Pacientes que ficaram cegos após mutirão de catarata foram informados por médicos que quadro pode ser irreversível
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A salgadeira Maria de Fátima Garcia Chiari ficou cega do olho direito após passar por cirurgia de catarata no AME de Taquaritinga, SP |
Pacientes que perderam a visão após um mutirão de catarata no Ambulatório de Especialidades Médicas (AME) de Taquaritinga (SP) foram informados por médicos que a situação pode ser irreversível. Os procedimentos foram realizados em outubro de 2024, mas até agora as causas do problema não foram esclarecidas.
https://globoplay.globo.com/v/13325117/
O pintor Carlos Augusto Rinaldi, de 66 anos, conta que, após três meses de espera, parte dos pacientes foi encaminhada para um hospital em Araraquara (SP) e outra parte para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, onde especialistas confirmaram para alguns deles que não há possibilidade de recuperação.
"Já vai dar quatro meses. Então, tanto [no hospital em] Ribeirão, que tem outros casos [em acompanhamento], foi constatado que era irreversível e em Araraquara também. Inclusive, vou ter uma consulta na segunda-feira e vou ver a avaliação. Estão tentando tirar a córnea porque a retina não tem mais jeito, para ficar uma qualidade de vida melhor em um olho, tirar esse branco. Agora estamos esperando apoio", conta.
A salgadeira Maria de Fátima Garcia Chiari, que mora em Matão (SP), disse que já saiu da cirurgia com dor, recebeu analgésico, mas começou a passar mal logo quando chegou em casa. Ela retornou ao hospital com a filha, onde recebeu mais remédios para dor.
Quando retornou ao pós-operatório, já no AME, foi informada pela médica de que em 15 dias estaria curada, mas não foi o que aconteceu.
"Com o passar dos dias, eu comecei a ver uns vultos e ficou nisso. Até o dia que eu perdi a visão total. Do dia 21 de outubro [data da cirurgia] e no dia 31 de dezembro, eu comecei a perder a visão. No dia 1, ficou tudo cinza e, quando foi no dia 2 [de janeiro], estava tudo preto", afirma.
Ela foi atendida por uma retinóloga que também informou que não havia mais o que ser feito para reverter a situação. Maria de Fátima quase perdeu o globo ocular, mas foi salva por um transplante de córnea que realizou em Araraquara. "A córnea já estava derretida igual a um papel molhado", afirma.
Pacientes reclamam de falta de assistência
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O pintor Carlos Augusto Rinaldi perdeu a visão do olho esquerdo após passar por cirurgia de catarata no AME de Taquaritinga, SP |
O pintor também afirma que não ligaram para prestar assistência e as medidas tomadas, como fornecimento de colírios e a entrada na fila do transplante de córnea, só foram realizadas por insistência dos próprios pacientes.
De acordo com Maria de Fátima, os pacientes afetados ficaram sem o medicamento até dezembro e precisaram comprar colírios de alto custo por conta própria.
A mulher também afirma que ficou chocada ao descobrir que outras pessoas estavam passando pelo problema, já que estava sendo tratada como um caso isolado pelos médicos. Ela também acredita em descaso por parte das autoridades.
"Quando viram que a primeira pessoa reclamou que estava doendo, tinha que ter parado todas as cirurgias. Foram feitas 24 cirurgias e 12 pessoas foram lesadas. Agora, só não entendo o porque não pararam".
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Benedito Donizete Lavezzo perdeu parte da visão do olho direito após cirurgia de catarata no AME de Taquaritinga, SP |
O que dizem as autoridades
Em nota, a Secretaria de Saúde de Taquaritinga informou que os pacientes tiveram complicações pós-cirúrgicas oftalmológicas. Em uma visita técnica, membros das vigilâncias sanitárias estadual e municipal identificaram inadequações na Sala de Materiais para Esterilização (SME) do AME. A área está interditada. A prefeitura do município informou que todos foram colocados na fila de transplante de córnea.
A secretária executiva da Saúde do Estado de São Paulo, Priscilla Perdicaris, classificou o caso como "fato isolado gravíssimo" e disse que uma investigação apura as causas para a adoção de providências. Segundo Priscilla, toda a equipe médica envolvida no mutirão foi afastada das funções.
“O fato está sendo apurado. Tão logo nós soubemos pela OS que gerencia essa unidade, nós enviamos a nossa equipe de Vigilância Sanitária e enviamos a equipe da Controladoria de Gestão de Serviços em Saúde, que faz a coordenação dos AMEs no estado, para um levantamento detalhado de tudo o que pode ter acontecido na cirurgia.”
Ainda à espera dos laudos para avaliar as medidas necessárias e sem dar detalhes, Priscilla Perdicaris disse que a sala onde é feita a esterilização dos equipamentos passou por adequações. Todas as cirurgias feitas no AME de Taquaritinga estão suspensas.
A secretária disse que os pacientes estão recebendo medicação, atendimento médico e multidisciplinar para que possam restabelecer a qualidade de vida.
