Datafolha: 71% veem Lula candidato à reeleição; Alckmin cresce como plano B

A candidatura de Lula à reeleição em 2026 é vista como certa por 71% dos eleitores, embora 54% deles digam que o petista faria melhor se desistisse da empreitada. Como plano B, o vice Geraldo Alckmin (PSB) avançou e ameaça o posto de preferido do ministro Fernando Haddad (PT).

Os achados da mais recente pesquisa do Datafolha ajudam a desenhar um pouco as linhas entre realidade e desejo na cabeça do eleitorado. Desde que a aprovação do governo entrou em plena vazante no começo do ano, Lula assumiu crescentemente o figurino de candidato que sempre foi.

Disse recentemente que, se tiver saúde, disputará sua oitava eleição ao Planalto. A comunicação do governo passou a ser mais popularesca e, se não houve melhorias expressivas na avaliação do trabalho do presidente, a população ficou mais certa de suas intenções.

Em abril, 62% diziam que Lula seria candidato, número que pulou para 66% no mês passado e 71%, agora. Todos os saltos são no limite ou acima da margem de erro de dois pontos para mais ou menos do levantamento.

Ao mesmo tempo, aqueles que não veem Lula buscando a reeleição deslizaram no período, de 34% para 28% e, agora, 23%. Isso não significa apoio à empreitada, ao contrário: 54% acham que o presidente devia pendurar as chuteiras, ante 57% na rodada de junho, enquanto 44% apoiam a ideia, oscilando dos 41% de junho.

Lula não dá sinais de desistir, ao contrário. Se o fizesse, uma novidade surgiu em relação ao levantamento passado: o crescimento do nome de seu vice como nome apontado pelo eleitorado como aquele que deveria ser apoiado pelo petista.

Ele subiu de 18% para 26% de citações do início de junho para os dias 29 e 30 de julho, datas da atual pesquisa. Encosta assim em Haddad, titular da Fazenda, que caiu de 37% para 29%.

Alckmin teve protagonismo recente na disputa do Brasil com Donald Trump, que aplicou um tarifaço às importações brasileiras aos Estados Unidos e o associou a uma punição pelo que chama de perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu aliado ideológico.

O vice, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, já vinha negociando com os americanos desde o começo da gestão Trump. Conseguiu falar com autoridades americanas e não evitou o tarifaço, que veio desidratado para setores em que as taxas prejudicariam mais as empresas do país de Trump.

Seja como for, Alckmin teve a dita boa mídia no episódio. Como Lula não logrou melhorar sua avaliação apesar do percebido sucesso político na crise até aqui, talvez o chamado presente de Trump tenha sido aninhado na mesa do vice —seja no anexo do Planalto ou no ministério que ele frequenta.

Já Haddad lida com crises com o Congresso e com a situação fiscal complexa, e ainda teve no seu colo a crise acerca do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Mais abaixo ficam a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB, 13%), e os titulares de pastas no Planalto Rui Costa (PT, 5%) e Gleisi Hoffmann (PT, 3%).

Do outro lado da trincheira da polarização está o grupo de Bolsonaro, inelegível até 2030 por decisão da Justiça Eleitoral e provavelmente futuro condenado pela trama golpista. Segundo o Datafolha, 30% dos eleitores dizem que ele deve manter a candidatura, o que pode fazer mesmo sabendo da inevitável impugnação depois dos registros formais, em agosto do ano que vem.

Já 67% afirmam que ele deveria largar o osso já e passar o trabalho para alguém de seu grupo político. Aí, os nomes mais fortes a serem apoiados citados são o da sua mulher, Michelle (PL), e o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 23% e 21%, respectivamente.

Abaixo vêm empatados os filhos Eduardo (PL-SP, 11%) e Flávio (PL-RJ, 9%), com o governador paranaense, Ratinho Jr. (PSD) entre eles com 10%. Num pelotão final estão outros dois chefes estaduais, Ronaldo Caiado (União Brasil-GO, 6%) e Romeu Zema (Novo-MG, 5%).

Foram ouvidas nesse levantamento 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, em 130 municípios brasileiros.

