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CPMI do INSS: Damares pede depoimento de Lula, ex-presidentes e ministros

Senadora quer ampliar alcance da investigação sobre fraudes bilionárias no INSS, que já apura prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) apresentou nesta semana um requerimento para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ex-presidentes Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) prestem depoimento à CPMI do INSS.

No mesmo pedido, Damares incluiu ex-gestores da autarquia, o atual ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT-PE), o ex-ministro Carlos Lupi (PDT) e representantes de entidades investigadas. Entre eles está José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão de Lula e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Idosos.


A comissão foi instaurada no Congresso na quarta-feira (20) e tem como objetivo apurar fraudes e descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas. De acordo com dados levantados pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), o prejuízo estimado chega a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

A expectativa é que os parlamentares definam nos próximos encontros a lista de convocados para os primeiros depoimentos.

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Derrotas do governo abrem caça às bruxas e lançam dúvidas sobre liderança de Motta e Alcolumbre

As derrotas aplicadas pelo Congresso ao governo Lula (PT) na última semana levaram a uma caça às bruxas na equipe de articulação política do Palácio do Planalto e lançaram dúvidas sobre a liderança dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

O domínio da oposição sobre a CPI do INSS e a aprovação do voto impresso em uma comissão do Senado, na quarta-feira (20), reforçaram um histórico de reveses de Lula, com o apoio de sua própria base. Foram resultados amargos o suficiente para desgastar os negociadores do governo no Congresso.

Desta vez, porém, houve um ingrediente adicional: o tropeço foi dividido com Motta e Alcolumbre, que vinham atuando em parceria com o governo e prometiam a ele a criação de um ambiente controlado na CPI.

A aprovação da volta do voto impresso e, em especial, a reviravolta que deu à oposição o controle da CPI resultaram no questionamento da liderança de Alcolumbre e Motta e em uma caça às bruxas na base governista, que passou a buscar culpados entre traidores, omissos e relapsos.

Os episódios foram motivados, segundo congressistas, por dois elementos considerados antigos. O primeiro seria o atraso no cronograma da liberação de verbas para as bilionárias emendas parlamentares. O segundo, a suposta reação frouxa de Motta e Alcolumbre ao que parlamentares consideram como ofensiva do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre prerrogativas legislativas e sobre as emendas, tanto no campo da regulamentação como no da investigação.

Assim como em episódios anteriores, as derrotas do governo foram puxadas por integrantes de partidos de centro e de direita que comandam ministérios na gestão Lula.

Na quarta-feira, a articulação foi liderada por União Brasil e PP, que, a despeito de possuírem quatro pastas na Esplanada, fizeram mais um ato de montagem de sua federação em tom claramente oposicionista.

A reviravolta na CPI foi articulada, entre outros, pelos presidentes do União Brasil, Antonio Rueda, e do PP, senador Ciro Nogueira (PI).

Após o revés, Lula se reuniu com Motta no Palácio da Alvorada, e a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), responsável pela articulação política, e convocou líderes aliados para uma reunião de última hora.

Governistas foram a público admitir a falha. “Apesar do resultado que a oposição conseguiu, por erros na mobilização de nossa base, vamos continuar trabalhando, corrigindo os erros, para que a CPI não seja instrumentalizada para atender a interesses políticos”, disse a ministra ao jornal Folha de S.Paulo.

O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, assumiu a culpa. Ele disse que a articulação palaciana estava de “salto alto” e sofreu um “apagão”.

“Houve alguma subestimação. A base do governo foi surpreendida porque tinha que ter mobilizado mais. Isso é um fato. Teve problema”, disse o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ).

Lula e o Congresso haviam encerrado o semestre legislativo em conflito e com uma lista de pendências. O acerto de contas, porém, havia sido adiado com o motim bolsonarista que ocupou os plenários da Câmara e Senado em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente.

No retorno do Congresso, Motta já havia sofrido duas derrotas claras, que abalaram a confiança em sua capacidade de manter controle sobre os demais colegas: a dificuldade em retomar a cadeira de presidente durante o protesto bolsonarista e a falta de apoio para punir amotinados.

Para a CPI, Motta havia escolhido o correligionário Ricardo Ayres (Republicanos-TO) como relator, mas ele acabou trocado por Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) após a vitória da oposição.

Aliados, entretanto, minimizam o desgaste do presidente da Câmara. Na avaliação dessas pessoas, o erro partiu da articulação do governo Lula e, portanto, não caberia uma reação de Motta.

À noite, ao ser questionado se a reviravolta representava uma derrota para ele, Motta respondeu que não, porque não é o líder do governo. “Acho que foi uma falha mesmo da articulação política do governo com os partidos”, respondeu.

Um líder do centrão, entretanto, diz que o episódio mostra mais uma vez que Motta tem sua autoridade questionada entre os parlamentares e não está com o comando do plenário da Casa. Nas palavras desse aliado do parlamentar, Motta perdeu credibilidade entre os colegas e também com o governo federal.

Um parlamentar governista, por sua vez, reconhece falhas na articulação do Executivo nesse episódio, mas diz que é preciso usar o momento para se unir mais a Motta e fortalecê-lo internamente, tentando isolar o bolsonarismo.

Já Alcolumbre, que comanda pela segunda vez o Senado, tinha obtido melhor sorte no caso do motim bolsonarista, quando recuperou a cadeira do plenário sem as agruras públicas que o colega da Câmara enfrentou, mas nesta quarta também teve um raro momento de fragilidade.

Parlamentares afirmam que o governo se distanciou das articulações em torno da CPI, confiando que ninguém desafiaria a autoridade de Alcolumbre. O presidente do Senado afirmou que Omar Aziz (PSD-AM) seria indicado para o cargo em junho. Depois disso, o próprio Aziz passou a discutir a relatoria com o presidente da Câmara e falar como presidente, mesmo antes de eleito.

O presidente do Senado é visto hoje pelos bolsonaristas como um dos principais obstáculos para aprovação de uma anistia a Jair Bolsonaro e aos golpistas do 8 de Janeiro. Alcolumbre não só se colocou contra o projeto de lei, mas também articulou um texto alternativo, que não beneficiaria o ex-presidente.

Questionado sobre o episódio, Alcolumbre se limitou a dizer: “Minha autoridade [desrespeitada]? Eu não sou eleitor da CPI”.

Após a ocupação do plenário, o presidente do Senado também afirmou taxativamente que não pretende colocar em votação um impeachment contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, outra bandeira dos aliados do ex-presidente.

