MP-BA denuncia líder de grupo criminoso de tráfico interestadual de drogas

Foto: Divulgação
O Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Poções, ofereceu hoje, dia 1º de setembro, denúncia contra Jerônimo João da Silva, Patrícia Maria da Silva e Kleber Wilson Izola pelos crimes de tráfico e associação para o tráfico de entorpecentes. Segundo a denúncia, Jerônimo João da Silva exercia papel de liderança operacional na estrutura criminosa, utilizando a empresa da família como fachada para o transporte sistemático de drogas. Sua filha, Patrícia Maria da Silva, era responsável pela filial de Recife, em Pernambuco, onde monitorava a chegada das cargas ilícitas e providenciava sua retirada. Já Kleber Wilson Izola desempenhava função estratégica na logística, coordenando veículos, funcionários e participando de decisões voltadas à ocultação de provas.

Na peça acusatória, o MPBA requereu a decretação da prisão preventiva de Jerônimo João da Silva, medida justificada pela gravidade dos fatos, pelo risco de fuga e pela possibilidade de continuidade das atividades ilícitas. O pedido também se apoia em antecedentes criminais do acusado e em provas de condutas destinadas a obstruir a investigação. O Ministério Público solicitou ainda que, em caso de condenação, seja fixado valor mínimo de indenização por danos morais coletivos, com destinação ao Fundo de Defesa dos Direitos Fundamentais do MPBA (FDDF).

A Operação Carga Oculta, que deu origem à denúncia, foi deflagrada pela Polícia Federal após a apreensão de aproximadamente cinco toneladas de entorpecentes em fiscalização de rotina da Polícia Rodoviária Federal, no dia 23 de junho de 2025, na BR-116, município de Poções, sudoeste baiano. As investigações revelaram uma sofisticada organização criminosa dedicada ao tráfico interestadual, que utilizava a empresa Nader Transportes e Logística como fachada. O esquema operava com remessas regulares entre os estados de São Paulo e Pernambuco, valendo-se de estratégias avançadas de camuflagem, dispositivos de rastreamento e estrutura empresarial aparentemente legal.

Durante a abordagem, foram encontrados cerca de 4,8 toneladas de maconha e 11 kg de haxixe, acondicionados em caixas com a inscrição “Caruaru”. O material, avaliado em aproximadamente R$ 9,8 milhões no mercado varejista, foi detectado pelo cão farejador da Companhia Independente de Policiamento Especializado do Sudoeste (Cipe Sudoeste) e confirmado por laudos da Polícia Federal. A operação também identificou três dispositivos de rastreamento ocultos na carga, sinalizando o alto grau de profissionalismo da quadrilha. Ao longo da investigação, documentos, extratos bancários, perícias em aparelhos eletrônicos e interceptações telefônicas confirmaram a atuação dos denunciados em diferentes frentes do esquema, incluindo tentativas de obstrução da Justiça e indícios de práticas de lavagem de dinheiro.

59ª CIPM apreende mais de 26kg de entorpecentes em Camaçari

Na tarde de domingo (31), policiais militares da 59ª CIPM apreenderam facas, balanças de precisão e mais de 1.000 porções de crack, maconha e cocaína, totalizando mais de 26kg de drogas, em Camaçari.

Os militares receberam a denúncia de que havia homens armados traficando na Rua Antônio José Mariano Chibica, no bairro Bela Vista. Na chegada da guarnição, os criminosos haviam fugido, deixando para trás 1.356 porções de cocaína, totalizando mais de 26kg da droga, 286g de crack, 670g e 14 porções de maconha, três facas, três balanças de precisão, um coldre para armas de fogo e um porta-carregador.

O material foi apresentado à delegacia local para o registro da ocorrência e a adoção das medidas cabíveis.
Fonte
Polícia Militar - DCS

Dois fuzis, munições e drogas são apreendidos em ação integrada das Polícias Militar e Civil em Porto Seguro

Ação integrada das Delegacias de Tóxicos e Entorpecentes (DTE/DENARC) e da 1ª Territorial de Porto Seguro, e do 8º Batalhão da Polícia Militar, realizada na noite deste domingo (31), no distrito de Arraial d'Ajuda, município de Porto Seguro, resultou na apreensão de dois fuzis utilizados por grupos criminosos especializados em tráfico de drogas.

A operação foi deflagrada após denúncia anônima sobre a presença de indivíduos fortemente armados realizando uma festa clandestina no interior de um imóvel.

Durante a aproximação, dois suspeitos, ao visualizarem os policiais, atiraram contra as equipes, iniciando confronto armado. Eles foram atingidos, socorridos a unidades de saúde, mas não resistiram.

Uma granada, mais de 100 munições dos calibres 556 e 762, dois carregadores de fuzil, 75 porções de cocaína, celulares e um veículo foram apreendidos pelos policiais. Toda a ocorrência foi registrada na 1ª Delegacia de Porto Seguro.
Fonte
Alan Dantas/ Ascom SSP

Mais de 260kg de drogas são apreendidos pela PM em Urandi

Na noite de domingo (31), agentes da Companhia Independente de Polícia Rodoviária (CIPRv) Brumado apreenderam cerca de 267kg de drogas durante uma abordagem na BA-026, no município de Urandi, sudoeste da Bahia.

A ação ocorreu quando os policiais interceptaram uma van de turismo que seguia de São Paulo com destino a Salgueiro, em Pernambuco. Durante a vistoria no veículo, foram encontrados 257 tabletes de substância análoga à maconha, cada um pesando cerca de 1 kg, além de 10 tabletes de cocaína, também com 1kg cada.