Por Fernanda Marion, Daniel Olinto, EPTV; g1 Ribeirão Preto e Franca
Pense duas vezes antes de voltar a lavar frango cru
"A recomendação de não lavar o frango, fornecida por órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde, é baseada em estudos que mostram que isso pode espalhar bactérias nocivas, como Salmonella e Campylobacter, presentes na carne crua", explica a especialista em entrevista ao jornal Metrópoles.
Adriana Loyola esclarece que os respingos de água podem projetar bactérias para a bancada, utensílios de cozinha e até contaminar outros alimentos. A carne crua pode conter micro-organismos patogênicos que, ao entrarem em contato com outros alimentos cozidos, podem provocar contaminação cruzada.
Além disso, "mesmo que a lavagem seja feita com água potável, a simples ação de esfregar e enxaguar pode não eliminar as bactérias, já que elas tendem a estar presentes em diferentes partes do frango, como nas cavidades internas", acrescenta a especialista.
A melhor forma de eliminar as bactérias presentes na carne é prepará-la em temperaturas elevadas, garantindo a segurança do consumo.
por Notícias ao Minuto BrasilFebre oropouche chegou a 22 Estados e ultrapassou 11 mil casos em 2024, diz Ministério da Saúde
Família acusa Hospital Geral de Ipiaú de negligência após gestante perder bebê
Segundo Janaína Moreira Souza, mãe da gestante, a jovem deu entrada no HGI na manhã da última terça-feira (24), por volta das 9h30, após o rompimento da bolsa. Apesar de avaliações iniciais apontarem 39 semanas de gestação e indícios de trabalho de parto, a gestante teria esperado por horas para a realização de uma ultrassonografia. Quando o exame foi realizado, por volta das 18h, o líquido amniótico já estava ausente e os batimentos cardíacos do bebê haviam diminuído significativamente.
“Foi negligência médica sim, pois quando ela chegou no hospital estava perdendo muito líquido mesmo, já estava até sangrando. A enfermeira até disse que ela estava entrando em trabalho de parto”, relatou Janaína.
Ainda segundo ela, o parto foi realizado de forma normal em Jequié, o que gerou questionamentos sobre a impossibilidade de realizá-lo no HGI. “Se ela teve a criança normal em Jequié, ela poderia ter também no HGI”, afirmou.
Posicionamento do HGI
Procurado pela reportagem do GIRO, o diretor do Hospital Geral de Ipiaú, Daniel Dias, lamentou o ocorrido e afirmou que o caso está sendo apurado internamente.
“O HGI manifesta profundo pesar pelo ocorrido com a gestante Isabelly Barbosa e se solidariza com a dor da família. Estamos conduzindo uma apuração detalhada dos fatos, incluindo a análise dos registros hospitalares e o cumprimento dos protocolos médicos estabelecidos”, declarou.
Daniel destacou que o hospital conta com equipe obstétrica e anestesiológica 24 horas por dia, mas reconheceu que o exame de ultrassom não está disponível continuamente. Ele reafirmou o compromisso do HGI com a humanização no atendimento e garantiu que o caso será analisado com transparência.
A família da gestante segue exigindo justiça e mudanças nos procedimentos para evitar que outras mães enfrentem situações semelhantes.
Fonte:
Ministério da Saúde entrega 27 novas ambulâncias do SAMU para a Bahia
Já a secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, ressaltou o impacto positivo na rede de urgência e emergência. “Estamos avançando na modernização da frota do SAMU na Bahia. Este investimento fortalece o sistema de saúde e assegura que o serviço de urgência alcance aqueles que mais precisam, no menor tempo possível. Seguiremos trabalhando para que mais municípios sejam contemplados nas próximas entregas”.
Ministério da Saúde notifica Moderna por não substituir vacinas vencidas de Covid-19
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Foto: Agência Brasil /Arquivo |
As doses, que protegem contra a cepa XBB, foram entregues com prazo de validade diferente do previsto em acordo. Isso fez com o Governo pedisse a substituição de 4,2 milhões de doses, mais de um terço do contrato de 12,5 milhões de vacinas assinado em abril.
Uma parcela de 1,2 milhão de doses foi substituída em outubro e distribuída aos estados, segundo o ministério. Outra parte, de 3 milhões, deveria ser trocada até dezembro, mas a Moderna informou que não vai conseguir cumprir o prazo.
A pasta afirma que o episódio não deve afetar o abastecimento de vacinas nos estados, já que firmou recentemente outro pregão, de 69 milhões de doses, para os próximos dois anos. Desse total, 57 milhões são do imunizante do Instituto Serum da Índia, representado pela Zalika Farmacêutica, e 11,92 milhões da Pfizer.
As entregas dos imunizantes das duas empresas serão realizadas de forma parcelada, conforme a adesão da população e as atualizações aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Procurada, a Moderna não se manifestou até a conclusão do texto.