Igor Gielow, Folhapress

Ao abrir semestre no TSE, ministra Cármen Lúcia destaca compromisso da Justiça Eleitoral com a democracia

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, abriu, nesta sexta-feira (1º), o segundo semestre forense reafirmando o compromisso da Justiça Eleitoral (JE) com a Constituição, a legalidade e a democracia brasileira. Com a posse dos novos ministros efetivos, Estela Aranha e Floriano de Azevedo Marques, nesta sexta, o Colegiado volta a contar com sua composição completa, o que permitirá a retomada dos julgamentos de todos os casos para os quais se exige quórum pleno.

“Estávamos há dois meses sem poder dar sequência às nossas funções nos termos da Constituição do Brasil. Agora, com o corpo efetivo completo, retomamos os julgamentos nos termos da legislação vigente, sem afastar um milímetro sequer das competências que nos foram atribuídas para garantir a democracia no Estado de Direito”, afirmou a ministra Cármen Lúcia.

Durante seu discurso, a ministra Cármen Lúcia reforçou que a atuação do TSE segue pautada pela imparcialidade, pela ética, pela independência e pelo rigor legal. “Essa Justiça Eleitoral segue trabalhando com tranquilidade e seriedade, cumprindo o dever de observar e aplicar a Constituição do Brasil e as leis da República.”

Eleições Gerais 2026

A ministra observou ainda que os esforços do Tribunal se voltam para o futuro próximo, destacando o foco na preparação das Eleições Gerais de 2026. Segundo ela, a democracia representativa depende de processos que assegurem o pleno exercício dos direitos das cidadãs e dos cidadãos brasileiros, garantindo-lhes o direito à escolha livre e igual de seus representantes.
Em tom de reconhecimento, a magistrada prestou homenagem ao seu antecessor na Presidência do TSE, ministro Alexandre de Moraes, destacando seu papel durante as Eleições de 2022.

“Seu papel na história será sempre lembrado, especialmente pela firme atuação em um momento de extrema dificuldade. Atuou e continua atuando como ministro do Supremo Tribunal Federal, com os rigores da lei, em garantia dos direitos de todos os brasileiros. Essa Justiça continuará, portanto, a cumprir as suas funções com tranquilidade, mas com o rigor que se impõe num Estado Democrático de Direito”, afirmou a ministra Cármen Lúcia.

Encerrando a sessão administrativa, a presidente Cármen Lúcia desejou um excelente semestre a todos os integrantes do sistema de Justiça Eleitoral, com agradecimentos especiais às servidoras e aos servidores do Tribunal, aos membros do Ministério Público, especialmente do Ministério Público Eleitoral, e a todas as advogadas e todos os advogados. “É pelo desempenho dessas atribuições que se garante ao povo brasileiro a efetividade de seus direitos democráticos e a tranquilidade de eleições sérias, seguras e transparentes, como temos oferecido à sociedade”, pontuou a magistrada.

Demonstrativo de julgamentos

Ao longo do primeiro semestre de 2025, o TSE julgou 1.321 processos, sendo 386 em sessões presenciais e 935 em sessões virtuais. O número representa um aumento em relação aos semestres iniciais dos anos anteriores. Em 2023, foram 978 processos julgados (308 presenciais e 670 virtuais). Já no primeiro semestre de 2024, o total foi de 1.015 processos (185 presenciais e 830 virtuais).

"O que a Presidência faz é pautar a partir do que os relatores apresentam, trabalham e, principalmente, ponderam sobre a oportunidade da inclusão em pauta", afirmou a ministra Cármen Lúcia, ao fazer o balanço de julgamentos.

"Mais uma vez, eu agradeço enormemente porque, mesmo durante o período de recesso, o número de processos tem crescido na chegada. Só tenho a agradecer a atuação tanto dos senhores advogados — sem advogado não há administração da Justiça — quanto do Ministério Público, que, com muita rapidez, tem apresentado os pareceres e as manifestações. Agradeço também aos ministros desta Casa", finalizou a magistrada.

Ministério Público Eleitoral

Ao falar em nome do Ministério Público, o vice-procurador-geral eleitoral, Alexandre Espinosa, reforçou que a Procuradoria-Geral Eleitoral renova o compromisso com a integridade do processo eleitoral e com a defesa da democracia brasileira. Segundo ele, os desafios que surgirem, seguramente, serão enfrentados com a habitual seriedade, independência e rigor técnico.

