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PF deflagra a Operação Zargun para desarticular braço político e financeiro de organização criminosa no Rio de Janeiro

Ação mira traficantes, um deputado estadual, um delegado da PF, policiais militares e um ex-secretário municipal e estadual, todos investigados por atuação em favor da facção
Rio de Janeiro/RJ. Na manhã desta quarta-feira, 3/9, a Polícia Federal deflagrou a Operação Zargun com o objetivo de desarticular uma organização criminosa ligada à cúpula de uma das maiores facções do Brasil, especializada no tráfico internacional de armas e drogas, corrupção de agentes públicos e lavagem de capitais. Trata-se de uma ação conjunta entre PF, MPF, MPRJ e PCERJ – por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Rio de Janeiro (FICCO/RJ).

Na ação de hoje, os policiais cumprem 18 mandados de prisão preventiva e 22 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal e Estadual. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região também determinou o sequestro de bens e valores dos investigados, totalizando R$ 40 milhões, além do afastamento de agentes públicos, suspensão de atividades de empresas utilizadas para lavagem de dinheiro e transferência emergencial de lideranças da facção para presídios federais de segurança máxima.

As investigações identificaram um esquema de corrupção envolvendo a liderança da facção no Complexo do Alemão e agentes políticos e públicos, incluindo um delegado da PF, policiais militares, ex-secretário municipal e estadual e um deputado estadual empossado em 2024.

A organização infiltrava-se na administração pública para garantir impunidade e acesso a informações sigilosas, além de importar armas do Paraguai e equipamentos antidrone da China, revendidos até para facções rivais.

A operação integra os esforços da Operação Redentor 2, voltada à implementação das diretrizes do STF no âmbito da ADPF 635, com foco na ampliação dos recursos humanos e materiais destinados ao combate à criminalidade violenta no estado do Rio de Janeiro.

Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de armas e drogas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Atualização: 08:33 - O alvo principal da operação Zargun foi preso em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca/RJ.

Comunicação Social da Polícia Federal no Rio de Janeiro

PF, PC e PM apreendem mais um carregamento de drogas em Santa Helena/PR

Foz do Iguaçu/PR. Policiais federais, civis e militares, em mais uma ação conjunta, apreenderam mais um carregamento de maconha na região rural do município de Santa Helena, região oeste do estado do Paraná.

Durante o patrulhamento nas trilhas que cortam a mata ciliar do lago de Itaipu, os policiais identificaram indícios de movimentação recente e iniciaram buscas, encontrando cerca de 272 kg de maconha, divididos em fardos.

Toda a carga de drogas foi encaminhada para a Delegacia de Polícia Federal em Foz do Iguaçu.

Comunicação Social da Polícia Federal em Foz do Iguaçu/PR

PF deflagra Operação Pertence contra o tráfico de drogas em Rondônia

Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva em Guajará-Mirim, Nova Mamoré e Candeias do Jamari
Guajará-Mirim/RO. A Polícia Federal deflagra nesta terça-feira (2/9) a Operação Pertence, com objetivo de desarticular organização criminosa voltada ao tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.

Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva, expedidos pela 7ª Vara Federal da Seção Judiciária de Rondônia, nas cidades de Guajará-Mirim, Nova Mamoré e Candeias do Jamari/RO.

Investigação preliminar reuniu elementos que indicam a atuação estruturada de um grupo dedicado ao transporte de drogas na região de fronteira, utilizando-se de ramificações em diferentes municípios de Rondônia.

O material apreendido será submetido à perícia e os presos serão encaminhados à sede da Polícia Federal em Rondônia, onde permanecerão à disposição da Justiça.

As investigações prosseguem com a análise dos documentos e equipamentos apreendidos. Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Comunicação Social da Polícia Federal em Rondônia

PF e CGU apuram crimes contra a Administração Pública e lavagem de capitais

Operação Expertise investiga fraude em procedimentos licitatórios e contratos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro
Belém/PA. A Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) realizam, na manhã desta terça-feira (2/9), a Operação Expertise. O objetivo é apurar a atuação de organização voltada ao cometimento de crimes contra a Administração Pública e à lavagem de capitais, mediante a contratação fraudulenta de empresas por diversos órgãos públicos estaduais e municipais do Pará.
Há suspeitas de que essas fraudes se dariam por meio da utilização de recursos federais oriundos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) e do Fundo Nacional de Saúde (FNS).

As investigações revelaram ações ilícitas que envolvem empresários, servidores públicos e empresas de fachada. O esquema consistiria no direcionamento de licitações, adesões irregulares a atas de registro de preços, simulação ou execução parcial de contratos administrativos, repasses de vultosos valores públicos e, posteriormente, o saque em espécie e redistribuição desses recursos entre os agentes integrantes da organização.
O total dos contratos sobre os quais recaem suspeitas de irregularidades é de, aproximadamente, R$ 198 milhões.

