Testado em 2002, voto impresso causou confusão e tornou urna eletrônica vulnerável a fraude

Foto: Bruno Stuckert/Folhapress
Bandeira do presidente Jair Bolsonaro e de aliados, o voto impresso foi testado em 2002 e, em vez do aumento da segurança, transparência e confiabilidade, o diagnóstico foi em sentido oposto: as eleições nessas localidades se tornaram mais inseguras, confusas e passíveis de fraude.

Ao todo, a Justiça Eleitoral acoplou naquele ano 23 mil impressoras às urnas eletrônicas de Sergipe, do Distrito Federal e de cidades próximas às capitais, em um total de 150 municípios.

Seis por cento dos eleitores brasileiros passaram, na ocasião, pela experiência de escolher seus candidatos na urna eletrônica, tendo ao lado um mecanismo em que podiam conferir visualmente a impressão do voto para, após isso e sem contato manual, o papel ser automaticamente depositado em um local lacrado.

O teste foi feito devido a uma lei aprovada pelo Congresso instituindo a impressão do voto eletrônico (não confundir com as cédulas de papel usadas em todo o país até o início dos anos 1990) a partir do pleito de 2004.

A análise do relatório divulgado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), das duas ações de inconstitucionalidade analisadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e dos documentos anexados ao projeto de lei do Congresso que revogou a medida em 2003 mostra uma lista de episódios e indicadores que contraindicam fortemente a adoção novamente do modelo em 2022.

O relatório do TSE resume os problemas encontrados: “A experiência demonstrou vários inconvenientes na utilização do denominado módulo impressor externo. Sua introdução no processo de votação nada agregou em termos de segurança ou transparência. Por outro lado, criou problemas. Nas seções eleitorais com voto impresso foi: a) maior o tamanho das filas; b) maior o número de votos nulos e brancos; c) maior o percentual de urnas com votação por cédula, com todo o risco decorrente desse procedimento; e d) maior o percentual de urnas que apresentaram defeito, além das falhas verificadas apenas no módulo impressor”.

De acordo com o documento, no Rio de Janeiro cerca de 60% dos eleitores não conferiram a impressão. Na Bahia, eleitores não conseguiram finalizar a votação. No Distrito Federal, que teve 100% das urnas com impressora de voto, o índice de quebra foi de 5,3%, contra 1,4% do restante do país.

“Outro dado que impressiona, e muito preocupa, é o fato de nas seções com voto impresso, 30,2% delas terem utilizado o sistema de voto cantado, enquanto nas seções que utilizaram urna eletrônica, sem voto impresso, o percentual foi de apenas 0,68%”, diz o relatório.

A referência é ao modelo em que há utilização de cédulas devido a problema na urna. Depois, esses votos são “cantados” para registro em um programa da urna eletrônica.

“O voto cantado fragiliza o processo de votação e apuração, na medida em que possibilita a interferência da ação humana, com todas as suas consequências.”

Material produzido pela Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE e reproduzido no voto da ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia —que considerou inconstitucional lei do voto impresso de 2009— aprofunda o relato da experiência e das possíveis consequências da generalização da medida.

“No caso de uma recontagem, a simples perda de um pedaço de papel poderá causar inconsistências, podendo gerar impugnação da seção eleitoral, criando um novo tipo de vulnerabilidade no sistema. Esta vulnerabilidade pode ser explorada no reduto eleitoral do candidato opositor provocando a anulação das urnas. Da mesma forma, votos impressos podem ser inseridos, provocando a mesma impugnação”, escrevem os técnicos.

“Mesmo sendo automática, existe a dependência da intervenção manual no processo de organização dos votos e, consequentemente, traz de volta a possibilidade de fraudes”, prossegue o texto reproduzido por Cármen Lúcia.

O documento ressalta ainda que o eleitor não tem como saber se o voto que ele viu sendo impresso na seção eleitoral é o mesmo que está sendo recontado em caso de auditoria, assim como a possibilidade de todo o candidato derrotado poder alegar que a eleição foi fraudada, sem provas, e pedir recontagem.

“Assim, a recontagem dos votos impressos tornar-se-á o método padrão de contagem de votos, o que significa um retrocesso, pois o antigo processo de votação manual é suscetível a fraudes e por isso foi abandonado no Brasil.”

O voto em cédula no Brasil, com apurações lentas e conturbadas, que podiam durar dias, vigorou até 1994. Na eleição municipal de 1996, a urna eletrônica começou a ser implantada nas maiores cidades do país.

Em 2000, o novo sistema estava operando em todo o território nacional, o que levou as cédulas a serem reservadas apenas para localidades em que o aparelho apresentasse defeito.

Desde então, apesar de não haver nenhum indicativo ou suspeita concreta de fraude na votação eletrônica, o Congresso Nacional já aprovou em três ocasiões leis tentando implantar não a volta das cédulas, mas a impressão do voto dado na urna eletrônica —leis 10.408/2002, 12.034/2009 e 13.165/2015.

A primeira foi revogada pelo próprio Congresso em 2003 após o fiasco do ano anterior.

A segunda foi declarada inconstitucional pelo STF sob os argumentos de risco à garantia constitucional do sigilo do voto e violação aos princípios de economia e eficiência na gestão do dinheiro público.

Segundo estimativas, o custo para implantar o voto impresso em todo o país deve superar a casa dos R$ 2 bilhões.

A terceira lei também foi barrada pelo Supremo, sob o mesmo argumento: inconstitucionalidade.

Desde que assumiu a presidência, Bolsonaro levanta suspeitas baseadas em falsas premissas contra a votação em urnas eletrônicas. Aliados seus no Congresso querem aprovar uma proposta de emenda à Constituição estabelecendo o voto impresso a partir do pleito de 2022.

O TSE já indicou que, mesmo que o Congresso aprove a medida, não terá condições orçamentárias e de logística para cumprir a medida.
Ranier Bragon / Folha de São Paulo

Bahia passeia na estreia do Brasileiro, que já tem 1º técnico demitido

Foto: Felipe Oliveira
A edição 2021 da Série A do Campeonato Brasileiro teve início neste sábado (29). O primeiro time a vencer na competição foi o Bahia, que derrotou o Santos por 3 a 0 no estádio de Pituaçu, em Salvador. Nos outros dois encontros da noite, somente empates. No Morumbi, na capital paulista, São Paulo e Fluminense não saíram do zero em partida transmitida ao vivo pela Rádio Nacional. Na Arena Pantanal, Cuiabá e Juventude ficaram no 2 a 2, no jogo que abriu a competição. A igualdade custou o emprego do técnico Alberto Valentim, do Dourado.
Foto: Felipe Oliveira
O triunfo baiano no Pituaçu foi decidido nos primeiros sete minutos do segundo tempo, depois de uma etapa inicial em que o Esquadrão de Aço já havia sido superior ao Peixe. Antes mesmo do ponteiro do cronômetro completar a primeira volta, o lateral Pará bobeou e Rossi aproveitou. O atacante cruzou pela direita e o meia Thaciano apareceu na área para concluir.

Aos quatro, Rossi novamente escapou pela direita e deu assistência para Thaciano finalizar e ampliar. Três minutos depois, o meia Daniel cruzou pela esquerda o zagueiro Juninho, livre, cabeceou para marcar o terceiro do Tricolor. Desnorteado com os gols em sequência e mesmo com a posse de bola na casa dos 60%, o Santos foi incapaz de criar perigo.

Os dois times têm compromissos pela terceira fase da Copa do Brasil antes da próxima rodada da Série A. Na terça-feira (2), o Bahia enfrenta o Vila Nova no estádio Onésio Brasileiro Alvarenga, em Goiânia, às 16h30 (horário de Brasília). No mesmo dia, às 19h, o Santos visita o Cianorte-PR no estádio Albino Turbay, em Cianorte (PR).