Carolina Linhares/Ranier Bragon/Catia Seabra/Raphael Di Cunto/Caio Spechoto/Thaísa Oliveira/Victoria Azevedo/Folhapress

Deputado Van Hattem apresenta defesa e diz não ser ilegal sentar em cadeira da Mesa Diretora

Protagonista de um dos principais momentos do motim bolsonarista na Câmara ao não ceder imediatamente o lugar a Hugo Motta, o deputado federal Marcel van Hattem argumenta em defesa prévia que a acusação contra si não reproduz “corretamente os fatos” e diz que não é ilegal se sentar na Mesa Diretora.

Van Hattem é alvo de representação apresentada no Conselho de Ética pelos líderes do PT, Lindbergh Farias (RJ), PSOL, Talíria Petrone (RJ), e PSB, Pedro Campos (PE). Eles solicitam a suspensão do parlamentar por seis meses por sua participação na manifestação contra a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A defesa prévia foi encaminhada à Corregedoria da Câmara. O principal argumento do deputado para pedir que a representação seja rejeitada é que ela não descreve corretamente os fatos e que “busca penalizá-lo por algo absolutamente legítimo e legal que é tomar assento na cadeira destinada ao deputado e aos demais 511 parlamentares”.

Van Hattem afirma que “não chegou a sequer se sentar na cadeira do presidente da Câmara dos Deputados, tendo, na realidade, ocupado a cadeira que qualquer deputado federal pode utilizar para se assentar”.

“Como se percebe do vídeo, o deputado federal ora representado não fez qualquer movimento impeditivo do acesso e do exercício imediato das funções do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, uma vez que se encontrava sentado em poltrona destinada a deputado federal”, diz.

Nas imagens, é possível ver Motta se aproximando da Mesa Diretora, mas desistindo ao vê-la ocupada e dando meia volta. Apenas num segundo momento, empurrado por aliados, ele assume seu lugar, com a saída de Van Hattem e outros deputados que ali estavam.

O parlamentar do Novo diz que não fez “nada de ilegal”, pois estava “simplesmente em exercício do mandato parlamentar que lhe garante se sentar em poltrona destinada a deputado”.

Ele defende o protesto de bolsonaristas sob o conceito de direito de reunião e afirma que a ocupação da Mesa Diretora foi um exercício regular da obstrução.

Além disso, diz que não existia base jurídica anterior para enquadrar a obstrução física como atividade potencialmente ilícita, quando extrapolar os limites do exercício regular das prerrogativas regimentais —um projeto de resolução nesse sentido foi apresentado no último dia 19.

Nesta quinta (21), o Novo entrou com representação no Conselho de Ética da Câmara contra Lindbergh por quebra de decoro parlamentar ao apresentar notícia-crime junto à PGR (Procuradoria-Geral da República) contra parlamentares de oposição que exerceram legítima e regularmente seu direito de obstrução física sem violência.

Mário Negromonte Jr. diz que está “fora” da federação entre PP e União Brasil; na Bahia, comando fica com grupo de ACM Neto

Presidente do PP na Bahia, o deputado federal Mário Negromonte Júnior disse na noite desta terça-feira (19), em conversa com este Política Livre, que está fora da federação formada entre o partido e o União Brasil. Na Bahia, o “casamento”, com duração mínima de quatro anos, será comandado por aliados do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União).

A federação, batizada de União Progressista, realizou a primeira convenção na tarde de hoje, em Brasília. Mário Júnior se ausentou. Antes, os dois partidos realizaram, pela manhã, convenções em separado, nas quais aprovaram a aliança. Na ocasião, o PP também confirmou a manutenção do senador Ciro Nogueira (PI) como presidente nacional da sigla – neste caso, o comandante da legenda na Bahia esteve presente e se posicionou a favor.

“Não fui na convenção e nem farei parte da federação. Não estarei nesta composição. Todos sabem que fui contra desde o início. Agora, vou ouvir minhas bases e tomar uma decisão (sobre o futuro). Vou seguir trabalhando para fortalecer o PP, que é o meu partido. Mas estou fora da direção dessa federação”, declarou Mário Júnior ao site.

Questionado o motivo de ter apoiado a recondução de Ciro Nogueira, que foi o maior defensor da federação dentro do PP, Mário Júnior disse que respeita o trabalho do senador, que, no entanto, “defende umas coisas e eu defendo outras”.

O deputado baiano também defendeu que o PP mantenha os cargos que possui no governo Lula – Mário Júnior apoia o presidente Lula (PT) desde o pleito de 2022. “Essa posição é a mesma, inclusive, do ministro (do Esporte) André Fufuca (deputado federal licenciado pepista). Queremos autonomia”.

Na Bahia, Mário Júnior evitou cravar o apoio à reeleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT), mas pregou que o PP tenha independência para definir os rumos da legenda em 2026 no Estado. “Sempre tivermos essa autonomia e independência na Bahia. Esperamos que isso continue. Sabemos que uma parcela do partido, a exemplo dos deputados estaduais e a maioria dos prefeitos, deseja caminhar com o governo”, lembrou o parlamentar, que articula para emplacar a esposa, a procuradora Camila Vasquez, como conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).

Indagado se pode sair do PP se não tiver a independência desejada, Mário Júnior ressaltou que “nada está descartado”, mas ponderou que nunca foi filiado a outro partido. “Ouvirei minhas bases, os correligionários, os amigos, a família, o meu pai (o ex-conselheiro do TCM e ex-deputado Mário Negromonte) para tomar uma decisão conjuntamente sobre o futuro”, concluiu.

Segundo informações vindas de Brasília, a federação na Bahia deve ser comandada pelo atual presidente do União Brasil no Estado, o deputado federal Paulo Azi. Entretanto, o deputado federal Arthur Maia (União) também pleiteia o posto.


Política Livre

PP e União selam aliança com palmas a Bolsonaro, fala de Tarcísio e pressão por saída do governo

Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados
Com quatro ministérios no governo Lula (PT), a federação entre PP e União Brasil foi homologada em convenção nesta terça-feira (19) em Brasília com discurso de oposição, aplausos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e cobrança de uma parte dos dirigentes para que sejam entregues os cargos na gestão petista.

O evento contou com dez governadores, entre eles Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, que é o favorito entre os dirigentes da federação para substituir Bolsonaro nas urnas. O ex-ministro Ciro Gomes, hoje no PDT, disse que estuda uma filiação e pediu união da “centro-esquerda e centro-direita”.

O discurso mais longo e mais aplaudido, no entanto, foi do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União). Ele afirmou que um partido com essa musculatura “não pode ficar acanhado”, precisa apresentar um projeto para o país e retirar seus filiados do governo.

“Não podemos mais ficar sendo entrevistados e as pessoas perguntam: você tem ministros na base do governo? Você é da base ou da oposição?”, disse Caiado, que acusou Lula de “roubar os aposentados” e “entregar o país ao narcotráfico”. “O partido tem que ter lado. Tem que ter posição clara”, defendeu.