O material apreendido e o motorista do veículo foram encaminhados às autoridades competentes para a adoção das medidas cabíveis.
Fonte
Polícia Militar - DCS

Paulo Souto comemora 30 anos do SAC, relembra sucesso do serviço e alfineta PT por “tentativa de reescrever a história”

O ex-governador da Bahia Paulo Souto comemorou nesta segunda-feira (1º) os 30 anos da implantação do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), criado em seu primeiro ano de gestão, em 1995. Souto relembrou a inauguração da primeira unidade, no Instituto do Cacau, no Comércio, em Salvador, quando chamou o equipamento de “shopping de serviços públicos”, exatamente no dia 1º de setembro daquele ano.

“Com apenas oito meses de governo, inauguramos a primeira loja do SAC. O primeiro cidadão atendido conseguiu resolver em 20 minutos um problema que o atormentava há seis anos. Aquilo simbolizava o que queríamos: rapidez, eficiência e respeito ao cidadão”, disse o ex-governador, que geriu o Executivo baiano por dois mandatos, entre 1995 e 1998 e entre 2003 e 2006. No interior, as primeiras lojas do SAC foram em Feira de Santana e em Santo Antônio de Jesus.

Nos primeiros 60 dias de funcionamento, o SAC registrou 158 mil pessoas, o que começou a chamar a atenção. Na época, o Ministro da Administração e Reforma do Estado, Luís Carlos Bresser Pereira, visitou o SAC e classificou a iniciativa como “um grande avanço para o serviço público brasileiro”.

O modelo baiano de atendimento virou referência nacional e internacional. Para se ter uma ideia, destaca Souto, em novembro de 1997, dois anos após a criação do serviço, o estado de São Paulo começou a implementar o Poupatempo, inspirado diretamente no SAC. Além disso, foi em sua gestão que nasceu o SAC Móvel, projeto pioneiro de levar os serviços de forma itinerante a diferentes regiões da Bahia.

Além disso, o SAC chegou a receber a visita de Kate Jenkins, consultora internacional que havia integrado o governo de Margaret Thatcher na Inglaterra. Em 1997, também recebeu uma comissão do Governo de Portugal, que pretendia implantar o modelo do SAC em 18 cidades e arquipélagos de Açores e Madeira.

A ONU considerou o SAC um exemplo de serviço público eficiente e ágil. Na época, durante visita a Salvador, o diretor da Divisão de Administração Pública e Gestão de Desenvolvimento da ONU, Guido Bertucci, ressaltou o pioneirismo da iniciativa e chegou a afirmar que a organização estimularia países da Ásia, Leste Europeu, América Latina e África a adotarem modelos semelhantes.

“A ideia era simples, mas revolucionária: dar eficiência, dignidade e respeito ao tempo das pessoas. O sucesso foi tão grande que o SAC se tornou inspiração para programas semelhantes em outros estados e até em outros países. Hoje, ao completar 30 anos, tenho orgulho de saber que esse serviço continua sendo uma referência e que milhões de baianos foram beneficiados por uma iniciativa que nasceu do nosso compromisso em modernizar a gestão pública e aproximar o governo da população”, salientou.

Politização do SAC – Souto também lamentou a forma como o governo do Estado, comandado pelo PT há 19 anos, tratou a comemoração da data. Em nota divulgada na última quinta-feira (28), a gestão estadual atual fez diversas comparações com o cenário de 2006, tentando desqualificar os avanços do programa durante sua gestão.

Ele citou três pontos presentes na nota que apontam para essa tentativa de desqualificação. “Primeiro, falam dos avanços tecnológicos. É natural que, passados 19 anos, o SAC tenha avançado tecnologicamente. O que não pode é o governo insinuar que, em 2006, o projeto não era moderno. Desde a inauguração, nós utilizamos o que havia de mais avançado no mundo, tanto que foi reconhecido por diversos organismos nacionais e internacionais, como a ONU”, afirmou Souto.

Outro ponto questionado por ele foi a atribuição da expansão ao modelo Ponto SAC, lançado oficialmente em 2008. “O governo atual tenta vender a ideia de que foi deles a concepção do Ponto SAC. Mas esse formato compacto já estava planejado e registrado no relatório final do meu segundo governo”, destacou.

Souto também pontuou a forma como o governo apresentou os números dos atendimentos realizados. Na própria nota da gestão petista, há a informação de que o SAC registrou, desde sua inauguração, 235 milhões de atendimentos, sendo 143 milhões nos últimos 19 anos.

“Mas quando se faz a média anual, os números mostram que nos primeiros 12 anos foram 92 milhões de atendimentos, ou seja, 7,66 milhões por ano, contra 7,52 milhões anualmente nos governos do PT. Então, em vez de diminuir, deveriam reconhecer que o SAC sempre teve grande desempenho desde a sua criação. É uma lamentável tentativa de reescrever a história”, argumentou.

Para o ex-governador, a tentativa de politizar um serviço tão importante para a população não surpreende diante do histórico do PT. “Na verdade, eu já me acostumei com a tese do PT de que a Bahia foi descoberta em 2007”, ironizou. “O SAC foi, e continua sendo, um marco de cidadania. É triste ver um governo usar um serviço tão importante para tentar descredibilizar adversários. E o pior, fazem isso com um serviço que é do povo da Bahia”, concluiu.

FICCO/SP apreende mais de 410 kg de maconha em Andradina/SP

Araçatuba/SP. A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em São Paulo (FICCO/SP) apreendeu na manhã deste sábado (30/08) 410,52 kg de maconha durante fiscalização da Operação Impacto, na Rodovia SP-563, no município de Andradina/SP.

Durante vistoria em um veículo, foram localizados tabletes de maconha na cabine e na carroceria. Além da droga, foram apreendidos uma antena de comunicação por satélite, um aparelho celular e o veículo utilizado no transporte.

