Operação do MPBA e SSP prende dois policiais militares investigados por desaparecimento de pessoas em Campo Formoso

Dois policiais militares foram presos na manhã desta quarta-feira, dia 20, durante operação deflagrada pelo Ministério Público do Estado da Bahia e Secretaria de Segurança Pública. A “Operação Krampus” cumpriu ainda seis mandados de busca e apreensão expedidos pela Vara Crime da Comarca de Campo Formoso. Os mandados judiciais foram cumpridos nos municípios de Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Juazeiro.

Foram feitas buscas nas residências, na sede da Cipe Caatinga e na 54ª Companhia Independente da PM em Campo Formoso, quando foram apreendidos veículos, armas, celulares, entre outros objetos. A operação foi deflagrada de forma integrada pelo MPBA, por meio do grupos de atuação especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) e de Segurança Pública (Geosp), e SSP, através da Força Correcional Especial Integrada da Corregedoria Geral (Force) e da Corregedoria da Polícia Militar.

Os PMs presos, um sub-tentente e outro sargento, são lotados, respectivamente, na CIPE – Caatinga e na 54ª CIPM de Campo Formoso. Eles são investigados pelo desaparecimento de Pedro Segundo Curaçá Chaves e Rafael Pereira da Silva, fato ocorrido no dia 18 de outubro de 2024, no povoado de Folha Larga, zona rural do município de Campo Formoso.

A investigação, conduzida pela Force e acompanhada pelo Geosp, apontou diversos elementos em desfavor dos policiais militares, como sendo os autores do desaparecimento de Pedro e Rafael, os quais foram rendidos por um grupo de pessoas e levados em dois veículos para local incerto e não sabido (seus corpos não foram localizados até o momento), inclusive com a utilização de veículo oficial pertencente à SSP e utilizado por uma das unidades policiais em que estava lotado um dos representados.

Lançadores de mísseis e proteção contra armas químicas: como são os navios de guerra dos EUA mandados para a costa da Venezuela

Movimentação militar acontece sob a alegação de conter ameaças de cartéis de tráfico de drogas. Durante o primeiro mandato de Trump, Maduro foi oficialmente acusado por Washington de narcoterrorismo.

Os Estados Unidos estão deslocando três navios destróier de sua Marinha para o mar do Sul do Caribe, perto da costa da Venezuela, segundo as agências de notícias Reuters e Associated Press.


A movimentação naval teria como objetivo o combate a organizações que operam o tráfico de drogas da América do Sul para os EUA, classificadas por Washington como organizações terroristas. Maduro também foi formalmente acusado durante o primeiro mandato de Donald Trump por tráfico.

De acordo com a Reuters e a AP, os navios deslocados são destróiers com sistemas de combate Aegis: USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson. As agências dizem que mais de 4.000 militares serão posicionados na região.

Não está clara a localização exata dos destróiers, nem qual será a posição final deles na região. De acordo com a Reuters, a manobra foi iniciada na segunda-feira (18) e duraria cerca de 36 horas.

Os três navios pertencem à classe Arleigh Burke, capazes de operar em diferentes tipos de missões, conduzindo ataques contra aeronaves, submarinos e disparando também contra alvos terrestres. Entre os recursos embarcados estão sistemas de proteção contra armas químicas, biológicas e nucleares.

Conheça, a seguir, as principais características dos navios enviados à costa da Venezuela pelos EUA.

Sistema Aegis

Os destróiers americanos da classe Arleigh Burke foram projetados em torno do sistema de combate Aegis, que utiliza artilharia guiada por computadores e radares de ponta.

Originalmente pensado para cruzadores, que são navios maiores, o Aegis passou a ser embarcado nos destróiers a partir da construção da classe Arleigh Burke, iniciada nos anos 1990. Um dos principais desafios foi incorporar ao desenho dos navios um sistema de lançamento vertical capaz de lançar mísseis Tomahawk de longa distância.

O monitoramento é feito por meio de um radar passivo de escaneamento eletrônico (PESA, na sigla em inglês), o AN/SPY-1, capaz de monitorar e controlar simultaneamente mais de 100 alvos, mísseis e ameaças em um raio de mais de 190 km.

Hangar e helicópteros

Os três navios deslocados para o sul do Caribe contam com dois hangares para helicópteros MH-60 Seahawk, desenvolvidos especialmente para a Marinha.

Apesar de os navios não serem capazes de acomodar permanentemente as aeronaves, os helicópteros podem expandir o leque de missões realizadas pelos destróiers. Os helicópteros também cumprem funções como abastecer as unidades com suprimentos, realizar buscas e resgates e remoções de pessoal.

Os hangares permitem ainda a operação de drones.

Proteção contra armas químicas e nucleares

A classe Arleigh Burke é a primeira dotada de um sistema de filtragem de ar para proteção contra ataques químicos, biológicos e radioativos. Há compartimentos pressurizados, escotilhas duplas com câmaras de ar e até sistemas de lavagem para descontaminação de indivíduos eventualmente expostos.

Outros sistemas de proteção do navio incluem até a proteção dos equipamentos eletrônicos contra pulsos eletromagnéticos empregados por inimigos para danificar os navios.

Recompensa contra Maduro

No último dia 7, os EUA anunciaram que irão pagar até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro. O valor é maior do que o oferecido por detalhes do paradeiro de Osama Bin Laden após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Segundo a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, Maduro é um dos "maiores narcotraficantes do mundo" e representa uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos.

Os EUA acusam formalmente Maduro de narcoterrorismo desde março de 2020, durante o primeiro mandato de Donald Trump. Na época, o governo passou a oferecer uma recompensa de US$ 15 milhões (cerca de R$ 75 milhões).

Já Maduro anunciou a mobilização de milicianos ante as ameaças dos EUA. "Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional, milícias preparadas, ativadas e armadas", anunciou.

A milícia é composta por reservistas e foi criada pelo ex-presidente Hugo Chávez, que governou entre 1999 e 2013. O grupo atua como um apoio às Forças Armadas na "defesa da nação".