A operação, que conta com a participação de 65 policiais federais e 6 auditores da CGU, cumpre 18 mandados de busca e apreensão, bloqueio de ativos no montante de até R$ 198 milhões, afastamento do sigilo bancário e fiscal de 17 investigados, prisão preventiva de 5 investigados, uma medida cautelar diversa da prisão (monitoramento eletrônico).
Além disso, busca ainda afastamento de seis servidores públicos e suspensão, por tempo indeterminado, das atividades econômicas de quatro empresas investigadas, incluindo contratos firmados e atualmente vigentes com quaisquer órgãos do estado do Pará e do município de Marituba/PA. As diligências acontecem nos municípios de Belém e Marituba/PA.

Comunicação Social da Polícia Federal no Pará

FICCO/SP apreende mais de 410 kg de maconha em Andradina/SP

Araçatuba/SP. A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em São Paulo (FICCO/SP) apreendeu na manhã deste sábado (30/08) 410,52 kg de maconha durante fiscalização da Operação Impacto, na Rodovia SP-563, no município de Andradina/SP.

Durante vistoria em um veículo, foram localizados tabletes de maconha na cabine e na carroceria. Além da droga, foram apreendidos uma antena de comunicação por satélite, um aparelho celular e o veículo utilizado no transporte.

O motorista foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia de Polícia Federal em Araçatuba/SP, onde permanece à disposição da Justiça e deverá passar por audiência de custódia nas próximas horas.

A FICCO/SP é composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Estado de São Paulo, Polícia Civil do Estado de São Paulo, Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) e Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP/SP).

Comunicação Social – Polícia Federal em Araçatuba/SP

PF prende dois tripulantes de avião com droga

Redenção/PA. A Polícia Federal prendeu, na noite de sexta-feira (29/08), um brasileiro e um boliviano que pilotavam avião monomotor com quase 430 quilos de pasta base de cocaína. Eles foram localizados a aproximadamente 40 quilômetros de onde a aeronave havia sido abandonada, no município de Santana do Araguaia/PA.

Com os presos foram apreendidos um revólver calibre .38 municiado, 16 cartuchos intactos, três aparelhos celulares, dois GPS aeronáuticos, um rádio-transmissor, cédulas de moeda boliviana, além de um documento de identidade falso.

O brasileiro possuía mandado de prisão em aberto, decorrente de condenação definitiva por roubo, expedido pela Justiça de Santa Catarina. Após a lavratura dos procedimentos legais, os dois flagranteados foram encaminhados ao Presídio de Redenção/PA, onde permanecem à disposição da Justiça.

Os elementos apreendidos reforçam a transnacionalidade do crime. O prefixo boliviano da aeronave, a quantidade e qualidade da pasta base de cocaína, a rota de transporte utilizada e a apreensão de moeda estrangeira confirmam se tratar de tráfico internacional de drogas.

A aeronave havia sido encontrada ainda na madrugada do mesmo dia pela Polícia Militar, que encaminhou a droga para a Delegacia da Polícia Federal em Redenção/PA. Após autorização judicial, a substância foi incinerada.

Um inquérito policial foi instaurado para investigar as circunstâncias do crime e identificar outros possíveis envolvidos.
Comunicação Social da Polícia Federal no Pará

PF, Receita Federal e PM realizam apreensão de drogas em Petrolina/PE

Petrolina/PE. A Polícia Federal, com apoio do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) e da Receita Federal, deflagrou, na manhã de sexta-feira (29/09), uma ação conjunta que resultou na prisão em flagrante de um homem por tráfico de drogas e na apreensão de aproximadamente 8,6 kg de cocaína.

As investigações indicavam que o suspeito, residente em Petrolina/PE, receberia uma encomenda postal contendo substância ilícita. Após diligências, as equipes policiais realizaram a abordagem, confirmando a presença da droga na remessa.

Além do entorpecente, foi apreendido um aparelho celular em posse do investigado. O homem foi conduzido à Delegacia de Polícia Federal em Juazeiro/BA, onde foi autuado pelo crime de tráfico interestadual de drogas.

Após os procedimentos de praxe, ele foi submetido a exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML) e apresentado à audiência de custódia. As investigações prosseguem para identificar outros envolvidos na prática criminosa.

Comunicação Social da Polícia Federal em Pernambuco

PF deflagra operação contra fraudes no transporte escolar no Pará

Altamira/PA. A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira (29/8), a Operação Rota de Hermes, no município de Brasil Novo/PA, com o objetivo de desarticular possível esquema criminoso voltado à prática de crimes contra a administração pública, especialmente fraudes em procedimentos licitatórios, corrupção, lavagem de dinheiro e outros delitos correlatos no âmbito da prestação do serviço de transporte escolar.

