Hugo Motta é vaiado e ouve gritos contra anistia em evento com Lula no Rio

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi vaiado, nesta quarta-feira (15), enquanto participava de evento alusivo ao Dia dos Professores junto com o presidente Lula (PT) no Rio de Janeiro.

A plateia, formada inclusive por professores, também proferiu gritos de “sem anistia” enquanto o presidente da Câmara começava a fala.

Diante da reação do público, Lula se levantou e ficou ao lado do presidente da Câmara, em uma tentativa de conter os ânimos. O presidente da República já adotou essa postura de ficar em pé ao lado do falante em eventos com governadores adversários durante o atual mandato.

Motta não foi anunciado pelo cerimonial do evento. Ele teve a palavra cedida pelo ministro da Educação, Camilo Santana, para expor as votações ligadas à educação realizada neste ano na Câmara.

Camilo cedeu a palavra a Motta após encerrar o discurso e ouvir um apelo de Lula. Diante disso, o ministro da Educação voltou ao microfone e citou votações no Congresso, cedendo, em seguida, a palavra ao presidente da Câmara.

“Neste dia nacional do professor, é uma honra estar aqui ao lado do senhor, sem dúvida alguma, o presidente que mais fez pela educação do Brasil, está demonstrando mais uma vez esse compromisso”, disse Motta, em elogio a Lula, uma semana após nova tensão na relação entre Câmara e governo com a derrubada da Medida Provisória alternativa ao aumento do IOF.

No final do discurso, o volume de vaias foi reduzido e com gritos isolados contra o presidente da Câmara. Motta foi cumprimentado por ministros e por deputados aliados de Lula, como o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ).

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, também foram vaiados por parte dos professores municipais presentes no evento. Paes tentou aplacar as vaias com anúncio de reajuste anual e acordo de resultados à categoria.

Durante o evento, o governo lançou a carteira nacional docente, que prevê descontos e vantagens aos professores. O documento tem validade de dez anos e é destinado a professores de todos os níveis e etapas da educação, das redes públicas e privadas. O sistema de solicitação será aberto a partir desta quinta-feira (16), por meio da página do programa Mais Professores, com acesso via conta gov.br.

Além de Camilo Santana, também estavam presentes os ministros Esther Dweck (Gestão e Inovação) e Anielle Franco (Igualdade Racial).

Yuri Eiras e José Matheus Santos/Folhapress

Governo Trump dá carta branca à CIA para derrubar Maduro na Venezuela, diz New York Times

O governo Donald Trump autorizou oficialmente a CIA a realizar operações secretas e letais dentro da Venezuela com o objetivo de derrubar o ditador Nicolás Maduro do poder, afirma reportagem do jornal The New York Times publicada nesta quarta-feira (15).

Segundo o veículo americano, a autorização formal da Casa Branca significa que a agência de espionagem dos Estados Unidos teria permissão de agir unilateralmente ou em conjunto com uma operação militar de larga escala —isto é, uma invasão da Venezuela, cenário extremo temido por Caracas.

O jornal aponta, entretanto, que ainda não há informações indicando que Trump tenha tomado essa decisão. Ainda assim, nos últimos meses, o governo Trump têm aumentado consideravelmente a presença militar americana no Caribe, que hoje conta com mais de 10 mil soldados, oito navios de guerra e um submarino. No total, é mais poder de fogo do que toda a Venezuela.

A CIA e o governo dos EUA têm longo histórico de interferência e patrocínio a golpes na América Latina, incluindo aquele que removeu João Goulart da Presidência em 1964 e instalou a ditadura militar no Brasil, período marcado por tortura, assassinatos e desaparecimentos contra dissidentes políticos.

Victor Lacombe/Folhapress

Caixa emprega ex-mulher de Nunes Marques, filha de deputado, advogado de Lira e irmão de prefeito

O presidente da Caixa Econômica Federal emprega como assessores diretos a filha de um deputado federal do centrão, o irmão de um prefeito, a ex-mulher de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e um advogado do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), seu padrinho político.

A lista de assessores de Carlos Vieira na presidência do banco estatal foi obtida pelo jornal Folha de S.Paulo a partir de um pedido enviado ao banco via LAI (Lei de Acesso à Informação) em 9 de maio. A resposta só foi entregue em 22 de setembro, após determinação da CGU (Controladoria-Geral da União).

A relação entregue pelo banco traz apenas o nome dos 15 assessores da presidência que não são servidores do banco. A reportagem perguntou à Caixa o valor do salário, mas não houve resposta. Segundo funcionários, consultores da presidência recebem quase R$ 40 mil por mês.

Durante mais de quatro meses, a estatal resistiu a divulgar as informações alegando ameaça à segurança física dos assessores e risco concorrencial, por meio de eventual assédio de competidores aos auxiliares de Vieira.

Para a CGU, os argumentos não são válidos. “Eventuais riscos [físicos] identificados devem ser enfrentados por medidas de segurança institucional, e não pela restrição de acesso”, apontou.

Sobre a questão concorrencial, o órgão de controle afirmou que “é um risco inerente à dinâmica de mercado” e que a própria Caixa “já disponibiliza publicamente, em seu portal, informações sobre seus dirigentes e altos gestores, categoria inclusive mais exposta a abordagens externas”.

“A relevância pública da informação é inequívoca: conhecer quem ocupa funções de assessoramento à presidência de uma empresa pública federal é essencial para assegurar a transparência e permitir o controle social sobre a utilização de cargos considerados estratégicos”, disse a CGU.

Um desses assessores ligados a políticos foi demitido na sexta (10), em resposta à derrota na Câmara dos Deputados da medida provisória de aumento de impostos, com a qual o governo esperava abrir um espaço fiscal no ano em que o presidente Lula (PT) deve tentar a reeleição. José Trabulo Junior, indicado pelo presidente do PP, Ciro Nogueira, era consultor de Vieira na presidência.