Caiado se lançou pré-candidato à Presidência, mas não encontra apoio entre os principais líderes das duas siglas. Ele defendeu, no evento, que cada partido lance seu candidato para disputar contra Lula e que a união da direita ocorra apenas no segundo turno. Unificar as candidaturas, disse, só ajudará o petista.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), rebateu a estratégia ao discursar. “Temos grandes nomes, mas talvez não seja a hora de sermos a cabeça”, disse. “Não seremos também os braços, condenados a estar num extremo ou de outro. A União Progressista nasceu para ser a espinha dorsal”.

A fala de Caiado a favor de um rompimento foi aplaudida por quase todos os políticos no palco, com exceção dos ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte) e do vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro (PP), que quer ser candidato com apoio de Lula. Eles não foram convidados a discursar.

Os ministros das Comunicações, Frederico Siqueira Filho, e do Desenvolvimento e Integração Nacional, Waldez Góes, não participaram do ato. Eles não são filiados ao União Brasil, mas são indicados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com apoio da bancada de senadores do partido.

Outro que cobrou a saída dos filiados do governo foi o secretário-executivo do União Brasil, ACM Neto, que é pré-candidato ao governo da Bahia numa chapa contra o PT. A aliança entre os dois partidos, afirmou, “nos impõe assumir uma posição”. “Se queremos que nosso lado seja o lado do povo brasileiro, temos que ter a consciência que o nosso lado é o lado contra o PT, o lado contra o governo que aí está”, declarou.

Apesar da defesa do desembarque, Ciro Nogueira e o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, evitaram o tema no palco e seguiram apenas com as crítica a Lula.

Após o evento, em entrevista à imprensa, ambos disseram que a proibição para que filiados continuem no governo petista ocorrerá “o mais rápido possível”, mas sem definirem uma data, e defenderam dialogar com os ministros para convencê-los a saírem por conta própria, sem precisar de uma expulsão.

Favorito da cúpula da federação para assumir a candidatura presidencial, Tarcísio de Freitas afirmou que a aliança entre PP e União Brasil é um “passo muito esperado” do amadurecimento do sistema político brasileiro.

“Tenho certeza que o Brasil aguardava muito esse passo, aguardava com esperança. Esperança de contar com mais uma força para discutir temas relevantes, [como] a reforma política, o envelhecimento da população, o financiamento do Sistema Único de Saúde, o processo de escalada da crise fiscal”, disse.

Já Ciro Gomes citou números sobre a economia do país e afirmou que conversas com suas bases sobre uma filiação a um dos partidos da federação. O objetivo seria disputar o governo do Ceará contra o grupo do PT e do seu irmão, o senador Cid Gomes (PSB).

“Façam desse gesto, dessa iniciativa, um ato de gravitação universal. Ou seja, chame tudo o que o brasileiro pode oferecer, da centro-esquerda à centro-direita, para nós tirarmos o Brasil deste desastre”, afirmou o ex-presidenciável.

Alcolumbre, que é da ala governista do União Brasil, fez a primeira fala do evento e saiu, mas pregou uma conciliação contra os extremos e afirmou que a federação não nasce como governo ou oposição. “Não aguentamos mais a divisão da sociedade”, declarou. “Temos muitos problemas, e a gente tem que compreender que a política foi feita para resolver os problemas e não para criar problemas”.

O evento teve até aplausos a Bolsonaro, que está em prisão domiciliar e não participou. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), pediu aplausos ao ex-presidente e foi atendido. “Santa Catarina é um estado que vai bem porque o PT nunca governou o estado de Santa Catarina”, disse.

O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, foi o único dirigente de outro partido no evento, mas evitou o palco e não quis dar entrevista à imprensa. Nenhum representante do PT participou do ato.

PESO NO CENÁRIO POLÍTICO

A federação terá que durar quatro anos e passar por duas eleições (2026, nacional, e 2028, municipal), com os dois partidos atuando juntos em todos os estados e municípios.

Por outro lado, os votos para a Câmara dos Deputados e assembleias legislativas serão somados, o que aumenta as chances de que façam bancadas maiores no Legislativo.

Além disso, a federação terá a maior parcela dos fundos partidário e eleitoral e o maior tempo de propaganda eleitoral na TV e rádio, o que a tornou um dos principais atores das eleições estaduais.

Nesta terça, o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, deixou o PSDB e se filiou ao PP. Ele será o terceiro governador da sigla, que já comanda os governos de Roraima e do Acre. Já o União Brasil chefia o Executivo de Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.

A filiação da senadora Margareth Buzetti (MT), programada para quinta-feira (21), também dará à agremiação a maior bancada no Senado. Serão 15 senadores da federação, contra 14 do PL e 13 do PSD (sigla a qual Margareth era filiada).

Na Câmara, o grupo será de longe a maior bancada, com 109 deputados federais, bem à frente do PL (88) e da federação PT/PV/PCdoB (80).

Raphael Di Cunto/Ranier Bragon/Folhapress

Motta envia pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro para Conselho de Ética

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou para o Conselho de Ética da casa legislativa, nesta sexta-feira, 15, pedidos de cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Os quatro pedidos foram feitos por partidos governistas. Entre os autores das representações estão deputados do PT e do PSOL.

Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, é acusado de quebrar o decoro parlamentar ao agir naquele país na defesa de punições a autoridades brasileiras para beneficiar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu em processo por tentativa de golpe de Estado.

Em entrevista à BBC News Brasil concedida em Washington (EUA) nesta quarta-feira, 13, Eduardo Bolsonaro afirmou estar disposto a “ir às últimas consequências” para retirar do poder o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Eduardo referiu-se ao ministro como “psicopata”, “mafioso” e “bandido”.

O filho “03” do ex-presidente classificou o Brasil como uma “ditadura” e alegou perseguição política a si, ao pai e a apoiadores. Ele acusou Moraes de usar o cargo para influenciar decisões do Congresso Nacional e disse que a mulher do ministro deveria ser alvo de sanções por suposto enriquecimento ilícito.

Levy Teles, Estadão Conteúdo

Mudança no foro privilegiado esfria e partido fala em acionar STF

A articulação para proteger deputados iniciada após o motim que colocou em xeque a autoridade de Hugo Motta (Republicanos-PB) esfriou nos últimos dias na Câmara, em meio ao aumento da resistência de partidos de esquerda e centro e a discussões com maior apelo popular, como a de adultização.