Oposição derrota governistas e elege presidente da CPI do INSS

Carlos Viana derrotou Omar Aziz por 17 votos a 14; presidente rejeitou indicação de Hugo Motta e escolheu novo relator. CPI vai investigar desvios em aposentadorias que podem somar R$ 6 bilhões.
A oposição no Congresso conseguiu derrotar a indicação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e elegeu nesta quarta-feira (20) o senador Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura desvios na Previdência Social.

Alcolumbre havia indicado o senador Omar Aziz (PSD-AM) para o cargo. Membros da oposição, que encabeçaram a criação da CPI mista, criticaram a escolha e articularam o lançamento de uma candidatura alternativa.

Sem acordo, a eleição, que tradicionalmente ocorre de forma simbólica, precisou ser feita por cabines de votação. Carlos Viana foi eleito por 17 votos a 14.

Após o resultado, Viana decidiu rejeitar a indicação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para a relatoria do colegiado e escolheu o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) para a função.


O escolhido vai elaborar o relatório com as conclusões do colegiado, que pode contemplar pedidos de indiciamento.

O presidente da CPI mista afirmou que escolheu Gaspar com base em sua "grande experiência curricular". "Conversamos bastante sobre o desafio desta CPMI. Tenho certeza que vai fazer um grande trabalho", disse.

Criada em junho pelo Congresso, a CPI mista foi instalada nesta manhã. O colegiado vai apurar um esquema de desvios em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Segundo a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), o total desviado pode chegar a R$ 6,3 bilhões.

A comissão tem duração prevista de até seis meses, com a possibilidade de prorrogação do prazo. Serão 32 parlamentares titulares (16 deputados e 16 senadores). O PT e o PL terão as maiores representações, com quatro congressistas cada.

Aprofundar conclusões
O objetivo central da CPI mista será aprofundar as conclusões da PF e da CGU sobre os desvios em benefícios do INSS.
Investigações apontam que associações e entidades desviaram dinheiro de beneficiários da Previdência a partir de cobranças mensais não autorizadas — os chamados descontos associativos.

De acordo com a PF, as entidades não tinham capacidade operacional para atender e oferecer recursos aos beneficiários prejudicados pelos descontos. Cadastros forjados também foram utilizados para validar os descontos.

Defensora da CPI, a oposição avalia que a investigação ainda pode desgastar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especialmente com a possibilidade de a CPI mirar o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) — ligado ao irmão do petista, Frei Chico.

Eleito presidente do colegiado, Carlos Viana disse que não tem "desejo de prejudicar a quem quer que seja".

"Quem está aqui é um presidente eleito que quer esclarecer o que aconteceu, pedir a punição dos culpados e, principalmente, gerar novos projetos e políticas que não permitam a repetição de um momento tão vergonhoso para o Brasil como o desvio de dinheiro de aposentados e pensionistas", declarou Viana.

Composição

A CPI mista será composta por 32 parlamentares titulares e 32 suplentes. Câmara e Senado terão igual número de ocupantes — 16 titulares e 16 suplentes para cada lado.

Senado (16 titulares):
  1. Eduardo Braga (MDB-AM)
  2. Renan Calheiros (MDB-AL)
  3. Carlos Viana (Podemos-MG)
  4. Styvenson Valentim (PSDB-RN)
  5. Omar Aziz (PSD-AM)
  6. Eliziane Gama (PSD-MA)
  7. Cid Gomes (PSB-CE)
  8. Jorge Seif (PL-SC)
  9. Izalci Lucas (PL-DF)
  10. Eduardo Girão (Novo-CE)
  11. Rogério Carvalho (PT-SE)
  12. Fabiano Contarato (PT-ES)
  13. Leila Barros (PDT-DF)
  14. Tereza Cristina (PP-MS)
  15. Damares Alves (Republicanos-DF)
  16. Dorinha Seabra (União-TO)

Câmara (16 titulares):

  1. Coronel Chrisóstomo (PL-RO)
  2. Coronel Fernanda (PL-MT)
  3. Adriana Ventura (Novo-SP)
  4. Paulo Pimenta (PT-RS)
  5. Alencar Santana (PT-SP)
  6. Sidney Leite (PSD-AM)
  7. Ricardo Ayres (Republicanos-TO)
  8. Romero Rodrigues (Podemos-PB)
  9. Mário Heringer (PDT-MG)
  10. Beto Pereira (PSDB-MS)
  11. Bruno Farias (Avante-MG)
  12. Marcel van Hattem (Novo-RS)
  13. Alfredo Gaspar (União-AL)
  14. Duarte Jr. (PSB-MA)
  15. Rafael Brito (MDB-AL)
  16. Julio Arcoverde (PP-PI)
  17. Por Kevin Lima, Marcela Cunha, g1 — Brasília

Mulher morre a marretadas por companheiro em Lauro de Freitas

Uma mulher foi morta com golpes de marreta pelo companheiro, na noite de terça-feira, 19, em um apartamento, no bairro do Caji, na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador.

De acordo com a Polícia Civil, a vítima foi identificada como Laina Santana Costa Guedes, de 37 anos. Ela chegou a ser socorrida e levada para um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo informações iniciais, Laina e o companheiro estavam no apartamento localizado na Avenida José Leite, quando vizinhos começaram a escutar gritos. As filhas do casal presenciaram a agressão e pediram ajuda; uma delas, de 12 anos, também acabou ferida.

Vídeos gravados por testemunhas mostram o homem tentando fugir ao pular da janela do apartamento. Ele ficou ferido com a queda e acabou contido por moradores do prédio, que chegaram a agredi-lo com chutes.

A polícia informou que o suspeito, que não teve o nome revelado, recebeu atendimento no Hospital Menandro de Farias e foi encaminhado para a Delegacia Territorial (DT/Itinga), onde está à disposição da Justiça.

