‘Domingo de celebração da fé e justiça’, diz Dino após prisão de suspeitos de mandar matar Marielle

Após a prisão preventiva de três suspeitos de mandar matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), escreveu em suas redes sociais na manhã deste domingo, 24, que hoje é um domingo de “celebração da fé e da justiça”. Por ordem da Corte, a Polícia Federal deflagrou a Operação Murder Inc, que também realizou 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro.

Segundo apurou o Estadão, foram presos o deputado Chiquinho Brazão (União-RJ), seu irmão Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. Os três são suspeitos de serem os mandantes do crime. Quem autorizou a operação foi o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que assumiu recentemente o caso Marielle.

“Domingo de Ramos, domingo de celebração da Fé e da Justiça. Livro dos Salmos: “Ainda que floresçam os ímpios como a relva, e floresçam os que praticam a maldade, eles estão à perda eterna destinados.” “Como a palmeira, florescerão os justos, que se elevarão como o cedro do Líbano”, escreveu Dino, nas redes sociais.

Em dezembro do ano passado, quando ainda ocupava o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Lula, Dino disse que o caso Marielle seria “em breve integralmente elucidado”. Neste ano, ele assumiu o cargo de ministro do STF, indicado por Lula.

Iander Porcella/Estadão Conteúdo

Saiba quem são Domingos e Chiquinho Brazão, presos por suspeita de matar Marielle

A Polícia Federal prendeu neste domingo (24) três suspeitos de mandar assassinar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, além da tentativa de matar a assessora Fernanda Chaves, em março de 2018.

Os três presos são o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) e seu irmão, o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio Domingos Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil no Rio.

Os nomes envolvidos são suspeitos de serem os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

A operação é realizada no domingo para surpreender os suspeitos, de acordo com as primeiras informações. Há a suspeita de que eles tentariam fugir.

DOMINGOS INÁCIO BRAZÃO
O conselheiro TCE-RJ (Tribunal de Contas do Rio de Janeiro) foi citado no processo desde o primeiro ano das investigações, em 2018. Ele passou a ser alvo após o acordo de colaboração de Élcio de Queiroz, acusado ao lado do ex-policial militar Ronnie Lessa, respectivamente, por ter dirigido o carro na noite do crime e por ter atirado na vereadora e no motorista.

Beazão se elegeu a um cargo público pela primeira vez em 1996, como vereador do Rio. Dois anos depois, foi eleito à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), onde atuou por cinco mandatos como deputado estadual.

Em 2015, foi eleito com apoio de ampla maioria da Casa legislativa para se tornar conselheiro do Tribunal de Contas.

Na época, era réu em um processo sob suspeita de abuso de poder econômico, compra de votos através de centros sociais na zona oeste e conduta vedada a agente público. Ele já havia sido afastado de seu mandato, anos antes, por causa dessas denúncias, mas foi reconduzido ao cargo após uma liminar favorável de Ricardo Lewandowski, então ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

Entre os principais redutos eleitorais de Brazão está Rio das Pedras, o berço da milícia carioca. A sua influência na região fez com que ele fosse citado no relatório final da CPI das Milícias, em 2008. O ex-deputado nega ter envolvimento com as facções e os crimes investigados.

Brazão também já tinha sido acusado e depois absolvido de um homicídio, que ele mesmo já admitiu ter cometido. Ele falou sobre isso em plenário da Alerj, em meio a uma discussão com outra parlamentar que o acusava de ter feito ameaças.

“Matei, sim, uma pessoa. Mas isso tem mais de 30 anos, quando eu tinha 22 anos”, disse na ocasião. “Foi um marginal que tinha ido à minha casa, no dia do meu aniversário. A Justiça me deu razão.”

Em 2017, Brazão voltou a estar na mira da Justiça. Ele foi preso temporariamente com outros quatro conselheiros do TCE na operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava Jato no Rio. Ele até hoje responde pela suspeita de integrar um suposto esquema criminoso composto por membros do Tribunal de Contas para receber propina em cima dos contratos do estado.

Sua prisão o levou ao afastamento do cargo. Ele só voltou a ser conselheiro em maio do ano passado, após uma decisão favorável da Justiça do Rio.

CHIQUINHO BRAZÃO
O deputado federal de 62 anos faz parte da mesma família de Domingos Inácio Brazão, que mantém influência no estado do Rio de Janeiro, e tem indicados na Prefeitura do Rio de Janeiro e no governo estadual. Tem também representantes na Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa fluminense, Câmara Municipal da capital e de São João de Meriti.

Ele foi eleito pela primeira vez como vereador do Rio de Janeiro em 2004, e reeleito nas eleições seguintes de 2008, 2012 e 2016. Ele ficou um total de 14 anos à frente do legislativo municipal fluminense.

Como deputado federal está no segundo mandato. Foi eleito pela primeira vez em 2018 e reeleito nas eleições de 2022.

Ele chegou a assumir a Secretaria Municipal de Ação Comunitária da gestão Eduardo Paes (PSD) em outubro passado.

Foi exonerado, porém, em fevereiro, uma semana após a divulgação de que o líder do grupo havia sido citado nas negociações para delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa, acusado de ser o executor do crime contra a vereadora e o motorista.

Folhapress

Prisão de ex-chefe da Polícia Civil surpreende família de Marielle

A família de Marielle Franco ficou surpresa com a prisão do delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, na manhã deste domingo (24).

Ele foi preso em operação surpresa da Polícia Federal ao lado do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) e do conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Domingos Brazão por suspeita de serem os autores intelectuais dos crimes de homicídio contra a vereadora e o motorista Anderson Gomes. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

Em entrevista à GloboNews, a mãe e a irmã de Marielle, Marinete Silva e Anielle Franco, afirmaram que a relação com o delegado era de confiança no início das investigações do crime.

A mãe da vereadora contou que ela e o marido ouviram do policial que a apuração era uma questão de honra para ele.

“É uma tristeza muito grande ver o nome dele nessa lama”, disse Marinete. Ele foi um dos primeiros contatos da família após os assassinatos.

Marcelo Freixo, presidente da Embratur e ex-deputado federal, também falou na manhã deste domingo sobre o suposto envolvimento de Rivaldo.

“Foi para Rivaldo que liguei quando soube do assassinato da Marielle e do Anderson e me dirigia ao local do crime”, disse Freixo, que era amigo da vereadora, ex-assessora dele.

Segundo o ex-deputado, o então chefe da Polícia Civil recebeu as famílias no dia seguinte, ao lado dele.

“Agora Rivaldo está preso por ter atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem. Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro”.

Ele e Marielle eram próximos do delegado na época em que ele investigava homicídios no Rio. Segundo Freixo, Rivaldo chegou a frequentar o gabinete dele para dialogar sobre os casos.

Cristina Camargo/Folhapress

Visita ao Brasil sela aliança de Macron e Lula como ponte entre Sul Global e G7

A visita ao Brasil que o presidente da França, Emmanuel Macron realiza a partir de terça-feira (26) deve marcar o capítulo principal de uma aliança política pensada por ambos ele e Lula (PT) como uma espécie de ponte entre os países ricos e o chamado Sul Global —uma parceria que começou a ser construída antes de mesmo de o petista iniciar seu terceiro mandato.

