Bolsonarismo sofre 2ª tentativa de debandada, e filhos de ex-presidente reagem

A primeira leva de dissidentes trombou com Bolsonaro no poder e com boa perspectiva de reeleição
A menos de 11 meses das eleições de 2026, o bolsonarismo vive uma tentativa velada de sucessão em que parte dos atores busca assumir o protagonismo na direita sem repetir o confronto direto que marcou a primeira geração de dissidentes —quase todos politicamente anulados após romperem e baterem de frente com Jair Bolsonaro.

Se de 2019 a 2022 figuras como Joice Hasselmann e Janaina Paschoal desabaram da casa dos milhões de votos para a insignificância eleitoral após colidirem abertamente com o clã Bolsonaro, agora o novo movimento toma o cuidado de manter a reverência ao ex-presidente ao mesmo tempo em que se vende publicamente com um figurino mais ao centro.

A união do centrão —grupo de centro-direita e de direta que controla o Congresso— e de boa parte do empresariado e do mundo financeiro em torno do nome de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), somada à articulação de colegas governadores de direita correndo por fora, compõem a face mais visível desse redesenho.

A primeira leva de dissidentes trombou com Bolsonaro no poder e com boa perspectiva de reeleição. A segunda tem a seu favor a vantagem de vê-lo condenado e preso.

O atual modelo que busca suceder a liderança do ex-presidente no campo da direita teve a semente plantada na eleição para a Prefeitura de São Paulo, em 2024, quando Pablo Marçal quase desbancou o nome oficial do bolsonarismo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Ali constatou-se que, a depender do perfil e do jeito em que a dissidência se dá, não há necessariamente a morte eleitoral ao se descumprir ordens de Bolsonaro.

Em meio a esse xadrez e com o ex-presidente preso, os seus filhos mais velhos, o senador Flávio, o deputado federal Eduardo e o vereador Carlos, todos do PL, tentam manter o bastão da direita nas mãos da família.

Além de tentar passar a imagem de que o bolsonarismo tem dono e hierarquia e não está aberto a sucessão, cobram publicamente não só apoio como ação em prol do pai.

Como mostrou a colunista da Folha Mônica Bergamo nesta sexta-feira (14), Flávio Bolsonaro avançou em seus movimentos para se lançar candidato à Presidência da República, cenário de pesadelo para o centrão e seu plano de unificar a direita em torno de Tarcísio.

Em entrevista na véspera à Jovem Pan, Eduardo voltou a manifestar que vê muita gente na direita tentando se passar pelo que não é.

"Ao se retirar o Jair Bolsonaro da equação, não encontra-se um outro líder que aglutine todo mundo", afirmou, frisando que vai estar no campo oposto ao de Lula em 2026, mas que o que não quer "é que as pessoas levem gato por lebre".

A cobrança tem endereço: Tarcísio em especial, mas também os demais governadores da direita (que foram acusados pelos filhos do ex-presidente de agirem como "ratos") e outras figuras como o ex-ministro Ricardo Salles (Novo) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL).

Na visão do entorno da família, por exemplo, Nikolas não usa seu prestígio para pressionar pela reversão da situação de Bolsonaro. O deputado foi o campeão de votos à Câmara dos Deputados em 2022 e tem grande presença nas redes sociais.

"Nikolas quer se livrar do Bolsonaro de vez. Ele está liderando uma dissidência, e vários políticos mais jovens estão com ele. O problema? O de sempre: 'Temos que nos descolar do Bozo sem perder o eleitor'.

Eles querem continuar sendo eleitos pelos bolsonaristas, mas não querem mais prestar contas ao Bolsonaro", diz postagem compartilhada por Eduardo Bolsonaro em suas redes sociais no início do mês.

As críticas dizem respeito à decisão do clã de despachar Carlos Bolsonaro para disputar o Senado por Santa Catarina, o que rachou o bolsonarismo no estado, tendo como porta-voz contrária à mudança a deputada estadual Ana Campagnolo (PL).

Nikolas, que já havia sido criticado antes pelo filho do ex-presidente, não respondeu. Em sua conta no Instagram, postou uma junção de vídeos ao lado de Jair Bolsonaro. A postagem tinha mais de 15 milhões de visualizações até esta sexta.

"Se ficar carimbado de traidor, os votos evaporam", diz Fabio Wajngarten, que foi secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, sem citar nomes específicos. "Nesses três anos e meio de perseguição ao presidente, fica evidente quem esteve ao lado dele e quem não esteve."

Tanto Nikolas como Tarcísio foram autorizados por Alexandre de Moraes a visitar Bolsonaro nas próximas semanas.

"Creio que eles vão ter um dilema, que vai persistir até o final. Se eles passam o bastão para alguém antes, para o Tarcísio, eles colocam o Bolsonaro no ostracismo total, isso dificulta a eleição de uma bancada de deputados de extrema-direita. Então acho que eles vão ficar com esses fantasmas", diz o líder da bancada do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ).

"Eu conversei com alguns deles, que dizem: 'O nosso medo é a gente ser engolido pelo centrão'. Você está vendo uma tentativa de desgarramento de parte desse grupo aí do Bolsonaro. E eu acho que turma do Bolsonaro vai dizer não."

Alguns focos atuais de dissidência ou instabilidade no bolsonarismo

Governadores de direita
Grupo é composto por nomes que tentam se viabilizar para a sucessão de Lula evitando trombar de frente com Bolsonaro e perder capital eleitoral na direita. Apesar disso, foram acusados por Carlos e Eduardo Bolsonaro de agirem como "ratos" buscando herdar na inércia o capital político do pai

É formado por Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Ratinho Jr. (PSD-PR) e Romeu Zema (Novo-MG).

Na última ida a Brasília, grupo teve companhia de Claudio Castro (PL-RJ), que viu popularidade melhorar após a megaoperação policial contra o Comando Vermelho, no Rio

Tarcísio de Freitas
Desse grupo, o governador de São Paulo é há meses o nome preferido do centrão e da elite financeira e empresarial para enfrentar Lula

Também enfrentou forte artilharia da família Bolsonaro sob a acusação de pretender virar as costas ao padrinho político ao mesmo tempo que tenta herdar seu espólio eleitoral. Eduardo chegou a dizer em mensagem ao pai: "Tarcísio nunca te ajudou em nada no STF. Sempre esteve de braço cruzado vendo você se foder e se aquecendo para 2026"

Carlos Bolsonaro em Santa Catarina
A decisão de Bolsonaro de despachar o vereador do Rio para disputar o Senado em Santa Catarina abriu um racha no bolsonarismo local

Sem confrontar diretamente o ex-presidente, figuras como a deputada estadual Ana Campagnolo (PL) resistem frontalmente à ideia e são atacadas pelos três filhos de Bolsonaro, para quem o bolsonarismo tem comando e quem não concordar deve romper abertamente

