PF desarticula grupo criminoso integrado por agentes públicos após série de arrombamentos a bancos

Desde o início investigações, houve prisões em flagrante e novos crimes foram evitados. Agora, a Operação Subversivos foca na prisão de agentes públicos.

Teresina/PI. A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (25/4), a Operação Subversivos, com o objetivo de desarticular grupo criminoso oriundo de Santa Catarina, responsável por prejuízos milionários à Caixa Econômica Federal mediante arrombamentos de caixas eletrônicos em cidades do interior do Piauí e em outros estados do Brasil.

Estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária e três mandados de busca e apreensão em Teresina e Altos/PI, expedidos pela 1ª Vara Federal Criminal do Piauí.
Entre os alvos da operação estão agentes públicos suspeitos de integrar o grupo criminoso especializado em arrombamentos e furtos a instituições bancárias. De acordo com as apurações, os envolvidos faziam uso de ferramentas elétricas de corte e outros instrumentos para violar terminais de autoatendimento e subtrair valores expressivos. Os agentes públicos, valendo-se dos cargos que ocupavam, teriam fornecido informações privilegiadas para facilitar a ação do grupo e garantir o sucesso dos crimes em, pelo menos, cinco ações criminosas no estado.

A ação de hoje conta com o apoio do Batalhão de Operações Especiais – BOPE e da Corregedoria da Polícia Militar do Piauí e é um desdobramento da Operação Muros Baixos, deflagrada há aproximadamente 45 dias. Na ocasião, foram presos dois suspeitos que planejavam ataques a caixas eletrônicos no município de Altos e outras cidades da região metropolitana de Teresina, durante o período carnavalesco.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de furto qualificado mediante arrombamento, associação criminosa, corrupção passiva e outros delitos que vierem a ser identificados ao longo das investigações.

Comunicação Social da Polícia Federal no Piauí

Polícia Federal investiga crimes eleitorais e desvio de recursos públicos em Alagoas

Crédito: Comunicação Social da Polícia Federal em Alagoas
Maceió/AL. A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (25/4) a Operação Falácia, para investigar um grupo suspeito de praticar os crimes de corrupção, desvio de dinheiro público, lavagem de dinheiro e crimes eleitorais em Maceió/AL.
Policiais federais cumprem 21 mandados de busca e apreensão, autorizados pela Justiça Eleitoral de Maceió, nas cidades alagoanas de Maceió e Rio Largo.

Além disso, estão sendo executadas 17 medidas cautelares diversas da prisão, como o afastamento do cargo de um vereador, suspeito de liderar o grupo, e o bloqueio de bens em valores superiores a R$ 200 mil reais.

Comunicação Social da Polícia Federal em Alagoas

Montado por Elmar Nascimento, Marcinho Oliveira e Adriano Meirelles, PRD vai liberar filiados na disputa para o governo em 2026

A coluna Radar do Poder revelou esta semana, com exclusividade, que o deputado federal Elmar Nascimento (União) e o deputado estadual Marcinho Oliveira (União), além do ex-vereador de Salvador Adriano Meirelles (PSDB), irão assumir o controle de um partido nanico na Bahia com o objetivo de eleger ao menos quatro deputados estaduais e um federal, e que as conversas avançaram com o PRD. Na quarta-feira (23), em uma reunião na Câmara de Salvador, Marcinho confirmou que esta será a sigla.

Adriano Meireles deve assumir o comando do PRD na Bahia na próxima semana, após um acordo costurado por Elmar e Marcinho com o presidente nacional da sigla, Ovasco Resende, por meio do deputado federal da legenda Fred Costa (MG).

Os três políticos baianos, que conduziam o projeto secretamente até a coluna deste Política Livre revelar o movimento, têm promovido reuniões na capital e no interior buscando atrair nomes para as próximas eleições. Quase dez vereadores da base do prefeito Bruno Reis (União) participaram do encontro de ontem, no qual Adriano também esteve presente.

Participaram Maurício Trindade (PP), Marcelle Moraes (União), Paulo Magalhães Júnior (União), Jorge Araújo (PP), Sandro Filho (PP), George Gordinho da Favela (PP), Alexandre Aleluia (PL) e Anderson Ninho (PDT). Desses, apenas Maurício já descartou de ser candidato a deputado estadual ou federal em 2026. Os demais cogitam ou já estão decididos.

