Datafolha: Revogação de visto de Moraes por Trump é apoiada por 47% e reprovada por 42%
A revogação do visto americano de Alexandre de Moraes, familiares e de outros ministros do Supremo Tribunal Federal pelo governo Donald Trump é aprovada por 47% dos brasileiros. Outros 42% condenam a iniciativa.
O resultado aferido por pesquisa Datafolha surpreende quando colocado ao lado da motivação da punição imposta por Trump: a determinação de Moraes para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fosse submetido a medidas cautelares visando evitar que deixe o país antes de ser julgado pela trama golpista de 2022.
Na mesma pesquisa do Datafolha, 55% disseram aprovar as restrições, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica, obrigação de ficar em casa à noite e aos fins de semana e outros itens. Outros 41% desaprovaram a decisão de Moraes.
Como a margem de erro do levantamento é de dois pontos para mais ou menos, é possível dizer que a sanção ao ministro do Supremo divide mais a sociedade. Mas fica o fato de que o maior contingente entre os ouvidos apoia tanto punir Bolsonaro quanto Moraes, na prática.
Trump tomou sua decisão no dia 18 de julho, logo após a operação da Polícia Federal que levou Bolsonaro a colocar o dispositivo eletrônico no tornozelo e apreendeu dólares em sua casa.
Como o americano vinha usando o que chama de caça às bruxas contra o ex-presidente pelo Judiciário como justificativa para o tarifaço, elevando as taxas de importação de produtos brasileiros para 50%, e o filho de Bolsonaro Eduardo está nos EUA tratando de promover a causa do pai, Moraes identificou risco de ele sair do Brasil.
O julgamento da trama golpista está previsto para ocorrer em setembro e, se condenado às penas máximas nos crimes dos quais é acusado, Bolsonaro pode pegar até 43 anos de prisão.
O Datafolha foi a campo ouvir 2.004 pessoas em 130 cidades nos dias 29 e 30 de julho. Assim, quando seu formulário de questões foi elaborado, não estava estabelecida a próxima etapa da campanha de Trump contra Moraes, a inclusão do ministro nas sanções previstas pela Lei Magnitsky.
Isso foi decidido só no dia 30. A lei determina o congelamento de bens nos EUA de estrangeiros acusados de violações dos direitos humanos, terrorismo e corrupção, o que pode levar a um questionamento judicial do uso do diploma legal por Trump contra Moraes.
A escalada adicionou ainda mais tempero institucional no embate entre Trump e o governo Lula (PT), visto pelo presidente americano e por Bolsonaro como um aliado de Moraes.
As consequências da refrega são imprevisíveis na política, ainda que no campo econômico a lista de exceções a setores da economia americana que seriam mais atingidos com o aumento das alíquotas de importação do Brasil tenha sugerido uma abertura de negociação.
O apoio à sanção a Moraes na questão do visto é maior entre os mais ricos (50%, ante 40% no grupo daqueles mais pobres), na classe média mais baixa (58%) e, claro, entre insatisfeitos com o desempenho do Supremo (68%) e eleitores declaradamente bolsonaristas (66%) —apenas 32% dos petistas aprovam a revogação.
Igor Gielow, Folhapress
Trump posiciona submarinos nucleares após ameaça da Rússia; conheça frota de ataque dos EUA
Marinha dos EUA opera 71 submarinos com propulsão nuclear, incluindo 14 equipados com mísseis balísticos nucleares, além de outros de ataque e lançadores de mísseis convencionais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que mobilizou dois submarinos nucleares nesta sexta-feira (1º), após as ameaças feitas pelo ex-presidente da Rússia Dmitry Medvedev. Ele não detalhou quais são os submarinos e onde eles foram posicionados.
O termo "submarinos nucleares" não é preciso, pois todos os submarinos dos EUA têm propulsão nuclear. No entanto, é provável que Trump se refira aos chamados submarinos balísticos, que transportam ogivas nucleares capazes de atingir qualquer parte do mundo.
A Marinha dos EUA opera atualmente 71 submarinos com propulsão nuclear, incluindo 14 equipados com mísseis balísticos nucleares, além de outros de ataque e lançadores de mísseis convencionais.
Conheça a frota dos EUA:
O coração da dissuasão nuclear dos EUA: os submarinos balísticos
Os Estados Unidos operam atualmente 14 submarinos balísticos com ogivas nucleares, todos da chamada classe Ohio. Eles são considerados parte crucial da chamada "tríade nuclear" americana — composta por mísseis terrestres, bombardeiros e submarinos — por serem quase impossíveis de detectar e oferecerem a garantia de retaliação mesmo após um ataque-surpresa.
Cada um desses submarinos carrega até 20 mísseis balísticos Trident II D5, com alcance superior a 11 mil quilômetros. Cada míssil pode conter várias ogivas nucleares independentes, capazes de atingir múltiplos alvos simultaneamente.
Isso significa que um único submarino pode, sozinho, devastar dezenas de cidades inimigas. Essas embarcações podem ficar submersas por até 90 dias, operando em silêncio absoluto, sem revelar sua posição. Seus tripulantes vivem sob sigilo extremo e em regime de rotação constante, garantindo que parte da frota esteja sempre pronta para agir.
Os submarinos balísticos são o elemento mais confiável da dissuasão estratégica americana porque permanecem escondidos nos oceanos, mesmo em tempos de paz, com capacidade de responder a qualquer ataque nuclear contra os Estados Unidos. O princípio é simples: ninguém ataca quem sabe que pode revidar com força total, mesmo após ser atingido — isso é o que os militares chamam de “capacidade de segundo ataque”.
É rara a aparição deste tipo de submarino. Em 2022, imagens do submarino USS Nevada na ilha de Guam, no Pacífico, foram interpretadas como um aviso dos EUA aos chineses, em meio a crescentes tensões no Mar da China Meridional.
Outras categorias: mísseis convencionais e ataque tático
Além dos 14 submarinos balísticos, a Marinha americana opera 4 submarinos da mesma classe Ohio que foram modificados para missões convencionais. Em vez de mísseis nucleares, eles carregam até 154 mísseis de cruzeiro Tomahawk, capazes de atingir alvos com precisão a mais de 1.600 km de distância.
Esses submarinos são usados para bombardear alvos estratégicos no início de conflitos — como bases aéreas, radares ou sistemas de defesa antiaérea inimigos.
A frota é completada por 53 submarinos de ataque, divididos entre as classes Los Angeles, Virginia e Seawolf. Esses submarinos são usados para espionagem, guerra contra outros submarinos, apoio a forças especiais e escolta de porta-aviões.
Todos são movidos a energia nuclear, o que permite longas missões sem necessidade de reabastecimento. Eles são armados com mísseis Tomahawk, torpedos pesados e sistemas de vigilância de alta tecnologia.
Tensão com a Rússia
Nesta quinta-feira (31), Dmitry Medvedev, que é aliado de Vladimir Putin e membro do governo, disse que o norte-americano deveria lembrar que Moscou ainda possui o sistema soviético de retaliação nuclear, conhecido como "Mão Morta", com alto poder de destruição.
Em post na rede Truth Social, Trump mostrou que não gostou de ser ameaçado e informou sobre o movimento militar nas "regiões apropriadas", sem especificar, no entanto, quais são elas.