Nikolas Ferreira
Deputado federal de Minas, o mais votado do país em 2022 e fenômeno nas redes sociais, frequentemente é acusado por bolsonaristas de não usar todo seu prestígio e alcance para defender o ex-presidente

Em recente post compartilhado por Eduardo Bolsonaro, por exemplo, ele é acusado de querer se livrar de Bolsonaro
10 nomes da primeira debandada, antes e depois

Joice Hasselmann (líder do governo no Congresso)
ANTES: Eleita deputada na onda de 2018, foi alçada a líder do governo no Congresso em 2019
DEPOIS: Virou uma das principais críticas do governo, chegou a assinar o chamado superpedido de impeachment contra Bolsonaro em 2021. Atacada como traidora pelo bolsonarismo nas redes, a ex-aliada viu minguar seus votos de 1 milhão em 2018 para apenas 13.679 em 2022. Em 2024 teve menos de 2.000 votos e não conseguiu se eleger vereadora em São Paulo

Alexandre Frota (deputado federal)
ANTES: Ator eleito com votação expressiva em 2018 na onda bolsonarista
DEPOIS: Rompeu em 2019, migrou para o PSDB, passou a se desculpar publicamente por ter ajudado a eleger Bolsonaro e apoiou Lula em 2022. Não conseguiu se eleger deputado estadual em 2022 e, dois anos depois, acabou eleito vereador em Cotia. Teve o mandato cassado em 2025

Janaína Paschoal (deputada estadual em SP)
ANTES: Coautora do impeachment de Dilma, foi eleita deputada estadual mais votada da história em 2018, na onda bolsonarista
DEPOIS: Assumiu depois postura independente e às vezes crítica. Em 2022 disputou o Senado e não conseguiu se eleger, ficando apenas em 4º com 2% dos votos válidos. Em 2024 foi eleita vereadora em São Paulo

João Doria (governador de SP)
ANTES: Em 2018 colou sua candidatura ao slogan "BolsoDoria", pedindo voto casado com Bolsonaro em SP
DEPOIS: Rompeu com o bolsonarismo após ser uma dos principais nomes contrários à política federal negacionista durante a pandemia. Fracassou na tentativa de se candidatar à Presidência pelo PSDB em 2022 e hoje está fora da política partidária

Wilson Witzel (governador do RJ)
ANTES: Eleito em 2018 na onda bolsonarista, com apoio do grupo de Flávio Bolsonaro
DEPOIS: Rompeu depois de se colocar como potencial presidenciável e de ser visto como insuflador de suspeitas de ligação dos Bolsonaros com o caso Marielle Franco. Foi afastado do cargo em 2021, mesmo ano em que sofreu impeachment

Gustavo Bebianno (ministro da Secretaria-Geral)
ANTES: Um dos principais articuladores da campanha de 2018 e homem forte do PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu
DEPOIS: Demitido logo no início do governo em meio ao escândalo das candidaturas laranjas do PSL e por trombar publicamente com Carlos Bolsonaro. Morreu em março de 2020

Carlos Alberto Santos Cruz (ministro da Secretaria de Governo)
ANTES: General da reserva, ocupava um dos principais cargos da "cozinha" do Palácio do Planalto
DEPOIS: Também demitido em 2019 após conflitos com a família Bolsonaro. Virou crítico do governo e chegou a ter o nome cotado para disputar a Presidência e outros cargos em 2022, mas isso nunca se concretizou

Luiz Henrique Mandetta (ministro da Saúde)
ANTES: Deputado do DEM (hoje União Brasil) e ministro da Saúde desde o início do governo Bolsonaro
DEPOIS: Foi demitido em abril de 2020 após discordâncias com a postura negacionista do bolsonarismo na pandemia e também virou presidenciável, mas acabou concorrendo ao Senado, sendo derrotado com folga pela bolsonarista Tereza Cristina (PP-MS)

Sergio Moro (ministro da Justiça e Segurança Pública)
ANTES: Chegou ao governo Bolsonaro como "superministro", símbolo do combate à corrupção
DEPOIS: Rompeu em abril de 2020 e saiu acusando o presidente de interferência política na PF. Tentou se viabilizar para a Presidência em 2022, mas fracassou e voltou a se alinhar ao bolsonarismo no segundo semestre de 2022, quando se elegeu senador pelo Paraná

Abraham Weintraub (ministro da Educação)
ANTES: Foi um dos mais visíveis símbolos da ideologia bolsonarista no primeiro escalão do governo
DEPOIS: Saiu em 2020 e, mais tarde, rompeu com o núcleo bolsonarista tradicional. Em 2022 não conseguiu se eleger deputado federal, tendo apenas 4.000 votos. Em 2024 anunciou a pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo, mas a empreitada não foi adiante

Por Ranier Bragon/Folhapress

Ricardo Ishmael lança livro e participa de bate-papo na 1ª Flipiaú

                 Jornalista e escritor debateu educação e lançou o livro ‘Quinca no mundo da lua’

O jornalista e escritor Ricardo Ishmael participou nesta sexta-feira (14) do painel “Reimaginando infâncias possíveis: a literatura no tratamento de temas sensíveis”, no último dia da 1ª Festa Literária de Ipiaú - Flipiaú. Recebido calorosamente pelo público que lotava o espaço O tempo é chegado, o apresentador do Jornal da Manhã (TV Bahia) ressaltou a importância da interiorização dos eventos literários, que tem percebido desde 2023.

“Isso faz com que o recurso chegue aos territórios, aos autores, às autoras e aos realizadores locais. Faz com que brotem dessas experiências futuros autores e futuras autoras. Com oficinas, encontros, olho no olho e conversas, certamente pessoas sairão desses eventos impactadas e talvez até motivadas a escrever suas histórias. Essa é a importância de eventos como este”, comentou Ricardo.

O escritor também lançou o livro infantil “Quinca no Mundo da Lua”, que conta a história de uma criança neurodivergente com hiperfoco na lua. Os pais não conseguem lidar com suas particularidades e a trama avança quando o garoto reage de forma inesperada e mágica às tensões do cotidiano. O final reforça a importância de acreditar nos sonhos. O jornalista já publicou sete livros, seis deles infantis lançados pela Mojubá Editora, criada por ele em 2020.

Durante o encontro, Ricardo falou sobre a obra do homenageado da Flipiaú: Euclides Neto. “É muito impactante tudo isso, a obra de Euclides Neto e a importância dele. Estar nesse lugar que é tão simbólico, nessa casa, é interessante porque parece que ele está presente em tudo, em cada detalhe. Essa foi a sensação que tive desde que entrei aqui. Isso mostra que a obra permanece viva.”

Presente no evento, a estudante de Letras Eliene Fagundes comentou sua relação com a leitura. “Sempre gostei muito de leitura e, com a perda da visão, encontrei na literatura um refúgio ainda maior. Estou descobrindo outras formas agora, principalmente por meio do braille, que aprendi na Casa de Acolhimento. Voltei a escrever e a ler em braille. Estou retomando esse gosto, porque sinto prazer mesmo na leitura. A literatura faz a gente viajar e conhecer outros mundos sem sair do lugar. Este momento hoje foi muito importante e despertou meu interesse.”