O senador, apesar da indicação, cobra em público a saída do PP do governo Lula (PT) e se articula para tentar ser o vice do candidato da direita ao Planalto nas próximas eleições. Em nota divulgada para anunciar punição a André Fufuca (PP) pela decisão de continuar no Ministério do Esporte, Nogueira afirmou não nutrir “qualquer identificação ideológica ou programática” com o petista.

Também na sexta, a Caixa destituiu um aliado do vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ). Rodrigo de Lemos Lopes ocupava a Vice-Presidência de Sustentabilidade e Cidadania Digita. Côrtes foi líder do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas mesmo assim mantinha um indicado no alto escalão da estatal.

Entre os assessores contratados diretamente pela presidência está a ex-esposa do ministro do STF Kassio Nunes Marques, a economista Maria Socorro Mendonça Carvalho Marques.

Ela passou por diversos gabinetes do Senado. Até o começo de 2023, foi assessora parlamentar júnior do ex-senador Elmano Férrer (PP-PI). Maria Socorro foi nomeada na Caixa em 26 de dezembro do mesmo ano, cerca de um mês e meio após a posse de Vieira.

A lista de consultores também traz o nome da advogada Mayara Santiago, filha do deputado federal Wilson Santiago (Republicanos-PB), conterrâneo de Vieira. Ela chegou ao cargo em 11 de dezembro de 2023.

Santiago é próximo do presidente da Câmara, o também paraibano Hugo Motta (Republicanos-PB). Ambos já compartilharam diversos funcionários em seus gabinetes. Procurado, Santiago não respondeu.

Questionada sobre os nomes, a Caixa afirmou que “a designação de consultores obedece às normas internas e aos ritos de governança, compliance e integridade da instituição”.

“O banco adota rígidos mecanismos para identificar possíveis conflitos de interesse entre seus empregados e colaboradores, assegurando a conformidade com as normas e valores que regem a organização”, acrescentou.

Outros dois nomes que aparecem na lista já tinham sido revelados pela Folha. O médico João Antônio Holanda Caldas foi nomeado em 2 de fevereiro de 2024. Ele é irmão do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), o JHC, e filho da senadora Dra. Eudócia (PL-AL).

João Antônio Holanda Caldas foi deputado federal pelo Pros durante cinco meses, depois de ser eleito suplente nas eleições de 2018 pelo estado da Bahia. Ele voltou a disputar as eleições em 2022 pelo PSB de Alagoas, mas não se elegeu.

Questionada em junho, a Caixa citou a passagem de João Antônio pela Câmara dos Deputados para justificar a contratação.

“O cargo tem entre suas diversas atribuições […] o acompanhamento do cenário econômico, político, legislativo e social para auxiliar a alta gestão na tomada de decisões. Vale destacar que o consultor João Antônio Holanda já exerceu mandato de deputado”, afirmou.

Também integra a relação de assessores o advogado Luiz Maurício Carvalho e Silva. Ele está no cargo desde 20 de setembro de 2024. O advogado defende Lira em um imbróglio com posseiros sobre terras não declaradas em Pernambuco e já representou a mãe do deputado em outro processo. O advogado e Lira não responderam aos questionamentos da reportagem.

Vieira foi indicado para a presidência da Caixa por Lira no fim de 2023. Desde então, os cargos do banco têm sido divididos entre partidos do centrão e da direita, como o PP, o Republicanos e o PL.

Lucas Marchesini/Thaísa Oliveira/Folhapress

Preso no extremo sul da Bahia auditor fiscal condenado na máfia do ISS

Arnaldo Augusto Pereira foi preso hoje, dia 15, em Mucuri, pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e às Organizações Criminosas Sul (Gaeco-Sul). O ex-auditor-fiscal Arnaldo Augusto Pereira, foi condenado a 18 anos de prisão por participação na chamada “máfia do ISS” da Prefeitura de São Paulo. A prisão foi efetuada pelo Gaeco-Sul com o apoio das Rondas Especiais do Extremo Sul, da Polícia Militar da Bahia (Rondesp Extremo Sul), em atuação conjunta que contou com informações de inteligência fornecidas pelo Grupo Especial de Delitos Econômicos do Ministério Público de São Paulo (Gedec).

A prisão decorreu de trabalho de inteligência e investigação que identificou indícios de que Pereira estava vivendo no município de Mucuri sob identidade possivelmente falsa, após ter forjado a própria morte para tentar escapar ao cumprimento de pena. Documentos e levantamentos juntados ao procedimento apontaram que, embora constasse certidão de óbito com data de 10 de julho de 2025, elementos contraditórios, sustentem a prática de fraude documentária e ocultação de identidade.

Segundo relatório de investigação do Gaeco-Sul, Pereira já havia sido preso em operações anteriores relacionadas a esquemas de corrupção que movimentaram valores expressivos. Consta nos autos que o investigado foi implicado em prisões ocorridas em 2019 e 2021 e condenado em processos que apuraram desvios na ordem de milhões de reais, sendo um dos casos com movimentação superior a R$ 500 milhões. Em 2023, houve nova condenação que resultou em regime de pena diverso do já apurado, e, em julho de 2025, foi juntado aos registros um atestado de óbito cuja veracidade passou a ser contestada pelas equipes de inteligência.

O trabalho de localização envolveu, entre outras medidas, a checagem de endereços indicados — inclusive residências vinculadas à esposa do preso — monitoramento de locais por ele frequentados (como comunidade e paróquia), análise de sinais que indicavam a possível utilização de identidade falsa e o cruzamento de informações com bases policiais estaduais e federais. A operação contou ainda com carta de colaboração e troca de informações com o Gaeco de São Paulo, bem como com as inteligências das Polícias Militares dos Estados envolvidos.

