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Especialistas apontam: ‘futuro do café baiano está na conexão e origem’

Festival Baiano de Cafés ocorre neste final de semana, 16 e 17/8, no Trapiche BarnabéTerroir único e histórias que geram conexão, a essência do café produzido na Bahia será protagonista do Festival Baiano de Cafés, que ocorre neste final de semana, dias 16 e 17 de agosto, no Trapiche Barnabé, em Salvador. Maior evento de cafés de qualidade do estado, vai reunir especialistas de todo o Brasil que apontam o futuro do nosso café, em uma imersão de sabores e encontros musicais. Os ingressos estão à venda no Sympla e custam R$ 30, a entrada individual, e R$ 55, o passaporte para os dois dias.
“O café baiano é mais que um produto: é território, cultura, resistência e identidade que se bebe. E o Festival é um movimento coletivo que cresce, conecta e inspira. Mais que um evento sobre cafés, proporcionaremos uma imersão sensorial e gustativa no universo da cadeia produtiva dos cafés especiais do nosso estado”, promete a organizadora e especialista em cafés de qualidade, Brenda Matos.

Iniciando às 13h e finalizando às 21h, tanto no sábado quanto no domingo, o Festival Baiano de Cafés contará com shows musicais, múltiplos expositores, palestras e cursos com os melhores profissionais do Brasil. O evento, além de movimentar o segmento de cafés de qualidade, também fomenta o turismo gastronômico e a geração de emprego - são mais de 250 profissionais envolvidos.

Futuro do café
Para o produtor de café na Fazenda Boa Terra, em Ibicoara, Chapada Diamantina, Douglas Fagundes, a cafeicultura precisa ter um papel que vai além do “abastecer xícaras pela manhã”. “Precisamos praticar uma cafeicultura que carrega a riqueza de valores que podem mudar o futuro de forma definitiva, tanto para as comunidades produtoras, quanto para o planeta e os consumidores”, aponta.

O café produzido por Fagundes e sua esposa, a também produtora Isabela Azevedo, fará parte da linha de cafés oficiais do Festival, representando a Cooperativa dos Produtores Rurais de Ibicoara e Chapada Diamantina (Coopric).

“Se olharmos com atenção para práticas sustentáveis de cultivo, o futuro do café é muito promissor. Precisamos tomar como lição o susto que levamos, de falta de café, e começar a adotar práticas saudáveis, não precisa ser radical, mas tem que plantar mais árvores para garantir o fornecimento de água, cuidar da saúde do solo, para a planta do café absorver melhor, viver melhor, produzir mais”, sinaliza a jornalista e correspondente internacional de cafés, Kelly Roberta Stein.

TED Speaker e fundadora da Coffea Trips, Stein vai mediar uma roda de conversa do Festival, no sábado (16), no palco principal. A especialista reforça ainda que, além de investir em agrofloresta, a evolução do cenário do café da Bahia está na diversidade de sabores e origens.

‘O Futuro do Café’ será o tema central do Festival, que é promovido pela Xodó Cafés Especiais e Rede Amo. A estrutura do evento conta com três espaços: Palco Principal, com shows, palestras e rodas de conversa; a Arena Educacional, com cursos e oficinas; e a Arena Cupping, com rodadas de degustação de cafés da Bahia. Também terá a Área Infantil, com programação lúdica para crianças e o Cine Café, com documentários e webséries sobre o café na Bahia e no Brasil.

SERVIÇO
O quê? Festival Baiano de Cafés 2025
Onde? Trapiche Barnabé · Salvador – BA
Quando? 16 e 17 de agosto de 2025
Hora? Das 13h às 21h
Preço? R$ 30 (individual) | R$ 55 (passaporte para 2 dias)
Vendas? Sympla: https://bit.ly/3ITiQb6
Programação completa: 

FICCO/SP apreende mais de 980 kg de maconha em Paranapanema/SP

Bauru/SP. Nesta terça-feira (12/8), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de São Paulo (FICCO/SP) apreendeu 988 kg de maconha durante abordagem a um caminhão na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), no município de Paranapanema/SP.

Durante a fiscalização, equipes do Tático Ostensivo Rodoviário da Polícia Militar localizaram diversos tabletes da substância no baú do veículo. O motorista foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia da Polícia Federal em Bauru/SP, onde foi lavrado o auto de prisão por tráfico interestadual de drogas.

O homem aguarda audiência de custódia e permanece à disposição da Justiça.

As ações da FICCO/SP são fruto da cooperação entre agências, com foco em inteligência de segurança pública. A Força Integrada reúne atualmente a Polícia Federal, a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP/SP), a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP).

Comunicação Social da Polícia Federal em Bauru/SP

Mutirão da campanha “Meu Pai Tem Nome” acontece em Ipiaú nesta quinta-feira.

Acontece   nesta quinta-feira, 14 de agosto, em Ipiaú,  o mutirão  da campanha nacional “Meu Pai Tem Nome”, que tem como objetivo enfrentar a ausência de paternidade e reduzir o número de crianças e adolescentes sem o nome do pai na certidão de nascimento. 

A ação se estende das 8h às 17horas  na sede da Defensoria Publica  localizada na Rua Antonio Augusto Sá, nº 46, no Bairro da Conceição, e conta com o apoio da Prefeitura Municipal. Os interessados devem procurar a sede da Defensoria Publica com os seguintes documentos: RG (Carteira de identidade), comprovante de renda, e comprovante de residência. 

Com esta iniciativa, a Defensoria Pública da Bahia promove o reconhecimento da paternidade por meio do diálogo, orientação jurídica e realização gratuita de exames de DNA.

A campanha  destaca a importância da identidade e dos laços familiares, mas também  assegura que o reconhecimento pode ser efetuado por vínculo afetivo, sem necessidade de laço biológico, conforme previsto pelo Conselho Nacional de Justiça.

As Secretarias de Governo e Comunicação, Educação,  Saúde e Desenvolvimento Social  do município de Ipiaú estão ativamente envolvidas nesse movimento.

