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Mega-Sena acumula e prêmio sobe para R$ 14,5 milhões
Ninguém acertou as seis dezenas sorteadas no sábado no concurso 2843 da Mega-Sena.
Os números sorteados foram 01-37-39-40-43-59. O próximo concurso será realizado na terça (25), com prêmio estimado de R$ 14,5 milhões. De acordo com a Caixa, 41 apostas acertaram cinco dezenas sorteadas e levarão R$ 59,6 mil.
Outras 2.537 apostas acertaram a quadra e levarão R$ 1.376.
As apostas para o concurso 2844 da Mega-Sena podem ser feitas até as 19h de terça-feira (25) em qualquer casa lotérica.
Agência Brasil
Agro articula programa para promover carne brasileira no exterior
Parlamentares ligados ao agronegócio se articulam para lançar um programa de promoção à carne e outras proteínas brasileiras no exterior, em um esforço para melhorar a imagem do país principalmente junto ao mercado europeu.
No ano passado, o presidente mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou a suspensão da compra de carne de países do Mercosul, incluindo o Brasil. A reação negativa no Brasil fez com que o CEO recuasse e publicasse uma carta de retratação ao mercado brasileira. A controvérsia ocorreu em meio às discussões sobre o acordo entre a União Europeia e o bloco sul-americano, cujas negociações foram concluídas em dezembro do ano passado.
A ideia é que o projeto de lei tenha como autor principal o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), presidente da Presidente da FPBio (Frente Parlamentar do Biodiesel), mas que tenha coautoria de parlamentares de vários partidos, inclusive governistas.
O Programa Nacional de Promoção Internacional das Proteínas Brasileiras integraria o Ministério das Relações Exteriores e a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e consistiria em ações coletivas para a divulgação da carne brasileira.
O projeto de lei propõe a criação de estandes permanentes de divulgação em escritórios internacionais e a adoção de campanhas publicitárias no exterior que destaquem a qualidade e a sustentabilidade da carne brasileira. Além disso, o texto, que deve ser protocolado ainda neste semestre, prioriza a exportação da proteína brasileira na negociação de acordos comerciais internacionais.
Também estabelece a aplicação de sobretaxa a importações de países que impuserem restrições ou sobretaxas às proteínas brasileiras, na mesma proporção das medidas adotadas contra os produtos brasileiros. A dotação orçamentária do programa ainda está sendo discutida.
A iniciativa se insere no esforço do setor do agronegócio de passar aos europeus uma mensagem sobre a capacidade do país em desenvolver combustíveis renováveis e, ao mesmo tempo, fornecer proteínas em larga escala para exportação.
“É preciso que nossos agentes políticos tenham claro que a política dos biocombustíveis não compete com a produção de alimentos. Pelo contrário: ela estimula ao reduzir preços, impulsionar exportações e agregar valor à nossa produção”, afirma João Henrique Hummel, diretor-executivo da FPBio.
Danielle Brant/Folhapress
Veja quem precisa declarar o imposto de renda em 2025
Em 2025, a Receita Federal espera receber 46,2 milhões de declarações do Imposto de Renda, ou seja, cerca de um quinto da população terá que prestar contas ao Fisco neste ano. Afinal, quem precisa declarar o Imposto de Renda?
A obrigatoriedade está relacionada aos ganhos recebidos e o patrimônio do contribuinte em 2024, conforme a normativa 2255, divulgada pela Receita Federal em março deste ano.
>> Veja quem precisa declarar o Imposto de Renda:
Rendimentos acima de R$ 33.888: quem recebeu rendimentos tributáveis, como salário, férias, aposentadoria ou pensão por morte, acima de R$ 33.888 é obrigado a fazer a declaração do Imposto de Renda.”Se, em 2024, a pessoa recebeu mais de R$ 33.888, ela tem que declarar este ano. Se ela recebeu outros tipos de rendimentos que não são os tributáveis, mas são rendimentos isentos ou com tributação exclusiva na fonte de valor superior a R$ 200 mil, também está obrigada. Quem possuía, em 31 de dezembro de 2024, somatório de bens acima de R$ 800 mil também está obrigado a declarar”, explica o auditor-fiscal da Receita Federal, José Carlos Fonseca.
Atividade rural: é obrigatória a declaração para quem teve receita bruta acima de R$ 169.440 ou pretende compensar prejuízos de 2024 ou anos anteriores.
Investimentos fora do país: “A Lei nº 14754 determinou que o imposto que se paga desses rendimentos de aplicações no exterior deixou de ser mensal e passou a ser anual. Então, ano passado, em 2024, não houve cobrança de imposto sobre os rendimentos recebidos em 2024, porque agora, eles deverão ser colocados na declaração deste ano, de 2025, e vão ser tributados nesta declaração”, diz o auditor-fiscal.
Valores de imóveis: quem tem imóveis e os valores foram atualizados no final de 2024, com o pagamento de um imposto sobre ganho de capital diferenciado de 4%, também está obrigado a declarar, segundo o auditor-fiscal.
Residente no Brasil: quem passou à condição de residente no Brasil em 2024 também deve apresentar a declaração do Imposto de Renda.
Não sou obrigado a declarar o IR, mas posso fazer?
Agora, surge outra questão: e se a pessoa não for obrigada a declarar, ela pode fazer isso voluntariamente?
O professor Deypson Carvalho, coordenador adjunto do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), esclarece:
“A pessoa física, ainda que desobrigada, pode apresentar a Declaração de Ajuste Anual à Receita Federal do Brasil, observando-se que é vedado a um mesmo contribuinte constar simultaneamente em mais de uma declaração, seja como titular ou dependente, exceto em casos de alteração na relação de dependência no ano-calendário de 2024”.
>> Confira aqui tira-dúvidas do IR 2025 da Radioagência Nacional
O que mudou no IR de 2025?
A professora do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera, Valéria Vanessa Eduardo, destaca uma mudança na ordem de restituição do Imposto de Renda.
“Quem optar por receber através de Pix e também fazer a declaração pré-preenchida terá prioridade sobre quem apenas fizer a pré-preenchida ou aceitar o pagamento via Pix. Vale lembrar que as prioridades legais foram mantidas, beneficiando idosos, pessoas com deficiência, doentes graves e aqueles cuja maior fonte de renda seja o magistério.”
Há mudanças, ainda, em campos da declaração como, por exemplo, no fim da exigência do preenchimento de título de eleitor, códigos de consulado e embaixada para residentes no exterior e número da última declaração.
Além disso, o aplicativo Meu Imposto de Renda foi extinto. A declaração deve ser feita pelo aplicativo da Receita Federal ou pela plataforma Gov.br.
O prazo para declaração do Imposto de Renda 2025 começou no dia 17 de março e vai até o dia 30 de maio. Para quem deseja fazer a declaração pré-preenchida, os dados completos serão disponibilizados a partir de 1º de abril.
Se eu não declarar o IR, o que ocorre?
As sanções para quem não entrega a declaração vão desde multa mínima de R$ 165,74 a 20% do imposto devido até a alteração do CPF para “pendente de regularização” pela Receita Federal, o que impede o contribuinte de realizar transações bancárias.
