Vorcaro simulou venda para Fictor para tentar fugir do país, dizem investigadores

Investigadores que atuam na operação que resultou na prisão de Daniel Vorcaro suspeitam que a proposta de compra do Master pela Fictor Holding Financeira, divulgada na segunda-feira (17), tenha sido uma espécie de simulacro para facilitar a fuga do banqueiro do país.

Pessoas diretamente envolvidas nas apurações dizem que a ordem de prisão de Vorcaro foi assinada às 15h de segunda. No mesmo dia, a Fictor divulgou que pretendia comprar o Master em conjunto com um consórcio formado por investidores dos Emirados Árabes Unidos.

Procurada pela Folha, a holding afirmou que só tomou conhecimento da operação da Polícia Federal pela imprensa e que a compra do banco de Vorcaro estava integralmente condicionada à análise e à aprovação prévia dos órgãos reguladores.

"Desde o início, conduzimos todas as etapas com total transparência, responsabilidade e estrita observância aos ritos estabelecidos pelas normas legais", diz, em nota. "Por se tratar de tema sob análise das autoridades, o consórcio não comentará o mérito das investigações."

Para os investigadores, houve vazamento da ordem de prisão, assim como da intenção do BC (Banco Central) de liquidar o Master. Alertado, Vorcaro teria acelerado a simulação de compra para ter uma justificativa para deixar o país, ainda de acordo com essas pessoas.

A reunião da diretoria do BC que decidiu pela liquidação do Master também ocorreu na segunda. O voto dos diretores é secreto.

Os advogados do banqueiro negam a fuga e dizem que ele estava viajando a Dubai para tratar da operação de venda com a Fictor.

No entanto, investigadores ouvidos pela Folha dizem que o jato particular no qual Vorcaro embarcaria tinha como destino Malta, outro dado que reforça a hipótese de que ele buscava fugir.

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal encontraram desvios bilionários por meio da compra de carteiras de crédito do Master pelo BRB (Banco de Brasília). O negócio entre a instituição estatal e o banco de Vorcaro foi vetado pelo BC em setembro.

De acordo com investigadores, o BRB transferiu R$ 12,2 bilhões para salvar o Master sem nenhuma justificativa. O BRB teria repassado recursos para o Master antes do anúncio da intenção de compra, em março. As transferências teriam prosseguido até maio deste ano.

Do valor, R$ 6,7 bilhões seriam contratos falsos e R$ 5,5 bilhões, prêmios (que seria o valor que supostamente a carteira valeria, mais um bônus).

Procurado pela Folha, o Master não respondeu ao pedido da reportagem. O presidente afastado do BRB, Paulo Henrique Costa, não pretende se pronunciar neste momento. A interlocutores, ele tem dito que foi o BRB que comunicou ao BC que encontrou problemas na documentação das carteiras de créditos adquiridas do Master.

Investigadores apontam a suspeita de que o Master tenha usado o negócio com o BRB para esconder a fabricação de carteiras falsas de crédito consignado. Essa fábrica inflou o balanço do Master, ainda de acordo com as investigações.

No início do ano, a supervisão do Banco Central identificou que existiam operações estranhas na cessão dessas carteiras. O órgão chamou a direção do Master e do BRB para cobrar explicações. As informações foram insatisfatórias e as investigações foram aprofundadas. Os dados foram posteriormente repassados ao MPF (Ministério Público Federal) e à PF, que abriu um inquérito.
Por Adriana Fernandes e Constança Rezende, Folhapress

Operação Alta Potência 2 desarticula facção ligada a grupo paulista em Ipiaú e região, informa a Polícia Civil

Uma megaoperação policial realizada na manhã desta terça-feira (18) mobilizou forças de segurança estaduais e federais para desarticular uma facção criminosa com atuação na Bahia e em outros estados do país. A ação, denominada Operação Alta Potência 2, teve como um dos focos o município de Ipiaú, onde parte das investigações foi conduzida pela Delegacia Territorial.
A ofensiva integrada envolveu a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, as Polícias Civil, Militar e Federal, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) Bahia e contou ainda com o apoio da Secretaria de Administração Prisional (SEAP). As ordens judiciais foram cumpridas simultaneamente em dez cidades baianas — Salvador, Jequié, Ipiaú, Serrinha, Itagibá, Ubatã, Gandu, Ilhéus, Porto Seguro e Ibirataia — além de municípios de São Paulo (Guarulhos e Franca), Minas Gerais (Sacramento) e Santa Catarina (Barra Velha).

Segundo o delegado da Polícia Civil, Isaias Neto, a facção alvo da operação possui ligação direta com uma organização criminosa paulista de grande porte e é investigada por envolvimento com tráfico de drogas e armas, homicídios e lavagem de dinheiro. As apurações conduzidas pela Delegacia Territorial de Ipiaú e pela FICCO Bahia identificaram dois eixos de atuação do grupo: um voltado exclusivamente ao tráfico e outro responsável por lavar os valores provenientes da atividade ilícita.
Durante as investigações, foi constatado que o grupo movimentou milhões de reais em curto período de tempo e adquiriu diversos imóveis nos estados da Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina, além de veículos de alto padrão. Com base nos elementos colhidos, a Polícia solicitou ao Judiciário a prisão preventiva dos investigados, bem como o bloqueio de bens e valores, medidas que foram deferidas.
Com as decisões judiciais em mãos, as equipes deflagraram a Operação Alta Potência 2, que resultou no cumprimento de 21 mandados de prisão preventiva, além de mandados de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias e sequestro de quatro imóveis. Também foram apreendidos três veículos — um Corolla Cross, um Jeep Renegade e um Corolla — além de armas de fogo, drogas e diversos aparelhos celulares. Em Ipiaú foram realizadas dez prisões. Os nomes dos presos não foram divulgados pela Polícia.

Ao todo, cerca de 250 policiais das forças estaduais e federais participaram da ação, reforçando o caráter de grande escala da operação.
(Por Giro Ipiaú)

Investigação aponta que Master usou negócio com BRB para esconder carteira falsa de consignado

Suspeita é a de que ativos fraudulentos iriam se misturar aos do Banco de Brasília após conclusão da operação; empresas não comentaram
Investigadores que atuam na operação que levou à prisão do banqueiro Daniel Vorcaro na noite desta segunda-feira (17) apontam a suspeita de que o Master tenha usado o negócio com o BRB (Banco de Brasília) para esconder a fabricação de carteiras falsas de crédito consignado. Essa fábrica inflou o balanço do Master, ainda de acordo com as investigações.