O motorista foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia de Polícia Federal em Araçatuba/SP, onde permanece à disposição da Justiça e deverá passar por audiência de custódia nas próximas horas.

A FICCO/SP é composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Estado de São Paulo, Polícia Civil do Estado de São Paulo, Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) e Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP/SP).

Comunicação Social – Polícia Federal em Araçatuba/SP

PF encontra novas minutas de ministros do STJ em investigação sobre vendas de decisões

A Polícia Federal encontrou novas minutas de votos de ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em análises de aparelhos apreendidos nas investigações que apuram suspeitas de um esquema de venda de decisões judiciais na corte.

As análises foram feitas por integrantes da PF em aparelhos do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves e do advogado Roberto Zampieri, assassinado no fim de 2023. As mensagens trocadas entre os dois foram o estopim para a operação Sisamnes, que investiga tanto o STJ como tribunais estaduais.

Ao menos 15 novos documentos com essas análises foram juntados às investigações, que irão embasar um relatório parcial sobre os inquéritos. Esse relatório será enviado ao ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal), que supervisiona as apurações.

Nos documentos dos analistas, são citadas minutas dos gabinetes dos ministros Antônio Carlos Ferreira, João Otávio de Noronha, Marco Buzzi e Ricardo Villas Bôas Cueva.

A informação sobre as novas minutas foi divulgada inicialmente pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pela Folha.

As investigações não envolvem diretamente os ministros até o momento, apenas os seus gabinetes e assessorias.

No caso das novas minutas, a PF apenas fez uma análise dos materiais nos aparelhos apreendidos e entendeu haver necessidade de maior apuração sobre elas.

Procurados, Buzzi, Cueva e Noronha ainda não se manifestaram. Ferreira disse que solicitou desde o ano passado, quando houve a primeira menção ao seu gabinete em um relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que a presidência do STJ abrisse uma apuração sobre o vazamento da minuta.

A defesa de Andreson disse que só se manifesta nos autos.

O gabinete de Noronha já é alvo de apurações também pelo vazamento de investigações relacionadas a uma operação da PF no Tocantins, assim como o do ministro Mauro Campbell. Noronha, à época, disse que solicitaria apuração interna sobre o caso, e Campbell afirmou que não houve vazamento.

Além disso, já há investigações sobre minutas e vazamentos nos gabinetes de Isabel Gallotti, Moura Ribeiro, Nancy Andrighi e Og Fernandes. O STJ abriu uma investigação interna sobre funcionários que atuaram nos gabinetes.

A minuta de um voto do Marco Buzzi sobre uma disputa de terras em Mato Grosso é um dos documentos citados na análise da Polícia Federal. O arquivo é de outubro de 2018, e o voto só foi dado em dezembro. A PF encontrou trechos semelhantes nos dois.

Também há uma minuta de um voto de Villas Bôas Cueva antes de um julgamento da Terceira Turma do STJ.

Foi feita ainda análise sobre um voto do ministro João Otávio de Noronha, mas o julgamento do caso já havia acontecido.

A PF também cita uma minuta de decisão do ministro Antônio Carlos Ferreira, que negava um recurso no caso de uma disputa empresarial. Ela já havia sido mencionada anteriormente em um relatório do CNJ.

A Sisamnes tem como objetivo “investigar crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional”. A PF apura se Andreson e outros alvos “solicitavam valores para beneficiar partes em processos judiciais, por meio de decisões favoráveis aos seus interesses”.

Em novembro de 2024, foram cumpridos, na mesma operação, 23 mandados de busca e um de prisão contra advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados suspeitos de envolvimento na venda de decisões judiciais.

A PF também investiga negociações de vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais.
José Marques, Folhapress

Obras da COP30 demolem casas, deslocam famílias e criam ruas fantasmas para passagem de canal

Na passagem Fé em Deus, em Belém, a casa de Helena de Amorim Gomes, 67, deixou de ter vizinhança direta. Os dois imóveis vizinhos, de lado a lado, foram demolidos –uma escavadeira ainda derrubava paredes e remexia o entulho de um deles na manhã da última quarta-feira (27).

A casa simples e apertada de Helena, com uma entrada centralizada e um pavimento superior de madeira, permanecia de pé.

“O que eles nos disseram é que precisa demolir para ajeitar o canal, por causa da COP30”, diz Helena, citando a conferência climática que será realizada na capital paraense em novembro.

Na passagem Vitória, o casal Gabriel de Lima Tavares, 73, e Rosilda da Silva Soares, 74, empacota seus bens —dos mais afetivos, como um quadro com a foto de uma filha, a eletrodomésticos— desde março. É uma mudança que nunca acontece, numa rua que virou um lugar abandonado, quase sem ninguém e com casas demolidas ou deixadas para trás de ponta a ponta.

“O que é dito para gente é que vão abrir a rua e ajeitar o canal por causa da COP30”, afirma Gabriel. O canal é o Caraparu, que passa no quintal da casa dos dois. “Hoje, essa rua está parececendo a Faixa de Gaza”, compara ele, numa referência imagética à guerra em curso em Gaza, empreendida por Israel.

A realização de obras de macrodrenagem e saneamento em canais na periferia de Belém, dentro de um escopo de intervenções programadas para a COP30, passou a envolver a demolição de casas que estão no caminho desses canais, com remoções de famílias que ocupam esses espaços por uma vida inteira.

A preparação do evento —encontro diplomático, com representantes de mais de 190 países, que pela primeira vez será realizado na Amazônia— vem passando por gargalos, que geram crises momentâneas ou mais duradouras, como a dos custos altos para hospedagem das delegações.