O prazo para declarar o Imposto de Renda 2025 vai até o dia 30 de maio.
Edgard Matsuki/Agência Brasil
Receita impõe novas exigências para MEIs a partir de abril
A partir de abril de 2025, os microempreendedores individuais (MEIs) enfrentarão novas exigências fiscais estabelecidas pela Receita Federal. As mudanças visam aprimorar o controle fiscal e a conformidade tributária, afetando principalmente a emissão de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica (NFC-e). Essas atualizações são parte de um esforço contínuo para diferenciar as operações dos MEIs das de outras empresas.
Uma das principais alterações é a obrigatoriedade do uso do Código de Regime Tributário (CRT) “4 – Simples Nacional – Microempreendedor Individual – MEI” ao emitir NF-e ou NFC-e. Este código foi introduzido para facilitar a identificação das operações realizadas por MEIs, garantindo que suas atividades sejam claramente diferenciadas das de empresas que operam sob outros regimes tributários.
Quais são as mudanças nos códigos fiscais para MEIs?
Entre as mudanças mais significativas está a atualização dos Códigos Fiscais de Operações e Prestações (CFOPs) aplicáveis aos MEIs. Esses códigos são essenciais para identificar a natureza das operações comerciais realizadas. A partir de agora, os MEIs deverão utilizar novos CFOPs específicos, que incluem:
- 1.202: Devolução de venda de mercadoria
- 1.904: Retorno de remessa para venda fora do estabelecimento
- 2.202: Devolução de venda de mercadoria (interestadual)
- 2.904: Retorno de remessa (interestadual)
- 5.102: Venda de mercadoria adquirida
- 5.202: Devolução de compra para comercialização
- 5.904: Remessa para venda fora do estabelecimento
- 6.102: Venda de mercadoria adquirida (interestadual)
- 6.202: Devolução de compra para comercialização (interestadual)
- 6.904: Remessa para venda fora do estabelecimento (interestadual)
Como as mudanças impactam as operações de comércio exterior?
Para operações de comércio exterior, ativo imobilizado e Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, os MEIs poderão utilizar uma gama de CFOPs específicos. Alguns dos códigos que poderão ser utilizados incluem
O que muda com a substituição do evento de “denegação” por “rejeição”?
Outra mudança importante é a substituição do evento de “denegação” por “rejeição” na emissão de notas fiscais. Na prática, isso significa que, em caso de erro, a nota fiscal será rejeitada em vez de denegada, permitindo uma correção mais ágil e eficaz. Essa alteração busca reduzir o tempo de inatividade e aumentar a eficiência no processo de emissão de notas fiscais, beneficiando diretamente os MEIs.
Essas mudanças representam um passo significativo na modernização do sistema fiscal para MEIs, refletindo a necessidade de um ambiente de negócios mais transparente e eficiente. Os microempreendedores devem se preparar para essas atualizações, garantindo que suas operações estejam em conformidade com as novas exigências fiscais.
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Tire dúvidas sobre consignado para CLT, que entra em vigor nesta sexta
Com a promessa de oferecer crédito menos caro para cerca de 47 milhões de trabalhadores, o Programa Crédito do Trabalhador na Carteira Digital de Trabalho entra em vigor nesta sexta-feira (21).
O novo instrumento financeiro abrange empregados da iniciativa privada com carteira assinada, incluindo empregados domésticos, trabalhadores rurais e contratados por microempreendedores individuais (MEI).
Praticado há décadas para servidores públicos e segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o crédito consignado permite juros mais baixos que os de mercado. Isso porque as parcelas são descontadas da folha de pagamento, o que reduz a chance de inadimplência.
A Agência Brasil preparou um guia com perguntas e respostas sobre o novo consignado para CLT:
1. Como ter acesso?
Na página da Carteira de Trabalho Digital na internet ou no aplicativo de mesmo nome, o trabalhador pode autorizar o compartilhamento dos dados do eSocial, sistema eletrônico que unifica informações trabalhistas, para pedir a proposta de crédito.
2. Quanto tempo levará para receber as ofertas?
Após a autorização de uso dos dados, o trabalhador recebe as ofertas em até 24 horas, analisa a melhor opção e faz a contratação no canal eletrônico do banco. A partir de 25 de abril, os bancos também poderão operar a linha do consignado privado dentro de suas plataformas digitais.
3. Qual o desconto no salário?
As parcelas do crédito consignado serão descontadas na folha do trabalhador mensalmente, por meio do eSocial, até a margem consignável de 35% do salário bruto, incluído comissões, abonos e demais benefícios. Após a contratação, o trabalhador acompanha mensalmente as atualizações do pagamento.
4. Quem tem direito à nova modalidade de crédito?
Qualquer trabalhador com carteira assinada, empregados domésticos e rurais; assim como empregados contratados por MEI (cada MEI pode contratar um trabalhador).
5. O trabalhador precisa ir ao banco?
Não. Neste momento, a contratação é feita somente por meio da Carteira de Trabalho Digital. A partir de 25 de abril, poderá ser feita diretamente no site ou aplicativo dos bancos.
6. Quem tem um consignado pode fazer portabilidade?
Os trabalhadores com outros consignados ativos podem migrar o contrato existente para o novo modelo dentro de um mesmo banco a partir de 25 de abril. Entre bancos diferentes, a partir de 6 de junho.
7. Como fica o pagamento das parcelas em caso de demissão?
No caso de desligamento, o valor devido será descontado das verbas rescisórias, observado o limite legal de 10% do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 100% da multa rescisória. Se o valor descontado for insuficiente, o pagamento das parcelas é interrompido, sendo retomado quando o trabalhador conseguir outro emprego CLT. Nesse caso, o valor das prestações será corrigido. O trabalhador também poderá procurar o banco para acertar uma nova forma de pagamento.
8. Como fica o pagamento em caso de mudança de emprego?
Se o trabalhador trocar de emprego, o desconto em folha passará a ser feito pelo novo empregador por meio do eSocial.
9. Haverá teto de juros?
Não. Embora existam tetos de juros no consignado do INSS e no consignado para servidores públicos, o governo optou por não limitar as taxas na versão para trabalhadores da iniciativa privada.
10. A que dados dos trabalhadores as instituições financeiras terão acesso?
O compartilhamento segue as regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Para fazerem as propostas de crédito, as cerca de 80 instituições financeiras habilitadas pelo Ministério do Trabalho poderão acessar os seguintes dados:
nome; Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
tempo de empresa;
margem do salário disponível para consignação; e
verbas rescisórias em caso de demissão.
11. Será possível migrar do Crédito Direto ao Consumidor (CDC) para o novo consignado?
Sim, mas o trabalhador terá de procurar uma das 80 instituições financeiras habilitadas.
12. Quem aderiu ao saque-aniversário pode contratar o novo consignado?
Sim. Tanto quem fez o saque-aniversário como quem antecipou esse saque nos bancos pode ter acesso ao consignado para CLT. Os processos são independentes.