"Com base nas declarações altamente provocativas do ex-presidente russo, Dmitry Medvedev, agora vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa, ordenei o posicionamento de dois submarinos nucleares nas regiões apropriadas, para o caso de essas declarações tolas e inflamatórias serem mais do que apenas isso. Palavras são muito importantes e muitas vezes podem levar a consequências indesejadas. Espero que este não seja um desses casos", afirmou.
Rússia faz exercícios com submarinos nucleares em 2024
O "Mão Morta" é um sistema automático de disparo de mísseis nucleares desenvolvido na era soviética. Ele foi projetado para reagir caso a liderança russa seja eliminada em um ataque. O próprio governo russo já se referiu à ferramenta como uma “arma apocalíptica”.
Por Redação g1Trump diz que posicionou submarinos nucleares 'em regiões apropriadas' após ameaças de aliado de Putin
Pronunciamento do presidente dos EUA ocorre um dia após o ex-presidente da Rússia Dmitry Medvedev mencionar o 'Mão Morta', sistema automático de disparo de mísseis nucleares desenvolvido na era soviética. https://g1.globo.com/globonews/jornal-globonews/video/analise-a-reacao-do-brasil-as-sancoes-contra-moraes-13806175.ghtml
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que mobilizou dois submarinos nucleares nesta sexta-feira (1º), após as ameaças feitas pelo ex-presidente da Rússia Dmitry Medvedev.
Na quinta-feira (31), o russo, que é aliado de Vladimir Putin e membro do governo, disse que o norte-americano deveria lembrar que Moscou ainda possui o sistema soviético de retaliação nuclear, conhecido como "Mão Morta", com alto poder de destruição.
Em post na rede Truth Social, Trump mostrou que não gostou de ser ameaçado e informou sobre o movimento militar nas "regiões apropriadas", sem especificar, no entanto, quais são elas.
"Com base nas declarações altamente provocativas do ex-presidente russo Dmitry Medvedev, agora vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa, ordenei o posicionamento de dois submarinos nucleares nas regiões apropriadas, para o caso de essas declarações tolas e inflamatórias serem mais do que apenas isso. Palavras são muito importantes e muitas vezes podem levar a consequências indesejadas. Espero que este não seja um desses casos", afirmou.
O "Mão Morta" é um sistema automático de disparo de mísseis nucleares desenvolvido na era soviética. Ele foi projetado para reagir caso a liderança russa seja eliminada em um ataque. O próprio governo russo já se referiu à ferramenta como uma “arma apocalíptica”.
Pouco antes de falar sobre os submarinos, Trump também lamentou as mortes de soldados na guerra entre a Rússia e a Ucrânia e voltou a pedir que os dois países cheguem a um acordo de cessar-fogo.
Na terça-feira (29), o republicano deu um prazo de 10 dias para o governo russo aceitar a proposta de 60 dias de trégua apresentada pelos EUA. Caso contrário, disse que o país e seus parceiros comerciais sofreriam sanções, com tarifas chegando até aos 100%.
"Acabei de ser informado de que quase 20 mil soldados russos morreram este mês na ridícula guerra com a Ucrânia. A Rússia perdeu 112.500 soldados desde o início do ano. São muitas mortes desnecessárias! A Ucrânia, no entanto, também sofreu muito. Perdeu aproximadamente 8 mil soldados desde 1º de janeiro de 2025, e esse número não inclui os desaparecidos [...] Esta é uma guerra que nunca deveria ter acontecido — esta é a guerra de Biden, não de Trump. Estou aqui apenas para ver se consigo impedi-la!", escreveu.
Troca de farpas começou por tarifas
A declaração de Medvedev sobre uma possível retaliação nuclear russa foi uma reação a outra mensagem publicada por Trump nas redes. Nela, o presidente dos Estados Unidos o criticava por ter dito que a proposta de tarifas contra compradores de petróleo russo era "um jogo de ultimatos" que aproximava os dois países de uma guerra.
"Digam a Medvedev, o ex-presidente fracassado da Rússia que acha que ainda é presidente, para tomar cuidado com suas palavras. Ele está entrando em um território muito perigoso!", escreveu Trum
Medvedev respondeu horas depois, em seu canal no Telegram. Ele disse que Trump demonstrou estar nervoso e que isso é sinal de que a Rússia está "no caminho certo".
Desde o início da guerra na Ucrânia, Medvedev tem sido uma das vozes mais agressivas do Kremlin contra o Ocidente. Críticos o consideram irresponsável. Mas diplomatas dizem que seus discursos refletem parte do pensamento estratégico de Moscou.
Em relação ao presidente russo, Vladimir Putin, Trump tem se dito "decepcionado". Após defendê-lo no começo de seu mandato, desde que não conseguiu chegar ao prometido acordo de paz que desejava, o presidente dos EUA mudou o tom e, há três semanas, chegou a chamá-lo de "inútil".
Por Redação g1
Moraes diz que ‘organização miliciana’ age de forma ‘covarde e traiçoeira’ sob crivo dos EUA
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes chamou de “covarde e traiçoeira” a “organização miliciana” que tem atuado para impor sanções dos Estados Unidos ao País e a autoridades brasileiras com o objetivo de frear o julgamento da ação penal do golpe, que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a até 43 anos de prisão.
“Estamos vendo diversas condutas dolosas e recorrentes de uma verdadeira organização criminosa que nunca vista antes na história do País age de maneira covarde e traiçoeira para submeter este Supremo Tribunal Federal ao crivo de uma Estado estrangeiro”, afirmou, sem mencionar nomes como o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do comunicador Paulo Figueiredo, que têm ostentado nas redes o lobby por sanções ao Brasil.
O ministro, que relata a ação penal do golpe, afirmou nesta sexta-feira, 1º, que estes agentes atuam por meio “coação contra o STF com a finalidade de obter um súbito, inexiste e inconstitucional arquivamento de ações penais propostas pela procurador-geral da República”.
Esses objetivos têm sido vocalizados por Eduardo e Paulo Figueiredo e foi expressamente manifestado na carta enviada pelo presidentes do Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no momento do anúncio das tarifas de 50% aos produtos brasileiros. Trump colocou como condição para o fim das sanções o arquivamento do processo em curso contra Bolsonaro.
Segundo Moraes, o arquivamento das ações penais seria um ato “tirânico” em benefício de pessoas que se acham acima da Constituição. Na avaliação do ministro, essas condutas configuram expressos atos de “traição do Brasil” e confissão de atos criminosos, como obstrução de Justiça, coação no curso do processo e, principalmente, atentado à soberania nacional.
“Não estão só ameaçando, coagindo, autoridades públicas, ministros do Supremo Tribunal Federal e fazem isso diariamente nas redes sociais ameaçando as famílias dos ministros e do procurador-geral da República. Uma atitude costumeiramente afeita a milicianos do submundo do crime”, disse Moraes.
O magistrado garantiu que esses agentes serão responsabilizados. “Acham que estão lidando com gente da lei deles, que estão lidando com milicianos, mas estão lidando com ministros da Suprema Corte”.
“Enganam-se essa organização miliciana e aqueles brasileiros escondidos e foragidos fora do território nacional em esperar fraqueza institucional ou debilidade democrática”, afirmou.