O recuo passou a se manifestar em discursos públicos diante das críticas à pauta corporativista. Presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força (SP) afirma que o projeto seria “totalmente inconstitucional”. “Acho que é um absurdo tirar poderes do Supremo Tribunal Federal. Então eu vou entrar no Supremo justamente por isso. O foro privilegiado é uma conquista que a gente não pode retroceder.”

Ao longo da semana, houve a sinalização de outros partidos de que o tema não estaria entre suas prioridades, como o PSD, de Gilberto Kassab, além das legendas de esquerda.

Líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) afirma que o tema não tem apoio dos petistas. “Num momento como esse que estamos vivendo no país, nossa prioridade é o projeto do senador Alessandro Vieira [contra a adultização] e a isenção do Imposto de Renda”, complementa.

O foro seria discutido em uma PEC (proposta de emenda à Constituição), que exige 308 votos em dois turnos. Com a divisão no próprio centrão, atingir o quórum ficou mais arriscado, o que fez parte dos parlamentares migrarem para a defesa do reforço das prerrogativas do cargo.

Outro ponto que foi ponderado internamente é que insistir no foro abriria uma nova frente de embate do Congresso com o STF (Supremo Tribunal Federal).

Danielle Brant/Folhapress

Câmara aprova emendas parlamentares sem debate e sem revelar padrinhos, mesmo após cobrança do STF

A Câmara dos Deputados ignorou as pressões do STF (Supremo Tribunal Federal) por mais transparência e aprovou nesta quarta (13) a indicação de como serão gastas as emendas parlamentares de comissão ao Orçamento sem qualquer debate, informação de para onde vai o dinheiro ou publicidade sobre quem são os padrinhos políticos das verbas.

Nem os próprios deputados que as aprovaram tiveram acesso às indicações previamente ou ao valor deliberado, o que causou protestos. As votações ocorreram em segundos, e eles foram avisados de que não teriam nenhuma possibilidade de discutir e alterar nas comissões a indicação de quais obras, serviços ou cidades serão beneficiados com o dinheiro, que soma R$ 10,5 bilhões.

“Estamos fazendo papel do que aqui, de besta? É isso que estou me sentindo, um besta”, reclamou o deputado Paulo Guedes (PT-MG) após a recusa ao pedido para receber informações.

O formato contraria as decisões do ministro Flávio Dino, do STF, que determinou que as emendas de comissão fossem de fato debatidas e votadas pelas comissões, com transparência sobre os padrinhos de cada verba e sobre a forma como o dinheiro público será gasto. Ele chegou a bloquear todas as emendas ao Orçamento por falta de transparência, o que causou uma crise com o Congresso no ano passado.

O Legislativo aprovou em abril a indicação de R$ 10,5 bilhões pelas comissões da Câmara e do Senado no Orçamento. O pagamento depende do governo Lula (PT) e não é obrigatório, o que faz com que essas verbas sejam usadas para negociações políticas.

Como revelou a Folha, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocou os presidentes de algumas comissões na terça-feira (12) e determinou que acelerem a indicação das emendas parlamentares alocadas nesses colegiados, mesmo sem as planilhas completas enviadas pelos partidos.

A convocação faz parte de uma ofensiva de Motta para tentar recuperar o controle da Câmara, após o motim que o impediu de presidir as sessões por quase 30 horas com o objetivo de pressioná-lo a aprovar a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar.

Como essas verbas não são de pagamento obrigatório, os deputados e senadores próximos dos presidentes ou dos líderes partidários acabam beneficiados por mais recursos, enquanto aqueles que enfrentam as decisões ou não votam alinhados aos partidos recebem menos (ou nenhum) dinheiro para suas bases eleitorais. O modelo acaba por criar uma base de sustentação para a cúpula do Congresso.

A falta de transparência foi alvo de protestos dos próprios parlamentares nesta quarta, durante a votação nas comissões.

Paulo Guedes (PT-MG) reclamou que a Comissão de Integração Nacional da Câmara aprovou as indicações rapidamente, sem qualquer debate, e que os parlamentares tinham sido avisados de que a sessão seria apenas para uma homenagem.

“Eu sei que passa pelas bancadas [partidárias], mas se a palavra final é nossa, os membros dessa comissão não podem ficar de fora do rateio. Estou fazendo o que então aqui?”, questionou. Ele destacou que o sigilo imperava nos anos anteriores, mas que “feito um trato que este ano seria diferente”.

O deputado José Rocha (União Brasil-BA) se juntou a ele e perguntou quais os valores aprovados. Ouviu da presidente da comissão, a deputada Yandra Moura (União Brasil-SE), que não havia informação ainda —mesmo após a aprovação—, mas que ela seria divulgada posteriormente no site.

No ano passado, Rocha buscou o STF diante da insistência do ex-presidente Arthur Lira (PP-AL) e dos líderes partidários para burlar as comissões e indicar as verbas diretamente, o que causou inclusive um inquérito da Polícia Federal sobre o tema.

Yandra Moura minimizou as reclamações e afirmou que todos os parlamentares podem apresentar sugestões por meio do sistema interno da Câmara. “A tabela vai estar disponível para todos vocês”, respondeu.

Segundo o deputado Daniel Agrobom (PL-GO), as críticas ocorreram porque nem todas as indicações serão acolhidas, e só a presidente da comissão tinha informação sobre a lista votada.

Na Comissão de Saúde, apenas a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) levantou questionamentos. Disse que foi surpreendida com a inclusão das emendas na pauta e pediu que o colegiado discuta critérios técnicos para fazer a distribuição da verba para prefeituras, estados e hospitais.

O presidente da comissão, deputado Zé Vitor (PL-MG), respondeu que o colegiado não terá o poder para alterar a lista recebida dos líderes dos partidos. “Aqui, neste momento, só temos duas possibilidades: dizer sim ou dizer não. Não há espaço aqui na comissão para emendar, para trocar nome, para mudar valor, para mudar beneficiário”, afirmou.

De acordo com Zé Vitor, qualquer deputado poderá fazer sugestões para as comissões sobre como o dinheiro deve ser gasto, mas apenas aquelas validadas pelos líderes dos partidos serão enviadas para o Executivo.

Na Comissão de Integração Nacional, o presidente, Yuri do Paredão (MDB-CE), disse que tinha recebido a lista, mas se recusou a informá-la à reportagem. A votação ocorreu em segundos, sem qualquer protesto.

Mesmo após aprovadas, ele voltou a se recusar a entregar uma cópia do que foi votado e disse que estará disponível depois no site.

Para conseguir a votação expressa pelas comissões, Motta determinou que os presidentes fizessem as votações mesmo sem as planilhas completas, e outras sessões ocorrerão depois para complementá-las.

