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Zé Cocá cita exemplo do PV em Jequié e defende autonomia do PP nas eleições de 2026 mesmo diante de federação com o União Brasil
O prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), defendeu que o PP tenha autonomia para decidir seus rumos eleitorais em 2026 na Bahia, mesmo após a oficialização da federação nacional firmada com o União Brasil, que será comandada na Bahia pelo grupo liderado por ACM Neto. Em conversa com o Política Livre, ele lembrou que o partido no Estado sempre teve histórico de independência e não deveria abrir mão dessa tradição.
“Creio que o melhor caminho seria o PP da Bahia ser liberado pela Executiva nacional para ter autonomia. Acho que vai acabar acontecendo isso em alguns casos. Veja que em 2024, na eleição em Jequié, o PV apoiou a minha reeleição, mesmo contrariando a posição da federação que o partido forma com o PT e o PCdoB. Questões regionais e locais precisam ser respeitadas”, pontuou o prefeito.
Em 2024, a federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, apoiou oficialmente a candidatura de Alexandre da Saúde (PSD) a prefeito de Jequié. Os “verdes”, no entanto, abriram dissidência e ficaram ao lado de Cocá, mesmo que extraoficialmente. O movimento contou com o aval do presidente do PV baiano, Ivanilson Gomes, que é aliado do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
No plano estadual, a bancada do PP na Assembleia Legislativa e boa parte dos prefeitos da sigla estão hoje na base de Jerônimo. Cocá, que apoiou ACM Neto no pleito de 2022 para o Palácio de Ondina, hoje está mais próximo do governador. Além disso, o presidente da legenda na Bahia, deputado federal Mário Negromonte Júnior, se posicionou contra a federação e também prega a autonomia em 2026.
Zé Cocá voltou a dizer que deve se posicionar sobre quem irá apoiar em 2026 para governador até o final deste ano. Ele garantiu que não está conversando ainda com Jerônimo ou com ACM Neto sobre as próximas eleições. “Meu diálogo com o governo tem sido institucional, buscando atrair investimentos para Jequié e toda a nossa região. Claro que se as coisas avançarem, isso deve se refletir em um apoio eleitoral”, declarou.
O prefeito de Jequié afirmou, ainda, que não pensa em deixar o PP. “Estou confortável sobre isso porque não sou, a princípio, candidato a nada em 2026. Claro, se houver algum convite para compor uma majoritária, vamos analisar todo o cenário”, concluiu.
Política Livre
Federação União Progressista expõe contrastes entre Bahia e Paraná
Ao contrário do que aconteceu na Bahia, o diretório do PP no Paraná conseguiu barrar, ao menos até aqui, que o União Brasil ocupe o comando da federação formada pelos dois partidos. Lá, o senador Sérgio Moro (União) articulava para assumir o liderança do “casamento”, mas precisou “puxar o freio de mão”. Por aqui, o deputado federal Mário Negromonte Júnior, que preside o PP baiano, foi derrotado na tentativa de impedir que a federação fosse capitaneada por um aliado do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União): o deputado federal Arthur Maia (União).
A exemplo de ACM Neto, Sérgio Moto também é pré-candidato a governador. Além disso, o PP não tem senador no Paraná. Por conta desses dois “pesos”, o ex-juiz da Lava Jato mirava a presidência estadual da federação. Mas a Executiva do PP paranaense conseguiu adiar a escolha do comandante do União Progressista, demonstrando influência junto ao senador Ciro Nogueira (PI), que preside o ninho pepista nacionalmente.
Na Bahia, Mário Júnior chegou a escrever uma carta a Ciro Nogueira pedindo que a presidência estadual da federação ficasse com o PP, alegando que, se não fosse assim, o partido poderia deixar de ter representação tanto na Assembleia Legislativa quanto no Congresso Nacional.
O senador, no entanto, não deu ouvidos, até porque ACM Neto é vice-presidente nacional do União Brasil e um dos articuladores do “casamento”. Além disso, o União Brasil tem mais deputados federais pela Bahia do que o PP – e nenhuma das legendas possui cadeira no Senado representando o estado.
Até aqui, entre os três representantes do PP na Câmara, o único que segue criticando a federação é Mário Júnior, que tenta emplacar a esposa, a procuradora Camila Vasques, como conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE) na vaga do Ministério Público de Contas. O deputado João Leão sempre foi a favor da união, até por ser aliado de ACM Neto. Mesma posição teve o deputado federal Cláudio Cajado, embora tenha boas relações com o governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Na semana passada, em conversas com jornalistas, o governador sinalizou que ainda tem esperanças de ter o PP ao lado, cenário considerado politicamente inviável neste momento. A tendência é que os pepistas insatisfeitos deixem a sigla, o que pode acontecer com Mário Júnior e o que certamente ocorrerá com a bancada da legenda na Assembleia, hoje na base do Executivo estadual.
Na semana passada, inclusive, parte da bancada estadual do PP – os deputados Niltinho, Hassan Iossef e Antônio Henrique Júnior – trataram de uma possível filiação ao PSB em reunião ocorrida em Brasília com a deputada federal Lídice da Mata, que preside a sigla na Bahia.
Gleisi convoca ministros de centro e direita para discutir freio à anistia no Congresso
A ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) se reúne com ministros do governo Lula (PT) que integram partidos de centro-direita nesta segunda-feira (8) para discutir estratégias que possam frear o andamento no Congresso Nacional do projeto que dá anistia aos condenados pelos ataques golpistas do 8 de janeiro.
As negociações em torno da proposta avançaram na última semana em resposta ao início do julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu na trama golpista, e envolveram partidos do centrão e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Tarcísio é apontado por políticos desse grupo como o candidato preferencial para enfrentar Lula, e há uma pressão sobre Bolsonaro para que ele faça do governador o seu sucessor político. A ideia, de acordo com aliados do ex-presidente, é conseguir avançar com uma proposta de anistia após sua eventual condenação e, assim, tirá-lo da prisão, mas mantendo sua inelegibilidade.
O encontro ocorre na manhã desta segunda, no Palácio do Planalto, e deve reunir ministros que foram indicados à Esplanada por partidos de centro e que têm atuação mais próxima às bancadas partidárias no Congresso. Segundo um deles afirmou à reportagem, a ideia é que o encontro sirva para que seja alinhada uma atuação coletiva dos ministros nesse tema e em outras questões de governo no Legislativo.