Weslley Galzo e Nino Guimarães/Estadão Conteúdo
PF, em ação conjunta com Receita Federal e Polícia Militar, apreende veículo carregado de maconha
Londrina/PR. Na manhã desta sexta-feira (1/8), uma ação integrada entre a Polícia Federal, a Receita Federal do Brasil e a Polícia Militar do Paraná, por meio do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA), da Companhia do Choque e a 11ª CIPM de Cambé/PR, resultou na apreensão de um veículo carregado com maconha e na prisão de um homem.
Durante a operação de repressão a crimes transfronteiriços, um veículo suspeito foi identificado pelas equipes na PR 445, próximo à alça de acesso ao distrito de Irerê. Com o apoio aéreo do helicóptero do BPMOA, foi possível orientar as equipes em solo que realizaram o cerco e efetuaram a prisão.
No interior do veículo, foi encontrada a droga, acondicionada em diversos fardos, a qual pesou 330 kg. A ocorrência foi encaminhada para a Delegacia da Polícia Federal em Londrina, onde o preso, um jovem de 18 anos, o entorpecente e o veículo foram apresentados para os procedimentos legais cabíveis.
Comunicação Social da Polícia Federal em Londrina
Hugo Motta declara a perda de mandato de sete deputados depois de retotalização de votos
A Mesa da Câmara dos Deputados, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou a perda de mandato de sete deputados federais com base em uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que alterou a distribuição de cadeiras entre os partidos na eleição de 2022.
A decisão publicada na quarta-feira (30) atinge os deputados Sílvia Waiãpi (PL-AP), Gilvan Máximo (Republicanos-DF), Augusto Puppio (MDB-AP), Lebrão (União Brasil-RO), Lázaro Botelho (PP-TO), Professora Goreth (PDT-AP) e Sonize Barbosa (PL-AP).
Em ações movidas pelos partidos Podemos, PSB e Rede, o STF entendeu que mesmo as legendas que não tivessem atingido a cláusula de barreira poderiam participar da distribuição das vagas remanescentes, as chamadas sobras, na distribuição de cadeiras da Câmara.
Do mesmo partido que Motta, Gilvan Máximo afirma que “o Parlamento se apequenou e o presidente se acovardou”. “Um dia triste no Brasil, não porque estão tomando o mandato que eu conquistei nas urnas, mas porque, agindo assim, a Justiça está dizendo que pode mudar as regras do jogo no meio do segundo tempo”, publicou em suas redes.
Com isso, foram chamados a tomar posse na Câmara o ex-governador do DF Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), além de André Abdon (PP-AP), Paulo Lemos (PSOL-AP), Rafael Bento Pereira (Podemos-RO), Tiago Dimas (Podemos-TO), Aline Gurgel (Republicanos-AP) e Professora Marcivania (PC do B-AP).
Carolina Linhares/Folhapress
Representantes de 25 países pressionam governo Lula para tirar COP30 de Belém
Um grupo de 25 negociadores da COP30, a conferência sobre clima da ONU (Organização das Nações Unidas), assinou um documento no qual sugerem que, se os preços de hospedagem exorbitantes no Pará não forem resolvidos, o evento deveria, ao menos em parte, acontecer em outro local.
A Folha teve acesso ao documento e conversou com representantes de parte desses países. No texto, os signatários —inclusive de nações ricas— pedem que condições mínimas de acomodação e custo sejam atendidas, “seja em Belém ou em outro lugar”.
Segundo pessoas a par das discussões disseram à reportagem sob anonimato, a insatisfação dos países é principalmente com as opções de hotéis, mas também com a logística em geral, segurança e transporte.
O documento reconhece o trabalho do governo Lula (PT) e da organização para viabilizar o evento e celebra a escolha de Belém como sede —uma cidade que vive as realidades das mudanças climáticas—, mas deixa explícita tais preocupações.
“[Ter condições de participar] significa ser possível viajar para Belém, ficar em acomodações adequadas e acessíveis, e ir ao pavilhão e voltar de forma segura e eficiente em termos de tempo, inclusive tarde da noite”, diz a carta.
“Se a COP inteira for mesmo acontecer em Belém”, os países pedem que essas condições sejam garantidas —mas reiteram que a situação é preocupante, a cem dias do início do evento.
O documento é endereçado tanto para a organização do evento quanto para a UNFCCC (o braço sobre clima da ONU).
Procurada pela Folha, a secretaria-extraordinária da COP30 confirmou o recebimento da carta, mas disse que não tratou do tema com outros países.
“Não há a possibilidade da COP30 ou parte da Conferência acontecer fora de Belém”, disse o órgão. A UNFCCC não respondeu.
Além de coletivos como o Grupo de Negociadores Africanos e o Países Menos Desenvolvidos (LDC, em inglês), dentre os 25 signatários do texto há nações desenvolvidas como Áustria, Bélgica, Canadá, República Checa, Finlândia, Holanda, Noruega, Suécia e Suíça.
A reclamação recai em especial sobre a cúpula de chefes de Estado —que reúne o mais alto nível dos representantes dos países. Segundo um influente diplomata das negociações climáticas da ONU disse à Folha sob anonimato, há uma grande pressão para que ao menos este segmento, que acontece antes da COP em si, seja transferido.
Como revelou a agência Reuters, uma reunião de emergência da UNFCCC foi realizada na última terça-feira (29) para tratar exatamente dos problemas logísticos. O Brasil tem até o próximo dia 11 para responder os receios levantados no encontro.
“O Brasil tem muitas opções para termos uma COP melhor, uma boa COP. Por isso estamos pressionando para que o Brasil forneça respostas melhores, em vez de nos dizer para limitar nossa delegação”, disse à agência Reuters Richard Muyungi, presidente do Grupo de Negociadores Africanos.
A reunião do dia 11 já estava agendada e ocorreu para “dar continuidade ao diálogo sobre o conjunto de ações para realização da COP30”, acrescentou a secretaria da conferência.
Nesta quinta (31), o presidente da COP, André Corrêa do Lago, confirmou que alguns países pediram para que a conferência não seja realizada na capital paraense.
“Acredito que talvez os hotéis não estejam se dando conta da crise que eles estão provocando”, disse.
Desde que a COP foi anunciada na capital paraense, o preço dos hotéis explodiu e a organização busca alternativas para dar conta tanto do preço da hospedagem, quanto do déficit de leitos para acomodar todas as cerca de 50 mil pessoas que devem comparecer.
Dentro dessa estratégia estão apurações internas no governo sobre práticas abusivas do setor hoteleiro e a mobilização de Airbnb, escolas, habitações do Minha Casa, Minha Vida e até navios cruzeiros para tentar resolver o problema.
A carta, segundo negociadores, vem sendo elaborada há semanas, mas eles preferiram esperar que a plataforma de hospedagem do governo ficasse pronta para, só então, finalizá-la.
Com atraso, a organização da COP lançou a plataforma, inicialmente restrita aos países participantes da conferência, primeiro focado em oferecer quartos por até US$ 220, ou R$ 1.225, para nações em desenvolvimento ou insulares.
À Folha, A secretaria da conferência acrescentou que cada delegação dos países menos desenvolvidos e insulares terá direito a 15 quartos por até US$ 200 e as outras, 10, por até US$ 600 —o total é de 2.500.
A reportagem procurou o setor, por meio Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, mas não houve retorno.