Macron é visto como aliado estratégico por Lula por duas razões: primeiro, porque ele o recebeu com honrarias no Palácio do Eliseu em novembro de 2021, quando o petista era a principal liderança de oposição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O gesto foi calculado tanto para relançar Lula como ator de alcance global como para provocar o então chefe de Estado brasileiro, com quem o francês vinha acumulando atritos desde 2019.

Em segundo lugar, auxiliares de Lula consideram a França o país do G7 (grupo liderado pelos EUA e que reúne as principais economias do Ocidente) com a política externa mais independente. Aos olhos do Planalto, assim, ela teria maior disposição para adotar iniciativas que não são teleguiadas pelos americanos.

Como exemplo, conselheiros do petista lembram que Macron já defendeu maior autonomia da Europa e argumentou que o bloco não deve necessariamente se alinhar às posições americanas no quadro atual da geopolítica.

Nesse sentido, o Palácio do Planalto vê o presidente francês como um líder que pode levar alguns dos temas caros aos países emergentes, ou o chamado Sul Global —para usar uma expressão que caiu no gosto de Lula— à mesa do G7.

De acordo com uma fonte da diplomacia francesa, Macron também enxerga em Lula um chefe de Estado capaz de atuar como intermediário entre os países ricos e as economias em desenvolvimento.

Essa autoridade do governo da França diz que há convergência estratégica entre os dois países e que ambos possuem a capacidade de falar com outros atores regionais. Segundo ela, trata-se de uma qualidade necessária para melhorar o diálogo entre esses dois polos do globo.

A visita de Estado de Macron foi pensada para transmitir a mensagem de que o Brasil, ao menos no aspecto político, diferencia os franceses dos demais sócios europeus.

O presidente francês permanecerá três dias no país e participará de uma agenda densa de compromissos em quatro cidades: Belém (PA), Itaguaí (RJ), São Paulo (SP) e Brasília (DF). Lula só não o acompanhará nas atividades em São Paulo.

Cada cidade concentrará um eixo da relação bilateral entre França e Brasil. Belém, sede da COP30 no próximo ano, será palco das discussões sobre meio ambiente. No estaleiro naval de Itaguaí, ambos vão celebrar uma cooperação na área da defesa, cujo principal símbolo é o Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos). Em São Paulo, haverá um fórum econômico com empresários dos dois países e anúncios no setor da saúde.

Por fim, Macron e Lula tratarão de temas políticos —e de negociações comerciais— no Palácio do Planalto.

Lá, a pauta deve incluir assuntos da geopolítica atual, entre eles a guerra na Ucrânia. Ambos os líderes já tentaram assumir posições de mediadores no conflito, sem sucesso. Mais recentemente, o francês deu declarações que aumentaram as tensões com a Rússia ao sugerir que poderia enviar tropas para lutar na Ucrânia.

Essa escalada retórica gerou preocupação no Planalto e torna evidente um ponto de divergência nessa aliança política. O Brasil tem advogado por negociações de paz entre Rússia e Ucrânia e destacado que não é possível alienar Moscou do processo.

Em Paris, o diagnóstico é de que Brasil e França possuem uma agenda comum, que se apoia na ideia de negociações no âmbito político para a resolução de conflitos, mas têm análises distintas sobre a situação.

Diferenças de visões também estão presentes quando se trata da outra grande crise de segurança da atualidade. Ambos os países defendem que a solução para a guerra na Faixa de Gaza passa pela criação de um Estado da Palestina, mas divergem quanto ao uso de algumas terminologias, como a da palavra “genocídio” para descrever o cenário na região.

Durante a visita de Macron, o plano é direcionar a discussão para pontos consensuais entre os dois governos tanto no tema da Ucrânia como no de Gaza.

As situações no Haiti e na Venezuela também devem ser colocadas na mesa durante o encontro bilateral.

Os dois presidentes pretendem ainda trocar experiências sobre práticas de combate à desinformação e à disseminação de notícias falsas. Macron deve relatar a Lula as regulamentações adotadas na Europa para aumentar a responsabilidade das plataformas e redes sociais no ambiente digital. É o caso, por exemplo, da DSA (Lei de Serviços Digitais, na sigla em inglês), que busca blindar os utilizadores de conteúdo prejudicial (como a desinformação política) e ilegal.

Se diplomatas dos dois lados veem espaço para entendimentos no âmbito político, nas esferas comercial e ambiental a conversa de Macron e Lula pode evidenciar mais diferenças do que as convergências.

A expectativa é de que não haja avanços nas negociações sobre o acordo União Europeia-Mercosul, uma vez que a França é hoje a maior força de resistência ao tratado.

Já no campo ambiental, apesar do simbolismo dos compromissos em Belém, os franceses frustraram as autoridades brasileiras ao sinalizar que não pretendem anunciar, durante a visita de Macron, doação para o Fundo Amazônia —o principal mecanismo de financiamento de ações de preservação no bioma.

Ricardo Della Coletta e Nathalia Garcia/Folhapress

Homem é encontrado ferido na BR-330, próximo ao Passa com Jeito

Um homem foi encontrado ferido na noite deste sábado (23), às margens da BR-330, próximo ao vilarejo do Passa Com Jeito, no município de Ipiaú, sentido Barra do Rocha.

A vítima conhecida pelo prenome de Orlando, morador da localidade, apresentava ferimentos na cabeça e em um dos braços. Ele foi socorrido por uma equipe do Samu e encaminhado para o Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié.

Não se sabe como surgiram os ferimentos, mas a suspeita é que a vítima tenha sido atingida por algum veículo. (Giro Ipiaú)

Polícia Federal prende suspeitos de mandar matar Marielle Franco

A Polícia Federal prendeu neste domingo (24) três suspeitos de mandar assassinar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, além da tentativa de matar a assessora Fernanda Chaves, em março de 2018. Os três presos são o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil no Rio.

A operação, chamada Murder Inc., é realizada em conjunto com a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro.

Além dos mandados de prisão, a polícia cumpre 12 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal), todos no Rio.

A operação é realizada no domingo para surpreender os suspeitos, de acordo com as primeiras informações. Há a suspeita de que eles tentariam fugir.

A ação conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Os nomes envolvidos são suspeitos de serem os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

A ministra Anielle Franco (Igualdade Racial), irmã de Marielle, comemorou as prisões. “Só Deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê?”, disse.

Ela agradece a Polícia Federal, o governo federal e o Ministério Público, além do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que deu as ordens de prisão.

Cristina Camargo/Folhapress

Com Gleisi Hoffmann, ato em defesa da democracia reúne militância e movimentos sociais em Salvador

Ato em defesa da democracia reúne militância e movimentos sociais em Salvador
O ato político e cultural em defesa da democracia, realizado no Dia Nacional de Mobilização, neste sábado, 23, Pelourinho, contou com líderes políticos, como a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, o presidente do PT Bahia, Éden Valadares, de parlamentares petistas, secretários de Estado, movimentos sociais e de outros partidos políticos. A mobilização foi promovida para reafirmar a proteção à democracia e pedir a não anistia aos responsáveis pelas tentativas de golpe no Brasil em janeiro de 2023, após a eleição do presidente Lula, além de relembrar os 60 anos da ditadura militar no país.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu que a democracia brasileira deva ser preservada continuamente e destacou que é preciso estar atento para que não ocorram novas tentativas de golpe. “E para a gente relembrar o que foi 64 para a gente nunca mais ter ditadura no Brasil. Acho que a luta pela democracia é essencial no nosso campo, sem democracia a gente não tem conquistas, a gente não tem espaço para luta, para a fala. Então relembrar que nós tivemos em um passado recente, de 40 anos na ditadura, foi ruim para o Brasil do ponto de vista da democracia, é importante. E também para relembrar os atos recentes, porque a nossa democracia foi atacada. O governo de Bolsonaro foi um governo que atacou o tempo inteiro a democracia, e quando o presidente Lula se elegeu, que ele não queria isso, não pretendiam isso, criaram uma ofensiva”, disse Gleisi, ao se referir à tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023 e criticar duramente os pedidos de anistia aos responsáveis.