A Secretaria de Educação, por exemplo, enviou  a relação de alunos matriculados na Rede municipal de Ensino que não possuam paternidade averbada no registro de nascimento, bem como dados da(o) responsável  legal da criança ou adolescente, sobretudo telefone e endereço, para que a Defensoria Pública possa orientá-las sobre seus direitos, no intuito de estimular o registro de paternidade.

Na Bahia, cartórios são obrigados por lei a notificar a Defensoria Pública Estadual  sempre que verificar registro de criança sem nome paterno. A partir dessas notificações, são abertas ações para a inclusão do nome do pai. (José Américo Castro/Decom-PMI).

Agosto Lilás: Caminhada de Repúdio à Violência Doméstica mobiliza Córrego de Pedras


Na tarde da última terça-feira, 12 de agosto, a Prefeitura realizou no distrito de Córrego de Pedras uma Caminhada de Repúdio à Violência Doméstica, reunindo diversos moradores em um ato de protesto e conscientização, motivado pela recente morte de Cláudia, vítima de feminicídio no distrito.

A ação faz alusão ao Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher. Durante a mobilização, foi destacado que a violência não se restringe apenas à agressão física. Existem outras formas igualmente graves, como:

Violência psicológica: ameaças, constrangimento, manipulação, chantagem e humilhação.

Violência patrimonial: estelionato, furto, roubo, privação de bens, falta de pagamento de pensão e extorsão.

Violência moral: xingamentos, acusações infundadas e exposição da intimidade.

Além da caminhada, foi realizada uma palestra conduzida pela Ronda Maria da Penha, representada pela PM Rita Barreto, que alertou sobre os sinais de agressão e orientou sobre os canais de denúncia e proteção disponíveis.
Estiveram presentes equipes do CRAS I e II, CREAS e Conselho Tutelar, reforçando a rede de apoio e acolhimento às vítimas. Durante o percurso, foram distribuídos folhetos com contatos de emergência, incentivando a população a não se calar diante de situações de violência: "Não é só a violência física que marca".

Se você sofre ou presenciar qualquer tipo de violência contra a mulher, denuncie. Ligue para o Disque 180. A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer lugar do Brasil, com garantia de sigilo.

A Prefeitura de Ipiaú reafirma seu compromisso no combate à violência doméstica, apoiando ações de prevenção, orientação e proteção às mulheres, para que todas possam viver com segurança, dignidade e respeito.

Fernando Canuth / Decom PMI

Motta faz ofensiva após motim e determina que comissões acelerem distribuição de emendas

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reuniu os presidentes de seis comissões da Casa nesta terça-feira (12) e determinou que acelerem a indicação das emendas parlamentares alocadas nesses colegiados. As primeiras votações para definir o destino do dinheiro ocorrerão já nesta quarta (13).

A convocação faz parte de uma ofensiva de Motta para tentar recuperar o controle da Câmara, após o motim que o impediu de presidir as sessões por quase 30 horas com o objetivo de pressioná-lo a aprovar a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente está preso desde o início do mês por descumprir medidas cautelares.

Motta já tinha determinado em julho que os líderes partidários e deputados fizessem a indicação de como pretendem gastar o dinheiro. A Folha antecipou que cada deputado da base aliada receberia uma fatia de pelo menos R$ 11 milhões extras do Orçamento. O montante pode variar de acordo com a fidelidade ao governo, ao líder do partido e ao próprio Motta.

As comissões abriram o prazo de indicação dos recursos em julho, mas até agora há deputados e partidos que não enviaram a lista sobre como querem que o dinheiro seja gasto. Essa planilha deve informar o local da obra ou serviço, o autor e CNPJ de quem receberá a verba, de forma a permitir o rastreio e publicidade.

Motta convocou os presidentes das comissões para uma reunião reservada nesta terça e determinou que eles façam logo as sessões para aprovar as atas com as indicações, mesmo sem a lista completa.

“Praticamente toda semana teremos a votação de atas na comissão. A partir do momento em que os partidos forem indicando, vamos votando”, disse o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, o deputado Zé Vitor (PL-MG).

As comissões de Saúde, Esporte, Turismo, Agricultura, Desenvolvimento Urbano e Integração Nacional serão as primeiras a votar as indicações, com sessões marcadas para esta quarta. As listas com o nome dos parlamentares e os beneficiários ainda não foram divulgadas. A promessa é de que se tornem públicas momentos antes da aprovação.

O escalonamento das votações dificultará, também, um monitoramento mais rápido sobre quem foi favorecido com verbas maiores e o montante para cada partido. Mas deputados afirmam que isso não fez parte de uma estratégia política para evitar insatisfações internas sobre a divisão desigual, e sim uma necessidade diante da demora de alguns partidos em informarem as indicações.

As emendas de comissão substituíram as emendas de relator, declaradas inconstitucionais pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2022 por falta de transparência. Esse mecanismo era criticado por manter sob sigilo o real responsável por decidir como o dinheiro seria gasto, e se tornou alvo de diversos inquéritos sobre desvios nos recursos.

As emendas de relator, também chamadas de “orçamento secreto”, eram utilizadas pelo antecessor de Motta, Arthur Lira (PP-AL), para construir maiorias no plenário. O Senado também recebe fatia do montante, cuja distribuição é liderada pelo presidente Davi Alcolumbre (União-AP).

O Congresso criou para 2024 essa nova modalidade de emenda atrelada às comissões, mas o STF voltou a bloquear os pagamentos e exigir mais transparência.

A falta de transparência facilitava que a cúpula do Congresso controlasse as verbas para favorecer aliados com mais recursos e prejudicar adversários. Além da distribuição desigual, a execução do repasse não é obrigatória, o que ajuda também o governo a montar uma base de apoio própria no Legislativo para quem apoia as suas pautas.

Aliados de Motta dizem que a ausência de um instrumento semelhante tem dificultado sua gestão do plenário, e que por isso é importante destravar logo a execução desse dinheiro para que ele possa construir uma base mais fiel e controlar rebeliões.