Ibirataia marca presença na Conferência Territorial de Políticas para as Mulheres em Jequié

Na manhã desta terça-feira (19), o município de Ibirataia esteve representado na Conferência Territorial de Políticas para as Mulheres, realizada em Jequié. O encontro reuniu representantes de diversos municípios do Território Médio Rio das Contas para discutir avanços, desafios e propor ações voltadas à promoção e defesa dos direitos das mulheres.
A Secretária de Desenvolvimento Social e Cidadania de Ibirataia, Flávia Lopes, participou do evento acompanhada das servidoras da SEDESC, Talita Leal e Jucicleide Fatel, além de Sirlei Carvalho, representante da sociedade civil e delegada eleita na etapa municipal. A comitiva reforçou o engajamento da gestão municipal nas pautas de igualdade de gênero.

Com o tema “Mais Democracia, Mais Igualdade e Mais Conquistas para Todas”, a conferência foi um espaço de construção coletiva, onde foram debatidas e aprovadas propostas elaboradas nas etapas municipais. Essas propostas serão levadas à 5ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres, que acontecerá entre os dias 27 e 29 de agosto de 2025, em Salvador, sob coordenação da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM).

Segundo a secretária Flávia Lopes, a participação de Ibirataia reforça o compromisso da atual gestão com a garantia de direitos, o fortalecimento das políticas públicas e a valorização da mulher em todas as esferas da sociedade. A etapa estadual reunirá representantes de todos os territórios baianos e será fundamental para consolidar as propostas que irão nortear o debate nacional sobre políticas públicas para as mulheres.

Fonte: Decom/PMI

CPI do INSS mira consignado e irmão de Lula quatro meses após escândalo estourar

A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS, cobrada há meses pela oposição, será instalada nesta quarta-feira (20) depois de o escândalo de descontos ilegais em aposentadorias ter perdido espaço no debate público.

A comissão deverá ampliar a investigação para empréstimos consignados e poderá avançar sobre José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente da República e vice-presidente do Sindinapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), uma das entidades sob suspeita.

Congressistas avaliam que os reembolsos pagos pelo governo Lula a pessoas prejudicadas pelo esquema ilegal ajudaram a baixar a temperatura da opinião pública. Na prática, o colegiado trabalhará menos pressionado do que estaria se suas atividades tivessem começado meses atrás.

Apesar de o assunto ter perdido força, integrantes do governo Lula avaliam que a CPMI pode ser usada pela oposição para recuperar espaço nas redes sociais e tirar o foco do tarifaço imposto ao Brasil pelos Estados Unidos, que desgastou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os filhos.

Segundo auxiliares do presidente, a orientação é tentar controlar a narrativa, batendo na tecla de que os descontos irregulares avançaram no governo Bolsonaro e só foram enfrentados no governo Lula.

Governistas avaliam que a CPMI também pode atingir dois aliados de Bolsonaro, o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni. Hoje líder da oposição e secretário-geral do PL, Marinho foi secretário especial da Previdência nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro; Onyx, por sua vez, foi ministro do Trabalho e Previdência nos dois últimos.

“A CPMI não pode se tornar um palco para a oposição manipular a opinião pública. Sabemos que as fraudes se dão ao menos desde 2017 e temos que investigar o que foi feito nos governos anteriores para impedir os golpes, mesmo com inúmeras denúncias”, afirma o senador Fabiano Contarato (PT-ES), um dos membros da comissão.

Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado e um dos suplentes na nova CPI, disse que a versão de que os problemas foram na gestão anterior, de Jair Bolsonaro, não se sustenta. “Fiscalização e implementação de política pública é com o governo atual”, declarou.

Marinho também minimizou o fato de a comoção pública em torno dos descontos ilegais em aposentadorias ter arrefecido. “Acredito que vai ser muito difícil para o governo botar debaixo do tapete o que está acontecendo”, disse o senador.

Parlamentares de oposição admitem de forma reservada que uma das estratégias será tentar centrar fogo no irmão mais velho de Lula para buscar aproximar o escândalo do Palácio do Planalto.

Aliados de Bolsonaro também devem insistir no discurso de que o ex-presidente já fez duras críticas a sindicatos e associações —enquanto Lula foi líder sindical. Uma das falas citadas como exemplo é a do senador Cleitinho (Republicanos-MG) em maio, quando o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, foi ao Senado para dar explicações sobre o caso.

“Vocês acham mesmo que o Bolsonaro sabia disso tudo, sabia desse esquema para beneficiar sindicato e associação que ele sempre foi contra, inclusive sindicato que poderia ser beneficiado do irmão do Lula?”, questionou Cleitinho na ocasião.

O escândalo do INSS foi um dos maiores baques sofridos pelo governo Lula no atual mandato. O caso derrubou o agora ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, além do antigo presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

Integrantes da cúpula da CPI querem começar a apuração com conversas com técnicos da CGU (Controladoria-Geral da União) e da Polícia Federal —com a possibilidade de tomar até mesmo depoimentos formais de investigadores. O raciocínio é que assim seria possível coletar informações necessárias sem causar um escândalo político já nas primeiras sessões.

Também deve haver conversas com o STF (Supremo Tribunal Federal), uma vez que em junho o ministro Dias Toffoli determinou que os inquéritos sobre o assunto fossem encaminhados para o gabinete dele.

O senador Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a CPI da Covid, de 2021, será eleito presidente do novo colegiado. Ele foi indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Por sugestão de Aziz, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher de Bolsonaro, deve ser a vice.

Parlamentares da oposição reconhecem que Aziz integra a base de Lula no Senado, mas avaliam que ele deve adotar postura mais pragmática na condução da CPI por receio de desgaste político no ano que vem, quando pretende disputar o governo do Amazonas.

O relator será o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele deverá apresentar um plano de trabalho até a próxima terça-feira (26).

O cargo de relator é estratégico porque quem o ocupa redige o relatório final, texto em que eventuais indiciamentos, mudanças em leis e outras providências são recomendados. Em seu primeiro mandato na Câmara, Ayres é considerado um deputado discreto, com boa relação com o governo Lula e com parte da oposição.