Sobre os pedidos de anistia, o deputado federal pelo PT, Valmir Assunção, destacou que os ataques às sedes dos três poderes foram planejados. “Acredito que quem participou que foi identificado, quem dirigiu, quem participou indiretamente, quem financiou, essas pessoas estão sendo julgadas, estão sendo condenadas. Não cabe à Câmara Federal fazer um projeto de anistia para essas pessoas, não cabe porque vai dar um mal exemplo para a sociedade. Ou seja, se isso acontecer, dar anistia significa que qualquer cidadão pode cometer qualquer crime, em qualquer momento, que o parlamento brasileiro vai dar anistia? Não pode isso. É uma regra do jogo estabelecido, ter a Constituição Federal estabelecida, nós não podemos abrir mão”.

O parlamentar petista ressaltou que a retomada de fazer atos unificados é fundamental para a democracia. “Porque em uma democracia você precisa de um governo que seja democrático, como nós temos com o presidente Lula e o governador Jerônimo, mas também é preciso que os movimentos sociais, populares e sindicais sejam fortes, e quando unifica um ato desse com diversos, isso fortalece também os movimentos. Ou seja, fortalece a democracia. Agora nós temos que entender que democracia significa o povo ter direito a trabalho, ao salário, à educação, à saúde, a oportunidades. E isso nós temos construído todos os dias, e o governo Lula está fazendo um esforço muito grande para isso, mas é preciso do povo nas ruas para concretizar isso”, disse Valmir.

Estiveram presentes no ato em Salvador, neste sábado, mais de 40 movimentos sociais, como o de mulheres, negro, LGBTQIA+, de moradia, de terra, representações sindicais, associações. A prefeita de Lauro Freitas, Moema Gramacho, falou sobre a união dos partidos, da militância, dos movimentos e da sociedade civil para fortalecer a democracia. “É essa resistência que nos fez sobreviver à ditadura, que nos fez sobreviver a todos os golpes, é essa resistência que vai nos fazer não arredar um milímetro de exigir a punição dos responsáveis pelos golpes, inclusive por esse último golpe. E, portanto, companheiros e companheiras, nós temos que estar juntos contra toda e qualquer forma de genocídio, de opressão, de tentativa de acabar com a democracia”.

Ipiaú: Mutirão de Oftalmologia de Ipiaú resulta em 290 Atendimentos neste sábado

Neste sábado, 23 de março, a Prefeitura de Ipiaú, através da Secretaria de Saúde, realizou um importante mutirão de oftalmologia no Complexo Municipal de Saúde. Um total de 290 atendimentos foram realizados, oferecendo à comunidade acesso a mais de 20 tipos de exames oftalmológicos, incluindo mapeamento de retina, retinografia, tonometria e fundoscopia.
A iniciativa, liderada pela Secretária de Saúde, Laryssa Dias, busca agilizar os agendamentos dos pacientes, garantindo um serviço ágil e de qualidade. Laryssa  enfatizou que os agendamentos continuam regulares de segunda a sexta-feira, mas os mutirões aos finais de semana são fundamentais para garantir a celeridade no atendimento.
Em 2023, mais de 2.500 procedimentos oftalmológicos foram realizados, evidenciando o compromisso da gestão municipal com a saúde ocular da população. Esses mutirões representam um esforço contínuo da gestão municipal em oferecer cuidados abrangentes e acessíveis à saúde dos cidadãos.

Michel Querino / Decom Prefeitura Ipiaú 

EUA haviam alertado Rússia sobre possível ataque terrorista; veja o que se sabe sobre tragédia

Na noite de sexta-feira, 22, centenas de fãs reuniram-se para assistir a um show da banda de rock Picnic, em uma das maiores casas de show da região de Moscou, na Rússia. Mas minutos antes do início do espetáculo, indivíduos armados entraram na sala e desencadearam o caos, provocando o ataque mais mortal do país desde meados dos anos 2000 e que foi condenado pela comunidade internacional.

Vídeos publicados em canais do Telegram mostraram cenas de horror, com homens armados avançando em direção à sala e outros vídeos mostravam corpos e pessoas correndo em direção à saída.

Confira perguntas e respostas sobre ataque, que foi reivindicado pelo Estado Islâmico.

Quantas pessoas morreram e quantas ficaram feridas?
Pelo menos 133 pessoas morreram, de acordo com o último balanço provisório do Comitê de Investigação Russo, após a remoção de destroços na sala de concertos. As autoridades de saúde ainda divulgaram uma lista de 107 feridos — 44 pessoas estão em estado grave e outras 16 vítimas, incluindo uma criança, estão em estado “muito grave”.

Segundo o governador da região de Moscou, Andrei Vorobiov, que visitou o local da tragédia, o número de vítimas fatais “aumentará consideravelmente” à medida que os trabalhos de busca e salvamento avançam.

De acordo com os primeiros elementos da investigação, as pessoas morreram por “ferimentos de bala” e por inalar a fumaça do incêndio que deflagrou após o ataque, indicou o Comitê de Investigação Russo. Os agressores, disseram os investigadores, usaram “armas automáticas” e incendiaram o prédio com um “líquido inflamável”.

De quem é a autoria do ataque?
O grupo que reivindicou o crédito pelo ataque é o afiliado do Estado Islâmico no Afeganistão, chamado Estado Islâmico da Província de Khorasan, ou ISIS-K. Em um comunicado publicado pela sua agência de notícias Aamaq, a filial do Estado Islâmico no Afeganistão disse ter atacado uma grande reunião de “cristãos” em Krasnogorsk.

O ISIS-K foi fundado em 2015 por membros insatisfeitos do Taleban paquistanês, que então abraçaram uma versão mais violenta do Islã.

Onde foi?
O ataque ocorreu no Crocus City Hall, localizado em Krasnogorsk, na saída noroeste de Moscou. O local abriga uma das principais casas de show de Moscou. O Crocus City Hall pode acomodar 6.200 pessoas.

O que disse Putin sobre a tragédia?
O presidente Vladimir Putin descreveu neste sábado, 23, como um “ato terrorista selvagem” o ataque do e anunciou que domingo, 24, será dia de luto nacional. Em um discurso televisivo, Putin disse que os quatro agressores detidos tentaram fugir para a Ucrânia e prometeu que todos os responsáveis serão “punidos”.

Quantos foram presos até agora?
Até agora, segundo os serviços de segurança russos, 11 pessoas foram detidas, incluindo os quatro terroristas diretamente envolvidos no atentado. As quatro pessoas foram detidas na região de Bryansk, na fronteira com a Ucrânia e Belarus, informou o Comitê de Investigação Russo.