Com o objetivo de aprofundar as investigações e coletar novos elementos de prova, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais, nas cidade de Brasil Novo, Medicilândia e Altamira/PA. Até o momento, foram apreendidos aproximadamente R$ 328.000 em espécie, veículos de alto padrão e joias. Todo o material apreendido foi encaminhado à Delegacia de Polícia Federal em Altamira/PA, onde serão adotadas as medidas de polícia judiciária cabíveis.

No curso das investigações, foram identificados indícios de precariedade na prestação do serviço de transporte escolar oferecido a crianças da rede pública, com a utilização de veículos improvisados, desprovidos de cintos de segurança e assentos adequados. Verificou-se, ainda, que os valores pagos pelo município, conforme previstos nos contratos licitatórios, não correspondem à qualidade do serviço efetivamente executado, cuja execução é custeada com recursos federais oriundos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE). Apuram-se também subcontratação irregular e utilização de empresas de fachada.

Comunicação Social da Polícia Federal em Altamira

PF deflagra operação para combater o cultivo ilegal de maconha no interior do Amazonas

Manaus/AM. A Polícia Federal realizou Operação Alvorada Verde, com o objetivo de confirmar informações sobre o cultivo ilícito de maconha e combater o tráfico de drogas em áreas remotas do interior do Amazonas.

A ação teve início no dia 26/8 e ocorreu nas regiões do rio Abacaxis, em Nova Olinda do Norte/AM; e do rio Curuçá, em Maués/AM. Durante a operação, foram erradicados aproximadamente 8.000 pés de maconha, encontrados em áreas de mata fechada.
As investigações tiveram início a partir de denúncias que indicavam a existência de plantações de maconha nas localidades. A operação teve caráter preventivo e repressivo direto, voltado à eliminação dos cultivos ilegais.

A Operação Alvorada Verde é simbólica e estratégica: trata-se da primeira ação de erradicação na região após anos, ocorrendo em uma área historicamente sensível, palco de conflitos. Além disso, foi a primeira operação com o uso do novo helicóptero da Coordenação de Aviação Operacional da Polícia Federal e com apoio da nova base de aviação da PF no estado do Amazonas.
A Polícia Federal destaca que essas atividades criminosas colocam em risco comunidades ribeirinhas, indígenas e outros grupos em situação de vulnerabilidade social que vivem nas proximidades das áreas de plantio, muitas vezes expostos a situações de violência, coação e degradação ambiental.

A operação contou com o apoio do CENSIPAM, FUNAI, ICMBio, IBAMA e a Força Nacional, cujas atuações integradas reforçam a proteção ambiental, o respeito aos direitos dos povos indígenas e o enfrentamento aos crimes praticados em áreas sensíveis da Amazônia.

 

PF, PC e PM apreendem mais de uma tonelada de drogas no Lago de Itaipu

Foz do Iguaçu/PR. Policiais federais, civis e militares realizaram uma apreensão de mais de à tonelada de entorpecentes, no final da noite desta quarta-feira (27/8), no município de Santa Helena/PR.

A equipe policial que realizavam patrulha embarcada no Lago de Itaipu, identificou embarcação atravessando o Lago de Itaipu, do Paraguai para o Brasil.

Diante da movimentação suspeita, a equipe deslocou para aproximação e verificação, com sinais sonoros e luminosos, quando a embarcação suspeita empreendeu fuga sentido margem brasileira.

Após acompanhamento tático, o condutor da embarcação suspeita a projetou contra a margem brasileira, na área rural de Santa Helena, se evadindo para a mata, não sendo mais localizado pelos policiais.

A embarcação abandonada, de fibra com aproximadamente 7m de comprimento, equipada com motor 200HP, estava carregada com dezenas de fardos contendo tabletes de maconha prensada, pesando no total 1.159,6 kg do entorpecente.

Comunicação Social da Polícia Federal em Foz do Iguaçu

‘Precisa ver como sonegar isso’, diz conversa captada em operação contra PCC

Em uma conversa interceptada pelos agentes da operação Carbono Oculto, dois investigados falam sobre adulteração de gasolina. Um deles comenta uma possível “inovação”: colocar nos postos de São Paulo um combustível sintético.

O interlocutor não se preocupou com detalhes técnicos e foi direto ao ponto:

“Precisa ver como sonegar isso.”

A história é contada pelo procurador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, João Paulo Gabriel. Ele a usa para mostrar que a atuação do PCC (Primeiro Comando da Capital) em postos de combustíveis chegou a postos de grandes redes. Não se resume mais, como se acreditava no passado, aos postos de bandeira branca, não associados a nenhuma grande marca.