Pelo Brasileirão, as equipes voltam a campo no próximo sábado (5). O Peixe encara o Ceará às 19h (horário de Brasília), na Vila Belmiro, em Santos (SP). Mais tarde, às 21h, o Esquadrão mede forças com o Red Bull Bragantino no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista (SP), às 21h.
Empate no Morumbi
Foto: Felipe Oliveira
Na capital paulista, o Fluminense foi superior ao São Paulo no primeiro tempo e só não saiu na frente porque o goleiro Tiago Volpi defendeu um pênalti batido pelo meia Nenê aos 28 minutos. Na etapa final, o Tricolor carioca quase abriu o placar no minuto inicial, com Gabriel Teixeira. O atacante recebeu cruzamento pela direita do lateral Martinelli e chutou na saída de Volpi. A bola desviou no goleiro e tocou na trave.

Os anfitriões só conseguiram assustar na reta final da partida, com Joao Rojas. Aos 40 minutos, o atacante finalizou de surpresa, com o joelho, após cruzamento do lateral Reinaldo pela esquerda, mandando à direita, rente ao gol de Marcos Felipe. Nos acréscimos, o equatoriano teve nova oportunidade, mas o lance foi todo anulado por impedimento do atacante Éder na origem da jogada.

Aguardando a definição dos adversários nas oitavas de final da Libertadores, que sairá na terça, São Paulo e Fluminense terão a semana cheia para treinar. O Tricolor paulista só volta a campo no sábado que vem, às 19h, no estádio Antônio Accioly, em Goiânia, contra o Atlético-GO. O Tricolor carioca joga no próximo domingo (6), às 11h, diante do Cuiabá, no Maracanã.
Igualdade e demissão
Foto: Felipe Oliveira
Os mato-grossenses, aliás, saíram na frente do Juventude aos 28 minutos da primeira etapa, com o atacante Jonathan Cafu. Foi o primeiro gol da competição e o primeiro da história do Cuiabá na elite nacional. Antes do intervalo, os gaúchos conseguiram a virada, com gols do volante Wescley, aos 42, e do atacante Matheus Peixoto, aos 45 minutos. No segundo tempo, após muito pressionar, o Dourado igualou aos 41 minutos, com Élton aproveitou cruzamento do também atacante Guilherme Pato.

Após a partida, o Cuiabá anunciou a demissão de Alberto Valentim. O técnico durou apenas dez jogos no comando da equipe, com sete vitórias e três empates. Apesar do título estadual invicto conquistado no último domingo (23), o Dourado foi eliminado de forma precoce da Copa do Brasil, caindo para o 4 de Julho-PI nos pênaltis, na segunda fase. O time será dirigido pelo auxiliar Luiz Fernando Iubel, de forma interina, até a contratação do novo treinador.

O Juventude, de volta à primeira divisão após 14 anos, volta a campo no outro domingo, pela segunda rodada do Brasileirão, para enfrentar o Athletico-PR no estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul (RS), às 18h15.

Edição: Cláudia Soares Rodrigues
Por Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil e Rádio Nacional - São Paulo

Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 29 de maio, tivemos 04 nove casos de coronavirus

A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 29 de maio, tivemos 9646 casos registrados como suspeitos, sendo 2.817 casos confirmados, dentre estes, são 2.743 pessoas RECUPERADAS, 04 estão em isolamento social, 04 estão internadas e 66 foram a óbito. 6792 casos foram descartados e 37 pessoas aguardam resultado de exame. Nesse momento, temos 08 casos ativos.

O uso da máscara é indispensável, evite aglomerações, use álcool 70% e lave as mãos com água e sabão sempre que puder .

Prefeitura de Ipiaú/Dircom

Coronavírus: Aumento da pobreza e falta de comida transformam ovo em ‘prato principal’ na pandemia

Foto: BBC News Brasil
Coloca a panela no fogão, acende, põe um fio de óleo e quebra um ovo. Este se tornou o novo hábito diário da aposentada Maria José de Araújo, de 73 anos, e de milhares de brasileiros nos últimos meses na hora de preparar as refeições.

Com o agravamento da crise financeira causada pela pandemia do coronavírus e as constantes altas do preço da carne, aliados à perda da renda e do emprego, o ovo tornou-se a principal fonte de proteínas de muitas famílias.

“Eu sempre comprava costela, bife ou frango. Mas hoje bife é para rico. Aqui em casa, nem pensar. Quando compro alguma coisa diferente, é coxa e sobrecoxa. Até o pé do frango está caro”, afirmou Maria José, que mora com o marido e a filha na Brasilândia, zona norte de São Paulo.

“Antes, a gente sempre colocava carne na mesa. Mas hoje a gente faz tudo com ovo. Omelete, ovo frito, cozido. Daqui a alguns dias, a gente não vai aguentar mais”, contou à reportagem.

Um estudo do grupo de pesquisas Food for Justice: Power, Politics, and Food Inequalities in a Bioeconomy (Comida por Justiça: Poder, Política e Desigualdades Alimentares em uma Bioeconomia, em tradução livre), da Universidade Livre de Berlim, apontou que o ovo foi o alimento que teve maior aumento no consumo dos brasileiros durante a pandemia: 18,8%.

Na avaliação dos pesquisadores, esse crescimento no consumo de ovos aponta para uma clara substituição no consumo de carne, que teve redução de 44%.

O número de pessoas que disse ter comido mais carne, entre novembro e dezembro de 2020, foi de apenas 3,2%.

‘Olha o ovo!”

O vendedor de ovos Leonardo Carlos Ribeiro Cabral, de 37 anos, sentiu essa mudança. Suas vendas dispararam.

Antes da pandemia, ele vendia cerca de 1,5 mil a 2 mil caixas de ovos por mês. “Hoje, eu vendo 4 mil”, disse.

Três vezes por semana, ele percorre os 70 km que separam a Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, e a cidade de Mairinque, para buscar ovos.

Cabral entrou nesse mercado há seis anos como ambulante, vendendo cartelas de porta em porta e anunciando o produto por meio de um alto-falante, em uma Kombi.

Mas a perda de renda e a fome durante a pandemia fizeram o negócio de Cabral prosperar. Hoje, ele tem três funcionários que vendem o alimento em carros nas ruas.

“A gente mudou da água para o vinho. Eu tinha duas peruas velhas que usava para vender ovos. Hoje, comprei uma van, comprei um carro novo e estou construindo quatro casas para investimento porque não sei até quando vai durar essas vendas”, afirmou.

Cabral contou que percebeu uma mudança no perfil de seus clientes no último ano.

“Antes, as pessoas de classe média não compravam. Hoje, elas são as que mais compram, principalmente quando a Prefeitura fecha os comércios e as pessoas não podem sair de casa. Se eu soubesse que vender ovo seria tão bom, hoje eu teria um galinheiro”, afirmou sorrindo.

Ele cita um de seus clientes, que compra ovos para revender: um taxista que deixou de fazer corridas e encheu o carro com o produto para comercializar na zona norte da capital paulista.

Agnaldo Machado dos Santos, de 34 anos, tem história parecida. Ele trabalhava como motorista de aplicativo, mas foi alertado por um amigo sobre o aquecimento do mercado de venda de ovos e agora usa o carro para vender o produto na rua.

“Eu encho o porta-malas com caixas de ovos, abro em um lugar com grande movimento e fico ali com uma placa por uns 20 minutos. Depois vou mudando de lugar ao longo do dia. Chego a ganhar 50% a mais do que fazendo corridas”, contou Santos.

Insegurança alimentar cresce na pandemia

O economista Marcelo Neri, diretor do centro de estudos FGV Social, afirmou que a queda na renda provocada pela pandemia agrava uma tendência crescente de insegurança alimentar que o Brasil atravessa nos últimos anos.

A Food for Justice apontou que, em abril de 2021, 59,4% dos domicílios do país se encontravam em situação de insegurança alimentar. Isso ocorre quando uma família diz ter preocupação com a falta de alimentos em casa ou já enfrenta dificuldades para conseguir fazer todas as refeições.