Para centenas de famílias da periferia de Belém, porém, os efeitos da COP30 têm outras dimensões.

O evento vem representando uma obrigação de deslocamento para outros espaços, muitas vezes ainda mais periféricos. E são esses moradores da cidade, que é a capital com mais áreas de favelas no país, que vivenciam os efeitos da crise climática de forma mais direta, com alagamentos constantes e temperatura elevada dentro das casas.

A reportagem da Folha constatou que as demolições de casas estão em ritmo acelerado no curso do canal Caraparu, que integra a bacia do Tucunduba. A ocupação desordenada das margens do canal, no bairro Guamá, fez o curso d’água praticamente desaparecer em algumas partes, e as obras tentam dar forma e fluidez ao canal. Para isso, centenas de casas devem ser retiradas do caminho.

Trabalhadores que atuam nas demolições dizem que já houve a derrubada de 100 a 200 casas. O Governo do Pará, responsável pelas obras, afirma que foram finalizadas cerca de 50 negociações para indenização de moradores. As derrubadas dos imóveis ocorrem quando o dinheiro é depositado às famílias.

Documentos do projeto do Caraparu mostram que boa parte das passagens Fé em Deus e Vitória estão na faixa prevista para a consolidação do canal, o que demandará desapropriações. Segundo esses documentos, 595 imóveis “deverão ser remanejados para execução da obra”.

A macrodrenagem do Caraparu —que significa, em boa parte dos trechos, a reconstrução do canal— é feita por meio de um contrato do Governo do Pará com um consórcio de empreiteiras, no valor de R$ 123,9 milhões.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financia a obra. Ao todo, o banco financia a intervenção em 12 canais em Belém, no valor de R$ 1 bilhão, dentro do escopo de projetos voltados à realização da COP30.

“O contrato de financiamento para revitalização do canal Caraparu está regular. O Governo do Pará é a instância responsável pela execução e realização da obra”, diz o banco, em nota.

Os projetos de outros canais que estão em obras também preveem a necessidade de desapropriação e demolição de casas. Os documentos de sete empreendimentos citam a existência de 1.512 “unidades de imóveis conflitantes com a implementação do projeto, que deverão ser remanejadas”.

O Governo do Pará afirma que a revitalização do canal Caraparu é necessária para garantir a existência de serviços públicos básicos, como a coleta de lixo por um caminhão, a passagem de uma ambulância ou a presença de um carro da polícia, além do livre trânsito pelas ruas estreitas.

A macrodrenagem da bacia do Tucunduba vai beneficiar 300 mil moradores, segundo a gestão do governador Helder Barbalho (MDB). “As ocupações dos leitos e margens dos canais favorecem os alagamentos nos entornos, pois diminuem a área de vazão da água das chuvas”, disse, em nota. Segundo o governo, a atual situação gera risco para a saúde e a segurança das pessoas.

Indenizações são feitas, nos casos das demolições, conforme a avaliação do imóvel, cita a nota. “Quem faz a opção por uma unidade habitacional recebe um auxílio-moradia até a entrega da nova residência.”

Famílias que se veem diante da obrigação de deixar suas casas afirmam que os valores pagos são baixos e insuficientes para a compra de novos imóveis. Elas relatam um aumento expressivo do preço de casas na periferia, como consequência da própria COP30.

“Depois que surgiu esse negócio de COP30, tudo aumentou”, diz Rosana Amorim, 37, que visitava a mãe, Helena, durante a demolição da casa ao lado.

Helena mora com o marido, dois filhos e oito netos na casa que precisará ser demolida. Ao todo, o imóvel tem uma sala, um quarto térreo –conjugado com uma cozinha– e quatro quartos na parte de cima, feita com madeira, um puxadinho sobre a base simples do imóvel.

“O dinheiro não saiu ainda, é por isso que seguimos aqui”, diz Helena. O valor acertado foi de R$ 110 mil, segundo ela. Equipes do governo local fizeram as primeiras medições há cinco meses, afirma. “Não considero o preço justo, porque a gente não acha mais casa barata.”

Não há uniformidade nas demolições na Fé em Deus. Um mercadinho ao lado, que funciona no quintal de uma casa, segue aberto normalmente. Em frente, a parte de baixo do sobrado do piloto de barco Fernando Tavares, 59, já foi parcialmente demolida, pelos próprios filhos, que removeram portas e janelas. Fernando segue com a família na parte de cima, à espera da indenização completa.

“Eles deveriam indenizar todos os moradores antes de começarem as demolições. É um risco muito grande. Eles metem as máquinas e treme a rua toda, as casas ficam abaladas”, diz Fernando, que atua no arquipélago do Marajó.

“Essa obra aqui é para anos e anos. Não fica pronta para a COP30. A gente quer pegar a parcela que falta antes da COP, senão vão abandonar tudo.”

Fé em Deus só passou a ser uma rua, mesmo, há seis anos, segundo Fernando. E já deixará de existir na prática, para dar espaço ao canal.

A passagem Vitória também é bem nova: o asfalto chegou há três anos, afirmam os moradores que ainda permanecem em suas casas.

A rua já não tem mais vida. O imóvel da barbearia está pelas metades, o mercadinho ao lado está trancado, as casas da frente estão quase todas demolidas. Bem perto do canal principal do Tucunduba, para onde corre o Caraparu, máquinas atuam na demolição de casas e abertura de espaços.

Gabriel e Rosilda moram no mesmo lugar há 43 anos. São uns dos últimos que remanescem na passagem Vitória. Eles convivem com demolições há meses. Os ex-vizinhos já se mudaram para outros pontos do Guamá, ou para bairros mais distantes, em razão dos preços dos imóveis. Ou mesmo para cidades vizinhas, como Ananindeua, colada a Belém, e Benevides, a 25 km.