Um auxiliar de Lula diz ainda que o encontro deverá servir para ser um espaço de coordenação dessa atuação dos ministros, assim como um momento para que eles tragam o sentimento das bancadas. No Planalto, a orientação é de oposição à anistia, e é isso que Gleisi deverá reforçar aos demais ministros, cobrando atuação deles junto aos deputados e senadores de suas respectivas siglas.
São esperados ministros do MDB, PSD, União Brasil, PP e Republicanos.
Além do PL, partidos do centrão passaram a pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para levar o tema ao plenário. O próprio parlamentar, que antes resistia à essa ideia, afirmou publicamente que estava avaliando o tema —o que foi interpretado por políticos como uma sinalização de que ele prepara o terreno para essa votação.
Na semana passada, o União Brasil e o PP anunciaram o desembarque do governo federal, e integrantes das cúpulas das duas siglas passaram a defender uma anistia mais ampla que abarcasse até o ex-presidente. Juntos, os dois partidos têm quatro ministérios, além do comando da Codevasf e da Caixa Econômica Federal, entre outros cargos.
Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou que defende um texto que apenas reduza penas de condenados pelo 8 de janeiro, sem inclusão do andar de cima. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), por sua vez, elaborou uma nova versão que libera Bolsonaro para concorrer na eleição de 2026 e perdoa crimes desde o inquérito das fake news, em 2019.
Integrantes do Palácio do Planalto passaram a criticar as negociações e afirmaram que o governo federal vai atuar para evitar que a proposta avance na Câmara. Como a Folha mostrou, o próprio Lula afirmou em conversas que a aprovação desse projeto significaria uma rendição ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que lançou uma ofensiva e impôs sanções econômicas ao Brasil em resposta ao julgamento no Supremo.
Em entrevista na semana passada, Gleisi afirmou que o governo sequer cogita que a proposta seja votada. “Ainda tem o decreto de regime de urgência que tem que ser analisado pela Casa e depois ele ser pautado. Espero que a urgência seja derrotada e nós vamos trabalhar para isso.”
Um político a par das conversas diz que a missão número 1 do governo é evitar que o tema seja levado ao plenário e, para isso, trabalharão para diminuir a pressão sob Motta. Aliados de Lula dizem que ao priorizar a anistia em detrimento de outros temas que têm apelo popular, o presidente da Câmara estaria empoderando o mesmo grupo que obstruiu sessões da Casa numa rebelião em agosto. Eles afirmam ainda que a votação de temas populares poderiam ser importante para a imagem da Câmara e do próprio Motta.
A expectativa é que o encontro também trate de outros temas de interesse do governo no Legislativo, entre eles a proposta que dá isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5.000, considerada principal pauta do Planalto, e a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Segurança Pública.
De acordo com um integrante do governo, o anúncio do desembarque de União e PP do governo também deverá ser tratado na reunião. O tom por auxiliares de Lula e parlamentares governistas é o que foi expressado por Gleisi na semana passada. A ministra disse, em reação à decisão dos partidos, que ninguém é obrigado a ficar, mas, quem permanecer na gestão petista “deve ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas principais que este governo defende”.
Mariana Brasil e Victoria Azevedo/Folhapress
Deputados de União-PP negociam ida a partidos de centro por entraves locais
Deputados da recém-oficializada federação União Progressista já articulam a migração para partidos de centro para resolver entraves locais que prejudicariam a formação de chapas para as eleições em 2026, em movimento que tem ganhado força no Paraná e deve ser seguido em Pernambuco e Paraíba.
No Paraná, o presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), Pedro Lupion, negocia a saída do PP para o Republicanos. Pelo menos outros dois nomes do PP, Tião Medeiros e Toninho Wandscheer, estariam avaliando uma movimentação parecida no estado.
Lá, o problema principal apontado é a intenção do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) de concorrer ao governo paranaense. O ex-juiz federal vai assumir o comando do União Brasil no Paraná.
O atual ocupante do Palácio Iguaçu, Ratinho Jr. (PSD), tem indicado apoio ao secretário Guto Silva (Cidades), mas outros correligionários citados são o ex-prefeito de Curitiba Rafael Greca e o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Alexandre Curi (PSD).
Moro lidera as pesquisas de intenção de voto no Paraná. No entanto, integrantes da federação, sob reserva, afirmam que o nome do senador terá dificuldade em ser confirmado pela cúpula do União Progressista para disputar o governo do estado. Isso porque há resistência ao ex-juiz federal, em especial no PP, e, em última instância, o candidato precisaria de aval da Direção Nacional, conforme o estatuto.
O movimento de saída também é ensaiado em Pernambuco. No estado, a federação é comandada pelo deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), que quer disputar o Senado. Internamente, há divergências com outro nome importante no estado, o deputado federal Mendonça Filho (União Brasil), que pode deixar a legenda por causa disso.
Na Paraíba, outra incompatibilidade de rumos entre União e PP deve levar a baixas na federação. O senador Efraim Filho (União-PB) já se lançou candidato ao governo em um evento que contou com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. No entanto, a senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), irmã do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), tinha indicado que abriria mão de tentar uma reeleição no Senado para trabalhar pela candidatura do filho Lucas Ribeiro (PP), vice-governador da Paraíba, ao governo do estado.
Além do Republicanos, outros partidos que têm sido procurados pelos parlamentares em busca de uma chapa competitiva em seus estados são PSD e MDB.
Apesar da possível debandada, lideranças da federação afirmam que, ainda que as saídas se concretizem, o saldo líquido será positivo, com a entrada de deputados na janela partidária, em março e abril de 2026.
Danielle Brant e Fábio Zanini/Folhapress
Líder do PL propõe anistia para Bolsonaro concorrer em 2026 e perdão desde inquérito das fake news
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), fez uma nova versão do projeto de lei que concede anistia aos condenados de 8 de janeiro que libera Jair Bolsonaro (PL) para concorrer na eleição de 2026 e perdoa crimes desde o inquérito das fake news, em 2019.
A versão ainda não foi protocolada, mas a Folha obteve acesso ao texto. Ele é o mais abrangente desde que começou a discussão na Casa, porque retrocede até o início do governo Bolsonaro. O ex-presidente está detido em prisão domiciliar, inelegível e em meio a um julgamento que pode condená-lo a mais de 40 anos de detenção.
O inquérito das fake news, criado em março de 2019, deu início a todos os outros em andamento na Corte que têm o ex-presidente e seus aliados como alvo. Eles são relatados pelo ministro Alexandre de Moraes.