13. O crédito consignado privado já existia?
Sim. No entanto, a modalidade não tinha deslanchado entre os trabalhadores da iniciativa privada. A principal dificuldade era que, no caso do trabalhador CLT, o compartilhamento de dados do funcionário era burocrático. Até agora, as empresas privadas tinham de fazer convênios com determinado banco para possibilitar o desconto na folha de pagamento. O trabalhador CLT tinha a opção de pegar o crédito consignado apenas na instituição com a qual o empregador assinou o convênio e compartilhou os dados funcionais.
Enquanto o volume de crédito consignado privado encerrou 2024 em R$ 39,7 bilhões, o estoque de crédito consignado do INSS ficou em R$ 270,8 bilhões. No funcionalismo público, atingiu R$ 365,4 bilhões no fim do ano passado.
14. O que muda no consignado para CLT?
Com o novo programa, mais de 80 bancos e instituições financeiras poderão ter acesso ao perfil de trabalhadores com carteira assinada através do eSocial, sistema eletrônico obrigatório que unifica informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais de empregadores e empregados de todo o país. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o volume de crédito consignado privado poderá ultrapassar os R$ 120 bilhões neste ano.
Wellton Máximo/Agência Brasil
Orçamento 2025 tem R$ 50,4 bi para emendas parlamentares e menor poder de controle do governo
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA) de 2025, aprovada na tarde desta quinta-feira (20), reduziu o poder do governo federal sobre as emendas parlamentares e ampliou o poder do Congresso Nacional.
O valor total das emendas caiu ligeiramente em relação a 2024, de R$ 53 bilhões para R$ 50,4 bilhões, em valores nominais.
No entanto, a LOA deste ano ampliou o volume de emendas impositivas (individuais e de bancada): de R$ 26,3 bilhões (49% do total) para R$ 39 bilhões (77%).
As emendas impositivas são aquelas que o Executivo é obrigado a pagar, sem a possibilidade de bloqueá-las ou contingenciá-las, medidas que poderiam ajudar o governo Lula (PT) a reduzir gastos e cumprir a meta fiscal em caso de necessidade.
O restante das emendas do Orçamento de 2025, R$ 11,5 bilhões, ficou para as de comissão, cujo pagamento o governo pode evitar, mas que são criticadas pela falta de transparência.
A falta de controle e governança é o principal motivo pelo qual o Supremo Tribunal Federal (STF) investiu contra o mecanismo.
Nos últimos anos, as emendas se tornaram uma forma de o Congresso ampliar sua ingerência sobre o Orçamento da União, enquanto parlamentares as utilizam para alimentar redutos eleitorais —em muitos casos, com suspeitas de fraudes e irregularidades.
Há casos como o do Ministério do Esporte, que em 2024 teve 74% de seus recursos sob controle do Legislativo.
No total, desde 2020 (quando o uso do mecanismo explodiu), as emendas movimentaram R$ 150 bilhões: R$ 74 bilhões, das individuais, R$ 29,5 bilhões, de bancada e R$ 36,5 bilhões, de relator.
Essa última categoria foi impulsionada pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e deu origem ao orçamento secreto, por esconder a autoria do verdadeiro parlamentar que indicava a destinação dos recursos.
Elas acabaram derrubadas pelo Supremo em 2022, e Lira passou a ampliar o uso das emendas de comissão.
A tensão entre Congresso e STF em razão das emendas teve seu ponto alto no segundo semestre de 2024, quando o ministro Flávio Dino bloqueou o pagamento dos recursos, acionou a Polícia Federal (PF) para apurar fraudes e fez exigências de maior transparência.
Um dos alvos de Dino foi justamente as emendas de comissão. Ele determinou que esse mecanismo precisasse ser votado pelas comissões e tivesse seus autores revelados.
Como mostrou a revista Piauí, Lira manobrou e, com amplo apoio dos partidos, destinou os recursos pela indicação coletiva dos líderes das siglas.
Supremo e Congresso chegaram a um acordo para que fossem editadas normas com o objetivo de regulamentar a tramitação das emendas, com mecanismos de transparência e obrigatoriedade de que os autores das indicações fossem públicos.
Já em 2025, o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), aprovou uma resolução que deveria criar estruturas de governança para estes recursos, mas, na prática, manteve sob sigilo os nomes dos parlamentares.
A nova regulamentação até exige a indicação dos autores das emendas, mesmo as de comissão, mas permite que os líderes partidários façam indicações em nome de suas siglas, sem revelar de qual parlamentar partiu a destinação.
O mecanismo foi chamado por críticas de “emendas dos líderes”, e o PSOL acionou o STF para que ele seja derrubado.
Para conseguir avançar com o Orçamento de 2025 —que foi aprovado com atraso, apenas nesta quinta—, a atual ministra da Secretaria de Relações Institucionais acordou o pagamento de mais de R$ 6 bilhões em emendas.
Durante o debate da LOA, o Congresso pressionou para que mesmo as emendas de comissão ficassem vinculadas a setores específicos do Orçamento, reduzindo a possibilidade de o governo federal remanejar estes recursos.
João Gabriel/Fernanda Brigatti/Folhapress
BC eleva Selic a 14,25% ao ano, mesmo nível atingido durante crise do governo Dilma
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Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central |
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou nesta quarta-feira (19) a taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual, de 13,25% para 14,25% ao ano, mesmo nível atingido durante a crise do governo de Dilma Rousseff (PT).
Com a terceira alta seguida de mesma intensidade, os juros igualaram o patamar observado em outubro de 2016. Na época, também para combater uma inflação resistente, a taxa básica ficou estacionada em 14,25% durante um ano e três meses, a partir do fim de julho de 2015, atravessando o impeachment da petista.
Na segunda reunião sob o comando de Gabriel Galípolo, novo presidente do BC, o Copom cumpriu o choque de juros prometido ainda em dezembro do ano passado (reafirmado em janeiro), completando três movimentos de um ponto percentual.
A decisão desta quarta já era dada como certa pelo mercado financeiro. Levantamento feito pela Bloomberg mostrou que a elevação da Selic em um ponto percentual era a projeção unânime de todos os economistas consultados, em linha com a sinalização dada pelo próprio comitê no encontro anterior.
Desde o início do ciclo de alta de juros, em setembro de 2024, já foram cinco aumentos consecutivos. A Selic saiu de 10,5% ao ano e já acumula elevação de 3,75 pontos percentuais. Ainda sob a gestão de Roberto Campos Neto no BC, a primeira elevação foi gradual, de 0,25 ponto percentual.
O comitê acelerou o passo pela primeira vez em novembro, com um aumento de 0,5 ponto, e no encontro seguinte, em dezembro, optou por um movimento mais agressivo. Além de subir a Selic em um ponto percentual, prometeu mais duas altas da mesma intensidade nas reuniões seguintes, em janeiro e março. Agora, concretizou a segunda parte da estratégia.
Desde o encontro do colegiado de janeiro, houve uma piora adicional nas expectativas de inflação, em especial para 2026. Segundo o último boletim Focus, os analistas esperam que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) termine o próximo ano encostado no teto da meta perseguida pelo BC, em 4,48%.