Ele já tinha determinado em julho que os líderes partidários e deputados fizessem a indicação de como pretendem gastar o dinheiro, mas houve atrasos nessas sugestões. A Folha antecipou que cada deputado da base aliada receberia uma fatia de pelo menos R$ 11 milhões extras do Orçamento. O montante pode variar de acordo com a fidelidade ao governo, ao líder do partido e ao próprio Motta.

As emendas de comissão substituíram as emendas de relator, declaradas inconstitucionais pelo STF em 2022 por falta de transparência. Esse mecanismo era criticado por manter sob sigilo o real responsável por decidir como o dinheiro seria gasto, e se tornou alvo de diversos inquéritos sobre desvios nos recursos.

As emendas de relator eram utilizadas pelo antecessor de Motta, Arthur Lira, para construir maiorias no plenário. O Senado também recebe fatia do montante, cuja distribuição é liderada pelo presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Raphael Di Cunto e Carolina Linhares, Folhapress

Lançamento de Zema terá líderes do Novo e advogados que polemizaram com Moraes

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo
O lançamento da pré-campanha presidencial do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), no próximo sábado (16), em São Paulo, terá a presença de lideranças atuais do partido e de apostas da legenda para a eleição de 2026.

Além do próprio Zema, estão previstos discursos dos parlamentares federais do partido, de deputados estaduais, do prefeito de Joinville (SC), Adriano Silva, do vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, e do ex-procurador Deltan Dallagnol.

Recém-filiados ao Novo, dois advogados de réus na suposta trama golpista no STF, que tiveram embates com o ministro Alexandre de Moraes, também participarão: Sebastião Coelho e Jeffrey Chiquini.

Coelho deve disputar o Senado do Distrito Federal, enquanto Chiquini ainda não decidiu se vai ser candidato.

Fábio Zanini/Folhapress

Angelo Coronel reafirma desejo de disputar a reeleição e destaca relação pessoal com ACM Neto

O senador Ângelo Coronel (PSD) refirmou nesta segunda-feira (11) sua disposição para disputar a reeleição ao Senado em 2026 e enfatizou que não aceitará outro cargo em lugar dessa vaga. Em entrevista à Rádio Sociedade, ele defendeu manter sua candidatura firme e independente.

Coronel ressaltou que a candidatura ao Senado não precisa estar necessariamente vinculada à chapa majoritária. “Caso não me incluam, não vou insistir onde não for desejado. Posso ser candidato independente pelo PSD”, afirmou.

Questionado se poderia compor com uma eventual chapa do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União), Coronel não descartou a possibilidade. “Já fizemos campanhas juntos em duas oportunidades. Ele é meu amigo particular de frequentar a minha casa, detonar uísque”, disse o pessedista.

Política Livre

Lula acelera pacote social e mira classe média e periferia para tentar recuperar apoio até a eleição brasil

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca aproveitar ao máximo a leve melhora em seus índices de popularidade após apostar em um discurso de justiça tributária nas redes. A gestão petista decidiu acelerar o lançamento de programas sociais, ao mesmo tempo em que Lula intensificou agendas junto à população e recorreu à retórica da soberania nacional como resposta ao tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra o Brasil.

Entre as iniciativas estão o programa Gás para Todos, que prevê a distribuição de botijões de gás para famílias de baixa renda; o Luz do Povo, que isenta essas famílias do pagamento da conta de luz ou oferece descontos; e o Agora tem Especialistas, voltado à redução da fila de espera no Sistema Único de Saúde (SUS). A previsão é que o primeiro programa seja implementado este mês, por meio de uma Medida Provisória. Os outros dois já tiveram suas MPs publicadas.

O governo ainda planeja lançar uma nova linha de crédito para pequenas reformas em residências, que tem o nome provisório de Melhorias. Também está no cardápio de ações um programa de financiamento para a compra de motos e carros para trabalhadores de aplicativos.

Além do pacote voltado à população de baixa renda, o governo pretende beneficiar a classe média com o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês. Outra aposta nessa direção foi o lançamento de uma nova faixa do Minha Casa Minha Vida, voltada para famílias com renda de até R$ 12 mil mensais.

Além disso, a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública é considerada outra medida com impacto sobre a classe média urbana. No início deste mês, o PT realizou seu encontro nacional, no qual essas e outras propostas prioritárias foram discutidas com a bancada petista no Congresso.

Um integrante do primeiro escalão do governo ouvido pela reportagem afirmou que o lema no Palácio do Planalto é aproveitar o momento de alguma melhora na popularidade para apresentar entregas concretas à população.

Segundo esse interlocutor, o governo Lula entrou em uma nova fase após a crise envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), conseguindo uma rara imposição em relação à direita nas redes sociais ao emplacar o discurso de justiça tributária, centrado na ideia de “ricos versus pobres”.

Esse mesmo ministro avalia ainda que a sobretaxa de 50% anunciada por Trump sobre produtos brasileiros exportados aos EUA acabou fortalecendo o governo Lula.

Segundo a última pesquisa Genial/Quaest, publicada uma semana após o anúncio do tarifaço, a reprovação ao governo petista recuou de 57% para 53%, enquanto a aprovação variou de 40% para 43%. Outros levantamentos mostraram dados semelhantes, à exceção do Datafolha, que registrou estabilidade, com 40% de reprovação e 29% de aprovação da gestão petista.

Lula intensifica agendas com a população

Após uma intensa agenda internacional entre maio e junho, Lula passou a dar prioridade a compromissos com participação popular. Em julho, participou de nove eventos públicos – contra quatro registrados em junho –, o que fez do mês o período com maior presença direta do presidente entre a população em 2025 até agora.

Desde o fim de junho, o petista realizou duas agendas em São Paulo: uma visita à Favela do Moinho, na região central da capital, e outra à comunidade do Jardim Rochdale, em Osasco, na Grande São Paulo. Em ambas, entrou nas casas de moradores, conversou com famílias e produziu conteúdo para suas redes sociais. Aproveitou ainda os encontros para reforçar discursos em defesa da justiça tributária e da soberania nacional.

“Quem ganha R$ 1 milhão por ano vai pagar um pouquinho para a gente fazer com que as pessoas que ganham menos não paguem. Como se chama isso, aumento de imposto? Não, se chama justiça tributária. É isso que estamos fazendo, e por isso tem algumas pessoas chiando”, declarou Lula, em agenda em São João da Barra (RJ).

Após o anúncio do tarifaço, o governo incorporou a bandeira do Brasil e as cores verde e amarela em sua comunicação oficial – símbolos tradicionalmente associados ao bolsonarismo – numa tentativa de confrontar a narrativa nacionalista sustentada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem Lula tem chamado de “traidor da pátria”.