A atriz Maria Padilha recebeu convidados para a estreia da peça “Um Jardim para Tchekhov” no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, na semana passada. O produtor cultural Luque Daltrozo, o diretor Sergio Módena e o ator Fernando Eiras marcaram presença no evento. Os atores Iohanna Carvalho, Olivia Torres, Leonardo Medeiros e Erom Cordeiro compõem o elenco do espetáculo.
Bahia participa de encontro internacional sobre saúde pública
O subsecretário da Saúde do Estado da Bahia, Paulo Barbosa, que também participa do seminário reforça a necessidade de encontros como estes. “A troca de experiências é essencial para o desenvolvimento da gestão”, afirma.
Fotos: divulgação / Conass
Serviço de Verificação de Óbito completa dois anos de atuação com foco na humanização
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35ª Jornada Baiana de Anestesiologia celebra evolução das técnicas de anestesia
Evento ocorrerá nos dias 13 a 15 de setembro no Centro de Convenções de Praia do Forte
Desde o uso pioneiro de substâncias como éter e clorofórmio no século XIX até as técnicas contemporâneas de anestesia local, regional e geral, a anestesiologia evoluiu significativamente, tornando os procedimentos cirúrgicos mais seguros e menos invasivos. Esses avanços proporcionam maior conforto e segurança aos pacientes. "A introdução de novos fármacos e tecnologias de monitoramento tem tornado a prática anestésica cada vez mais precisa, garantindo o bem-estar dos pacientes, inclusive no pós-operatório", afirma o presidente da SAEB, Dr. Fábio Maron.
O diretor científico da SAEB, Dr. Victor Sampaio, ressalta o papel vital da anestesiologia não só em cirurgias, mas também no manejo da dor pós-operatória e em áreas como a medicina intensiva e o tratamento da dor crônica. "O anestesiologista é responsável por avaliar o paciente, escolher a técnica mais adequada e monitorar suas funções vitais durante todo o procedimento, garantindo uma resposta eficiente do organismo. Nossa especialidade é fundamental para o sucesso das intervenções médicas e para assegurar conforto e segurança aos pacientes em momentos críticos", destaca Sampaio.
A busca incessante pela eliminação da dor e pelo bem-estar e segurança dos pacientes é o grande objetivo da anestesiologia. No pré-operatório, a anestesia é cuidadosamente planejada para eliminar qualquer desconforto durante o procedimento. No pós-operatório, técnicas analgésicas são implementadas para proporcionar uma recuperação mais tranquila. Essa dedicação ao controle da dor faz da anestesiologia uma área essencial da medicina, diretamente responsável pela qualidade de vida dos pacientes antes, durante e após as cirurgias.
Programação da JORBA 35 - De acordo com Dr. Fábio Maron, a JORBA é um evento tradicional e aguardado pelos anestesiologistas da Bahia, sendo uma oportunidade única de atualização científica e troca de experiências. A novidade deste ano é o Encontro Estudantil, que promete ser valioso para os futuros profissionais da área. "A jornada é um momento ímpar para o fortalecimento de conhecimento e cooperação entre os pares", pontua Maron.
Na sexta-feira (13), serão realizados dois cursos pré-jornada: Ultrassom Point of Care - WaveUS (28 vagas) e Mini LASRA (32 vagas). No mesmo dia, acontece o 1º Encontro Estudantil da JORBA, palco do Curso Básico de Manejo das Vias Aéreas, voltado para 50 acadêmicos de medicina, cujas vagas se esgotaram rapidamente nos primeiros dias de inscrição.
No sábado (14), o 2º Coopanest Day vai discutir temas como gestão, qualidade de vida, liderança e cooperativismo, voltados para além do ambiente cirúrgico. A solenidade de abertura da JORBA será às 17h, seguida pela esperada Festa JORBA 35, no Projeto Tamar, às 20h.
A tarde de domingo (15) será reservada para o lazer dos participantes, que poderão desfrutar das belezas de Praia do Forte, conforme explica Dr. Victor Sampaio: "Será um momento para relaxar e também celebrar antecipadamente o Dia do Anestesiologista, que ocorre em 16 de outubro". Interessados em conferir a programação completa e se inscrever na JORBA 35 devem acessar o site oficial da SAEB: www.saeb.org.br.
Entrevistas:
Dr. Fábio Maron - Presidente da SAEB
Dr. Victor Sampaio - Diretor Científico da SAEB
Cinthya Brandão
Assessoria de Comunicação SAEB
Mais de 93 mil idosos morreram por desnutrição no Brasil em duas décadas, aponta estudo
Apesar de ser uma causa evitável, a desnutrição proteico-calórica ainda é prevalente entre os idosos
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Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil - Arquivo |
Entre 2000 e 2021, mais de 93 mil mortes de idosos foram registrados devido à desnutrição no Brasil. Também não houve uma redução significativa nos óbitos entre pessoas com 80 anos ou mais. Essas conclusões são de um estudo realizado por pesquisadores da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e da UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri), publicado nesta segunda-feira (12).