Para este ano, as estimativas do mercado se afastaram ainda mais do objetivo, passando para 5,66%. O alvo central é 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que a meta é considerada cumprida se oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).
No radar dos economistas está, entre outros temas, a preocupação com a política fiscal expansionista do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em meio à queda de popularidade do presidente, foram apresentadas nas últimas semanas medidas de estímulo à economia, como o novo consignado privado para trabalhadores do setor privado e a liberação do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
No caso da proposta de ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês, há temor pela resistência do Congresso à proposta de compensação apresentada pelo Executivo de cobrar um imposto mínimo dos ricos.
Em paralelo, o cenário é de incerteza no ambiente internacional, com a guerra comercial imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Há dúvidas sobre o efeito das tarifas anunciadas pelo republicano sobre a inflação e a reação do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), que nesta quarta manteve os juros inalterados no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano.
O comportamento da atividade econômica também tem sido motivo de cautela. O PIB (Produto Interno Bruto) fechou 2024 com alta de 3,4% no acumulado do ano, mas perdeu ritmo no quarto trimestre, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Devido aos efeitos defasados da política monetária sobre a economia, o BC trabalha agora com a inflação do 3º trimestre de 2026 na mira, conforme o sistema de meta contínua. O comitê é hoje composto majoritariamente por representantes indicados por Lula, com sete dos nove membros. O Copom volta a se reunir nos dias 6 e 7 de maio.
Nathalia Garcia/Folhapress
Selic deve subir e voltar ao nível de crise de Dilma nesta quarta, e próximos passos do Copom são incertos
O mercado financeiro dá como certo que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central vai levar nesta quarta-feira (19) a taxa básica de juros (Selic) a 14,25% ao ano –mesmo nível registrado durante a crise do governo de Dilma Rousseff (PT).
Se a previsão se confirmar, a Selic atingirá o maior patamar desde outubro de 2016. Naquele período, a taxa básica foi colocada em 14,25% no fim de julho de 2015 e mantida estável por um ano e três meses.
Os mercados financeiros se preparam para uma “superquarta” —dia em que os bancos centrais de Brasil e Estados Unidos decidem o rumo dos juros de suas respectivas economias. Nos EUA, a expectativa é de manutenção da taxa básica no atual intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano.
Apesar da expectativa unânime dos agentes econômicos, com todos as 30 instituições consultadas pela Bloomberg prevendo aumento de um ponto percentual na Selic, há divergências sobre os passos seguintes do colegiado do BC e dúvidas quanto à sinalização dos próximos movimentos.
Alguns economistas esperam que o comitê indique a intenção de desacelerar a alta de juros no encontro de maio, enquanto outros acreditam que o Copom vai “deixar a porta aberta”, evitando se comprometer com qualquer ritmo de ajuste na reta final do ciclo.
Segundo a mediana da pesquisa Focus, coletada pelo BC, os analistas apostam que a Selic fechará o ano em 15%. A projeção está no mesmo patamar há dez semanas. Desde a última reunião do colegiado, em janeiro, cresceu a confiança de que o choque de juros dado pelo Copom está surtindo efeito, com alguns sinais de atividade econômica mais fraca.
Um dos economistas que aponta dúvidas em relação ao “forward guidance” (sinalização futura) é Sergio Goldenstein, ex-chefe do departamento de Mercado Aberto do BC e hoje estrategista-chefe da Warren Rena.
“O mais provável é que ele [Copom] altere o guidance [prescrição]. Pode até repetir uma comunicação que já fez antes, dizendo que entende que, nesse momento, o mais adequado é a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros, refletindo o estágio avançado do ciclo de aperto [aumento]”, diz.
Para Goldenstein, é improvável que o BC já consiga interromper o ciclo de alta da Selic nesta reunião, com o esperado aumento de um ponto percentual, dado que a projeção de inflação está distante da meta perseguida pela autoridade monetária.
No cenário de referência do Copom, a estimativa para o terceiro trimestre de 2026 –período em que o BC hoje se propõe a cumprir o objetivo– é de 4%. O alvo central é 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Em fevereiro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou para 5,06% no acumulado de 12 meses. Conforme o sistema de meta contínua, o BC prevê um novo estouro do teto em junho.
O estrategista-chefe da Warren defende que o colegiado do BC dê sequência ao ciclo de alta de juros com um ajuste de menor intensidade em maio, de 0,25 ponto percentual.
“Ele [BC] já tem um grau de conforto com a Selic em 14,25% em março, que é um patamar bastante contracionista [que provoca a retração da economia]. Com um ritmo menor, ele ganha tempo para conseguir entender os efeitos defasados da política monetária”, afirma.
Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC e presidente do conselho da Jive Investments, também não vê possibilidade de o Copom interromper a alta de juros já nesta reunião, mas considera “razoável” o colegiado indicar que o próximo ajuste será de uma elevação de menor magnitude e sinalizar que o ciclo não vai tão mais longe.
Na visão dele, o BC tem preferência por “dar o tom do que vem pela frente”. “Não deve apontar nada muito forte, mas dizer que as altas de 100 bps [um ponto percentual] já passaram e que agora será outra intensidade.”
Ele, contudo, não descarta a possibilidade de o Copom optar por não se amarrar a nenhuma prescrição, podendo agir mais livremente em função da conjuntura econômica.
“Na época em que estava no Banco Central, sempre preferia deixar mais em aberto [os próximos passos] porque as coisas mudam com muita rapidez. O BC tem mostrado que quer ficar indicando para o mercado o que ele acha. Mas ele pode mudar de opinião”, diz.
Entre os pontos de incerteza, estão os dados de atividade econômica. O PIB (Produto Interno Bruto) fechou 2024 com alta de 3,4% no acumulado do ano, mas perdeu ritmo no quarto trimestre, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar dos sinais de enfraquecimento, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) avançou no início do ano. Em dado dessazonalizado, o indicador do BC teve alta de 0,9% em janeiro sobre o mês anterior –bem acima da expectativa da pesquisa da Reuters, que apontava expansão de 0,22%.
Em paralelo, o cenário é de incerteza no ambiente internacional, com a guerra comercial imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Há dúvidas sobre o efeito das políticas do republicano sobre a inflação global e a reação do Fed (Federal Reserve).
Mirella Hirakawa, coordenadora de pesquisa da Buysidebrazil, ressalta que o Copom precisa manter uma mensagem de comprometimento com a meta, sem esquecer que as expectativas de inflação ainda estão distantes do alvo.
Mas ela vê pontos de moderação, como a apreciação do câmbio desde o encontro de janeiro, quando a cotação do dólar usada pelo comitê foi de R$ 6. Nesta terça (18), a moeda norte-americana estava sendo negociada abaixo de R$ 5,70.
A economista também destaca que o Copom está entrando na reta final do ciclo, o que exige um ajuste fino para testar qual o nível restritivo necessário para a convergência das expectativas em direção à meta.