Na carta, os países pedem que este grupo tenha condições de se acomodar por diárias de até US$ 164 (R$ 918) e perto das intermediações do pavilhão onde acontecem as negociações, que ficará no Parque da Cidade.
Os representantes dizem que, neste momento, acomodar todos os participantes é a preocupação principal do grupo, e que a falta de clareza sobre como este problema será resolvido é preocupante. Eles afirmam que nunca antes tantas delegações estavam sem saber como iriam participar do evento, 100 dias antes dele acontecer.
Os países alegam também estarem se esforçando para reduzir suas delegações —como foi pedido pelo Brasil— para se adequar à realidade de Belém, mas que há um limite nisso, uma vez que muitos temas são negociados simultaneamente na COP.
O documento também critica a possibilidade de que pessoas tenham que dividir quartos para conseguir economizar custos, dizem que também a sociedade civil precisa ter sua participação garantida e pedem apoio da UNFCCC.
“Se essas condições não forem atendidas para todos que precisam estar em nossas negociações multilaterais, não teremos chance de chegar a um resultado de sucesso”, diz a carta
João Gabriel e Ricardo Della Coletta/Folhapress
União Brasil banca ida de políticos a Europa com fundo público em semana de festa de Rueda na Grécia
Estocolmo, na Suécia, e a ilha de Mykonos, na Grécia, vão sediar a partir desta sexta-feira (1°) uma semana de eventos com a presença de políticos brasileiros do União Brasil, terceira legenda com maior fatia dos recursos públicos que financiam os partidos.
O primeiro, de caráter particular, é patrocinado pelo presidente do partido, Antonio Rueda, que chamou políticos e familiares para comemorar seus 50 anos de idade em uma festa de quatro dias na badalada ilha grega —mesmo local que no ano passado abrigou a festa de aniversário do cantor sertanejo Gusttavo Lima, também prestigiada por autoridades brasileiras.
Os convidados da festa de Rueda receberam convite com roteiro que inclui “drinks ao pôr do sol”, jantares, cafés e eventos destinados “a brindar e viver Mykonos intensamente”, como antecipou o jornal O Globo.
O convite informa que a festa de 50 anos do dirigente terminará no dia 4, segunda-feira.
Do dia seguinte, 5, até a sexta-feira, 8, tem lugar a conferência ambiental TheAmazon.life, bancada ao menos em parte pelo partido na capital sueca e que anuncia a presença, basicamente, só de políticos e dirigentes do União Brasil, entre eles dois irmãos do presidente, Maria Emília “Mila” de Rueda e Fábio Rueda.
O partido custeará as passagens de ida e volta e a hospedagem dos políticos na Suécia, a três horas de voo da festa de aniversário do presidente da legenda. A legenda bancará passagens e hospedagem de 9 dos 13 integrantes da missão e não informou o custo e os nomes dos participantes.
O União Brasil diz que o evento é necessário para discutir o futuro do ambiente.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, um dos três integrantes da cota do União Brasil na Esplanada dos Ministérios, também estava confirmado tanto no evento como no aniversário de Rueda. Um dia após o ministério ser procurado pela Folha, no entanto, a assessoria da pasta informou que ele cancelou a ida.
Os motivos seriam uma possível convocação de Lula para reuniões, após o presidente chamar os três ministros do partido para cobrar explicações sobre críticas de Rueda contra ele. Sabino tinha informado que tiraria uma licença não remunerada para a viagem, já que se tratava de um evento partidário.
Figuravam como presenças confirmadas no evento na Suécia também os governadores do partido Wilson Lima (Amazonas) e Marcos Rocha (Rondônia). O Governo de Rondônia disse que os questionamentos deveriam ser destinados ao partido. A Folha não obteve resposta da assessoria de Lima.
O único nome de fora do União Brasil que estava com presença “a confirmar” na propaganda da conferência era o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (AL), que é do PP. A legenda está montando uma federação com o União Brasil. Ele disse à reportagem que nem sequer sabia do evento e não participará.
O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), confirmou ida à festa em Mykonos. Outros políticos convidados, como o deputado federal Elmar Nascimento (União-BA) e ACM Neto (União-BA), presidente da fundação do partido, a Índigo, disseram a aliados que não poderão comparecer.
Na programação da conferência são citadas visitas a órgãos públicos e privados na Suécia e uma conferência no dia 6 no Grand Hôtel Stockholm Sweden, que tem diárias anunciadas a mais de R$ 4.000.
Nesse dia, há quatro debates previstos, entre eles “o potencial da conexão entre Suécia e o Brasil para o desenvolvimento sustentável da região amazônica” e “soluções para conectar políticos, pesquisadores e empresários em um movimento contínuo de resultados práticos”.
A Vinnova, a agência de inovação da Suécia, uma das paradas da programação anunciada, disse à Folha que aceitou pedido de uma delegação do Brasil para visita, já que faz parte das atribuições da agência “disseminar conhecimento sobre as oportunidades de inovação na Suécia”, mas que não tem nenhuma participação financeira ou de logística no evento.
O site da conferência informa que há ingressos e pacotes de ingressos e hospedagem à venda, que vão de 497 a 1.000 euros (R$ 3.166 a R$ 6.370), mas nenhuma das formas de pagamento oferecidas (Pix, boleto bancário ou cartão de crédito) estava funcionando quando a reportagem tentou adquiri-las na terça (29).
O União Brasil recebeu só no primeiro semestre deste ano R$ 58 milhões do Fundo Partidário, ficando atrás apenas de PL e PT. Rueda tem protagonizado nos últimos tempos ações e declarações de teor oposicionista, apesar de o partido ter três ministérios no governo Lula.
Em entrevista coletiva para anunciar em junho oposição ao pacote de aumento de impostos do governo, Rueda defendeu urgência em propostas de cortes de desperdícios públicos.
“Contas públicas não é só criar impostos, é cortar desperdícios urgentemente. (…) Os presidentes do União Progressista [o nome da federação União-PP] e os seus líderes anunciam que irão reunir as bancadas do Senado e da Câmara para decidir fechar questão contra qualquer proposta de aumento de impostos que não venha acompanhada de uma rigorosa e crível lista de cortes de desperdícios”, disse na ocasião.
Em nota nesta quarta-feira (30) a respeito dos atritos com o governo petista, ele afirmou que o partido “tem identidade própria e não abre mão da sua autonomia política”.
Em nota, o União Brasil afirmou que a presença na conferência TheAmazon.life “é consequência das ações e participações do partido, ao longo dos anos, em eventos internacionais que tratam sobre o futuro do meio ambiente, sustentabilidade e turismo”.
O partido diz que na COP28, em 2023, lançou em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o projeto “Brasil 2044”, que “cria, aprimora e implementa políticas públicas vislumbrando como serão as cidades no ano de 2044”. Diz ainda ter sido a primeira legenda brasileira a participar de uma COP.
Em acréscimo à nota, Rueda negou ainda qualquer relação entre o evento de Estocolmo e a sua festa de aniversário em Mykonos.
O partido relata ainda que a sua fundação, a Índigo, arcará com a curadoria do painel sobre o Coração da Amazônia, no próximo dia 6.
O União Brasil diz que Rueda não participará da conferência e que a data do evento foi definida pela instituição do terceiro setor responsável pelo TheAmazon.life.