Na semana passada, deputados e senadores bolsonaristas fizeram um motim e se apropriaram das mesas diretoras da Câmara e do Senado para impedir que Alcolumbre e Motta pudessem presidir. O gesto foi visto como uma afronta ao poder dos presidentes e um dos momentos de maior fragilização do atual presidente da Câmara.

Raphael Di Cunto/Folhapress

Corregedor, Diego Coronel diz que prazo para parecer sobre deputados acionados por motim na Câmara é de 45 dias

O corregedor da Câmara dos Deputados, Diego Coronel (PSD-BA), afirmou nesta segunda-feira, 11, ao Estadão/Broadcast que terá até 45 dias para proferir o parecer sobre os casos dos 14 parlamentares acionados na esteira da ocupação da Mesa Diretora da Casa na semana passada. Segundo Coronel, o prazo consta de ato citado na representação que lhe foi encaminhada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O corregedor da Câmara disse ter recebido nesta segunda-feira a notificação sobre as representações apresentadas contra os deputados. Inicialmente, a expectativa era a de que o corregedor tivesse que dar seu parecer sobre os pedidos de punições em até dois dias, conforme inclusive foi citado por Hugo Motta em entrevistas. Hoje, Coronel indicou que o prazo é maior, mas sua intenção é analisar as representações o “mais rápido possível”.

Coronel relatou que vai notificar os parlamentares acionados a partir desta terça-feira, 12, com a abertura do “prazo para o contraditório”. Os parlamentares terão cinco dias para apresentarem suas defesas e, em seguida, o corregedor vai mandar a documentação para análise técnica. Segundo Coronel, o prazo é de 45 dias, “mas pode ser reduzido a depender da demanda”.

“Isso é regimental […] Existem na verdade dois atos da mesa, o ato nº 180 e o ato nº 37. O ato nº 180 eu teria 48 horas para dar um parecer opinativo e encaminhar para a Mesa Diretora tomar uma providência. Mas o ato que consta na representação que eu recebi hoje, é o nº 37 de 2009. Esse ato muda um pouco o rito. Se for cumprido fidedigno muda um pouco porque eu abro espaço para o contraditório – que eu acho justo inclusive. Vamos notificar todos os parlamentares, eles terão até 5 dias para apresentar sua defesa. Posterior a isso, teria-se no regimento 45 dias para que eu possa tecer algum parecer”, indicou.

Representações foram recebidas nesta segunda
As representações que chegaram às mãos de Coronel nesta segunda, 11, foram encaminhadas à corregedoria, por Motta, na sexta-feira, 8. Os nove documentos citam 14 parlamentares de oposição: o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ); o líder da oposição, Zucco (PL-RS); a líder da Minoria, Caroline de Toni (PL-SC); e os deputados Allan Garcês (PP-MA), Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Marcos Feliciano (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Zé Trovão (PL-SC), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Marcos Pollon (PL-MS), Domingos Sávio (PL-MG) e Júlia Zanatta (PL-SC).

As representações foram apresentadas pelos deputados João Daniel (PT-SE), Lindbergh Farias (PT-RJ), Pedro Campos (PSB-PE), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Rogério Correia (PT-MG), Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Gilberto Abramo (Republicanos-MG).

Pepita Ortega e Victor Ohana/Estadão Conteúdo

Políticos e juízes brasileiros recebem 20 vezes mais que a renda média da população


O Brasil tem um dos piores índices de desigualdade de renda entre gestores públicos e a população do país, atrás de nações como Chile e Argentina. Aqui, políticos e juízes federais podem chegar a vencimentos cerca de 22 vezes maiores que o salário médio dos brasileiros.

O presidente da República e os deputados federais ganham 21 vezes o salário médio da população do país. Enquanto políticos receberam remunerações de R$ 44 mil no ano passado, a renda domiciliar per capita nacional foi de R$ 2.069, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Os dados são do Índice de Disparidade Salarial 2025, feito pelo Livres, grupo voltado ao liberalismo econômico. O índice calcula quantas vezes o salário de um político ou servidor é maior do que a renda média da população. Foram avaliados dados de 16 países.

O estudo faz a comparação a partir do salário do presidente da República e de deputados e juízes federais, que recebem o equivalente ao teto constitucional no serviço público. O estudo considera dados de 2024, quando o teto estava em R$ 44 mil.

No caso dos magistrados federais, a renda bruta no ano passado variava entre R$ 35,8 mil para os substitutos e R$ 39,7 mil para os desembargadores, conforme estabelecido pelo CJF (Conselho da Justiça Federal). O valor não considera adicionais, como as verbas indenizatórias, que podem elevar os vencimentos acima do teto.

No ano passado, a renda média dos magistrados foi de R$ 48,6 mil, segundo dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), valor que já ultrapassa a regra do CJF. Com isso, os juízes recebem, em média, 23,5 vezes o salário da população. Mas houve casos de juízes recebendo até R$ 444 mil, o que amplia ainda mais a diferença.

Em relação ao presidente da República, a desigualdade de renda no Brasil fica acima da média global, cujo índice de desigualdade é de 10,7, e da média de países em desenvolvimento, cuja cifra é 16,8.

Na Argentina, por exemplo, o presidente teve uma remuneração de cerca de 4 milhões de pesos (R$ 16 mil) em 2024, enquanto a renda média da população do país foi de 442 mil pesos (R$ 1.812). O salário do chefe do Executivo foi 9,2 vezes superior ao dos argentinos.

Já no Chile, o presidente tem uma renda 13,7 vezes maior do que o salário médio da população. A remuneração do chefe do Executivo é de 7,5 milhões de pesos chilenos (R$ 42 mil), enquanto a renda dos chilenos é de 555 mil pesos (R$ 3.109).

As diferenças são ainda maiores no caso dos deputados federais. Na Argentina, os salários dos parlamentares são 4,5 vezes maiores do que os da população do país. A cifra cai para 3,7 no Reino Unido e para 3,0 em Portugal.

Já ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e do STJ (Superior Tribunal de Justiça) recebem cerca de 22 vezes o salário dos brasileiros. A diferença também é maior do que na Argentina e no Reino Unido, onde o salário dos membros da Suprema Corte é 11 vezes superior à renda média da população. Em países como Suíça e Alemanha, os vencimentos são 6 vezes maiores.