As carteiras de consignado, formadas com tomadores de crédito inexistentes, foram vendidas ao banco de Vorcaro e, por fim, compradas pelo BRB em dezembro do ano passado.

A Folha procurou o Master e o BRB, mas as instituições ainda não comentaram.

No início do ano, a supervisão do Banco Central identificou que existiam operações estranhas na cessão dessas carteiras. O órgão chamou a direção do Master e do BRB para cobrar explicações. As informações foram insatisfatórias e as investigações das carteiras foram aprofundadas. Os dados foram posteriormente repassados ao MPF (Ministério Público Federal) e à PF, que abriu um inquérito, como antecipou a Folha.

As compras das carteiras pelo BRB foram interrompidas por determinação da supervisão do BC. O Master, então, readquiriu esses ativos. O distrato da cessão do crédito ocorreu em fevereiro de 2025.

No final de março, o estatal BRB anunciou ao mercado que tinha comprado o Master e que o pedido para aprovação da aquisição tinha sido protocolado no BC. O anúncio ocorreu em meio às investigações das carteiras de crédito pelo BC.

Com a compra do Master, os balanços dos dois bancos seriam fundidos. A avaliação dos investigadores é que a carteira que foi comprada pelo BRB (que não iria ser paga porque os clientes não existiam) iria se misturar com outros ativos no balanço do banco do DF, como um crédito que não performou, explicou à Folha uma pessoa a par da investigação.

Em setembro, o BC rejeitou a operação de compra do Master pelo BRB e repassou mais informações ao MPF sobre as razões do veto ao negócio.

O comunicado da PF sobre a operação desta terça-feira (18) informa que as investigações tiveram início em 2024, após requisição do MPF para apurar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira.

Segundo a PF, os títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada. Não há ainda um cálculo preciso sobre a exposição total do tamanho da fraude ao longo dos anos. O valor pode variar de R$ 8 bilhões a R$ 12 bilhões.

Como os clientes tomadores do crédito não existem, não havia reclamações, o que facilitou que a fraude se agigantasse.

Ex-sócio no Master, o empresário baiano Augusto Lima também foi detido pela Polícia Federal na operação Compliance Zero. Lima foi quem criou na Bahia o CredCesta, cartão de crédito consignado voltado para servidores públicos e que impulsionou o negócio com esse tipo de financiamento no Master.

O Ministério Público Federal e o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) também apuram possíveis irregularidades na concessão de empréstimos consignados pelo Banco Master, além do desconto de benefícios previdenciários sem autorização.

O caso está na Procuradoria da República no Distrito Federal, que abriu um procedimento preparatório sobre o tema em 4 de agosto, com o objetivo de obter informações e analisar elementos reunidos no processo.

O procedimento preparatório é uma etapa anterior à abertura de um inquérito civil, que tem por finalidade investigar a violação de direitos e práticas abusivas. A Procuradoria notificou o INSS, que também decidiu abrir um processo administrativo sobre o tema.
Por Adriana Fernandes e Constança Rezende, Folhapress

Estudante de teatro vence Concurso de Contação de Histórias da Flipiaú


                                      Evento celebrou a oralidade e valorizou talentos de Ipiaú


Um Concurso de Contação de Histórias marcou o encerramento da primeira edição da Festa Literária de Ipiaú (Flipiaú), na última sexta-feira (14), no Espaço Machombongo - Praça Rui Barbosa. O público assistiu a apresentações guiadas pela criatividade, pela força da oralidade e por homenagens ao escritor Euclides Neto, autor celebrado no evento.
A grande vencedora foi Jhulia Fernandes Sousa Maria, de 21 anos, estudante do 6º semestre de Licenciatura em Teatro pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Ela recebeu R$ 1.000,00 pela conquista do primeiro lugar. Ela afirmou que decidiu participar para contribuir com a cultura local e divulgar seu trabalho como artista.

A jovem buscou referências sobre Euclides Neto e escolheu a obra “O Menino Traquino” como base para sua apresentação. “Imaginei que estivesse contando a história para um grupo de crianças em uma escola e construí uma troca entre intérprete e público. O processo criativo foi muito especial. O único desafio foi o microfone fixo, já que minha apresentação tinha muita movimentação”, relatou.

A artista destacou ainda a importância da Flipiaú para a cidade. “É a primeira vez que vejo um evento literário, cultural e artístico dessa grandeza em Ipiaú. Abre portas para artistas mais jovens acreditarem novamente na força do nosso celeiro cultural e permite reconhecer os grandes nomes que marcaram nossa história.”

Outros premiados

O segundo lugar do concurso de contação ficou com Nawan Rodrigues, premiado com R$ 500,00. Na terceira posição, Juliano Pinto foi contemplado com R$ 300,00, e o quarto colocado, Pedro Henrique Alves, recebeu R$ 200,00.
A banca avaliadora considerou critérios como domínio da história, diversidade dos recursos de oralidade, performance, criatividade e alcance da plateia. Integraram o júri: Sílvia Clícia Soares, diretora da Casa da Cultura de Ipiaú e integrante do Coletivo de Artesanato de Ipiaú; e as escritoras Larissa Pereira e Vera Pestana.

Para Vera Pestana, jurada e escritora, “para brilhar em um concurso de contos, o candidato precisa ter presença cênica, transformando palavras em presença. Foi assim que escolhemos a candidata vencedora: uma presença que se ergue inteira, cresce com firmeza e encanto e conduz o leitor por um caminho que começa forte, ganha significado e termina deixando um eco. Até a imaginação precisa de moldura para reluzir.”

A 1ª Flipiaú é uma realização da Voo Audiovisual e foi contemplada no Edital de Apoio às Festas, Feiras e Festivais Literários (n.º 01/2024), por meio do Programa Bahia Literária, com apoio do Governo do Estado da Bahia, das secretarias de Educação e Cultura e da Fundação Pedro Calmon.