A reportagem fez perguntas à pessoa de posse do número de telefone celular constante no site TheAmazon.life, com prefixo 61, de Brasília, mas ela não respondeu aos questionamentos específicos sobre o evento ou a instituição.
Também não houve manifestação sobre por que as formas de pagamento para os ingressos e pacotes não estavam funcionando e quantos ingressos teriam sido vendidos.
Raphael Di Cunto, Ranier Bragon e Guilherme Seto/Folhapress
Decisão judicial confirma ilegalidade de movimento do Sindimed-BA
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informa que as unidades da rede estadual seguem em funcionamento regular, com assistência à população.
A tentativa do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed-BA) de criar um falso cenário de colapso por meio de uma retórica alarmista e estratégias de desinformação foi devidamente rebatida com fatos, responsabilidade institucional e, agora, com respaldo judicial.
O Tribunal de Justiça da Bahia concedeu liminar ao Governo do Estado, declarando a ilegalidade e abusividade do movimento disfarçado de “restrição de atendimentos” deflagrado pelo sindicato. A decisão determina que o Sindimed-BA suspenda imediatamente a paralisação, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
A medida reforça o entendimento de que a interrupção de serviços essenciais comprometeria a vida e a saúde da população, especialmente de pacientes internados e gestantes de alto risco. A liminar confirma que o movimento configura risco inaceitável à saúde pública.
A Sesab lamenta que, mesmo diante da clareza dos fatos e do diálogo institucional promovido na reunião do último dia 24 de julho com o Ministério Público do Trabalho e a Procuradoria Geral do Estado, o Sindimed tenha optado por disseminar a insegurança e a desinformação.
A secretaria reafirma seu compromisso com a valorização dos trabalhadores da saúde, com o fortalecimento do SUS e, sobretudo, com o direito de cada baiana e cada baiano de receber atendimento digno, seguro e contínuo.
SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Sinais de que a Relação Está em Risco
Toda relação amorosa, por mais forte que seja, enfrenta desafios e momentos de tensão. Porém, quando esses desafios começam a se repetir e a relação perde a harmonia, é importante ficar atento aos sinais que indicam que o relacionamento pode estar em risco. Reconhecer esses sinais precocemente é essencial para tomar decisões conscientes, buscar ajuda ou refletir sobre o futuro a dois.
Um dos primeiros sinais de alerta é a falta de comunicação saudável. Quando o diálogo deixa de existir ou se transforma em discussões frequentes e sem resolução, o casal começa a se distanciar emocionalmente. O silêncio prolongado, a indiferença ou o uso de palavras agressivas são indícios de que algo não vai bem.
Outro ponto crucial é a perda da confiança. A confiança é o alicerce do amor, e sua ausência pode surgir por mentiras, traições, promessas quebradas ou falta de transparência. Sem confiança, cresce a insegurança, o ciúmes excessivo e o medo de se abrir para o outro, criando um ciclo negativo difícil de romper.
A falta de intimidade emocional e física também merece atenção. Quando o casal para de compartilhar sentimentos, sonhos e desejos, e a relação sexual perde importância, isso pode indicar que a conexão está se enfraquecendo. O afastamento afetivo pode ser tão prejudicial quanto o afastamento físico.
Além disso, a crítica constante e a desvalorização do parceiro minam a autoestima e o afeto. Brincadeiras que ferem, reclamações exageradas e a falta de reconhecimento pelas qualidades do outro criam um ambiente hostil, onde o amor tem dificuldade de florescer.
Outro sinal importante é o desinteresse pelas necessidades e limites do outro. Relacionamentos saudáveis dependem de respeito mútuo, e ignorar os sentimentos ou desejos do parceiro demonstra falta de empatia e cuidado. Quando um dos lados age sempre para si mesmo, a relação fica desequilibrada e insatisfatória.
Os comportamentos de controle e ciúmes excessivos são indicativos de problemas sérios. Monitorar o parceiro, impor regras, restringir amizades ou fiscalizar cada passo são atitudes que corroem a liberdade e a confiança, e podem evoluir para abusos emocionais.
Outro ponto que sinaliza risco é a falta de projetos em comum. Quando o casal não consegue mais sonhar junto, planejar o futuro ou encontrar motivos para continuar investindo na relação, o afastamento é uma consequência natural.
Por fim, o desgaste emocional constante — sensação de cansaço, tristeza ou frustração ao pensar no relacionamento — indica que algo precisa ser enfrentado urgentemente. Ignorar esses sentimentos pode levar a crises maiores, rompimentos dolorosos e até impactos na saúde mental.
Diante desses sinais, é fundamental agir com honestidade e coragem. O diálogo aberto sobre o que está acontecendo, a busca por aconselhamento profissional e o empenho em resgatar a conexão são caminhos para reverter o quadro. Em alguns casos, é necessário aceitar que o fim pode ser a melhor decisão para ambos, respeitando os processos e aprendizados vividos. garota com local
Reconhecer que a relação está em risco não é fracasso, mas sim um convite para reflexão e transformação. Cuidar do amor exige atenção constante, dedicação e vontade de crescer juntos. O que está em perigo pode ser salvo, desde que haja consciência e compromisso de ambos os lados.
Porque todo amor merece a chance de ser preservado — mas também merece a verdade, o respeito e a liberdade para seguir o melhor caminho, seja ele qual for. Fonte: Izabelly Mendes.
Escuta Pública Reafirmou democracia cultural em Ipiaú
A Prefeitura de Ipiaú, por meio da Secretária de Cultura em parceria com o Conselho Municipal de Cultura, promoveu na noite da última quarta-feira, 30 de julho, a segunda Escuta Publica da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB).
Os participantes do encontro, na Casa da Cultura, apresentaram suas demandas, opinaram e sugeriram para a elaboração do Plano Anual de Aplicação dos Recursos (PAAR) da PNAB no município.
Desse modo o evento manteve o propósito de um dialogo franco entre poder público e sociedade civil, reafirmando a democracia participativa na área da cultura em Ipiaú e o aprimoramento das políticas culturais do município.
O secretário da Cultura, Caio Braga, destacou que escuta publica é fundamental para garantir que os recursos da PNAB sejam aplicados de forma participativa, transparente e de acordo com as demandas culturais do município.
Dentre outros agentes culturais presentes na escuta publica, estavam representantes músicos, artistas plásticos, artesãos, escritores, produtores, representantes de coletivos culturais, audiovisual, pontos de cultura, espaços culturais, comunidades tradicionais e religiosas de matriz africana, MST e Território de identidade do Médio Rio das Contas. (José Américo Castro/Decom –PMI).
André Mendonça não irá a jantar de Lula com ministros do STF após sanções de Trump contra Moraes
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), avisou a colegas que não irá ao jantar com o presidente Lula (PT) e magistrados da Corte nesta quinta-feira, 31, no Palácio da Alvorada. O grupo vai tratar de uma reação o uso da Lei Magnitsky feito pelo governo dos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes. A legislação norte-americana, que prevê sanções financeiras a estrangeiros, tem entre seus alvos terroristas, traficantes e ditadores.
Indicado ao STF pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mendonça foi ministro da Justiça e advogado-geral da União daquele governo. Discreto, ele é visto como um contraponto no tribunal a Moraes, especialmente em processos do 8 de Janeiro. Mendonça já defendeu penas mais brandas e que os casos não fossem julgados pelo Supremo, mas ficou vencido nas sessões.