A 1ª Flipiaú é uma realização da Voo Audiovisual e foi contemplada no Edital de Apoio às Festas, Feiras e Festivais Literários (n.º 01/2024), por meio do Programa Bahia Literária, com apoio do Governo do Estado da Bahia, pelas secretarias de Educação e de Cultura, via Fundação Pedro Calmon.

O edital integra a política estadual e federal de fomento cultural, conforme o Decreto Federal n.º 11.453/2023, a Política Estadual de Cultura (Lei n.º 12.365/2011), o Plano Estadual de Cultura (Lei n.º 13.193/2014), o Plano Estadual de Educação da Bahia (Lei n.º 13.559/2016) e a Lei Federal n.º 14.133/2021. O projeto conta ainda com apoio cultural do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB), por meio da Rádio Educadora FM e da TVE Bahia.

Governo Lula gastou R$ 345 mil para buscar de FAB ex-primeira-dama do Peru

O governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, desembolsou R$ 345 mil na operação de transporte da ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia ao Brasil para fins de asilo diplomático. Heredia foi condenada a 15 anos de prisão pela Justiça peruana em uma ação de corrupção, originada da Operação Lava Jato.A ex-primeira-dama desembarcou em Brasília em abril deste ano após uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) buscá-la em Lima.

O translado envolveu R$ 318 mil em custos logísticos, como combustível, manutenção e horas de voo, outros R$ 19 mil em taxas aeroportuárias de handling e R$ 7,5 mil em diárias para a tripulação.

A aeronave utilizada foi um jato E-135 Shuttle (VC-99C), que partiu de Brasília rumo a Lima com paradas técnicas em Curitiba.

Os custos e detalhes do deslocamento foram obtidos pelo deputado Marcelo Van Hattem (Novo-RS) por meio de um requerimento de informação ao Ministério da Defesa.

A FAB informou ao parlamentar que a solicitação de envio do avião para Lima partiu do presidente Lula, por meio de um ofício expedido no dia 15 de abril deste ano via Ministério das Relações Exteriores. Ainda de acordo com a Força Aérea, não foi realizada estimativa prévia dos custos da missão.

Heredia é mulher do ex-presidente do Peru Olanto Humala, também condenado a 15 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Diferentemente da esposa, Humala foi preso após comparecer a uma audiência.

Ao tomar conhecimento da prisão do marido, a ex-primeira-dama faltou à audiência no tribunal e se dirigiu à embaixada brasileira com o filho Samir Mallko Ollanta Humala Heredia.

Nadine Heredia deu entrada na Embaixada do Brasil em Lima, com pedido de asilo diplomático, logo após o anúncio da sentença.

Em coordenação com o governo peruano, o governo Lula concedeu o asilo, e ela obteve um salvo-conduto para deixar o país

Segundo o Ministério Público, Humala e Nadine Heredia teriam recebido recursos de forma ilícita em operações da construtora Odebrecht (atualmente Novonor), que atuava no país vizinho em grandes obras públicas.

Além disso, também teriam sido destinatário de dinheiro enviado para campanhas eleitorais, pela ditadura chavista na Venezuela.
Por Weslley Galzo, Estadão Conteúdo

Polícia de Portugal prende traficante brasileiro suspeito de ligação com PCC

Traficante suspeito de ligação com o PCC montou esquema de venda de combustível adulterado com metanol, segundo autoridades
A Polícia Judiciária de Portugal prendeu neste sábado (15) Ygor Daniel Zago, conhecido como "Hulk", apontado como traficante internacional de drogas ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

Ele estava na lista de difusão vermelha da Interpol após o Tribunal de Justiça de São Paulo decretar sua prisão preventiva pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. A prisão foi requerida para fins de extradição.

Hulk foi detido junto com sua mulher, Fernanda Ferrari Zago, que, segundo autoridades portuguesas, participou dos atos ilícitos para lavagem de dinheiro. A reportagem não conseguiu acesso à defesa dos dois.

Segundo a Polícia Judiciária de Portugal, ele integra uma organização criminosa envolvida no comércio ilegal de combustível adulterado com metanol.

O traficante já havia sido condenado, no Brasil, a 29 anos de prisão pelo envolvimento num esquema de tráfico internacional. Ele chegou a ser capturado em 2021, na Riviera de São Lourenço, litoral norte de São Paulo, mas conseguiu autorização para aguardar o recurso em liberdade.

As investigações sobre o novo negócio ilícito começaram a partir de uma apreensão de 30 mil litros de metanol em 2023, o que levou as autoridades a rastrearem a origem do produto.

Segundo a polícia portuguesa, a organização criminosa operava de forma estruturada, "com clara divisão de funções", tendo Hulk como líder. Ele seria o responsável por tomar decisões relativas a todas as atividades da organização, emitir ordens aos subordinados e gerir os recursos financeiros do grupo criminoso

Ainda de acordo com as autoridades de Portugal, na conta bancária da mulher, foram detectados recursos ilícitos oriundos das atividades da organização criminosa. Também foram apreendidos veículos de luxo utilizados por outros membros do grupo.

Por Idiana Tomazelli, Folhapress

Polícia encontra arsenal de guerra na Zona Sul de SP

Uma operação do Deic localizou armas escondidas em um imóvel usado por um grupo especializado em roubos a residências. Entre as apreensões, está um fuzil .50. Duas pessoas foram presas.
 

Uma operação do Deic apreendeu um arsenal de guerra, incluindo um fuzil .50, munição e duas SUVs blindadas, em um imóvel apontado como base de uma quadrilha de roubos a residências no Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo. Duas pessoas foram presas.

Os policiais localizaram os armamentos em uma cama-baú e descobriram que os veículos eram furtados e estavam com placas trocadas. A dupla presa, segundo a investigação, participava do planejamento de uma grande ação nos próximos dias.

Entre os materiais apreendidos estão: um fuzil .50, usado para abater aeronaves, carros de combate, e dois fuzis 5.56. Além dos fuzis, a equipe recolheu 80 projéteis calibre 5.56 e 20 projéteis calibre .50.

Os policiais fizeram a operação na última quarta-feira (12) no Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo. A ofensiva foi conduzida por policiais da 4ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat), Investigações sobre Roubo a Condomínio, do Deic.

As investigações levaram os policiais até um imóvel na Rua Jornalista José Leite Filho, que passou a ser monitorado pela equipe. No local, os agentes encontraram uma mulher e dois SUVs Mitsubishi Outlander blindados na garagem, ambos com registro de furto e placas adulteradas.
Durante as buscas, os policiais flagraram um Volkswagen Jetta passando em frente ao imóvel. O carro constava nos levantamentos como pertencente a um dos integrantes do bando.