Folhapress

PF divulga operações paralelas contra PCC, marca entrevista com ministros e disputa autoria de ação

A Polícia Federal anunciou a realização nesta quinta-feira (28) de duas operações contra a atuação do PCC nos combustíveis e no setor financeiro, no mesmo dia em que o Ministério Público de São Paulo deflagrou uma megaoperação sobre o mesmo tema.

Os órgãos também marcaram entrevistas coletivas para o mesmo horário, em mais um capítulo da disputa pela coordenação das investigações sobre o crime organizado no país.

Isto ocorre no momento em que integrantes da PF discordam da proposta de criação de uma agência antimáfia no país, defendida pelo MPSP e pelo secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, que já foi procurador-geral na instituição.

A PF vê riscos de conflitos com suas próprias atribuições —integrantes da corporação afirmaram à Folha que o projeto poderia ampliar o poder do Ministério Público.

O evento sobre as operações da PF foi marcado no Ministério da Justiça e terá a participação do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e do chefe da pasta, Ricardo Lewandowski. Além do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da subsecretária de fiscalização da Receita Federal, Andrea Costa Chaves.

Já a coletiva sobre a operação do MP de São Paulo será na sede do órgão, com o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira, o secretário da Segurança, Guilherme Derrite, o secretário da Fazenda, Samuel Kinoshita, o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, e promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial do Crime Organizado).

As operações da PF, denominadas Quasar e Tank, foram deflagradas com o objetivo de desarticular operações criminosas especializadas em lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituições financeiras. As investigações expõem movimentações ilícitas que ultrapassam R$ 23 bilhões.

A Quasar identificou um esquema sofisticado que utilizava fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita, com indícios de ligação com facções criminosas.

A estrutura seria montada por meio de múltiplas camadas societárias e financeiras, nas quais fundos de investimento detinham participação em outros fundos ou empresas.

“Essa teia complexa dificultava a identificação dos verdadeiros beneficiários e tinha como principal finalidade a blindagem patrimonial e a ocultação da origem dos recursos”, afirmou a PF.

Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto. A Justiça Federal autorizou o sequestro integral de fundos de investimento utilizados para movimentação ilícita, além do bloqueio de bens e valores até o limite de cerca de R$ 1,2 bilhão, valor correspondente às autuações fiscais já realizadas. Também foi determinado o afastamento dos sigilos bancário e fiscal de pessoas físicas e jurídicas envolvidas.

Já a Operação Tank teve como foco o desmantelamento de uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no estado do Paraná, segundo a PF.

O grupo criminoso teria atuação desde 2019 e é suspeito de ter lavado pelo menos R$ 600 milhões, movimentando mais de R$ 23 bilhões por meio de uma rede composta por postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.

As investigações também revelaram práticas de fraude na comercialização de combustíveis, como adulteração de gasolina e a chamada “bomba baixa”, em que o volume abastecido é inferior ao indicado. Pelo menos 46 postos de combustíveis em Curitiba estavam envolvidos nessas práticas.

Estão sendo cumpridos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Foram bloqueados bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando uma constrição patrimonial superior a R$ 1 bilhão.

Já a operação batizada de Carbono Oculto, com a participação do MP, foi divulgada pela Receita Federal como a maior operação contra o crime organizado da história do país em termos de cooperação institucional e amplitude.

Ela mirou mais de 350 alvos, pessoas físicas e jurídicas que são suspeitos de crimes contra a ordem econômica, adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro, fraude fiscal e estelionato. Os agentes foram a campo em oito estados —São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina.

Em sua nota à imprensa, a Receita afirmou que a ação teve participação também da Polícia Federal.

Constança Rezende/Folhapress

Fintech BK Bank é alvo de operação contra PCC na Faria Lima por operações no setor de combustíveis

A fintech BK Instituição de Pagamento S.A., também conhecida como BK Bank, tornou-se um dos principais alvos da operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público para desarticular uma suposta infiltração do PPC (Primeiro Comando da Capital) no setor de combustíveis e no sistema financeiro.

Segundo a Receita Federal, a fintech atuaria como banco paralelo da organização e teria movimentado sozinha R$ 46 bilhões não rastreáveis de 2020 e 2024. Abarcando um período maior, a apuração da PF, por sua vez, afirma ter identificado R$ 68,9 milhões movimentados em contas na BK Bank entre janeiro de 2020 e agosto de 2025.

A reportagem não localizou os responsáveis pela empresa até a publicação deste texto.

Parte das transações, segundo os investigadores, envolveria diretamente a circulação de valores oriundos da venda clandestina de metanol desviado, inseridos no mercado formal por meio das chamadas “contas-bolsão” —mecanismo típico de fintechs que concentra depósitos de múltiplos clientes em uma única conta, dificultando o rastreamento da origem do dinheiro.