A Ucrânia tem alguma relação com o ataque?
Não. Pouco depois do ataque, alguns legisladores russos apontaram o dedo à Ucrânia. Além disso, serviços de segurança da Rússia disse que os suspeitos presos tinham “contatos” na Ucrânia, para onde planejavam fugir após o ataque. As autoridades russas não apresentaram qualquer prova deste suposto vínculo nem forneceram detalhes sobre a sua natureza.

Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano Volodimir Zelenski, negou qualquer envolvimento. “A Ucrânia nunca recorreu ao uso de métodos terroristas”, postou ele no X, antigo Twitter. “Tudo nesta guerra será decidido apenas no campo de batalha.”

Os EUA já sabiam que ocorreria um ataque terrorista?
O ataque de sexta-feira seguiu-se a uma declaração no início deste mês da Embaixada dos Estados Unidos em Moscou, que instou os americanos a evitarem locais lotados, tendo em conta planos “iminentes” de extremistas para atingir grandes reuniões na capital russa, incluindo concertos. O aviso foi repetido por várias outras embaixadas ocidentais.

A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson, disse que o governo dos EUA tinha informações sobre um ataque planejado em Moscou, o que levou o Departamento de Estado a aconselhar os americanos. O governo dos EUA partilhou a informação com as autoridades russas de acordo com a sua política de longa data de “dever de avisar”, disse Watson.

Putin denunciou as advertências ocidentais como uma tentativa de intimidar os russos. “Tudo isso se assemelha a chantagem aberta e a uma tentativa de assustar e desestabilizar a nossa sociedade”, disse ele no início desta semana./Com AFP e Associated Press.

Estadão Conteúdo
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Esquerda faz atos dispersos contra Bolsonaro sob distanciamento de Lula

Militantes de esquerda iniciaram pela manhã uma série de atos dispersos neste sábado (23) para lembrar os 60 anos do golpe militar e pedir que não haja anistia para golpistas. Os protestos têm como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é investigado pela Polícia Federal no inquérito que apura uma tentativa de golpe.

Há manifestações programadas para 22 cidades no Brasil e no exterior. As da manhã foram esvaziadas, com baixa adesão, em capitais como Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Campo Grande e Recife. As duas principais são previstas para a tarde, em Salvador e em São Paulo.

Na capital mineira, participantes que foram ao ato na praça Afonso Arinos utilizavam camisetas vermelhas com inscrições como “sem anistia”.

Além do mote “ditadura nunca mais”, a defesa da Palestina em meio à guerra com Israel também é um dos temas dos atos.

Os manifestantes que se dirigiram à praça Santos Andrade, em Curitiba, portavam faixas como “democracia sempre” e “sem anistia para golpista”

Em Fortaleza, também com a participação de algumas dezenas de manifestantes, bandeiras do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), de sindicatos e do PSOL foram agitadas durante a manhã.

Também houve atos em São Luís e na capital de Portugal, Lisboa, que repetiram o mote das manifestações realizadas em outras capitais.

O dia de mobilização pela democracia é organizado por partidos de esquerda, centrais sindicais e pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, que reúnem entidades como MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), CUT (Central Única dos Trabalhadores), CMP (Central de Movimentos Populares), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e UNE (União Nacional dos Estudantes).

O ato principal deste sábado será em Salvador, a partir das 15h, no Largo do Pelourinho, com a presença dos dirigentes de partidos e movimentos de esquerda, incluindo Gleisi Hoffmann, do PT. O evento terá um show de Ademario Coelho.

Como mostrou a Folha, o governo Lula (PT), porém, decidiu não se misturar às manifestações. O presidente não deve comparecer a nenhum dos atos pelo país e deve ficar em Brasília.

Os organizadores decidiram excluir a prisão de Bolsonaro das bandeiras da manifestação, embora um dos propósitos dos ato seja exigir a punição do ex-presidente e de seus apoiadores que invadiram os três Poderes em 8 de janeiro de 2023. O argumento é o de que o direito de defesa e o devido processo legal têm que ser resguardados, assim como se reivindicava para Lula na Operação Lava Jato.

Ministros do PT e de outros partidos de esquerda evitam falar que há uma posição fechada ou mesmo uma orientação para se distanciarem dos atos. Por outro lado, afirmam que não irão comparecer por motivos variados, como compromissos familiares e doenças.

Para evitar desgaste com as Forças Armadas, Lula proibiu que ministérios realizassem críticas ou cerimônias em memória dos 60 anos do golpe militar, marca que será alcançada em 31 de março.

Enquanto isso, líderes dos movimentos de esquerda ressaltaram, ao longo da semana, a importância de lembrar a data para evitar que se repita. As entidades se dividem entre minimizar a postura do governo Lula ou criticar o presidente pelo veto.

O rechaço à anistia exposto nas ruas neste sábado ocorre depois que Bolsonaro reuniu milhares na avenida Paulista, no último dia 25, e fez um discurso no qual maneirou a conhecida agressividade contra o STF (Supremo Tribunal Federal), disse buscar a pacificação do país e pediu anistia aos presos pelo ataque golpista de 8 de janeiro de 2023.

Para evitar a comparação de públicos entre o ato bolsonarista e os protestos deste sábado, os organizadores buscaram evitar o mesmo padrão —escolheram o Largo São Francisco, em São Paulo, em vez da avenida Paulista, pulverizaram os eventos pelo país e concentraram esforços em Salvador, onde Lula teve mais de 70% dos votos contra Bolsonaro em 2022.

O distanciamento do governo, neste sentido, serve a vários propósitos. Além de não protagonizar a crítica à ditadura militar, o Palácio do Planalto evita compartilhar a responsabilidade em caso de eventual baixa adesão e busca se contrapor ao estilo de Bolsonaro, que, enquanto presidente, se empenhou em convocar apoiadores em atos de rua que miravam outros Poderes.

Com um ano e três meses de governo, Lula vê sua aprovação empatar tecnicamente com a rejeição no Datafolha. Consideram o trabalho do petista ótimo ou bom 35%, ante 33% que o avaliam como ruim ou péssimo e 30% como regular.

Em relação à pesquisa anterior, feita no começo de dezembro, as oscilações mostram um cenário negativo para o presidente.

Marcelo Toledo/Folhapress

Temporal deixa 7 mortos no estado do Rio de Janeiro

O temporal que atingiu o estado do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (22) deixou sete mortos. Em Petrópolis, os bombeiros resgataram cinco pessoas com vida no desabamento de uma edificação residencial no bairro Independência, mas quatro óbitos foram confirmados.

Em Arraial do Cabo, um homem morreu depois de ser atingido por um raio no Pontal do Atalaia. Em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias, um homem se afogou depois que o caminhão que dirigia caiu num rio.

Em Teresópolis, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro atua nas buscas por uma vítima que estaria soterrada sob os escombros de uma casa que desabou, na Comunidade da Coreia. Duas pessoas foram resgatadas com vida pelos bombeiros, mas um óbito foi confirmado.

Os bombeiros já resgataram mais de 90 pessoas com vida de ocorrências envolvendo deslizamentos, desabamentos, inundações e alagamentos provocados pelas chuvas, em todo o estado.

Os bombeiros militares foram acionados para mais de 100 ocorrências relacionadas às fortes precipitações que atingem o território fluminense.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, pediu para as pessoas não se deslocarem neste sábado (23) à noite pois há previsão de chuva forte. Ele lembrou que a população seguiu as recomendações de ficar em casa na sexta-feira o que ajudou no deslocamento das equipes dos serviços públicos pela cidade.