PMBA realiza condução por porte ilegal de munição em Ipiaú

Na manhã desta quarta-feira (15), por volta das 11h35min, durante rondas no bairro Dois de Dezembro, em Ipiaú, as guarnições da ROTAM e do PETO avistaram dois indivíduos em atitude suspeita na Travessa Bráulio Correia. Ao perceber a aproximação policial, um dos homens fugiu, enquanto o outro permaneceu no local e foi abordado.

Durante a abordagem, o suspeito, informou aos policiais que o indivíduo que havia fugido possuía armas e drogas em sua residência, situada na Quinta Travessa Dois de Dezembro.

As guarnições deslocaram-se até o endereço indicado, onde foram recebidas por um morador e sua responsável legal, que autorizou a entrada e a busca domiciliar. No interior do imóvel, os policiais localizaram quatro munições de calibre .38 e três aparelhos celulares de origem suspeita.

O material apreendido e o suspeito foram conduzidos e apresentados na Delegacia de Polícia de Ipiaú para adoção das medidas cabíveis.

Material apreendido:

04 munições calibre .38

03 celulares de marcas diversas

PMBA, uma Força a serviço do cidadão.

INSS sofre ‘apagão’ orçamentário e suspende programa para reduzir fila da aposentadoria

A restrição orçamentária do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) fez com que o órgão suspendesse o PGB (Programa de Gerenciamento de Benefício), que paga bônus a servidores para a análise dos pedidos de aposentadoria, pensão e demais benefícios previdenciários.

A suspensão do programa foi comunicada pelo presidente do instituto, Gilberto Waller Junior, ao Ministério da Previdência Social por meio de ofício enviado ao órgão nesta quarta-feira (15). Segundo o documento, a partir de hoje, o PGB está suspenso.

O documento diz ainda que não serão mais concluídas as tarefas que estavam em andamento na fila extraordinária e não haverá a entrada de novos pedidos nesta fila. O INSS tem hoje mais de 2,6 milhões de pedidos de benefícios pendentes, segundo dados de agosto, os mais recentes.

O órgão confirma as medidas.

Os agendamentos extras do serviço social também foram suspensos. Isso pode afetar a concessão do BPC (Benefício de Prestação Continuada), que paga um salário mínimo a idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência que façam parte de famílias consideradas carentes.

Como há análise social para o pagamento dos valores, esse serviço fica comprometido e deve responder apenas à agenda oficial dos servidores destacados para a tarefa.

“Todas as tarefas pendentes ou em exigência já disponibilizadas deverão ser retiradas das filas do PGB e devolvidas aos repositórios ou às filas ordinárias de análise”, diz o texto.

“Da mesma forma, os agendamentos futuros do serviço social fora da jornada de trabalho dos servidores deverão ser remanejados para os horários ordinários, com os devidos ajustes ou suspensão dessas agendas, conforme orientação do serviço social”, afirma ainda o ofício.

Fontes afirmaram à Folha que é possível haver ainda ajuste no atendimento presencial em agências, caso a crise orçamentária se agrave. Essa seria uma forma de reduzir gastos com o funcionamento dos locais, especialmente onde a demanda presencial é menor. Não foram detalhadas ações neste sentido.

“Ressalta-se que essa medida tem caráter preventivo e visa preservar a integridade da execução do PGB, evitando impactos administrativos decorrentes da continuidade de suas atividades sem a prévia recomposição e o devido empenho orçamentário”, diz Waller Junior no ofício.

Tiago Silva, presidente do SINSSP-BR (Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo), afirma que os servidores foram pegos de surpresa com o envio do ofício e diz que a fila do órgão certamente ficará maior do que os 2,6 milhões de pedidos que há hoje.

“Acreditamos, de acordo com nossa avaliação, que ela [fila] vai ficar maior. Se com o bônus nós não conseguimos acabar com a fila, sem ele, vai fazer com que aumente”, afirma.

Silva afirma que o INSS sofre hoje com a falta de funcionários, pois há 19 mil servidores administrativo, cerca de 50% do que tinha há cerca de sete anos. Para o sindicalista, a única forma melhorar o atendimento e acabar com a fila é reestruturando as carreiras de técnico e analista do seguro social, além de resolver falhas tecnológicas e modernizar o sistema.

Como funciona o programa de bonificação?

O PGB foi retomado pela medida provisória 1.296 —depois transformada em lei— com o objetivo de aumentar a produtividade dos servidores na análise de pedidos na fila do INSS. O servidor só pode participar do programa se bater antes as metas de produtividade determinadas para a carreira.

Depois de cumprir essas metas, o funcionário fazer o atendimento extra que lhe permite ganhar até R$ 17,7 mil a mais no mês. São pagos R$ 68 extra por cada tarefa. Quem não cumpre a primeira etapa, majorada pelo INSS, não recebe.

Silva afirma que ainda deverá procurar o INSS para saber como ficará o pagamento do que já foi feito nestes primeiros dias de outubro e diz que as greves de 2022 e 2024, quando chegaram a ficar mais de 200 dias parados, ofereceu soluções para o órgão, que não teriam sido ouvidas pela administração.

Dados de agosto do INSS informam que foram concedidos 579 mil novos benefícios no mês e negados 568 mil. O tempo médio de concessão foi de 42 dias no país.

Orçamento já apresentava problemas no primeiro trimestre deste ano

O Orçamento de 2025 já apresentava problemas no primeiro trimestre deste ano. Reportagem da Folha mostrou que os gastos exigiriam novos ajustes nas estimativas de despesas após a aprovação do PLOA (projeto de Lei Orçamentária Anual) pelo Congresso, incluindo as despesas da Previdência Social.