Caio Spechoto , Thaísa Oliveira , Catia Seabra e Victoria Azevedo/Folhapress

Quaest: Avaliação positiva do governo Lula vai a 31%, contra 39% de negativa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 31% de avaliação positiva e 39% de negativa segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (20). Outros 27% classificam o governo como regular, e 3% não souberam responder.

O levantamento foi realizado em meio à crise aberta pelo tarifaço de Donald Trump e aos esforços do governo para associar a medida à atuação da família Bolsonaro. Para enfrentar os efeitos da sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros imposta pelo presidente dos Estados Unidos, o Planalto anunciou um pacote de socorro a exportadores. O governo também tem apostado no discurso de defesa da soberania nacional diante da ofensiva americana.

Na rodada anterior, feita em julho, logo após o anúncio do tarifaço, Lula registrava 28% de avaliação positiva e 40% de negativa.

Agora, 46% dizem aprovar o governo e 51% o reprovar, contra 43% e 53%, respectivamente, em julho. A diferença entre avaliações negativa e positiva, que em maio era de 17 pontos (43% x 26%), caiu para 8 pontos (39% x 31%).

A pesquisa é financiada pela corretora Genial Investimentos, controlada pelo banco Genial. Foram entrevistadas 12.150 pessoas entre 13 e 17 de agosto em oito estados (SP, MG, RJ, PR, RS, GO, BA e PE). A margem de erro global é de dois pontos percentuais.

A base tradicional do petista ainda acumula os números mais favoráveis. No Nordeste, Lula tem 60% de aprovação e 37% de reprovação; entre pessoas que ganham até dois salários mínimos, são 55% de aprovação e 40% de reprovação; entre os que cursaram até o ensino fundamental, 56% de aprovação e 40% de reprovação. A margem de erro para tais grupos é de 4 pontos percentuais.

Entre católicos, são 54% de aprovação e 44% de reprovação, com margem de 3 pontos percentuais.

Entre as mulheres, a aprovação oscilou dois pontos para cima e chegou a 48%, encostando na desaprovação, hoje em 49%, e a desaprovação continuou em 49%. Entre os homens, a desaprovação recuou de 58% para 53%, enquanto a aprovação subiu de 39% para 44%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para ambos os sexos.

Entre beneficiários do Bolsa Família, a aprovação subiu de 50% para 60%, e a reprovação caiu de 45% para 37%. A margem de erro para este grupo é de 5 pontos percentuais.

Lula voltou a ter vantagem na comparação com a gestão de Jair Bolsonaro. Para 43%, o petista é melhor, contra 38% que preferem o antecessor. Em julho, a situação era inversa (40% a 44%). Outros 16% dizem que os dois são iguais, e 3% não souberam responder.

Entre eleitores que afirmam não ter posição política, 37% consideram Lula melhor, 32% igual e 27% pior que Bolsonaro. Em maio, 37% diziam que Lula era pior, 25% que era igual e 33% que era melhor. A margem de erro nesse grupo é de 5 pontos percentuais.

No diagnóstico geral sobre o país, 36% afirmam que o Brasil está na direção certa, enquanto 57% acreditam que segue no rumo errado. Não souberam responder 7%.

A Quaest também investigou a percepção sobre as tarifas de Trump. Para 71%, o presidente americano está errado ao impor taxas sob o argumento de perseguição judicial a Bolsonaro; 21% concordam, e 8% não sabem. Os valores oscilaram dentro da margem de erro com relação a julho.

Para 51%, Trump tomou a medida em defesa de seus interesses políticos; 23% atribuem a decisão a interesses comerciais; 2% a razões pessoais; enquanto 22% não souberam responder e 2% marcaram “outros”.

No embate entre países, 48% dizem que Lula e o PT estão certos, contra 28% que avaliam o mesmo sobre Jair Bolsonaro e seus filhos. Os valores na pesquisa passada eram de 44% e 29%, respectivamente. 15% continuam a afirmar que nenhum dos lados está certo, e 9% dizem que não sabem.

Entre eleitores sem posição política, os que acham que Lula e o PT estão certos subiram de 37% em julho para 45% em agosto. Na primeira rodada da pesquisa que incluiu a pergunta, eram 20% os do mesmo grupo que davam razão a Bolsonaro e aliados; hoje, são 14%. 27% acham que nenhum dos dois grupos está correto.

Quando perguntados sobre a motivação de Lula, 49% dizem que ele age em defesa do Brasil, enquanto 41% acreditam que busca se promover. Já no caso de Eduardo Bolsonaro, 69% afirmam que ele atua apenas em defesa dos interesses próprios e da família.

Lula é o que mais recebeu avaliações positivas sobre condução da crise aberta pelas tarifas de Trump; Jair e Eduardo Bolsonaro, os que mais receberam as piores. 44% acreditam que o presidente está agindo bem, 46% dizem o contrário, e 10% não sabem.

Para Bolsonaro e o filho, 24% acreditam que agem bem, 21% afirmam não saber e 55% dizem que a dupla age mal.

Entre governadores cotados para 2026, predominou também a avaliação negativa sobre a positiva mediante a atuação na crise. Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem 24% x 35%, Ratinho Júnior (PSD), 19% x 30%, Ronaldo Caiado (União) 16% x 31% e Romeu Zema (Novo)17% x 33%. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem 31% de aprovação e 43% de reprovação em sua atuação.

Laura Intrieri/Folhapress

Padilha diz que sanção dos EUA não impede participação em evento da ONU

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), disse nesta terça-feira (19) que a sanção imposta pelo governo dos Estados Unidos, que cancelou os vistos de sua família, não impede a eventual ida dele a eventos ligados à Assembleia-Geral da ONU, marcada para setembro, em Nova York.

Padilha, porém, disse que ainda avalia se irá ao evento por causa da agenda do Ministério da Saúde. Ele afirmou que a prioridade do governo é trabalhar pela aprovação da MP (medida provisória) que cria o programa Agora Tem Especialistas, que perde a validade se não for aprovada até 26 de setembro.