“O Ministério Público Eleitoral reitera sua atribuição de garantir a lisura das eleições e o combate às irregularidades. Que o semestre que se inicia seja produtivo, com o fortalecimento da Justiça Eleitoral e de nossas instituições”, disse ele.

AN/EM/DB

Bolsonaristas tentam impulsionar atos com sanções de Trump a Moraes, mas temem esvaziamento

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) querem que a empolgação da base de apoiadores com as sanções do governo Donald Trump ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), sirva para impulsionar os atos marcados para este domingo (3) por todo o país.

Sob o slogan de “Reaja, Brasil”, as manifestações devem acontecer em diferentes cidades simultaneamente, marcando uma diferença para a estratégia que vinha sendo adotada nesses protestos desde que Bolsonaro retornou ao Brasil em 2023.

A ideia é tornar mais acessíveis as manifestações e que parlamentares possam ter protagonismo em seus redutos. Reservadamente, organizadores temem que os atos sejam esvaziados. Primeiro, identificam cansaço da base, que, aos poucos, tem participado menos de mobilizações nas ruas. Segundo, não haverá o principal chamariz: a presença de Jair Bolsonaro.

Bolsonaro está de tornozeleira eletrônica, proibido de sair de casa em Brasília aos finais de semana. Esta é uma das medidas cautelares impostas por Moraes a ele, no âmbito das investigações que apuram a atuação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. O ex-presidente tampouco poderá gravar um vídeo ou discursar.

Além disso, outros nomes de peso estarão ausentes no ato da avenida Paulista, considerado o principal: o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) marcou um procedimento médico para a mesma data, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro manterá agenda no Pará, segundo a coluna da Mônica Bergamo. Segundo relatos, ela comparecerá à manifestação em Belém.

Diante deste cenário, alguns parlamentares que não são de São Paulo mudaram a rota para a Paulista. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), estarão no carro de som, organizado pelo pastor Silas Malafaia.

Conhecido por forte presença nas redes sociais, Nikolas gravou um vídeo convidando as pessoas para a manifestação, direcionado a quem talvez não compareça. “Só vale quando tem multidões e multidões? Jesus apenas com 12 [apóstolos] mudou a história dele. Você só vai se simplesmente for e resolver?”, questionou.

“Se você não for, como se fosse bala de prata tudo na vida, simplesmente não vamos conseguir. Não estamos numa corrida de 100 metros, estamos numa maratona”, completou.

Bolsonaristas querem um calendário de manifestações, visto como a única reação possível de apoio ao ex-presidente, que será julgado pela trama golpista no STF provavelmente no mês que vem.

As principais demandas são “anistia ampla, geral e irrestrita”, por meio do projeto de lei que está na Câmara dos Deputados, e impeachment de Moraes, via Senado —duas pautas hoje consideradas improváveis de prosperar no Congresso.

Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-PB), devem entrar na mira dos discursos nos carros de som e na plateia.

Além disso, bolsonaristas também vão pedir “fora, Lula” nos atos, levando adiante o argumento de que é o presidente o culpado pelas tarifas do aliado Donald Trump a produtos brasileiros.

A aplicação de sanções financeiras ao ministro do STF, na chamada Lei Magnitsky, animou bolsonaristas, que vinham sofrendo desgastes pelo tarifaço do aliado Trump. Inicialmente, o governo americano afirmou que a tarifa seria de 50% em todos os produtos brasileiros, mas recuou e deixou mais de 700 produtos de fora nesta semana.

A sanção a Moraes era a maior demanda do bolsonarismo neste ano, e o principal objetivo de Eduardo Bolsonaro junto a autoridades do governo Trump. Ele disse que o sentimento era de “missão cumprida”, após o anúncio.

Eduardo se licenciou do cargo de deputado federal em março, sob o temor de apreensão do seu passaporte pelo STF, quando ainda não era investigado.

Hoje Eduardo e Bolsonaro estão proibidos de se comunicar. O parlamentar, que foi considerado um dos principais nomes para eventual sucessão do pai em 2026, diz que só voltará ao Brasil quando —e se— Moraes for afastado.

Ele tem defendido em entrevistas que apoiadores participem das manifestações no próximo dia 3, como uma forma de ampliar a pressão nacional.