Em paralelo, há outra versão do texto que circula entre bolsonaristas. A proposta é muito similar à do líder do PL e leva a assinatura do deputado Rodrigo Valadares (União-SE), relator da anistia na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Valadares nega a interlocutores ser o autor.
O parecer foi atualizado na semana passada e também é mais abrangente do que o apresentado no ano passado, quando a ideia era anistiar todos os atos relacionados à eleição de 2022.
Ambas as propostas de anistia valem desde 14 de março de 2019 e preveem perdão também a crimes eleitorais, além de livrarem os anistiados de inelegibilidade.
O texto desenhado por Sóstenes, porém, menciona especificamente o 8 de Janeiro e os acampamentos de bolsonaristas, além de citar o STF (Supremo Tribunal Federal) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O líder do PL especifica anistia para alvos de inquéritos instaurados pelo Supremo com base no artigo 43 do regimento interno da corte, que é o dispositivo que embasa o inquérito das fake news. Ele também perdoa aqueles investigados com base em informações e relatórios produzidos pelo setor de combate à desinformação do TSE.
Uma anistia ampla, geral e irrestrita aos golpistas de 8 de Janeiro é prioridade de Bolsonaro desde que foi apresentada, mas ganhou fôlego na última semana com a adesão do centrão à proposta e, sobretudo, com o embarque do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) —principal nome à sucessão de Bolsonaro no próximo ano.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), admitiu nesta semana a possibilidade de votar a proposta, algo considerado remoto nos meses anteriores.
Bolsonaro foi declarado inelegível pelo TSE por ter realizado uma reunião em 2022 atacando o sistema eletrônico de urnas para embaixadores, no Palácio do Planalto. A anistia em discussão, até aqui, tratava apenas de situações correlatas aos ataques golpistas de 8 de janeiro.
Carolina Linhares, Marianna Holanda e Raphael Di Cunto, Folhapress
Após fala de Lula, União Brasil antecipa decisão de deixar governo
O União Brasil decidiu antecipar a decisão sobre saída do governo Lula e marcou para terça-feira (2) reunião de sua Executiva Nacional que deve aprovar a entrega de cargos na gestão federal.
Um dos motivos que levaram o partido a acelerar o processo foi a cobrança em tom duro feita pelo presidente em reunião ministerial nesta terça-feira (26) aos ministros Celso Sabino (Turismo), do União, e André Fufuca (Esporte), do PP, para que apoiassem seu governo. Lula também disse que não gostava do presidente do União Brasil, Antonio Rueda.
“Diante das declarações de ontem do presidente Lula, consideramos que ficou mais urgente resolver essa situação de forma definitiva. Não dá mais para esperar”, diz o vice-presidente do União, ACM Neto.
O cronograma inicial da federação entre União e PP, anunciada na semana passada, era tomar uma decisão no final do ano, após o arranjo ser aprovado pelo TSE. Mas os fatos se impuseram, dizem líderes das duas agremiações.
A tendência é aprovar a saída imediata do governo, o que obrigará Sabino e outros indicados em postos menores a deixarem seus cargos, sob risco de serem punidos.
A diretriz não se aplica aos ministros Waldez Goes (Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações), que são indicados do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), mas não são filiados à legenda.
O União também optou por tomar sua decisão independentemente do PP, parceiro na federação. Um membro da direção nacional negou informação publicada pelo Painel que os ministros do partido só deixariam seus cargos se o PP entregasse o comando da Caixa Econômica Federal, que foi indicação do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (AL).
Fábio Zanini/Folhapress
CPMI do INSS: Damares pede depoimento de Lula, ex-presidentes e ministros
Senadora quer ampliar alcance da investigação sobre fraudes bilionárias no INSS, que já apura prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) apresentou nesta semana um requerimento para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ex-presidentes Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) prestem depoimento à CPMI do INSS.
No mesmo pedido, Damares incluiu ex-gestores da autarquia, o atual ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT-PE), o ex-ministro Carlos Lupi (PDT) e representantes de entidades investigadas. Entre eles está José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão de Lula e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Idosos.
No mesmo pedido, Damares incluiu ex-gestores da autarquia, o atual ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT-PE), o ex-ministro Carlos Lupi (PDT) e representantes de entidades investigadas. Entre eles está José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão de Lula e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Idosos.
A comissão foi instaurada no Congresso na quarta-feira (20) e tem como objetivo apurar fraudes e descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas. De acordo com dados levantados pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), o prejuízo estimado chega a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
A expectativa é que os parlamentares definam nos próximos encontros a lista de convocados para os primeiros depoimentos.
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Derrotas do governo abrem caça às bruxas e lançam dúvidas sobre liderança de Motta e Alcolumbre
As derrotas aplicadas pelo Congresso ao governo Lula (PT) na última semana levaram a uma caça às bruxas na equipe de articulação política do Palácio do Planalto e lançaram dúvidas sobre a liderança dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
O domínio da oposição sobre a CPI do INSS e a aprovação do voto impresso em uma comissão do Senado, na quarta-feira (20), reforçaram um histórico de reveses de Lula, com o apoio de sua própria base. Foram resultados amargos o suficiente para desgastar os negociadores do governo no Congresso.
Desta vez, porém, houve um ingrediente adicional: o tropeço foi dividido com Motta e Alcolumbre, que vinham atuando em parceria com o governo e prometiam a ele a criação de um ambiente controlado na CPI.
A aprovação da volta do voto impresso e, em especial, a reviravolta que deu à oposição o controle da CPI resultaram no questionamento da liderança de Alcolumbre e Motta e em uma caça às bruxas na base governista, que passou a buscar culpados entre traidores, omissos e relapsos.
Os episódios foram motivados, segundo congressistas, por dois elementos considerados antigos. O primeiro seria o atraso no cronograma da liberação de verbas para as bilionárias emendas parlamentares. O segundo, a suposta reação frouxa de Motta e Alcolumbre ao que parlamentares consideram como ofensiva do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre prerrogativas legislativas e sobre as emendas, tanto no campo da regulamentação como no da investigação.
Assim como em episódios anteriores, as derrotas do governo foram puxadas por integrantes de partidos de centro e de direita que comandam ministérios na gestão Lula.
Na quarta-feira, a articulação foi liderada por União Brasil e PP, que, a despeito de possuírem quatro pastas na Esplanada, fizeram mais um ato de montagem de sua federação em tom claramente oposicionista.