O ministro estava com o visto vencido e não foi atingido pela medida. Ele afirmou que ainda poderia viajar aos EUA por causa de acordo que permitiria a entrada de autoridades convidadas a eventos como o da ONU no país governado por Donald Trump.

“Em relação tanto à ONU quanto à Opas [Organização Pan-Americana da Saúde, sediada em Washington], tem o chamado acordo de sede, em que nenhum país do mundo pode impedir o acesso de uma autoridade convidada ao evento onde ele será sediado”, disse Padilha em cerimônia no Ministério da Educação.

A Assembleia-Geral da ONU também promoverá encontro de autoridades para debater a prevenção e controle de doenças crônicas, além da saúde mental.

Na última semana, a mulher e a filha de 10 anos do ministro Padilha tiveram o visto para os Estados Unidos cancelado, segundo informou o próprio consulado do país em São Paulo à família. A medida foi tomada dois dias depois de o Departamento de Estado do governo Donald Trump cancelar os documentos de viagem de funcionários brasileiros que implementaram o programa Mais Médicos por causa da parceria já extinta do programa com Cuba.

Padilha disse que não deseja “ir para a Disney”, mas que tem parentes morando nos Estados Unidos. “O maior impacto com a minha família é o fato de eu ter um irmão que é cidadão americano, que vive nos Estados Unidos, tem a esposa do meu pai. Quando ele estava no exílio [nos Estados Unidos], eu a conheci antes de o conhecer”, disse Padilha.

Anivaldo Padilha, pai do ministro, foi preso e torturado pela ditadura militar. Esteve exilado no Chile, EUA e Suíça. “Eu também comentei com a minha filha. Eu vivi oito anos sem poder ver meu pai, porque tinha uma ditadura no país. Felizmente, hoje a minha filha pode ver o pai, pode estar junto com o pai, a prima dela pode sair dos Estados Unidos e vir para o Brasil”, disse Padilha.

A retirada dos vistos ocorre na esteira de medidas dos EUA de sanções ao Brasil e ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, tomada sob argumento de que o juiz tem censurado empresas e cidadãos americanos e promovido uma “caça às bruxas” ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Mateus Vargas/Folhapress

Bancos caem na Bolsa e perdem R$ 41 bi em valor de mercado após decisão de Dino sobre Lei Magnitsky

As ações de bancos brasileiros registraram forte queda nesta terça-feira (19) após o ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), sinalizar a possibilidade de punir instituições que aplicarem sanções financeiras contra Alexandre de Moraes, seu colega de corte.

A desvalorização puxou o desempenho da Bolsa brasileira, que fechou em queda de 2,10%, a 134.432 pontos. A maior queda do setor bancário foi do Banco do Brasil, que despencou 6,02%, seguido de Santander (-4,87%), BTG (-3,48%), Bradesco (-3,42%) e Itaú (-3,04%). No total, os bancos perderam R$ 41,3 bilhões em valor de mercado nesta terça.

As quedas ocorrem dias após a temporada de divulgação de balanços dos bancos.

Dino afirmou na última segunda (18), em uma decisão concedida em ação sobre o rompimento da barragem de Mariana (MG), que ordens judiciais e executivas de governos estrangeiros só têm validade no Brasil se confirmadas pelo Supremo.

A eventual punição aos bancos passou a ser considerada no STF após ministros terem uma rodada de conversas com banqueiros sobre as ações do governo Donald Trump contra Moraes e considerarem a resposta insatisfatória.

Moraes foi sancionado em julho com o uso da Lei Magnitsky, dispositivo da legislação americana usado para impor sanções econômicas contra indivíduos envolvidos em corrupção ou violações de direitos humanos.

Por meio da lei, o governo americano determina o congelamento de qualquer bem ou ativo que a pessoa sancionada tenha nos Estados Unidos e também pode proibir entidades financeiras americanas de fazerem operações em dólares com ela.

A medida incluiria o uso das bandeiras de cartões de crédito Mastercard e Visa, por exemplo. Os efeitos para as transações de Moraes em reais no Brasil ainda estão sob análise dos bancos.

A avaliação dos ministros do Supremo após a conversa com banqueiros foi a de que nenhum deles garantiu que as sanções financeiras não seriam aplicadas contra o ministro no Brasil, apesar de as restrições impostas até o momento se restringirem às transferências para o exterior.

A decisão de Dino gerou ainda mais incerteza no mercado sobre possíveis punições contra bancos que operam no Brasil, impactando o desempenho das ações.

Segundo Rodrigo Marcatti economista e CEO da Veedha Investimentos, a situação coloca o setor em uma encruzilhada. “Os bancos, por terem operações no exterior, podem enfrentar diferentes riscos, como o de atender uma ordem do Supremo e lidar com multas que comprometam seus negócios [no mercado internacional]”.

Para Hulisses Dias, sócio da Beginity Capital e especialista em investimentos, a decisão de Dino gerou apreensão entre investidores ao levantar dúvidas sobre conflitos de jurisdição e sobre o cumprimento de normas internacionais.

“Como o cenário ainda é incipiente, é difícil antecipar desdobramentos concretos, mas não se descarta questionamentos sobre a integração das instituições brasileiras ao sistema financeiro global”, afirma.

Donato Souza, advogado especialista em direito bancário, diz que a medida pode expor as instituições financeiras a sanções e multas ou a perda do acesso ao sistema Swift. “A reação do mercado era previsível, uma vez que a insegurança jurídica nesse contexto afeta contratos, governança e eleva o custo do capital”, afirma.

Os bancos mencionados foram procurados, mas a maioria não respondeu até a publicação desta reportagem.

Em nota, o Banco do Brasil, responsável por pagar os salários dos ministros do STF —entre eles, de Alexandre de Moraes—, disse “atuar em conformidade à legislação brasileira, às normas dos mais de 20 países onde está presente e aos padrões internacionais que regem o sistema financeiro”.