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Saúde registra caso de anomalia congênita associada à febre do Oropouche em bebê
Apesar de ser uma causa evitável, a desnutrição proteico-calórica ainda é prevalente entre os idosos. “Esses resultados são surpreendentes, pois indicam uma negligência em relação a um estilo de vida saudável e aos cuidados com a saúde”, explica Ronilson Ferreira Freitas, pesquisador da Ufam e coautor do estudo. A mortalidade foi consistentemente maior entre homens, sugerindo diferenças significativas na forma como homens e mulheres lidam com a saúde.
Desnutrição
No Brasil, as DCNT são responsáveis por cerca de 70% dos anos de vida perdidos por incapacidade, e os idosos são especialmente vulneráveis à desnutrição, que pode comprometer funções fisiológicas, limitar atividades diárias e aumentar a susceptibilidade a infecções e ao risco de morte.
Embora as doenças crônicas relacionadas à obesidade sejam atualmente as principais causas de morte, a desnutrição continua sendo um problema grave de saúde pública, principalmente em países de renda média e baixa. Em 2012, a região Sul do Brasil teve a menor taxa de mortalidade por desnutrição entre idosos (16,37 por 100 mil habitantes), enquanto a região Nordeste apresentou a maior taxa (31,80 por 100 mil habitantes). Esses números reforçam a necessidade de estudos de longo prazo para embasar políticas públicas de saúde que promovam um envelhecimento saudável, segundo os pesquisadores.
Principais resultados
Utilizando dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do SUS, o estudo analisou a tendência temporal da mortalidade por desnutrição proteico-calórica entre idosos no Brasil de 2000 a 2021, revelando os seguintes resultados:
- Número total de mortes: 93.850 óbitos entre 2000 e 2021.
- Maior taxa de mortalidade: registrada em 2006, com 28,74 óbitos por 100.000 habitantes.
- Menor taxa de mortalidade: registrada em 2021, com 10,64 óbitos por 100.000 habitantes.
- Diferença por sexo: A mortalidade foi maior entre homens, atingindo 33,53 óbitos por 100.000 habitantes em 2006, enquanto entre as mulheres, a maior taxa foi de 25,01 óbitos por 100.000 habitantes no mesmo ano.
- Diferença por faixa etária: as taxas aumentaram com a idade, sendo mais elevadas entre aqueles com 80 anos ou mais.
- Tendência geral: houve uma queda geral na mortalidade por desnutrição proteico-calórica, com uma Taxa de Incremento Anual (TIA) de -3,454%. No entanto, para o grupo com 80 anos ou mais, a tendência permaneceu estacionária.
Estudos mostram que a desnutrição proteico-calórica é um forte preditor de outras morbidades e mortalidade, impactando negativamente a qualidade de vida dos idosos, aumentando a susceptibilidade a infecções e outras complicações de saúde. Além disso, o processo de envelhecimento agrava o risco de desnutrição, devido a fatores como redução do apetite, alterações digestivas e uso de múltiplos medicamentos.
Embora tenham ocorrido avanços na redução da desnutrição, o cenário atual exige uma atenção renovada, especialmente diante das crescentes desigualdades. No contexto da criação de uma aliança global contra a fome e a pobreza, anunciada em 24 de julho durante a reunião do G20 no Brasil, a pesquisa pode ajudar na formulação de políticas públicas voltadas para garantir uma alimentação adequada à população idosa. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem cerca de 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o que equivale a 15% da população.
Freitas ressalta a importância de que tanto a sociedade quanto o Estado se preparem para o aumento da população idosa. Ele destaca o crescente número de idosos em instituições de longa permanência, que sobrevivem muitas vezes com escassos recursos públicos e dependem de doações. “As características do envelhecimento expõem a população mais velha a um risco maior de desnutrição. É crucial que as políticas públicas existentes sejam revisadas e aprimoradas”, conclui o pesquisador.
Saúde registra anomalia congênita em bebê associada ao Oropouche
A mãe da criança, de 33 anos, havia apresentado erupções cutâneas e febre no segundo mês de gravidez. Exames laboratoriais feitos no pós-parto acusaram resultado positivo para o vírus Oropouche.
“Exames realizados nos laboratórios do Instituto Evandro Chagas, em Belém, apontaram a existência de material genético do vírus em diferentes tecidos do bebê, que nasceu com microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas. A análise também descartou outras hipóteses diagnósticas”, destacou o ministério no comunicado.
A correlação direta da contaminação vertical por febre do Oropouche com as anomalias, segundo a pasta, ainda precisa de “investigação mais aprofundada” que vem sendo acompanhada pelo governo federal e pela Secretaria de Saúde do Acre.
“Pelo ineditismo dos recentes registros de casos de transmissão vertical de Oropouche, o Ministério da Saúde promoverá seminário científico nacional sobre o tema na próxima semana. No início do mês, foi realizado um evento conjuntamente com a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco.”
Prevenção e assistência
Ainda de acordo com a pasta, uma nota técnica atualizada sobre a doença
será enviada aos estados e municípios com orientações relacionadas à
metodologia de análise laboratorial, vigilância e assistência em saúde,
incluindo condutas recomendadas para gestantes e recém-nascidos com
sintomas compatíveis com infecção pelo vírus Oropouche.