Após breve acompanhamento, o motorista foi abordado. Ele apresentou documentos falsos, mas acabou identificado. Também carregava na carteira um documento falso com a foto da mulher detida minutos antes.

As investigações apontam que ele era responsável por fornecer documentos falsos aos integrantes da quadrilha e para os veículos usados nas ações.

A checagem dos antecedentes criminais revelou que a mulher que estava na casa tinha passagem por homicídio e era condenada por roubo a residência. Já o homem tinha registro por tentativa de homicídio.
Os dois foram autuados por associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, receptação, adulteração de sinal identificador de veículo automotivo, uso de documento falso e falsificação de documento público.
Por Patrícia Marques, TV Globo e g1 SP

PRF resgata mais de 900 animais silvestres em Garanhuns

Aves e jabutis haviam sido adquiridos em Alagoas para serem revendidos em Pernambuco
Um homem, de 28 anos, que transportava 885 pássaros silvestres e 18 jabutis foi flagrado, na madrugada deste sábado (15), pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR 423, em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. Os animais eram transportados em gaiolas e caixas apertadas, no porta-malas e nos bancos de um carro popular. Devido às condições em que eram transportadas, algumas aves morreram com a viagem.

Policiais do Grupo de Patrulhamento Tático da PRF realizavam uma fiscalização na rodovia, quando abordaram um carro ocupado apenas pelo motorista. Ao verificar o interior do veículo, foram encontrados pássaros de diversas espécies, sendo 400 galos de campina, 290 papa-capins, 58 tico-ticos, 49 azulões, dentre outras. Os jabutis eram transportados amontoados em caixas de papelão.
O motorista disse que havia adquirido os animais na cidade de Ouro Branco, em Alagoas, para revender em Caruaru/PE, a mais de 200 Km de distância uma da outra. Ele já havia sido detido outras vezes pela PRF cometendo o mesmo crime.

O homem foi autuado pelos crimes ambientais e poderá responder criminalmente pela prática. Os animais foram encaminhados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e à Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), onde serão cuidados para retornar ao habitat natural.
Categoria
Justiça e Segurança

Caminhão e trator furtados, em São José dos Campos (SP), são recuperados pela PRF na BR-381 em Estiva (MG)

Na manhã deste sábado (15/11), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) recuperou no km 874 da BR-381, no município de Estiva (MG), um caminhão VW/24.250 Cnc 6X2 e um trator esteira modelo D30, marca Komatsu, furtados, em São José dos Campos (SP).

A recuperação dos veículos, ocorreu, após a Unidade Operacional da PRF em Pouso Alegre (MG) receber um acionamento, da Central de Comando e Controle da PRF-MG, para tentar localizar e abordar uma caminhão que transitava com um trator em sua carroceria prancha.

Ao realizarem diligências pela rodovia, os policiais avistaram os veículos adentrando em um posto de abastecimento, onde realizaram a abordagem.

No decorrer da fiscalização o condutor do caminhão confessou ter furtado os veículos no pátio de uma empresa, na cidade de São José dos Campos (SP), na noite de 11 de novembro de 2025. Também confessou ter removido o rastreador e adquirido a placas falsas para o caminhão pela internet.

Em consulta aos sistemas de Segurança Pública, foi constatada a existência das ocorrências de furto/roubo, registrada pela Polícia Civil do Estado de São Paulo, para ambos os veículos.

A ocorrência e os dois homens (21 e 32 anos), que ocupavam o caminhão, no momento da abordagem, foram detidos e encaminhados para a Depol de Pouso Alegre (MG)

Votação do PL Antifacção expõe estratégia do PT e governo para barrar propostas no Congresso

A tramitação do PL Antifacção na Câmara dos Deputados expôs mais uma vez a estratégia da esquerda, do PT e do governo Lula (PT) de incentivar uma campanha em discursos e redes sociais para enfrentar o Congresso e repetir a mobilização que barrou a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Blindagem.

Com minoria no plenário em relação ao centrão e à oposição bolsonarista, a esquerda passou a apostar na pressão social para tentar influenciar o debate público e as votações no Legislativo.

Na opinião de opositores, os embates têm a eleição de 2026 como pano de fundo. Eles alertam que fomentar o discurso contra o Congresso pode ter ganhos para o governo a curto prazo, mas traz o risco de, ao mesmo tempo, inviabilizar a relação entre Executivo e Legislativo.

Com ou sem sucesso, a tática foi adotada neste ano na PEC da Blindagem, no tarifaço de Donald Trump, na anistia aos condenados do 8 de Janeiro, na isenção do Imposto de Renda, na MP (medida provisória) do aumento de impostos e agora no PL Antifacção, em uma virada do governo após derrotas no decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e no licenciamento ambiental.

Em todos os casos, o Congresso, por vezes chamado de "inimigo do povo", foi alvo das críticas. As campanhas se baseiam em um alinhamento dos discursos das autoridades do governo e de aliados e uma ação coordenada nas redes, com foco em vídeos.

Deputados de diferentes campos viram efeito no argumento do PT e do governo de que o relator Guilherme Derrite (PP-SP) pretendia limitar a ação da Polícia Federal e, assim, proteger parlamentares investigados. O PL Antifacção passou a ser chamado de nova PEC da Blindagem.

Como resultado, o secretário de Segurança Pública do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) acabou recuando sobre a PF e desistindo de medidas caras para a direita, como equiparar facções a terroristas. Além disso, a votação foi adiada, e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), teve que sair em defesa da PF pessoalmente.

Como a Folha mostrou, grupos ligados ao PT em aplicativos de mensagens intensificaram a ofensiva contra o relatório afirmando que ele fortalece o crime organizado e mirando o centrão.

Na sexta-feira (14), Motta minimizou os efeitos da repercussão. "O debate sobre o Marco Legal de Combate ao Crime Organizado tomou conta do Brasil. Está nas rodas de conversa, nas redes e na imprensa e isso é ótimo. É o sinal de uma democracia viva! Os partidos podem brigar por narrativas, a direita ou a esquerda podem dizer que venceram a disputa das redes. Essa disputa não me move", escreveu no X.

Parte dos deputados, por outro lado, diz que a campanha atual não furou a bolha da esquerda e não se compara à PEC da Blindagem, que ensejou até protestos de rua. No tema da segurança, dizem, a opinião pública respalda a linha-dura da direita.

Um deputado do PT afirma que o governo acertou a fórmula ao encampar a retórica da luta entre ricos contra pobres e da "taxação BBB" (bilionários, bets e bancos), que tem respaldo na sociedade. A tendência é usá-la em qualquer matéria impopular apoiada pela direita e pelo centrão.

Segundo deputados da base, assim como os motes de soberania e justiça tributária serviram para que governo saísse das cordas, o embate com Derrite ajudou a recompor a gestão petista em um terreno de fragilidade, a segurança pública.

Até então, o Planalto acumulava uma série de reveses no contexto da operação policial que deixou 121 mortos no Rio, com declarações polêmicas de Lula, a união de governadores da direita e, finalmente, a escolha por Motta de Derrite como relator do projeto do Executivo.