O edital integra políticas estaduais e federais de fomento cultural, estabelecidas pelo Decreto Federal n.º 11.453/2023, pela Política Estadual de Cultura (Lei n.º 12.365/2011), pelo Plano Estadual de Cultura (Lei n.º 13.193/2014), pelo Plano Estadual de Educação da Bahia (Lei n.º 13.559/2016) e pela Lei Federal n.º 14.133/2021. O evento conta ainda com apoio cultural do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia, por meio da Rádio Educadora FM e da TVE Bahia.

Jane Fernandes e Fábio Rodella (71) 99395-2000

Mais de 220 veículos são apreendidos durante Operação Ressonância

Ação deflagrada pela SSP combate fraudes veiculares, como roubos, furtos e adulterações, além da recuperação de veículos utilizados por organizações criminosas.
A primeira edição da Operação Ressonância, deflagrada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) em combate a fraudes veiculares, como roubos, furtos e adulterações, além da recuperação de veículos utilizados por organizações criminosas, foi finalizada com 228 veículos apreendidos.

A ação foi realizada entre os dias 28/10 e 07/11 com as Polícias Militar, Civil e Técnica, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

As equipes empregadas na operação realizaram abordagens e averiguações com apoio de tecnologia de ponta, utilizando um scanner de diagnóstico capaz de fazer a leitura de informações dos sensores e sistemas eletrônicos dos veículos. Esses dados foram cruzados com as bases de inteligência da SSP e da Senatran, permitindo detectar possíveis adulterações ou clonagens de forma rápida e precisa.

Do total de veículos apreendidos pelas equipes, 145 apresentavam registros de receptação, furto ou roubo. Outros 80 tinham algum tipo de adulteração de sinal identificador (placa ou chassi). Vinte e um suspeitos foram presos durante a Operação.
Fonte
Alberto Maraux

Operação Alta Potência 2 bloqueia 90 contas bancárias e sequestra R$ 2 milhões em imóveis vinculados ao crime organizado

Criminosos da Bahia, em parceria com facção de SP, movimentaram cerca de R$ 52 milhões em pouco mais de três anos.

A Operação Alta Potência 2 bloqueou na manhã desta terça-feira (18), 90 contas bancárias utilizadas por criminosos que atuam na região das cidades baianas de Jequié, Ipiaú e Itagibá. Cerca de R$ 2 milhões em imóveis também foram sequestrados.

Traficantes baianos, em parceria com uma facção de São Paulo, movimentaram cerca de R$ 52 milhões em pouco mais de três anos. O grupo lavava dinheiro através da compra de imóveis e distribuição dos recursos em diversas contas.

O balanço parcial da operação contabiliza vinte mandados de prisão cumpridos na Bahia e em São Paulo. Na cidade baiana de Gandu, um integrante da facção entrou em confronto com as Forças Policiais. O criminoso foi socorrido pra uma unidade médica do município.
Fonte
Alberto Maraux

MP de reforma do setor elétrico pode custar R$ 16 bi na conta de luz sem vetos de Lula

O custo com a MP (medida provisória) 1.304 para a conta de luz pode encostar em R$ 16 bilhões, segundo estimativas da Abrace, entidade que representa empresas que são grandes consumidoras de energia. Esse valor tem potencial para elevar a conta de luz em até 3% ao ano, a depender do cronograma de compra.

A Abrace defende que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vete os trechos que geram essas despesas, sob pena de deixar como herança mais custos desnecessários para o consumidor. O presidente tem até a próxima segunda-feira (24) para decidir se vai vetar —e o que vetar.

"A gente espera que todo mundo se junte para resolver os problemas do setor, que todos nós conhecemos. O que não pode é, na hora do vamos ver, que cada um cuide de si e jogue a conta para o consumidor pagar", afirma o presidente da Abrace, Paulo Pedrosa.

A MP promoveu uma reforma no setor energia. Alguns pontos foram mal recebidos pelos especialistas, como a prorrogação de incentivo ao carvão. O texto também deixou de fora medidas aguardadas, como uma readequação no prazo de extinção de benefícios à instalação de painéis solares nos telhados.

Essa energia fotovoltaíca de casas e fazendas solares não pode ser gerenciada pelo ONS (Operador Nacional do Sistema). Inúmeros especialistas apontam que sua expansão é a grande responsável pelos cortes de energia, o chamado curtailment, elevando os prejuízos de geradores que ficam impedidos de fornecerem a energia.

A Abrace afirma que não faz o menor sentido o Congresso programar a compra obrigatória e aleatória desta ou daquela energia, sem nenhum planejamento, e criar uma despesa futura para conta de luz que vai encostar em R$ 9 bilhões.

A compra compulsória de usinas a carvão —especificamente Candiota 3 e Figueira— tem um custo estimado pela entidade de R$ 981 milhões por ano, com vigência a partir da assinatura do contrato até 2040. A Abrace argumenta que além de encarecer a tarifa, o uso de carvão, um grande emissor de gases de efeito estufa, vai na contramão do mundo.

A obrigatoriedade de incluir 3 GW (gigawatts) de energia gerada por biomassa, por sua vez, adicionaria à conta outros R$ 2,76 bilhões anuais. Mesmo sendo uma fonte limpa, não há explicação para sua compra compulsória.

A obrigatoriedade na comprar energia de pequenas usinas hidrelétricas com até 50 MW, a partir de 2032, também não tem justificativa técnica, segundo a entidade. A previsão de colocar um adicional de 3 GW desse grupo criaria custos crescentes: R$ 1,72 bilhão em 2032 e R$ 3,44 bilhões em 2033, alcançando R$ 5,16 bilhões por ano a partir de 2034.

A Abrace também é contra o repasse para a tarifa do ressarcimento a geradores prejudicados pelo curtailment, apesar de admitir que é preciso encontrar uma maneira de estancar as perdas.

O ressarcimento está previsto numa emenda incluída de última hora pelo deputado Danilo Fortes (União-CE). Segundo a Abrace, essa é a despesa mais alta da MP. O texto determina o pagamento dos prejuízos de setembro de 2023 a dezembro de 2025, o que, pelas estimativas da entidade, somaria R$ 7 bilhões.