Desde ontem, a prefeitura do Rio têm orientado o fechamento de escolas e empresas, e dito que o cenário ideal para minimizar riscos de ocorrências graves é ter a cidade esvaziada.

A capital fluminense registrou uma sexta-feira atípica com movimentação muito abaixo da habitual. Depois dos alertas e da mobilização para a chegada de chuvas fortes, a capital registrou uma queda de 63% no número de pessoas nas ruas quando comparado com dias normais.

Ana Cristina Campos/Agência Brasil

Petrobras mantém gasolina 17% abaixo do preço internacional; último reajuste completou 154 dias

A Petrobras não reajusta o preço da gasolina há 154 dias nas suas refinarias. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina nas refinarias da estatal está 17% abaixo do praticado no Golfo do México, referência para importação de combustíveis, abrindo espaço para aumento de R$ 0,58/l no mercado brasileiro.

Já o diesel está com o mesmo preço há 87 dias e vem sendo vendido pela Petrobras a um preço 9% abaixo do mercado internacional, que está R$ 0,32/l acima do preço praticado no Brasil.

Se considerada a Acelen, que controla a Refinaria de Mataripe, na Bahia, e outras pequenas refinarias privadas no País, a defasagem da gasolina cai para 16%, e a do diesel, para 8%. A Acelen é responsável por 14% do mercado de refino do Brasil e reajusta o preço dos seus combustíveis semanalmente.

Mesmo assim, a gasolina vendida pela Acelen registra defasagem de 10% em relação ao Golfo do México, e o diesel, de 7%. A empresa é controlada pelo fundo de investimento árabe Mubadala, que tem, no momento, conversas com a Petrobras para uma parceria nas áreas de refino e biorrefino.

Preço nas bombas
Os preços médios dos combustíveis nos postos de abastecimento no Brasil ficaram praticamente estáveis na semana de 17 a 23 de março, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), refletindo a falta de reajustes nas refinarias da Petrobras.

O gás de cozinha cedeu 0,1%, na comparação com a semana de 10 a 16 de março, custando em média R$ 102,24 o botijão de 13 quilos, enquanto gasolina e diesel subiram 0,3% e 0,1%, respectivamente. O preço médio da gasolina ficou em R$ 5,75, e do diesel em R$ 5,93, segundo a ANP.

O preço médio da gasolina atingiu o maior valor na região Norte, de R$ 6,02 o litro, mesma região em que o diesel também está mais caro do que no resto do País, registrando R$ 5,93 o litro. O gás de cozinha atingiu o maior preço na região Centro-Oeste, chegando a R$ 105,87 o botijão de 13 quilos.

Na cidade de São Paulo, a ANP encontrou a gasolina comum mais cara (R$ 7,97/l), e também a mais barata (R$ 4,59/l), assim como o diesel mais caro (R$ 8,40/l). Já em Belém, a agência encontrou a gasolina mais barata (R$ 5,21/l). O gás de cozinha mais caro foi encontrado em Cuiabá (R$ 138), e o mais barato no Recife (R$ 75), informou a ANP.

Denise Luna/Estadão Conteúdo

Prefeitura nos Bairros promove o Diálogo e Serviços Essenciais para a Comunidade de Ipiaú

Na última sexta-feira (22), o Ubirajara Costa recebeu o  projeto "Prefeitura nos Bairros". Esta iniciativa, liderada pela Prefeita Maria das Graças em parceria com vereadores da base e secretários municipais, teve como objetivo  estabelecer uma conexão direta com os moradores do Pau D’arco e Sítio do Pica Pau, oferecendo serviços nas áreas de Social, Saúde e Educação.
Moradores locais tiveram a oportunidade única de se encontrar pessoalmente com autoridades municipais, incluindo a Prefeita Maria das Graças, vereadores e secretários, para expressar suas preocupações, apresentar sugestões e discutir questões relevantes para o desenvolvimento e bem-estar da comunidade.
Além do diálogo, o evento também ofereceu uma série de serviços essenciais diretamente aos moradores. Profissionais qualificados estavam disponíveis para consultas médicas, orientações de saúde preventiva, esclarecimento de dúvidas sobre programas sociais e até mesmo suporte educacional. Esse projeto reflete o compromisso da administração municipal em atender às necessidades da população em todas as áreas.

 Redação e fotografias: Danny Muniz- Decom/ PMI

Venezuela aprova ‘criação’ de estado em Essequibo; Guiana protesta

O Parlamento venezuelano aprovou uma lei que cria Essequibo como um estado do país, uma reivindicação antiga de Caracas sobre o território reconhecido como parte da Guiana pela maioria da comunidade internacional. Nesta sexta-feira, 22, o vizinho denunciou o texto como uma “violação flagrante da sua soberania”.

A Lei Orgânica para a Defesa de “Guayana Esequiba”, aprovada por unanimidade no plenário na quinta-feira, foi enviada ao Supremo Tribunal para validar a sua constitucionalidade.

“Cumprimos!”, comemorou o presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, um dos principais promotores do texto, após a votação. “Esta Assembleia Nacional reivindica o direito do povo venezuelano de defender o seu território”, disse o deputado Diosdado Cabello, considerado o número dois do chavismo.

A lei foi elaborada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, após um referendo interno realizado em 3 de dezembro para ratificar a soberania sobre a região de Essequibo, território reivindicado pela Venezuela há mais de um século e onde houve recentes descobertas de petróleo.

Proposta fala em ‘traidores’
O texto aprovado ainda não foi divulgado. O projeto contempla a criação do Estado “Guayana Esequiba”, e versa sobre a inabilitação política e sobre a classificação de “traidores” àqueles que “favoreciam” a reivindicação da Guiana sobre o assunto.

Segundo a proposta, o novo território seria governado a partir da cidade de Tumeremo, no estado vizinho de Bolívar, enquanto as autoridades competentes são escolhidas.

A Guiana expressou “grave preocupação” com a aprovação do instrumento jurídico. “É uma violação flagrante da soberania e da integridade territorial” do país, afirma um comunicado do Ministério das Relações Exteriores local. “A Guiana continua comprometida com a paz nas suas fronteiras e na região. Não permitirá que a sua soberania territorial seja usurpada e esgotará todos os esforços para garantir que a sua soberania e integridade territorial permaneçam intactas.”

No comunicado, a diplomacia guianense “pede à comunidade internacional que defenda o Estado de Direito rejeitando o expansionismo ilegal da Venezuela e insistindo que a Venezuela retorne à Corte Internacional de Justiça, que tem diante de si o caso para uma resolução completa e final da controvérsia sobre a fronteira terrestre entre os dois países”.

Disputa histórica
A disputa pela região de Essequibo remonta aos tempos coloniais na América Latina, quando o território foi de mãos holandesas para britânicas após a independência da Venezuela da coroa espanhola, no século 19. Um laudo de 1899 deu posse definitiva para os britânicos. De lá para cá, protocolos e tentativas de negociação não resolveram a questão, a Guiana ficou independente e o imbróglio se manteve.

A questão é revivida por governantes venezuelanos de tempos e tempos. Maduro a reascendeu desde que grandes reservas de petróleo foram descobertas na costa da Guiana, justamente no Essequibo, em 2015.