“A gente fica triste, porque todo mundo está indo embora”, diz Rosilda.

O casal permanece na passagem Vitória enquanto o dinheiro da indenização não é depositado. O acordo já foi fechado há cinco meses, segundo eles.

“A gente fica nessa agonia. Eu quero uma casa que tenha pelo menos dois quartos, no Guamá, uma coisa do meu gosto. Mas não estamos achando.”

Vinicius Sassine/Folhapress

Terremoto no Afeganistão deixa mais de 800 mortos e milhares de feridos

Um terremoto de magnitude 6,0 ocorreu no leste do Afeganistão, em duas províncias montanhosas perto da fronteira com o Paquistão, na noite deste domingo, 31. Ao menos 800 pessoas morreram e outras 2.700 ficaram feridas, informou o Ministério do Interior afegão, controlado pelo Talibã nesta segunda-feira (1º), enquanto escombros eram vasculhados em busca de sobreviventes.

O epicentro do sismo, ocorrido às 23h47 (horário local), foi a 27 km da cidade de Jalalabad. O tremor foi seguido por cinco réplicas, sentidas a centenas de quilômetros. As informações são do Ministério do Interior afegão.

Em Cabul, a capital, as autoridades de saúde disseram que os socorristas estavam correndo para chegar a aldeias remotas espalhadas por uma área com longa história de terremotos e inundações.

Imagens da Reuters Television mostram helicópteros transportando vítimas, enquanto moradores ajudavam soldados e médicos a carregar os feridos para ambulâncias.

Três aldeias foram arrasadas na província de Kunar, com grandes danos em muitas outras, informou o Ministério da Saúde.

O desastre, um dos piores do país, irá sobrecarregar ainda mais os recursos do país, que enfrenta crises humanitárias.

“Todas as nossas equipes foram mobilizadas para acelerar a assistência, para que um apoio abrangente e completo possa ser fornecido”, disse o porta-voz do ministério, Abdul Maten Qanee, à Reuters, citando esforços em áreas desde segurança até alimentação e saúde.

O terremoto arrasou três aldeias em Kunar, com danos substanciais em muitas outras, informaram as autoridades. Pelo menos 610 pessoas foram mortas em Kunar, com 12 mortos em Nangarhar, acrescentaram.

Socorristas tentam encontrar sobreviventes na área que faz fronteira com a região de Khyber Pakhtunkhwa, no Paquistão, onde casas de barro e pedra foram destruídas pelo terremoto da meia-noite, que atingiu uma profundidade de 10 km.

Equipes de resgate militares se espalharam pelas duas províncias, disse o Ministério da Defesa em um comunicado, acrescentando que 40 voos haviam transportado 420 feridos e mortos.

“Até agora, nenhum governo estrangeiro entrou em contato para fornecer apoio para trabalhos de resgate ou ajuda”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

O Afeganistão é propenso a terremotos, particularmente na cordilheira do Hindu Kush, onde as placas tectônicas indiana e eurasiática se encontram.

Uma série de terremotos no oeste atingiu o país no ano passado, confirmando a vulnerabilidade de uma das nações mais pobres do mundo a desastres naturais.

Em outubro de 2023, um terremoto de magnitude 6,3 atingiu o Afeganistão, seguido por fortes tremores secundários. O governo Taleban estimou que pelo menos 4 mil pessoas morreram. A ONU estimou um número de mortos bem menor, cerca de 1,5 mil. (Com agências internacionais)

Estadão Conteúdo

Jequié registra 60 mortes violentas em 2025; 40% dos casos foram elucidados, diz delegado

O município de Jequié, no Médio Rio de Contas, Sudoeste baiano, chegou a 60 mortes violentas em 2025. A informação foi repassada pelo delegado regional Roberto Leal, coordenador da 9ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin).

Segundo o Blog do Marcos Frahm, parceiro do Bahia Notícias, os dados foram apresentados neste domingo (31), durante a inauguração integrada da Delegacia Territorial e do Pelotão da Polícia Militar em Cravolândia, na mesma região.

Conforme o delegado, 40% dos homicídios já foram elucidados. No total, 21 pessoas suspeitas de participação nos crimes foram presas e três morreram em confrontos com as forças policiais. A Polícia Civil aponta que a maioria dos casos está relacionada à disputa entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas.

Entre os crimes registrados consta um feminicídio, já esclarecido pela polícia. O delegado disse ainda que a criação da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) e do Núcleo de Homicídios ajudou no combate à criminalidade local. As unidades foram responsáveis pela condução de diversas operações, incluindo a “Ice Blue”, que resultou em cinco prisões, além da apreensão de R$ 50 mil e grande quantidade de drogas.

“Desde o início do ano, quando houve um aumento no número de homicídios em Jequié, foram desencadeadas ações voltadas para identificar e prender os autores. Nosso entendimento é de que a principal motivação para os crimes é o tráfico de entorpecentes, por isso seguimos atuando tanto no combate direto ao tráfico quanto na elucidação dos homicídios”, afirmou o delegado.

Fux deve consolidar divergência com Moraes ao julgar Bolsonaro, mas chance de pedir vista é baixa

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux deve consolidar seus pontos de divergência em relação a Alexandre de Moraes na condução do processo da trama golpista de 2022 no voto que dará no julgamento da ação que pode condenar Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus.

Apesar disso, são baixas, embora não descartadas, as chances de interrupção da análise por um pedido de vista dele, na avaliação de interlocutores, assessores e advogados ouvidos pela Folha.