O documento vai recomendar medidas de proteção para evitar ou reduzir a exposição a picadas dos insetos, por meio de recursos de proteção individual, como o uso de roupas compridas, sapatos fechados e repelentes em partes do corpo expostas, sobretudo nas primeiras horas da manhã e ao final da tarde.
A nota também vai reforçar medidas de proteção coletiva, como limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, recolhimento de folhas e frutos que caem no solo e uso de telas de malha fina em portas e janelas.
“Em caso de sinais e sintomas compatíveis com arboviroses, como febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular, dor articular, tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos, procure atendimento em uma unidade de saúde e informe ao profissional de saúde responsável pelo acompanhamento pré-natal.”
O ministério informou que também deve publicar, nos próximos dias, um Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, incluindo dengue, Zika, chikungunya e febre do Oropouche.
A doença
A febre do Oropouche é uma doença transmitida pelo Culicoides paraensis,
conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Por conta da predileção do
mosquito por materiais orgânicos, a recomendação é que a população
mantenha quintais limpos, evitando o acúmulo de folhas e lixo orgânico
doméstico, além de usar de roupas compridas e sapatos fechados em locais
com muitos insetos.
Números
Dados do ministério indicam que, até 6 de agosto, foram registrados
7.497 casos de febre do Oropouche em 23 estados brasileiros ao longo de
2024. A maior parte dos casos foi identificada no Amazonas e em
Rondônia. Até o momento, duas mortes foram confirmadas na Bahia e um
óbito em Santa Catarina está em investigação.
Aumentam síndromes respiratórias por Covid, diz Fiocruz
O boletim ainda mostra que, em alguns estados do Nordeste, como Ceará, Pernambuco e Piauí, apesar de não haver aumento de internações entre os idosos, a maior parte dos casos de internações registrados nas últimas semanas foi causada pela Covid.
No cenário mundial, a OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou que a porcentagem de casos positivos para a Covid tem aumentado em 84 países nas últimas semanas. Segundo Tatiana Portella, pesquisadora do Programa de Computação Cientifica da Fiocruz (Procc) e do Boletim InfoGripe, “a região com maior atividade do vírus é a Europa, seguida pelas Américas”.
Em crianças pequenas, o vírus sincicial respiratório (VSR) se mantém como a principal causa de internação e óbitos, apesar de registrar queda nas últimas semanas. Outro vírus respiratório com destaque para a incidência de SRAG em crianças e adolescentes até 14 anos é o rinovírus.
O VSR é o principal agente causador de bronquiolite em bebês, uma doença respiratória comum e altamente contagiosa cujos sintomas principais são tosse e falta de ar. Em geral, os casos são leves, mas podem resultar em internações hospitalares.
No cenário nacional, segundo o boletim, a longo prazo (últimas seis semanas) e a curto prazo (últimas três semanas) a tendência é de queda das internações por Srag. Na atualização, três das 27 unidades federativas apresentam crescimento de Srag na tendência de longo prazo: Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Em 2024, foram notificados 108.657 casos de Srag, 53.065 (48,8%) eram positivos, 42.247 (38,9%) negativos e 7.348 (6,8%) aguardam resultado laboratorial. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas a prevalência entre os casos positivos foi de Influenza A (20,4%), Influenza B (1,3%), VSR (30,3%) e Sars-CoV-2 (14,3%). Em relação aos óbitos por Srag, a prevalência é: Influenza A (38%), Covid-19 (31,2%), VSR (10%) e Influenza B (1,2%).
Febre do Oropouche: entenda o que é a doença que preocupa o Brasil
Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no país, sobretudo na região amazônica, considerada endêmica. Em 2024, entretanto, a doença passou a preocupar autoridades sanitárias brasileiras. Até o início de julho, mais de 7 mil casos haviam sido confirmados no país, com transmissão autóctone em pelo menos 16 unidades federativas. Esta semana, São Paulo confirmou os primeiros casos no interior do estado.
A transmissão acontece principalmente por meio do vetor Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. No ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não-humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros. Há registros de isolamento do vírus em outras espécies de insetos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus.
Já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros. Nesse cenário, o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo e comumente encontrado em ambientes urbanos, também pode transmitir o vírus.
Sintomas
Os sintomas da febre do Oropouche, de acordo com o ministério, são
parecidos com os da dengue e incluem dor de cabeça intensa, dor
muscular, náusea e diarreia. “Nesse sentido, é importante que
profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de
diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos
e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle”, alerta a
pasta.
O quadro clínico agudo, segundo a pasta, evolui com febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular). Outros sintomas como tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados. Casos com acometimento do sistema nervoso central (como meningite asséptica e meningoencefalite), especialmente em pacientes imunocomprometidos, e com manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia) podem ocorrer.