De acordo com o estudo da Food for Justice, os mais altos percentuais de insegurança alimentar são registrados em famílias com apenas uma fonte de renda (66,3%). Isso se acentua ainda mais quando essa responsável é uma mulher (73,8%) ou uma pessoa parda (67,8%) ou preta (66,8%).

Uma pesquisa feita pelo Data Favela, uma parceria entre Instituto Locomotiva e a Central Única das Favelas (Cufa), em fevereiro, apontou que, entre os 16 milhões de brasileiros que moram em favelas, 67% tiveram de cortar itens básicos do orçamento com o fim do auxílio emergencial, como comida e material de limpeza.

Outros 68% afirmaram que, nos 15 dias anteriores à pesquisa, em ao menos um dia faltou dinheiro para comprar comida. Oito em cada dez famílias disseram que, se não tivessem recebido doações, não teriam condições de se alimentar, comprar produtos de higiene e limpeza ou pagar as contas básicas durante os meses de pandemia.

Consumo de carne caiu ao menor patamar da história

A crise fez o consumo de carne no Brasil chegar ao menor patamar em 25 anos, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), desde o início da série histórica, em 1996.

Hoje, cada brasileiro consome, em média, 26,4 kg de carne por ano. Isso significa uma queda de quase 14% na comparação com 2019, um ano antes da pandemia. A queda em relação a 2020 é de 4%, segundo o Conab.

Economistas apontam que, com a alta do dólar, os produtores preferem vender a carne para outros países, como a China, que paga em dólares.

Mas nem o ovo escapou ileso da crise. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getúlio Vargas, no último ano, seu preço teve uma alta acumulada de 11,45%, enquanto a inflação do consumidor foi de 6,35%.

“Se o ovo não tivesse ficado mais caro, eu estaria vendendo ainda mais”, disse Leonardo Cabral.

O preço da sua caixa de ovos, com 30 unidades, passou de R$ 10 para R$ 15, um aumento de 50%.

A aposentada Maria de Araújo conta que, onde ela mora, o ovo encareceu bastante também. A cartela com uma dúzia, que custava R$ 8, hoje sai por R$ 13.

“Se continuar assim, até ovo vai ser difícil comprar”, afirmou à BBC News Brasil.

“Saída é aumentar a renda”, aponta economista

O economista Marcelo Neri, da FGV, diz que a procura maior pelo ovo causou essa subida repentina do preço.

“O aumento do preço das commodities e a variação cambial causaram uma alta nos alimentos”, afirmou o professor da FGV.

Isso faz com que as famílias procurem por proteínas que tenham um custo mais baixo. Mas Neri pondera que o mercado deve se ajustar e os preços devem diminuir, seguindo tendências históricas.

“O aumento das commodities é uma boa notícia para a macroeconomia brasileira, mas ruim para o consumidor. A notícia boa é que esse aumento não veio para ficar. O preço das commodities flutua, e eu diria que isso não é um choque permanente”, afirmou Neri.

Mas o economista ressalta que há uma tendência de piora da insegurança alimentar desde 2014. Um fenômeno, segundo ele, ligado ao aumento da desigualdade e pobreza.

Neri explica que o auxílio emergencial ajudou a reduzir esse problema, mas que parte desse benefício foi anulado pelo encarecimento dos alimentos.

Para o economista, a melhor solução hoje para amenizar o impacto na alta dos preços é investir na melhoria de renda da população e aguardar para que os valores voltem a patamares pelo menos mais próximos dos anteriores.

“As outras alternativas, como o controle de preços, não são boas. A gente já experimentou isso no passado e viu que causa escassez porque as pessoas consomem e gera uma corrida que não chega a lugar nenhum. Temos que pensar em políticas estruturais e de melhora de renda da população”, afirmou Neri.
Felipe Souza / Folha de São Paulo

Justiça concede liminar que suspende demissões em massa de médicos pelo Governo Rui

Foto: Reprodução/Facebook
O desembargador do Trabalho Esequias Pereira de Oliveira concedeu liminar para suspender demissões em massa de médicos da Bahia, Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), Fundação ABM de Pesquisa e Extensão na Área de Saúde (Fabamed) e Fundação José Silveira (FJS), “até que se estabeleça procedimento transparente, claro e informativo, como fruto de processo de negociação coletiva”.

A liminar determinou também a “suspensão da redução ou ruptura dos vínculos mantidos entre o Estado da Bahia e as empresas Rés e de outras empresas que lhes prestem serviços de saúde, de modo a evitar a despedida dos empregados médicos, até dezembro de 2021, prazo suficiente a fim de que a SESAB planeje a regularização dos vínculos da mão de obra médica, sem a utilização do credenciamento como intermediação de mão de obra”.

A Justiça suspendeu ainda o credenciamento de empresas médicas com base na Portaria Sesab nº 134/2021 e determinou que as rés devem “abster-se de praticar qualquer represália ou perseguição à testemunha, pelo simples fato de ter prestado depoimento perante o Ministério Público do Trabalho ou perante a Justiça do Trabalho”.

Manifestação contra Bolsonaro no Recife é encerrada com bombas e correria

Foto: Reprodução/Folha de São Paulo
A manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro foi encerrada com bombas de gás lacrimogênio, tiros de balas de borracha e correria nas ruas do centro do Recife neste sábado (29).

De acordo com os organizadores, o ato acontecia de forma pacífica e mantendo o distanciamento entre as pessoas. Contudo, os manifestantes foram surpreendidos por uma guarnição da tropa de choque da Polícia Militar bloqueando a rua já no final do trajeto.

Os manifestantes pararam a cerca de 200 metros do bloqueio, mas os policiais avançaram e lançaram bombas de gás, gerando correria. Um vídeo mostra a vereadora Liana Cirne (PT) sendo atacada com gás de pimenta ao tentar negociar com policiais que estavam em uma viatura.

Em vídeo publicado em suas redes sociais, o governador Paulo Câmara (PSB) informou que determinou a imediata apuração de responsabilidades.

Segundo o governador, a corregedoria da Secretaria de Defesa Social instaurou procedimento para investigar os fatos. O oficial comandante da operação, além dos envolvidos na agressão à vereadora Liana Cirne, foram afastados de suas funções.

“Sempre vamos defender o amplo diálogo, o entendimento e o fortalecimento de nossas instituições dentro da melhor tradição democrática de Pernambuco”, disse.

Um dos organizadores da manifestação, o vereador do Recife Ivan Moraes (PSOL) afirmou que as agressões aconteceram de forma gratuita e criticou o governador Paulo Câmara.

“Se um protesto sem violência é interrompido de forma tão violenta e gratuita, ou o governador ordenou que a polícia encerrasse a manifestação ou ele não manda na sua própria polícia”, disse.

Procurada, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco ainda não se manifestou sobre o conflito.

Em uma rede social, a vice-governadora Luciana Santos (PC do B) afirmou que a ação policial não foi autorizada pelo governador Paulo Câmara.

“O governador Paulo Câmara tem se pautado pela democracia, pelo diálogo […] Nós repudiamos esse tipo de atitude e vamos tirar as consequências do acontecido”, afirmou.

A violência da ação policial foi alvo de críticas de entidades da sociedade civil. Em nota, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Pernambuco cobrou uma apuração rigorosa e punição por parte do Governo do Estado de Pernambuco dos responsáveis pela atuação da PM.

“Imagens reportam uma repressão absolutamente desproporcional por parte da PMPE, com uso de balas de borracha, gás lacrimogêneo e spray de pimenta, contra grupos que realizavam o ato na área central da cidade”.

A OAB também condenou a agressão sofrida pela advogada e vereadora do Recife Liane Cirne, atingida com spray de pimenta no rosto.

​Na sexta-feira (28), o Ministério Público estadual havia emitido uma recomendação de suspensão dos atos para evitar a disseminação do vírus. Ele expediu recomendações semelhantes contra aglomerações em manifestações de apoio ao presidente Bolsonaro.