O encontro de Lula com os integrantes do Supremo começou a ser discutido na quarta-feira, 30, dia em que Moraes foi sancionado pelo governo dos Estados Unidos pela Lei Magnitsky.
O presidente conversou, no Palácio do Planalto, com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, o decano Gilmar Mendes e o ministro Cristiano Zanin, que foi advogado do petista na Lava Jato.
No jantar, Lula deve detalhar a estratégia da Advocacia-Geral da União para tentar reverter as sanções aplicadas contra ministros do STF. Além de Moraes, outros sete colegas haviam sido punidos com a perda de visto norte-americano.
Ficaram de fora da ofensiva André Mendonça e Kassio Nunes Marques, indicados por Bolsonaro, e Luiz Fux, que tem contestado decisões de Moraes na Primeira Turma da Corte, onde tramita a ação penal do golpe contra o ex-presidente.
Eduardo Barretto/Estadão
Trump publica decreto com tarifas globais e confirma Brasil como maior atingido
O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma medida nesta quinta-feira (31) impondo tarifas de 10% a 41% sobre dezenas de países e mudando o início do tarifaço desta sexta (1º) para daqui sete dias, quando as taxas entram em vigor segundo o decreto.
Entre as sobretaxas, estão 41% para a Síria, 39% para a Suíça, 30% para a África do Sul e 15% para a Venezuela. Índia e Taiwan serão alvo de uma tarifa de 25% e 20%, respectivamente, enquanto o vizinho Canadá recebeu 35% em uma medida separada. Lesoto, que havia sido ameaçado com uma taxa de 50%, ficou com 15%.
No decreto, o Brasil é listado com uma tarifa de 10%, mas nesta quarta-feira (30) Trump assinou medida que implementa uma tarifa adicional de 40% sobre os produtos brasileiros, elevando o valor total da sobretaxa para 50%, a maior até o momento. Apesar da taxa, o país se beneficiou de uma isenção para cerca de 700 produtos exportados aos EUA.
Algumas tarifas foram reajustadas para cima para corresponder aos níveis ameaçados por Trump em cartas enviadas a vários países, enquanto outras formalizaram acordos recentes com países como Vietnã, Japão, Indonésia e Filipinas.
Trump também assinou nesta quinta um decreto que eleva a tarifa sobre o Canadá de 25% para 35% a partir desta sexta-feira (1º), “em resposta à contínua inação” do país, segundo a Casa Branca.
Segundo comunicado, produtos canadenses redirecionados para outros países para evitar as tarifas estarão sujeitas a uma sobretaxa de 40%.
“Não falamos com o Canadá hoje. Ele [o primeiro-ministro canadense, Mark Carney] ligou e nós vamos, vamos ver”, disse Trump a jornalistas durante um evento na Casa Branca antes que a taxa de 35% fosse anunciada.
O líder canadense disse antes que as negociações comerciais com Washington foram construtivas, mas poderiam não ser concluídas até o prazo final desta sexta-feira.
Mais cedo nesta quinta-feira, Trump disse que seria “muito difícil” para os EUA e o Canadá fecharem um acordo depois que Ottawa avançou no reconhecimento do Estado palestino. Ele disse depois, no entanto, que não via o movimento como “um obstáculo” nas negociações.
“Bem, eles têm que pagar uma taxa justa —só isso. É muito simples. Eles têm cobrado tarifas muito, muito altas dos nossos agricultores, algumas acima de 200%, e têm tratado nossos agricultores muito mal”, disse Trump.
Folhapress
Tarifaço: Brasil será chamado a negociar, dizem emissários do governo Trump a empresários dos EUA
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Foto: Reprodução/Instagram |
O Brasil será chamado a negociar com o governo americano, revelaram emissários do governo Trump a empresários dos Estados Unidos, conforme apurou o jornal O Estado de São Paulo. A data, contudo, ainda segue em definição e não é aberta pelos interlocutores.
Apesar de ter sido o país mais taxado até aqui – com exceção da China, cujas alíquotas passaram dos 100% e foram suspensas por 90 dias para tratativas bilaterais -, o Brasil teria ficado mais para o fim da fila, segundo apurou a reportagem, porque Washington estaria dando prioridade aos mercados que são superavitários comercialmente com os Estados Unidos.
Ao contrário do que trazia a carta de 9 de julho do presidente Donald Trump – quando informou a sobretaxa de 40%, além da alíquota de 10% de 2 de abril, levando a 50% -, o Brasil tem déficits constantes com os EUA.
Empresários americanos, em contato com contrapartes brasileiras, afirmam que, até aqui, os acordos firmados pelos Estados Unidos com países parceiros têm seguido a ordem de superávit comercial. A prioridade, segundo os interlocutores, tem sido os mercados com os quais os Estados Unidos têm déficit comercial – caso da União Europeia, Japão e Indonésia, citam.
Já com o Brasil, os EUA têm superávit comercial, que foi de US$ 253 milhões em 2024, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Seguindo essa premissa, o Brasil ficou para o “fim da fila”.
A estratégia foi repassada por secretários do governo americano e assessores da Casa Branca a empresários locais. Interlocutores destacam, contudo, que há um componente político na negociação bilateral que não pode ser ignorado.
Nesta quinta-feira, na ordem executiva sobre o tarifaço do Brasil, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cobrou que o governo brasileiro tome ações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e se alinhe aos interesses americanos como condição para rever as tarifas de 50% aplicadas contra produtos do Brasil.
No texto, Trump afirma que há uma “emergência nacional” no Brasil. Segundo ele, ações do governo brasileiro têm “ameaçado a segurança nacional, a política externa e a economia” americana. O presidente dos Estados Unidos cita Moraes nominalmente, fala em “abuso de autoridade judicial” e também menciona uma “perseguição política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ainda que a lista de exceções com 694 itens publicada nesta quinta tenha sido um ponto mais animador para o Brasil, a diplomacia brasileira ainda está com um pé atrás com os acontecimentos até aqui em relação à novela do tarifaço, iniciada em abril com o Dia da Liberação. Segue a avaliação no Palácio do Planalto e na Esplanada, de que as ações impostas até agora no comércio em relação ao Brasil têm a política como pano de fundo – e não questões econômicas.
Desde a lista, que foi lida como um recuo de Trump, a palavra mais falada foi alívio por causa da briga contra o tempo, que era a batalha doméstica principal até aqui – inicialmente, as novas tarifas estavam previstas para começarem a valer já nesta sexta-feira, 1º.
Negociadores, porém, ainda não enxergam que o momento seja oportuno para comemorações porque, apesar das várias frentes criadas pelo governo, todas as decisões até aqui foram feitas de forma unilateral pelos EUA, e não fruto de discussões bilaterais.
Negociadores estavam enxergando pouco espaço para negociações porque tudo estaria apenas nas mãos de Trump. De forma geral, após a extensa lista de exceções, autoridades ficaram sem entender de imediato o que ela poderia realmente significar.
A publicação em paralelo do decreto da lista de exceções surpreendeu o Executivo. O foco do governo brasileiro neste primeiro momento era a negociação da tarifa geral de 50% e do prazo de entrada em vigor da sobretaxa. O governo brasileiro esperava negociar exceções para serem excluídas da tarifa apenas em um segundo momento.