Vale lembrar, no entanto, que não existe janela para vereador trocar de partido 2026, a exemplo do que ocorre com os deputados. Ou seja, para mudar, é preciso haver salvo-conduto da sigla de origem, evitando assim risco de incorrer em infidelidade partidária.

Alguns vereadores devem pedir a Bruno Reis para interceder no sentido da liberação, pois o PRD vai se manter na base do prefeito. Já na disputa para o governo do Estado e o Senado, a sigla, que não tem ambições majoritárias neste momento, pretende liberar seus filiados a seguirem o caminho que desejarem.

Segundo a exposição feita por Marcinho e Adriano aos vereadores de Salvador, o PRD, dono do número o 25 – que já foi uma marca do carlismo e dos extintos PFL e DEM (hoje União Brasil) -, busca candidatos competitivos na faixa dos 30 mil votos e mira eleger de cinco a seis estaduais e dois federais. Os dois prometem que a agremiação elegerá, entre os representantes, o candidato com o menor número de votos para a Assembleia.

Isso despertou o interesse dos edis, inclusive de outros que não participaram da reunião de ontem, e de lideranças do interior interessadas em concorrer em 2026, a exemplo dos ex-prefeitos de Milagres, Cézar de Adério (PP), e de Cícero Dantas, Ricardo Almeida, além do ex-deputado estadual Pastor Tom, de Feira de Santana.

“Bancada” na Assembleia

De mandato, até agora a única filiação cogitada é a do deputado estadual Pancadinha (Solidariedade). Entretanto, Marcinho Oliveira também é cotado como possível integrante da sigla para ser o puxador de voto. O objetivo de Elmar é ampliar a “bancada” que possui na Assembleia Legislativa, hoje formada por seis parlamentares. Para isso, quer “distribuir” aliados entre o PRD, o União Brasil e outras siglas.

Além disso, Elmar almeja ter aliados fieis na Câmara Federal, mesmo que tenha a intenção de ir para o Tribunal de Contas da União (TCU). Por isso, estimula as candidaturas a federal dos deputados estaduais Manuel Rocha (União) e Robinho (União), que integram a “bancada” dele, além de nomes que irão se filiar ao PRD.

Perda de comando

Francisco Elde, chefe de Gabinete de Bruno Reis

Quem comanda hoje o PRD baiano é Francisco Elde, chefe de Gabinete de Bruno Reis. Ele assumiu o posto antes das eleições de 2024, após uma articulação feita por Elmar Nascimento e Marcinho Oliveira em Brasília.

No último pleito, a sigla elegeu três prefeitos no interior, ligados a Elmar e ao deputado estadual Júnior Nascimento (União), e dois vereadores em Salvador: Kênio Resende e Fábio Souza. Nenhum dos dois tem planos eleitorais para 2026.

O site apurou que tanto Bruno Reis quanto Francisco Elde atuaram nos bastidores para tentar manter o PRD como está. Entretanto, o compromisso de Elmar à cúpula nacional da legenda de que vai priorizar o crescimento do partido na Bahia barrou o movimento do prefeito.

Política Livre

Maioria no país, alunos mais pobres têm menor aprendizado em leitura

Os estudantes com menor nível socioeconômico (NSE) têm pior desempenho em leitura, e quase metade deles tem nível de aprendizado considerado “abaixo do básico”. No Brasil, enquanto 83,9% dos alunos do 4º ano do ensino fundamental com renda mais alta têm acesso a um aprendizado adequado em leitura, apenas um a cada quatro (26,1%) estudantes mais pobres alcança esse aprendizado.

A conclusão é da análise dos microdados do Estudo Internacional de Progresso em Leitura (PIRLS), feita pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede). A diferença entre os dois grupos no Brasil é de 58 pontos percentuais, e é a maior entre os países participantes da avaliação com esses dados disponíveis.

O PIRLS foi realizado no Brasil pela primeira vez em 2021, e teve resultados gerais publicados em 2023, junto a outros 65 países e regiões do mundo. Agora, os pesquisadores se debruçam sobre os dados para entender como as desigualdades do país afastam os estudantes de um desempenho adequado em leitura.Os dados do estudo evidenciam, de acordo com o Iede, a grande desigualdade educacional do Brasil e comprovam como a aprendizagem é afetada pela condição socioeconômica dos estudantes.