Essas ações vêm na esteira de discursos em defesa da justiça social, intensificados após uma série de derrotas no Congresso. Sob a liderança do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, o governo deixou em segundo plano o slogan “União e Reconstrução” e busca se afastar da identidade associada ao Centrão.

Segundo um dirigente petista, a estratégia para o segundo semestre é ampliar a presença pública de Lula, com foco em lançamentos de programas sociais e participações em entrevistas. Embora o governo negue que as ações tenham viés eleitoreiro, os programas anunciados, se bem-sucedidos, tendem a melhorar o desempenho da gestão, fortalecendo o PT para o ano eleitoral.

Para o cientista político e professor da FGV Marco Teixeira, as recentes ações de Lula reforçam a marca de um governo de esquerda e resgatam elementos das gestões anteriores do petista. “Talvez seja isso o que hoje diferencia a esquerda da direita. E esse movimento ocorre em um bom momento para o governo, pois ajuda a demarcar ainda mais sua posição”, afirma.

Segundo Teixeira, Lula encontrou um novo mote após a disputa sobre o IOF no Congresso e conseguiu reduzir o nível de atrito nas duas Casas legislativas após o tarifaço anunciado por Trump.

“Não foi por mérito do governo, mas por ação do próprio Eduardo Bolsonaro e de Trump, que acabaram, de certa forma, forçando o Congresso a se afastar da chamada oposição, especialmente da ala mais barulhenta. O governo vive, assim, uma espécie de tempestade perfeita, só que favorável a ele.”

A cientista política e professora da FGV Lara Mesquita avalia que o novo discurso do presidente impõe um custo político elevado ao Congresso. “Se o Legislativo derrubar esses programas, reforça-se a imagem de um Executivo que defende os pobres contra um Congresso alinhado aos interesses dos ricos. Mas me parece pouco provável que os parlamentares optem por esse caminho, dado o ônus em termos de imagem pública.”

Zeca Ferreira e Adriana Victorino/Estadão Conteúdo

Lula desiste de tentar apoio de evangélicos após aumento de rejeição e preocupa aliados


Aliados que conversaram nos últimos dias com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disseram que ele desistiu de vez de conquistar o apoio dos evangélicos. A postura do petista preocupa o Palácio do Planalto porque tem aumentado a rejeição ao governo nesse segmento da população, mais identificado com o bolsonarismo. E a tendência é que o voto religioso tenha peso considerável nas eleições de 2026.

Neste terceiro mandato, Lula é descrito com frequência como um líder que cansou de fazer política. Aos 79 anos, o presidente já não tem a mesma disposição que tinha quando governou o País de 2003 a 2010. A única ponte que o Executivo tem hoje com os evangélicos é o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, mas a avaliação é de que ele, sozinho, não conseguirá reverter a visão negativa sobre Lula.

A avaliação negativa dos evangélicos sobre o presidente cresceu de 50% para 55% entre junho e julho, de acordo com a mais recente pesquisa DataFolha. Esse resultado reforça a percepção de Lula de que é inviável uma aproximação entre Planalto e essas denominações religiosas.

Aliados que acompanham com lupa o governo notaram que o petista parou recentemente de fazer menções religiosas em seus discursos. Esse artifício havia se tornado comum em participações do presidente em eventos pelo País. “Lula cansou”, resumiu um interlocutor.

Lula pode até se dar ao luxo de abrir mão dos evangélicos, mas o PT continuará na cruzada para garantir aproximação com esse público. Como antecipou a Coluna do Estadão, a Fundação Perseu Abramo – centro de formação política do partido – promoveu em maio o curso “Fé e Democracia para Evangélicos e Evangélicas”.

Em abril, como mostrou a Coluna, o senador Carlos Viana(Podemos-MG) chegou a se oferecer para organizar um encontro entre Lula e congregações da Igreja Batista. O presidente, contudo, revelou o medo de ser vaiado.

Iander Porcella/Estadão Conteúdo

Prisão domiciliar de Bolsonaro inflama volta dos trabalhos no Congresso

A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada na segunda-feira (4) pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, inflamou a oposição para a volta dos trabalhos do Congresso após o recesso, nesta terça-feira (5).

No domingo (3), durante atos por anistia a réus da trama golpista, Bolsonaro apareceu em vídeos exibidos por apoiadores. Ele, que é um dos réus nesse processo, estava proibido de usar redes sociais, mesmo que por intermédio de outras pessoas.

A volta dos trabalhos do Legislativo é importante para a oposição porque fornece palcos para discursos e outras formas de protesto. Na metade de julho, quando Bolsonaro foi alvo da primeira restrição de liberdade, seus apoiadores no Congresso tentaram suspender o recesso, mas não tiveram sucesso.

Aliados de Bolsonaro prometem aumentar a pressão por um processo de impeachment contra Moraes. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), descarta a hipótese. A Casa é a responsável por aprovar ou rejeitar ministros do STF, e por eventual processo de impeachment contra eles.

“A luta agora é pelas cinco assinaturas que faltam para o pedido de impeachment [de Moraes] protocolado no final do ano passado. Nunca estivemos tão próximos”, declarou o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ).

“Não aceitaremos mais esse Estado de exceção. Conclamamos todos os senadores da República a honrarem seus mandatos. Basta de arbítrio. Fora, Alexandre de Moraes. Impeachment já!”, escreveu o líder da oposição na Casa, senador Rogério Marinho (PL-RN).

Bolsonaristas devem vocalizar seus protestos durante a sessão do plenário do Senado, marcada para as 14h. Será a primeira sessão deliberativa após o encerramento do recesso do Legislativo, que vai da segunda quinzena de julho até o começo de agosto.

Alguns dos deputados mais importantes da oposição deram pistas de qual será o tom dos bolsonaristas da Câmara na retomada dos trabalhos.

“Agora o trancam dentro da própria casa, como um criminoso. Sem crime. Sem julgamento. Sem defesa. Isso não é justiça, é vingança política! Hoje, a história registrou: acabou a democracia no Brasil. Não há mais instituições, há tiranos com toga”, escreveu o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), nas redes sociais.

Para o líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), a prisão domiciliar “é um ato político, não jurídico”. “A democracia está em risco. O Brasil vive um estado de exceção”, publicou.

A sessão do plenário da Câmara está marcada para às 13h55. Também será a primeira sessão deliberativa após o recesso. Na Casa, a principal pauta do bolsonarismo é a anistia aos processados pela trama golpista que está em julgamento pelo Supremo.

A bancada bolsonarista pressiona pela aprovação do que chamam de “anistia ampla, geral e irrestrita”, ou seja, perdão não apenas aos presos do 8 de janeiro, mas também a Bolsonaro.