A reviravolta na CPI foi articulada, entre outros, pelos presidentes do União Brasil, Antonio Rueda, e do PP, senador Ciro Nogueira (PI).
Após o revés, Lula se reuniu com Motta no Palácio da Alvorada, e a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), responsável pela articulação política, e convocou líderes aliados para uma reunião de última hora.
Governistas foram a público admitir a falha. “Apesar do resultado que a oposição conseguiu, por erros na mobilização de nossa base, vamos continuar trabalhando, corrigindo os erros, para que a CPI não seja instrumentalizada para atender a interesses políticos”, disse a ministra ao jornal Folha de S.Paulo.
O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, assumiu a culpa. Ele disse que a articulação palaciana estava de “salto alto” e sofreu um “apagão”.
“Houve alguma subestimação. A base do governo foi surpreendida porque tinha que ter mobilizado mais. Isso é um fato. Teve problema”, disse o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ).
Lula e o Congresso haviam encerrado o semestre legislativo em conflito e com uma lista de pendências. O acerto de contas, porém, havia sido adiado com o motim bolsonarista que ocupou os plenários da Câmara e Senado em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente.
No retorno do Congresso, Motta já havia sofrido duas derrotas claras, que abalaram a confiança em sua capacidade de manter controle sobre os demais colegas: a dificuldade em retomar a cadeira de presidente durante o protesto bolsonarista e a falta de apoio para punir amotinados.
Para a CPI, Motta havia escolhido o correligionário Ricardo Ayres (Republicanos-TO) como relator, mas ele acabou trocado por Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) após a vitória da oposição.
Aliados, entretanto, minimizam o desgaste do presidente da Câmara. Na avaliação dessas pessoas, o erro partiu da articulação do governo Lula e, portanto, não caberia uma reação de Motta.
À noite, ao ser questionado se a reviravolta representava uma derrota para ele, Motta respondeu que não, porque não é o líder do governo. “Acho que foi uma falha mesmo da articulação política do governo com os partidos”, respondeu.
Um líder do centrão, entretanto, diz que o episódio mostra mais uma vez que Motta tem sua autoridade questionada entre os parlamentares e não está com o comando do plenário da Casa. Nas palavras desse aliado do parlamentar, Motta perdeu credibilidade entre os colegas e também com o governo federal.
Um parlamentar governista, por sua vez, reconhece falhas na articulação do Executivo nesse episódio, mas diz que é preciso usar o momento para se unir mais a Motta e fortalecê-lo internamente, tentando isolar o bolsonarismo.
Já Alcolumbre, que comanda pela segunda vez o Senado, tinha obtido melhor sorte no caso do motim bolsonarista, quando recuperou a cadeira do plenário sem as agruras públicas que o colega da Câmara enfrentou, mas nesta quarta também teve um raro momento de fragilidade.
Parlamentares afirmam que o governo se distanciou das articulações em torno da CPI, confiando que ninguém desafiaria a autoridade de Alcolumbre. O presidente do Senado afirmou que Omar Aziz (PSD-AM) seria indicado para o cargo em junho. Depois disso, o próprio Aziz passou a discutir a relatoria com o presidente da Câmara e falar como presidente, mesmo antes de eleito.
O presidente do Senado é visto hoje pelos bolsonaristas como um dos principais obstáculos para aprovação de uma anistia a Jair Bolsonaro e aos golpistas do 8 de Janeiro. Alcolumbre não só se colocou contra o projeto de lei, mas também articulou um texto alternativo, que não beneficiaria o ex-presidente.
Questionado sobre o episódio, Alcolumbre se limitou a dizer: “Minha autoridade [desrespeitada]? Eu não sou eleitor da CPI”.
Após a ocupação do plenário, o presidente do Senado também afirmou taxativamente que não pretende colocar em votação um impeachment contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, outra bandeira dos aliados do ex-presidente.
Carolina Linhares/Ranier Bragon/Catia Seabra/Raphael Di Cunto/Caio Spechoto/Thaísa Oliveira/Victoria Azevedo/Folhapress
Deputado Van Hattem apresenta defesa e diz não ser ilegal sentar em cadeira da Mesa Diretora
Protagonista de um dos principais momentos do motim bolsonarista na Câmara ao não ceder imediatamente o lugar a Hugo Motta, o deputado federal Marcel van Hattem argumenta em defesa prévia que a acusação contra si não reproduz “corretamente os fatos” e diz que não é ilegal se sentar na Mesa Diretora.
Van Hattem é alvo de representação apresentada no Conselho de Ética pelos líderes do PT, Lindbergh Farias (RJ), PSOL, Talíria Petrone (RJ), e PSB, Pedro Campos (PE). Eles solicitam a suspensão do parlamentar por seis meses por sua participação na manifestação contra a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A defesa prévia foi encaminhada à Corregedoria da Câmara. O principal argumento do deputado para pedir que a representação seja rejeitada é que ela não descreve corretamente os fatos e que “busca penalizá-lo por algo absolutamente legítimo e legal que é tomar assento na cadeira destinada ao deputado e aos demais 511 parlamentares”.
Van Hattem afirma que “não chegou a sequer se sentar na cadeira do presidente da Câmara dos Deputados, tendo, na realidade, ocupado a cadeira que qualquer deputado federal pode utilizar para se assentar”.
“Como se percebe do vídeo, o deputado federal ora representado não fez qualquer movimento impeditivo do acesso e do exercício imediato das funções do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, uma vez que se encontrava sentado em poltrona destinada a deputado federal”, diz.
Nas imagens, é possível ver Motta se aproximando da Mesa Diretora, mas desistindo ao vê-la ocupada e dando meia volta. Apenas num segundo momento, empurrado por aliados, ele assume seu lugar, com a saída de Van Hattem e outros deputados que ali estavam.
O parlamentar do Novo diz que não fez “nada de ilegal”, pois estava “simplesmente em exercício do mandato parlamentar que lhe garante se sentar em poltrona destinada a deputado”.
Ele defende o protesto de bolsonaristas sob o conceito de direito de reunião e afirma que a ocupação da Mesa Diretora foi um exercício regular da obstrução.
Além disso, diz que não existia base jurídica anterior para enquadrar a obstrução física como atividade potencialmente ilícita, quando extrapolar os limites do exercício regular das prerrogativas regimentais —um projeto de resolução nesse sentido foi apresentado no último dia 19.