“Tem uma composição que pode justificar ele retirar totalmente o forward guidance, colocar mais data dependent [decisão tomada a cada reunião à luz da evolução dos dados econômicos]”, diz.
Ela espera uma posição mais conservadora para que o mercado não aposte em uma desaceleração abrupta nas próximas reuniões. “A nossa expectativa é que vai vir uma decisão dura, porém abrindo a porta, ganhando espaço de manobra para desacelerar”, diz Hirakawa, que projeta elevação de 0,75 ponto percentual na Selic em maio.
Nathalia Garcia/Folhapress
BC comunica vazamento de dados de 25 mil chaves Pix sob guarda de fintech
O Banco Central comunicou nesta segunda-feira (17) o vazamento de dados pessoais vinculados a 25.349 chaves Pix sob responsabilidade da fintech QI SCD (QI Sociedade de Crédito Direto S.A). Esse foi o primeiro incidente de segurança registrado em 2025 pela autoridade monetária.
De acordo com o BC, o vazamento ocorreu em razão de “falhas pontuais” nos sistemas da instituição e não foram expostos dados sensíveis, tais como senhas, movimentações e saldos financeiros ou outras informações sob sigilo bancário.
No período de 23 de fevereiro a 6 de março, foram expostos dados como nome do usuário, CPF com máscara, instituição de relacionamento, agência, número e tipo da conta.
“As informações obtidas são de natureza cadastral, que não permitem movimentação de recursos, nem acesso às contas ou a outras informações financeiras”, disse o BC.
A autoridade monetária também informou que as pessoas afetadas serão notificadas exclusivamente por meio do aplicativo ou pelo internet banking da instituição de relacionamento do usuário.
Segundo o BC, não serão usados outros meios de comunicação com os usuários que tiveram os dados expostos, como aplicativos de mensagens, telefonemas, SMS ou email.
Ainda de acordo com a autarquia, foram adotadas as ações necessárias para a apuração detalhada do caso e serão aplicadas as medidas sancionadoras previstas na regulação.
Nathalia Garcia/Folhapress
Caixa libera abono salarial para nascidos em fevereiro
Cerca de 1,7 milhão de trabalhadores com carteira assinada nascidos em fevereiro e que ganham até dois salários mínimos podem sacar, a partir desta segunda-feira (17), o valor do abono salarial do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) em 2025 (ano-base 2023). A quantia está disponível no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital e no Portal Gov.br.
Ao todo, a Caixa Econômica Federal liberará pouco mais de R$ 2 bilhões neste mês. Aprovado no fim do ano passado, o calendário de liberações segue o mês de nascimento do trabalhador. Os pagamentos começaram em 17 de fevereiro e vão até 15 de agosto.
Neste ano, R$ 30,7 bilhões poderão ser sacados. Segundo o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), o abono salarial de 2025 será pago a 25,8 milhões de trabalhadores em todo o país. Desse total, cerca de 22 milhões que trabalham na iniciativa privada receberão o PIS e 3,8 milhões de servidores públicos, empregados de estatais e militares têm direito ao Pasep.
O PIS é pago pela Caixa Econômica Federal; e o Pasep, pelo Banco do Brasil. Como ocorre tradicionalmente, os pagamentos serão divididos em seis lotes, baseados no mês de nascimento. O saque iniciará nas datas de liberação dos lotes e acabarão em 29 de dezembro de 2025. Após esse prazo, será necessário aguardar convocação especial do Ministério do Trabalho.
Quem tem direito
Tem direito ao benefício o trabalhador inscrito no PIS/Pasep há, pelo menos, cinco anos, e que tenha trabalhado formalmente por, no mínimo, 30 dias no ano-base considerado para a apuração, com remuneração mensal média de até dois salários mínimos. Também é necessário que os dados tenham sido informados corretamente pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
O valor do abono é proporcional ao período em que o empregado trabalhou com carteira assinada em 2023. Cada mês trabalhado equivale a um benefício de R$ 126,50, com períodos iguais ou superiores a 15 dias contados como mês cheio. Quem trabalhou 12 meses com carteira assinada receberá o salário mínimo cheio, de R$ 1.518.
Pagamento
Trabalhadores da iniciativa privada com conta corrente ou poupança na Caixa receberão o crédito automaticamente no banco, de acordo com o mês de seu nascimento.
Os demais beneficiários receberão os valores por meio da poupança social digital, que pode ser movimentada pelo aplicativo Caixa Tem. Caso não seja possível a abertura da conta digital, o saque poderá ser realizado com o Cartão do Cidadão e senha nos terminais de autoatendimento, unidades lotéricas, Caixa Aqui ou agências, também de acordo com o calendário de pagamento escalonado por mês de nascimento.
O pagamento do abono do Pasep ocorre via crédito em conta para quem é correntista ou tem poupança no Banco do Brasil. O trabalhador que não é correntista do BB pode efetuar a transferência via TED para conta de sua titularidade via terminais de autoatendimento e portal www.bb.com.br/pasep ou no guichê de caixa das agências, mediante apresentação de documento oficial de identidade.
Até 2020, o abono salarial do ano anterior era pago de julho do ano corrente a junho do ano seguinte. No início de 2021, o Codefat atendeu a recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU) e passou a depositar o dinheiro somente dois anos após o trabalho com carteira assinada.
Wellton Máximo/Agência Brasil
Antecipação do décimo terceiro em 2025 promete injetar bilhões e aquecer economia brasileira
O décimo terceiro salário, benefício aguardado por milhões de brasileiros, terá um papel ainda mais relevante em 2025 com a antecipação de seus prazos de pagamento. Tradicionalmente depositado até 30 de novembro e 20 de dezembro, o valor terá datas ajustadas para 28 de novembro e 19 de dezembro devido ao calendário, que coloca os dias originais em um domingo e um sábado, respectivamente. Essa mudança, determinada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), visa garantir que os recursos cheguem às mãos dos trabalhadores em dias úteis, impulsionando a economia em um momento estratégico. Com um volume estimado de bilhões de reais circulando, o impacto deve beneficiar trabalhadores, aposentados, comerciantes e o PIB nacional, especialmente no último trimestre do ano.
Criado pela Lei Federal nº 4.090/62, o décimo terceiro é um direito consolidado que abrange empregados formais regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), incluindo domésticos, rurais e avulsos, além de servidores públicos e beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em 2024, o benefício alcançou cerca de 83 milhões de pessoas e injetou aproximadamente R$ 300 bilhões na economia, segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Para 2025, esse montante deve crescer, impulsionado pelo reajuste do salário mínimo, previsto para R$ 1.518, e pela inflação acumulada, o que amplia o poder de compra e aquece setores como varejo, turismo e serviços.
A antecipação dos prazos, embora sutil, exige adaptação de empresas e trabalhadores. Para os empregadores, o desafio está em organizar o fluxo de caixa para cumprir as datas ajustadas e evitar multas, que podem chegar a R$ 170,25 por empregado em caso de atraso. Já para os beneficiários, o dinheiro extra chegando alguns dias antes pode acelerar planos de consumo ou quitar dívidas, especialmente em um período marcado por gastos elevados como Natal e Réveillon. Enquanto isso, o governo avalia repetir a antecipação do pagamento aos aposentados do INSS, prática adotada nos últimos anos, o que reforçaria ainda mais a circulação de recursos.