Ao longo da tramitação do caso no STF, Fux foi um ponto fora da curva com relação à unidade dos ministros da Primeira Turma em torno da condução de Moraes. Por isso, levantaram-se dúvidas sobre um eventual pedido de vista, o que pararia o julgamento por até 90 dias e poderia levar o caso para o ano eleitoral de 2026.

Na sessão de recebimento da denúncia contra o grupo central da trama golpista, Fux fez questão de fazer ponderações, ainda que tenha acompanhado o relator. Foi, ainda, o único a votar contra as medidas restritivas impostas por Moraes a Bolsonaro, como o uso da tornozeleira eletrônica.

Fux conversou previamente com Moraes em cada movimento, segundo relatos. Ele avisou ao colega que pediria vista, por exemplo, no caso da cabeleireira Débora dos Santos, que pichou a estátua da Justiça de batom nos ataques de 8 de janeiro de 2023 e se tornou símbolo para questionamentos bolsonaristas sobre a atuação de Moraes e as penas impostas.

Fez o mesmo gesto antes de divergir das medidas cautelares contra o ex-presidente. Para o ministro, não haveria provas de “qualquer tentativa de fuga empreendida ou planejada pelo ex-presidente”, e a determinação de Moraes de proibir Bolsonaro de usar as redes sociais “confronta-se com a cláusula pétrea da liberdade de expressão”.

O ministro elogiou o trabalho de Moraes à frente do caso em todos os momentos em que se manifestou no plenário. Ao mesmo tempo, assumiu postura incomum na corte, ao estar presente durante a instrução do processo, acompanhar as oitivas das testemunhas, fazer perguntas a réus nos interrogatórios e participar das acareações.

Mais de uma vez, Fux contou ter ouvido áudios e checado o material compartilhado por Moraes. A dedicação do ministro ao caso é vista por parte dos ministros, assessores e advogados como uma tentativa de se posicionar de forma independente.

Foi Fux quem levantou controvérsia sobre a delação de Mauro Cid —o fio condutor da denúncia— na análise da acusação feita pela PGR (Procuradoria-Geral da República). “Vejo com muita reserva nove delações de um mesmo colaborador, cada hora acrescentando uma novidade”, disse o ministro no recebimento da denúncia.

Questionamentos sobre a delação de Cid, ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro, têm sido explorados pelas defesas dos réus. Fux, por sua vez, tem enfatizado teses defendidas pela defesa dos réus, incluindo a do ex-presidente. Entre esses temas estão, além da validade da delação, o tamanho das penas e o debate de que os planos golpistas seriam cogitações não levadas adiante.

Em plenário, Fux disse ser contra a ideia de punir a tentativa de golpe como um crime consumado. Para ele, é preciso diferenciar os atos preparatórios da execução do crime.

“Tenho absoluta certeza que, se fosse em tempos pretéritos, jamais se caracterizaria a tentativa como crime consumado. Não tenho a menor dúvida disso”, disse.

Para Fux, o Supremo nem sequer deveria julgar o caso. O ministro defende que os réus não têm foro especial e, por isso, deveriam ser processados nas instâncias inferiores. Ele também discorda que o caso seja analisado pela Primeira Turma, e não no plenário completo.

Fux tem manifestado preocupação com punições que classifica como exacerbadas. Enquanto o restante do colegiado condenou a cabeleireira a 14 anos de prisão, Fux sugeriu um ano e seis meses.

Em outro ponto de divergência, há expectativa de que Fux possa defender em seu voto na trama golpista que as penas pelos crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado democrático de Direito não sejam somadas. Na visão dele, a abolição violenta só acontece por meio de um golpe e, portanto, um crime é o meio para o outro.

Caso confirme esses posicionamentos, pode também apresentar proposta de penas mais brandas do que as esperadas. As penas podem passar de 43 anos se seguirem os entendimentos mais duros.

Fux foi indicado por Dilma Rousseff (PT) ao STF em 2011. Na campanha para a vaga, a colunista Mônica Bergamo mostrou que Fux procurou José Dirceu, chefe da Casa Civil do primeiro governo Lula e réu no mensalão. Na conversa, o então juiz usou a expressão “eu mato no peito”.

Ele afirmou à coluna, em 2012, querer dizer que, por ser um juiz experiente, mataria no peito os casos difíceis. Ao julgar os réus tanto do mensalão quanto da Lava Jato, esteve alinhado à ala punitivista do tribunal —foi um dos principais defensores da operação.

Fux teve uma relação de aproximações e distanciamentos com o bolsonarismo. Ao se tornar presidente do tribunal, em 2020, esforçou-se para manter um bom diálogo. Naquele ano, o ex-presidente chegou a condecorá-lo com a Ordem de Rio Branco em seu mais alto nível, o grau de Grã-Cruz.

Durante uma escalada de ataques e ameaças de Bolsonaro e seus apoiadores contra a corte, em 2021, o ministro, na presidência do STF, fez posicionamentos críticos ao ex-presidente. Afirmou, em agosto daquele ano, que Bolsonaro não cumpre com a própria palavra e cancelou uma reunião entre os chefes dos três Poderes que havia convocado.

Na época, Bolsonaro havia chamado Moraes de “arbitrário e ditatorial” e ameaçou atuar fora dos limites da Constituição para reagir às decisões do Supremo que lhe atingiam.

Ao lado de Kassio Nunes Marques e André Mendonça (ambos indicados ao STF por Bolsonaro), Fux se viu livre, segundo pessoas a par das informações, da suspensão do visto de entrada nos Estados Unidos —uma das retaliações de Donald Trump contra a corte no âmbito da pressão contra o processo que atinge Bolsonaro.