Ainda de acordo com o ministério, parte dos pacientes (estudos relatam até 60%) pode apresentar recidiva, com manifestação dos mesmos sintomas ou apenas febre, cefaleia e mialgia após uma ou duas semanas a partir das manifestações iniciais. “Os sintomas duram de dois a sete dias, com evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves”.
Mortes inéditas
No último dia 25, entretanto, a Bahia confirmou duas mortes por febre do
Oropouche no estado. Até então, não havia nenhum registro de óbito
associado à infecção em todo o mundo.
De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia, as mortes foram registradas em pacientes sem comorbidades e não gestantes. A primeira morte, uma mulher de 24 anos que residia no município de Valença, ocorreu no dia 27 de março. O segundo óbito, uma mulher de 21 anos que residia em Camamu, foi registrado no dia 10 de maio.
Técnicos de vigilância em saúde baianos informaram que as pacientes apresentaram início abrupto de febre, dor de cabeça, dor retro orbital e mialgia, que rapidamente evoluíram para sintomas graves, incluindo dor abdominal intensa, sangramento e hipotensão.
Diagnóstico
O diagnóstico da febre do Oropouche é clínico, epidemiológico e
laboratorial e todos os casos positivos devem ser notificados. Além de
ser de notificação compulsória, a doença também é classificada pelo
ministério como de notificação imediata, “em função do potencial
epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à
saúde pública”.
Tratamento
Não há tratamento específico para a febre do Oropouche. A orientação das
autoridades sanitárias brasileiras é que os pacientes permaneçam em
repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico. Em caso de
sintomas suspeitos, o ministério pede que o paciente procure ajuda
médica imediatamente e informe sobre uma exposição potencial à doença.
Prevenção
Dentre as recomendações citadas pela pasta para prevenir a febre do Oropouche estão:
– Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores.
– Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.
– Limpar terrenos e locais de criação de animais.
– Recolher folhas e frutos que caem no solo.
– Usar telas de malha fina em portas e janelas.
Transmissão vertical e microcefalia
Apenas em julho, o ministério publicou duas notas técnicas voltadas para
gestores estaduais e municipais envolvendo a febre do Oropouche. Uma
delas recomenda intensificar a vigilância de casos e alerta para a
possibilidade de transmissão vertical da doença, que acontece quando o
vírus é transmitido da mãe para o bebê, durante a gestação ou no parto.
Em junho, a Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas analisou amostras de soro e líquor armazenadas na instituição, coletadas para investigação de arboviroses e negativas para dengue, chikungunya, zika e vírus do Nilo Ocidental. Nesse estudo, foi detectado em quatro recém-nascidos com microcefalia a presença de anticorpos contra o vírus da febre do Oropouche. “Essa é uma evidência de que ocorre transmissão vertical do vírus, porém, limitações do estudo não permitem estabelecer relação causal entre a infecção pelo vírus durante a vida uterina e malformações neurológicas nos bebês”, destacou o ministério do documento.
No mês passado, a investigação laboratorial de um caso de óbito fetal com 30 semanas de gestação identificou material genético do vírus da febre do Oropouche em sangue de cordão umbilical, placenta e diversos órgãos fetais, incluindo tecido cerebral, fígado, rins, pulmões, coração e baço. “Essa é uma evidência da ocorrência de transmissão vertical do vírus. Análises laboratoriais e de dados epidemiológicos estão sendo realizadas para a conclusão e classificação final desse caso”, informou a pasta no mesmo documento.
Agosto Branco reforça importância do diagnóstico precoce do câncer de pulmão
Taxa de mortalidade pela doença é alta em todo o mundo
De acordo com o cirurgião torácico Pedro Leite, coordenador do Núcleo de Cirurgia Torácica do Instituto Brasileiro de Cirurgia Robótica (IBCR), o diagnóstico precoce é fundamental porque quando a doença é detectada nos estágios iniciais, as opções de tratamento são mais eficazes. “Intervenções cirúrgicas minimamente invasivas, como a cirurgia robótica, que preserva mais tecido saudável e proporciona uma recuperação mais rápida para o paciente, quando realizadas no tempo certo, ampliam muito as chances de sucesso do tratamento” explicou o especialista.
Apesar de ter abandonado o vício há 35 anos, a comerciante Nilzete Rosa Barreto (69) acredita que os 20 anos em que fumou contribuíram para o desenvolvimento do câncer de pulmão. Felizmente, ela descobriu a doença em estágio bem inicial. Foi monitorada por um tempo e quando o especialista percebeu que o nódulo pulmonar apresentou sinais de alarme, realizou uma cirurgia robótica minimamente invasiva considerada poupadora, ou seja, mais econômica. “Livre da doença e me sentindo bem, sigo acompanhada por meu cirurgião torácico e minha oncologista. Espero que não haja recidiva”, contou.