No entanto, o dispositivo também preocupa a Abrace por criar uma regulamentação nova e prejudicial ao bom funcionamento do mercado de energia. Apesar de os cortes afetarem também hidrelétricas e térmicas, a emenda determina que apenas geradores solares e eólicos vão ser ressarcidos. Inclusive, além do pagamento por perdas passadas, ainda estabelece prazos para compensações regulares de eventuais perdas com cortes a partir de 2026.

A Abeeólica, associação que representa geradores eólicos, defende que a compensação não precisa ser debitada na conta de luz. Pode sair de uma conta na CCEE (Camara de Compensação de Energia Elétrica), especificamente das multas que os mesmos geradores tiveram de pagar por não entregar a energia cortada. Nesse caso, os consumidores teriam de abrir mão de quase R$ 4 bilhões.

"Estamos no capitalismo. Pergunto: vamos socializar um prejuízo que é do negócio e jogar para o consumidor pagar essa energia que ele não consumiu? Fazer isso é abrir um precedente muito forte", afirma Pedrosa.

"Mas também não somos insensíveis. Os prejuízos dos geradores são de fato elevados. Os consumidores têm direito a uma multa porque essa energia que não foi entregue. Essa multa é de bilhões. Agora, a outra pergunta: faz sentido o consumidor receber esses valores se o gerador só não entregou porque foi impedido?"

A alternativa de redirecionar as multas também é polêmica. A Frente Nacional de Consumidores de Energia afirma que a multa é legítima e deve ser usada para reduzir a tarifa de energia. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) até já começou a utilizar os recursos.

O governo já sinalizou que vetará o ressarcimento para impedir o aumento da conta de luz. O que se vê nos bastidores, porém, é uma queda de braço em relação a esse ressarcimento.

Como mostrou a Folha, a discussão escalou de tal maneira que o presidente da França, Emmanuel Macron já pediu a Lula que não vete o dispositivo porque empresas estrangeiras, especialmente as francesas, estão acumulando prejuízos e isso afeta a imagem do mercado brasileiro de energia renovável.Por Alexa Salomão/Folhapress

Operação USG revela estrutura milionária de corrupção na Saúde Pública na Bahia e no Piauí

Segunda fase da ação cumpre mandados judiciais contra grupo suspeito de fraudar contratos e desviar recursos públicos na Bahia e no Piauí
A Polícia Civil da Bahia, por meio do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD) e da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), deflagrou, na manhã desta terça-feira (18), a segunda etapa da “Operação USG”. Mandados judiciais estão sendo cumpridos em cidades da Bahia e do Piauí, avançando nas investigações que apuram o desvio de recursos públicos.

As diligências ocorrem em residências de médicos, ex-secretários municipais de saúde, agentes políticos e clínicas que mantinham contratos com o município, todos suspeitos de envolvimento no esquema criminoso já identificado pela investigação, que desviou mais de R$ 12 milhões dos cofres públicos. Os trabalhos desta etapa incluem também o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens pertencentes aos investigados e a três clínicas utilizadas na estrutura operacional do grupo.

De acordo com as apurações conduzidas pelo Departamento, o grupo criminoso utilizava clínicas de fachada e contratos superfaturados para justificar pagamentos por serviços médicos que nunca foram realizados. Entre as principais irregularidades estão lançamentos de exames incompatíveis com a realidade do município, plantões fictícios, listas de pacientes com dados inconsistentes e emissão de notas fiscais destinadas a mascarar atendimentos inexistentes.

A deflagração desta nova fase ocorre após a análise de documentos e mídias apreendidos na primeira etapa da Operação USG, realizada em dezembro de 2024, que revelou elementos suficientes para aprofundar as apurações e identificar a participação de novos envolvidos.

Cerca de 80 policiais participam da operação por meio do Draco-LD, da DECCOR, da 11ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Barreiras/BA) e das equipes da Polícia Civil do Piauí.
Fonte: Marcela Correia/Ascom PCBA

SSP, PF, PC, PM, FICCO Bahia e SEAP deflagram a Operação Alta Potência 2 na Bahia, SP, MG e SC

Facção alvo da operação tem conexão com organização criminosa paulista e envolvimento com tráficos de drogas e armas, homicídios e lavagem de dinheiro.
Secretaria da Segurança Pública da Bahia, as Polícias Civil, Militar e Federal, além da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) Bahia, com apoio da Secretaria de Administração Prisional (SEAP) realizam nesta terça-feira (18), a Operação Alta Potência 2.

Ordens judiciais são cumpridas nos estados da Bahia (Salvador, Jequié, Ipiaú, Serrinha, Itagibá, Ubatã, Gandu, Ilhéus, Porto Seguro e Ibirataia), São Paulo (Guarulhos e Franca), Minas Gerais (Sacramento) e Santa Catarina (Barra Velha).

A facção alvo da operação tem conexão com organização criminosa paulista e envolvimento com tráficos de drogas e armas, homicídios e lavagem de dinheiro.
As investigações foram intensificadas em fevereiro de 2025, após a captura do líder da organização criminosa. O traficante estava escondido no estado de Santa Catarina, na cidade de Barra Velha, quando foi capturado por equipes da Bahia e de SC.

Cerca de 250 policiais das Forças Estaduais e Federais da Segurança Pública participam da Operação Alta Potência 2.
Fonte
Alberto Maraux/ Ascom SSP

PM conduz quatro menores suspeitos de envolvimento na morte de pedreiro em Ipiaú

A Polícia Militar conduziu, no final da manhã desta segunda-feira (17), quatro jovens menores de idade à delegacia territorial de Ipiaú, por suspeita de envolvimento no assassinato do pedreiro Jorgeonelton Pereira dos Santos, de 41 anos, morto a tiros enquanto trabalhava em uma residência na Rua Leonízia Andrade, na tarde da última quinta-feira (ver aqui).