Oposicionistas reconhecem que o vaivém de Derrite no texto e a questão da PF ajudaram a frear críticas antes direcionadas ao governo.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, por exemplo, divulgou vídeos explicando o texto de Derrite ponto a ponto. O Palácio do Planalto também escalou ministros para falarem com a imprensa, reforçando o discurso de que Derrite propôs fragilizar a PF.

Integrantes do governo apontam que o alinhamento político prévio de vários ministérios na construção do PL Antifacção permitiu que a mensagem também fosse unificada.

A brecha para a ofensiva da esquerda, afirmam aliados e detratores de Derrite, foi aberta pelo erro político do relator, descrito como açodado e inexperiente.

Um deputado do centrão diz que Derrite, ao contrário do governo, não se preparou do ponto de vista da comunicação, e prevaleceu a percepção de que ele queria tutelar a PF, instituição com credibilidade na população. Outro parlamentar do mesmo campo afirma que o adiamento da votação passa a imagem de um Congresso atrapalhado ou covarde.

Um cardeal do grupo aponta ainda que a imagem de Motta também saiu desgastada —junto à opinião pública e também internamente, ao demonstrar fragilidade.

Do outro lado, houve reação por parte do presidente da Câmara, que escalou líderes aliados para defenderem a escolha de Derrite e sua competência. Motta e representantes de sete partidos chegaram a participar ao lado do relator de uma entrevista à imprensa.

A defesa da PF por parte de Motta e o recuo de Derrite, segundo aliados do presidente da Casa, serviu para frear o efeito pretendido pelo PT na opinião pública.

Um interlocutor de Motta afirma que o movimento de ataque ao Congresso vai cobrar um preço. Ele diz enxergar uma postura do Executivo de que a eleição de 2026 já está ganha e, por isso, houve descuido na relação com o Parlamento. O deputado diz que, no fim do dia, o governo precisará mais da Câmara do que a Câmara do governo.

Por Carolina Linhares e Victoria Azevedo, Folhaapress

Desemprego na mínima histórica não reduz informalidade nem aumenta produtividade

Com o nível de desemprego no menor patamar da série histórica, em 5,6% no trimestre encerrado em setembro, o Brasil não tem sido capaz de reduzir a taxa de informalidade, que se mantém perto de 40% da força de trabalho ocupada há uma década.

A produtividade média dos trabalhadores também está estagnada. Em um contexto de economia aquecida e descrito por alguns setores como de "apagão de mão de obra", sem aumento da produção por hora trabalhada, empresários têm de pagar mais para atrair pessoal, repassando o custo aos preços, o que é inflacionário.

Com melhor estrutura em empresas regularizadas, um trabalhador formal é quatro vezes mais produtivo do que um informal, segundo o FGV/IBRE (Instituto Brasileiro de Economia). Apesar de o Brasil ter criado 4,6 milhões de vagas com carteira desde 2023, como ainda há um número expressivo de informais no mercado (40,8 milhões, segundo a PnadC do IBGE), eles tendem a puxar a produtividade para baixo.

O quadro de informalidade poderia ser pior não fosse a explosão no total de MEIs (microempreendedores individuais) e de PJs (pessoas jurídicas) nos anos recentes. Minimamente formalizados, os chamados conta própria com CNPJ saltaram de 3,3% para quase 7% da força de trabalho em pouco mais de dez anos.

Muitos dos novos trabalhadores que entraram no mercado adotaram esse modelo de contratação (MEI e PJ) para terem mais flexibilidade. Há ainda os que optaram por passar da CLT para esses regimes com o mesmo objetivo, o que acabou mantendo a taxa de formalização estável.

Pesquisa Datafolha em junho apontou que 59% dos brasileiros prefeririam trabalhar por conta própria, ante 39% que se sentiriam melhor contratados contratados e 31% que consideram mais importante ganhar mais do que estar registrado.

Em termos salariais, os conta própria com CNPJ têm rendimento médio superior (R$ 4.947) aos formais com carteira no setor privado (exceto domésticos), que recebem R$ 3.200.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, outros podem ter sido obrigados por empresas a adotar os modelos para reduzir encargos da carteira assinada, que chegam a 70% sobre o salário. Levantamento da pasta sustenta que, entre 2022 e julho deste ano, 5,5 milhões de CPFs de trabalhadores migraram diretamente da carteira assinada para regimes de conta própria com CNPJ.

"O fato é que contratar empregados CLT no Brasil ainda custa muito caro porque o governo precisa arrecadar para financiar seus gastos. Isso faz com que empresas e trabalhadores adotem o 'meio do caminho’, via MEIs e PJs, numa espécie de semi-informalidade", afirma Sérgio Vale, da MB Associados.

Na consultoria em que atua como economista-chefe, Vale diz que clientes de setores como agronegócio e varejo relatam dificuldades crescentes para encontrar mão de obra. Na construção civil, a maioria dos canteiros opera com pessoal 10% aquém do necessário, diz Yorki Estefan, presidente do SindusCon-SP, que reúne construtoras no estado.

"Há um fluxo migratório menor do Nordeste, que historicamente trazia mão de obra, e muitos trabalhadores, sobretudo os mais jovens, evitam a CLT em troca de flexibilidade", diz Estefan.

Segundo ele, contratar bolivianos, nigerianos e mais mulheres (para funções menos pesadas) tem sido uma das saídas, além de aumentar os salários acima da inflação.

Mesmo assim, algumas das profissões que mais geraram vagas na última década tiveram rendimentos relativos diminuídos na comparação entre 2012 e 2024, segundo trabalho do economista Nelson Marconi, da FGV-Eaesp. O fato indica certa precarização no mercado de trabalho.

O estudo considera o rendimento médio das profissões e dos setores analisados igual a 1. Assim, é possível observar quais áreas pagam acima ou abaixo da média, e como as remunerações variaram de 2012 a 2024, segundo dados do IBGE.

Já a produtividade por hora trabalhada no Brasil não cresce, o que dificulta às empresas produzir mais sem pressões de custos causadas pelo aumento das contratações e dos salários.

Segundo Silvia Matos, do Observatório da Produtividade Regis Bonelli, a entrega por hora trabalhada cresceu só 0,3% ao ano nos últimos cinco anos. Mas a renda per capita aumentou 1,7% ao ano, sustentada pelo crescimento da taxa de ocupação (+1,1% ao ano). Ou seja, houve alta expressiva no número de pessoas empregadas em relação ao aumento da população economicamente ativa.

Para Matos, essa combinação de dados revela que o crescimento da taxa de ocupação (que trouxe o desemprego a 5,6%) representa um fator "cíclico" para o aumento da renda per capita, não "estrutural".

"Em resumo, para manter um ritmo de alta da renda per capita a taxas mais elevadas e sem gerar desequilíbrios é crucial que haja aumento da produtividade. Sem isso, não teremos garantia de que o crescimento será sustentável", diz Matos.