Com sede em Barueri (SP), a fintech é apontada pelos investigadores como peça central na engrenagem de lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial ligada ao desvio de metanol e à adulteração de combustíveis.

Segundo documentos judiciais e fontes ligadas à investigação, a BK Bank ofereceria a estrutura necessária para que empresas de fachada controladas pelos núcleos criminosos movimentassem recursos sem transparência.

A Justiça determinou o bloqueio de todos os valores mantidos pelos investigados na BK, além da preservação de extratos, contratos e cadastros de clientes. A instituição deverá entregar em até 30 dias os registros de movimentação financeira referentes ao período de 2020 a 2025.

As transferências mais relevantes, segundo os investigadores, partiam das companhias S4 e a Plasma Administradora e Intermediações Ltda., que centralizariam capital e operações financeiras dentro da instituição de pagamento.

O mandado foi cumprido nesta quinta-feira (28) na sede da empresa. O bloqueio atinge tanto contas de pessoas físicas quanto jurídicas ligadas à rede de adulteração de combustíveis. A lista inclui nomes como Bruno e Fernando D’Amico, Sérgio Dias da Silva, Ed Charles Giusti, Everton Felipe de Barros (conhecido como “Soró”), além de dezenas de empresas do setor químico e de biocombustíveis, como Aliança Biocombustível Eireli, Diamond Chemical Solventes Ltda., Ipê Biocombustível Ltda. e Royal Química Ltda.

Para os investigadores, a atuação da BK Bank ilustra como instituições de pagamento se tornaram ferramentas estratégicas na “bancarização do crime”. A opacidade permitida por esse modelo de operação teria garantido às quadrilhas um meio eficiente de simular negócios jurídicos regulares e, ao mesmo tempo, proteger o patrimônio ilícito de confisco.

Entre os 350 alvos da Operação Carbono Oculto, está uma empresa listada na B3 (Bolsa de Valores brasileira), a Reag Investimentos. É uma das maiores gestoras independentes do país —ou seja, sem ligação com um banco. Seu principal foco é a gestão de recursos e de patrimônio.

Procurada, a empresa não respondeu aos questionamentos da reportagem até a publicação deste texto.

Fundada por João Carlos Mansur em 2012, a Reag passa por um acelerado processo de crescimento, com aquisições e diversificação de investimentos. Passou também a patrocinar o tradicional Belas Artes, um dos cinemas de ruas mais tradicionais da capital paulista.

A Carbono Oculto, maior operação desse tipo na história, segundo a Receita, mobilizou 1.400 agentes em oito estados numa megaoperação nesta quinta-feira (28) e busca desarticular a infiltração do crime organizado no setor de combustíveis e em instituições financeiras utilizadas como suporte dessa cadeia.

Ana Paula Branco e Alexa Salomão/Folhapress

PF e Receita Federal deflagram operações de combate ao crime organizado no setor de combustíveis

Investigações expõem movimentações ilícitas que ultrapassam R$ 23 bilhões em rede criminosa nacional
Brasília/DF. A Polícia Federal, com apoio da Receita Federal, deflagrou nesta quinta-feira (28/8) duas operações simultâneas voltadas ao combate à atuação do crime organizado na cadeia produtiva de combustíveis. As duas operações, embora distintas, têm em comum o objetivo de desarticular esquemas de lavagem de dinheiro, com grande impacto financeiro e envolvimento de organizações criminosas.


A Operação Quasar tem como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituições financeiras. A investigação identificou um esquema sofisticado que utilizava fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita, com indícios de ligação com facções criminosas.

A estrutura criminosa operava por meio de múltiplas camadas societárias e financeiras, nas quais fundos de investimento detinham participação em outros fundos ou empresas. Essa teia complexa dificultava a identificação dos verdadeiros beneficiários e tinha como principal finalidade a blindagem patrimonial e a ocultação da origem dos recursos.

Entre as estratégias utilizadas estavam transações simuladas de compra e venda de ativos — como imóveis e títulos — entre empresas do mesmo grupo, sem propósito econômico real.

Estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto. A Justiça Federal autorizou o sequestro integral de fundos de investimento utilizados para movimentação ilícita, além do bloqueio de bens e valores até o limite de cerca de R$ 1,2 bilhão, valor correspondente às autuações fiscais já realizadas. Também foi determinado o afastamento dos sigilos bancário e fiscal de pessoas físicas e jurídicas envolvidas.


Também deflagrada nesta quinta-feira, a Operação Tank tem como foco o desmantelamento de uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no estado do Paraná. O grupo criminoso atuava desde 2019 e é suspeito de ter lavado pelo menos R$ 600 milhões, movimentando mais de R$ 23 bilhões por meio de uma rede composta por centenas de empresas, incluindo postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.

