre o assunto, inclusive após o encerramento dos trâmites judiciais.
De acordo com a prefeita, Janones passou a chantageá-la após recusar a interferência do deputado em assuntos da prefeitura. Segundo Leandra, ele enviou para um secretário de sua administração uma foto sua com roupas íntimas, a fim de sinalizar a ameaça de distribuir novas fotos feitas sem sua autorização.
A Justiça determinou que Janones não divulgue fotos, vídeos ou postagens sobre a prefeita, nem se aproxime dela ou entre em contato com seus familiares.
O deputado tem no município, de 102 mil habitantes, sua base política e já concorreu a prefeito em 2016.
Folhapress
PT e PSOL tentam acordo para livrar Glauber Braga, mas centrão resiste
Integrantes do PSOL e do PT tentam costurar um acordo para evitar a cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), mas esbarram na resistência de integrantes do centrão, grupo hoje majoritário na Casa.
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados recomendou no último dia 9 por 13 votos a 5 a perda do mandato, mesma data em que o congressista do PSOL iniciou uma greve de fome nas dependências da Câmara.
Segundo assessores, Glauber está ingerindo apenas água, soro e bebidas isotônicas. O deputado e aliados improvisaram um colchão do lado da mesa de coordenação do plenário 5 da Câmara, a mesma sala onde o conselho recomendou a sua cassação.
Nos últimos dias, deputados do PSOL e do PT iniciaram conversas com outros congressistas com o objetivo de manter o mandato do psolista.
A ideia seria aprovar em plenário uma punição mais branda —como uma suspensão do mandato ou uma advertência– para o caso de Glauber, que em abril do ano passado expulsou da Câmara com chutes e empurrões um integrante do MBL (Movimento Brasil Livre).
Cabe ao plenário da Câmara decidir se segue ou não a recomendação do Conselho de Ética, ainda sem data definida. A votação é aberta, nominal, e se dá pela maioria absoluta dos votos dos parlamentares (ao menos 257 dos 513 votos).
Um precedente criado na gestão de Arthur Lira (PP-AL) autoriza a votação de uma emenda antes da análise da recomendação do Conselho, o que em tese permite a votação de uma punição mais branda.
Mesmo diante dessa possibilidade, não há hoje um sentimento majoritário do plenário para livrar Glauber. Isso porque o deputado é de perfil beligerante, já fez diversos ataques ao centrão e mantém pouca relação com congressistas de outros partidos.
Deputados também se queixam da sua postura durante a tramitação do seu caso no Conselho de Ética.
Apesar disso, um integrante do conselho diz, sob reserva, que há um certo desconforto com a pena dura de cassação —diante dos outros exemplos que ocorreram na Casa e que não resultaram na perda do mandato. Ele não enxerga, no entanto, um esforço de líderes partidários de convencimento de suas bancadas para rever essa punição.
Há uma expectativa entre governistas de que a ministra Gleisi Hoffmann (PT), chefe da Secretaria de Relações Institucionais, entre no circuito e costure um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Essa negociação, no entanto, seria feita nos bastidores para evitar gerar ruído. O governo tem pisado em ovos devido ao risco de se indispor com importantes líderes de partidos aliados.
O presidente da Câmara está no exterior e só deve entabular essas conversas na semana que vem.
Segundo um aliado de Motta, seria um grande erro do Executivo se envolver nessa discussão, já que isso poderia ser entendido como uma interferência nas prerrogativas parlamentares. O mesmo se aplica ao Judiciário.
Publicamente, integrantes do Palácio do Planalto têm afirmado que esse é um assunto interno da Câmara.
“Essa não é uma matéria de governo, é uma matéria interna da Casa, de um julgamento interno. [Mas] a gente tem um apelo sempre aos parlamentares para rever essa posição. Eu, particularmente, considero uma decisão muito injusta, desproporcional”, disse Gleisi no último sábado (12), após visitar Glauber na Câmara.
Apesar disso, desde o dia 9 sete ministros de Lula já foram ao plenário 5 visitar o psolista –além de Gleisi, Sidônio Palmeira, da Secretaria de Comunicação Social, Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, Cida Gonçalves, que chefia a pasta das Mulheres, Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos, Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas.
Nesta terça-feira (15) o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), foi às redes sociais defender o mandato de Glauber.
Outro petista na linha de frente das conversas é o líder da bancada do PT, Lindbergh Farias (RJ).
“Tenho esperança e acredito que algum tipo de acordo possa ser costurado para que esse processo seja suspenso por um período para facilitar o diálogo e a negociação. Espero que a chegada da Semana Santa ajude a construir uma saída.”
O PSOL deve apresentar recurso no início da semana que vem à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a quem cabe analisar se houve descumprimento de algum rito pelo Conselho de Ética. O partido vai argumentar que o relatório aprovado se sustentou muito mais em outros atritos da trajetória de Glauber do que a agressão ao membro do MBL.
O deputado e seus aliados atribuem ao ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) a articulação para retirar o seu mandato, o que Lira nega.
Durante os dois mandatos do deputado do PP à frente da Câmara (2021-2025), Glauber foi um de seus principais opositores. Ele chegou a chamar Lira já algumas vezes de “bandido” e também é crítico do sistema de distribuição das emendas parlamentares, principal mecanismo de atuação política do centrão.
Caso a Câmara casse o mandato de Glauber será a primeira vez na história que um congressista perderá o mandato devido a uma agressão física. A suplente de Glauber é Heloísa Helena (Rede-RJ), expulsa do PT em 2003 por se opor à reforma da Previdência da primeira gestão de Lula. Aliados do petista temem que de volta ao Congresso, Heloísa Helena se transforme em mais uma dor de cabeça para o governo.