Nesta quinta (21), o Novo entrou com representação no Conselho de Ética da Câmara contra Lindbergh por quebra de decoro parlamentar ao apresentar notícia-crime junto à PGR (Procuradoria-Geral da República) contra parlamentares de oposição que exerceram legítima e regularmente seu direito de obstrução física sem violência.
Mário Negromonte Jr. diz que está “fora” da federação entre PP e União Brasil; na Bahia, comando fica com grupo de ACM Neto
Presidente do PP na Bahia, o deputado federal Mário Negromonte Júnior disse na noite desta terça-feira (19), em conversa com este Política Livre, que está fora da federação formada entre o partido e o União Brasil. Na Bahia, o “casamento”, com duração mínima de quatro anos, será comandado por aliados do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União).
A federação, batizada de União Progressista, realizou a primeira convenção na tarde de hoje, em Brasília. Mário Júnior se ausentou. Antes, os dois partidos realizaram, pela manhã, convenções em separado, nas quais aprovaram a aliança. Na ocasião, o PP também confirmou a manutenção do senador Ciro Nogueira (PI) como presidente nacional da sigla – neste caso, o comandante da legenda na Bahia esteve presente e se posicionou a favor.
“Não fui na convenção e nem farei parte da federação. Não estarei nesta composição. Todos sabem que fui contra desde o início. Agora, vou ouvir minhas bases e tomar uma decisão (sobre o futuro). Vou seguir trabalhando para fortalecer o PP, que é o meu partido. Mas estou fora da direção dessa federação”, declarou Mário Júnior ao site.
Questionado o motivo de ter apoiado a recondução de Ciro Nogueira, que foi o maior defensor da federação dentro do PP, Mário Júnior disse que respeita o trabalho do senador, que, no entanto, “defende umas coisas e eu defendo outras”.
O deputado baiano também defendeu que o PP mantenha os cargos que possui no governo Lula – Mário Júnior apoia o presidente Lula (PT) desde o pleito de 2022. “Essa posição é a mesma, inclusive, do ministro (do Esporte) André Fufuca (deputado federal licenciado pepista). Queremos autonomia”.
Na Bahia, Mário Júnior evitou cravar o apoio à reeleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT), mas pregou que o PP tenha independência para definir os rumos da legenda em 2026 no Estado. “Sempre tivermos essa autonomia e independência na Bahia. Esperamos que isso continue. Sabemos que uma parcela do partido, a exemplo dos deputados estaduais e a maioria dos prefeitos, deseja caminhar com o governo”, lembrou o parlamentar, que articula para emplacar a esposa, a procuradora Camila Vasquez, como conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Indagado se pode sair do PP se não tiver a independência desejada, Mário Júnior ressaltou que “nada está descartado”, mas ponderou que nunca foi filiado a outro partido. “Ouvirei minhas bases, os correligionários, os amigos, a família, o meu pai (o ex-conselheiro do TCM e ex-deputado Mário Negromonte) para tomar uma decisão conjuntamente sobre o futuro”, concluiu.
Segundo informações vindas de Brasília, a federação na Bahia deve ser comandada pelo atual presidente do União Brasil no Estado, o deputado federal Paulo Azi. Entretanto, o deputado federal Arthur Maia (União) também pleiteia o posto.
Leia também: PP e União selam aliança com palmas a Bolsonaro, fala de Tarcísio e pressão por saída do governo
Política Livre
PP e União selam aliança com palmas a Bolsonaro, fala de Tarcísio e pressão por saída do governo
O evento contou com dez governadores, entre eles Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, que é o favorito entre os dirigentes da federação para substituir Bolsonaro nas urnas. O ex-ministro Ciro Gomes, hoje no PDT, disse que estuda uma filiação e pediu união da “centro-esquerda e centro-direita”.
O discurso mais longo e mais aplaudido, no entanto, foi do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União). Ele afirmou que um partido com essa musculatura “não pode ficar acanhado”, precisa apresentar um projeto para o país e retirar seus filiados do governo.
“Não podemos mais ficar sendo entrevistados e as pessoas perguntam: você tem ministros na base do governo? Você é da base ou da oposição?”, disse Caiado, que acusou Lula de “roubar os aposentados” e “entregar o país ao narcotráfico”. “O partido tem que ter lado. Tem que ter posição clara”, defendeu.
Caiado se lançou pré-candidato à Presidência, mas não encontra apoio entre os principais líderes das duas siglas. Ele defendeu, no evento, que cada partido lance seu candidato para disputar contra Lula e que a união da direita ocorra apenas no segundo turno. Unificar as candidaturas, disse, só ajudará o petista.
O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), rebateu a estratégia ao discursar. “Temos grandes nomes, mas talvez não seja a hora de sermos a cabeça”, disse. “Não seremos também os braços, condenados a estar num extremo ou de outro. A União Progressista nasceu para ser a espinha dorsal”.
A fala de Caiado a favor de um rompimento foi aplaudida por quase todos os políticos no palco, com exceção dos ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte) e do vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro (PP), que quer ser candidato com apoio de Lula. Eles não foram convidados a discursar.
Os ministros das Comunicações, Frederico Siqueira Filho, e do Desenvolvimento e Integração Nacional, Waldez Góes, não participaram do ato. Eles não são filiados ao União Brasil, mas são indicados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com apoio da bancada de senadores do partido.
Outro que cobrou a saída dos filiados do governo foi o secretário-executivo do União Brasil, ACM Neto, que é pré-candidato ao governo da Bahia numa chapa contra o PT. A aliança entre os dois partidos, afirmou, “nos impõe assumir uma posição”. “Se queremos que nosso lado seja o lado do povo brasileiro, temos que ter a consciência que o nosso lado é o lado contra o PT, o lado contra o governo que aí está”, declarou.
Apesar da defesa do desembarque, Ciro Nogueira e o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, evitaram o tema no palco e seguiram apenas com as crítica a Lula.
Após o evento, em entrevista à imprensa, ambos disseram que a proibição para que filiados continuem no governo petista ocorrerá “o mais rápido possível”, mas sem definirem uma data, e defenderam dialogar com os ministros para convencê-los a saírem por conta própria, sem precisar de uma expulsão.
Favorito da cúpula da federação para assumir a candidatura presidencial, Tarcísio de Freitas afirmou que a aliança entre PP e União Brasil é um “passo muito esperado” do amadurecimento do sistema político brasileiro.
“Tenho certeza que o Brasil aguardava muito esse passo, aguardava com esperança. Esperança de contar com mais uma força para discutir temas relevantes, [como] a reforma política, o envelhecimento da população, o financiamento do Sistema Único de Saúde, o processo de escalada da crise fiscal”, disse.