Prazos ajustados exigem planejamento
Antecipar os pagamentos do décimo terceiro em 2025 será uma necessidade imposta pelo calendário e pelas regras trabalhistas. Com o dia 30 de novembro caindo em um domingo, a primeira parcela ou o valor integral, no caso de pagamento único, deverá ser depositada até sexta-feira, 28 de novembro. Já a segunda parcela, originalmente prevista para 20 de dezembro, um sábado, terá de ser paga até 19 de dezembro, também uma sexta-feira. Essa alteração segue a determinação do TST, que protege o trabalhador ao garantir que os valores estejam disponíveis antes de datas sem expediente bancário, como fins de semana e feriados.
Empresas que preferirem pagar a segunda parcela em espécie terão uma exceção: o depósito pode ocorrer no próprio dia 20 de dezembro, desde que haja acordo prévio com o empregado. Para transferências bancárias, no entanto, o prazo de 19 de dezembro é inegociável, o que reforça a importância de um planejamento financeiro bem estruturado ao longo do ano. O descumprimento dessas datas pode gerar não apenas multas, mas também ações trabalhistas, elevando os custos para os empregadores e destacando a necessidade de organização antecipada.
Para o comércio, a antecipação representa uma vantagem. Com o dinheiro circulando mais cedo, lojistas esperam um pico de consumo já na última semana de novembro, especialmente em produtos típicos de fim de ano, como roupas, eletrodomésticos e alimentos. Em 2024, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que o décimo terceiro injetou R$ 321,4 bilhões na economia, equivalendo a cerca de 3% do PIB, e a expectativa para 2025 é de um impacto ainda maior, ajustado pelo crescimento econômico e populacional.
Quem tem direito ao benefício
O décimo terceiro salário abrange um amplo espectro de brasileiros, mas segue critérios claros de elegibilidade. Têm direito ao pagamento trabalhadores contratados sob o regime da CLT, incluindo empregados domésticos, rurais e avulsos, além de servidores públicos. Na esfera da Previdência Social, aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios como incapacidade temporária, reclusão e acidente também estão contemplados, desde que atendam às exigências legais. O valor é calculado proporcionalmente ao tempo de serviço no ano, com frações superiores a 15 dias contadas como um mês inteiro.
Exceções, porém, limitam o acesso ao benefício. Quem é demitido por justa causa perde o direito, independentemente do período trabalhado em 2025, uma regra que impactou cerca de 5% das rescisões em 2024. Já os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da Renda Mensal Vitalícia (RMV) não recebem o décimo terceiro, por se tratarem de benefícios assistenciais, não previdenciários. Para os elegíveis, o cálculo considera o salário mensal como base, ajustado conforme os meses de trabalho.
Como calcular o décimo terceiro
Calcular o décimo terceiro salário é um processo simples, mas exige atenção aos detalhes e descontos aplicados. O valor corresponde a 1/12 do salário mensal por cada mês trabalhado, contando frações acima de 15 dias como um mês completo. Um trabalhador com salário de R$ 2.000 que atuou de janeiro a dezembro receberá R$ 2.000 integrais, divididos em duas parcelas de R$ 1.000, se for o caso. Já quem começou em maio terá direito a 8/12 do salário, ou seja, R$ 1.333,33, também fracionado conforme a política da empresa.
Os descontos obrigatórios reduzem o valor líquido recebido. O INSS, com alíquotas entre 7,5% e 14% dependendo da renda, incide sobre o total do benefício somado ao salário mensal. O Imposto de Renda, aplicado apenas na segunda parcela, afeta quem ganha acima de R$ 2.824 mensais, seguindo a tabela progressiva. Para um salário de R$ 3.500, por exemplo, o INSS pode descontar 9% (R$ 630 sobre R$ 7.000 totais), enquanto o IR varia entre 7,5% e 27,5% na segunda parcela, dependendo da renda acumulada.
Passos práticos ajudam a estimar o valor final:
- Divida o salário mensal por 12 e multiplique pelos meses trabalhados.
- Some o décimo terceiro ao salário mensal e aplique a alíquota do INSS.
- Na segunda parcela, subtraia o Imposto de Renda, se aplicável, após o INSS.
Esses cálculos permitem que trabalhadores e aposentados saibam exatamente quanto terão disponível, facilitando o planejamento financeiro.
Impacto econômico do décimo terceiro
O décimo terceiro salário desempenha um papel vital na economia brasileira, especialmente no fim do ano. Em 2024, o benefício alcançou cerca de 83 milhões de trabalhadores e beneficiários do INSS, movimentando aproximadamente R$ 300 bilhões, segundo a CNC. Para 2025, a expectativa é de um valor ainda maior, impulsionado pelo aumento do salário mínimo e pela inflação, o que eleva o montante injetado no mercado. Setores como varejo, alimentação e turismo já se preparam para um pico de consumo em novembro e dezembro, enquanto pequenos negócios em cidades do interior registram incrementos de até 20% na receita durante o período.
A antecipação das datas em 2025 pode acelerar esse efeito econômico. Com o dinheiro disponível alguns dias antes, as compras de Natal e Réveillon devem ganhar fôlego, beneficiando especialmente o comércio local. Em 2024, 40% dos trabalhadores usaram o benefício para quitar dívidas, enquanto 30% investiram em bens de consumo, e a tendência deve se repetir, com um impacto positivo projetado no PIB do último trimestre.
Calendário oficial de pagamento em 2025
Em 2025, os prazos do décimo terceiro salário foram ajustados para garantir o cumprimento da lei. Confira as datas principais:
- 28 de novembro:
- Limite para a primeira parcela ou pagamento único, antecipado de 30 de novembro (domingo).
- 19 de dezembro: Prazo final para a segunda parcela, ajustado de 20 de dezembro (sábado).
- 20 de dezembro:
Data para pagamento em espécie da segunda parcela, se acordado com o empregado.
Esses prazos aplicam-se a trabalhadores formais e outras categorias elegíveis. Para aposentados e pensionistas do INSS, o calendário depende de decisão governamental. Em 2024, os pagamentos foram antecipados para maio e junho, beneficiando mais de 33 milhões de segurados, e uma repetição em 2025 é aguardada, embora sem confirmação oficial até março.
Aposentados do INSS na expectativa
Aposentados e pensionistas do INSS formam um grupo essencial no alcance do décimo terceiro. Em 2024, o governo antecipou o pagamento dessas categorias para o primeiro semestre, depositando a primeira parcela entre 24 de abril e 8 de maio e a segunda entre 24 de maio e 7 de junho. A medida, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, injetou R$ 33,68 bilhões na economia e alcançou 33,6 milhões de benefícios, aliviando o orçamento de milhões de famílias em um período de menor atividade econômica.