Só para o pagamento de benefícios, seriam necessários mais R$ 20 bilhões, conforme cálculos dos consultores da CMO (Comissão Mista de Orçamento). O Orçamento de 2025 destinava R$ 1,007 trilhão aos benefícios previdenciários.

Esse valor, no entanto, deve chegar a R$ 1,032 trilhão.

Cristiane Gercina, Folhapress

PM prende suspeitos de tráfico em Luís Eduardo Magalhães

Uma ação eficaz da Cipe Cerrado em Luís Eduardo Magalhães resultou na prisão de dois indivíduos e na apreensão de uma significativa variedade de entorpecentes no bairro Florais Léa. A "OPERAÇÃO INTENSIFICAÇÃO" foi desencadeada após uma denúncia detalhada sobre um homem que utilizava um veículo prata para realizar a distribuição de drogas na região.

Ao abordar o veículo suspeito na Rua Ibipitanga, a guarnição encontrou no seu interior uma caixa contendo maconha tipo "skank", maconha prensada, haxixe e cocaína. O motorista confessou ter acabado de entregar entorpecentes em uma residência próxima. Diante da confissão, a equipe retornou ao local da entrega, onde era perceptível um forte odor de maconha. Na residência, os policiais flagraram um segundo homem no quintal, que tentava enterrar mais drogas. Após a voz de abordagem, foi encontrado material adicional, incluindo maconha prensada. A rápida resposta dos militares impediu que a droga fosse ocultada e possibilitou a prisão do segundo envolvido na rede de distribuição.

Com eles, foram apreendidos 11,239 kg de maconha prensada, 5,643 kg de maconha tipo Skunk, 894 g de cocaína, 715 g de haxixe, um carro, duas balanças de precisão e uma faca.

Os suspeitos e todo material apreendido foram encaminhados à delegacia, para registro da ocorrência.
Fonte
PMBA – DCS

PF, FICCO/GO e BOPE apreendem um milhão de reais em espécie

Goiânia/GO. Na tarde desta terça-feira (15/10), uma operação conjunta entre a Polícia Federal, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/GO) e a Polícia Militar de Goiás, por meio do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), resultou na abordagem de um indivíduo que transportava um milhão de reais em espécie, acondicionados em uma mochila. O montante havia sido sacado minutos antes, diretamente na boca do caixa.

Durante a abordagem, foi constatado que o indivíduo portava uma pistola de forma irregular. Ao ser questionado, apresentou justificativas inconsistentes quanto à origem e finalidade dos valores.
Diante das circunstâncias, o suspeito foi conduzido à Superintendência da Polícia Federal em Goiás para prestar esclarecimentos. Na ocasião, foi lavrado auto de prisão em flagrante pelos crimes de lavagem de capitais e porte ilegal de arma de fogo.

A FICCO/GO é composta por profissionais da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e da Secretaria Nacional de Políticas Penais.

Comunicação Social da Polícia Federal em Goiás

Influenciador T10 e esposa, Ingrid Ohara, estão entre presos em operação da PF contra lavagem de dinheiro ligada ao tráfico

Buzeira também está entre os presos. No total, foram cumpridos 11 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão em São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Justiça mandou bloquear mais de R$ 630 milhões.
O influenciador digital Tácio Leonardo Costa Dominguez, conhecido nas redes sociais como T10, e sua esposa, Ingrid Ohara Silva Nogueira, também influenciadora, foram presos nesta terça-feira (14) na mesma operação da Polícia Federal que prendeu o influencer Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira.

A operação visa desarticular um esquema de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico internacional de drogas.

O casal é suspeito de lavagem de dinheiro e de associação com o contador Rodrigo de Paula Morgado, apontado como um dos operadores do esquema investigado.

No total, são cumpridas 11 ordens de prisão e 19 mandados de busca e apreensão em quatro estados brasileiros: São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Carros de luxo importados, joias e dinheiro em espécie estão entre os itens apreendidos.

De acordo com a PF, Ingrid Ohara foi a quarta maior beneficiária de recursos ligados a Morgado no período analisado pela investigação.

Entre 2023 e 2024, ela teria recebido R$ 9,45 milhões, distribuídos em 23 transações bancárias ao longo de um ano. Os valores, segundo os investigadores, seriam provenientes de operações de lavagem de capitais.
Em uma de suas contas, T10 tem quase 800 mil de seguidores no Instagram. Pelas redes sociais ele promovia empresas de apostas, tendo, inclusive, uma própria: O Novo Milionário. Além de exibir a rotina com a família e amigos, entre eles o influencer Gato Preto e o Mc Ryan.

A esposa de T10, Ingrid, também se apresenta como influencer de lifestyle. No Instagram, ela tem mais de 300 mil seguidores.

O advogado do casal acompanhou o cumprimento dos mandados e gravou entrevista com a equipe da PF. A defesa afirma que os dois negam envolvimento com qualquer atividade ilegal e que os valores movimentados têm origem em contratos publicitários e trabalhos como influenciadores digitais.

A investigação aponta que o dinheiro do esquema pode ter sido direcionado para o setor de apostas eletrônicas, as chamadas bets. As medidas judiciais incluem ainda o bloqueio de bens e valores que somam mais de R$ 630 milhões.

Prisão de Buzeira

Com mais de 15 milhões de seguidores, Buzeira ganhou notoriedade nas redes sociais promovendo rifas e sorteios de carros, artigos de luxo e ações promocionais. (Leia perfil dele aqui.) A defesa dele não foi localizada pela reportagem.



O advogado Felipe Pires de Campos, que faz a defesa de Rodrigo Morgado, informa que "ainda não teve acesso à íntegra do processo ou aos elementos que embasam a medida, mas ressalta, desde já, que Rodrigo Morgado é inocente".