Eduardo também já indicou, ao comemorar a aplicação da sanção a Moraes, que outras autoridades brasileiras podem ter o mesmo destino. Em vídeo, afirmou que tem “várias batalhas adiante” e que a vitória “não é o fim de nada”.

Marianna Holanda, Folhapress

Operação Escudo de Ferro apreende sete fuzis na zona rural da cidade de Porto Seguro

Depois das Operações Vértice Zero e Ponto Cego deflagradas no Extremo Sul da Bahia, as Forças Estudais e Federais da Segurança Pública apreenderam sete fuzis neste sábado (2), durante a ação integrada denominada ‘Escudo de Ferro’. O flagrante aconteceu na cidade de Porto Seguro.

Os armamentos foram encontrados na zona rural, após ações de inteligência contra facções envolvidas com tráfico de drogas e armas, homicídios, lavagem de dinheiro, roubo e corrupção de menores.

Os fuzis foram apresentados na Delegacia da Polícia Federal de Porto Seguro. Buscas no local da apreensão continuam sendo realizadas por equipes da Cipe Mata Atlântica, 8° BPM, RONDESP Extremo Sul, PC e PF.

“Não daremos trégua no combate às facções. O trabalho continuará norteado pela inteligência e com integração das Polícias da Bahia. Parabéns a todos os guerreiros e guerreiras que participaram deste excelente flagrante”, destacou o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner.
Fonte: Ascom | Alberto Maraux

Ministros tomam posse no TSE em sessão administrativa nesta sexta-feira (1º)

Floriano de Azevedo Marques e Estela Aranha assumem cargos de ministros efetivos no Tribunal para mandatos de dois anos
Os advogados Floriano de Azevedo Marques e Estela Aranha tomaram posse, nesta sexta-feira (1º), como ministros efetivos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nas vagas destinadas à classe dos juristas, para mandatos de dois anos. Os ministros leram o compromisso regimental e assinaram os termos de posse, em sessão administrativa na abertura do segundo semestre forense pela presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia.

A sessão solene de posse dos ministros, para que recebam os cumprimentos, ocorrerá na próxima terça-feira (5), a partir das 19h. Os jornalistas que desejarem cobrir a cerimônia devem preencher o formulário de credenciamento.

Floriano de Azevedo Marques foi reconduzido para um novo mandato de dois anos como ministro titular. Já Estela Aranha passa a compor o TSE como nova integrante efetiva. Ambos foram nomeados em 10 de julho pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de listas tríplices encaminhadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A ministra Cármen Lúcia agradeceu e elogiou o trabalho desempenhado pelo ministro Ramos Tavares, cujo biênio no TSE terminou no dia 30 de maio. Ela assinalou que Ramos Tavares é um dos maiores juristas e constitucionalistas do país. “Nosso reconhecimento ao ministro pelo imenso trabalho realizado”, destacou a magistrada.

Prestigiaram a sessão administrativa de posse dos magistrados o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o ministro do Supremo Tribunal Federal e diretor da EJE/TSE, ministro Cristiano Zanin, e o advogado-geral da União, Jorge Messias.

Perfis

Estela Aranha é graduada em Direito pela Universidade de São Paulo (USP — Largo de São Francisco). É referência nacional e internacional em direitos digitais, regulação de tecnologias emergentes e inteligência artificial.

Exerceu o cargo de secretária nacional de Direitos Digitais do Ministério da Justiça e atuou também na Presidência da República, com foco em temas relacionados à inteligência artificial e relações internacionais. No TSE, foi assessora da Presidência, contribuindo para o fortalecimento da integridade da informação no processo eleitoral.
No cenário internacional, representou o Brasil no Conselho Consultivo de Alto Nível da ONU para Inteligência Artificial. Também integrou a Comissão de Juristas para Regulamentação da IA e a Comissão para Atualização do Código Civil, ambas no âmbito do Senado Federal. É ainda ex-presidente da Comissão Especial de Proteção de Dados do Conselho Federal da OAB e da OAB-RJ.