O estudo usou dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), além de estatísticas nacionais de outros países, como o do INDEC (Instituto Nacional de Estadística y Censos) da Argentina e do INE (Instituto Nacional de Estadística) da Espanha.

O levantamento não considera salários recebidos por servidores concursados ou comissionados no Executivo federal. Nesses casos, as diferenças podem ser ainda maiores levando em conta as carreiras mais bem remuneradas: advogados da União ganharam até R$ 547 mil em honorários no ano passado, como revelou a Folha.

Para especialistas, a diferença de renda entre os mais bem remunerados no setor público e a população do país pode gerar desconfiança em relação a políticas e serviços públicos.

Isso porque, devido à renda elevada, os políticos e a elite do funcionalismo não dependem dos serviços públicos, como é o caso de boa parte dos brasileiros. Eles costumam acessar, por exemplo, redes particulares de saúde, além de matricular os filhos em escolas privadas.

“Como a população entende que essas pessoas não estão familiarizadas com aquele ambiente, a crença de que elas podem legislar de forma eficiente sobre isso diminui”, afirma Magno Karl, diretor do Livres. “Há potencial de corroer a crença nas instituições da democracia representativa.”

Segundo o diretor, o estudo serve para expor o grau das diferenças salariais no Brasil. O país é o terceiro mais desigual entre o 17 analisados, à frente apenas da África do Sul e do México, onde chefes de Estado recebem, respectivamente, valores quase 22 vezes e 24 vezes superiores à renda média da população.

“O salário maior do que a média faz com que a população tenha um sentimento de injustiça, e isso talvez ajude a minar a legitimidade do Estado”, afirma Cibele Franzese, professora de administração pública da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Para ela, o caso do Judiciário é mais grave devido aos supersalários, que extrapolam o teto constitucional. Franzese afirma que as remunerações de agentes políticos do Executivo e do Legislativo correspondem com seu grau de responsabilidade, sobretudo no caso do presidente da República.

Embora tenham vencimentos elevados, políticos não contam com os mesmos benefícios dos servidores do Judiciário, como as verbas indenizatórias livres de Imposto de Renda e o direito a duas férias ao ano.

Políticos também dependem de eleições para permanecer no cargo, enquanto magistrados contam com a vitaliciedade –ou seja, só podem ser expulsos de sua função após sentença judicial transitada em julgado.

Para a professora, o estudo traria uma análise mais complexa se abordasse a efetividade, ou seja, a relação entre o que é gasto e o que é entregue.

“Não temos evidência de que o gasto com salários de políticos prejudique a qualidade dos serviços públicos. A gente tem evidência de que a qualidade depende mais de um serviço público bem gerenciado, de uma boa gestão de desempenho e pessoas capacitadas trabalhando, tanto nas carreiras públicas, quanto na ponta.”

Luany Galdeano/Folhapress

‘O povo tinha razão de estar meio puto’, diz Lula sobre queda de popularidade em entrevista

Ao comentar resultados desfavoráveis em pesquisas de avaliação, o presidente Lula (PT) afirmou nesta terça-feira (12) que a população estava correta em estar com raiva do governo devido a preços altos dos alimentos, por conta da inflação.

“O povo tinha razão de estar meio puto porque o feijão tava caro, a carne tava cara. O povo tem razão e agora nós temos que ter o compromisso de melhorar e as coisas estão melhorando, estão melhorando, estão melhorando”, disse em entrevista à Bandnews.

Em tom de brincadeira, Lula disse ainda que estava vermelho nas pesquisas “porque a cor do PT é vermelha”.

Ainda ao comentar sua popularidade, o petista afirmou que não se preocupa com seu desempenho com empresários, por acreditar que não são eles que compõem seu principal eleitorado. A fala vem em momento delicado para a categoria, que espera do governo um plano de contingência para lidar com o tarifaço de Donald Trump contra produtos brasileiros.

Na mesma entrevista, Lula anunciou que assinará uma medida provisória com um crédito de R$30 bilhões para amparar setores afetados.

“Eu nunca me preocupei com o comportamento eleitoral do empresariado, porque acho que a maioria nunca votou em mim. Comigo tem uma questão de pele, sabem de onde eu vim, sabem da minha origem, não deixo de dizer de que lado eu tô, pra quem eu governo”, disse o presidente.

“Embora eu governe para todos, eles sabem que tenho uma preferência de ajudar o povo pobre a sair da miséria em que se encontra. E os empresários sabem o que eu penso, nunca fiz comício de empresário, mas trato eles com respeito que eles merecem”, declarou.

Segundo última edição da pesquisa Datafolha, o petista segue com avaliação estável, tendo seu governo reprovado por 40% e aprovado por 29%. Na rodada anterior, Lula tinha 28% de ótimo e bom e os mesmos 40% de ruim e péssimo. O regular passou de 31% para 29%, e 1% não deu opinião.

Mariana Brasil/Folhapress

Prefeito do União Brasil descarta aproximação com Jerônimo em troca de obras: “não me vendo”; assista


Em meio aos movimentos de aproximação de prefeitos à base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), o gestor de Conceição do Coité, Marcelo Araújo, fez um duro discurso na Câmara de Vereadores do município rechaçando a possibilidade de abrir conversas para apoiar o petista em troca de obras e investimentos.

Araújo é filiado ao União Brasil, legenda de ACM Neto, principal nome da oposição na Bahia.

“Algumas pessoas chegam para mim e falam: ‘prefeito, por que o senhor não procura o governador do Estado? O governador do Estado está dando tudo. Se o senhor procurar o governador do Estado, pode ter certeza que ele vai dar o que o senhor pedir para Coité’. E eu falo a quem me procura e diz isso: eu não me vendo”, afirmou.

Segundo ele, as demandas da cidade já são conhecidas da gestão estadual, que tem entre os seus aliados um deputado de Coité, fazendo uma menção indireta ao deputado Alex da Piatã (PSD).