Uma das principais causas da baixa produtividade é o fato de o Brasil ser um país fechado para o mundo, com participação irrisória de 1% no comércio internacional e pouco exposto à competição externa, que obrigaria empresas a serem mais eficientes.

Para José Pastore, da FEA-USP e especialista em trabalho, a atual robustez do mercado tem sido mantida pelo aumento de gastos do governo, que considera insustentável.

"Há um 'apagão de mão de obra', com custos crescentes para as empresas. O aquecimento é provocado por uma política populista de elevação da despesa pública. É bem provável que isso se sustente até as eleições de 2026, mas é uma conjuntura artificial que vai capotar mais à frente", diz.
Por Fernando Canzian, Folhaapress

Hospital das Clínicas da USP será sede do primeiro hospital inteligente do SUS com apoio do Ministério da Saúde

O Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC USP) será o local de implantação do primeiro hospital inteligente do Sistema Único de Saúde (SUS), uma iniciativa do Ministério da Saúde que promete transformar o atendimento de urgência e emergência no país. O projeto, que inclui também a criação de uma rede nacional de serviços de saúde de alta precisão, foi oficializado por meio de um acordo de cooperação assinado nesta sexta-feira (14) entre o Ministério da Saúde, a USP e o estado de São Paulo.

O hospital inteligente será parte de um novo Instituto Tecnológico de Emergência, que terá um impacto significativo na medicina de precisão no SUS. Além da instalação do hospital em São Paulo, a rede de serviços de alta precisão prevê a construção de 14 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nas cinco regiões do país, além da modernização de unidades de referência no Rio de Janeiro e no Distrito Federal. O Ministério da Saúde está finalizando as etapas para viabilizar o investimento do Banco do BRICS, que irá apoiar o projeto com um financiamento de R$ 1,7 bilhão.

De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o hospital inteligente é um marco para o SUS e para o Brasil no cenário internacional, destacando a integração de tecnologia, inteligência artificial e inovações no cuidado com os pacientes. "O Brasil entra com força nesse novo ambiente global de reorganização da saúde, onde tecnologia da informação, inteligência artificial e práticas inovadoras estão redesenhando a forma de cuidar das pessoas. Esse projeto é um marco para o SUS, para a inovação tecnológica e para o papel do país no cenário internacional", afirmou Padilha.

A idealizadora do projeto, a Professora Ludhmila Hajjar, Titular de Emergências da Faculdade de Medicina da USP, enfatizou a importância de hospitais inteligentes para o atendimento de pacientes graves e em situações de emergência. "O paciente grave, de emergência, é o que mais se beneficia dessas tecnologias redutoras de tempo, que vão instituir terapias personalizadas. Esse hospital dá um salto para a medicina de precisão, centrada no paciente. É um SUS que vai cuidar de maneira eficiente e segura do paciente de alta complexidade", destacou a professora.

A criação dessa rede nacional de serviços de saúde de alta precisão está inserida no Programa Agora Tem Especialistas, uma iniciativa do Ministério da Saúde voltada para a expansão da atenção especializada no SUS. O projeto foi apresentado ao Banco do BRICS pelo ministro Padilha em março deste ano, e, em julho, a proposta foi anunciada pela ex-presidente Dilma Rousseff, durante reunião do bloco no Rio de Janeiro. Em outubro, Padilha formalizou acordos de cooperação tecnológica com instituições chinesas para fortalecer o apoio ao projeto.

A missão técnica do Banco do BRICS já visitou o local onde será construído o novo Instituto do HC-USP. A assinatura do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) pelo Ministério da Saúde, governo do Estado de São Paulo, Faculdade de Medicina da USP e Hospital das Clínicas é o último passo para a avaliação final e o início das obras.

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Marcela Tomaszewski diz ter sido agredida por Dado Dolabella: 'Me agrediu e fez eu acreditar que a culpada era eu'

Após negar que Dado Dolabella a teria agredido, a modelo e influenciadora Marcela Tomaszewski confirmou ter sofrido violência física e psicológica. A influenciadora, que voltou recentemente de uma viagem ao exterior, afirmou temer pela própria segurança.

"[Dolabella] Me bateu, me agrediu fisicamente, me agrediu psicologicamente e fez eu acreditar que a culpada era eu", disse Tomaszewski em entrevista ao portal Leo Dias. A influenciadora afirmou estar "com ansiedade, com medo, com tudo que eu achei que eu não teria novamente".

Procurado via assessoria de imprensa, Dolabella não respondeu até a última atualização deste texto.

No final de outubro, a defesa de Tomaszewski divulgou uma nota oficial confirmando que ela havia sofrido agressões físicas e verbais, alegando também que a cliente teria sido coagida pela advogada do ator a não registrar a denúncia.

Depois, no entanto, ela negou ter sido agredida em entrevista ao Domingo Espetacular (Record). Na mesma entrevista, Dolabella também negou a agressão. Agora, a modelo afirma ter mentido por pena.

Nos últimos dias, Tomaszewski esteve em viagem, o que, segundo ela, permitiu dimensionar a gravidade da situação e perceber a necessidade de uma denúncia formal: "Eu estava dentro de uma bolha e acho que, agora, eu vou conseguir resolver a situação do modo correto e legal".

A modelo afirmou ainda que sua vida financeira, amorosa e psicológica foi abalada pelo relacionamento, enquanto o ator, segundo ela, segue "sorrindo para as câmeras". Apesar do conflito, ela disse não guardar rancor: "Sinceramente, eu não desejo mal para ele. Eu desejo que ele seja uma pessoa melhor."

Na última quinta-feira (13), Dolabella afirmou ter registrado uma denúncia de perseguição contra a ex-namorada em uma delegacia do Rio de Janeiro. Sobre isso, Tomaszewski se pronunciou: "Quem estava atrás de mim, o tempo todo, era ele e a advogada dele".

Ela também relatou conhecer Dolabella há cerca de dez anos, antes do relacionamento: eram amigos, moravam no mesmo bairro e tinham contatos em comum. Mas, segundo ela, apesar dos momentos públicos de aparente proximidade, a relação íntima revelou-se frágil e marcada por manipulação. "Ele é uma pessoa incrível com todo mundo ... mas, em relacionamento, eu acho que quem precisa de tratamento é ele", afirmou

Tomaszewski disse ainda que, apesar de tudo, segue acreditando no amor e que buscará ajuda psicológica para lidar com a perda de confiança.

Por Folhapress


PMBA age rápido e auxilia no controle de incêndio em Ubatã

                              Guarnições isolam área, preservam vidas e mantêm a ordem pública

A 55ª CIPM, por meio da guarnição de Ubatã, identificou uma densa fumaça no centro da cidade e deslocou-se imediatamente para verificar a situação. Ao chegar ao local, foi confirmado um incêndio em estabelecimentos comerciais.