Natural de São Paulo (SP), Floriano de Azevedo Marques Neto tem 54 anos e uma trajetória de mais de três décadas na advocacia e na vida acadêmica. É graduado, doutor e livre-docente em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), onde atua como professor titular na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Também integra o corpo docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Direito da Regulação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
Na área eleitoral, destaca-se por sua atuação em temas relacionados à Lei da Ficha Limpa. No campo acadêmico, é autor de vários livros individuais e em coautoria e de mais de 200 artigos acadêmicos publicados em revistas técnicas. Foi professor visitante em instituições internacionais como a Pontifícia Universidade Católica do Peru, a Faculdade Externado de Colômbia e a Universidade Nova de Lisboa, em Portugal.

Composição do TSE

O Tribunal Superior Eleitoral é formado por, no mínimo, sete ministros. Três são originários do Supremo Tribunal Federal; dois, do Superior Tribunal de Justiça (STJ); e dois são juristas — advogados com notável saber jurídico e reputação ilibada — nomeados pelo presidente da República a partir de listas elaboradas pelo STF.

Cada ministro é eleito para um mandato de dois anos, com possibilidade de uma recondução, sendo vedada a permanência por mais de dois biênios consecutivos. Para cada ministro titular, há um substituto da mesma classe.

O TSE é sempre presidido por um ministro do STF. Atualmente, a Presidência é exercida pela ministra Cármen Lúcia, e o vice-presidente é o ministro Nunes Marques. A Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral (CGE) é ocupada por um ministro do STJ, cargo atualmente exercido pela ministra Isabel Gallotti.

AN/EM/DB

Kamala Harris diz querer se afastar da vida pública para ‘ouvir as pessoas e conversar’

A ex-vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris disse nesta quinta-feira (31) que está dando uma pausa em seus cargos políticos após décadas, afirmando a Stephen Colbert, apresentador do programa televisivo “The Late Show”, que o sistema político americano está quebrado.

Kamala disse a Colbert que quer viajar pelo país para conversar com os americanos como cidadã. Foi sua primeira entrevista desde que deixou o cargo em 20 de janeiro, após perder a eleição presidencial para Donald Trump.

A entrevista ocorreu dias depois de ela anunciar que não concorreria ao governo da Califórnia no ano que vem. Kamala, que foi procuradora-geral da Califórnia e também representou o estado no Senado dos EUA, vinha cogitando concorrer ao cargo mais alto do estado após retornar para casa, em Los Angeles, em janeiro.

Ela também discutiu o que estaria em “107 Days”, seu próximo livro de memórias sobre sua experiência como candidata à Presidência no ano passado, anunciado horas antes. Ela disse que o livro fala sobre o quão intensa e curta foi a campanha depois que o então presidente Joe Biden renunciou abruptamente à indicação democrata no verão passado, deixando-a com menos de quatro meses para fazer campanha.

Colbert perguntou se o motivo de ela não se candidatar na Califórnia era porque iria concorrer a um cargo diferente. Ela disse que não. “Por enquanto, não quero voltar ao sistema”, disse ela. “Quero viajar pelo país, quero ouvir as pessoas, quero conversar com elas e não quero que seja uma transação, onde eu esteja pedindo o voto delas.”

Colbert disse que é angustiante ouvir de Kamala que o sistema americano está falido. “Bem, mas também é evidente, não é?”, perguntou. “Mas isso não significa que desistimos.”

Kamala disse que ela e o marido, Doug Emhoff, ignoraram as notícias por meses depois que ela deixou o cargo, brincando que ela “simplesmente não gostava de automutilação”. Ela disse que, em vez disso, assistia a programas de culinária.

Para as pessoas que se sentem desanimadas, ela disse que é importante que gente como ela “as lembrem de seu poder e de sua importância em fazer a diferença”. Kamala também disse que espera que seu livro, com lançamento previsto para 23 de setembro, inspire os leitores a se enxergarem no processo político e a reconhecerem seu potencial.

“Espero que, ao escrever este livro, uma das coisas que eu faça seja ajudar as pessoas a enxergarem por dentro o que é, de forma que possam enxergar algo sobre si mesmas que lhes diga: ‘Ei, eu conseguiria fazer isso’”, disse ela.

Ela também disse que o livro de memórias discute os desafios de se diferenciar de Biden, recusando-se a falar longamente sobre ele na entrevista. Ela também disse que gostaria de ter feito algumas coisas de forma diferente na campanha, sem detalhar como.