Os sintomas do câncer de pulmão podem ser sutis nos estágios iniciais, dificultando a detecção precoce. Entre os mais comuns estão a tosse persistente, que pode piorar com o tempo; dor no peito, que se intensifica ao respirar profundamente, rir ou tossir; rouquidão; perda de peso e apetite sem motivo aparente; falta de ar e cansaço constante. Em casos mais avançados, pode haver a presença de sangue no escarro e infecções respiratórias recorrentes, como bronquite e pneumonia. Por isso, é essencial que indivíduos com histórico de tabagismo ou exposição a agentes cancerígenos fiquem atentos a esses sintomas e façam acompanhamento médico regular mesmo se assintomáticos. Atualmente sabe-se que o rastreamento do câncer de pulmão com uma tomografia de tórax de baixa dose de radiação é capaz de diagnosticar precocemente o câncer de pulmão.
Segundo Pedro Leite, o tratamento do câncer de pulmão tem avançado significativamente, com técnicas menos invasivas e mais eficazes. “A tecnologia robótica permite uma precisão maior nas cirurgias, minimizando os riscos e acelerando a recuperação,” destacou o especialista. Além da cirurgia, terapias como a imunoterapia e a terapia-alvo têm mostrado resultados promissores, oferecendo novas esperanças para os pacientes.
Os principais fatores de risco do câncer de pulmão incluem tabagismo, exposição a fumantes passivos, exposição a substâncias cancerígenas como amianto e radônio, histórico familiar de câncer de pulmão, poluição do ar e doenças pulmonares crônicas. A campanha Agosto Branco ressalta a necessidade de conscientização sobre esses fatores e a importância do diagnóstico precoce da doença. “Abandonar o tabagismo e realizar exames periódicos são nossas maiores armas contra o tumor,” concluiu Pedro Leite.
Assessoria de Imprensa:
Cinthya Brandão
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Hepatite Delta avança entre ribeirinhos no Amazonas
Desde junho deste ano, uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz Rondônia e profissionais de Saúde de Lábrea (AM) acompanha comunidades ribeirinhas na região sul do Amazonas. Segundo o Centro de Testagem Rápida e Aconselhamento (CTA) da Secretaria Municipal de Saúde de Lábrea (AM), há aproximadamente 1,4 mil casos notificados da doença na cidade e apenas 140 pacientes em acompanhamento.
Em Lábrea, de acordo com a Fiocruz, a equipe de pesquisadores e profissionais de saúde percorreu as comunidades ribeirinhas de Várzea Grande e Acimã, no Rio Purus. Durante dois dias foram realizados testes rápidos e exames laboratoriais, mas o foco principal da equipe foi o diagnóstico e rastreamento das hepatites virais, em especial a hepatite Delta. Dos 113 moradores atendidos nas duas comunidades, 16 foram diagnosticados com a hepatite.
As amostras são levadas para a Fiocruz Rondônia onde são processadas e avaliadas e os indivíduos com diagnóstico positivo são assistidos pela equipe de saúde de Lábrea e o Ambulatório de Hepatites Virais, que auxilia na conduta clínica dos pacientes.
De acordo com o último Boletim Epidemiológico sobre Hepatites Virais, de 2023, divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, entre 2000 e 2022 foram diagnosticados no Brasil 4.393 casos de hepatite Delta. A maior incidência ocorreu na Região Norte, com 73,1% dos casos, seguida das regiões Sudeste (11,1%), Sul (6,6%), Nordeste (5,9%) e Centro-Oeste (3,3%). Em 2022 foram 108 novos diagnósticos, com 56 (51,9%) casos confirmados na Região Norte e 23 (21,3%) no Sudeste.
Hepatite Delta
A hepatite Delta pode não apresentar sintomas iniciais. Ela está
associada a uma maior ocorrência de cirrose, até mesmo dentro de dois
anos da infecção, podendo levar a outras complicações como câncer e até
mesmo à morte.
Quando há sintomas, os mais frequentes são: cansaço, tontura, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Segundo o Ministério da Saúde, a principal forma de prevenção é a vacina contra hepatite B.
A doença, de acordo com o Ministério da Saúde, pode ser transmitida por relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada; da mãe infectada para o filho durante a gestação e parto; pelo compartilhamento de material para uso de drogas, como seringas, agulhas, cachimbos; compartilhamento de materiais de higiene pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam; na confecção de tatuagem e colocação de piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam as normas de biossegurança, entre outras formas de contágio.
Por isso, é importante, por exemplo, para se proteger, o uso de preservativos em relações sexuais e não compartilhar objetos pessoas que podem entrar em contato com cortes, como lâminas de barbear, equipamentos para piercing e tatuagem, entre outros.
Brasil confirma caso autóctone de cólera em Salvador
Em nota, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente informa que o caso foi detectado em um homem de 60 anos de idade que apresentou um desconforto abdominal e diarreia aquosa, em março de 2024. Duas semanas antes ele havia feito uso de antibiótico para tratamento de outra patologia. Segundo exames laboratoriais, a bactéria causadora da doença foi Vibrio cholerae O1 Ogawa.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, trata-se de um caso isolado, tendo em vista que não foram identificados outros registros, após a investigação epidemiológica realizada pelas equipes de saúde locais junto às pessoas que tiveram contato com o paciente.