A anistia, porém, não foi encampada pelo centrão e perdeu força na Câmara. Agora, após os atos realizados por bolsonaristas nas ruas no domingo e a prisão domiciliar de Bolsonaro, a expectativa de seus aliados é que o tema seja levado para a votação.

Segundo integrantes do PL, há uma sensibilização da classe política com a situação de Bolsonaro e uma avaliação de que há abuso por parte de Moraes.

Caio Spechoto e Carolina Linhares/Folhapress

Oposição no Senado pressiona Alcolumbre a defender Marcos do Val após tornozeleira

Líderes de partidos de oposição no Senado pressionam o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), a defender o senador Marcos do Val (Podemos-ES), que teve a liberdade restrita por decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes segunda-feira (4).

Do Val viajou aos Estados Unidos contrariando decisão expedida pelo magistrado. Moraes havia determinado a apreensão do passaporte do senador, mas ele viajou com o documento diplomático, que continuava em sua posse.

Nesta segunda, ao desembarcar em Brasília, do Val foi recebido pela Polícia Federal. O senador terá de usar tornozeleira eletrônica e ficar recolhido em casa das 19h às 6h e nos finais de semana. Ele também perdeu o passaporte diplomático.

De acordo com a manifestação da oposição, a medida de Moraes compromete o exercício do mandato de Marcos do Val, o que afetaria “a autoridade do Senado como instituição democrática”. O comunicado defende que eventuais excessos de congressistas sejam analisados pelo Conselho de Ética da Casa.

“O senador sequer foi denunciado pela PGR [Procuradoria-Geral da República] e é alvo de investigação sigilosa, aparentemente motivada por críticas e opiniões —direitos resguardados pela imunidade parlamentar prevista na Constituição”, afirma o texto.

A nota é assinada pelos senadores Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição; Tereza Cristina (PP-MS) líder do PP; Plínio Valério (PSDB-AM), líder do PSDB; Carlos Portinho (PL-RJ), líder do PL; Mecias de Jesus (Republicanos-RR), líder do Republicanos; e Eduardo Girão (Novo-CE), líder do Novo.

O líder do partido de Marcos do Val, Carlos Viana (Podemos-MG), não consta dos signatários da nota. Rogério Marinho disse que não o procurou para assinar o documento.

Viana disse à Folha que o Podemos se posicionará, em nota, contra a decisão que afetou o senador. Segundo ele, uma análise mais profunda será feita na terça-feira (5).

“Sob o pretexto de defender a democracia, decisões como essa contribuem para corroê-la. É dever do Senado reagir com firmeza para preservar sua legitimidade”, escreveram os líderes da oposição. O grupo afirma que procurará Alcolumbre “solicitando posicionamento institucional acerca dos reiterados abusos de autoridade cometidos pelo ministro [Moraes]”, afirma a nota divulgada à imprensa pelos líderes de oposição.

O pano de fundo do protesto dos integrantes da oposição é a crítica a Alexandre de Moraes. Ele é responsável pelos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), principal líder da direita. Aliados de Bolsonaro no Senado querem aumentar a pressão sobre o ministro e, no limite, obter apoio suficiente para cassar o cargo de ministro do STF.

Mais cedo, Alcolumbre ordenou à Advocacia-Geral do Senado que acompanhasse o caso e desse assistência jurídica a Marcos do Val. O ofício que informava a decisão contra o senador chegou à Casa por volta das 11h. Os advogados o Senado estão analisando a situação. Alcolumbre não deve se manifestar enquanto a avaliação não estiver completa.

Além das restrições à liberdade de Marcos do Val, Moraes também determinou o bloqueio do salário do senador, de seus bens, contas bancárias, chaves Pix e cartões de crédito. Também foi congelada a verba de gabinete do senador, de acordo com a decisão de Moraes.

Na decisão que ordenou o uso da tornozeleira eletrônica, Moraes afirmou que a conduta do senador “demonstra uma absoluta afronta à determinação do Poder Judiciário” e que o congressista “burlou as medidas cautelares impostas”.

Marcos do Val é investigado por ter feito campanha nas redes sociais contra os policiais federais que atuavam na investigação da trama golpista. Foi por conta dessa investigação que houve decisão para apreensão do passaporte dele em agosto de 2024, quando passou a ser investigado e teve as redes sociais bloqueadas.

A defesa do congressista divulgou nota em que “repudia a narrativa de que teria havido descumprimento de medida cautelar” e argumenta que em nenhum momento ele esteve proibido de se ausentar do país. Ela argumenta que Do Val comunicou às autoridades sobre sua viagem e não representava risco de fuga.

Caio Spechoto, Folhapress

Datafolha: 71% veem Lula candidato à reeleição; Alckmin cresce como plano B

A candidatura de Lula à reeleição em 2026 é vista como certa por 71% dos eleitores, embora 54% deles digam que o petista faria melhor se desistisse da empreitada. Como plano B, o vice Geraldo Alckmin (PSB) avançou e ameaça o posto de preferido do ministro Fernando Haddad (PT).

Os achados da mais recente pesquisa do Datafolha ajudam a desenhar um pouco as linhas entre realidade e desejo na cabeça do eleitorado. Desde que a aprovação do governo entrou em plena vazante no começo do ano, Lula assumiu crescentemente o figurino de candidato que sempre foi.

Disse recentemente que, se tiver saúde, disputará sua oitava eleição ao Planalto. A comunicação do governo passou a ser mais popularesca e, se não houve melhorias expressivas na avaliação do trabalho do presidente, a população ficou mais certa de suas intenções.

Em abril, 62% diziam que Lula seria candidato, número que pulou para 66% no mês passado e 71%, agora. Todos os saltos são no limite ou acima da margem de erro de dois pontos para mais ou menos do levantamento.

Ao mesmo tempo, aqueles que não veem Lula buscando a reeleição deslizaram no período, de 34% para 28% e, agora, 23%. Isso não significa apoio à empreitada, ao contrário: 54% acham que o presidente devia pendurar as chuteiras, ante 57% na rodada de junho, enquanto 44% apoiam a ideia, oscilando dos 41% de junho.

Lula não dá sinais de desistir, ao contrário. Se o fizesse, uma novidade surgiu em relação ao levantamento passado: o crescimento do nome de seu vice como nome apontado pelo eleitorado como aquele que deveria ser apoiado pelo petista.

Ele subiu de 18% para 26% de citações do início de junho para os dias 29 e 30 de julho, datas da atual pesquisa. Encosta assim em Haddad, titular da Fazenda, que caiu de 37% para 29%.

Alckmin teve protagonismo recente na disputa do Brasil com Donald Trump, que aplicou um tarifaço às importações brasileiras aos Estados Unidos e o associou a uma punição pelo que chama de perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu aliado ideológico.