A instituição também afirmou estar preparada para lidar com temas complexos e sensíveis que envolvem regulamentações globais.

O Bradesco, a Caixa e o BTG disseram que não irão comentar o tema.

Matheus dos Santos/Folhapress

Estados Unidos vão considerar ‘ideologias antiamericanas’ e ‘evidência antissemita’ em visto

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (12) que levará em consideração “ideologias antiamericanas” ao analisar pedidos de visto e outros benefícios para imigrantes.

A decisão foi anunciada pela Casa Branca em uma publicação na plataforma X. O Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS, na sigla em inglês) está atualizando o manual que reúne critérios que devem ser considerados na hora de analisar as candidaturas.

A pasta afirma que o documento será negado a pessoas com “envolvimento em organizações antiamericanas ou terroristas”, sem exemplificar ou especificar, com evidência de “atividade antissemita”.

O USCIS disse ainda que “expandiu os tipos de solicitações de benefícios que passam por verificação nas redes sociais”.

“Os benefícios dos EUA não devem ser concedidos àqueles que desprezam o país e promovem ideologias antiamericanas. O USCIS está comprometido em implementar políticas e procedimentos que eliminem o antiamericanismo, além de apoiar a aplicação de medidas rigorosas de triagem e verificação na maior extensão possível”, afirmou o porta-voz da pasta, Matthew Tragesser.

Ele reforçou que os “benefícios de imigração” são “um privilégio, não um direito”.

O governo de Donald Trump anunciou neste ano que vai apertar a verificação de redes sociais dos postulantes à autorização de entrada no país. Funcionários consulares vão passar a exigir, por exemplo, que os candidatos a um visto estudantil concedam acesso a perfis em redes sociais que estejam no modo privado, ou seja, sem acesso para usuários que não sejam autorizados.

Um dia antes, na segunda-feira (18), os EUA anunciaram que revogaram 6.000 vistos de estudantes desde que o secretário de Estado, Marco Rubio, assumiu o cargo há sete meses.

Rubio, para agradar a base de apoiadores do presidente, tem encabeçado uma ofensiva contra estudantes estrangeiros, utilizando uma lei que lhe permite rescindir vistos de pessoas que considera irem contra os interesses da política externa dos EUA.

A gestão do republicano também adotou uma política anti-imigração de deportação em massa de pessoas em situação ilegal no país.

Folhapress

Mário Negromonte Jr. diz que está “fora” da federação entre PP e União Brasil; na Bahia, comando fica com grupo de ACM Neto

Presidente do PP na Bahia, o deputado federal Mário Negromonte Júnior disse na noite desta terça-feira (19), em conversa com este Política Livre, que está fora da federação formada entre o partido e o União Brasil. Na Bahia, o “casamento”, com duração mínima de quatro anos, será comandado por aliados do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União).

A federação, batizada de União Progressista, realizou a primeira convenção na tarde de hoje, em Brasília. Mário Júnior se ausentou. Antes, os dois partidos realizaram, pela manhã, convenções em separado, nas quais aprovaram a aliança. Na ocasião, o PP também confirmou a manutenção do senador Ciro Nogueira (PI) como presidente nacional da sigla – neste caso, o comandante da legenda na Bahia esteve presente e se posicionou a favor.

“Não fui na convenção e nem farei parte da federação. Não estarei nesta composição. Todos sabem que fui contra desde o início. Agora, vou ouvir minhas bases e tomar uma decisão (sobre o futuro). Vou seguir trabalhando para fortalecer o PP, que é o meu partido. Mas estou fora da direção dessa federação”, declarou Mário Júnior ao site.

Questionado o motivo de ter apoiado a recondução de Ciro Nogueira, que foi o maior defensor da federação dentro do PP, Mário Júnior disse que respeita o trabalho do senador, que, no entanto, “defende umas coisas e eu defendo outras”.

O deputado baiano também defendeu que o PP mantenha os cargos que possui no governo Lula – Mário Júnior apoia o presidente Lula (PT) desde o pleito de 2022. “Essa posição é a mesma, inclusive, do ministro (do Esporte) André Fufuca (deputado federal licenciado pepista). Queremos autonomia”.

Na Bahia, Mário Júnior evitou cravar o apoio à reeleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT), mas pregou que o PP tenha independência para definir os rumos da legenda em 2026 no Estado. “Sempre tivermos essa autonomia e independência na Bahia. Esperamos que isso continue. Sabemos que uma parcela do partido, a exemplo dos deputados estaduais e a maioria dos prefeitos, deseja caminhar com o governo”, lembrou o parlamentar, que articula para emplacar a esposa, a procuradora Camila Vasquez, como conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).

Indagado se pode sair do PP se não tiver a independência desejada, Mário Júnior ressaltou que “nada está descartado”, mas ponderou que nunca foi filiado a outro partido. “Ouvirei minhas bases, os correligionários, os amigos, a família, o meu pai (o ex-conselheiro do TCM e ex-deputado Mário Negromonte) para tomar uma decisão conjuntamente sobre o futuro”, concluiu.

Segundo informações vindas de Brasília, a federação na Bahia deve ser comandada pelo atual presidente do União Brasil no Estado, o deputado federal Paulo Azi. Entretanto, o deputado federal Arthur Maia (União) também pleiteia o posto.


Política Livre

PP e União selam aliança com palmas a Bolsonaro, fala de Tarcísio e pressão por saída do governo

Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados
Com quatro ministérios no governo Lula (PT), a federação entre PP e União Brasil foi homologada em convenção nesta terça-feira (19) em Brasília com discurso de oposição, aplausos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e cobrança de uma parte dos dirigentes para que sejam entregues os cargos na gestão petista.

O evento contou com dez governadores, entre eles Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, que é o favorito entre os dirigentes da federação para substituir Bolsonaro nas urnas. O ex-ministro Ciro Gomes, hoje no PDT, disse que estuda uma filiação e pediu união da “centro-esquerda e centro-direita”.