A guarnição chegou até uma pousada onde o grupo estava hospedado, no centro da cidade, após receber uma denúncia. Ao chegar ao local, os policiais identificaram os suspeitos e realizaram a abordagem. Nenhuma arma foi encontrada com os suspeitos.
Segundo informações apuradas pelo GIRO junto a fontes policiais, um dos detidos chegou a confessar o crime durante a ação e afirmou que o alvo não era o pedreiro, indicando que o homicídio teria ocorrido por engano. Dos quatro conduzidos, apenas um é morador de Ipiaú; os demais são oriundos de cidades da região sudoeste (Jequié e Maracás). Os menores foram ouvidos na delegacia, liberados e ficarão à disposição das medidas cabíveis da polícia judiciária. *Redação / Giro Ipiaú

Presidente da CPMI do INSS pede suspensão por seis meses da cobrança de consignado

Foto: Andressa Anholete/Agência Senado/Arquivo

O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), quer que se avalie a suspensão por seis meses da cobrança em operações de empréstimo consignado do INSS. O senador disse nesta segunda-feira, 17, que vai encaminhar aos órgãos competentes, como o Banco Central, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o INSS, todas as informações preliminares que a CPMI já identificou sobre irregularidades.

"Aposentado pagando por empréstimo que não fez. Conta aberta sem autorização. Adiantamento compulsório. Renda destruída. Por isso recomendo que seja avaliada a suspensão temporária de 180 dias nos consignados. Durante esses 180 dias, os bancos não poderão descontar nenhuma parcela no benefício. É proteção, não privilégio", escreveu Viana em publicação na rede social X.

Em outra publicação em rede social, Viana disse que o pedido de pausa por 180 dias é uma "medida de proteção".

"É apenas uma pausa emergencial para proteger quem está sendo prejudicado por fraudes. É uma medida de proteção, não de punição. É justiça com quem trabalhou a vida inteira. E a CPMI seguirá firme até corrigir todas essas irregularidades", disse.

Como mostrou o Estadão em setembro, o relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou que pretende investigar suspeitas relacionadas a empréstimos consignados oferecido por bancos.

Segundo ele, as fraudes com consignados podem chegar a R$ 70 bilhões, caso o montante de adesões não autorizadas feitas por associações de aposentados tenha sido replicado por bancos. O valor é dez vezes maior que o rombo mapeado até agora com as associações, entre 2016 e 2025.

Tanto Gaspar quanto Viana pretendem direcionar o foco para o consignado na próxima fase da CPMI, que terá início no próximo ano.

Por Levy Teles, Estadão Conteúdo

Filha de Otto, Isadora Alencar estreia em palanque político, mas nega planos eleitorais "no momento"

Foto: Reprodução
A empresária Isadora Alencar, filha do senador Otto Alencar (PSD), foi a estrela de um evento político realizado no final de semana no extremo-sul da Bahia. Acompanhada do namorado, o deputado federal Neto Carletto (PP), ela discursou pela primeira vez em cima de um palanque durante o aniversário do prefeito de Santa Cruz Cabrália, Girlei Lage (PDT), no último sábado (15).

Isadora é cotada como possível candidata a deputada federal no lugar do irmão, Otto Filho (PSD), que deve assumir a cadeira do conselheiro aposentado Antônio Honorado no Tribunal de Contas do Estado (TCE), como revelou em janeiro, com exclusividade, este Política Livre (clique aqui para ler). Em entrevista ao site, no entanto, ela negou que tenha pretensão de disputar uma eleição "neste momento".

"O meu federal é meu irmão (Otto Filho). Estou apenas acompanhando meu namorado e atendi a um pedido gentil (para subir ao palanque) do deputado federal Félix Mendonça (PDT), que é meu primo e um brincalhão”, disse Isadora. Félix também participou do evento em Cabrália, e convidou a empresária, sobre quem disse ter "vocação política", a subir no palanque, onde também estavam outras lideranças, a exemplo do prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal (PL).

Questionada se pensa em entrar para a política caso o irmão assuma a cadeira no TCE, ela foi categórica. "Não penso nisso neste momento. Vou votar em meu irmão", ressaltou.

Em rápido discurso, Isadora se limitou a parabenizar Girlei pelo aniversário. Ela percorreu outros municípios da região ao lado de Neto Carletto, que é sobrinho de outro político tradicional da Bahia: o ex-deputado Ronaldo Carletto, presidente do Avante no Estado.

Publicamente, Otto tem negado o movimento de emplacar o filho deputado no TCE, assim como o de lançar a filha, que é CEO da empresa Ecoari, que atua na área de reciclagem. Quem também tem o nome ventilado para "substituir" Otto Filho é Daniel Alencar, outro filho do senador, este médico.

Como já revelou o Política Livre em abril, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) decidiu adiar o anúncio do substituto de Antônio Honorato por conta das negociações sobre a composição da chapa majoritária (clique aqui para ler). Dentro da base aliada, já há quem aposte que essa decisão deve ficar para o ano que vem.

Veja vídeo abaixo:

 

1ª Flipiaú termina com concurso de contação de histórias e show do projeto Ifá

                 Evento foi marcado pela solidariedade com arrecadação para o Bahia Sem Fome

A primeira edição da Festa Literária de Ipiaú - Flipiaú terminou na última sexta-feira (14) reunindo grande público para o concurso de contação de histórias e as demais atividades. Os presentes na praça Rui Barbosa se encantaram com as narrativas e formas de contar de todos os participantes, o que foi observado atentamente pelo júri. Com premiação em dinheiro e livros, o concurso escolheu como vencedora a história de Jhulia Fernandes Sousa.
A programação do último dia também incluiu uma oficina de hip hop com Sávio Oliveira e o lançamento do livro “Autismo e Direito – Como acessar o BPC e garantir os direitos da pessoa com TEA”, de Luciana Oliveira. A cerimônia de encerramento ocorreu no Espaço Machombongo, na praça Rui Barbosa, e contou com apresentações do grupo Mulheres em Domínio Público, que revisitou cantos tradicionais, e do projeto IFÁ, que uniu ritmos como ijexá, funk e afrobeat.
A Festa Literária também foi marcada pela integração entre cultura e solidariedade no município. No domingo (16), a organização entregou os alimentos arrecadados à campanha Bahia Sem Fome, resultado das trocas por livros de Euclides Neto realizadas durante o evento. Ao todo, foram 231 quilos de mantimentos repassados à 3ª Companhia do 8° Batalhão de Bombeiros Militar de Ipiaú.

Homenagem aos 100 anos de Euclides Neto

Com quatro dias de programação, a Flipiaú homenageou o escritor Euclides Neto, que completaria 100 anos na última terça-feira (11). O evento ofereceu oficinas, painéis, visitações guiadas, mostras culturais e atrações musicais. Escritores relevantes passaram pela festa, entre eles Jean Wyllys, Ricardo Ishmael e Nádia Akawã.