Ela mencionou algumas anedotas que estão incluídas no livro de memórias, incluindo um momento em que Emhoff “deixou a peteca cair” em seu aniversário, um mês antes da eleição. Ela também relembrou o dia em que Biden desistiu da corrida presidencial, apoiando-a.

Colbert mostrou uma fotografia dela daquele dia que não havia sido exibida publicamente antes e que está incluída no livro. A foto a mostra na sala de jantar da residência do vice-presidente, disse ela, logo após um brunch com a família que a havia visitado, incluindo os filhos da sobrinha.

“E eu recebo a ligação do Joe”, disse ela. Então, ela e sua equipe “transformaram tudo em uma sala de guerra”, fazendo mais de 100 ligações naquele dia, acrescentou.

Quando Colbert perguntou se ela gostaria de dizer aos americanos “Eu avisei” sobre o que Trump faria no cargo, ela respondeu que “Eu previ muita coisa” e acrescentou: “O que eu não previ foi a rendição”.

Antes de concluir a entrevista, Colbert perguntou a Kamala quem liderava o Partido Democrata. O partido está profundamente dividido enquanto analisa novas táticas após as derrotas em 2024. “Acho que é um erro da nossa parte, que queremos descobrir como sair dessa situação e superar isso”, disse ela, “colocar a responsabilidade nos ombros de uma única pessoa: na verdade, a responsabilidade é de todos nós”.

John Yoon, Folhapress

Datafolha: Lula não decola com Trump e mantém reprovação de 40% e aprovação de 29%

A expectativa do entorno do presidente Lula (PT) acerca de ganhos de imagem imediatos no embate com o americano Donald Trump não se concretizou. Segundo o Datafolha, o petista segue com avaliação estável, tendo seu governo reprovado por 40% e aprovado por 29%.

Os dados foram aferidos nos dias 29 e 30 de julho, em meio à escalada da agressão do republicano ao Brasil, a quem aplicou sobretaxas de importação que chegam a 50%, apesar de ter mantido exceções para proteger setores de sua economia.

O Datafolha ouviu 2.004 eleitores de 130 cidades no país, num levantamento com margem de erro de dois pontos para mais ou para menos.

É nessa banda que ficou a oscilação registrada na aprovação do governo entre o início de junho e agora. Na rodada anterior, Lula tinha 28% de ótimo e bom e os mesmos 40% de ruim e péssimo. O regular passou de 31% para 29%, e 1% não deu opinião.

Quando questionados acerca do trabalho de Lula como presidente, há estabilidade estática de números ante o resultado de junho: 50% o reprovam e 46% o aprovam.

A crise com Trump é altamente política. O americano justificou seu tarifaço principalmente pelo que chamou de caça às bruxas ao aliado ideológico Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente que está inelegível até 2030.

O republicano quis interferir no Judiciário brasileiro, sugerindo que as tarifas poderiam ser revistas se fosse cessado o julgamento de Bolsonaro sob a acusação da trama golpista para ficar no poder após perder a eleição de 2022 para Lula. Aplicou sanções ao ministro do Supremo Alexandre de Moraes, responsável pelo caso.

Lula assumiu um discurso fortemente nacionalista, carimbando como traidores da pátria não só a família Bolsonaro, tentando salvar a pele de seu patriarca, mas os aliados que podem se colocar como opções da direita na disputa presidencial de 2026 —o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) à frente.

Passou a usar bonés ufanistas e as redes sociais do Planalto empregaram todo um arsenal de frases feitas e memes. Quando o americano enfim anunciou as exceções do tarifaço, na quarta (30), foi impulsionada a hashtag “Trump arregou”, algo distante da realidade final da questão.

Politicamente, a tática foi elogiada, e Lula colheu aplausos até em publicações no exterior, como o jornal New York Times. Mas os números desta mesma rodada do Datafolha mostrando que 45% dos entrevistados achavam que Bolsonaro era perseguido sugeriam matizes à leitura.

Na vida real, os números do Datafolha mostram que o louro eleitoral pode até vir mais à frente, mas a avaliação do cotidiano da administração é questão diversa.

Lula conseguiu estabilizar seus índices, o que já pode ser considerado por sua equipe como boa notícia, dado que em fevereiro ele havia levado um tombo histórico no Datafolha. Caiu de 35% para 24% de ótimo/bom, atingindo o pior nível de seus três mandatos. Na inversão da curva, o ruim/péssimo foi de 34% para 41%, e nessas faixas as taxas seguem oscilando.