Foram acionadas também as guarnições de Barra do Rocha e Gongogi, que auxiliaram no isolamento da área, garantindo a segurança dos populares e da equipe do Corpo de Bombeiros, enquanto o incêndio era combatido.
A ação integrada foi concluída com êxito e nenhuma vítima foi registrada.

Fonte: ASCOM/55ª CIPM
PMBA, uma Força a serviço do cidadão!

Países se dividem e plano de US$ 1,3 tri para clima sofre resistência na COP30

O relatório formulado pelas presidências da COP29 e da COP30 que busca trazer um conjunto de sugestões para o mundo levantar US$ 1,3 trilhão por ano em financiamento climático causou divisão entre os países. Diferentes delegações expressaram apoio em uma reunião voltada especialmente ao tema, mas outros também desmontaram ceticismo e houve quem até se recusou a apoiar.

O posicionamento mais firme veio da delegação do Japão, que afirmou não ter como respaldar um documento que não faz parte da negociação mandatada da COP —isto é, o item não teve acordo entre os países em encontros anteriores para ser discutido na agenda oficial.

A China parabenizou os autores pelo estudo, mas também ressaltou que ele não faz parte da negociação da conferência.

Outras delegações também expressaram ceticismo, como o Quênia. Para o ministro que representou o país na sessão, há dúvidas sobre como ele vai ser implementado e como garantir que o financiamento chegará de fato aos países mais pobres.

O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, afirmou à Folha que as resistências não se deram em razão do conteúdo do documento, mas sim pela legitimidade da discussão durante a conferência.

Ele disse que o documento aborda áreas tratadas por outros setores de governo –como os ministérios da economia, o que gera necessidade de mais consultas, inclusive porque há temas que podem afetar instituições multilaterais.

"Fiquei muito feliz que houve pouca resistência técnica. Não houve um questionamento das conclusões. Houve um questionamento da legitimidade de nós misturarmos os temas, porque a negociação é muito restritiva e a COP não pode mandatar nada para o FMI [Fundo Monetário Internacional] ou o Banco Mundial".

Lago disse estar satisfeito com a mobilização em torno do tema e avaliou que o mapa do caminho faz parte de um processo que continuará durante a presidência brasileira da COP (que não se encerra com o evento). Ele afirmou que seguirá trabalhando para aproximar da realidade a meta de levantar até US$ 1,3 trilhão anuais da maneira que for necessária.

Apesar das resistências de outros países, delegações de Noruega, Reino Unido e União Europeia demonstraram apoio ao documento. A representante britânica fez sugestões para que a iniciativa inclua maneiras de verificar o avanço da implementação do roteiro ao longo do tempo.

O secretário-executivo da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), Simon Stiell, afirmou que o roadmap reúne pela primeira vez conhecimento acumulado de governos, bancos, empresas, universidades e outros atores para tentar mobilizar recursos em grande escala.

"Trabalhar em conjunto pode permitir alcançar o montante anual previsto, proteger empregos e comunidades e acelerar a descarbonização", disse. Stiell disse que muitos governos enfrentam escolhas difíceis, mas destacou que há razão para otimismo citando exemplos como o custo da energia caindo e setores avançando mais rápido do que o previsto na descarbonização.

O roteiro ou mapa do caminho ("roadmap") do US$ 1,3 trilhão nasceu como uma iniciativa das presidências da COP29 (Azerbaijão) e da COP30 (Brasil). A edição anterior da conferência, em 2024, tinha como principal objetivo destravar o debate sobre o financiamento climático, mas o único acordo foi o de chegar a US$ 300 bilhões por ano —valor considerado muito menor que o necessário para o combate aos efeitos do aquecimento global.

Por isso, o Brasil herdou, em conjunto com o Azerbaijão, a missão de elaborar o que chamou de mapa do caminho para se chegar ao US$ 1,3 trilhão. O processo de elaboração recebeu 227 contribuições —de países, organizações não governamentais, pesquisadores, bancos e outras empresas.

O documento propõe a revisão de regras financeiras e a taxação de fortunas, jatinhos e bens específicos –como artigos militares ou de luxo– como caminhos para se chegar à meta.

De forma geral, a principal sugestão dos autores para alcançar a meta é facilitar o acesso de países em desenvolvimento ao financiamento privado, especialmente de nações ricas. De acordo com o documento, essa frente pode render US$ 650 bilhões, metade do total visto como necessário.

Para alcançar esse número, uma das sugestões de Brasil e Azerbaijão são ajustes nas regras de Basileia 3 –acordo implementado após a crise financeira de 2008 para prevenir turbulências. Para os autores, as normas levaram a uma rigidez que dificulta o financiamento em particular para ativos de infraestrutura verdes, como parques eólicos e solares.

Além disso, os autores propõem a elevação do financiamento proveniente de bancos de desenvolvimento e fundos multilaterais para o clima, que poderiam contribuir com US$ 300 bilhões da conta.

Novas fontes de financiamento de baixo custo podem gerar outros US$ 230 bilhões. Entram nessa fatia o crescimento do mercado de carbono e outros instrumentos sugeridos, como aumento de trocas de dívida de países por investimento climático e filantropia privada. Esse trecho também inclui o uso flexibilizado de Direitos Especiais de Saque, um ativo criado originalmente pelo FMI para fornecer liquidez e que poderia ser direcionado também para a área verde.

O financiamento por parte de países desenvolvidos pode render mais US$ 80 bilhões, enquanto a cooperação entre nações em desenvolvimento pode gerar outros US$ 40 bilhões.

Por Fábio Pupo, Folhapress

Brasil perde US$ 700 mi de agosto a outubro com exportações de carne, mas vendas gerais sobem

Apesar das tarifas adicionais impostas pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros, as exportações totais de carne bovina em outubro obtiveram uma receita de US$ 1,897 bilhão, alta de 37,4% em relação ao mesmo período de 2024. Foram movimentadas 360,28 mil toneladas, 12,8% a mais do que um ano atrás. A queda nas exportações para os EUA, com perda estimada US$ 700 milhões de agosto a outubro, foi compensada pelo aumento de vendas para outros países.

As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que compilou os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), incluindo na informação carnes in natura e industrializada, miudezas comestíveis e sebo bovino, entre outros subprodutos da cadeia de produção da carne bovina.

Segundo a Abrafrigo, no acumulado dos primeiros dez meses do ano as exportações totais já proporcionaram uma receita recorde de US$ 14,655 bilhões, com alta de 36% sobre o mesmo período de 2024. A movimentação, também recorde, foi de 3.148 mil toneladas, um aumento de 18% na mesma base de comparação.

Para os Estados Unidos, segundo maior cliente do segmento no Brasil, as vendas de carne bovina vêm caindo. As exportações de carne bovina in natura para o país americano recuaram 54% no mês de outubro, em relação a outubro do ano anterior, para US$ 58 milhões, mostrando ainda certa resiliência apesar das tarifas, na visão da Abrafrigo. No caso da carne bovina industrializada, o recuo no mesmo período foi de 20,3%, para US$ 24,9 milhões, enquanto sebo e outras gorduras bovinas recuaram 70,4%, para US$ 5,7 milhões.