Para Edson Bastos, coordenador e curador da Festa Literária de Ipiaú, a primeira edição superou as expectativas. Ele destacou que o público pôde se aproximar da história e do legado de Euclides Neto por meio da visita à casa onde o escritor viveu, o que proporcionou momentos de forte emoção aos participantes.

A 1ª FLIPIAÚ é uma realização da Voo Audiovisual e foi contemplada no Edital de Apoio às Festas, Feiras e Festivais Literários (n.º 01/2024), por meio do Programa Bahia Literária, com apoio do Governo do Estado da Bahia, das secretarias de Educação e Cultura e da Fundação Pedro Calmon. 

O edital integra políticas estaduais e federais de fomento cultural, estabelecidas pelo Decreto Federal n.º 11.453/2023, pela Política Estadual de Cultura (Lei n.º 12.365/2011), pelo Plano Estadual de Cultura (Lei n.º 13.193/2014), pelo Plano Estadual de Educação da Bahia (Lei n.º 13.559/2016) e pela Lei Federal n.º 14.133/2021. O evento conta ainda com apoio cultural do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia, por meio da Rádio Educadora FM e da TVE Bahia.

Assessoria de Imprensa: Jane Fernandes e Fábio Rodella

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Cotado para chapa presidencial, ACM Neto participa de jantar em São Paulo com Tarcísio de Freitas e Ciro Nogueira

O ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) embarcou para São Paulo, onde participa, na noite desta segunda-feira (17), de um jantar com o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) e com o presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira (PI). O encontro ocorre em meio às negociações finais da federação entre União Brasil e PP, que aguarda decisão da Justiça Eleitoral para ser oficializada.

Tarcísio é hoje o presidenciável preferido das principais lideranças tanto do PP quanto do União Brasil, e se tornou uma espécie de fiador do "casamento" das duas legendas, que enfrenta resistências internas. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), outro pré-candidato ao Palácio do Planalto, é um dos opositores da federação.

No jantar desta noite, o nome de ACM Neto deve entrar na roda não apenas como líder de peso dentro do União Brasil, mas como possível vice em uma chapa encabeçada por Tarcísio, caso o paulista seja escolhido para disputar a Presidência da República.

Interlocutores do ex-prefeito acreditam que a sondagem sobre a vice-presidência será feita, mas garantem que ACM Neto não tem planos nacionais para 2026. Aliás, o próprio já deixou isso claro. O objetivo é disputar o governo da Bahia. Além do baiano, Ciro Nogueira é outro cotado para ser companheiro de chapa de Tarcísio.
Por Política Livre

Mendonça associa decisão do STF sobre Marco Civil da Internet a ativismo judicial

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) André Mendonça afirmou nesta segunda-feira (17) que a corte deu exemplo de ativismo judicial no julgamento sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet.

A declaração foi dada em um almoço empresarial do grupo Lide, do ex-governador de São Paulo João Doria —desafeto de Jair Bolsonaro (PL), que indicou Mendonça ao Supremo.

"Nós criamos restrições sem lei. Isso se chama ativismo judicial, que muitos colegas defendem. Eu não defendo, porque a Constituição não me permite", disse o ministro do STF ao responder a perguntas da plateia.

Mendonça se sentou na mesa junto ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), do vice-governador, Felicio Ramuth, e do presidente da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Leonardo Sica.

A decisão da corte sobre constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet aumentou a responsabilidade das plataformas digitais sobre postagens de terceiros e criou o dever de cuidado sobre os conteúdos. Mendonça abriu a divergência e defendeu a manutenção da norma.

A decisão do tribunal foi tomada por 8 votos a 3, elevando a responsabilização das big techs. A corrente majoritária entendeu que o texto em vigor era insuficiente para proteger direitos fundamentais na internet.

O debate se deu em torno do artigo 19, em vigor desde 2014 e que diz que as plataformas só deverão indenizar usuários ofendidos por postagens de terceiros se descumprirem ordem judicial para remoção de conteúdo.

Os 8 votos para a ampliação das obrigações foram dos relatores Dias Toffoli e Luiz Fux, além de Luís Roberto Barroso, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia.

O acórdão sobre a decisão foi publicado no último dia 5, após 132 dias do julgamento do caso pela corte.

A demora vinha causando insegurança jurídica nos demais tribunais. Por exemplo, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) em um caso de setembro sobre o Google que ainda não convinha aplicar, dentro da corte, as teses definidas pelo STF.

No evento do Lide, Mendonça também demonstrou preocupação com o tema da segurança pública, que tratou como um dos indicadores da governança pública dos países.

"Quem entende de segurança pública sabe que, às vezes, a gente quer tratar um problema de câncer com pílula de AAS", disse Mendonça, que afirmou não estar defendendo "A, B ou C".

"Estou dizendo que nós temos um problema sério de segurança pública. [...] Segundo me foi passado por autoridades, 40% do território da grande Rio está dominado pelo crime organizado", afirmou na sequência.

Mendonça também comentou como lida com discordâncias no STF, afirmando "não divergir do colega, mas da ideia". Ele defendeu que ministros façam "concessões, às vezes legítimas e recíprocas, que permitem um caminho no melhor resultado".

"Eu não me importo de ser vecido. Eu me importo de sair na dúvida se foi o melhor voto que eu dei", disse.

Mendonça se envolveu recentemente em uma discussão com o ministro Dias Toffoli durante uma sessão da Primeira Turma do STF. O órgão debatia qual seria o juízo competente para analisar uma ação por danos morais movida por um juiz federal contra um procurador do MPF (Ministério Público Federal).