Desde que a produção começou a jorrar, com exploração de um consórcio de empresas liderado pela americana ExxonMobil, Caracas tem feito avanços majoritariamente retóricos. Com as negociações em andamento com a oposição ao regime para a realização de novas eleições, o regime Maduro voltou a cruzar alguns limites da disputa ora congelada.

O referendo em dezembro foi uma delas, e veio acompanhado da divulgação pela ditadura do “novo mapa” da Venezuela, com Essequibo incluso.

Uma eventual invasão e cumprimento da lei de criação do novo estado, embora Caracas seja muito mais poderosa que Georgetown em termos militares, teria difíceis caminhos por mar, pela mata fechada e por terra —esta última, porém, só seria possível via Roraima, estado brasileiro que faz fronteira com os dois lados da contenda e a própria região de Essequibo.

Posição do Brasil
O governo brasileiro já deixou claro que isso não seria uma opção e tem trabalhado para acalmar os ânimos. Não há, no entanto, uma condenação mais veemente dos arroubos do regime Maduro sobre a questão, e a tônica é de trabalho pela resolução pacífica da disputa.

Exemplo disso foi a reunião dos chanceleres dos dois países em Brasília, em janeiro, com mediação do ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores), que durou 7 horas. Ao final da reunião, os três afirmaram à imprensa que o encontro havia sido um “bom começo”, mas não fizeram declarações diretas sobre Essequibo e não anunciaram nada de concreto.

Em visita a Georgetown no fim de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o presidente da Guiana, Irfaan Ali. O anfitrião chegou a dizer que Lula é uma “voz da razão” na região e que o papel do brasileiro é crucial, ao citar as negociações entre Venezuela e Guiana. Na mesma turnê pelo Caribe, o petista também se reuniu com Maduro, em São Vicente e Granadinas. / AFP e AP

Estadão Conteúdo

Suspeito preso na Rússia diz que ia receber R$ 27 mil pelo ataque

Soldados de força de operações especiais cercam o Crocus City Hall
Um dos quatro acusados pelo atentado terrorista que matou ao menos 143 pessoas na noite de sexta (22) em Moscou afirmou ter sido contratado para fazer o ataque pelo equivalente a R$ 26,8 mil. “Recebi metade no cartão”, reclama, algemado, aos policiais que o detiveram.

Ele e outros três suspeitos de terem atirado contra a plateia que esperava por um show de rock na casa Crocus City Hall foram pegos após furar um bloqueio policial na região de Briansk, 340 km a sudoeste de Moscou. A ação foi coordenada pelo FSB (Serviço Federal de Segurança, na sigla russa).

Com eles a polícia encontrou passaportes do Tadjiquistão, república ex-soviética de maioria muçulmana na Ásia Central. O Estado Islâmico, grupo terrorista combatido pela Rússia na guerra civil da Síria, assumiu a autoria do ataque.

No vídeo, o preso é questionado sobre o que fazia no Crocus. “Ataque”, responde, dizendo que a motivação foi “por dinheiro”. “Cerca de meio milhão de rublos, que não recebi. Recebi metade no cartão”, completa.

A ação foi a mais violenta em 13 anos na capital russa, ultrapassando em número de mortos o ataque que deixou 37 vítimas no aeroporto de Domodedovo, em janeiro de 2011. O país tem longo histórico de conflito com o extremismo islâmico, e o maior massacre da sua história recente foi durante o cerco para libertar uma escola tomada por tchetchenos em Beslan (Ossétia do Norte), em 2004, que deixou 334 mortos.

A Prefeitura de Moscou divulgou que vai indenizar a família de cada morto na ação em R$ 160 mil, pagando um terço disso a parentes de quem precisou ser internado. Outdoors eletrônicos em toda a cidade estão tomados por mensagens de condolências pela tragédia.

Igor Gielow/Folhapress

Dengue assusta autoridades francesas para visita de Macron ao Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva e Emmanuel Macron
Autoridades do governo francês admitiram ao Estadão preocupação com a epidemia de dengue no Brasil, por causa da visita do presidente Emmanuel Macron, na próxima semana.

A convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Macron passará três dias no País e visitará três lugares que vivem uma situação de emergência por surto de dengue: Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

O País já registrou 2 milhões de casos de dengue, o recorde histórico desde o ano 2000. Houve 715 mortes – a maior parte delas no Distrito Federal, com 152 vítimas fatais. Há ainda 1.078 óbitos em investigação, segundo o painel do Ministério da Saúde.

O presidente francês passará a quinta-feira, dia 28, em compromissos no Distrito Federal, que tem o mais grave surto de dengue do Brasil no momento.

Ao ser questionada sobre o assunto, uma importante autoridade francesa, que falou sob a condição de ter sua identidade preservada, disse que sim havia motivo para preocupação e cuidados, embora não tenha certeza de que o próprio Macron esteja ciente da gravidade dos casos.

Além de medidas de praxe relativas à segurança, os governos da França e do Brasil trataram de restrições alimentares do chefe de Estado francês e de desejos específicos como fazer uma caminhada na Avenida Paulista. O Palácio de Eliseu comunicou ao Itamaraty que Macron tem costume de fazer atividades assim quando viaja ao exterior e gosta da prática esportiva.

Os preparativos mobilizaram o escritório de Macron, a embaixada e consulados franceses no Brasil, além do Palácio do Planalto e do Itamaraty. Entrou no radar das autoridades de Paris o risco de contrair a dengue e outras doenças transmitidas por mosquitos no Brasil, como febre amarela e malária, comuns sobretudo na Região Norte – a última é mais frequente em áreas remotas. Todas tendem a ser potencializadas no período de chuvas do inverno amazônico.

O primeiro compromisso de Macron será em Belém, no Pará, onde circulará por ambientes abertos e fechados. Com Lula, ele irá tomar um barco e se deslocar até a Ilha do Combú para conhecer o cultivo de cacau e conversar com lideranças ribeirinhas e indígenas.

Macron desembarcará na tarde de terça-feira, dia 26, vindo da Guiana Francesa, um departamento ultramarino de Paris que também abrange uma porção da floresta amazônica.

São Paulo registrou até o momento 110 mortes pela dengue, o Rio de Janeiro, 63, e o Pará apenas 2 óbitos.

Weslley Galzo/Estadão Conteúdo

Saiba o que Mauro Cid revelou e o que escondeu em novo depoimento ao STF

Antes de ser preso pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira, 22, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi interrogado por um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes. O magistrado cobrou explicações sobre os os áudios em que atacou o próprio ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e a PF. Mauro Cid admitiu que errou, mas não quis contar com quem fez o “desabafo” sobre as investigações contra Bolsonaro.

Nesta quinta-feira, 21, a revista Veja divulgou os áudios de Cid, que falava com um interlocutor desconhecido sobre a delação premiada que fechou com a PF em setembro. Em uma das gravações, o tenente-coronel afirmou que os investigadores “não queriam saber a verdade” sobre a tentativa de golpe de Estado e que Alexandre de Moraes seria “a lei”. “Ele prende, ele solta quando ele ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, disse o ex-ajudante de ordens.

A seguir, veja o que o militar contou e o que escondeu em seu novo interrogatório:

As besteiras e o desabafo do coronel
Ao STF, Mauro Cid negou que tivesse sofrido pressão por parte da PF ou do Judiciário para realizar uma delação premiada. Segundo ele, os áudios com ataques aos investigadores foram um mero desabafo de “quem quer chutar a porta e acaba falando besteira”. O tenente-coronel disse também que a conversa era “privada, informal, particular e sem o intuito de ser exposta pela revista”.