Liderados por centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda, os atos contra Jair Bolsonaro reuniram manifestantes em várias cidades do país. Na manhã deste sábado (29), houve protestos em capitais como Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Recife.

As manifestações, que foram alvo de críticas por acontecerem presencialmente em meio à pandemia, são realizadas num momento em que o país chega a 459 mil mortes pela doença, sendo 2.418 registradas nas últimas 24 horas, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa.

A expectativa da organização é que atos semelhantes aconteçam em pelo menos 205 cidades, incluindo as 27 capitais, até o final do dia.

Como mostrou a Folha, a mobilização nacional deste sábado foi feita pensando em desgastar Bolsonaro e incentivar a CPI da Covid, enquanto o impeachment é visto como algo ainda distante. Líderes ligados à organização, porém, enxergam os atos como um impulso.

O dilema entre o discurso pró-isolamento social e o incentivo a aglomerações resultou em diferentes níveis de participação. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) não convocaram seus integrantes institucionalmente, embora não impeçam a ida.

PT, PSOL, PC do B, PCB, PCO e UP declararam apoio à iniciativa e dispararam chamados para os militantes, mas ressaltaram que a organização é de responsabilidade de frentes Povo sem Medo, Brasil Popular e Coalizão Negra por Direitos (que congregam dezenas de entidades).
João Pedro Pitombo / Folha de São Paulo

Com permissão para abrir comércio, região Oeste segue com toque de recolher e outras medidas

Foto: Divulgação/SSP
Em decreto publicado neste sábado (29) no Diário Oficial do Estado, seguem mantidos, de domingo (30) até o dia 8 de junho, o toque de recolher e outras medidas de restrição em cidades do Oeste da Bahia. A publicação flexibiliza a medida que restringia o funcionamento de apenas serviços essenciais na região. As novas ações, que têm como objetivo conter a disseminação da Covid-19, valem para 36 municípios: Angical, Baianópolis, Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brejolândia, Brotas de Macaúbas, Buritirama, Canápolis, Catolândia, Cocos, Coribe, Correntina, Cotegipe, Cristópolis, Formosa do Rio Preto, Ibotirama, Ipupiara, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães, Mansidão, Morpará, Muquém do São Francisco, Oliveira dos Brejinhos, Paratinga, Riachão das Neves, Santa Maria da Vitória, Santa Rita de Cássia, Santana, São Desidério, São Félix do Coribe, Serra do Ramalho, Serra Dourada, Sítio do Mato, Tabocas do Brejo Velho e Wanderley.

Fica mantida a restrição de locomoção noturna das 20h às 5h. Os estabelecimentos comerciais e de serviços devem encerrar as atividades 30 minutos mais cedo, para garantir o deslocamento de funcionários às residências. Cada município deve estabelecer critérios para lotação dos estabelecimentos permitidos e fiscalizar o cumprimento da medida.

Está proibido o funcionamento de academias, exceto os espaços voltados ao atendimento de fisioterapia, de acordo com protocolos sanitários estabelecidos, que indicam a atividade como uma possibilidade para determinados tratamentos pós Covid-19.

Proibida também a prática de esporte amador coletivo, de eventos e atividades, independente do número de participantes, e de shows e festas. Já os atos religiosos litúrgicos podem ocorrer com 25% da capacidade dos espaços.

Ainda de acordo com o novo decreto, está vedado o funcionamento de bares, restaurantes e congêneres, no período de 18h do dia 4 de junho até as 5h do dia 7 de junho. Também neste período, estará proibida a venda de bebida alcoólica em quaisquer estabelecimentos, inclusive por sistema de entrega em domicílio (delivery) ou em depósitos e distribuidoras.

Cumprimento de medida

Seguindo decreto anterior, 24 municípios da região oeste cumprem, até este sábado (29), restrição para o funcionamento de apenas serviços essenciais.
Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

Senado e Câmara lançam portal conjunto para informar tramitação de projetos

Foto: Pedro França/Agência Senado

As secretarias-gerais das Mesas do Senado e da Câmara dos Deputados lançaram nesta sexta-feira (28) o portal Simplificou, onde é possível consultar o estado da tramitação de proposições legislativas nas duas Casas.

O portal exibe para o usuário o caminho esquematizado do projeto, com ícones indicando onde ele se iniciou, em qual estágio de tramitação se encontra, qual foi a conclusão de cada etapa (aprovação, rejeição, sanção, veto) e quais são os próximos passos. Também traz os links para as páginas detalhadas dos projetos em cada Casa, onde há informações adicionais sobre cada um.

Ele reúne as informações sobre projetos de lei ordinária (PLs) e complementar (PLPs), propostas de emendas constitucionais (PECs) e projetos de decreto legislativo (PDLs). Medidas provisórias (MPs) e projetos de lei do Congresso (PLNs) continuam na página do Congresso Nacional.

O Simplificou é mais uma etapa do trabalho de padronização das informações sobre o processo legislativo, que começou em 2019, quando a nomenclatura e numeração de projetos foi unificada — antes, cada Casa tinha seu próprio modelo, e um projeto mudava de tipo e número quando se movia de uma para outra.

Transparência

O secretário-geral da Mesa do Senado, Gustavo A. Sabóia Vieira, afirmou que o esforço recente das duas Casas tem como foco informar claramente a sociedade sobre o trabalho do Congresso.

— O Parlamento brasileiro tem tido um protagonismo importante em termos de diálogo direto com os cidadãos. Nossa parceria é fundamental para disponibilizar a informação legislativa de uma forma que faça sentido.

Para Ruthier de Sousa Silva, secretário-geral da Mesa da Câmara, a linguagem visual mais amigável e explicativa do novo portal vai facilitar o entendimento do que mais interessa às pessoas, que é consultar rapidamente o estado dos projetos de lei.

— O grande benefício da informação facilitada é a transparência. Qualquer cidadão vai poder entender por onde já passou e por onde ainda vai passar o projeto.

Diretor da Secretaria de Apoio aos Órgãos do Parlamento do Senado (Saop), Waldir Miranda faz eco a esse ponto, observando que as nuances do processo legislativo podem ser confusas sem um guia de qualidade.

— A ideia é [o portal] ser uma visão global para o cidadão que quer entender se um projeto já virou lei ou não. Quando ele sai de uma Casa, parece que já virou lei, mas não, ele ainda vai para a outra e, às vezes, volta para a primeira.

A equipe de Publicidade e Marketing da Comunicação do Senado é responsável por toda a campanha de divulgação do novo portal. Para o lançamento da nova página de tramitação unificada, a campanha foi desenvolvida com peças de divulgação criadas para TV, rádio, mídias sociais, WhatsApp e para o portal do Senado. É uma continuidade da primeira fase, criada e divulgada em 2019, com cores suaves e formas simples para passar a ideia de clareza sobre um tema que não é assim tão fácil de se entender: o processo legislativo.
Fonte: Agência Senado

Operação localiza assaltante de banco em Salvador

Foto: Divulgação/SSP
O líder de uma organização criminosa envolvida com assaltos a bancos e carros-forte, tráfico de drogas e homicídios foi localizado, nesta sexta-feira (28), no bairro de Patamares, em Salvador. Equipes das Rondesps Atlântico e BTS, além do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) participaram do flagrante.

Os policiais civis e militares iniciaram ações de inteligência, na Rua Manoel Antônio Galvão, após denúncias de homens armados. Durante varreduras, o criminoso foi avistado armado e, na tentativa de prisão, ele correu para um imóvel.

Quando as equipes entraram, na casa, houve confronto e o assaltante de banco acabou ferido. Ele foi socorrido para o hospital Roberto Santos, mas não resistiu. Uma pistola calibre 380, carregador, munições, 252 pedras de crack, 37 porções de maconha, 16 pinos de cocaína e dois celulares foram apreendidos.

Chapadaa Diamantina

Em 2018, durante ação conjunta, as polícias Civil e Militar cumpriram 21 mandados de prisão contra a organização criminosa. Os integrantes do bando foram localizados, em cidades da região da Chapada Diamantina.