O período de transmissão da doença é de um a dez dias após a infecção. Entretanto, para as investigações epidemiológicas, no Brasil, está padronizado o período de até 20 dias por margem de segurança
Dessa forma, segundo a pasta, o paciente não transmite mais o agente etiológico desde o dia 10 de abril.
Últimos casos
No Brasil, os últimos casos autóctones de cólera ocorreram em Pernambuco
nos anos de 2004 e 2005, com 21 e cinco casos confirmados,
respectivamente. A partir de 2006, não houve casos de cólera autóctones,
apenas importados, sendo um de Angola, notificado no Distrito Federal
(2006); um proveniente da República Dominicana, em São Paulo (2011); um
de Moçambique, no Rio Grande do Sul (2016); e um da Índia, no Rio Grande
do Norte (2018).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), de janeiro a março de 2024, 31 países registraram casos ou declararam surto de cólera. Seguindo a classificação da OMS, a região africana foi a mais afetada, com 18 países. Nas Américas há surtos declarados apenas no Haiti e na República Dominicana.
Diante do cenário de casos de cólera no mundo, o Ministério da Saúde destaca a necessidade de os profissionais de saúde estarem sensibilizados quanto à situação epidemiológica da doença, à detecção de casos, à investigação epidemiológica e às medidas de prevenção e controle.
Doença
A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, transmitida por
contaminação fecal-oral direta ou ingestão de água e alimentos
contaminados.
A maioria das pessoas infectadas permanece assintomática (aproximadamente 75%) e, daquelas que desenvolvem a doença, a maioria apresenta sintomas leves ou moderados, e apenas de 10% a 20% desenvolvem a forma severa, que, se não for tratada prontamente, pode levar a graves complicações e ao óbito.
Estudo global sobre distúrbios neurológicos inclui complicações da Covid
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Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil |
Publicado na revista The Lacet Neurology, o levantamento "Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors Study (GBD) 2021" analisa itens como mortalidade, prevalência entre gêneros, anos vividos com incapacidade, anos de vida perdidos e anos de vida ajustados por incapacidade atribuíveis a doenças e condições que causam disfunção no sistema nervoso.
Em 2021, cerca de 3,4 bilhões de indivíduos no mundo foram afetados por distúrbios neurológicos. E, embora as mortes por esses diagnósticos tenham caído 33,6% nos últimos 31 anos, a contagem de incapacitados subiu 18,2% no mesmo período, indicando uma crescente nos custos com equipamentos médicos, cuidados, remédios e tratamento multidisciplinar para essas pessoas.
"Incluímos morbidades e mortes por condições neurológicas, para as quais a perda de saúde é diretamente devida a danos no sistema nervoso central (SNC) ou no sistema nervoso periférico. Também isolamos a perda de saúde neurológica para as quais a morbidade do sistema nervoso é uma consequência, mas não a característica principal", afirma o texto.
As adições englobam condições congênitas (anomalias cromossômicas e defeitos congênitos de nascença), condições neonatais (como icterícia, nascimento prematuro e sepse), doenças infecciosas (Covid-19, equinococose cística, malária, sífilis, zika) e neuropatia diabética.
São investigadas também as carga dos distúrbios neurológicos mais prevalentes, como epilepsia, enxaqueca, distúrbios do movimento, esclerose múltipla, lesões do sistema nervoso e acidente vascular cerebral (AVC). Para os autores, a adição de novas condições traz "um benefício notável, pois fornece uma imagem mais precisa da carga global dos distúrbios neurológicos".
Algumas das condições recentemente incluídas, como o TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e o espectro autista "podem ultrapassar as fronteiras da neurologia e serem abordadas de forma mais adequada noutras especialidades médicas, como a pediatria, a medicina interna, a geriatria ou a psiquiatria, dependendo da situação, região ou país".
O efeito que essas condições podem ter na função neurológica e na saúde geral, entretanto, não deve ser negligenciado ou descartado, segundo o estudo.
Na região das Américas da OMS (Organização Mundial da Saúde), que compreende 51 países e territórios, a principal preocupação apontada pelos pesquisadores é com a falta de preparo para lidar com o envelhecimento da população. Em 2019, o AVC foi a segunda principal causa de morte nessas localidades e a doença de Alzheimer e outras demências foram a terceira.
"Os recursos atribuídos para resolver a situação ficam muito aquém das necessidades. Entre 2020 e 2050, a proporção da população da América Latina e do Caribe com mais de 60 anos quase dobrará, e espera-se que esse envelhecimento da população leve a aumentos substanciais do número de pessoas com problemas neurológicos que exigiriam cuidados coordenados e multidisciplinares", alertam os colaboradores do GBD.
O novo documento toma como base os levantamentos anteriores do instituto e dá continuidade a uma série histórica com registros de 1990 até 2021 --o relatório anterior foi publicado com dados de até 2019.
O relatório conta com financiamento da Fundação Bill e Melinda Gates e chancela da OMS.
Por: Bahia noticias
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