O discurso mais longo e mais aplaudido, no entanto, foi do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União). Ele afirmou que um partido com essa musculatura “não pode ficar acanhado”, precisa apresentar um projeto para o país e retirar seus filiados do governo.

“Não podemos mais ficar sendo entrevistados e as pessoas perguntam: você tem ministros na base do governo? Você é da base ou da oposição?”, disse Caiado, que acusou Lula de “roubar os aposentados” e “entregar o país ao narcotráfico”. “O partido tem que ter lado. Tem que ter posição clara”, defendeu.

Caiado se lançou pré-candidato à Presidência, mas não encontra apoio entre os principais líderes das duas siglas. Ele defendeu, no evento, que cada partido lance seu candidato para disputar contra Lula e que a união da direita ocorra apenas no segundo turno. Unificar as candidaturas, disse, só ajudará o petista.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), rebateu a estratégia ao discursar. “Temos grandes nomes, mas talvez não seja a hora de sermos a cabeça”, disse. “Não seremos também os braços, condenados a estar num extremo ou de outro. A União Progressista nasceu para ser a espinha dorsal”.

A fala de Caiado a favor de um rompimento foi aplaudida por quase todos os políticos no palco, com exceção dos ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte) e do vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro (PP), que quer ser candidato com apoio de Lula. Eles não foram convidados a discursar.

Os ministros das Comunicações, Frederico Siqueira Filho, e do Desenvolvimento e Integração Nacional, Waldez Góes, não participaram do ato. Eles não são filiados ao União Brasil, mas são indicados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com apoio da bancada de senadores do partido.

Outro que cobrou a saída dos filiados do governo foi o secretário-executivo do União Brasil, ACM Neto, que é pré-candidato ao governo da Bahia numa chapa contra o PT. A aliança entre os dois partidos, afirmou, “nos impõe assumir uma posição”. “Se queremos que nosso lado seja o lado do povo brasileiro, temos que ter a consciência que o nosso lado é o lado contra o PT, o lado contra o governo que aí está”, declarou.

Apesar da defesa do desembarque, Ciro Nogueira e o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, evitaram o tema no palco e seguiram apenas com as crítica a Lula.

Após o evento, em entrevista à imprensa, ambos disseram que a proibição para que filiados continuem no governo petista ocorrerá “o mais rápido possível”, mas sem definirem uma data, e defenderam dialogar com os ministros para convencê-los a saírem por conta própria, sem precisar de uma expulsão.

Favorito da cúpula da federação para assumir a candidatura presidencial, Tarcísio de Freitas afirmou que a aliança entre PP e União Brasil é um “passo muito esperado” do amadurecimento do sistema político brasileiro.

“Tenho certeza que o Brasil aguardava muito esse passo, aguardava com esperança. Esperança de contar com mais uma força para discutir temas relevantes, [como] a reforma política, o envelhecimento da população, o financiamento do Sistema Único de Saúde, o processo de escalada da crise fiscal”, disse.

Já Ciro Gomes citou números sobre a economia do país e afirmou que conversas com suas bases sobre uma filiação a um dos partidos da federação. O objetivo seria disputar o governo do Ceará contra o grupo do PT e do seu irmão, o senador Cid Gomes (PSB).

“Façam desse gesto, dessa iniciativa, um ato de gravitação universal. Ou seja, chame tudo o que o brasileiro pode oferecer, da centro-esquerda à centro-direita, para nós tirarmos o Brasil deste desastre”, afirmou o ex-presidenciável.

Alcolumbre, que é da ala governista do União Brasil, fez a primeira fala do evento e saiu, mas pregou uma conciliação contra os extremos e afirmou que a federação não nasce como governo ou oposição. “Não aguentamos mais a divisão da sociedade”, declarou. “Temos muitos problemas, e a gente tem que compreender que a política foi feita para resolver os problemas e não para criar problemas”.

O evento teve até aplausos a Bolsonaro, que está em prisão domiciliar e não participou. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), pediu aplausos ao ex-presidente e foi atendido. “Santa Catarina é um estado que vai bem porque o PT nunca governou o estado de Santa Catarina”, disse.

O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, foi o único dirigente de outro partido no evento, mas evitou o palco e não quis dar entrevista à imprensa. Nenhum representante do PT participou do ato.

PESO NO CENÁRIO POLÍTICO

A federação terá que durar quatro anos e passar por duas eleições (2026, nacional, e 2028, municipal), com os dois partidos atuando juntos em todos os estados e municípios.

Por outro lado, os votos para a Câmara dos Deputados e assembleias legislativas serão somados, o que aumenta as chances de que façam bancadas maiores no Legislativo.

Além disso, a federação terá a maior parcela dos fundos partidário e eleitoral e o maior tempo de propaganda eleitoral na TV e rádio, o que a tornou um dos principais atores das eleições estaduais.

Nesta terça, o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, deixou o PSDB e se filiou ao PP. Ele será o terceiro governador da sigla, que já comanda os governos de Roraima e do Acre. Já o União Brasil chefia o Executivo de Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.

A filiação da senadora Margareth Buzetti (MT), programada para quinta-feira (21), também dará à agremiação a maior bancada no Senado. Serão 15 senadores da federação, contra 14 do PL e 13 do PSD (sigla a qual Margareth era filiada).

Na Câmara, o grupo será de longe a maior bancada, com 109 deputados federais, bem à frente do PL (88) e da federação PT/PV/PCdoB (80).

Raphael Di Cunto/Ranier Bragon/Folhapress

OAB-BA cobra ações urgentes da Secretaria da Segurança Pública após crimes brutais em Ilhéus

A OAB-BA e a OAB Subseção Ilhéus encaminharam ofício nesta segunda-feira (18) ao secretário da Segurança Pública do Estado, Marcelo Werner, exigindo providências imediatas diante da violência que assolou o município de Ilhéus no último final de semana. O documento, assinado pela presidente Daniela Lima de Andrade Borges e pelo presidente da OAB Subseção Ilhéus, Jacson Cupertino, alerta para a gravidade dos crimes, que incluíram nove mortes violentas, entre elas três mulheres brutalmente assassinadas, e que exigem “resposta imediata e firme por parte do Estado”.