Para 2025, ainda não há definição oficial sobre a antecipação, mas a prática tem sido recorrente desde 2020 como forma de estimular o consumo. Caso mantida, a primeira parcela deve ser paga em abril, seguida pela segunda em maio, seguindo o cronograma habitual do INSS, que considera o penúltimo dígito do Número do Benefício (NB). A decisão será acompanhada de perto por beneficiários e comerciantes, que contam com esse impulso financeiro.
Tributação pesa no bolso dos brasileiros
Os descontos sobre o décimo terceiro salário seguem gerando debates entre trabalhadores e legisladores. O INSS incide sobre o valor total do benefício somado ao salário mensal, o que pode elevar a alíquota aplicada. Para um trabalhador com renda de R$ 4.500, a alíquota de 11% resulta em R$ 990 de desconto sobre os R$ 9.000 totais, parte disso refletida na gratificação. O Imposto de Renda, exclusivo da segunda parcela, pode retirar até 27,5% do valor para rendas mais altas, reduzindo significativamente o montante líquido.
Quem ganha até R$ 2.824 mensais está isento do IR, mas o INSS é obrigatório em todos os casos. Em 2024, propostas para isentar o Imposto de Renda sobre o décimo terceiro foram discutidas no Congresso, mas não avançaram. Para 2025, o tema pode voltar à pauta, embora não haja sinais concretos de mudança até o momento. A carga tributária, combinada aos ajustes de calendário, reforça a importância de os beneficiários entenderem os cálculos para evitar surpresas.
Setores preparam-se para o impulso
Comerciantes e empresários de diversos setores já se organizam para aproveitar o impacto do décimo terceiro em 2025. O varejo espera um aumento nas vendas de eletrodomésticos, roupas e brinquedos, enquanto o setor de serviços, como restaurantes e turismo, prevê um incremento na demanda por lazer e viagens de fim de ano. Em 2024, o benefício impulsionou o comércio em 5% no último trimestre, e a antecipação dos prazos pode ampliar esse efeito, especialmente em cidades menores, onde o dinheiro extra é essencial para os negócios locais.
Para os trabalhadores e aposentados, o décimo terceiro representa uma chance de equilíbrio financeiro. Muitos planejam usar o valor para despesas sazonais, como presentes e ceias, enquanto outros priorizam o pagamento de contas atrasadas ou a criação de uma reserva para o início de 2026, marcado por gastos como IPTU e material escolar. A movimentação financeira gerada pelo benefício, aliada às datas ajustadas, promete manter a economia aquecida até os primeiros meses do próximo ano.
Reforma tributária acaba com R$ 200 bi de incentivos e deve estimular retorno de empresas a estados ricos
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Secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy |
À Folha o secretário do Ministério da Fazenda prevê uma alíquota mais baixa do imposto com a extinção dos benefícios tributários concedidos pelos estados para atrair investimentos privados, e que fomentaram, nas últimas décadas, a guerra fiscal no Brasil.
A expectativa é a de que, em alguns setores, empresas que migraram de localidades mais desenvolvidas em busca de vantagens tributárias acabem retornando aos seus estados de origem.
As empresas ainda não falam abertamente sobre a possibilidade de um movimento de regresso. Mas escritórios de tributaristas já têm recebido consultas de companhias interessadas em entender o cenário pós-reforma, sem os incentivos, para subsidiar decisões futuras.
Appy afirma que a extinção dos incentivos não representará aumento de arrecadação, porque o desenho da reforma tributária mantém a carga tributária. “No caso da reforma, esse efeito vai resultar numa alíquota menor do imposto e não no aumento da arrecadação”, diz.
A redução dos incentivos será gradual a partir de 2029 até estarem totalmente extintos em 2033. Segundo ele, alguns dos incentivos serão compensados pelo Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais, criado pela reforma para que as empresas —com direito hoje aos incentivos fiscais vigentes — recebam os valores prometidos pelos estados entre 2029 e 2032. O fundo terá R$ 160 bilhões.
“É uma baita mudança para a economia”, avalia. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional também foi criado pela reforma e terá repasses anuais da União, num valor que subirá gradualmente até chegar a R$ 60 bilhões. Os recursos desse segundo fundo poderão ser usados pelos estados para investimentos em infraestrutura, inovação, desenvolvimento científico e tecnológico, e fomento a atividades produtivas para compensar o fim da guerra fiscal.
São Paulo, que perdeu empresas com a guerra fiscal e depois acabou também entrando na disputa, poderá ser um dos mais beneficiados. A interlocutores o secretário de Fazenda do estado, Samuel Kinoshita, já sinalizou que vem recebendo manifestações de empresários interessados em voltar em razão da melhor infraestrutura, da mão de obra qualificada e do maior mercado consumidor. Procurado pela Folha, Kinoshita não quis falar sobre o assunto.
Appy minimiza o impacto e destaca que hoje a maior parte dos incentivos é direcionada a empresas que, mesmo sem o benefício, já se instalariam onde estão agora. Ele ressalta que São Paulo também pode perder empresas, porque concedeu incentivos.
“Tem que fazer as contas. Nem todas as empresas vão voltar automaticamente para São Paulo. Algumas já criaram raízes e relações econômicas locais”, diz o consultor Angelo Angelis, que atuou como auditor fiscal de São Paulo.
Para ele, um eventual retorno das empresas dependerá muito de cada setor. Se por um lado, a distância da matéria-prima pode tornar a operação da empresa mais cara, por outro a proximidade maior com o mercado consumidor é um incentivo para a mudança.
Angelis avalia que as empresas com estrutura de capital mais leve, como vestuário e alimentos, podem ter um incentivo maior para ficar mais perto do mercado consumidor. Já para as empresas com estrutura de capital muito pesada, como frigoríficos, tende a ser mais difícil desmobilizar a operação.
O consultor acredita que muitos centros de distribuição atacadistas devam fazer o movimento de retorno. Ele conta que empresas de São Paulo desse ramo abriram canais de importação em Navegantes, São Francisco do Sul e Itajaí para fazer suas importações por Santa Catarina em razão de incentivos. O mesmo aconteceu no Espírito Santo.
As montadoras de automóveis, que se instalaram em estados que concedem benefícios fiscais, também tendem a retornar. “Uma montadora de veículos que está em Anápolis e importa tudo da China, tenho muitas dúvidas se ela permaneceria em Goiás porque seria mais eficiente em São Paulo sem os incentivos”, diz Angelis. As montadoras no Nordeste também são candidatas a regressar.
“Quando acabarem os incentivos, talvez não compense mais ficar no Nordeste porque é muito longe do mercado consumidor e elas não têm toda a estrutura de fornecimento de um centro metalúrgico e de autopeças no seu entorno.”
“As empresas que estão hoje atuando em lugares onde não estariam, não fosse por força do benefício fiscal, vão embora”, diz Luiz Bichara, da Bichara Advogados. Ele cita as montadoras no Nordeste e as empresas do polo farmacêutico de Goiás. “Vai todo o mundo embora, não tem por que ficar lá. Essas empresas vão acabar de depreciar o capex [investimento] e irão embora”, afirma.