A estrutura criminosa utilizava diversas táticas para ocultar a origem dos recursos, como depósitos fracionados em espécie (que ultrapassaram R$ 594 milhões), uso de “laranjas”, transações cruzadas, repasses sem lastro fiscal, fraudes contábeis e simulação de aquisição de bens e serviços. Além disso, o grupo é suspeito de se valer de brechas no Sistema Financeiro Nacional para realizar transações de forma anônima por meio de instituições de pagamento.

As investigações também revelaram práticas de fraude na comercialização de combustíveis, como adulteração de gasolina e a chamada “bomba baixa”, em que o volume abastecido é inferior ao indicado. Pelo menos 46 postos de combustíveis em Curitiba/PR estavam envolvidos nessas práticas.

Estão sendo cumpridos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Foram bloqueados bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando uma constrição patrimonial superior a R$ 1 bilhão.

As investigações continuam, com foco na expansão da organização criminosa para outros estados e na responsabilização dos envolvidos.

As operações de hoje visam desestruturar financeiramente as organizações criminosas, recuperar valores desviados e reforçar o compromisso da Polícia Federal no combate à lavagem de dinheiro e à infiltração do crime organizado no mercado financeiro.

Coordenação-Geral de Comunicação Social

PF deflagra Operação Sinal de Fumaça II em quatro estados

Ação mira produção ilegal de cigarros e a participação de servidores públicos e um profissional liberal na obtenção de benefícios ilícitos
Uberaba/MG. Nesta terça-feira (26/8), a Polícia Federal, em conjunto com as Receitas Federal e Estadual de Minas Gerais, cumpriu 18 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de prisão preventiva em quatro estados: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo.
A Operação Sinal de Fumaça II é um desdobramento das investigações iniciadas em outubro de 2024, durante a primeira fase da operação Sinal de Fumaça. Nesta etapa, foi comprovada a atuação não apenas na produção ilegal de cigarros, mas também a participação de servidores públicos e um profissional liberal na obtenção de benefícios ilícitos.
As investigações indicam que os servidores públicos recebiam vantagens indevidas para facilitar as atividades criminosas.

Comunicação Social da Delegacia de Polícia Federal em Uberaba

PF apreende 62,4kg de cocaína durante operação contra tráfico de drogas em Ariquemes/RO

Rondônia/RO. A Polícia Federal deflagrou, nesta segunda-feira (26/8), a Operação SPACKLE para dar cumprimento a mandados judiciais, sendo dois de prisão preventiva e outros de busca e apreensão, todos expedidos pela 2ª Vara de Garantias de Ariquemes/RO. As ordens judiciais foram cumpridas nos municípios de Fortaleza/CE, Goiânia/GO e Porto Velho/RO.

Durante as diligências, foi localizada uma carga de 62,4kg de cloridrato de cocaína oculta em 30 baldes de massa corrida, no município de Ariquemes/RO. A droga seria remetida por via terrestre, despachada por empresa de transportes para outro estado da federação.

A investigação prossegue com análise do material apreendido e aprofundamento das linhas investigativas. Os envolvidos poderão responder pelos crimes de tráfico interestadual de drogas e associação para o tráfico.

Comunicação Social da Polícia Federal em Rondônia

PF prende integrante de organização criminosa transnacional

Operação Boulanger 2 investiga crimes em garimpos; ouro e arma de fogo foram apreendidos
Oiapoque/AP. Na tarde deste domingo (24/8), a Polícia Federal deflagrou a Operação Boulanger 2, com o objetivo de combater os crimes de trabalho análogo à escravidão, homicídios de garimpeiros, tráfico de drogas, armas e munições, além de organização criminosa armada transnacional.

As investigações tiveram início a partir de diversas denúncias recebidas pela Delegacia de Polícia Federal e veiculadas em grupos de mensagens locais, relatando a invasão armada em um garimpo localizado na Guiana Francesa, por integrantes de uma organização criminosa formada por brasileiros, com base de atuação em Oiapoque/AP.

A primeira fase da Operação Boulanger resultou na identificação e qualificação de uma parte significativa dos integrantes da organização criminosa. Nesta etapa, cinco membros da facção foram capturados e presos preventivamente.

Com o avanço das apurações, um novo integrante foi identificado. Ele atuava como base de apoio logístico e operacional do grupo, sendo responsável pelo transporte fluvial e terrestre de armas, entorpecentes, valores, produtos de higiene e alimentos, além de dar suporte a membros da facção em áreas de difícil acesso e realizar ações de resgate e ocultação de armamento entre o Brasil e garimpos ilegais na Guiana Francesa.