Ana Pompeu/Folhapress

Julgamento inédito quebra paradigma sobre punição para militares por golpismo

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, entre eles quatro oficiais generais, marca uma mudança de paradigma na forma como as instituições do país lidam com tentativas de ruptura da ordem constitucional.

Especialistas ouvidos pela Folha apontam que a eventual condenação dos generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira e do almirante Almir Garnier —além de um posterior julgamento na Justiça Militar— terá impacto sobre as Forças Armadas e sobre a forma como militares enxergam sua participação na política.

“Esse julgamento quebra um padrão de relacionamento entre militares golpistas e o governo desde que os militares começaram a intervir na política brasileira no século 19, no golpe de Estado que levou à República”, avalia a professora Adriana Marques, coordenadora do Laboratório de Estudos de Segurança e Defesa da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

“É um processo inédito. Nunca houve indiciamento de oficiais golpistas, sobretudo quando houve tentativa malsucedida de golpe de Estado. Antes até se iniciou processo de punição, mas logo houve anistia”, complementa Carlos Fico, professor de história do Brasil da mesma universidade.

Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice na chapa eleitoral liderada por Bolsonaro, é acusado de ter coordenado algumas das ações mais graves investigadas na conspiração.

Heleno, ex-titular do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), é apontado como um dos responsáveis pela construção da narrativa de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas. O general era considerado o militar-modelo no Exército, um dos raros tríplices coroados —título dado aos militares que ocuparam o primeiro lugar nos três cursos mais importantes da formação militar.

Para a Procuradoria-Geral da República, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio foi omisso e aderiu subjetivamente ao plano.

Já Garnier foi indicado como o comandante de Força que aderiu à articulação, dando a ela apoio moral e material.

Os pesquisadores explicam que o padrão estabelecido ao longo do último século foi o de perdão e de aprovação de anistias para militares que se envolviam em investidas contra governos legalmente constituídos.

Como exemplo, Fico cita, entre diferentes casos, a tentativa de levante de militares no âmbito da chamada revolta da vacina de 1904, no governo Rodrigues Alves. Acabou com os envolvidos anistiados.

Anos depois, em 1956, o presidente Juscelino Kubitschek pediria ao Congresso Nacional a aprovação de uma anistia para os fardados que tomaram parte na revolta de Jacareacanga, no Pará —movimento que tentou depô-lo do poder.

Marques e Fico opinam que há características específicas do momento atual que levaram os oficiais envolvidos ao banco dos réus, com possibilidade de inédita condenação por insurreição.

Para Marques, as mais de três décadas de convivência democrática ininterruptas após o fim da ditadura militar fizeram a diferença.

“Se atribui muito o fato de não ter acontecido um golpe porque teve quatro ou cinco generais do Alto Comando do Exército que não toparam. Isso é um dado da situação. O próprio general Heleno disse que não tinha clima para dar golpe —essa falta de clima é o resultado de uma resistência da sociedade civil organizada, da imprensa, do próprio Legislativo”, avalia.

Fico, por sua vez, destaca que outro fator foi o fortalecimento do STF (Supremo Tribunal Federal), da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal a partir da Constituição de 1988.

“Desde 1988 o Brasil tem enfrentado crises graves, com dois impeachments de presidente, mas esse fortalecimento tem sido fundamental para a condução dessas situações nesses anos”, diz.

O resultado do julgamento, marcado para começar na terça-feira (2), pode funcionar como um alerta para a classe militar de que tentativas de subversão da ordem democrática terão um tratamento diferente a partir de agora, segundo os professores. A questão da politização das Forças Armadas, no entanto, continuará sendo um desafio.

Para além disso, Marques avalia que será extremamente importante acompanhar o julgamento no STM (Superior Tribunal Militar), que deve ocorrer após a decisão no STF. A corte militar deverá se pronunciar sobre a perda do posto e da patente para oficiais condenados a mais de dois anos de prisão.

Embora o STM não entre nos detalhes da eventual condenação no Supremo e tenha um papel homologatório, dois integrantes do tribunal ouvidos pela Folha dizem que a eventual condenação de generais de quatro estrelas e um ex-presidente da República pode tensionar a corte militar e gerar discussões sobre o processo.

“Esse julgamento vai nos dizer como as Forças Armadas estão entendendo e interpretando esse processo”, diz Marques.

Ricardo Della Coletta/Folhapress

Xi propõe nova governança global em cúpula com Putin e Modi


Ao final da cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (OCX), nesta segunda (1º) em Tianjin, o líder chinês, Xi Jinping, propôs o que chamou de Iniciativa de Governança Global “a todos os países”, visando “promover a construção de um sistema mais justo e racional”.

Segundo ele, isso é necessário porque, 80 anos após o fim da Segunda Guerra e a fundação da ONU, “novas ameaças e desafios estão crescendo”. O mundo teria entrado num “novo período de turbulência e transformação, e a governança global atingiu nova encruzilhada”.

Ele propõe “igualdade soberana” entre os países, com participação de todos nas decisões globais; respeito à lei internacional, citando a Carta da ONU; praticar o multilateralismo, mantendo a autoridade da ONU; advogar abordagens centradas nas pessoas; e se concentrar em ações.

Em relação à OCX, defendeu que seja “uma força de estabilização num mundo turbulento”, prosseguindo na abertura e na cooperação econômica em setores como energia e inteligência artificial.

Em discurso anterior, pela manhã, já havia detalhado que a organização asiática de segurança deve priorizar a partir de agora a integração econômica e defender a ordem multipolar “com a OMC [Organização Mundial do Comércio] em seu centro”.

Xi, que está no comando da OCX neste ano, confirmou a intenção de criar seu banco de desenvolvimento, visando “fornecer apoio mais sólido à cooperação econômica e de segurança entre os países-membros”. Prometeu ampliar investimentos e empréstimos.

