Empresários e banqueiros pedem freio nos gastos e alertam para dívida crescente
Haddad encontra líderes do governo neste domingo (8) para tentar resolver impasse no IOF
Empresários elevam pressão sobre governo Lula com críticas de Wesley Batista e André Esteves
Nomes de peso do PIB, como André Esteves (BTG), Milton Maluhy (Itaú) e Wesley Batista (J&F), desceram para o litoral paulista levando declarações fortes em defesa da disciplina fiscal, que foram pronunciadas no palco ao lado do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, outro crítico do uso do IOF com objetivo arrecadatório.
“Está todo mundo angustiado com isso [problema fiscal], e tem coisas que são meio óbvias. Estamos no all time high [máximo] de programas de transferência de renda, os quais eu sempre defendi. Mas na hora em que estamos no menor desemprego da história, e demanda por mão de obra, parece claro que, de maneira ordenada e com processo educacional, temos de jogar trabalhadores de volta para dentro do mercado de trabalho formal”, disse Esteves.
De acordo com o banqueiro, está sendo criada uma consciência ampla na sociedade de que não há mais espaço para expandir gastos.
“Compara o Brasil com o resto dos países: crescimento do gasto, do déficit nominal está muito alto, muito fora. E quem está achando que gasto é vida, não é verdade. Gasto excessivo é morte”, disse Esteves.
Maluhy abriu sua fala dizendo que a trajetória da dívida é uma preocupação constante no olhar dos investidores.
“Fizemos nossa conferência em Nova York, falando com mais de 600 investidores, 140 empresas listadas, e essa era a tônica de todas as conversas. O ajuste fiscal é necessário e precisa ter coragem para enfrentar. Precisa tirar o engessamento do Orçamento. Precisamos debater medidas estruturantes, que levem o país para uma agenda de mais produtividade, crescimento e estabilidade”, afirmou o presidente do Itaú.
Com um discurso na mesma linha, Wesley Batista pediu engajamento pela causa e também disse que está vendo nascer na sociedade e no meio político um consenso de que o ajuste das contas públicas via receita chegou no limite e é preciso cortar gastos.
“Chegou a hora. Nós temos um encontro com essa conta. Não dá mais. Na receita você não vai fazer o ajuste fiscal. Temos que ser realistas. A renúncia ficou gigantesca. Teve muita coisa que não trouxe o benefício esperado”, afirmou.
O que ele sugere: revisão de renúncias fiscais e gastos nas áreas social, além da reforma administrativa.
“O Brasil precisa apoiar programas sociais e tal, mas faz sentido revê-los. Rever o tamanho, as transições. Você não tem gente nem para trabalhar”, disse o empresário.
Na plateia estavam nomes como Eugênio Mattar (Localiza), Edgard Corona (Smart Fit), Ernesto Pousada (Vibra Energia), Frederico Trajano (Magalu), Cristiano Pinto da Costa (Shell) e José Seripieri Junior (Amil) e Rafael Furlanetti (XP).
Para reforçar o engajamento e o tal consenso que os empresários dizem ver em formação pela defesa do ajuste das contas, o anfitrião João Camargo lançou um QR Code no telão, que levava a um vídeo sobre o assunto. Ele pediu para a plateia copiar o código e divulgar o vídeo nas redes sociais.
O tema repercutiu entre as principais pautas no corredor do evento, onde representantes de entidades empresariais trocavam suas expectativas para a reunião da equipe econômica com parlamentares neste domingo (8).
Já o alinhamento com o Congresso ficou por conta do discurso do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que deu sua contribuição dizendo que “estamos presos a um modelo de Estado que gasta muito, entrega pouco e cobra cada vez mais de quem produz”.
Joana Cunha/Folhapress
Ferrovia Norte-Sul é alvo de centenas de invasões e interferências irregulares
A reportagem teve acesso a um estudo de campo realizado entre janeiro e maio deste ano, com o objetivo de fazer um pente-fino nas chamadas “áreas remanescentes” da Norte-Sul. São espaços que foram desapropriados durante a implantação da ferrovia, mas que não foram ocupados pela via permanente. Muitos desses terrenos ficam dentro da chamada faixa de domínio, que considera um recorte de 80 metros em relação aos trilhos –sendo 40 metros de cada lado.
O levantamento contratado pela Infra S.A., estatal vinculada ao Ministério dos Transportes, revela um cenário grave de invasões ao longo da ferrovia que, ainda em 2023, teve parte de seu trecho inaugurado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que, atualmente, é toda operada por VLI e Rumo Logística, duas concessionárias privadas.