“O governador do Estado sabe das necessidades do povo de Coité. O governador do Estado tem um deputado da bancada dele, terceiro mandato se não me falhe a memória, que sabe todas as nossas necessidades. Não precisa que o prefeito vá se humilhar e pedir coisas para Coité, porque ele sabe”, emendou, ao elevar ainda mais o tom.

“Se ele [Jerônimo] quisesse fazer, ele faria. Mas por que ele não faz? Porque ele quer negociar. E eu não negocio princípios, eu não negocio valores. O que está em jogo não é somente a governabilidade de Coité, o que está em jogo é o futuro da Bahia, é o futuro do Brasil”.

Marcelo Araújo aponta ainda que aspectos que considera críticos na gestão Jerônimo inviabilizam a aproximação com o grupo petista.

“Eu não posso negociar uma escola para apoiar o governador que tem a pior educação do Brasil. Eu não posso apoiar, em troca de uma pavimentação asfáltica, um governador que tem a pior segurança pública do Brasil, onde os nossos filhos não podem sair às ruas. O índice de homicídios na Bahia é o pior de todos. Como é que eu posso aceitar isso? Por questão política, por conveniência política, é por isso que esse Brasil está onde está”, completou.

Assista:

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Pesquisa Ipsos-Ipec: 75% dos brasileiros veem motivação política no aumento de tarifas de Trump; país está dividido sobre retaliação

A maioria dos brasileiros acredita que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas elevadas sobre produtos brasileiros tem motivação política. Pesquisa Ipsos-Ipec divulgada nesta terça-feira aponta que 75% dos eleitores veem essa medida como um ato político, enquanto apenas 12% a consideram uma ação comercial. Já sobre uma possível retaliação “na mesma moeda”, a opinião está mais dividida: 49% apoiam, 43% são contra e 7% não se posicionaram. A informação é do jornal “O Globo”.

Motivação da imposição das tarifas:

Questão política: 75%

Questão comercial: 12%

Ambas (resposta espontânea): 5%

Não sabe/não respondeu: 8%

A percepção de motivação política é mais forte entre eleitores do presidente Lula e entre aqueles que votaram em branco ou anularam o voto, chegando a 79%. Contudo, mesmo entre os eleitores de Bolsonaro, 73% compartilham dessa visão. Acredita-se mais na motivação política entre pessoas de 45 a 59 anos (80%) e residentes das regiões Nordeste e Sudeste (77% em ambas), enquanto nas regiões Norte/Centro-Oeste (71%) e Sul (72%) o índice é um pouco menor.

Retaliação brasileira com tarifas elevadas sobre produtos americanos:

Concorda totalmente: 33%

Concorda em parte: 16%

Discorda em parte: 13%

Discorda totalmente: 30%

Não sabe/não respondeu: 7%

Entre eleitores de Lula, 61% são favoráveis a retaliar os EUA, contra 33% contrários. Já entre os apoiadores de Bolsonaro, 56% são contra a retaliação, enquanto 38% a apoiam. Os grupos mais contrários à retaliação concentram-se entre eleitores de Bolsonaro, moradores do Sul (52%), residentes em periferias (52%) e evangélicos (50%). Por outro lado, os mais favoráveis são eleitores de Lula, habitantes do Norte e Centro-Oeste (58%), jovens entre 16 e 24 anos (55%), pessoas com ensino superior (53%), mulheres (51%), católicos (51%) e famílias com renda entre 1 e 2 salários mínimos (50%).

A pesquisa foi realizada antes da entrada em vigor das sanções, entre 1º e 5 de agosto, com 2 mil entrevistas em 132 cidades. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Impacto na imagem dos EUA após o tarifaço:

Mudou para pior: 38%

Mudou para melhor: 6%

Permanece a mesma: 51%

Não sabe/não respondeu: 5%

Entre eleitores de Bolsonaro, 10% dizem que a imagem dos EUA melhorou após as sanções, 26% avaliam que piorou e 60% afirmam que não houve mudança. Entre os eleitores de Lula, apenas 3% percebem melhora, enquanto 52% acham que piorou e 40% que permaneceu igual.

Prioridade em acordos comerciais com China e União Europeia:

Concorda totalmente: 45%

Concorda em parte: 23%

Discorda em parte: 10%

Discorda totalmente: 15%

Não sabe/não respondeu: 8%

Entre os que concordam, o índice chega a 75% entre eleitores de Lula e 59% entre os de Bolsonaro.

Sobre reavaliar e distanciar-se comercialmente dos EUA:

Discordam: 47%

Concordam: 46%

Neste tema, há polarização clara: 61% dos eleitores de Lula apoiam o distanciamento, enquanto 65% dos eleitores de Bolsonaro são contra.

Governador do DF manda carta a Trump com crítica a Lula e defesa de diálogo

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), enviou nesta terça-feira (12) uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em que critica o governo Lula (PT) e defende a abertura de diálogo com o governo americano.

O documento foi enviado à Casa Branca após Trump incluir Brasília em uma lista de capitais violentas durante pronunciamento na segunda-feira (11) para anunciar a mobilização de tropas da Guarda Nacional que serão enviadas a Washington.

Os números apresentados por Trump, porém, são antigos. A taxa de homicídio na capital brasileira por 100 mil habitantes representa menos de um terço em relação aos dados da capital americana.

Na carta, Ibaneis diz acreditar que a percepção anunciada por Trump “não reflete a realidade da capital brasileira”. “São informações equivocadas, possivelmente decorrentes da atual ausência de diálogo mais consistente entre o Brasil e os Estados Unidos da América”, completa.

O governador afirma que o Brasil possui um modelo federativo e que os estados e o Distrito Federal têm autonomia para conduzir sua própria política de segurança pública.

“O Governo do Distrito Federal, por mim conduzido, é de centro-direita, em oposição ao atual governo federal, de esquerda. Por isto, a segurança pública da capital do Brasil tem por foco resultados concretos, livre de vieses ideológicos”, afirma.