A defesa acrescentou ainda que ele "sempre atuou exclusivamente como contador, prestando serviços de natureza técnica e regular a diferentes clientes, dentro dos limites legais da profissão". Afirmou que "confia que, com o avanço das investigações e a completa análise dos autos, a verdade será restabelecida e a inocência de Rodrigo Morgado plenamente reconhecida".

O delegado Marcelo Maceiras, da PF, explica que era um "sistema de remessa e lavagem de dinheiro para o exterior, num montante considerável, envolvendo corretoras de criptomoedas e algumas empresas de aposta online, conhecidas como bets".

"O foco da operação foi a descapitalização da organização criminosa. Nós pedimos o bloqueio de mais de R$ 630 milhões que foi deferido pela Polícia federal, além da apreensão de carros, aeronaves, jet-skis e imóveis em poder da organização criminosa”, completou.

O delegado disse, ainda, que algumas empresas de apostas online eram legalizadas pelo governo e outras apenas fachada para encobrir a origem ilícita dos recursos.

“Algumas bets eram, sim, regularizadas. Nós temos informação que parte do valor necessário para conseguir a licença dessas bets tem origem ilícita. Outras bets tem sede no exterior e precisamos aprofundar as investigações para ter mais informações sobre essas empresas”, afirmou Maceiras.

Operação
A Operação Narco Bet conta com apoio e cooperação da Polícia Criminal Federal da Alemanha (Bundeskriminalamt – BKA), responsável pela execução de medida cautelar de prisão contra um dos investigados atualmente localizado em território alemão.

A ação é um desdobramento da Operação Narco Vela, que em abril mirou a repressão ao tráfico de drogas por via marítima, a partir do litoral brasileiro.

As investigações indicam que o grupo criminoso usava criptomoedas e enviava recursos para contas no exterior para tentar esconder a origem do dinheiro ilícito.
Os alvos da operação poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com indícios de atuação transnacional, segundo os investigadores federais.
Por: G1

Governo paga lote extra do PIS e do Pasep nesta quarta (15); veja quem recebe

O governo paga, nesta quarta-feira (15), o lote extra do PIS/Pasep para servidores públicos e trabalhadores do setor privado que tiveram seus dados enviados com atraso pelos empregadores. Cerca de 1,6 milhão de pessoas vão receber R$ 1,5 bilhão, em valores que têm como referência o ano-base de 2023.

Trabalhadores do setor privado têm o depósito em conta-corrente ou na poupança digital da Caixa Econômica Federal, que é movimentada pelo aplicativo Caixa Tem. Servidores públicos têm o valor depositado direto em sua conta no Banco do Brasil, com saque disponível nos caixas eletrônicos.

Para consultar se tem direito ao benefício, o trabalhador deve acessar a CTPS Digital (Carteira de Trabalho Digital) ou o portal Gov.br. Também é possível obter informações pelo telefone 158, de segunda a sábado, das 7h às 22h, exceto feriados.

Folhapress

Joias avaliadas em R$ 200 mil são recuperadas em Vitória da Conquista

Dupla é presa por furto e receptação; peças estavam sendo revendidas em joalheria no centro da cidade

A Polícia Civil da Bahia recuperou diversas joias avaliadas em aproximadamente R$ 200 mil, durante uma ação realizada nesta terça-feira (14), em Vitória da Conquista. Um casal foi preso em flagrante, suspeito de envolvimento no furto e na receptação dos objetos.

A ação foi conduzida pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) do município. A mulher, de 36 anos, que trabalhava como funcionária doméstica da vítima, foi localizada no bairro Recreio. O homem, de 31 anos, proprietário de uma joalheria no centro da cidade, foi preso no estabelecimento comercial.

As investigações tiveram início após o registro do boletim de ocorrência, quando os policiais passaram a suspeitar da funcionária da residência. Conduzida à unidade especializada, ela confessou ter subtraído joias ao longo dos últimos 30 dias. Durante a análise do celular da autora, foram encontrados comprovantes de transferências via Pix realizadas pelo receptador, a partir da conta jurídica da empresa dele.

Na delegacia, o comerciante confessou ter adquirido as peças por valores muito abaixo do mercado. Entre os materiais apreendidos estão correntes, pingentes e outras joias em ouro, além de dois celulares que serão encaminhados à perícia.Os objetos recuperados serão devolvidos à vítima. Diligências seguem em andamento para localizar outras peças furtadas.
Fonte
Pedro Moraes/ Ascom-PCBA

Tiroteio provocado por facção causa pânico no distrito de Camamuzinho, em Ibirapitanga

A noite de terça-feira (14) foi marcada por momentos de terror no distrito de Camamuzinho, município de Ibirapitanga, após intensos tiroteios atribuídos a facções rivais.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o som de diversos disparos de arma de fogo, que, segundo moradores, duraram vários minutos. Os tiros teriam sido efetuados por homens armados com armas de grosso calibre, que gritavam palavras de ordem relacionadas a uma facção criminosa.

De acordo com testemunhas, os criminosos atiravam a partir de um pasto localizado nas proximidades do distrito, o que espalhou pânico entre os moradores.

Em resposta ao ataque, a Polícia Militar reforçou o policiamento em toda a região. Guarnições do PETO da 61ª CIPM e da CIPE Sudoeste realizam diligências na localidade desde a noite do ocorrido, em busca dos suspeitos envolvidos no confronto.
O clima em Camamuzinho ainda é de medo e apreensão, com comerciantes fechando as portas mais cedo e moradores evitando circular pelas ruas após o anoitecer.

Até o momento, ninguém foi preso. As forças de segurança continuam atuando na área para restabelecer a tranquilidade e identificar os autores dos disparos. *Com informações do Ubatã Notícias.