“É um desabafo, quer chutar a porta e acaba falando besteira. Genérico, todo mundo, acaba dizendo coisas que não eram para serem ditas. Em razão da situação que está vivendo, foi um desabafo. É um desserviço que a Veja faz ao inquérito, a minha família, ás minhas filhas”, diz um trecho do depoimento.

Mauro Cid não se lembra do interlocutor
O coronel do Exército foi questionado sobre quem era a pessoa com que ele conversou e reclamou da atuação dos investigadores do inquérito que apura tentativa de golpe. Mauro Cid desconversou. Alegou que não se lembrava. Disse que só anda conversando com pessoas mais próximas, incluindo parentes. O oficial afirmou que “está recluso, praticamente em casa, não tem vida social e não trabalha. Não lembra para quem falou essas frases de desabafo, num momento ruim. Não conseguiu ainda identificar quem foi essa pessoa. Não acredita que alguém do núcleo próximo tenha contato com a imprensa. Possivelmente a conversa teria ocorrido por telefone. Provavelmente celular”, declarou

Cid admitiu ressentimento com Bolsonaro
Em um dos áudios divulgados pela Veja, Cid revelou ter um ressentimento de Bolsonaro por ter sido o único que ficou “fudido” após o início das investigações contra o ex-presidente. O tenente-coronel disse que o ex-chefe do Executivo ficou “milionário” a partir de transferências feitas via Pix por apoiadores, enquanto ele teve a carreira no Exército e a vida financeira prejudicada

Segundo Cid, enquanto Bolsonaro enriqueceu através das transferências e os outros generais investigados pela tentativa de golpe estão na reserva das Forças Armadas, ele está com a “carreira desabando”. O ex-ajudante de ordens afirmou também que os seus amigos o tratam como “um leproso, com medo de se prejudicar”. “Quer ter a vida de volta. Está enclausurado. A imprensa sempre fica indo atrás. Está agoniado. Engordou mais de 10 quilos. O áudio é um desabafo. Acredita que as pessoas deviam o estar apoiando e dando sustentação”, diz outro trecho do depoimento.

Em outra gravação, o tenente-coronel diz que Bolsonaro e outros investigados terão penas acima de 100 anos de prisão. Cid também cita os presos pelos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro de 2023, chamando-os de “bagrinhos” que foram condenados a 17 anos pelo STF.

Segundo Cid, ele se assusta com as sentenças que estão sendo feitas contra os envolvidos nos atos golpistas e “imagina a pena que os mais altos vão pegar”.

Moraes tira sigilo para não pairar dúvida
Nesta sexta, 22, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do novo depoimento de Cid. No despacho, o magistrado justificou que o fazia para não deixar dúvidas de que o militar não foi forçado a fazer delação premiada. “Diante da necessidade de afastar qualquer dúvida sobre a legalidade, espontaneidade e voluntariedade da colaboração de Mauro César Barbosa Cid, que confirmou integralmente os termos anteriores de suas declarações”, escreveu o ministro do STF.

Assim que deixou o STF, Cid foi preso pela PF e levado para um quartel da Polícia do Exército, onde ficou encarcerado entre maio e setembro do ano passado. O tenente-coronel foi detido pela primeira vez durante a Operação Venire, que investigou fraudes em cartões de vacina de Bolsonaro e da sua filha Laura.

Gabriel de Sousa/Estadão Conteúdo

Gerente do tráfico em Petrolina é preso durante ação conjunta das polícias civis da Bahia e de Pernambuco

 Drogas, dinheiro, balança e celulares foram apreendidos com o suspeito. 

Cocaína, crak, maconha, balança, quatro celulares, apetrechos para o tráfico de drogas e a quantia de R$ 7.836 mil foram apreendidos na quinta-feira (21), em Petrolina, durante cumprimentos de mandados da Operação Rastro. Um homem de 28 anos foi autuado em flagrante.

A ação foi deflagrada após investigações realizadas pela Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) de Juazeiro em conjunto com a 17ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), o Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e a Polícia Civil de Pernambuco, por meio da 12ª DPNR.

As investigações apontaram que o flagranteado saiu da Bahia para Pernambuco com o objetivo de gerenciar o tráfico de drogas na cidade de Petrolina. “As drogas que pertenciam ao grupo gerenciado pelo criminoso chegavam ao Vale do São Francisco por meio de transportes rodoviários e tinham como destino inicial a cidade de Juazeiro, de onde era transportada até Petrolina por motoristas de transporte por aplicativo”, explicou a coordenadora regional de Juazeiro, delegada Lígia Nunes de Sá.

O suspeito, que vai responder por tráfico de drogas e associação para o tráfico, foi submetido aos exames de lesões corporais e está à disposição da Justiça, aguardando recambiamento para a Bahia. O material apreendido será periciado.

Texto: Ascom PC

Justiça proíbe que Michelle Bolsonaro receba título de cidadã paulistana no Theatro Municipal de SP

O desembargador Martin Vargas, da 10ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), proibiu a realização da cerimônia de entrega do título de cidadã paulistana à ex-primeira dama Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal de São Paulo.

O evento está marcado para a próxima segunda-feira (25). A decisão, proferida na noite desta sexta-feira (22), atende a um recurso apresentado pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e pela ativista Amanda Paschoal.

Em decisão em primeira instância, a juíza Paula Micheletto Cometti, da 12ª Vara de Fazenda Pública do TJ-SP, havia permitido a realização do evento. A parlamentar e a ativista, então, recorreram.

Agora, o desembargador Martins Vargas, em decisão monocrática, determinou que a cerimônia ocorra na Câmara Municipal de São Paulo, sob pena de multa de R$ 50 mil caso a determinação não seja cumprida.

Ele afirma que há “indícios contundentes” de que a transferência do evento para o Theatro Municipal fere “os princípios da administração pública”.

A ação protocolada denunciava que o evento iria gerar gastos extras ao poder público e teria características “visivelmente políticas e eleitorais”. O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), é pré-candidato à reeleição e é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), marido de Michelle.

Além disso, Erika e Paschoal afirmavam que a cessão do teatro tem “fins exclusivamente políticos, sem qualquer natureza artística e de formação cultural” e, por isso, seria “incompatível com a natureza do espaço e da própria legislação brasileira”.

O teatro foi cedido pela gestão Ricardo Nunes após solicitação do vereador Rinaldi Digilio (União Brasil). A prefeitura diz que o pedido “foi tratado como cessão não onerosa, em face do requisitante ser um ente público”.

O desembargador Martins Vargas, porém, afirma que há custos mínimos para a realização do evento.

“Os documentos que instruem a inicial, por ora, deram conta de demonstrar a existência da cobrança de valor mínimo, correspondente a custos referentes às operações necessárias a realização do evento solicitado, tais como a contratação de produtores extras, orientadores de público e demais prestadores de serviço para acompanhamento do evento, segurança patrimonial, brigadistas, limpeza, suprimentos de limpeza e uso sanitário, gerador e ar condicionado, entre outros, mesmo nas hipóteses de cessão não onerosa do espaço do Theatro Municipal”, diz a decisão.

E segue: “Por consequência, tem-se que a possível inobservância do dever de proteção ao erário pelo agente público cria relevante risco de violação à moralidade administrativa que impende o exercício do controle judicial”.