Durante o cumprimento do mandado, o indivíduo foi preso em flagrante com uma pistola de uso restrito, 1,1kg de ouro, além de diversos materiais como motores e internet portátil via satélite.

O homem foi conduzido à delegacia da PF em Oiapoque e, em seguida, encaminhado ao sistema prisional. Ele poderá responder pelos crimes de participação em organização criminosa, posse ilegal de arma de fogo e usurpação de bens da União.

Comunicação Social da Polícia Federal no Amapá

PF prende nove pessoas, apreende passaportes e mais de seis quilos de drogas no Aeroporto de Guarulhos/SP

                           Ações realizadas no decorrer dos procedimentos de controle migratório
Guarulhos/SP. Em uma série de ações realizadas, entre os dias 22 e 25/8, no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, a PF efetuou a prisão de três procurados pela Justiça, a apreensão de três passaportes por decisão judicial e a prisão de seis pessoas por tráfico internacional de drogas. O montante de entorpecentes apreendidos superou seis quilos de cocaína e anfetamina.

Captura de Procurados pela Justiça

No decorrer dos procedimentos de controle migratório, policiais federais prenderam três homens com mandados de prisão civil em aberto, expedidos pelas Justiças dos Estados do Maranhão, Piauí e São Paulo. Os indivíduos, interceptados em momentos distintos entre os dias 22 e 24/8, foram detidos após tentarem imigrar e serem identificados pelo sistema de alerta da PF.

Apreensão de Passaportes

Na sexta-feira (23/8), foi efetuada a apreensão de três passaportes (dois italianos e um brasileiro). Os documentos, de propriedade de uma brasileira e de um nacional da Itália, foram retidos logo após o desembarque do casal de um voo procedente da Itália. A medida foi cumprida pelos policiais no controle migratório, em atendimento a decisão judicial.

Combate ao Tráfico Internacional de Drogas
As ações de repressão ao narcotráfico resultaram na prisão de seis passageiros:

Quatro passageiros foram presos por transportar cocaína dentro de cápsulas que foram ingeridas. Os presos, que embarcariam com destino à França (2), Turquia (1) e Inglaterra (1), foram conduzidos ao Hospital Geral de Guarulhos para a remoção segura da droga, onde permanecerão sob custódia hospitalar da Polícia Penal do Estado de São Paulo até receberem alta médica, devido ao alto risco à saúde que a prática oferece.
Uma brasileira foi presa após os policiais federais localizarem mais de dois quilos de cocaína ocultos em fundos falsos de sua mala de viagem. Ela pretendia levar a droga para a Tailândia.

Um nacional da Croácia foi preso ao desembarcar de um voo procedente do México. Em sua bagagem, foram encontrados quatro quilos de anfetamina escondidos em fundos falsos.

Todos os presos no âmbito do tráfico de drogas foram apresentados à Justiça Federal e os presos em razão de mandados de prisão em aberto serão encaminhados às penitenciárias dos devidos estados.

PF, PC e PM prendem indivíduo transportando drogas em veículo em Foz do Iguaçu

Foz do Iguaçu/PR. Policiais federais, civis e militares prenderam um condutor que transportava volumes de capulho em um veículo nas proximidades do rio Paraná.
Após identificar um barco saindo da margem paraguaia e atracando do lado brasileiro, uma equipe policial se deslocou para o local, encontrando um veículo que saía de uma via de acesso ao leito do rio.

No veículo foram encontrados cerca de 109kg de capulho. O motorista tentou se evadir mais foi capturado.

Comunicação Social da Polícia Federal em Foz do Iguaçu/PR

PF e Ministério Público miram ‘associados do PCC’ para tentar sufocar as economias da facção

Operadores do mercado financeiro, contadores, fornecedores de armas, advogados, integrantes dos Poderes Legislativo e Judiciário e até mergulhadores.

Essas profissões têm se tornado cada vez mais recorrentes em operações sobre o PCC (Primeiro Comando da Capital) deflagradas pela Polícia Federal e do Ministério Público.

Denominados de “associados do PCC”, eles não passam pelo ritual de batismo da facção nem têm dedicação exclusiva a ela, mas se tornaram peças fundamentais para o seu crescimento, na medida em que o PCC se expande em nível internacional, movimentando bilhões com o tráfico de até uma tonelada de cocaína por mês para a Europa.

O promotor do Ministério Público de São Paulo Lincoln Gakiya, especialista na facção, afirma que a participação dessas pessoas se tornou necessária para a facção porque os crimes passaram a ser mais sofisticados, com demandas, por exemplo, de expertise para lavagem de dinheiro.

Grande parte da movimentação dos valores arrecadados também não é mais feita em forma física, em dinheiro. Por isso, os integrantes passaram a precisar conhecedores de atalhos e deficiências em termos de legislação, fiscalização e controle.