‘A Bahia entregue à criminalidade e governo criando secretaria para uma ponte que nem existe’, protesta Sandro Régis

O deputado estadual Sandro Régis (União Brasil) fez um duro discurso na tarde desta terça-feira (14) contra a projeto de lei que cria a secretaria especial da Ponte Salvador-Itaparica, obra prometida desde 2009 pelo ex-governador Jaques Wagner (PT), mas que nunca saiu do papel.

O texto foi aprovado na Assembleia Legislativa com votos contrários da bancada de oposição.

“Essa Casa faz hoje um grande desserviço ao povo da Bahia. A brincadeirinha dessa ponte já gastou mais de meio bilhão de reais e agora, não satisfeito, o governo cria uma secretaria que sai do nada a lugar nenhum”, protestou Sandro Régis.

“Nós vemos um Estado que enfrenta diversas dificuldades, seja na segurança, seja na saúde pública, e mesmo assim a prioridade do PT é criar cargos. Nesta terra se morre por bala ou regulação, a Bahia está entregue à criminalidade e governo está aqui criando secretaria para uma ponte que nem existe”, acrescentou.

O deputado lembrou ainda que recentemente o governo do Estado gastou quase R$ 5 milhões na contratação de um relatório técnico que apontou pontos de atenção sobre o projeto da ponte, que foi classificado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) como “fake news”.

“A consultoria fez um relatório que não agrada ao governador e ele diz que a consultoria era fake news. Imagine, quase R$ 5 milhões jogados fora. Porque queriam que a consultoria desse um parecer da vontade do PT”, completou Sandro Régis.

Presidente da CPMI diz que relator está “caindo no jogo” de depoente

Durante depoimento de Alessandro Antonio Stefanutto à CPMI do INSS nesta segunda-feira (13), áudio do presidente do colegiado vazou
Senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPMI do INSS  • Geraldo Magela/Agência Senado

O presidente da CPMI (comissão parlamentar mista de inquérito) do INSS, Carlos Viana (Podemos-MG), teve uma recomendação feita ao relator Alfredo Gaspar (União-AL) exposta em transmissão da TV Câmara nesta segunda-feira (13).

A declaração foi vazada em meio a discussão no colegiado durante depoimento do ex-presidente do INSS Alessandro Antonio Stefanutto.

“Deixa eu falar uma coisa para vocês. Ele está fazendo um jogo para sair daqui como inocente e você está caindo no jogo dele”, afirmou o presidente ao relator Alfredo Gaspar.

O relator respondeu: “Estou não, presidente. Ele está desacatando desde o começo, presidente”. Em outro momento, ainda é possível ouvir Carlos Viana dizer: “Nós não podemos entrar nesse jogo”.

O áudio foi ao ar apenas na TV Câmara, não transmitido na TV Senado.

A discussão ocorreu assim que Alfredo Gaspar questionou Stefanutto sobre sua relação com Gilmar Stelo, advogado que teria assessorado diversas entidades sindicais envolvidas nos golpes.

O ex-presidente afirmou não ter “relação pessoal” com Stelo e rebateu: “No outro dia eu vi o senhor bastante aborrecido porque o nome do senhor estava no site de determinada entidade”.

Em resposta, o relator declarou: “Me respeite, rapaz, você sendo cabeça do maior roubo de aposentados e pensionistas”. E começou um segundo bate-boca, levando o presidente Carlos Viana a interromper a sessão por cinco minutos.

Mateus Salomão, da CNN Brasil, Brasília
Unlabelled

Alvo de nova etapa da Operação Overclean, Dal Barreto mantém influência sobre os Correios na Bahia

Alvo da nova etapa da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (14), o deputado federal Dal Barreto (União) ainda detém forte influência política sobre os Correios na Bahia. O parlamentar, aliado do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União), é o responsável pela indicação de Evelyn Negrão de Santana Silveira para o comando da superintendência estadual do órgão, cargo que ela ocupa desde maio de 2023, conforme revelou com exclusividade este Política Livre à época.

Mesmo após ter votado contra a Medida Provisória (MP) do IOF, Dal vinha mantendo a indicação, ao contrário de outros colegas de partido. Na segunda-feira (13), o site mostrou que o Palácio do Planalto exonerou um aliado do deputado Arthur Maia (União), também contrário à MP, do comando da superintendência da Codevasf de Bom Jesus da Lapa.

Com a operação policial agora em curso e a votação contra o governo, a tendência é que Dal perca a influência sobre os Correios na Bahia, onde foi responsável pela indicação de diversos outros cargos.


Política Livre

Correios precisam de R$ 20 bi, e governo articula empréstimo com BB, Caixa e bancos privados

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) articula com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e bancos privados a concessão de um empréstimo para socorrer os Correios, segundo três pessoas a par do assunto ouvidas pelo jornal Folha de S.Paulo.

A operação terá garantia do Tesouro Nacional e será atrelada à adoção de medidas de ajuste previstas em um plano de reestruturação da empresa.

Segundo os interlocutores, a empresa precisa de R$ 10 bilhões em 2025 e mais R$ 10 bilhões em 2026, perfazendo um total de R$ 20 bilhões. O dinheiro será usado para capital de giro e também para custear as medidas de ajuste previstas no plano (como demissões voluntárias, mudanças no plano de saúde e renegociação de passivos atrasados, entre outras ações).

O empréstimo em negociação deve cobrir pelo menos os montantes necessários para este ano, mas o valor final da operação ainda está em discussão. A realização de um aporte complementar de recursos pelo Tesouro Nacional não está descartada, mas o tamanho desse repasse será definido de acordo com o espaço fiscal do governo.

A operação de crédito foi discutida em reunião na última quinta-feira (9) entre os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Esther Dweck (Gestão), Frederico de Siqueira Filho (Comunicações) e representantes do Tesouro Nacional, da PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional), do Banco do Brasil e da Caixa.