No Brasil, apenas 5% dos estudantes têm nível socioeconômico alto, e são eles os estudantes com melhor desempenho. De forma simplificada, isso significa que eles são de famílias com renda igual ou superior a R$ 15 mil por mês.

Já a maioria (64%) vive em condições socioeconômicas menos favorecidas, ou seja, de famílias com renda abaixo de R$ 4 mil por mês. Entre eles, estão os piores desempenhos em leitura. Outros 31% têm NSE médio.

De acordo com o Iede, a diferença entre os dois grupos no Brasil é a maior entre os países participantes que têm dados disponíveis para esta questão. Atrás do Brasil, em segundo lugar, estão os Emirados Árabes Unidos, com uma diferença de 52 pontos percentuais, seguidos por Hungria e a região francesa da Bélgica, com 51 pontos percentuais.

O exame é aplicado a cada cinco anos pela Associação Internacional para Avaliação do Desempenho Educacional (IEA), e o Brasil participou pela primeira vez do estudo no ciclo de 2021, com uma amostra de escolas que abrangeu todo o território nacional.

O Inep operacionalizou a avaliação em uma amostra de 187 escolas (públicas e privadas), distribuídas por todas as regiões do Brasil. Mais de 4.900 alunos do 4º ano do ensino fundamental foram avaliados. Considerando todas as nações participantes do estudo, foram avaliados cerca de 400 mil estudantes, em mais de 13 mil escolas de 57 países.

Nível adequado de aprendizagem
A análise considera como o nível adequado de aprendizado ao menos o nível intermediário, pois entende que é a partir dele que haverá habilidades suficientes para que os estudantes desenvolvam aprendizagens futuras e se desenvolvam.

Esse nível, no entanto, está distante dos estudantes mais pobres. Entre os alunos de menor nível socioeconômico, quase metade (49%) está no patamar de aprendizado abaixo do básico. Já entre os alunos de NSE médio e alto, esse percentual cai para 16%. Para o diretor-fundador do Iede Ernesto Martins Faria os resultados acendem um alerta:

“Não é que não exista um cenário de boa aprendizagem no Brasil, existe, só que é para poucos. Isso tem que incomodar muito a gente. Por que tem um grupo pequeno que consegue chegar a um nível de aprendizagem competitivo em nível internacional, e por que, quando a gente olha para os [estudantes] de baixa renda, a situação de aprendizagem é tão complicada, inclusive com muitos alunos não chegando ao nível básico da avaliação?”

Importância da leitura
Os resultados gerais da última edição do estudo foram divulgados em 2023 e mostraram, em média, que quase 40% dos estudantes brasileiros do 4º ano não dominam habilidades básicas de leitura, ou seja, apresentam dificuldades em recuperar e reproduzir parte da informação declarada no texto. Segundo Faria, a habilidade em leitura é a que vai gerar autonomia para os estudantes em diversas disciplinas.

“Quando a gente está falando de leitura, a gente não tá falando de uma disciplina específica. A gente tá falando de uma competência que é basilar, que é semelhante à matemática, à resolução de problemas. Então, a partir da leitura, você vai poder desenvolver várias competências. Isso vale para a língua portuguesa, mas vale para as ciências sociais, vale para as ciências naturais, vale para a criança poder viver bem em sociedade, se desenvolver”, diz.

O diretor-fundador do Iede diz que o objetivo de analisar detalhadamente os microdados é “dar visibilidade às desigualdades que existem, tanto no Brasil como em outros países. A gente não pode ter um olhar geral só para a média, que é a situação do país, mas [é preciso olhar] para como estão os vulneráveis, como estão os alunos desfavorecidos”.

Mariana Tokarnia/Agência Brasil
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Collor é o 2º presidente da história do Brasil detido por condenação penal

Fernando Collor de Mello, 75, é o segundo a ocupar a cadeira de presidente da República detido após condenação na esfera penal. Lula (PT) foi o primeiro, depois de ter sido condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro, em 2018. A pena do petista foi posteriormente anulada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Michel Temer (MDB) foi preso preventivamente em duas ocasiões em 2019, em um total de dez dias, também em um desdobramento da Operação Lava Jato. Conseguiu habeas corpus e não chegou a ser sentenciado nos processos.

Além desses casos, na história republicana só tiveram a cadeia como destino mandatários ou ex-mandatários suspeitos ou acusados de crimes políticos, em meio a crises e golpes.