“Às vezes são gerentes ou ex-gerentes de bancos, que ganham valores muito maiores do que os praticados pelo mercado. Já o PCC lucra porque não teria condições de executar esse serviço. Mas é preciso lembrar que, apesar de não serem integrantes, eles vão responder pelos mesmos crimes”, diz.

O perfil dos criminosos também é diferente, de acordo com os investigadores. Segundo Gakiya, boa parte dos membros do PCC, sobretudo os mais antigos, não tem escolaridade e estão ligados crimes violentos, como roubo a bancos e novo cangaço.

“Hoje, a facção se organiza como uma empresa. Para acompanhar a evolução extraordinária do PCC, infelizmente, eles precisaram da colaboração de outras pessoas de determinados ramos para transitar nesse mundo novo”, diz.

As regras do grupo, como o código de silêncio, devem ser respeitadas pelos associados, sob risco de morte.

De acordo com a Polícia Federal, a associação com o PCC se dá tanto com membros da “base” da facção criminosa quanto com suas lideranças.

“Os associados têm uma atuação autônoma, independente do PCC, possuem, ou integram, seus próprios grupos criminosos. Todavia, como mantêm negócios com membros, beneficiando-se dos recursos logísticos, financeiros e humanos da facção criminosa em nível nacional e internacional”, afirmou à reportagem, em nota, a Diretoria de Combate ao Crime Organizado e à Corrupção da Polícia Federal.

A unidade também afirma que os associados devem lealdade ao PCC e se obrigam a cooperar e contribuir com a facção sempre que solicitados, a exemplo de auxílio financeiro e operacional em eventuais conflitos com facções rivais, planos de fuga e planos de atentados contra agentes do Estado.

O promotor Lincoln Gakiya ressalta que um dos casos emblemáticos é o de Antônio Vinícius Gritzbach, 38, morto a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em novembro de 2024.

Engenheiro de classe média, ele era operador do ramo imobiliário e passou a fazer negócios com o PCC. Ele indicava, por exemplo, quando valores recebidos deveriam ser aplicados em criptomoedas ou na compra de imóveis.

Segundo as investigações, ele também procurava laranjas, constituía empresas e bancos digitais, para que essas transações pudessem ser feitas e o verdadeiro criminoso do PCC não aparecesse.

Outro exemplo é a Operação Hydra. Realizada pela Promotoria e pela PF em fevereiro, mirou duas empresas do ramo financeiro que, segundo as investigações, ocultavam os verdadeiros beneficiários de recursos movimentados pela facção.

O esquema teria sido operado por um associado do PCC chamado Rafael Maeda e conhecido como Japa, que tinha participação em empresas agenciadoras de jogadores de futebol. Japa foi achado morto com tiro na cabeça, dentro de um carro, em agosto do ano passado.

Na operação Fim da Linha, de 2024, foram presos dirigentes de duas empresas de ônibus que também seriam usadas para lavar dinheiro do PCC.

Já na Operação Mafiusi, instaurada no mesmo ano, a Polícia Federal prendeu o empresário William Barile Agati, apontado como uma espécie de faz-tudo do PCC.

Ele recebeu o apelido de “concierge do crime” depois que as apurações mostraram que ele fornecia diversos serviços para o PCC na logística de tráfico de drogas internacional. A PF definiu o investigado como “indivíduo com grande poder econômico”.

A defesa de Agati afirma que ele é inocente, primário, de bons antecedentes, de conduta ilibada e empresário em diversos segmentos de negócios nacionais e internacionais lícitos e que não praticou nenhum dos crimes que lhe são imputados.

A ação Narco Vela, de abril deste ano pela PF, prendeu 30 associados do PCC que dariam suporte ao tráfico de drogas, em especial para a África e a Europa, com o uso de embarcações capazes de atravessar o oceano como barcos e veleiros.

Para o promotor, é preciso intensificar as investigações para essas pessoas, com o objetivo de obter a asfixia financeira do grupo, e não enxugar gelo.

“A partir daí, temos uma investigação qualificada e conseguimos direcionar os esforços. Não digo que vai conseguir acabar com essa modalidade de crime, mas vai encarecer o negócio e dificultar porque não tem tanta mão de obra qualificada assim”, afirma.

Já a PF afirmou que suas investigações visam sempre à desarticulação das organizações criminosas, buscando sua descapitalização, com sequestro e apreensão de bens e valores.

E também a prisão de seus líderes e principais colaboradores, “sejam estes responsáveis pela atividade operacional de crimes como o tráfico de drogas e armas, ou tenham outras funções, a exemplo daqueles que atuam na lavagem de dinheiro dos grupos criminosos”.

Constança Rezende/Folhapress

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