Segundo os interlocutores ouvidos pela reportagem, ainda não está fechado qual será a participação de cada banco na operação, que também atrai o apetite de instituições privadas. BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil, que já são credores dos Correios em uma operação contratada no primeiro semestre deste ano, participam das conversas.

Os ministérios das Comunicações e da Gestão repassaram os questionamentos aos Correios, que não quiseram se pronunciar. A Fazenda não quis comentar. Banco do Brasil e ABC Brasil disseram não comentar casos específicos. Caixa, BTG Pactual e Citibank não responderam até a publicação deste texto.

As discussões do plano para socorrer os Correios se aceleraram após a troca de comando na empresa, agora chefiada por Emmanoel Schmidt Rondon, funcionário de carreira do Banco do Brasil. Ele é tido como alguém de perfil técnico e focado em gestão. A leitura no governo é de que, com a entrada de Rondon, houve mais espaço e estrutura técnica para levar adiante o plano de recuperação da companhia.

Em situação financeira bastante delicada, os Correios registraram um prejuízo de R$ 2,64 bilhões no segundo trimestre de 2025. O rombo é quase cinco vezes o resultado negativo verificado em igual período de 2024, quando ficou em R$ 553,2 milhões.

No primeiro semestre, o rombo alcançou R$ 4,37 bilhões, o triplo do prejuízo de R$ 1,35 bilhão observado em igual período de 2024.

Assim que assumiu o comando da empresa, Rondon teve como primeira missão a renegociação de um empréstimo de R$ 1,8 bilhão contratado pelos Correios neste ano junto a um sindicato de bancos formado por BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil —os mesmos que agora devem participar da nova operação. Na época, o objetivo da companhia era dar fôlego ao caixa já debilitado.

O pagamento foi programado em seis parcelas mensais a partir de junho de 2026, mas o contrato original possuía cláusulas restritivas (chamadas de covenants) cujo descumprimento poderia disparar a cobrança antecipada dos valores —entre elas, uma relacionada à ocorrência de eventos com impactos jurídicos ou judiciais.

O forte aumento do custo com sentenças judiciais registrado no segundo trimestre de 2025 serviu de gatilho para o acionamento da cláusula, e os bancos chegaram a reter algumas centenas de milhões que a empresa tinha a receber para quitar parcelas de forma antecipada —o que deixou os Correios, por algumas horas, sem dinheiro suficiente para pagar toda a folha de salários.

A situação deflagrou uma operação emergencial para concluir a renegociação com os bancos, destravar o dinheiro em caixa e assegurar o cumprimento de suas obrigações correntes.

As novas condições do contrato preveem uma taxa de juros maior e pagamento da primeira parcela em janeiro de 2026 —uma antecipação em relação ao prazo original, mas ainda melhor do que o desembolso imediato requerido pelo acionamento da cláusula.

Agora, com a situação de curtíssimo prazo já equacionada, os Correios tentam tirar do papel o plano de reestruturação mais amplo. A avaliação é que, embora haja a necessidade de um gasto maior em 2025 e 2026, a partir de 2027 haverá uma economia significativa de despesas. Hoje, o custo fixo da companhia varia de R$ 20 bilhões a R$ 25 bilhões ao ano, o que dificulta o ajuste em períodos de queda de receitas.

A expectativa dos envolvidos também é de que haja melhora no faturamento a partir da execução do plano, que prevê um reposicionamento da empresa no mercado e a busca por novas fontes de receita.

Idiana Tomazelli/Folhapress

Prefeitura promove ação alusiva ao “Outubro Rosa” no Bairro Irmã Dulce

A  Prefeitura de Ipiaú, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, promoveu, na manhã desta terça-feira, 14, mais uma ação em alusão ao Outubro Rosa. O evento realizado na Unidade de Saúde da Família( USF) Dona Ana Conceição de Santana,  Bairro Irmã Dulce, mobilizou toda a equipe da Atenção Básica da unidade e atendeu dezenas de mulheres residentes nesta região da cidade.
A iniciativa ofereceu serviços médicos, odontologicos, palestras e orientações a respeito da prevenção do câncer er de mama, orientação sobre saúde da mulher, destacando o autoexame da mama, além de massagem relaxante, aplicação de ventosas, corte de cabelos, atualização da carteira de vacinação e marcação de exames, dentre outros procedimentos.
No decorrer deste mês a Secretaria Municipal de Saúde cumpre uma extensa programação alusiva à campanha “Outubro Rosa” que é celebrada anualmente com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama.  

Trata-se de   um movimento internacional criado no início da década de 1990. Ao realizar mais uma edição do “Outubro Rosa” a  Prefeitura de Ipiaú  reafirma seu compromisso com a saúde e bem-estar da população, em especial a comunidade feminina  para a qual reforça a necessidade de um diagnóstico precoce e do cuidado contínuo. ( José Américo castro/DECOM).

Brasil suspende definitivamente acordo com Peru após uso de provas anuladas da Odebrecht

Foto: JF Diorio/Arquivo/Estadão/Fachada da antiga Odebrecht

O governo brasileiro enviou ao Peru comunicado no final do mês passado suspendendo definitivamente a cooperação com o país andino em processos de corrupção envolvendo a Odebrecht e determinando a invalidação de provas contidas na delação da empreiteira.

O motivo foi o uso pelo Ministério Público peruano de conteúdo da delação, que foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal após o vazamento de mensagens entre membros da Lava Jato e o então juiz Sergio Moro.

A mensagem foi enviada em 17 de setembro à Justiça peruana pelo secretário nacional de Justiça, Jean Uema, sob cuja jurisdição está o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional).