Ibaneis diz que a visão dos gestores de Brasília na segurança pública é de “lei e ordem”, com combate firme ao crime associado a “políticas social de alcance real”.

Para reforçar a oposição ao governo Lula, o governador disse ainda que acredita no diálogo e na força das relações diplomáticas “diferentemente do atual governo federal”.

“Tenho, de forma reiterada, afirmado que o governo federal deve abandonar disputas ideológicas e adotar uma postura pragmática nas relações internacionais, abrindo canais de negociações produtivas com os Estados Unidos da América”, diz Ibaneis.

Ele também afirma que defende que interesses geopolíticos e comerciais devem estar “acima de divergências político-partidárias”.

“Recentemente, inclusive, promovi reunião com governadores de diversos estados brasileiros, com o objetivo de defender a abertura do diálogo direto com o governo norte-americano. Durante o encontro, enfatizou-se a necessidade de redução da tensão entre os dois países e de que haja atuação coordenada com o Congresso Nacional, visando minimizar prejuízos à economia nacional”, conclui o governador.

Ibaneis tem tentado se posicionar nacionalmente como oposição ao governo Lula. Ele negocia uma aliança com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para ser um dos candidatos ao Senado da chapa bolsonarista em 2026.

Na última quinta (7), ele se reuniu com governadores de direita para elaborar planos para reverter o tarifaço do governo Trump. Também participaram do encontro os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Ratinho Jr (PSD), do Paraná; Jorginho Mello (PL), Santa Catarina; Claudio Castro (PL), do Rio de Janeiro; Mauro Mendes (União Brasil), do Mato Grosso; e Wilson Lima (União Brasil), do Amazonas.

O governo dos EUA anunciou a sobretaxa para produtos brasileiros e sanções contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) em uma tentativa de interferir no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro pela trama golpista.

Cézar Feitoza/Folhapress

Senado quer tirar Conselho de Ética de paralisia após nova crise com Marcos do Val

A cúpula do Senado quer a retomada do Conselho de Ética da Casa depois de as ações do STF (Supremo Tribunal Federal) contra Marcos do Val (Podemos-ES) aumentarem atritos entre Legislativo e Judiciário. 

O próprio presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), deu sinais nesse sentido.
As comissões temáticas da Casa Alta tiveram integrantes indicados e presidentes escolhidos no início do ano. Não foi o caso do Conselho de Ética, que entrou em uma espécie de ostracismo.

O colegiado é responsável por analisar punições a senadores que tenham conduta considerada inadequada. Mesmo quando está em condições de funcionar, porém, o órgão tem atuação discreta.

A avaliação de senadores ouvidos pela Folha é que o estresse entre a Casa e o STF poderia ter sido evitado se os próprios senadores tivessem imposto algum tipo de reprimenda a Do Val no passado.

O senador foi alvo de medidas cautelares depois de viajar aos Estados Unidos contrariando determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes. Na volta a Brasília, passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica, recebeu uma ordem judicial para ficar recolhido em casa à noite e perdeu o passaporte diplomático. Além disso, a verba de seu gabinete foi congelada.

O Senado precisaria votar se aceita ou não as medidas contra Do Val. A cúpula da Casa tenta evitar essa votação porque há a avaliação de que seria grande a probabilidade de a maioria dos senadores decidir enfrentar o Supremo, derrubar essas determinações judiciais e escalar uma crise entre Poderes.

Marcos do Val disse que avisou as autoridades que encontraria sua filha nos Estados Unidos e que informou detalhes da viagem. “Se não fosse para sair do Brasil, teria muito claro escrito ‘proibido de deixar o país’ ou alguma outra coisa nesse sentido [na decisão de Moraes]”, afirmou o senador. Ele diz que está sendo perseguido pelo ministro do STF mesmo sem ter sido denunciado pelo Ministério Público.

As ações contra Marcos do Val foram um dos motivos mencionados pelos bolsonaristas que se amotinaram no Senado na última semana para tomar o plenário da Casa, em movimento deflagrado por causa da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Alcolumbre teve duas reuniões para discutir a rebelião e, em uma delas, deu sinais de que o Conselho de Ética poderá voltar.

De acordo com o líder do PSB na Casa, Cid Gomes (CE), Alcolumbre cobrou que as bancadas partidárias indiquem seus representantes para o Conselho de Ética –passo indispensável para instalar o colegiado. “Conselho de Ética é uma instância que deve existir. Não é normal que não esteja instalado”, declarou o senador do PSB.

“Cada senador é responsável por seu mandato. Nos casos analisados por falta de decoro, alguma denúncia do Poder Judiciário, do Ministério Público, algum desvio, quem pode julgar também é o Conselho de Ética, não só o Judiciário”, disse o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), sobre a situação de Marcos do Val.

A forma encontrada pela cúpula do Senado para contornar o impasse com o STF, em conversas com integrantes do tribunal, foi pedir que a corte retire as medidas cautelares que interfiram no exercício do mandato de Marcos do Val e, paralelamente, suspender o mandato do senador por meio da Mesa Diretora, órgão que dirige a Casa. Assim, a medida punitiva seria aplicada pelo próprio Senado, sem a interferência de um Poder externo.

O problema é que não há um precedente, e a suspensão provavelmente será decidida com base em uma prática da Câmara, e não do Senado.

Reservadamente, líderes da bancada avaliam que essa manobra só será viável porque o prejudicado é Marcos do Val. O senador tem poucos aliados dispostos a brigar por ele. Além disso, ele não teria condições de obter decisão favorável à manutenção de seu mandato no STF por seu histórico de problemas com a corte.

Alcolumbre, porém, resiste à possibilidade de cassação do mandato de Marcos do Val, que acaba em 2027. Parte dos senadores tenta convencê-lo a pedir licença médica, hipótese que é rechaçada por Do Val.

“Eles estão falando seis meses [de suspensão]. Entraria suplente [Rosana Foerst]. Eu nem conheço minha suplente. Querem me tirar para que as pessoas esqueçam o Marcos do Val”, afirmou o congressista.