Ranier Bragon e Victoria Azevedo/Folhapress
Motta rejeita decidir sozinho e diz que levará projeto de anistia pelo 8/1 a líderes na Câmara
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta terça-feira (15) que não decidirá sozinho sobre o projeto de lei da anistia a presos pelo 8 de janeiro de 2023 e indicou que deve levar a proposta para discussão no colégio de líderes.
O grupo reúne os líderes da todas as bancadas partidárias da Casa, além de governo, oposição, minoria e maioria. Esta é a primeira fala de Motta sobre tema, após intensa pressão de bolsonaristas, que protocolaram requerimento de urgência do projeto na segunda-feira (14).
“Democracia é discutir com o Colégio de Líderes as pautas que devem avançar. Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho. É preciso também ter responsabilidade com o cargo que ocupamos, pensando no que cada pauta significa para as instituições e para toda a população brasileira”, afirmou no X, antigo Twitter.
Com o requerimento em mãos, o texto do partido de Jair Bolsonaro (PL) já poderia ter sua tramitação de urgência analisada diretamente no plenário. Mas a decisão final cabe a Motta, que faz a pauta de votações da Câmara.
Com a declaração, o presidente da Casa divide a responsabilidade com os líderes de pautar ou não o projeto que tem apoio de bolsonaristas e a resistência do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Executivo.
Esta semana na Câmara é de esvaziamento, com feriado e líderes viajando, o que garante tempo para uma eventual saída negociada de Motta com o Judiciário. A próxima reunião de líderes deve ser no dia 24 de abril.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), mudou de estratégia e decidiu protocolar o requerimento de urgência do projeto no sistema da Casa na segunda, como forma de evitar que o Executivo conseguisse negociar com aliados a retirada de suas assinaturas.
Antes do movimento, o governo já contava com a desistência de 20 deputados, o que, no mínimo, adiaria a apresentação do requerimento.
Os partidos da base do governo Lula (PT) na Câmara dos Deputados foram responsáveis por mais da metade das assinaturas de apoio ao documento.
O requerimento obteve apoio de 264 deputados, dos quais 55% são de partidos com ministérios e 61% são filiados a siglas da base governista (contemplados com outros cargos de segundo escalão, mas não com ministérios). Era necessária a adesão de 257 deputados para que a proposta pudesse tramitar.
Caso aprovado em plenário —o que exige o apoio, novamente, de pelo menos 257 deputados—, o requerimento acelera o projeto e permite que seja votado diretamente no plenário, sem passar pelas comissões. Para isso, no entanto, é necessário que seja pautado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que resiste a isso e tenta encontrar uma solução no STF (Supremo Tribunal Federal).
As bancadas do Sul e do Centro-Oeste são aquelas em que a defesa da anistia tem mais força: mais de 70% dos deputados dessas regiões assinaram o requerimento. Já no Nordeste, onde o presidente Lula é mais popular, apenas 33% dos deputados deram aval ao pedido da oposição. No Sudeste, houve divisão, com uma maioria apertada (53%) a favor de perdoar os condenados pelos ataques de 8 de janeiro.
Marianna Holanda/Folhapress
Líder do PL na Câmara diz que ‘pessoalmente’ é contra a cassação de Glauber Braga
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, disse que, pessoalmente, é contra a cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ). Na sua opinião, a punição já aprovada no Conselho de Ética é um exagero, e a retirada do mandato poderia ser substituída por uma suspensão.
“Pessoalmente, acredito que cassação deveria ser para casos graves como corrupção ou o da da Flordelis, por exemplo. Acredito que uma punição de seis meses de suspensão, no caso de Glauber Braga, estaria de bom tamanho”, afirmou Sóstenes ao portal Metrópoles.
Apesar de achar que a Casa cometeria um erro ao cassar o mandato de Glauber, ele disse que acompanhará a posição da bancada do Partido Liberal. “Como líder do PL, não posso destoar da posição da bancada do partido, que se mostra favorável à cassação”, declarou.
Na última quarta-feira, 9, o Conselho de Ética da Casa aprovou, por 13 votos a cinco, a cassação do parlamentar. Ainda cabe recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, caso o processo avance após a votação nesse colegiado, caberá ao plenário decidir.
Glauber Braga anunciou que não irá mais se alimentar ou deixar o Congresso Nacional até o fim da decisão, dormindo no chão do plenário 5 da Câmara, o mesmo onde teve o parecer da cassação aprovado. A greve de fome entrou no sexto dia nesta segunda-feira.
Desde então, ele recebeu visitas dos ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Comunicação Social) e Cida Gonçalves. Também o visitaram no Congresso o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), e o ator Marco Nanini.
Segundo a equipe do deputado, Glauber Braga só tem ingerido líquidos nos últimos dias, com acompanhamento médico, e perdeu dois quilos. Na sexta-feira, 11, o parlamentar assistiu a um episódio da série distópica Black Mirror.
Entenda o processo
O processo contra Glauber Braga foi aberto em 2024 e se deve a um episódio em que Glauber expulsou da Câmara o influenciador Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), aos chutes. Costenaro havia feito insinuações sobre a ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ), Saudade Braga, que estava doente e faleceu 22 dias após o ocorrido.
Glauber disse em diferentes sessões do Conselho de Ética que o relatório do caso foi “comprado” pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que exercia o cargo no ano passado. Glauber ainda chamou Lira em diferentes oportunidades de “bandido”.
Raisa Toledo/Estadão
Assinar:
Postagens (Atom)
Destaques
Siga-nos
Total de visualizações de página
Ouça aqui: Web Radio Gospel Ipiaú
Web Rádio Gospel de Ipiaú
Publicidade
Faça seu pedido: (73) 98108-8375
Publicidade
Publicidade

Publicidade
Publicidade