“Mantenho a suspensão, desta vez por tempo indefinido, de todos os pedidos de cooperação jurídica internacional em matéria penal provenientes do Peru que envolvem a empresa Odebrecht e seus colaboradores, por não estarem sendo atendidos os compromissos assumidos no âmbito da cooperação jurídica internacional entre Brasil e Peru, os termos de compromisso sobre especialidade e limitação do uso de provas e a decisão do Supremo Tribunal Federal”, afirma Uema em sua mensagem.

Outras suspensões temporárias haviam sido decretadas pelo Brasil no passado, mas que acabaram sendo revertidas posteriormente, após compromisso do Peru de limitar o uso das provas. O país vizinho, no entanto, rescindiu na irregularidade, na visão brasileira.

A delação da Odebrecht baseou diversos processos no Peru envolvendo políticos. Entre os mais rumorosos estão acusações que levaram à condenação do ex-presidente Ollanta Humala (2011-16), que está preso no país, e sua esposa, Nadine, exilada no Brasil. Eles foram acusados por recebimento de caixa dois da empresa, o que negam.

A Procuradoria peruana, no entanto, buscava acusações de corrupção a partir da delação de Jorge Barata, ex-executivo da Odebrecht no Peru.

A expectativa é que, com a invalidação das provas, os processos sejam extintos e as condenações possam ser anuladas.

O Peru é obrigado a seguir o pedido do Brasil e respeitar as decisões do STF, em razão de acordo jurídico bilateral. Não cumprir a solicitação poderia levar a uma crise diplomática e a um processo dos acusados em cortes internacionais. O Judiciário do país andino ainda não se pronunciou sobre o pedido, no entanto.

Fábio Zanini/Folhapress

Putin e Trump convergem nas tentativas de subverter a democracia, dizem pesquisadores franceses

Foto: Reprodução/Instagram/Arquivo/Vladmir Putin e Donald Trump

Os Estados Unidos não podem mais ser encarados como aliados de democracias liberais como o Brasil e a França. É o que pensam os pesquisadores franceses Maud Quessard e Maxime Audinet, que veem cada vez mais semelhanças entre as estratégias do Kremlin para manipular a opinião pública e a abordagem de comunicação do governo americano sob Donald Trump.

“Rússia e Estados Unidos convergem nas narrativas que usam e nas tentativas de subverter a democracia liberal”, diz Quessard, diretora de Estudos Transatlânticos do Instituto de Pesquisas Estratégicas da Escola Militar de Paris (Irsem), ligado ao Ministério das Forças Armadas da França.

Segundo Quessard, países como a França se beneficiaram da aliança com os EUA por muitos anos, não apenas por meio da Otan. “Mas quando você tem um aliado que não compartilha mais os seus valores, não se pode mais confiar nele e fazer parceria. É um ponto de virada muito difícil para as democracias liberais, especialmente na Europa: nosso maior parceiro não é confiável quanto costumava ser, também porque deixamos de ter a mesma visão sobre o que é democracia.”

A pesquisadora acredita que o Brasil deva se preocupar com operações de influência dos Estados Unidos no país durante as eleições presidenciais. O fato de parte da sociedade brasileira, notadamente evangélicos conservadores, se alinhar às políticas de Trump torna o Brasil terreno fértil para tentativas dos EUA de manipular a opinião pública, na visão dela.

Quessard e Audinet vieram recentemente ao Brasil para falar com integrantes da sociedade civil, governo e universidades sobre a influência da Rússia e dos Estados Unidos.

Segundo Audinet, especialista em política russa no Irsem, tanto Rússia como EUA rechaçam a ideia da democracia liberal como o sistema político mais eficiente. Ambos se opõem aos valores progressistas, rotulados de woke, com enquadramentos um pouco diferentes – na Rússia, há protagonismo dos valores tradicionais; nos EUA, dos conservadores. Religião tem um papel importante na Rússia, com a Igreja Ortodoxa; nos EUA, com o movimento cristão conservador.

Enquanto os russos dispõem de estatais como a RT e Sputnik e décadas de experiência em operações de influência, os Estados Unidos contam com uma aliança com as onipresentes big techs para amplificar suas mensagens e detêm boa parte da infraestrutura de comunicações no mundo.

“Vivemos em uma era em que a democracia liberal tem que lutar não apenas contra regimes autoritários, mas também contra democracias iliberais. Essa é a ameaça que os EUA representam agora – materializada pelo uso e a instrumentalização da desinformação, com narrativas e infraestrutura”, diz Quessard. “O grande resultado da parceria entre Trump e as grandes empresas de tecnologia é que elas podem espalhar ou aumentar o alcance de informações por toda parte –concorrendo com os chineses.”

Trump desmantelou a Voice of America e a Radio Free Europe, dois braços importantes de projeção de influência no exterior, afirmando estarem tomadas pela cultura woke. O secretário de Estado, Marco Rubio, fechou o Escritório de Engajamento Global, criado em 2016 para combater desinformação e campanhas de influência estrangeiras.

No caso da Rússia, segundo Audinet, a grande habilidade é customizar sua mensagem de propaganda. “O anticolonialismo é uma retórica de política externa russa que realmente ressurgiu desde a invasão da Ucrânia’, diz o pesquisador.

Segundo ele, a mensagem era usada pelo grupo Wagner na África desde 2019, e aí foi expandida pelo Kremlin. “A ideia é dizer que a Rússia está apoiando essa nova tentativa de muitos países do Sul serem mais soberanos para rejeitar o neocolonialismo ocidental que ainda prevalece”, diz Audinet. “A Rússia nunca foi uma potência colonial na África ou nas Américas. Quando se trata do espaço pós-soviético, porém, obviamente há colonialismo e imperialismo, que o Kremlin tenta omitir.”
Patrícia Campos Mello/Folhapress

Destaques