O criminoso encontrado, nesta sexta-feira (28), em Salvador, também foi alvo da operação. Naquele ano, ele estava no sistema prisional, onde foi cumprido o mandado de prisão.
Fonte: Ascom: Alberto Maraux

Fábrica de espadas é desmontada em Cruz das Almas

Foto: Divulgação/SSP
Uma fábrica clandestina de espadas foi descoberta por equipes da 27ª Companhia Independente da Polícia Militar, na sexta-feira (28), no município de Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano.

"Fomos informados sobre o local e o nosso subcomandante, capitão Danilo, juntamente com outros integrantes da unidade, foi averiguar. As equipes confirmaram o que foi repassado na denúncia e desmontaram o espaço ilegal", explicou o comandante da 27ª CIPM, major Edicarlos da Costa.

No imóvel foram apreendidos uma caixa de pólvora, 304 espadas de bambu, seis sacos de pólvora e cinco aparelhos celulares.
Fonte: Ascom | Silvânia Nascimento

Suspeito de matar médico é preso em Feira de Santana

Foto: Tony Silva
Corpo de Andrade Lopes Santana foi encontrado nesta manhã no município de São Gonçalo dos Campos
Equipes da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Feira) e da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Feira de Santana prenderam, no início da tarde desta sexta-feira (28), o suspeito de matar o médico Andrade Lopes Santana, de 32 anos, cujo corpo foi encontrado nesta manhã no Rio Jacuípe, no município de São Gonçalo dos Campos. A motivação está sendo apurada.

Andrade havia desaparecido na segunda-feira (24), depois de sair de Araci, a 220 km de Salvador, com destino a Feira de Santana. Natural do Acre, o médico teve o corpo amarrado a uma âncora, também localizada pelos policiais.

O mandado de prisão foi cumprido na residência do suspeito, no bairro da Santa Mônica, em Feira de Santana.
Fonte: Ascom / Polícia Civil

Em live com petistas, Genoíno convoca militância às ruas neste sábado e diz que é contra frente ampla em 2022

Foto: Divulgação/
Na imagem, o ex-deputado federal José Genoíno

Um dos fundadores e ex-presidente do PT, o ex-deputado federal José Genoíno disse numa live realizada pela Escola Luiza Mahin, do PT de Todas as Lutas, nesta sexta-feira (28), que enfrenta a terceira quarentena de sua vida. Após duas prisões – em 1972 e 2013 – vive agora a realidade da pandemia. “A cabeça e o coração não podem ficar presos, o corpo pode”.

E foi com esse espírito de inconformidade que Genoíno palestrou na abertura do 6º Curso de Formação Política da escola baiana. O tema, a encruzilhada “Diante da situação do país, o Brasil tem jeito? O que fazer?”. Numa clara convocação para os atos fora Bolsonaro deste sábado (29), desde que respeitados os protocolos sanitários, sugeriu “que as pessoas não podem ficar no desespero da impotência, que é possível derrotar a barbárie que a burguesia produziu”.

O petista iniciou sua fala enumerando a série de crises que o mundo e o capitalismo atravessam, agravadas pela pandemia do coronavírus, e disse que “uma crise sistêmica” se resolve com mudanças estruturais. Afirmou não acreditar, porém, numa frente ampla contra o bolsonarismo em 2022. “Temos que organizar um bloco de esquerda com conteúdo programático, porque parte da direita gourmet não quer acabar com a hegemonia do capital”.

“Programa de transformação é a base da nossa aliança”, defendeu Genoíno, para quem uma das debilidades do PT foi ter chegado ao poder, dirigido o país durante mais de 10 anos, e não mudar as instituições do Estado de concepção excludente e autoritária, e nem mexido nas estruturas de riqueza.

O primeiro dia do 6º Curso de Formação Política da Escola Luiza Mahin contou com uma audiência virtual de 970 pessoas do Brasil e do exterior (foram ao todo 1185 inscritos de 22 estados, cinco países e quatro etnias indígenas). Também palestraram a ex-secretária de Políticas Para as Mulheres do Brasil no governo Dilma Rousseff, Eleonora Menicucci, e Helena Abramo, socióloga e pesquisadora.

O evento prossegue amanhã (29), a partir das 9h, às 9h, com os ex-ministros Alexandre Padilha e Humberto Costa e o tema “Saúde pública e Pandemia: Políticas de Estado e Políticas de Governo para a Saúde”. Participam também como expositores a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Adélia Pinheiro, a epidemiologista Maria Yury Ichihara (Fiocruz-BA) e José Renato Peneluppi (Informe internacional).

‘Reinaugurações’ marcam viagens de Bolsonaro pelo País

Foto: Alan Santos /PR

A pouco mais de um ano da eleição de 2022, o presidente Jair Bolsonaro intensificou a agenda de compromissos pelo País em viagens que incluem “reinaugurações” de obras já realizadas ou iniciadas nos mandatos de seus antecessores. Das dezessete visitas a obras de infraestrutura entregues neste ano, onze começaram em gestões passadas, aponta levantamento feito pelo Estadão – a reportagem não considerou eventos menores, como de entrega de viaturas, por exemplo.

Um viaduto em Maceió e um trecho do Canal do Sertão, que leva água do Rio São Francisco a municípios do semiárido, ambos em Alagoas, já tinham sido inaugurados quando Bolsonaro os “entregou” à população.

A maioria das viagens foi para o Nordeste, onde Bolsonaro tem rejeição de 62%, segundo a mais recente pesquisa Datafolha. Ao visitar as cidades nordestinas, o presidente costuma aproveitar o palanque para tentar se contrapor a lideranças locais – os alvos são principalmente governadores de esquerda ou ligados a grupos políticos que se opõem ao bolsonarismo.

Apenas em 2021, ele já se envolveu em polêmicas nos redutos políticos dos governadores Camilo Santana (PT), no Ceará, Flávio Dino (PCdoB), no Maranhão, e Renan Filho (MDB), em Alagoas.

O caso envolvendo o filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que é relator da CPI da Covid, é representativo. Na terra do adversário político, Bolsonaro esteve ao lado do ex-presidente e também senador por aquele Estado, Fernando Collor (PROS), e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Atacou Calheiros pai e “reinaugurou” um viaduto que já havia sido aberto em 2020. O financiamento da obra saiu nos governos Dilma e Michel Temer.

O presidente prestigiou ainda eventos de obras incompletas, revitalizadas ou readequadas, e também de retomada de obras federais. Em Coribe, oeste da Bahia, ele comandou em janeiro a cerimônia de readequação da rodovia BR-135, o que incluiu ajustes no traçado e reformas de pontos mais críticos. O trecho já estava em operação havia mais de dois anos.

Aglomeração

No Ceará, a visita do presidente em março deste ano – no pico da pandemia – rendeu até um pedido de investigação pelo Ministério Público Federal no Estado. Procuradores viram indícios de crime contra a saúde pública. Bolsonaro protagonizou um evento com aglomeração e não usou máscara.

O mandatário estava lá para assinar a retomada de obras viárias nos municípios de Tianguá e Caucaia, uma das poucas agendas que não foram voltadas para feitos de governos passados. Os projetos estavam paralisados desde 2011 e 2018, respectivamente. No mesmo dia, também visitou as obras de duplicação da BR-222 – que tiveram início com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de Dilma – e o Anel Viário de Fortaleza. Este, na “inauguração”, já operava havia mais de dez dias.

Outros compromissos mais “autorais” de Bolsonaro foram o lançamento do projeto de revitalização de Furnas, a entrega de moradias do programa Casa Verde e Amarela e, neste mês, inaugurações de pontes em Santa Filomena, no Piauí, e São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Outro evento do qual o presidente participou – e que não entra neste levamento – foi a inauguração, ano passado, da Torre do Relógio da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) – o ato teve cunho político, com críticas indiretas ao governador João Doria.