Destacou que a OCX precisa “alinhar melhor as estratégias de desenvolvimento” e impulsionar a implementação da Iniciativa Cinturão e Rota, o programa chinês de investimento em infraestrutura. Para tanto, os países-membros devem explorar os “pontos fortes de seus mercados de grande porte” e intensificar a complementaridade econômica, incluindo ações para melhorar a facilitação do comércio e do investimento.

O líder chinês defendeu “pragmatismo e eficiência” na gestão da OCX, propondo uma reforma da entidade para “fortalecer recursos e capacitação”. O objetivo seria deixar os “mecanismos organizacionais mais perfeitos, a tomada de decisões mais científica e as ações mais eficientes”.

Como parte desse esforço, além do banco, anunciou medidas para fortalecer sua estrutura de segurança. Dois órgãos-chave serão lançados “o mais breve possível”, um centro para ameaças à segurança e outro antidrogas.

Segundo Xi, a OCX se tornou “a maior entidade regional do mundo”, com 26 países participantes, atuação em mais de 50 áreas de cooperação e uma economia agregada de “quase US$ 30 trilhões”. Números que, segundo ele, demonstram potencial para impactar a estabilidade e o crescimento global.

O presidente chinês também ressaltou que a entidade “estabeleceu o modelo para um novo tipo de relações internacionais”, ao se opor “inequivocamente à interferência externa” em assuntos dos países-membros.

A reunião deste ano da OCX, na cidade portuária de Tianjin, próxima a Pequim, foi marcada pela integração maior da Índia à organização, como alternativa aos Estados Unidos, que determinaram tarifas de 50% contra produtos indianos às vésperas do evento.

Além do primeiro-ministro Narendra Modi, da Índia, e do presidente Vladimir Putin, da Rússia, a cúpula reuniu líderes de países da Ásia Central, como o Cazaquistão, e até de outras regiões, como Egito e Belarus.

Criada em 2001 por China, Rússia e outros países com foco na segurança da Ásia Central, a OCX não se apresenta como contrária aos EUA, mas Xi mencionou que o grupo “se opõe à mentalidade de Guerra Fria e às práticas de intimidação”, em referências indiretas ao governo americano.

Washington chegou a solicitar filiação ao grupo em 2005, mas ela não foi aceita.

Nelson de Sá/Folhapress

Resultado da rodada do Campeonato de Futebol Adulto 2025

A rodada do Campeonato Adulto finalizou nesse domingo (31/08) a fase classificatória com três jogos e foram definidos os semifinalistas.

O primeiro jogo, as duas equipes já classificadas e o resultado final do jogo terminou empatado. Pão & Cia classificou na segunda colocação e a Farmácia Pague Pouco finalizou na terceira colocação, as duas equipes voltam a se enfrentarem na semifinal.

Pão & Cia 2x2 Farmácia Pague Pouco

Gols: Pão & Cia: Kelvin e Igor

Gols: Farmácia Pague Pouco: Adrian e Átila

A segunda partida, a Hortifruti São Luiz já classificada recebeu a Ed Telecom, jogando a classificação. A Ed Telecom saiu vitorioso do confronto e conseguiu a classificação na quarta colocação, a Hortifruti classificou na primeira posição. As duas equipes voltam a se enfrentarem na semifinal.

Hortifruti São Luiz 1x2 Ed Telecom

Gol: Hortifruti São Luiz: Bilzes

Gols: Ed Telecom: Monaim e Cristiano Careca

O último jogo do campeonato, Lázaro Auto Peças e Jr Modas foi recheado de muitos gols, mas qualquer resultado na alteraria mais a tabela de classificação.

Jr Modas 4x5 Lázaro Auto Peças 

Gols: Jr Modas: Gustavo, Macaco, Remeilton e Davi Miranda

Gols: Lázaro Auto Peças: Marlon, Caio, Cleriston, Rafael Pólvora e Rafael Brandão 


Semifinais

Domingo (07/09)

07:45 - Horrifruti São Luiz x Ed Telecom

09:00 - Pão & Cia x Farmácia Pague Pouco


Resultado do Campeonato de Futebol Master 2025 da AABB-Ipiaú

A rodada do Campeonato Master teve início na sexta-feira (29/08) com o jogo entre Ipiau Cacau & Dancau contra a Ita Ita Telecom. A equipe da Ipiau Cacau venceu de virada e chegou a segunda vitória no campeonato.

Ipiau Cacau & Dancau 3x1 Ita Telecom

Gols: Ipiau Cacau & Dancau: Ivo, Leandro Dias e Huta

Gol: Ita Telecom: Roberto Medrado

No domingo (31/08) mais dois jogos completaram a rodada. No primeiro jogo a W Calçados recebeu a Del Rey Telecom, e melhor para a Del Rey que se recuperou após sofrer uma goleada.

W Calçados 0x3 Del Rey Telecom

Gols: Del Rey Telecom: Nei Modas, Ricardo Lopes e  Valdoberto

O segundo jogo do domingo a Oral Center perdeu a invencibilidade após ser derrotado pela equipe do Escudo.

Oral Center 0x2 Escudo

Gols: Escudo: Bueiro e Juliano Paulista

No jogo os jogos teve transmissão ao vivo pela @midia_capture, narração de Dig Moral e comentários de @ednaldobobo.

Próximos jogos

Sexta-feira (05/09)

19:15 - Super Pão x W Calçados 

Domingo (07/09)

07:15 - Elixpegador x Ipiau Cacau & Dancau

08:30 - Escudo x Ita Telecom

Assista aqui;


Destaques