O ofício destaca a vulnerabilidade da população local e de turistas, além da fragilidade da segurança pública em uma região que deveria ser sinônimo de tranquilidade. Os crimes ocorreram em agosto, mês marcado por campanhas de enfrentamento à violência contra a mulher, o que, segundo a OAB, evidencia a urgência de políticas públicas mais eficazes. “A violência de gênero não pode ser naturalizada nem silenciada”, afirma o documento, que cobra uma resposta coordenada entre órgãos estaduais, municipais e entidades da sociedade civil.

Entre as medidas urgentes solicitadas pela OAB estão o reforço ostensivo com aumento de efetivo, viaturas e policiamento em áreas estratégicas, especialmente zonas turísticas e de grande circulação. A aceleração das investigações para identificar e punir os responsáveis pelos crimes e um plano de proteção às mulheres, com ações preventivas e de combate à violência de gênero.

A Ordem também requisitou informações formais sobre as ações que serão implementadas pela Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) para conter a violência e restabelecer a confiança da população.

Prefeitura de Ipiaú lança o programa “Elas na Construção”: Inscrições abertas

A Prefeitura de Ipiaú, através de Secretaria de Desenvolvimento Econômico, em parceria com o SENAI, está lançamento o Programa “Elas na Construção”. Trata-se de uma iniciativa que visa capacitar mulheres, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social, para atuarem no mercado de trabalho da construção civil.

Com o lema: “Lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na construção civil”, o programa busca promover a inclusão, autonomia e empoderamento feminino, oferecendo cursos gratuitos em diversas áreas da construção. Em Ipiaú serão aplicados os cursos para formação de pedreira e pintora.
 
As inscrições estarão abertas a partir desta terça-feira, 19, prosseguindo até o dia 21 deste mês de agosto, na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, prédio da Prefeitura Municipal, no período das 14 às 17 horas.

As interessadas devem comparecer ao local portando CPF, Carteira de identidade (RG) , comprovante de residência e ter ensino fundamental completo. Só poderão efetuar a inscrição as mulheres maiores de 18 anos.

As aulas começam no próximo dia 25, na sede do SENAI, na Rua Dois de Julho, no primeiro andar do prédio onde funciona a loja Impacto Calçados. O curso tem 160 horas de duração

OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO

A prefeita Laryssa Dias ressalta a oportunidade de Crescimento Profissional. "Este programa é uma excelente oportunidade para mulheres que desejam conquistar espaço e independência no mercado de trabalho, ampliando suas habilidades e conhecimentos em setores tradicionalmente masculinos".
O secretário de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Ipiaú, Daniel Dias, informa que o município está implantando políticas públicas de geração de emprego e renda e destaca a importância de qualificar as pessoas para atender as demandas que se apresentam.

“Com esta iniciativa também estamos buscando suprir uma carência de mão de obra no setor da construção civil em Ipiaú que está voltando em alta”, ”destaca o secretário.

Daniel Dias acrescenta que a participação feminina na construção civil tem crescido e mostrado benefícios importantes nos requisitos de atenção aos detalhes, cuidado com o acabamento e segurança.

POLITICAS PÚBLICAS

O secretário de Desenvolvimento Econômico adianta que a gestão municipal vem desenvolvendo estudos no sentido de entender o perfil do município para desenvolver políticas publicas de geração de emprego, capacitação de mão de obra.

Ele assegura que a iniciativa é o inicio de um grande movimento que a Prefeitura estará fazendo no eixo de capacitação.

“ A Secretaria de Desenvolvimento Econômico tem o desafio de conectar pessoas e oportunidades. Para isso é necessário que as pessoas estejam preparadas para ocupar as vagas que forem surgindo no setor industrial”., concluiu o secretário.
Fonte: Decom/PMI

FICCO Bahia, PM e PF desmontam roça de maconha que contava com sistema de energia solar

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) Bahia e as Polícias Militar e Federal desmontaram nesta terça-feira (19), uma roça de maconha que contava com suporte de energia solar.

O plantio ilícito foi localizado na cidade de Brotas de Macaúbas, após ações de inteligência das Forças Estaduais e Federais.

Os entorpecentes, segundo informações iniciais, seriam comercializados em Salvador e também no Litoral Norte da Bahia. Além das placas solares, os policiais desarticularam também todo o sistema de irrigação montado pelos criminosos.

Neste momento as equipes estão no local promovendo a contagem dos pés de maconha e também iniciando o processo de erradicação da droga.

“O combate às facções segue firme na Bahia, com ações integradas das Forças Estaduais e Federais. Parabéns aos policiais lotados na FICCO Bahia, CIPEs Caatinga e Chapada, 28ª CIPM e PF de Juazeiro. Não daremos trégua ao crime organizado”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner.
Fonte
Divulgação/ Ascom SSP

Ibirataia: Prefeitura inicia requalificação do Centro Especializado Pedagógico - CEPI

A Prefeitura de Ibirataia, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, iniciou a requalificação do Centro Especializado Pedagógico do município. O objetivo é oferecer um ambiente mais adequado e moderno para atender os alunos, garantindo conforto, acessibilidade e melhores condições de aprendizagem.
O Secretário de Educação, Caio Pina, destacou a importância da iniciativa para o fortalecimento da rede municipal. “O Centro Especializado Pedagógico é um espaço fundamental de apoio educacional. Essa requalificação representa mais qualidade no atendimento aos nossos estudantes e mais condições para que os profissionais desenvolvam seu trabalho com eficiência”, afirmou.
O prefeito Sandro Futuca também reforçou o compromisso da gestão com a educação. “Estamos trabalhando para que cada espaço escolar seja referência em estrutura e acolhimento. Investir na educação é investir no futuro da nossa cidade, e a requalificação do Centro Especializado Pedagógico é mais uma demonstração do nosso compromisso com a população”, ressaltou.
Fonte: DECOM/PMI

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