O senador pelo Espírito Santo tem processos em andamento no Conselho de Ética. O órgão abriu procedimentos contra ele por ter divulgado documentos da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e por um suposto plano de gravar conversas privadas de Alexandre de Moraes. Ambos os episódios causaram desgaste político ao Senado.

Os casos foram abertos em julho de 2024, e não houve nenhuma reunião do colegiado depois disso. O Conselho de Ética teve apenas cinco encontros formais de 2018 para cá, de acordo com a agenda pública do Senado.

O último presidente do colegiado foi o senador Jayme Campos (União Brasil-MT). Ainda não há um acordo entre as bancadas sobre quem será o próximo a comandar o Conselho de Ética. A equipe de Davi Alcolumbre informou que o presidente do Senado não comentaria o caso.

Caio Spechoto, Folhapress

Troca de tiros com a RONDESP em Mucuri termina com suspeito morto e apreensão de arma e drogas

Mucuri: Vandercleison Gonçalves dos Santos, natural de Mucuri, vulgo "Clessinho", morreu em confronto com policiais da RONDESP/Extremo Sul na manhã desta terça-feira (12), no Bairro Triângulo Leal, distrito de Itabatã, em Mucuri. A ação ocorreu por volta das 6h, na Rua Rio Verde.

Segundo informações da polícia, a RONDESP/Extremo Sul, com apoio do PETO da 89ª CIPM, realizava uma operação para cumprir mandados de prisão contra membros do Comando Vermelho, facção criminosa que atua no tráfico de drogas e homicídios na região.

Durante o patrulhamento, as equipes se depararam com Vandercleison, que teria efetuado disparos contra os policiais. Houve revide e, após um novo confronto em uma residência, o suspeito foi encontrado caído com uma arma ao lado. Ele foi socorrido ao Hospital São José, onde o óbito foi constatado.

Vandercleison, que possuía antecedentes por tráfico de drogas e era apontado como responsável pela distribuição e armazenamento de entorpecentes na área, teve sua identidade confirmada por exames de papiloscopia realizados pela perita Margarete Lima. Após necropsia, o corpo foi liberado aos familiares.

Na operação, foram apreendidos um revólver calibre .32, uma balança de precisão, um caderno de anotações, uma máquina de cartão de crédito e grande quantidade de material para embalar drogas. Todo o material foi apresentado à Delegacia Territorial de Mucuri, e a arma será periciada pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Por: Lenio Cidreira/Liberdadenews

Governador entrega novas viaturas e assina projetos de lei que reestruturam a organização da Segurança Pública na Bahia

Nesta segunda-feira (11), o governador Jerônimo Rodrigues assinou, durante evento no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, projetos de lei que reestruturam toda a organização da segurança pública no Estado. O pacote envolve mais unidades, novos cargos e uma gestão mais eficiente para enfrentar a criminalidade. Antes das assinaturas, ele entregou novas viaturas que vão atender a capital e interior. O investimento de R$ 25,6 milhões renova e amplia a frota, e faz parte de um conjunto de ações para modernizar as forças de segurança e garantir mais proteção à população.

“Além da assinatura desses projetos de lei, ainda entreguei 118 viaturas para a Polícia Civil e a Polícia Militar. Nesses três anos, já estamos batendo a casa de seis mil viaturas ou que não tinha naquela localidade e chegou, ou nós trocamos por um veículo mais novo”, explicou Jerônimo.
Fotto: Joá Sousa/GOVBA
Os projetos de lei assinados pelo governador, serão enviados para a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) em regime de urgência, e promovem mudanças estruturais na Secretaria da Segurança Pública (SSP), na Polícia Civil (PCBA) e na Polícia Militar (PMBA). Na Civil, por exemplo, será criado o cargo de Delegado-Geral Adjunto de Operações e cinco novas Diretorias Regionais do Interior, ampliando a cobertura em áreas estratégicas como Porto Seguro, Feira de Santana e Juazeiro. Isso significa mais coordenação, mais presença e mais eficiência no combate ao crime organizado.

“Não tenho dúvida em afirmar que essa inovação vai trazer uma eficiência muito grande na atividade policial. Ou seja, nós vamos ter um olhar específico da ponta, mais próximo com a realidade”, afirmou o delegado-geral da PCBA, André Viana.

Na PMBA, as novidades incluem a criação de 25 novas unidades, entre batalhões, companhias independentes e comandos regionais, espalhados por cidades como Feira de Santana, Eunápolis, Luís Eduardo Magalhães e Valença, além da extinção de nove unidades e 19 cargos correspondentes. Também serão abertos 473 novos cargos de chefia e coordenação, para fortalecer a liderança e o planejamento nas operações.

“Essa reestruturação possibilita um melhor controle do nosso objetivo, maior proximidade com a comunidade que servimos, e maior compromisso nosso em bem servir”, pontuou o comandante-geral da PMBA, coronel Antônio Magalhães.

Mais medidas

Outras medidas dizem respeito a criação de novos cargos na estrutura da SSP. Já os policiais da reserva terão a quantidade e o tempo de convocação ampliados. O número de policiais vai passar de 1200 para 1800 e o período de trabalho, de quatro para seis anos de atuação, tanto administrativa quanto operacional.

“Um ato importante de escuta do governador Jerônimo com as duas forças, que a gente consegue encaminhar esses projetos de leis. Isso mostra a prioridade com a segurança pública, além de nosso compromisso com a questão salarial, como também a infraestrutura do trabalho destes policiais”, afirmou o secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola.

Viaturas
Os novos veículos, que incluem caminhonetes com cela, SUVs, picapes e sedãs descaracterizados, vão ajudar a fortalecer as operações, reduzir o tempo de resposta, aumentar a capacidade de patrulhamento e dar mais agilidade às ações de prevenção e combate ao crime. “Essas viaturas com certeza fortalecerão ainda mais não só o trabalho de investigação da Polícia Civil, mas o trabalho preventivo realizado pela Polícia Militar”, disse o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner.