O vice, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, já vinha negociando com os americanos desde o começo da gestão Trump. Conseguiu falar com autoridades americanas e não evitou o tarifaço, que veio desidratado para setores em que as taxas prejudicariam mais as empresas do país de Trump.

Seja como for, Alckmin teve a dita boa mídia no episódio. Como Lula não logrou melhorar sua avaliação apesar do percebido sucesso político na crise até aqui, talvez o chamado presente de Trump tenha sido aninhado na mesa do vice —seja no anexo do Planalto ou no ministério que ele frequenta.

Já Haddad lida com crises com o Congresso e com a situação fiscal complexa, e ainda teve no seu colo a crise acerca do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Mais abaixo ficam a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB, 13%), e os titulares de pastas no Planalto Rui Costa (PT, 5%) e Gleisi Hoffmann (PT, 3%).

Do outro lado da trincheira da polarização está o grupo de Bolsonaro, inelegível até 2030 por decisão da Justiça Eleitoral e provavelmente futuro condenado pela trama golpista. Segundo o Datafolha, 30% dos eleitores dizem que ele deve manter a candidatura, o que pode fazer mesmo sabendo da inevitável impugnação depois dos registros formais, em agosto do ano que vem.

Já 67% afirmam que ele deveria largar o osso já e passar o trabalho para alguém de seu grupo político. Aí, os nomes mais fortes a serem apoiados citados são o da sua mulher, Michelle (PL), e o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 23% e 21%, respectivamente.

Abaixo vêm empatados os filhos Eduardo (PL-SP, 11%) e Flávio (PL-RJ, 9%), com o governador paranaense, Ratinho Jr. (PSD) entre eles com 10%. Num pelotão final estão outros dois chefes estaduais, Ronaldo Caiado (União Brasil-GO, 6%) e Romeu Zema (Novo-MG, 5%).

Foram ouvidas nesse levantamento 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, em 130 municípios brasileiros.

Igor Gielow, Folhapress

Hugo Motta declara a perda de mandato de sete deputados depois de retotalização de votos

A Mesa da Câmara dos Deputados, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou a perda de mandato de sete deputados federais com base em uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que alterou a distribuição de cadeiras entre os partidos na eleição de 2022.

A decisão publicada na quarta-feira (30) atinge os deputados Sílvia Waiãpi (PL-AP), Gilvan Máximo (Republicanos-DF), Augusto Puppio (MDB-AP), Lebrão (União Brasil-RO), Lázaro Botelho (PP-TO), Professora Goreth (PDT-AP) e Sonize Barbosa (PL-AP).

Em ações movidas pelos partidos Podemos, PSB e Rede, o STF entendeu que mesmo as legendas que não tivessem atingido a cláusula de barreira poderiam participar da distribuição das vagas remanescentes, as chamadas sobras, na distribuição de cadeiras da Câmara.

Do mesmo partido que Motta, Gilvan Máximo afirma que “o Parlamento se apequenou e o presidente se acovardou”. “Um dia triste no Brasil, não porque estão tomando o mandato que eu conquistei nas urnas, mas porque, agindo assim, a Justiça está dizendo que pode mudar as regras do jogo no meio do segundo tempo”, publicou em suas redes.

Com isso, foram chamados a tomar posse na Câmara o ex-governador do DF Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), além de André Abdon (PP-AP), Paulo Lemos (PSOL-AP), Rafael Bento Pereira (Podemos-RO), Tiago Dimas (Podemos-TO), Aline Gurgel (Republicanos-AP) e Professora Marcivania (PC do B-AP).

Carolina Linhares/Folhapress

Fora da vice em 2026, Geraldo Jr. deve, sob risco, concorrer a deputado estadual, por Raul Monteiro*

Tem poucas chances de prosperar a ideia do governador Jerônimo Rodrigues (PT) de manter Geraldo Jr. (MDB) como vice na chapa com que vai concorrer à reeleição, em 2026. Primeiro, porque não há quem morra de amores pelo cidadão em seu próprio partido para bancar sua indicação à posição. Depois, mais importante do que as preferências do governador e mesmo do partido em que ele se abriga, é sua condição eleitoral: ele simplesmente não tem votos, carecendo de uma estrutura mínima de apoio popular que possa justificar sua permanência numa chapa que deve enfrentar uma concorrência dura na sucessão do ano que vem.

Por este motivo, o mais provável é que Jerônimo esteja alimentando internamente a possibilidade de marchar com Geraldo Jr. apenas como uma tática para tranquilizar o companheiro de chapa de 2022 e evitar que ele encha suas tabelas com algum tipo de chateação para permanecer ao seu lado. Pesquisas para consumo interno do governo são o principal contra-estímulo para qualquer ideia pela manutenção do vice. Quando aparece, Geraldo Jr. se destaca com um recall para lá de negativo que não incentiva qualquer projeção ou argumento de que possa desempenhar algum papel relevante na próxima sucessão.

Trata-se de uma consequência natural da campanha vexatória que fez para a Prefeitura de Salvador nas eleições municipais passadas, nas quais ficou num ultrajante terceiro lugar, abaixo do candidato do PSOL, Kleber Rosa, que correu sozinho em raia, sem o apoio do governo do Estado nem dos recursos destinados pelo grupo governista à candidatura emedebista. O insucesso foi tão gritante que o senador Jaques Wagner (PT), responsável direto pela escolha do candidato do MDB à Prefeitura, não perdeu recentemente a oportunidade de registrá-la como seu único erro político dos últimos 25 anos.

Num cenário assim, deve restar ao vice-governador contentar-se com uma aposentadoria precoce ou, no máximo, tentar substituir o filho imberbe no mandato de deputado estadual – a eleição do rapaz fez parte do pacto para sua indicação à vice nas eleições estaduais passadas -, tarefa, por sua vez, difícil de consumar pelo alto nível de competição em que a disputa às vagas da Assembleia Legislativa ocorrerá e dada a ausência dos apoios econômicos e políticos com que contou no passado, notadamente o do presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), que tem agora a chance de eleger o próprio filho à Câmara dos Deputados.

Também por esta razão, o plano do vice de concorrer a deputado federal, que ele começou a divulgar a título meramente de estratégia para não desaparecer do cenário político antes da hora, não vingaria, dada a dificuldade para novos entrantes num Congresso onde os atuais representantes dispõem de fundos infinitos para concorrer. Nesta eleição, portanto, a vice de Jerônimo vai ser definida em alto estilo com crianças fora da sala, levando em conta milimetricamente o valor agregado dos pretendentes, algo que, por causa das pontes que dinamitou depois de chegar à posição atual, Geraldo Jr. simplesmente não tem.

*Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro*

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