Outro interlocutor comentou que, com um presidente centralizador e pouco afeito à previsibilidade, há o temor de que novas notícias negativas possam chegar ao front a qualquer momento. Apesar disso, todas as empreitadas do Brasil foram avaliadas como positivas até aqui e, possivelmente, embriões para ações que devem ser tomadas na sequência.
Entre elas estão as teleconferências feitas entre o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, a comitiva de senadores a Washington e o encontro do chanceler Mauro Vieira com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, também na capital americana.
Célia Froufe/Isadora Duarte/Estadão
Apesar de ter sido o país mais taxado até aqui – com exceção da China, cujas alíquotas passaram dos 100% e foram suspensas por 90 dias para tratativas bilaterais -, o Brasil teria ficado mais para o fim da fila, segundo apurou a reportagem, porque Washington estaria dando prioridade aos mercados que são superavitários comercialmente com os Estados Unidos.
Ao contrário do que trazia a carta de 9 de julho do presidente Donald Trump – quando informou a sobretaxa de 40%, além da alíquota de 10% de 2 de abril, levando a 50% -, o Brasil tem déficits constantes com os EUA.
Empresários americanos, em contato com contrapartes brasileiras, afirmam que, até aqui, os acordos firmados pelos Estados Unidos com países parceiros têm seguido a ordem de superávit comercial. A prioridade, segundo os interlocutores, tem sido os mercados com os quais os Estados Unidos têm déficit comercial – caso da União Europeia, Japão e Indonésia, citam.
Já com o Brasil, os EUA têm superávit comercial, que foi de US$ 253 milhões em 2024, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Seguindo essa premissa, o Brasil ficou para o “fim da fila”.
A estratégia foi repassada por secretários do governo americano e assessores da Casa Branca a empresários locais. Interlocutores destacam, contudo, que há um componente político na negociação bilateral que não pode ser ignorado.
Nesta quinta-feira, na ordem executiva sobre o tarifaço do Brasil, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cobrou que o governo brasileiro tome ações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e se alinhe aos interesses americanos como condição para rever as tarifas de 50% aplicadas contra produtos do Brasil.
No texto, Trump afirma que há uma “emergência nacional” no Brasil. Segundo ele, ações do governo brasileiro têm “ameaçado a segurança nacional, a política externa e a economia” americana. O presidente dos Estados Unidos cita Moraes nominalmente, fala em “abuso de autoridade judicial” e também menciona uma “perseguição política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ainda que a lista de exceções com 694 itens publicada nesta quinta tenha sido um ponto mais animador para o Brasil, a diplomacia brasileira ainda está com um pé atrás com os acontecimentos até aqui em relação à novela do tarifaço, iniciada em abril com o Dia da Liberação. Segue a avaliação no Palácio do Planalto e na Esplanada, de que as ações impostas até agora no comércio em relação ao Brasil têm a política como pano de fundo – e não questões econômicas.
Desde a lista, que foi lida como um recuo de Trump, a palavra mais falada foi alívio por causa da briga contra o tempo, que era a batalha doméstica principal até aqui – inicialmente, as novas tarifas estavam previstas para começarem a valer já nesta sexta-feira, 1º.
Negociadores, porém, ainda não enxergam que o momento seja oportuno para comemorações porque, apesar das várias frentes criadas pelo governo, todas as decisões até aqui foram feitas de forma unilateral pelos EUA, e não fruto de discussões bilaterais.
Negociadores estavam enxergando pouco espaço para negociações porque tudo estaria apenas nas mãos de Trump. De forma geral, após a extensa lista de exceções, autoridades ficaram sem entender de imediato o que ela poderia realmente significar.
A publicação em paralelo do decreto da lista de exceções surpreendeu o Executivo. O foco do governo brasileiro neste primeiro momento era a negociação da tarifa geral de 50% e do prazo de entrada em vigor da sobretaxa. O governo brasileiro esperava negociar exceções para serem excluídas da tarifa apenas em um segundo momento.
Outro interlocutor comentou que, com um presidente centralizador e pouco afeito à previsibilidade, há o temor de que novas notícias negativas possam chegar ao front a qualquer momento. Apesar disso, todas as empreitadas do Brasil foram avaliadas como positivas até aqui e, possivelmente, embriões para ações que devem ser tomadas na sequência.
Entre elas estão as teleconferências feitas entre o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, a comitiva de senadores a Washington e o encontro do chanceler Mauro Vieira com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, também na capital americana.
Célia Froufe/Isadora Duarte/Estadão
Montadoras apoiam decisão que limita importação de carros elétricos
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Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo |
As montadoras de carros sediadas no Brasil apoiaram a decisão do governo que reduziu o prazo para estabelecer em 35% a alíquota de importação de veículos elétricos ou híbridos desmontados e que fixou cota para as empresas trazerem esses tipos de carros com isenção de impostos.
Segundo o governo, foram acatadas, em parte, as demandas das montadoras sediadas no Brasil e dos importadores em fase de instalação de fábricas no país, como a chinesa BYD.
A decisão impacta a disputa pelo mercado brasileiro que colocou, de um lado, a fabricante chinesa BYD, liderança em carros elétricos, contra as montadoras Toyota, General Motors, Volkswagen e Stellantis, que vinham pedindo ao governo para limitar as importações dos veículos elétricos ou híbridos.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) pediu para reduzir de julho de 2028 para julho de 2026 o prazo máximo de transição para elevar as alíquotas de importação desses veículos desmontados para 35%.
Em decisão tomada nessa quarta-feira (30), o governo atendeu, em parte, o pleito da associação, antecipando a elevação da alíquota para janeiro de 2027, mas não para julho de 2026, como queriam as montadoras. Ainda assim, o presidente da Anfavea, Igor Calvet, agradeceu os ministérios envolvidos da decisão.
“[A mudança] é o máximo aceitável sem colocar em risco os investimentos atuais e futuros da cadeia automotiva nacional. Nós esperamos que essa discussão esteja definitivamente encerrada, sem qualquer possibilidade de renovação”, afirmou Calvet, em comunicado.
A Agência Brasil procurou a BYD para posicionamento e aguarda retorno.
Gecex
O Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Externo (Camex), que reúne representantes de 10 ministérios, decidiu ainda aplicar cotas adicionais de importação com alíquota zero para veículos desmontados (CKD) e semidesmontados (SKD), pelo prazo de 6 meses, no valor máximo de US$ 463 milhões.
“Com a antecipação do cronograma, o Gecex busca adequar a política tarifária aos investimentos esperados para os próximos anos no setor automotivo do país, trazendo novas tecnologias para o consumidor e cada vez mais adensamento à cadeia produtiva nacional”. Informou, em nota, o Comitê.
A cota para importação sem tarifas compensa, também em parte, o fato de o governo não atender o pedido da BYD para reduzir a alíquota enquanto termina de construir a fábrica em Camaçari (BA). A companhia chinesa também alega que não tinha sentido pagar, para carros desmontados, a mesma tarifa paga para carros prontos importados.
Disputa de mercado
Nessa semana, as montadoras Toyota, General Motors, Volkswagen e Stellantis divulgaram carta enviada, ainda em junho, para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No documento, elas alegavam que o pleito da BYD colocaria em risco os investimentos e empregos do setor, representando uma concorrência desleal.