Já Ciro Gomes citou números sobre a economia do país e afirmou que conversas com suas bases sobre uma filiação a um dos partidos da federação. O objetivo seria disputar o governo do Ceará contra o grupo do PT e do seu irmão, o senador Cid Gomes (PSB).
“Façam desse gesto, dessa iniciativa, um ato de gravitação universal. Ou seja, chame tudo o que o brasileiro pode oferecer, da centro-esquerda à centro-direita, para nós tirarmos o Brasil deste desastre”, afirmou o ex-presidenciável.
Alcolumbre, que é da ala governista do União Brasil, fez a primeira fala do evento e saiu, mas pregou uma conciliação contra os extremos e afirmou que a federação não nasce como governo ou oposição. “Não aguentamos mais a divisão da sociedade”, declarou. “Temos muitos problemas, e a gente tem que compreender que a política foi feita para resolver os problemas e não para criar problemas”.
O evento teve até aplausos a Bolsonaro, que está em prisão domiciliar e não participou. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), pediu aplausos ao ex-presidente e foi atendido. “Santa Catarina é um estado que vai bem porque o PT nunca governou o estado de Santa Catarina”, disse.
O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, foi o único dirigente de outro partido no evento, mas evitou o palco e não quis dar entrevista à imprensa. Nenhum representante do PT participou do ato.
PESO NO CENÁRIO POLÍTICO
A federação terá que durar quatro anos e passar por duas eleições (2026, nacional, e 2028, municipal), com os dois partidos atuando juntos em todos os estados e municípios.
Por outro lado, os votos para a Câmara dos Deputados e assembleias legislativas serão somados, o que aumenta as chances de que façam bancadas maiores no Legislativo.
Além disso, a federação terá a maior parcela dos fundos partidário e eleitoral e o maior tempo de propaganda eleitoral na TV e rádio, o que a tornou um dos principais atores das eleições estaduais.
Nesta terça, o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, deixou o PSDB e se filiou ao PP. Ele será o terceiro governador da sigla, que já comanda os governos de Roraima e do Acre. Já o União Brasil chefia o Executivo de Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.
A filiação da senadora Margareth Buzetti (MT), programada para quinta-feira (21), também dará à agremiação a maior bancada no Senado. Serão 15 senadores da federação, contra 14 do PL e 13 do PSD (sigla a qual Margareth era filiada).
Na Câmara, o grupo será de longe a maior bancada, com 109 deputados federais, bem à frente do PL (88) e da federação PT/PV/PCdoB (80).
Raphael Di Cunto/Ranier Bragon/Folhapress
Motta envia pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro para Conselho de Ética
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou para o Conselho de Ética da casa legislativa, nesta sexta-feira, 15, pedidos de cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Os quatro pedidos foram feitos por partidos governistas. Entre os autores das representações estão deputados do PT e do PSOL.
Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, é acusado de quebrar o decoro parlamentar ao agir naquele país na defesa de punições a autoridades brasileiras para beneficiar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu em processo por tentativa de golpe de Estado.
Em entrevista à BBC News Brasil concedida em Washington (EUA) nesta quarta-feira, 13, Eduardo Bolsonaro afirmou estar disposto a “ir às últimas consequências” para retirar do poder o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Eduardo referiu-se ao ministro como “psicopata”, “mafioso” e “bandido”.
O filho “03” do ex-presidente classificou o Brasil como uma “ditadura” e alegou perseguição política a si, ao pai e a apoiadores. Ele acusou Moraes de usar o cargo para influenciar decisões do Congresso Nacional e disse que a mulher do ministro deveria ser alvo de sanções por suposto enriquecimento ilícito.
Levy Teles, Estadão Conteúdo
Mudança no foro privilegiado esfria e partido fala em acionar STF
A articulação para proteger deputados iniciada após o motim que colocou em xeque a autoridade de Hugo Motta (Republicanos-PB) esfriou nos últimos dias na Câmara, em meio ao aumento da resistência de partidos de esquerda e centro e a discussões com maior apelo popular, como a de adultização.
O recuo passou a se manifestar em discursos públicos diante das críticas à pauta corporativista. Presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força (SP) afirma que o projeto seria “totalmente inconstitucional”. “Acho que é um absurdo tirar poderes do Supremo Tribunal Federal. Então eu vou entrar no Supremo justamente por isso. O foro privilegiado é uma conquista que a gente não pode retroceder.”
Ao longo da semana, houve a sinalização de outros partidos de que o tema não estaria entre suas prioridades, como o PSD, de Gilberto Kassab, além das legendas de esquerda.
Líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) afirma que o tema não tem apoio dos petistas. “Num momento como esse que estamos vivendo no país, nossa prioridade é o projeto do senador Alessandro Vieira [contra a adultização] e a isenção do Imposto de Renda”, complementa.
O foro seria discutido em uma PEC (proposta de emenda à Constituição), que exige 308 votos em dois turnos. Com a divisão no próprio centrão, atingir o quórum ficou mais arriscado, o que fez parte dos parlamentares migrarem para a defesa do reforço das prerrogativas do cargo.
Outro ponto que foi ponderado internamente é que insistir no foro abriria uma nova frente de embate do Congresso com o STF (Supremo Tribunal Federal).
Danielle Brant/Folhapress
Câmara aprova emendas parlamentares sem debate e sem revelar padrinhos, mesmo após cobrança do STF
A Câmara dos Deputados ignorou as pressões do STF (Supremo Tribunal Federal) por mais transparência e aprovou nesta quarta (13) a indicação de como serão gastas as emendas parlamentares de comissão ao Orçamento sem qualquer debate, informação de para onde vai o dinheiro ou publicidade sobre quem são os padrinhos políticos das verbas.
Nem os próprios deputados que as aprovaram tiveram acesso às indicações previamente ou ao valor deliberado, o que causou protestos. As votações ocorreram em segundos, e eles foram avisados de que não teriam nenhuma possibilidade de discutir e alterar nas comissões a indicação de quais obras, serviços ou cidades serão beneficiados com o dinheiro, que soma R$ 10,5 bilhões.
“Estamos fazendo papel do que aqui, de besta? É isso que estou me sentindo, um besta”, reclamou o deputado Paulo Guedes (PT-MG) após a recusa ao pedido para receber informações.