A referência de Mendonça a um voto de 2021 dado por Toffoli em um recurso sobre o mesmo caso desagradou o colega, que o acusou de deturpar o conteúdo da decisão e disse estar exaltado pela "covardia" de Mendonça.
Por João Pedro Abdo, Folhapress

Elixpegador é campeão do Campeonato Master 2025

Neste domingo (16/11) aconteceu no campo B da AABB Ipiau a grande final do campeonato master.
Oral Center e Elixpegador fizeram um jogo digno de uma grande final. A abertura com as equipes perfiladas para o Hino Nacional, o jogo teve transmissão ao vivo da Mídia Capture, narração de Tafarel Miranda e comentários de Givaldo e Paulo Henrique.
O jogo começou em alta intensidade, logo no início o Elixpegador abriu o placar com Kiu em uma cobrança de falta, não demorou muito para ampliar o placar com Bruno Canalha. Com vantagem de dois gols no placar, o Elixpegador começou a cadenciar o jogo, e abriu espaço para a Oral Center subir suas linhas e começar a pressionar, melhorando no jogo, e a Oral Center diminuiu o placar em cobrança de pênalti convertida por Gueu.

No segundo tempo, a única solução para a equipe da Oral Center era buscar o empate, e após muita insistência com diversas oportunidades, em um chute de Neném Gelo a bola furou a retranca do Elixpegador e empataram o jogo.
O apito final em 2x2 mostrou o total equilibro do Campeonato.

Nas cobranças de pênaltis o Elixpegador foi mais eficiente e sagrou-se Campeão.

Oral Center (1) 2x2 (2) Elixpegador

CAMPEÃO: Elixpegador

VICE-CAMPEÃO: Oral Center

ARTILHEIRO: Genesio (9 gols)

MELHOR GOLEIRO: Adnael

Opinião: Falta de proatividade de Jerônimo gera ruídos e governo se torna meramente reativo

O governo Jerônimo Rodrigues (PT) tem se mostrado reativo às reações da base aliada, o que coloca o governador em condição de fragilidade, ainda que tenha a máquina pública da Bahia inteiramente disponível. É um cálculo eterno de como mitigar danos provocados por uma figura afável, mas que parece desconhecer parte das nuances da política, gerando ruídos excessivos. É um governo sem ação, somente com reação.

Ao longo das últimas semanas, ficou explícito o esforço do entorno de Jerônimo para evitar grandes ruídos. O primeiro veio de uma publicação de Geddel Vieira Lima (MDB), nas redes sociais, em que o ex-ministro citou uma preocupação com a perspectiva que ACM Neto (União) era visto no interior da Bahia. Cacique de longa trajetória, Geddel fez uma leitura e tratou do tema publicamente, algo incomum nos orbes da base aliada de Jerônimo. Dias depois, o secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, publicou um encontro com o próprio Geddel, acompanhado por Lúcio e Jayme Vieira Lima, o núcleo “duro” do MDB da Bahia.

O secretário apareceu então como bombeiro em outra frente. Após o deputado estadual Nelson Leal anunciar que não seria candidato à reeleição e assumiria um posto na coordenação de campanha de ACM Neto em 2026, foi a vez a bancada do PP na Assembleia Legislativa participar de uma reunião com Loyola, agora também com a presença de Jerônimo. Se não for por excesso de coincidências, é preciso ser cego para não enxergar a correlação entre os episódios – e olha que o líder dos insurgentes do Progressistas, Niltinho, já debate a filiação ao PSB há bastante tempo.

Outro episódio que carece atenção é a saída de Sérgio Brito (PSD) da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur). O deputado federal licenciado voltou à Câmara sem agradecimento público ou manifestação formal do governo. Como no passado parlamentares licenciados faziam movimentos assim para liberação de emendas e similares, pareceu que Brito voltaria à Sedur. No entanto, o deputado teria ido embora para não mais retornar, ainda que estivesse no posto desde o início do governo. Nos bastidores, o comentário é que Brito cansou de tentar trabalhar com Jerônimo e preferiu focar na reeleição.

Enquanto isso, os investimentos em viagens, tendo como destinos municípios administrados por adversários, têm gerado murmúrios quase silenciosos de que é melhor ter estado do lado oposto no passado e flertar com o governo para 2026 do que ser aliado de primeira hora. O governador “pé no barro” tem conquistado fama que viaja demais e gere de menos a Bahia – e tais viagens incluem bater ponto a qualquer aceno de uma nova foto com Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília.

Após quase três anos no Palácio de Ondina, o período de deslumbramento com o cargo deveria ter passado. A vida política é muito menos palatável do que parece e Jerônimo parece não ter se dado conta inteiramente. E, ao invés de ser proativo, segue sendo meramente reativo. Os adversários agradecem.

Fantástico mostra detalhes do maior navio de guerra do mundo

Porta-aviões, que tem orçamento bilionário, traz tensão a países latino-americanos no Caribe

O Fantástico mostra como funciona o maior navio de guerra do mundo.

O USS Gerald R. Ford é um gigante nuclear que pode ficar entre 20 e 25 anos sem precisar de reabastecimento. Custou mais de 24 bilhões de dólares - ou 127 bilhões de reais - valor mais alto do que o produto interno bruto da maioria das capitais brasileiras.
Confira os detalhes dessa máquina de guerra na reportagem do Fantástico no vídeo acima.

Ouça os podcasts do Fantástico


 

Verba da Secom para governo Lula se promover supera a de campanhas de utilidade pública

Na véspera do ano eleitoral, o governo Lula (PT) ampliou o dinheiro destinado a divulgar slogans e programas da gestão petista, como "Brasil Soberano" e Gás do Povo. Descrita no orçamento como comunicação institucional, esse tipo de verba agora ocupa 57% da rubrica para publicidade federal.

Os 43% restantes custeiam as chamadas ações de utilidade pública, que incluem desde campanhas de vacinação do Ministério da Saúde e a divulgação das regras do saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
 
Os percentuais marcam uma mudança na distribuição do orçamento de comunicação, que chegou a destinar 70% dos recursos para campanhas de utilidade pública em 2015. No último ano de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência, em 2022, a outra fatia, que prioriza a propaganda do governo, alcançou 50,6% dos recursos, o pico na gestão passada.

A gestão Lula manteve uma divisão quase igual entre as duas ações. Durante o ano de 2025, porém, o governo ampliou o orçamento da Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência em mais de R$ 116 milhões e consolidou o avanço da verba de divulgação das bandeiras do governo.

O levantamento considerou valores reservados para as duas ações de comunicação social do governo, que somam R$ 1,54 bilhão. Desse valor, a publicidade de utilidade pública tem R$ 661,6 milhões distribuídos entre diversos ministérios, incluindo uma pequena parcela na Secom.