Neste mês de maio, Bolsonaro esteve na inauguração de uma ponte que liga Rondônia ao Acre. Reuniu apoiadores e andou de moto – sem capacete, o que é considerado infração gravíssima. Na garupa, levou consigo o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan.

Estadão

Estados e municípios citam agravamento da pandemia e pedem R$ 40 bi extras ao orçamento da Saúde

Foto: Paula Fróes/GOVBA
Representantes dos secretários estaduais e municipais de Saúde enviaram um ofício ao Ministério da Saúde em que apontam “sinais claros” de agravamento da epidemia no país e apontam a necessidade de que haja ao menos R$ 40 bilhões de crédito adicional ao Orçamento da pasta neste ano.

Segundo os gestores, o recurso deve ser transferido para reforço, na ponta, do atendimento hospitalar, custeio de serviços da atenção básica e vigilância e compra de insumos, remédios e equipamentos.

No ofício, assinado pelo Conass e pelo Conasems, conselhos que representam gestores estaduais e municipais do SUS, o grupo cita dados da Fiocruz que apontam que 18 estados têm ocupação de leitos maior que 80%, e pede que a pasta agilize a busca por recursos extras para apoio a estados e municípios.

O pedido foi reforçado em reunião com representantes do Ministério da Saúde nesta quinta-feira (27). Na ocasião, parte dos secretários citou preocupação diante do risco de uma terceira onda da Covid.

“Estamos olhando no horizonte e estamos claramente vendo uma escalada [de casos]. Se vai vir um terceiro degrau ou uma terceira onda, chamem como quiser, mas o certo é que está parecendo que virá, e os estados estão esgotados”, disse Carlos Lula, secretário de saúde do Maranhão e presidente do Conass. “Vai ficar ainda mais difícil se não nos sensibilizarmos e entender que precisamos de recursos agora. O SUS não vai aguentar os próximos meses se não tiver ajuda.”

Segundo ele, um primeiro pedido por recurso extras no Orçamento para repasse aos estados e municípios neste ano foi feito em março, também em ofício, mas não teve resposta.

Apesar dos alertas de piora na crise sanitária em 2021, o governo reservou inicialmente menos recursos para a Saúde neste ano do que em 2020, primeiro ano da pandemia, como mostrou a Folha em abril.

Isso ocorre porque o valor não considerou a necessidade de recursos adicionais por causa da pandemia, o que já havia levado a créditos adicionais em 2020, apontam gestores.

Ao sancionar o Orçamento, o presidente Jair Bolsonaro também impôs vetos que retiraram R$ 2,2 bilhões de recursos da pasta —o que fez o total passar de R$ 146 bilhões para R$ 144 bilhões.

A Saúde, porém, tem dito que há espaço para solicitar recursos extras conforme necessário, o que tem ocorrido. Secretários, porém, dizem que há dificuldade de recursos na ponta.

No novo ofício, os gestores argumentam que o subfinanciamento do SUS se agravou com a pandemia e com a redução no orçamento.

“Diante do cenário gravíssimo em que estamos, e no intuito de que o Sistema Único de Saúde continue respondendo de forma efetiva ao enfrentamento da pandemia da Covid-19, é preciso que os recursos para o financiamento do SUS previstos no orçamento do Ministério da Saúde, por meio da Lei Orçamentária Anual/2021, atendam as demandas dos entes federados para a oferta das ações e serviços públicos de saúde em todo território brasileiro”, disse o grupo no ofício.

O pedido foi reforçado por outros secretários durante o encontro com a Saúde. Alguns deles, porém, fizeram ressalvas à definição de “nova onda”.

“Falam que estamos entrando na terceira onda, mas acho que nem saímos da primeira. Nosso alerta é no sentido de estarmos atentos ao recrudescimento da pandemia nesse momento”, disse o presidente do Conasems, Willames Freire.

“Para 2021, vamos precisar de muito mais recursos do que tivemos em 2020. O pleito apresentado, e que queremos apresentar ao presidente e Congresso, é de necessidade de aporte financeiro e renovação de recursos de Orçamento de guerra que tivemos em 2020. É mais do que necessário e urgente”, afirmou.

À Folha o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que vai discutir a demanda dos secretários de saúde com o Ministério da Economia.

Nos últimos meses, a pasta já tem feito pedidos por créditos adicionais. Segundo a Economia, já foram disponibilizados R$ 37,9 bilhões em recursos extraordinários à Saúde. Desse total, porém, R$ 21,6 bilhões são de medidas provisórias do ano anterior e que foram reabertas neste ano, as quais tratavam de recursos sobretudo para vacinas.

Outros R$ 16,4 bilhões são de recursos extras solicitados neste ano, e disponibilizados por meio de quatro medidas provisórias, as quais visavam custeio de leitos, equipamentos e vacinas.

Questionada sobre a previsão de novos recursos, a Economia disse ter atendido todas as demandas de crédito extraordinário ao orçamento da Saúde até o momento e que ainda não recebeu novos pedidos.

Disse ainda que o valor previsto para esse ano pode ser elevado com a aprovação de novas solicitações da Saúde “em caso de constatação, por aquele órgão, da necessidade de novos aportes”.
Natália Cancian / Folha de São Paulo

Governo acionará térmicas sem contrato para evitar racionamento de energia

Foto: Beth Santos/Secretaria-Geral da PR

O Ministério de Minas e Energia deverá publicar nos próximos dias uma portaria que permitirá a contratação das chamadas térmicas “merchants”, em mais um esforço para tentar evitar um racionamento de energia diante da grave seca sobre os reservatórios das hidrelétricas.

Essas usinas vendiam energia exclusivamente no mercado de curto prazo e algumas delas estão hoje sem contrato e com operações paralisadas. A ideia é integrá-las ao sistema elétrico, ampliando a capacidade de geração térmica para poupar água nas barragens.

Com a portaria, o governo pretende oferecer melhores condições de remuneração para essas usinas, segundo a secretária-executiva do ministério, Marisete Pereira.

Pela nova regra, elas poderão ser acionadas sempre que o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) achar necessário. Antes, a autorização era caso a caso.

Embora os reservatórios estejam em níveis historicamente baixos, Pereira diz que a situação é diferente daquela vivida pelo Brasil no período que antecedeu o apagão de 2001. Ela afirma que não existe o risco de blecautes e, com essas medidas, nem mesmo o racionamento de energia será necessário.

“Estamos tomando medidas desde outubro do ano passado”, afirma. “A gente já vinha acionando as térmicas. Estamos muito atentos.”

Na quinta-feita (27), o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) propôs flexibilizar restrições operacionais em grandes usinas para permitir a economia de água nos reservatórios.

Elas são obrigadas a respeitar limites mínimos de vazão, para garantir outras atividades econômicas e a captação para as cidades rio abaixo. A ideia agora é permitir que elas segurem um pouco mais de água.

O comitê vai analisar semanalmente os níveis de água dependendo das condições de chuva em cada região.

Dados do ONS, que faz a gestão do sistema, indicam que o volume de chuva se manteve abaixo do normal em maio e a perspectiva é que permaneça assim pelos próximos três meses.

A secretária-executiva do ministério diz que o governo não prevê, neste momento, a contratação emergencial de energia.

Para compensar os elevados custos das térmicas merchant, a pasta disse, em nota, que “estão sendo tomadas ações para aumentar a disponibilidade dos recursos termelétricos, a gás natural, biomassa e a óleo combustível”.

O objetivo é tentar reduzir os custos de geração, mesclando as diversas fontes disponíveis, considerando o preço mais vantajoso: durante a safra agrícola, por exemplo, o preço da energia gerada pela biomassa é mais competitivo.

No mercado, a avaliação é que o país ainda não está à beira de um racionamento, mas o fornecimento de energia pode ser um gargalo se o país retomar o crescimento de forma acelerada.

A principal preocupação, neste momento, é com a capacidade de atendimento nos horários de pico, quando o consumo é maior.