O formato contraria as decisões do ministro Flávio Dino, do STF, que determinou que as emendas de comissão fossem de fato debatidas e votadas pelas comissões, com transparência sobre os padrinhos de cada verba e sobre a forma como o dinheiro público será gasto. Ele chegou a bloquear todas as emendas ao Orçamento por falta de transparência, o que causou uma crise com o Congresso no ano passado.
O Legislativo aprovou em abril a indicação de R$ 10,5 bilhões pelas comissões da Câmara e do Senado no Orçamento. O pagamento depende do governo Lula (PT) e não é obrigatório, o que faz com que essas verbas sejam usadas para negociações políticas.
Como revelou a Folha, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocou os presidentes de algumas comissões na terça-feira (12) e determinou que acelerem a indicação das emendas parlamentares alocadas nesses colegiados, mesmo sem as planilhas completas enviadas pelos partidos.
A convocação faz parte de uma ofensiva de Motta para tentar recuperar o controle da Câmara, após o motim que o impediu de presidir as sessões por quase 30 horas com o objetivo de pressioná-lo a aprovar a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar.
Como essas verbas não são de pagamento obrigatório, os deputados e senadores próximos dos presidentes ou dos líderes partidários acabam beneficiados por mais recursos, enquanto aqueles que enfrentam as decisões ou não votam alinhados aos partidos recebem menos (ou nenhum) dinheiro para suas bases eleitorais. O modelo acaba por criar uma base de sustentação para a cúpula do Congresso.
A falta de transparência foi alvo de protestos dos próprios parlamentares nesta quarta, durante a votação nas comissões.
Paulo Guedes (PT-MG) reclamou que a Comissão de Integração Nacional da Câmara aprovou as indicações rapidamente, sem qualquer debate, e que os parlamentares tinham sido avisados de que a sessão seria apenas para uma homenagem.
“Eu sei que passa pelas bancadas [partidárias], mas se a palavra final é nossa, os membros dessa comissão não podem ficar de fora do rateio. Estou fazendo o que então aqui?”, questionou. Ele destacou que o sigilo imperava nos anos anteriores, mas que “feito um trato que este ano seria diferente”.
O deputado José Rocha (União Brasil-BA) se juntou a ele e perguntou quais os valores aprovados. Ouviu da presidente da comissão, a deputada Yandra Moura (União Brasil-SE), que não havia informação ainda —mesmo após a aprovação—, mas que ela seria divulgada posteriormente no site.
No ano passado, Rocha buscou o STF diante da insistência do ex-presidente Arthur Lira (PP-AL) e dos líderes partidários para burlar as comissões e indicar as verbas diretamente, o que causou inclusive um inquérito da Polícia Federal sobre o tema.
Yandra Moura minimizou as reclamações e afirmou que todos os parlamentares podem apresentar sugestões por meio do sistema interno da Câmara. “A tabela vai estar disponível para todos vocês”, respondeu.
Segundo o deputado Daniel Agrobom (PL-GO), as críticas ocorreram porque nem todas as indicações serão acolhidas, e só a presidente da comissão tinha informação sobre a lista votada.
Na Comissão de Saúde, apenas a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) levantou questionamentos. Disse que foi surpreendida com a inclusão das emendas na pauta e pediu que o colegiado discuta critérios técnicos para fazer a distribuição da verba para prefeituras, estados e hospitais.
O presidente da comissão, deputado Zé Vitor (PL-MG), respondeu que o colegiado não terá o poder para alterar a lista recebida dos líderes dos partidos. “Aqui, neste momento, só temos duas possibilidades: dizer sim ou dizer não. Não há espaço aqui na comissão para emendar, para trocar nome, para mudar valor, para mudar beneficiário”, afirmou.
De acordo com Zé Vitor, qualquer deputado poderá fazer sugestões para as comissões sobre como o dinheiro deve ser gasto, mas apenas aquelas validadas pelos líderes dos partidos serão enviadas para o Executivo.
Na Comissão de Integração Nacional, o presidente, Yuri do Paredão (MDB-CE), disse que tinha recebido a lista, mas se recusou a informá-la à reportagem. A votação ocorreu em segundos, sem qualquer protesto.
Mesmo após aprovadas, ele voltou a se recusar a entregar uma cópia do que foi votado e disse que estará disponível depois no site.
Para conseguir a votação expressa pelas comissões, Motta determinou que os presidentes fizessem as votações mesmo sem as planilhas completas, e outras sessões ocorrerão depois para complementá-las.
Ele já tinha determinado em julho que os líderes partidários e deputados fizessem a indicação de como pretendem gastar o dinheiro, mas houve atrasos nessas sugestões. A Folha antecipou que cada deputado da base aliada receberia uma fatia de pelo menos R$ 11 milhões extras do Orçamento. O montante pode variar de acordo com a fidelidade ao governo, ao líder do partido e ao próprio Motta.
As emendas de comissão substituíram as emendas de relator, declaradas inconstitucionais pelo STF em 2022 por falta de transparência. Esse mecanismo era criticado por manter sob sigilo o real responsável por decidir como o dinheiro seria gasto, e se tornou alvo de diversos inquéritos sobre desvios nos recursos.
As emendas de relator eram utilizadas pelo antecessor de Motta, Arthur Lira, para construir maiorias no plenário. O Senado também recebe fatia do montante, cuja distribuição é liderada pelo presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Raphael Di Cunto e Carolina Linhares, Folhapress
Lançamento de Zema terá líderes do Novo e advogados que polemizaram com Moraes
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo |
Além do próprio Zema, estão previstos discursos dos parlamentares federais do partido, de deputados estaduais, do prefeito de Joinville (SC), Adriano Silva, do vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, e do ex-procurador Deltan Dallagnol.
Recém-filiados ao Novo, dois advogados de réus na suposta trama golpista no STF, que tiveram embates com o ministro Alexandre de Moraes, também participarão: Sebastião Coelho e Jeffrey Chiquini.
Coelho deve disputar o Senado do Distrito Federal, enquanto Chiquini ainda não decidiu se vai ser candidato.
Fábio Zanini/Folhapress
Angelo Coronel reafirma desejo de disputar a reeleição e destaca relação pessoal com ACM Neto
O senador Ângelo Coronel (PSD) refirmou nesta segunda-feira (11) sua disposição para disputar a reeleição ao Senado em 2026 e enfatizou que não aceitará outro cargo em lugar dessa vaga. Em entrevista à Rádio Sociedade, ele defendeu manter sua candidatura firme e independente.