Normalmente, cerimônias deste tipo ocorrem na própria Câmara. No pedido para a realização do evento no Theatro Municipal, o vereador Rinaldo Digilio afirmou que o espaço legislativo não comportaria o número de convidados.

“Nesse sentido, destaca-se a possível justificativa pertinente a suposta ausência de espaço físico no Palácio Anchieta para comportar o público presente na solenidade, a qual não se coaduna com a informação extraída do próprio sítio eletrônico da Câmara dos Deputados, no sentido de que o evento será transmitido ao vivo pelo canal CâmaraSãoPaulo no Youtube e, tampouco, com a notícia da realização de distribuição limitada de ingressos pelo agravado vereador Rinaldi Digilio nas redes sociais, mediante ressalva de que as ‘as vagas são limitadas’ do que se extrai, por ora, a conclusão de que a cerimônia de essência representativa cidadã tenha ganhado uma conotação particular”, afirma ainda a decisão.

Sobre a denúncia de que o evento supostamente configuraria propaganda eleitoral antecipada, o desembargador diz que “não compete a este juízo, devendo ser postuladas em âmbito eleitoral competente”.

O decreto legislativo que dá a honraria a Michelle foi aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo em novembro do ano passado.

Mônica Bergamo/Folhapress

Datafolha: Economia, política externa e imagem pessoal prejudicam Lula

A economia, a política externa e a imagem pessoal são os principais calcanhares de Aquiles do presidente Lula (PT), segundo indica nova pesquisa do Datafolha. A mesma economia e os programas sociais são, por sua vez, seus itens mais bem avaliados.

O instituto ouviu 2.002 pessoas em 147 cidades em 19 e 20 de março. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou menos. Esta pesquisa mostrou um cenário negativo para o Planalto, com o empate entre a aprovação (35%) e a rejeição (33%) ao trabalho presidencial.

Questionados acerca do que melhor ou pior Lula fez nesses um ano e três meses de governo, os ouvidos colocam igualmente no primeiro lugar positivo e negativo a economia.

Para 14%, o petista falhou no tema, citando aí inflação, aumento de preços dos combustíveis e da comida, principalmente. O dado ignora o controle do item no geral, com a majoração média dos preços em 4,62% em 2023, a menor em dois anos.

Esse cenário é apreciado pelos 13% que citam a economia como melhor feito do presidente até aqui —com o mesmo controle inflacionário à frente das citações positivas.

No cômputo geral, 31% não souberam apontar um dado favorável da administração do presidente, que ocupou anteriormente o cargo de 2003 a 2010. Outros 21% não opinaram.

Ainda na avaliação negativa do trabalho de Lula, chama a atenção os 10% que colocam a política externa como algo deletério da gestão do petista. Particularmente, 4% citam a querela com Israel, o que reflete a importância do eleitorado evangélico, fielmente dedicado à defesa do Estado judeu.

Lula comparou a guerra de Tel Aviv contra o Hamas na Faixa de Gaza com o Holocausto nazista, uma heresia para os judeus. Foi admoestado pelo governo israelense, mas manteve sua posição.

Como previsível, os evangélicos, largamente associados ao bolsonarismo, são mais críticos acerca do trabalho do presidente. Para 36% deles, ele não fez nada de notável no cargo.

Voltando ao cenário geral, outros 2% dizem que o petista se mete em guerras de outros países indevidamente, uma citação que inclui Gaza, mas também a Ucrânia, a quem o petista já equivaleu à Rússia como culpada na invasão promovida em 2022 pelo presidente Vladimir Putin.

Ainda do lado negativo, não são desprezíveis os 6% atribuídos à questão da imagem pessoal. Para 3%, o presidente “viaja demais com dinheiro público”, enquanto 2% afirmam que Lula “fala bobagem demais”.

Do lado positivo para o Planalto, depois da inflação vêm os esforços na área social como principal ação positiva do governo. Para 11%, isso é um ponto bom de Lula, 8% citando especificamente a recriação e ampliação do Bolsa Família, sua principal marca desde o primeiro mandato (2003-2010).

Pouco abaixo vem a educação, com 5% de menções positivas, mas sem uma grande vitrine a ser destacada. Idem para saúde, 2%, e para a vilipendiada política externa, com 2%.

Também chama a atenção que o tema da segurança pública, obsessão do bolsonarismo, não parece ser tão malvista pelo eleitorado quando questionado sobre o desempenho de Lula. Apenas 1% citou o assunto como algo negativo sobre a gestão federal.

O mesmo índice é aferido sobre a corrupção, um problema atávico associado ao petismo pelos seus adversários, dados os escândalos em governos do partido, como o mensalão e o petrolão.

Igor Gielow/Folhapress

Sondagem da ponte Salvador-Itaparica é iniciada em Vera Cruz

Concessionária inicia nova etapa de sondagem da ponte Salvador-Itaparica
A Concessionária do Sistema Rodoviário Ponte Salvador-Itaparica realizou, nesta sexta-feira (22), no município de Vera Cruz, a primeira perfuração na beira do mar com o uso de plataforma.

De acordo com a empresa, esse é o andamento da etapa de operações em terra já que, na região de borda do mar, a lâmina d’água é pequena. As perfuratrizes vão retirar fragmentos do solo no local onde serão instalados pilares da Ponte. Em seguida, os materiais serão analisados por laboratórios especializados, responsáveis por oferecer relatórios detalhados com informações sobre o solo da área.

O anúncio da primeira perfuração em Vera Cruz, foi feito pelo governador Jerônimo Rodrigues em suas redes sociais. “O início das sondagens com uso da plataforma é um procedimento fundamental da etapa de operações em terra. Mais um avanço desse grande projeto para nosso estado”, enfatizou Jerônimo!

Claudio Villas Boas, CEO da Concessionária Ponte Salvador-Itaparica, explica que esse é um dos serviços fundamentais na execução do cronograma que vai materializar um dos mais monumentais e importantes projetos já implementados na Bahia. “Nesta fase de sondagem, poderemos compreender melhor as características do terreno à beira mar, além de dimensionar com precisão a fundação da estrutura da ponte. Este é mais um passo que demonstra o compromisso da Concessionária com a execução deste projeto. Seguimos empenhados e trabalhando com firmeza na realização desse sonho de todos os baianos”, detalhou o gestor.

Etapas

Ainda de acordo com a concessionária, essa atividade acompanha as sondagens em terra que foram realizadas nos meses de janeiro e fevereiro, nas cidades de Vera Cruz e Salvador, respectivamente. Os passos seguintes preveem a sondagem em alto mar – águas rasas e profundas – com balsas de grandes dimensões e uso de equipamentos da China. Entre os dias 9 de 10 de março, a Concessionária Ponte Salvador-Itaparica recebeu, em Simões Filho, dez contêineres vindos da China com os equipamentos e materiais que vão otimizar a excelência do trabalho das equipes que atuam no fluxo das sondagens.

Na lista, segundo a empresa, estão três perfuratrizes especiais com sistema de compensação de ondas, tecnologia chinesa para executar o serviço no mar durante o inverno, período em que podem ocorrer condições climatológicas adversas, garantindo a estabilização das balsas onde estarão as plataformas de trabalho. Também aportaram no Estado uma cabine de operação, torre de operação, guincho, gerador e um laboratório para análise geotécnica do material que será coletado no mar.

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