No inverno, esse pico costuma ocorrer no início da noite, quando há mais aparelhos de TV e chuveiros ligados, por exemplo. No verão, há também um pico no início da tarde, pelo elevado consumo de aparelhos de ar condicionado.

Representantes das distribuidoras consideram que a situação é grave o bastante para que o governo implante medidas —ou anúncios— de deslocamento do consumo de energia nesses horários.

“Talvez fosse mais correto ir à população avisar que a energia está escassa e que o preço é maior, e assim todos podemos economizar”, diz Paulo Pedrosa, presidente da Abrace (Associação dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres).

A ideia, no entanto, foi descartada tanto pela equipe técnica do ministério quanto a política, do Planalto. No Congresso, parlamentares tentam reduzir os efeitos políticos de uma crise hídrica em meio à pandemia.

A Casa Civil decidiu então criar um grupo de emergência para acompanhar os desdobramentos dessa crise.

Além de Minas e Energia, fazem parte do grupo os Ministérios da Economia, da Infraestrutura, da Agricultura, das Comunicações, do Desenvolvimento Regional, do Meio Ambiente e a AGU (Advocacia-Geral da União).

Uma das preocupações na ala política do governo, por exemplo, será o impacto dessa redução do volume dos leitos dos rios, especialmente na região Nordeste.

Às vésperas de um ano eleitoral, congressistas —principalmente do centrão e da bancada ruralista— se preocupam com a capacidade de captação de água e oferta de peixes para a pesca em áreas afetadas pela seca no Nordeste. Também se preocupam com o impacto na irrigação das lavouras.

Assessores do Planalto afirmam que, com popularidade em queda e se preparando para a disputa pela reeleição, Jair Bolsonaro não quer uma nova crise atrapalhando a campanha.

Julio Wiziack e Nicola Pamplona / Folha de São Paulo

Ato de Bolsonaro com Pazuello passa de ‘melhor pesquisa eleitoral’ a evento ‘sem nenhum viés político’

Foto: Alan Santos/PR
O passeio motociclístico liderado pelo presidente Jair Bolsonaro no último domingo (23) foi descrito de imediato por seus filhos e auxiliares como “demonstração gigantesca de apoio popular”, retrato de “força política”, “melhor pesquisa eleitoral”, “festa da democracia” e até “Datapovo”.

No entanto, os desdobramentos do ato envolvendo um general da ativa, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, obrigaram o presidente a dar uma guinada no seu discurso e a dizer agora que o encontro “não teve nenhum viés político”.

Para forçar uma interpretação do regulamento disciplinar do Exército, Pazuello e Bolsonaro passaram a argumentar que a manifestação não teve natureza político-partidária, o que livraria de punição o general da ativa.

Na defesa formulada, como resposta ao procedimento aberto pelo Exército para apurar sua presença no evento, Pazuello usou esse argumento, segundo interlocutores.

Mas a tese de que não teria ocorrido uma transgressão disciplinar pode não encontrar respaldo junto ao comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Após o episódio, em conversas com colegas de farda e de patente, ele manifestou incômodo, inconformismo e insatisfação com o gesto de Pazuello.

O fato de o comandante ter entregue o formulário para que o ex-ministro escreva sua defesa já foi um gesto que denota a gravidade do episódio, segundo generais que conversaram com Paulo Sérgio nos dias posteriores à manifestação de domingo.

Esses generais temem uma cisão irreversível entre o comandante do Exército e o presidente da República, que é o comandante supremo das Forças Armadas. O temor é de que, diante de uma punição, Bolsonaro decida contestar o ato administrativo, o que elevaria a crise a outro patamar.

O decreto de 2002 que institui o regulamento disciplinar do Exército prevê como transgressão disciplinar “manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária.”

O Estatuto dos Militares, uma lei em vigor desde 1980, também veda “quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório ou político”.

Bolsonaro passou a última quinta-feira (27) no Amazonas com o comandante do Exército e o ministro da Defesa, general da reserva Walter Braga Netto.

Em sua live semanal de quinta, o presidente disse que o ato com motociclistas no Rio de Janeiro não teve viés político pelo fato de ele não estar filiado a nenhuma legenda.

“É um encontro que não teve nenhum viés político, até porque eu não estou filiado a partido político nenhum ainda. Foi um movimento pela liberdade, pela democracia e apoio ao presidente”, afirmou Bolsonaro, que está sem partido desde novembro de 2019, quando deixou o PSL, sigla pela qual se elegeu no ano anterior.

Bolsonaro começou a mobilizar apoiadores para participar do ato no Rio de Janeiro logo após o passeio que havia promovido em Brasília, em 9 de maio. De acordo com relato feito à Folha, o presidente esperava mais participantes e, para não correr riscos, iniciou a convocação para o evento na capital fluminense com antecedência.

“Amigos do Rio de Janeiro, no próximo domingo, dia 23, juntamente com o [deputado] Otoni de Paula, vamos dar um passeio de moto no Rio de Janeiro. Fui convidado por várias associações e agora vou neste compromisso, motivo de honra e satisfação, voltar ao nosso querido Rio de Janeiro. Até domingo, se Deus quiser”, disse em vídeo publicado no dia 18 de maio pelo deputado do PSC-RJ, que imitou com a boca o ronco de um motor de moto ao lado do presidente.

Do alto do carro de som, Bolsonaro, com dois microfones na mão, diz ter “amplo apoio de motociclistas de todo o Brasil”. “Isso nos anima, isso nos traz oxigênio, isso nos traz responsabilidade e autoridade também para poder agir em nome de vocês”, disse Bolsonaro em uma manifestação transmitida por diversos apoiadores.

O presidente também disse à multidão que “um momento como este não tem preço. Ser reconhecido e ser, porque não dizer, aplaudido por parte da população apesar das dificuldades”.

No discurso, Bolsonaro destacou que o “povo brasileiro” é forte e que, “em sua grande maioria sabe dar valor à liberdade aos seus direitos, reconhece nos verdadeiros representantes aqueles que, realmente, estão ao seu lado e quem não está”.

“Vamos sim, cada vez mais, fazendo com que as pessoas eleitas por você melhorem a sua qualidade. E nós temos este compromisso.”

Apesar de agora dizer que não se tratou de um ato com viés político, Bolsonaro fez menção ao petista Fernando Haddad, derrotado por ele nas urnas em 2018.

“Imaginem se o poste tivesse sido eleito presidente da República. Como estaria nosso Brasil no dia de hoje?”, indagou o presidente aos apoiadores.

Pazuello foi mais breve em seus comentários ao lado do chefe.

“Fala, galera”, disse o general. “Eu não ia perder esse passeio de moto de jeito nenhum. Tamo junto, hein? Tamo junto. Parabéns pra galera que está aí, prestigiando o PR [presidente]. PR é gente de bem. PR é gente de bem. Abraço, galera”, afirmou o ex-ministro da Saúde.

Na sequência, filhos e assessores de Bolsonaro foram às redes sociais comemorar a mobilização e destacaram o caráter político do evento.

Em sua lista de transmissão no Telegram, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) compartilhou texto de um site cujo título é “Bolsonaro mostra força política liderando no Rio passeio com milhares de motociclistas”.

“Bom dia a todos, menos pra você que ficou com dor de cotovelo com a demonstração gigantesca de apoio popular do presidente Jair Bolsonaro! Valeu, Rio de Janeiro!!!!”, escreveu o senador.

“Hoje foi mais um dia histórico! Apesar de todo esse apoio, não são os brasileiros que estão com Bolsonaro, é o presidente que está com o povo”, afirmou em outra publicação.

O filho 01 do presidente também compartilhou fotos do ato e disse que “a melhor pesquisa eleitoral é o povo, ao qual [sic] o presidente nunca saiu do lado!”. E completou: “Verdadeira festa da democracia!! Parabéns, Rio de Janeiro”.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) também comemorou a mobilização.