Já a BYD, em nota, informou que as montadoras citadas estavam chantageando o governo para manter o mercado fechado à novas concorrentes.
“Agora, chega uma empresa chinesa que acelera fábrica, baixa preço e coloca carro elétrico na garagem da classe média, e os dinossauros surtam”, disse a BYD.
No comunicado divulgado após decisão da Gecex-Camex, o presidente da Anfavea defendeu que os novos atores que entram no mercado brasileiro de carros devem ingressar “de forma justa e competitiva”.
“Certamente, todos serão muito bem recebidos, inclusive no âmbito da entidade [Anfavea], que congrega todos os fabricantes nacionais. Temos a certeza de que esse movimento que fizemos, junto com parlamentares, governadores dos estados, com os trabalhadores, com o sindicato que representa a indústria de autopeças nacionais, com a AEA [Associação Brasileira de Engenharia Automotiva], serviu para demonstrar a força da indústria Automotiva nacional”, completou.
Transição
Em 2023, os carros elétricos e híbridos importados ainda não pagavam qualquer tarifa de importação, enquanto carros a combustão prontos importados pagavam tarifa de 35%.
Em uma estratégia de forçar a instalação de fábricas no Brasil, o governo decidiu criar uma regra de transição para elevar a tarifa, ano a ano, até chegar aos 35% em 2028. Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckimin, o resultado da política foi positivo.
“Você tem inúmeras empresas abrindo fábricas no Brasil. Você tem a chinesa GWM, em Indianópolis (SP), que comprou a fábrica que estava fechada na Mercedes-Benz. Teve a BYD em Camaçari (BA), que adquiriu a fábrica que era da Ford”, disse em coletivo no início da semana.
Agência Brasil
Segundo o governo, foram acatadas, em parte, as demandas das montadoras sediadas no Brasil e dos importadores em fase de instalação de fábricas no país, como a chinesa BYD.
A decisão impacta a disputa pelo mercado brasileiro que colocou, de um lado, a fabricante chinesa BYD, liderança em carros elétricos, contra as montadoras Toyota, General Motors, Volkswagen e Stellantis, que vinham pedindo ao governo para limitar as importações dos veículos elétricos ou híbridos.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) pediu para reduzir de julho de 2028 para julho de 2026 o prazo máximo de transição para elevar as alíquotas de importação desses veículos desmontados para 35%.
Em decisão tomada nessa quarta-feira (30), o governo atendeu, em parte, o pleito da associação, antecipando a elevação da alíquota para janeiro de 2027, mas não para julho de 2026, como queriam as montadoras. Ainda assim, o presidente da Anfavea, Igor Calvet, agradeceu os ministérios envolvidos da decisão.
“[A mudança] é o máximo aceitável sem colocar em risco os investimentos atuais e futuros da cadeia automotiva nacional. Nós esperamos que essa discussão esteja definitivamente encerrada, sem qualquer possibilidade de renovação”, afirmou Calvet, em comunicado.
A Agência Brasil procurou a BYD para posicionamento e aguarda retorno.
Gecex
O Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Externo (Camex), que reúne representantes de 10 ministérios, decidiu ainda aplicar cotas adicionais de importação com alíquota zero para veículos desmontados (CKD) e semidesmontados (SKD), pelo prazo de 6 meses, no valor máximo de US$ 463 milhões.
“Com a antecipação do cronograma, o Gecex busca adequar a política tarifária aos investimentos esperados para os próximos anos no setor automotivo do país, trazendo novas tecnologias para o consumidor e cada vez mais adensamento à cadeia produtiva nacional”. Informou, em nota, o Comitê.
A cota para importação sem tarifas compensa, também em parte, o fato de o governo não atender o pedido da BYD para reduzir a alíquota enquanto termina de construir a fábrica em Camaçari (BA). A companhia chinesa também alega que não tinha sentido pagar, para carros desmontados, a mesma tarifa paga para carros prontos importados.
Disputa de mercado
Nessa semana, as montadoras Toyota, General Motors, Volkswagen e Stellantis divulgaram carta enviada, ainda em junho, para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No documento, elas alegavam que o pleito da BYD colocaria em risco os investimentos e empregos do setor, representando uma concorrência desleal.
Já a BYD, em nota, informou que as montadoras citadas estavam chantageando o governo para manter o mercado fechado à novas concorrentes.
“Agora, chega uma empresa chinesa que acelera fábrica, baixa preço e coloca carro elétrico na garagem da classe média, e os dinossauros surtam”, disse a BYD.
No comunicado divulgado após decisão da Gecex-Camex, o presidente da Anfavea defendeu que os novos atores que entram no mercado brasileiro de carros devem ingressar “de forma justa e competitiva”.
“Certamente, todos serão muito bem recebidos, inclusive no âmbito da entidade [Anfavea], que congrega todos os fabricantes nacionais. Temos a certeza de que esse movimento que fizemos, junto com parlamentares, governadores dos estados, com os trabalhadores, com o sindicato que representa a indústria de autopeças nacionais, com a AEA [Associação Brasileira de Engenharia Automotiva], serviu para demonstrar a força da indústria Automotiva nacional”, completou.
Transição
Em 2023, os carros elétricos e híbridos importados ainda não pagavam qualquer tarifa de importação, enquanto carros a combustão prontos importados pagavam tarifa de 35%.
Em uma estratégia de forçar a instalação de fábricas no Brasil, o governo decidiu criar uma regra de transição para elevar a tarifa, ano a ano, até chegar aos 35% em 2028. Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckimin, o resultado da política foi positivo.
“Você tem inúmeras empresas abrindo fábricas no Brasil. Você tem a chinesa GWM, em Indianópolis (SP), que comprou a fábrica que estava fechada na Mercedes-Benz. Teve a BYD em Camaçari (BA), que adquiriu a fábrica que era da Ford”, disse em coletivo no início da semana.
Agência Brasil
Ministro da Agricultura garante reforma do Parque de Exposição de Ipiaú
Em audiência concedida ontem, 30 de julho, à prefeita Laryssa Dias, em Brasília, o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, garantiu apoio à realização da 31ª Exposição Agropecuária de Ipiaú e anunciou que sua pasta investirá na reforma do Parque José Thiara.
Durante a audiência no Ministério da Agricultura, a prefeita estava acompanhada do deputado federal Antonio Brito, líder do PSD, na Câmara Federal. Na ocasião também foram abordadas pautas voltadas ao fortalecimento da agricultura e da pecuária em Ipiaú.
Prevista para o próximo ano, a reforma proporcionará a modernização e melhoria das instalações do parque, beneficiando a comunidade e a realização de eventos do agronegócio, assim como da cultura local.
“Seguimos firmes, trabalhando por avanços concretos para a nossa gente”, destacou a prefeita.
O PARQUE
.O Parque de Exposições José Thiara que foi criado em 1965 pelo então prefeito Euclides Neto e provavelmente seja o único do Brasil a ser levantado exclusivamente com recursos dos produtores rurais.
A 31ª edição acontece no período de 10 a 17 de agosto com uma vasta programação e celebra os 60 anos de criação do parque.
Além das mostras de animais de alta linhagem, torneios e leilões, a exposição contará com cursos, palestras, ciência, tecnologia e inovações voltadas para a qualificação do homem do campo. ( José Américo Castro com fotos de Fernanda Rayres).
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