Nos 2.250 km de extensão, um total de 662 áreas foram vistoriadas, entre 16 de janeiro e 16 de maio de 2025. Foram identificadas invasões em 73 áreas remanescentes. As formas de invasão mais comuns são casas e outros tipos de edificações, cercas, plantações e criação de animais.
Dessas áreas com ocupação irregular, 44 resultaram em registros técnicos formais, por conterem melhor detalhamento documental, como registros fundiários e identificação de ocupantes. Ao categorizar essas invasões, o relatório classifica 31 delas como gravíssimas, 12 muito graves e 1 grave.
O documento também aponta 541 situações de interferências irregulares de todo tipo, como passagem de redes elétricas, abertura de vias vicinais e passagens ferroviárias sem autorização. Desse total, 57 foram enquadradas como situações gravíssimas. Outras 473 foram consideradas muito graves e 11, graves.
A distância das ocupações em relação à via férrea é um dos principais critérios considerados para definir a gravidade das invasões e interferências. Ou seja, a maioria das situações encontrada está muito próxima dos trilhos.
Os dados fazem parte de um estudo em andamento que pretende traçar um diagnóstico sobre desapropriação, gestão fundiária e necessidades de regularização de passivos ao longo da Norte-Sul.
Construída com recursos públicos, a ferrovia que funciona como a “espinha dorsal” do transporte sobre trilhos tem sua malha dividida em três partes. O “Tramo Norte”, de 720 km de extensão, entre Açailândia (MA) e Porto Nacional (TO), é administrado pela VLI. O “Tramo Central”, com seus 855 km entre Porto Nacional e Anápolis (GO), está sob o comando da Rumo. A concessionária também responde pelo “Tramo Sul”, de 682 km, entre Ouro Verde de Goiás (GO) e Estrela D’Oeste (SP).
Recentemente, o governo também retomou planos de licenciar e oferecer, em leilão, o trecho de 477 quilômetros de extensão entre Açailândia, no Maranhão, onde hoje acaba a ferrovia, até a cidade de Barcarena, no porto de Vila de Conde, litoral do Pará.
A reportagem questionou tanto o poder público quanto as concessionárias sobre a situação encontrada ao longo da ferrovia e as medidas que devem ser tomadas para coibir o problema. Em nota, a estatal Infra S.A. afirmou que ainda não recebeu o resultado completo do trabalho contratado, que deve ser concluído em 16 de junho.
“Após receber a documentação, que na data de hoje ainda se encontra em fase de elaboração, procederemos a análise do estudo em questão e avaliaremos as medidas administrativas e judiciais cabíveis”, afirmou.
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que regula o setor ferroviário, afirmou que “realiza rotineiramente a fiscalização do cumprimento das obrigações previstas contratualmente —entre elas, a preservação da integridade da faixa de domínio”.
A agência declarou que atua para assegurar que as concessionárias adotem todas as medidas cabíveis, inclusive judiciais, para prevenir e regularizar ocupações nesses espaços. “A agência ainda não teve acesso ao estudo contratado pela Infra S.A., mas informa que, ao tomar conhecimento do material, irá considerá-lo no exercício de suas competências legais e regulatórias, tratando os casos identificados diretamente com as concessionárias e com a própria Infra”, afirmou.
A Rumo disse que “monitora regularmente a faixa de domínio das ferrovias que administra, conforme previsto em contrato com o poder concedente, visando à segurança da operação ferroviária e da população”.
A VLI declarou que sua equipe de segurança patrimonial faz rondas preventivas periódicas ao longo de toda a faixa de domínio sob sua concessão, para objetivo de identificar possíveis focos de invasão e ocupações irregulares.
“A companhia informa que, tão logo são constatadas estas ocorrências, são realizadas a identificação do perímetro e a notificação extrajudicial dos indivíduos envolvidos, com a maioria dos casos sendo solucionada sem que haja a necessidade de acionar as autoridades. Para os demais casos, é realizada a ação de reintegração de posse”, afirmou.
A companhia declarou que também faz campanhas educativas junto às comunidades locais para orientar sobre as implicações que invasões dos terrenos próximos à faixa de domínio podem ter para a segurança e a integridade física das pessoas.
André Borges/Folhapress
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Foto: Ricardo Stuckert/PR/Arquivo |
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Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil/Arquivo |
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