“Obrigado a todos pelo apoio gigantesco que oferecem ao meu pai! Isso certamente jamais será desconsiderado!”, escreveu no Twitter.

Ao comentar uma postagem do próprio presidente sobre o ato, o secretário especial da Cultura, Mario Frias, escreveu “DATAPOVO”.

Semanas antes, pesquisa do Datafolha apontou que a gestão Bolsonaro tinha a aprovação de 24% dos brasileiros, a pior marca de seu mandato até aqui (em março, eram 30%). Já a rejeição ao governo (classificação ruim ou péssimo) ficou em 45%.

O levantamento do instituto também apontou que Lula (PT) liderava a corrida para a Presidência —41% das intenções de voto no primeiro turno, contra 23% de Bolsonaro.

Daniel Carvalho e Ricardo Della Coletta / Folha de São Paulo

Fluminense visita São Paulo na estreia no Campeonato Brasileiro

Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net/Direitos Reservados

Motivado pela vitória de 3 a 1 sobre o River Plate (Argentina), que lhe garantiu a vaga nas oitavas de final da Copa Libertadores, o Fluminense enfrenta o São Paulo, neste sábado (29) a partir das 21h (horário de Brasília) no estádio do Morumbi, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro da Série A.

O Tricolor paulista também chega muito motivado a esta partida, após alcançar seu primeiro título sob o comando do técnico argentino Hernán Crespo, o Campeonato Paulista, após triunfo sobre o Palmeiras no último final de semana.

Mudanças na equipe

A equipe das Laranjeiras estreia na competição nacional em momento no qual o técnico Roger fez grandes mudanças na equipe titular. Após falhar na final do Campeonato Carioca diante do Flamengo, o treinador sacou os laterais Calegari e Danilo Barcelos e os atacantes Luiz Henrique e Kayky para colocar Samuel Xavier, Egídio, Caio Paulista e Gabriel Teixeira. E o resultado foi a histórica classificação na competição continental.

Assim, fica no ar a possibilidade da realização destas e de outras trocas. Uma delas pode ser dar um descanso ao atacante Fred. Aos 37 anos, o artilheiro vive um ótimo momento, mas tem a possibilidade de ser poupado após a realização de uma sequência desgastante de partidas decisivas. Assim, o uruguaio Abel Hernández pode vir a ter uma oportunidade como titular.

Considerando as últimas apresentações do Fluminense, uma possível escalação para a estreia no Brasileiro teria: Marcos Felipe; Samuel Xavier (Calegari), Nino, Luccas Claro e Egídio (Danilo Barcelos); Yago Felipe, Martinelli e Nenê (Cazares); Caio Paulista (Kayky), Gabriel Teixeira ( Luiz Henrique) e Fred (Abel Hernández).
Desfalque de Daniel Alves

Já o São Paulo chega ao primeiro compromisso no Brasileiro com a possibilidade de repetir a escalação que conquistou o título do Campeonato Paulista. Como o técnico Crespo poupou os titulares no jogo contra o Sporting Cristal (Peru), é bem provável que o time paulista entre em campo com a seguinte formação: Tiago Volpi; Arboleda, Miranda e Léo; Igor Vinícius, Luan, Liziero, Igor Gomes e Reinaldo; Gabriel Sara e Pablo.

Nesta formação duas ausências são sentidas, a do brasileiro Daniel Alves e a do argentino Benítez, que ainda não se recuperaram de lesões que sofreram no primeiro jogo da decisão do Campeonato Paulista.
Por Agência Brasil - Rio de Janeiro

Liga dos Campeões tem capítulo final com Chelsea e Manchester City

Thomas Tuchel (esquerda) e Pep Guardiola em ação pelo Campeonato Inglês - Pool via Reuters/Martin Rickett/Direitos Reservados
A principal competição de clubes da Europa terá, neste sábado (29), o seu capítulo final, quando Chelsea (Inglatera) e Manchester City (Inglaterra) disputam a decisão da Liga dos Campeões a partir das 16h (horário de Brasília) no estádio do Dragão, em Portugal.

Thomas Tuchel (esquerda) e Pep Guardiola em ação pelo Campeonato Inglês - Pool via Reuters/Martin Rickett/Direitos Reservados
Conquista inédita

O Manchester City chega à final em um momento especial, após a conquista do Campeonato Inglês (a terceira sob o comando do técnico Pep Guardiola). E não dá para falar do momento excepcional vivido pela equipe de Manchester sem considerar a influência do técnico espanhol.

Vencedor da Liga dos Campeões como treinador em duas oportunidades (ambas comandando o Barcelona), Guardiola faz história ao conduzir o Manchester City pela primeira oportunidade a uma decisão da principal competição de clubes do Velho Continente.

Para tentar levar o City à conquista continental o treinador espanhol aposta demais no controle do jogo através da posse de bola. Na sua equipe, que privilegia a coletividade ao invés das individualidades, o destaque é o belga Kevin de Bruyne (que, durante a temporada, já foi escalado em inúmeras posições do meio-campo e do ataque).

Em busca do bicampeonato

Se o City busca levantar o troféu da Liga dos Campeões pela primeira vez, o Chelsea quer o bicampeonato. A equipe de Londres conquistou a competição continental pela primeira vez na temporada 2011/2012, em final contra o Bayern de Munique (Alemanha).

Assim como o City conta com a estrela do técnico espanhol Pep Guardiola, o Chelsea tem em seu comando um dos treinadores mais promissores da atualidade, Thomas Tuchel. O alemão, que iniciou sua carreira em seu país (onde comandou o Mainz 05 e o Borussia Dortmund), dirige o time de Londres após uma passagem vitoriosa no PSG (França), onde conquistou por duas vezes o Campeonato Francês e a Supercopa da França, além de uma Copa da França e uma Copa da Liga Francesa.
Thomas Tuchel (esquerda) e Pep Guardiola em ação pelo Campeonato Inglês - Pool via Reuters/Martin Rickett/Direitos Reservados
Mas o ponto alto da passagem de Tuchel pela equipe de Paris foi a classificação, na última temporada, para a final da Liga dos Campeões, na qual o PSG foi derrotado pelo Bayern de Munique.

Agora no Chelsea, o treinador alemão arma sua equipe de forma a priorizar a solidez defensiva. Já o ataque é baseado nas transições rápidas. E neste esquema o francês Kanté cumpre um papel fundamental, organizando a equipe.
Thomas Tuchel (esquerda) e Pep Guardiola em ação pelo Campeonato Inglês - Pool via Reuters/Martin Rickett/Direitos Reservados.
Terceira final inglesa

Chelsea e Manchester City protagonizarão a terceira final inglesa da história da Liga dos Campeões, após a conquista alcançada pelo Manchester United (Inglaterra) diante do time de Londres, em Moscou (Rússia) em 2008, e o triunfo do Liverpool (Inglaterra) sobre o Tottenham (Inglaterra), em 2019 em Madri (Espanha).

Agora, a terceira final inglesa pode ver a coroação de um campeão inédito ou o retorno do time de Londres ao topo da Europa.

Edição: Fábio Lisboa
Por Agência Brasil - Rio de Janeiro

Mega-Sena acumulada sorteia R$ 100 milhões neste sábado

Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasl
O concurso 2.376 da Mega-Sena pode pagar R$ 100 milhões neste sábado (29). O sorteio será realizado a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço Loterias Caixa, no Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo.

Segundo a Caixa, o prêmio é o maior do concurso a ser sorteado neste ano. até então, o maior prêmio pago no ano foi de R$ 49,3 milhões para uma aposta de Bolão Caixa, com sete cotas, na cidade do Rio de Janeiro

As apostas concurso 2.376 da Mega-Sena podem ser feitas até as 19h do dia do sorteio nas lotéricas de todo o país, pelo portal Loterias Caixa, no app Loterias Caixa ou por meio do Internet Banking Caixa para clientes do banco.

O valor de uma aposta simples é de R$ 4,50.
Por Agência Brasil - Brasília

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