Foram destinadas 80 viaturas, sendo 30 caminhonetes com cela e 50 SUV’s, que vão atender unidades da PMBA na capital e em cidades da Região Metropolitana de Salvador como Camaçari, Candeias, Dias D'Ávila, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Pojuca, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé e Simões Filho. O investimento é de quase R$ 19 milhões.

A PCBA recebeu 38 veículos, sendo 26 picapes sem cela e 12 carros descaracterizados, ao custo de R$ 6,7 milhões. Serão beneficiados os municípios de Alagoinhas, Barreiras, Dias D'Ávila, Eunápolis, Feira de Santana, Jequié, Juazeiro, Porto Seguro, Salvador e Vitória da Conquista.
Fonte
Secom/ GOVBA

FICCO/Ilhéus prende homem e apreende armas no sul da Bahia

Ilhéus/BA. Nesta segunda-feira (11/8), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Ilhéus - FICCO/Ilhéus abordou e prendeu um indivíduo em flagrante delito por posse ilegal de armas de fogo e munições, no município de Aurelino Leal/BA.

Na ação, foram apreendidas uma pistola calibre .32; uma espingarda calibre .28 e munições de diversos calibres.

A FICCO/Ilhéus é composta pela Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia.

Comunicação Social da Polícia Federal na Bahia

Violência Infantil Dentro de Casa: Quando o Lar se Torna Perigoso

O lar, que deveria ser sinônimo de afeto, segurança e acolhimento, pode se tornar o cenário de um dos piores horrores que uma criança pode viver: a violência doméstica. Quando o agressor é alguém da família — pai, mãe, padrasto, madrasta, tio, avó — a dor é ainda mais profunda e as marcas, muitas vezes, se arrastam por toda a vida.

A casa que fere

A violência infantil dentro de casa costuma ocorrer de forma repetida, em silêncio, longe dos olhares sociais. Por medo, dependência ou vergonha, muitos adultos não denunciam, e as crianças, por sua vez, não compreendem que aquilo que vivem é errado. Elas aprendem a aceitar a dor como parte do cotidiano.

Tipos de violência doméstica contra crianças
  1. Física — espancamentos, tapas, empurrões, queimaduras, sufocamentos. Muitas vezes, a agressão é justificada como "educação" ou "correção".
  2. Psicológica — gritos, ameaças, humilhações, rejeição, tratamento cruel ou indiferente.
  3. Sexual — abuso, exploração, contato forçado. Muitas vezes acontece em segredo, sob manipulação.
  4. Negligência — falta de cuidados básicos como alimentação, higiene, educação, saúde ou supervisão.
  5. Testemunhar violência — mesmo quando a criança não é a vítima direta, presenciar agressões entre adultos da casa já configura uma forma de violência.
Por que os responsáveis agridem?

Diversos fatores podem estar envolvidos: histórico familiar de violência, dependência química, desequilíbrio emocional, estresse crônico, desemprego, ou falta de estrutura emocional para lidar com a maternidade/paternidade. Mas nada disso justifica o abuso. Explica, mas não isenta.

Consequências emocionais e cognitivas

A infância é uma fase crítica do desenvolvimento humano. A exposição constante à violência pode provocar:
  • Transtornos de ansiedade e depressão

  • Transtorno de estresse pós-traumático

  • Baixa autoestima e culpa

  • Dificuldades de aprendizagem

  • Comportamentos autodestrutivos ou agressivos

  • Desconfiança crônica de adultos

  • Problemas de socialização e vínculo afetivo

Quando a criança ama o agressor

Essa é uma das dinâmicas mais dolorosas. A criança, em desenvolvimento emocional, ama quem a agride. Muitas vezes, justifica o comportamento do adulto, tentando ser "melhor" para não provocar mais dor. Esse vínculo ambivalente dificulta ainda mais a denúncia.

A importância de ouvir sem julgamento

A criança que encontra alguém disposto a escutá-la com empatia pode ter seu destino completamente transformado. O acolhimento inicial é determinante: se ela se sente desacreditada ou culpabilizada, pode se calar para sempre.

O papel da vizinhança e da comunidade

Gritos, pedidos de socorro, choros constantes, crianças sempre machucadas ou apáticas — nada disso deve ser ignorado. Em casos suspeitos, é dever de todo cidadão denunciar ao Conselho Tutelar ou ao Disque 100. Mesmo o anonimato é garantido nesses canais.

A urgência de políticas públicas

Para romper o ciclo da violência doméstica infantil, é fundamental que o Estado atue com políticas públicas que apoiem as famílias: programas de educação parental, acompanhamento psicológico, geração de renda, proteção social, formação de profissionais da saúde e educação. garota com local

A criança precisa de uma rede protetora

Família, escola, igreja, posto de saúde, vizinhos, ONGs — todos podemos formar uma rede de proteção. Quando uma criança é salva de um ambiente abusivo, ela tem a chance real de reconstruir sua vida, ressignificar suas experiências e descobrir que existe afeto sem dor.

Conclusão

Violência infantil dentro de casa é uma ferida profunda, mas que pode ser prevenida e enfrentada com informação, coragem e responsabilidade coletiva. Proteger uma criança é mais do que um ato de compaixão: é compromisso com o futuro de todos nós. Fonte: Izabelly Mendes.

Operação que mira dono da Ultrafarma prende também executivo da Fast Shop

A Operação Ícaro, que prendeu nesta terça-feira, 12, o empresário Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, mira também o executivo Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop. O Estadão pediu manifestação da varejista, da farmacêutica e das defesas, mas não obteve retorno

A operação é conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e mira um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários da Secretaria de Estado da Fazenda que teriam recebido mais de R$ 1 bilhão em propinas para favorecer empresas do setor de varejo.

Segundo a investigação, processos administrativos eram manipulados para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas. Em contrapartida, essas companhias pagaram uma “mesada” a pelo menos um fiscal, por meio de uma empresa registrada no nome da mãe dele.

O terceiro alvo da Operação Ícaro é o fiscal de tributos estadual Artur Gomes da Silva Neto, apontado como o principal operador do esquema. As prisões são temporárias.

Rayssa Motta e Fausto Macedo/Estadão Conteúdo

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