Bichara diz que não ouviu ainda empresas confirmarem que vão mudar de local, mas conta que tem recebido muitas consultas sobre o que fazer no cenário pós-reforma. “Muitos estados do Brasil vão virar Detroit”, diz ele numa referência à capital da indústria automobilística dos Estados Unidos, considerada hoje uma cidade fantasma devido à sua decadência.
Para o presidente da Febrafite (Associação Nacional de Fiscais de Tributos Estaduais), Rodrigo Spada, as empresas vão voltar a decidir olhando o mercado consumidor, onde está a matéria-prima e a mão de obra qualificada, que não necessariamente seja São Paulo. Mas a mudança não será de uma hora para outra, porque há custos envolvidos.
Ele avalia que o fim da guerra fiscal será salutar para a concorrência. Estudo da Febrafite apontou que os governos estaduais vão abrir mão de R$ 267 bilhões em 2025 com a concessão de benefícios fiscais, mas os incentivos não contribuíram para o desenvolvimento regional.
Adriana Fernandes, Folhapress
Federação de petroleiros convoca greve de funcionários da Petrobras em defesa do home office
O conselho deliberativo da FUP (Federação Única dos Petroleiros) decidiu convocar trabalhadores da Petrobras para uma greve de advertência de 24 horas em 26 de março, em defesa do teletrabalho e de outras melhorias das condições de trabalho, segundo comunicado da FUP nesta quinta-feira (13).
A paralisação será submetida à aprovação da categoria em assembleias até o dia 23, informou a FUP, que representa 12 sindicatos de petroleiros pelo Brasil.
Procurada, a Petrobras não respondeu até a publicação desta reportagem.
Normalmente, a Petrobras conta com equipes de contingência em movimentos grevistas, tornando-se muito difícil que haja impactos em suas operações, principalmente em paralisações de curto prazo.
A pauta de reivindicações da FUP inclui a defesa do teletrabalho com regramento negociado coletivamente.
Atualmente, o regime de trabalho para as áreas administrativas e escritórios da Petrobras prevê dois dias presenciais, sendo que a empresa pretende ampliar para três dias a partir de 7 de abril, sem ter acordo com os sindicatos, segundo a FUP.
“Na terça-feira, 11, dirigentes da FUP e representantes da Petrobras estiveram reunidos na sede da empresa, no Rio, para tratar da negociação sobre o teletrabalho. As partes não chegaram a um acordo”, disse a FUP.
Além desse tema, a greve de um dia também fará oposição à redução da remuneração variável dos trabalhadores e defenderá a recomposição dos efetivos e a garantia de segurança em todo o Sistema Petrobras, nas prestadoras de serviço e durante o período de manutenção.
A federação propôs ainda defender a entrada em operação da Fafen-PR (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná), o fim dos equacionamentos da Petros e a criação de um plano de cargos e salários “justo e isonômico”.
Marta Nogueira/Folhapress
Taxação de 25% dos EUA pode afetar produção de aço bruto em Minas Gerais, maior fabricante do país
Em 2024, o estado liderou a produção do metal no país, com 10 milhões de toneladas. A maior parte do aço que saiu de Minas Gerais foi para os Estados Unidos.
Minas Gerais é o maior fabricante brasileiro de aço bruto e semiacabado, segundo o Instituto Aço Brasil. Em 2024, o estado liderou a produção nacional, com uma fatia equivalente a 30,1% (10,2 milhões de toneladas) do setor no país.
Por isso, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) analisa os impactos da cobrança de tarifas de 25% sobre todas as importações do metal nos Estados Unidos. A medida entrou em vigor nesta quarta-feira (12), um mês após a assinatura de um decreto pelo presidente Donald Trump (entenda mais abaixo).
De acordo com a instituição, em janeiro de 2025, durante as primeiras ameaças tarifárias do governo norte-americano, o aço brasileiro bateu o recorde de exportações para os EUA dos últimos quatro anos.
Neste período, foram exportadas 531 mil toneladas da matéria-prima, número que corresponde a mais de 56% se comparado com a média mensal de 2024.
No mesmo mês, o total das importações de aço pelos norte-americanos foi o maior dos últimos três anos, alcançando 2,8 milhões de toneladas.
"É uma suspeita que a gente tinha, de que realmente as empresas americanas fariam esse estoque de aço em razão das ameaças de aumento da tarifa, e isso correspondeu", destacou Verônica Winter, analistas de negócios internacionais do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiemg.
A Fiemg também ressalta que, por se tratar de uma taxação aplicada a todas as economias e não somente à brasileira, o cenário colocaria os países em condições de concorrência mais equilibradas. No entanto, tudo depende das negociações bilaterais entre o país norte-americano com o Brasil.
“Entendemos que a negociação é o melhor caminho para Brasil e EUA neste momento. Se houver um acordo, a tendência é de que a exportação de aço brasileiro aumente para os Estados Unidos, com um cenário positivo. Entretanto, se o bom senso não prevalecer, haverá consequências para parte da indústria siderúrgica nacional, especialmente a mineira”, afirmou o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe.
Em 2024, o Brasil ficou em segundo lugar entre os países que mais exportaram aço para os EUA, com quatro milhões de toneladas — o maior volume desde 2017, quando chegou a 4,6 mi.
Na última terça-feira (11), o presidente Lula (PT) visitou o Polo Automotivo Stellantis, da Fiat, na Grande BH, e, em seguida, conheceu as obras de expansão da siderúrgica Gerdau, em Ouro Branco, na Região Central de Minas. Durante um discurso, ele "pediu respeito" a Donald Trump.
"Não adianta o Trump ficar gritando de lá, porque eu aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo, que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado", declarou o presidente Lula.
Taxação nos EUA
Em fevereiro, Donald Trump assinou um decreto que impõe tarifas de 25% para todas as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos a partir de 12 de março.
A medida, que deve atingir em cheio o setor siderúrgico de grandes parceiros comerciais dos EUA, como o Canadá, México e Brasil, faz parte de uma das principais promessas de campanha de Trump: a taxação de produtos estrangeiros para priorizar a indústria norte-americana.
"Nossa nação precisa que o aço e o alumínio permaneçam na América, não em terras estrangeiras. Precisamos criar para proteger o futuro ressurgimento da manufatura e produção dos EUA, algo que não se vê há muitas décadas", disse Trump.
Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que o principal efeito da cobrança será a diminuição das exportações para os norte-americanos. Além disso, o cenário traz desafios para o setor siderúrgico, que terá que redirecionar suas vendas ou, no longo prazo, diminuir a produção.
Entre as empresas que têm fábricas instaladas no Brasil, os reflexos devem ser diversos. De um lado, estão as companhias com maior atuação no mercado de exportação — e que podem sair prejudicadas, com queda no volume exportado.
Do outro, estão aquelas cujo peso das exportações é menor, tendo o impacto suavizado. Nesses casos, os desafios ficam com a mudança do mercado interno, diante do possível aumento da oferta de produtos aqui no país — o que tende a baixar preços e reduzir as margens das companhias.
Por Redação g1 — Belo Horizonte
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