Considerando o período de janeiro a outubro de 2025, as exportações totais de carnes e outros derivados bovinos para os Estados Unidos cresceram 40,4% sobre o mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 1,796 bilhão, resultado que reflete o forte ritmo das exportações anterior ao tarifaço.

Considerando os meses de agosto a outubro de 2025, período de vigência das tarifas adicionais, as vendas totais de carne e subprodutos bovinos para os Estados Unidos recuaram 36,4%, resultando em perdas estimadas em aproximadamente US$ 700 milhões.

"Embora essas perdas tenham sido compensadas com folga pelo aumento das vendas para outros mercados, o fato é que as exportações de carne bovina do Brasil poderiam ser ainda maiores caso as tarifas punitivas do governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros não tivessem sido aplicadas", afirma a associação.

As exportações para a China, no acumulado do ano de 2025 até outubro, somaram US$ 7,060 bilhões de receita e 1.323 mil toneladas exportadas, com altas de 45,8% e 21,4%, respectivamente.

A União Europeia, considerando como um mercado único, foi o segundo maior destino das exportações brasileiras de carne bovina no mês de outubro de 2025, crescendo 112% em relação ao mesmo mês do ano anterior, para US$ 140 milhões. De janeiro a outubro, as vendas para o bloco europeu cresceram 70,2% sobre o mesmo período do ano anterior, somando US$ 815,9 milhões, com preços médios que alcançaram US$ 8.362 por tonelada de carne bovina in natura.
Por Talita Nascimento, Estadão Conteúdo

Exportadores de café dizem que situação ficou até pior para o Brasil com redução de tarifa global

A decisão do governo dos Estados Unidos de manter tarifas de 40% sobre produtos como o café causou frustração e preocupação entre produtores brasileiros. Eles pedem a manutenção das negociações com os americanos.

Decreto assinado pelo presidente Donald Trump eliminou tarifas de 10% sobre uma série de produtos, principalmente agrícolas, de todo o mundo. Ficou mantida, no entanto, a sobretaxa imposta a itens vendidos pelo Brasil.

"Nossa competitividade segue afetada, se não, até pior, porque nossos concorrentes estão isentos, e o Brasil segue com a tarifa de 40%", afirma Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

O temor é que países como Colômbia, Costa Rica, Etiópia, Vietnã e Indonésia ocupem o espaço nos blends (mistura de grãos) vendidos aos americanos, e que o consumidor do país se acostume aos novos sabores. "Cada dia que passa é um prejuízo enorme, cada dia que passa fica mais difícil ou irreversível ocupar novamente os espaços nesses blends", afirma Matos.

Segundo dados da BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais), entre agosto e outubro deste ano as exportações de cafés especiais do Brasil para os EUA caíram 55% em relação ao mesmo período de 2024, de 412 mil para 190 mil sacas de 60 kg.

A BSCA defende que o governo brasileiro acelere as negociações com Washington para tentar remover por completo as barreiras para que o fluxo comercial seja normalizado o mais rápido possível.

Análise preliminar feita pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) indicou que 80 produtos agrícolas exportados pelo Brasil aos Estados Unidos serão beneficiados pela remoção da tarifa global. Eles representaram, em 2024, US$ 4,6 bilhões em vendas aos americanos (11% do total).

De acordo com o levantamento, quatro produtos ( castanha-do-pará e três tipos de suco de laranja) ficarão isentos de taxas, em razão de já estarem na primeira lista de cerca de 700 exceções abertas pelo governo americano, em julho.

"Outros 76, que incluem carne bovina e café não torrado, setores em que o Brasil se destacava como fornecedor, tiveram a taxação total reduzida, mas ainda enfrentarão 40% de tarifa para entrar no mercado americano", diz a entidade.

As tarifas adicionais aplicadas pelos EUA em agosto provocaram prejuízos estimados em US$ 700 milhões ao setor de carne bovina, segundo estudo da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos). As vendas totais de carne e subprodutos para o mercado americano recuaram 36,4% no trimestre de vigência das medidas.

Em outubro, a retração foi ainda mais forte. O levantamento mostra que as vendas de carne bovina in natura para os EUA caíram 54% em relação ao mesmo mês de 2024. O embarque de carne industrializada recuou 20,3%, e o de sebo e outras gorduras bovinas, 70,4%.

Apesar da queda recente, o ritmo forte das exportações no início do ano fez a receita acumulada de janeiro a outubro com os EUA crescer 40,4%, para US$ 1,79 bilhão (cerca de R$ 9,5 bilhões). Segundo a Abrafrigo, os resultados seriam mais altos caso as tarifas não tivessem sido aplicadas.

O crescimento do mercado de carne foi sustentado pela demanda chinesa e pela União Europeia.

A China segue como principal destino da carne bovina brasileira. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, as exportações totais de carne e derivados somaram US$ 14,65 bilhões (R$ 77,60 bilhões), alta de 36% na comparação anual e recorde histórico, de acordo com a entidade.

Roberto Perosa, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), do ponto de vista da concorrência com outros exportadores, a redução anunciada não traz prejuízo ao Brasil.

"Mesmo com tarifas muito altas, o Brasil manteve embarques para os EUA, porque hoje há uma forte demanda americana por matéria-prima para a indústria, e poucos países conseguem suprir esse volume com regularidade", afirma Perosa.

O executivo diz ainda que a redução não nos coloca em desvantagem porque o produto brasileiro não compete diretamente com Austrália, Canadá ou México no varejo americano. "Esses países vendem majoritariamente carne premium, e o Brasil fornece sobretudo cortes do dianteiro para processamento [em especial para a produção de hambúrgueres], um nicho em que a disponibilidade global é limitada", afirma.

O Brasil, segundo Perosa, já operava num ambiente muito mais desfavorável em relação aos demais exportadores, e qualquer alívio tarifário tende a reduzir essa assimetria, não ampliá-la.

Em contraste com o cenário de perdas na carne bovina e no café, o setor de suco de laranja teve um alívio, embora parcial.

O governo americano incluiu todos os códigos tarifários do suco brasileiro —tanto o concentrado quanto o não concentrado— no anexo de produtos isentos da sobretaxa recíproca de 10%.

A medida reduz a pressão competitiva sobre o produto nacional em um momento de preços internacionais mais baixos, segundo a CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos).

A isenção, porém, não elimina o custo total: permanece vigente a tarifa tradicional de US$ 415 por tonelada de suco concentrado, aplicada há décadas, e subprodutos como óleos essenciais e farelo de laranja continuam sujeitos às tarifas adicionais.

A entidade espera que as negociações avancem para remover todas as barreiras impostas à cadeia cítrica.
Por Ana Paula Branco, Folhpress

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