O próprio Lula foi preso em outra ocasião, em 1980, mas como líder sindical, ainda a muitos anos de ter em sua biografia a faixa presidencial, sob a ditadura militar, quando inexistia no país Estado de Direito.

Collor foi condenado pelo STF em maio de 2023 pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena foi fixada na ocasião em oito anos e dez meses de prisão. A prisão foi decretada nesta quinta (24) após negativa em segundo recurso da defesa.

A denúncia tinha sido apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) em agosto de 2015, no âmbito da Lava Jato. Ele foi acusado de receber propina de um esquema de corrupção na BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.

A defesa sustentou ao Supremo que as acusações contra o ex-presidente são baseadas apenas em delações premiadas. Sobre o pedido de detenção, os defensores de Collor afirmaram, por meio de nota, ter recebido “com surpresa e preocupação a decisão” que negou o recurso que entende cabível.

Outros presidentes do Brasil já foram presos, mas por motivos políticos, não penais. Em julho de 1922, foi detido o marechal Hermes da Fonseca, que governara o país de 1910 a 1914.

Então presidente do Clube Militar, Hermes teve a prisão decretada pelo próprio presidente Epitácio Pessoa, após contestar a repressão do governo contra grupos insatisfeitos com a eleição de Artur Bernardes para o Palácio do Catete.

Após sofrer um infarto, o ex-presidente foi liberado, voltando a ser preso dias depois, com a revolta no Forte de Copacabana. Com o tenentismo em seu pé, Epitácio decretou estado de sítio.

Hermes seria libertado após um habeas corpus no Supremo em seu favor em janeiro de 1923. Doente, morreria em setembro daquele ano.

A defesa argumentava que o ex-presidente sofria constrangimento ilegal, pois estava preso sem culpa formada e com o processo irregularmente na esfera militar quando o caso era de crime político, sujeito à jurisdição civil.

Mas se também teve processo judicial, o caso Hermes foi essencialmente político, além de reunir as excentricidades de um Brasil de instituições consideravelmente mais fracas que as de hoje.

Eram os tempos da república oligárquica do café com leite, que vetava o voto secreto, dos numerosos analfabetos e até dos “mendigos”, conforme grafava a Constituição da época.

As demais prisões de mandatários brasileiros ocorreram sob ainda mais arbítrio.

Com direitos políticos cassados pela ditadura iniciada em 1964, Juscelino Kubitschek foi aprisionado em um quartel após a edição do AI-5, em 1968, que endureceu o regime. Em seguida, passou um mês em prisão domiciliar.

Jânio Quadros foi outro detido naquele ano, ainda antes do AI-5, por ter feito críticas ao regime militar. Por ordem do governo, ficou temporariamente “confinado” a Corumbá, que hoje integra Mato Grosso do Sul. Ele era natural de Campo Grande.

A Era Vargas coleciona dois ex-presidentes presos. A primeira vítima foi Washington Luís, que, deposto pelo levante liderado por Getúlio Vargas em 1930, foi preso e partiu para o exílio.

Artur Bernardes perdeu a liberdades duas vezes. Primeiro, em 1932, ao apoiar a Revolução Constitucionalista. Depois, em 1939, após Getúlio decretar o Estado Novo.

Já Café Filho (1954-1955) chegou a ficar mantido incomunicável em seu apartamento, guardado pelo Exército, antes de ter seu impedimento votado pelo Congresso durante a crise que precedeu a posse de JK. Folhapress

Câmara dos Deputados cassa o mandato de Chiquinho Brazão por ausência em sessões

A Câmara dos Deputados cassou, nesta quinta-feira (24), o mandato de Chiquinho Brazão, parlamentar acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

A decisão, assinada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republcanos-PB), e por deputados que compõem a Mesa da Câmara, foi revelada pelo portal G1 e confirmada pelo jornal Folha de S.Paulo.

A decisão foi baseada em trecho da Constituição que afirma que perderá o mandato o deputado ou senador “que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada”.

Um processo de cassação tramitava na Câmara e já tinha sido aprovado no Conselho de Ética, mas aguardava estagnado há mais de um ano que fosse pautado no plenário pela presidência da Casa —antes Arthur Lira (PP-AL), agora Motta.

No último dia 11, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu a prisão domiciliar a Brazão. Ele estava preso preventivamente na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).

João Grabriel/Folhapress

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