Já a ação orçamentária para a comunicação institucional, que banca somente as propagandas da secretaria da Presidência, alcança R$ 876,8 milhões.

Em nota, a Secom nega uso político da publicidade federal. A pasta diz que o único objetivo é "garantir o acesso da população beneficiada às informações relacionadas a esses serviços e entregas" por meio da comunicação institucional.

O novo cenário coincide com a chegada de Sidônio Palmeira ao comando da secretaria. A Secom passou a direcionar mais recursos para propaganda na internet, além de apostar na contratação de influenciadores digitais.

A pasta ainda planeja gastar mais R$ 100 milhões por ano com novo contrato de comunicação digital. Os documentos da licitação das agências, que está em fase final, mostram que o governo deseja produzir cerca de 3.000 vídeos por ano para as redes sociais, sendo que apenas os 576 vídeos "com apresentador" devem custar R$ 12,3 milhões no ano.

O novo contrato ainda deve incluir a criação de podcasts e videocasts, entre outros produtos. Na disputa, as agências tiveram de apresentar uma proposta de "estratégia criativa e eficaz de comunicação" para aumentar o engajamento e alcance das mensagens do governo nas redes em temas como Pé-de-Meia, Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida.

Uma publicação feita no fim de setembro nas redes "gov.br" ilustra o novo tom adotado pelo governo nas propagandas. No vídeo, o apresentador João Kléber transporta o seu "teste de fidelidade" —quadro que visava provocar e "flagrar" eventuais adúlteros— para a disputa entre os governos Lula e Donald Trump.

O plano de turbinar a comunicação ainda se espalha pela Esplanada. O Ministério da Fazenda busca um aporte de R$ 120 milhões para contratar serviços de assessoria de imprensa, além de publicidade e comunicação nas redes.

A pasta comandada por Haddad hoje não tem uma estrutura própria de publicidade. No pedido pela verba, a Fazenda afirma que deseja divulgar as suas ações, "entre as quais a reforma tributária, o Plano de Transformação Ecológica e as apostas de quota fixa".

A estratégia atual de comunicação contrasta com a orientação de Paulo Pimenta (PT), que deixou a Secom em janeiro. Ele defendia aumentar o investimento em rádios para alcançar a população mais pobre e distante das capitais.

Sidônio também nomeou Mariah Queiroz para a Secretaria de Estratégias e Redes. Ela trabalhava na comunicação do prefeito de Recife, João Campos (PSB), um dos políticos de maior projeção nas plataformas digitais.

Em nota, a Secom afirma que as ações de utilidade pública "devem ter caráter educativo" para mobilizar ou alertar a população a adotar comportamentos que melhorem sua qualidade de vida, "como campanhas de vacinação".

Já as ações de comunicação institucional têm um escopo mais amplo, segundo a pasta. "Elas contemplam, por exemplo, ações para divulgação de políticas públicas, de direitos dos cidadãos e dos serviços colocados à sua disposição; campanhas para estimular a participação da sociedade no debate da formulação de políticas públicas e disseminação de informações sobre assuntos de interesse público, entre outros."

A Secom disse ainda que as ações de comunicação institucional visam dar transparência para as entregas do Poder Executivo. "Portanto, têm um caráter claro de prestação de contas à sociedade, não havendo qualquer relação com período eleitoral."
Por Mateus Vargas/Folhapress

Ataque de pistoleiros em MS deixa um indígena morto e ao menos 4 feridos

Indígena Vicente Fernandes morreu após ataque de pistoleiros na madrugada deste domingo em Iguatemi (MS)
Um indígena morreu e ao menos outros quatro ficaram feridos após um ataque de pistoleiros na comunidade de Pyelito Kue, da etnia guarani kaiowá, em Iguatemi (MS), na madrugada deste domingo (16).

O território é alvo de conflitos fundiários e passou por um processo recente de retomada (reocupação) por parte dos guaranis kaiowá.

De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Vicente Fernandes Vilhalva Kaiowá e Guarani, 36, foi assassinado com um tiro na cabeça após o ataque na terra indígena (TI) Iguatemipeguá I.
Outros quatro indígenas, sendo dois adolescentes e uma mulher, foram atingidos por disparos nos braços e no abdômen, sendo que três dos feridos foram atingidos por balas de borracha.

Em nota, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) afirmou que atua na situação em conjunto com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e que acionou os órgãos de segurança pública estaduais e federais.

A autarquia disse que é necessária uma investigação rigorosa e uma ação conjunta para combater os grupos de pistoleiros que atuam na região.

O MPI afirmou que instituiu no início do mês um grupo de trabalho com foco na elaboração de subsídios técnicos para a mediação de conflitos fundiários envolvendo os povos indígenas no sul de Mato Grosso do Sul.

"Todas as mortes são inaceitáveis e essa acontece ao mesmo tempo em que o mundo discute e já percebe a importância dos povos indígenas para a mitigação da crise climática debatida na COP30, infelizmente mostrando que não existe trégua na perseguição aos defensores do clima", afirmou a ministra Sonia Guajajara.

De acordo com a Funai, as retomadas dos indígenas guaranis kaiowás na região do ataque deste domingo se intensificaram nos últimos meses com o objetivo de "frear a pulverização de agrotóxicos, que vem causando adoecimento e gerando insegurança hídrica e alimentar", afirmou a entidade.

Os povos indígenas Guarani e Kaiowá Aty Guasu afirmaram que Vicente era uma liderança na comunidade e reforçou o pedido de apoio a órgãos governamentais para garantir a segurança das famílias em Iguatemi.

"Não aceitamos mais ser tratados como invasores em nossas próprias terras. A Constituição Federal garante nossos direitos, e o Estado brasileiro tem o dever de proteger nossos povos".

Procuradas, a Secretaria Estadual de Segurança Pública, a Polícia Civil e a Polícia Federal não responderam até a publicação da reportagem.

O relatório anual de violência do Cimi divulgado em julho deste ano apontou que o número de indígenas assassinados em todo o Brasil subiu pelo terceiro ano consecutivo em 2024, quando chegou a 211.

Mato Grosso do Sul foi o terceiro estado que registrou mais mortes (33), atrás de Roraima (57) e Amazonas (45).

Por Folhapress

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