Coronel ressaltou que a candidatura ao Senado não precisa estar necessariamente vinculada à chapa majoritária. “Caso não me incluam, não vou insistir onde não for desejado. Posso ser candidato independente pelo PSD”, afirmou.
Questionado se poderia compor com uma eventual chapa do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União), Coronel não descartou a possibilidade. “Já fizemos campanhas juntos em duas oportunidades. Ele é meu amigo particular de frequentar a minha casa, detonar uísque”, disse o pessedista.
Política Livre
Lula acelera pacote social e mira classe média e periferia para tentar recuperar apoio até a eleição brasil
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca aproveitar ao máximo a leve melhora em seus índices de popularidade após apostar em um discurso de justiça tributária nas redes. A gestão petista decidiu acelerar o lançamento de programas sociais, ao mesmo tempo em que Lula intensificou agendas junto à população e recorreu à retórica da soberania nacional como resposta ao tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra o Brasil.
Entre as iniciativas estão o programa Gás para Todos, que prevê a distribuição de botijões de gás para famílias de baixa renda; o Luz do Povo, que isenta essas famílias do pagamento da conta de luz ou oferece descontos; e o Agora tem Especialistas, voltado à redução da fila de espera no Sistema Único de Saúde (SUS). A previsão é que o primeiro programa seja implementado este mês, por meio de uma Medida Provisória. Os outros dois já tiveram suas MPs publicadas.
O governo ainda planeja lançar uma nova linha de crédito para pequenas reformas em residências, que tem o nome provisório de Melhorias. Também está no cardápio de ações um programa de financiamento para a compra de motos e carros para trabalhadores de aplicativos.
Além do pacote voltado à população de baixa renda, o governo pretende beneficiar a classe média com o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês. Outra aposta nessa direção foi o lançamento de uma nova faixa do Minha Casa Minha Vida, voltada para famílias com renda de até R$ 12 mil mensais.
Além disso, a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública é considerada outra medida com impacto sobre a classe média urbana. No início deste mês, o PT realizou seu encontro nacional, no qual essas e outras propostas prioritárias foram discutidas com a bancada petista no Congresso.
Um integrante do primeiro escalão do governo ouvido pela reportagem afirmou que o lema no Palácio do Planalto é aproveitar o momento de alguma melhora na popularidade para apresentar entregas concretas à população.
Segundo esse interlocutor, o governo Lula entrou em uma nova fase após a crise envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), conseguindo uma rara imposição em relação à direita nas redes sociais ao emplacar o discurso de justiça tributária, centrado na ideia de “ricos versus pobres”.
Esse mesmo ministro avalia ainda que a sobretaxa de 50% anunciada por Trump sobre produtos brasileiros exportados aos EUA acabou fortalecendo o governo Lula.
Segundo a última pesquisa Genial/Quaest, publicada uma semana após o anúncio do tarifaço, a reprovação ao governo petista recuou de 57% para 53%, enquanto a aprovação variou de 40% para 43%. Outros levantamentos mostraram dados semelhantes, à exceção do Datafolha, que registrou estabilidade, com 40% de reprovação e 29% de aprovação da gestão petista.
Lula intensifica agendas com a população
Após uma intensa agenda internacional entre maio e junho, Lula passou a dar prioridade a compromissos com participação popular. Em julho, participou de nove eventos públicos – contra quatro registrados em junho –, o que fez do mês o período com maior presença direta do presidente entre a população em 2025 até agora.
Desde o fim de junho, o petista realizou duas agendas em São Paulo: uma visita à Favela do Moinho, na região central da capital, e outra à comunidade do Jardim Rochdale, em Osasco, na Grande São Paulo. Em ambas, entrou nas casas de moradores, conversou com famílias e produziu conteúdo para suas redes sociais. Aproveitou ainda os encontros para reforçar discursos em defesa da justiça tributária e da soberania nacional.
“Quem ganha R$ 1 milhão por ano vai pagar um pouquinho para a gente fazer com que as pessoas que ganham menos não paguem. Como se chama isso, aumento de imposto? Não, se chama justiça tributária. É isso que estamos fazendo, e por isso tem algumas pessoas chiando”, declarou Lula, em agenda em São João da Barra (RJ).
Após o anúncio do tarifaço, o governo incorporou a bandeira do Brasil e as cores verde e amarela em sua comunicação oficial – símbolos tradicionalmente associados ao bolsonarismo – numa tentativa de confrontar a narrativa nacionalista sustentada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem Lula tem chamado de “traidor da pátria”.
Essas ações vêm na esteira de discursos em defesa da justiça social, intensificados após uma série de derrotas no Congresso. Sob a liderança do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, o governo deixou em segundo plano o slogan “União e Reconstrução” e busca se afastar da identidade associada ao Centrão.
Segundo um dirigente petista, a estratégia para o segundo semestre é ampliar a presença pública de Lula, com foco em lançamentos de programas sociais e participações em entrevistas. Embora o governo negue que as ações tenham viés eleitoreiro, os programas anunciados, se bem-sucedidos, tendem a melhorar o desempenho da gestão, fortalecendo o PT para o ano eleitoral.
Para o cientista político e professor da FGV Marco Teixeira, as recentes ações de Lula reforçam a marca de um governo de esquerda e resgatam elementos das gestões anteriores do petista. “Talvez seja isso o que hoje diferencia a esquerda da direita. E esse movimento ocorre em um bom momento para o governo, pois ajuda a demarcar ainda mais sua posição”, afirma.
Segundo Teixeira, Lula encontrou um novo mote após a disputa sobre o IOF no Congresso e conseguiu reduzir o nível de atrito nas duas Casas legislativas após o tarifaço anunciado por Trump.
“Não foi por mérito do governo, mas por ação do próprio Eduardo Bolsonaro e de Trump, que acabaram, de certa forma, forçando o Congresso a se afastar da chamada oposição, especialmente da ala mais barulhenta. O governo vive, assim, uma espécie de tempestade perfeita, só que favorável a ele.”
A cientista política e professora da FGV Lara Mesquita avalia que o novo discurso do presidente impõe um custo político elevado ao Congresso. “Se o Legislativo derrubar esses programas, reforça-se a imagem de um Executivo que defende os pobres contra um Congresso alinhado aos interesses dos ricos. Mas me parece pouco provável que os parlamentares optem por esse caminho, dado o ônus em termos de imagem pública.”
Zeca Ferreira e Adriana Victorino/Estadão Conteúdo
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