Antecessor e rival de Lula, Bolsonaro marcava a esta altura de seu conflituoso mandato taxas piores: sua reprovação oscilou de 51% para 53% no segundo semestre de 2021.

Uma das principais ameaças percebidas à imagem do governo, a crise dos descontos no INSS parece ter passado pelo trecho mais turbulento. A economia, apesar da manutenção dos juros a 15% e de pressões outras, não viu o deslanchar da inflação e ainda registra níveis inauditos de emprego.

A partir daí, é escolher o ângulo pelo qual se olha o copo com metade da capacidade utilizada. Governistas apontam que há caminhos para melhoria, enquanto oposicionistas dizem que as taxas de aprovação são muito ruins num cenário de controle econômico relativo.

A leniência fiscal com que Lula trata o gasto público poderá até ajudar a turbinar sua campanha à reeleição no ano que vem, mas a conta nesses casos vem depois —que o diga Dilma Rousseff (PT), a sucessora que presidiu sobre uma recessão e acabou sofrendo impeachment por falta de apoio congressual.

Para quem mapeia eleitorado, não há diferenças significativas de evolução da aprovação do governo em nenhum segmento vital. Segundo o Datafolha, destacam-se com avaliação mais positiva do que a média os menos instruídos (42% de ótimo e bom) e os nordestinos (38%).

Já a desaprovação maior é vista entre grupos mais associados ao bolsonarismo, como o caso da classe média baixa (62%), os mais ricos (57%), evangélicos (55%), sulistas (51%), mais instruídos (49%) e quem tem de 35 a 44 anos (48%).

A imutabilidade do quadro sugere que, se veio, o proverbial presente de Trump para Lula ou só vai ser aberto no ano que vem ou apenas era ilusório.

Igor Gielow

Vereador invade maternidade em Barreiras, expõe pacientes e desrespeita profissionais de saúde; veja vídeo

Na mesma semana em que o país se chocou com o vídeo de um homem agredindo sua namorada com 60 socos dentro de um elevador, o vereador João Filipe, do PCdoB de Barreiras, protagonizou um episódio considerado revoltante de violência contra mulheres. Nesta sexta-feira (1), ele invadiu o Hospital da Mulher sem autorização e sem estar devidamente paramentado, como exigem as normas do Ministério da Saúde. A ação arbitrária colocou em risco pacientes, violou sua intimidade e desrespeitou o trabalho dos profissionais de saúde que atuavam na unidade.

Acompanhado de uma equipe de gravação, o vereador entrou em áreas restritas da maternidade, inclusive no setor de curetagem, ambiente reservado a mulheres que passam por procedimentos extremamente delicados, muitas vezes em razão de perdas gestacionais. Demonstrando insensibilidade, João Filipe expôs pacientes em momento de profunda dor e vulnerabilidade e, depois, divulgou imagens em suas redes sociais, sem qualquer permissão.

O caso configura não apenas uma quebra de protocolo sanitário e institucional, mas também um abuso de poder. “Utilizar politicamente a dor e a intimidade de mulheres num momento tão sensível é mais do que irresponsável, é cruel, desumano e inaceitável”, destacou uma profissional da área jurídica ouvida pela reportagem.

Conforme as normas do Ministério da Saúde, o acesso a ambientes hospitalares exige o uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual. O descumprimento dessas regras pode configurar infração sanitária grave, por colocar em risco a saúde de pacientes e de toda a equipe profissional.

Ao tomar conhecimento da invasão, a secretária municipal de saúde, Larissa Barbosa, foi prontamente até a unidade defender a unidade e as pacientes e restabelecer a ordem. Mesmo diante da presença da gestora, o vereador manteve postura agressiva, atacando verbalmente a secretária em seu ambiente de trabalho e desrespeitando os profissionais que ali atuavam com responsabilidade.

A população reagiu com indignação. Nas redes sociais, muitos se solidarizaram com as mulheres expostas e com a secretária, condenando a postura do vereador. “Uma agressão a todas as mulheres brasileiras, que sofrem diariamente esse tipo de ataque”, escreveu uma internauta.

O caso foi parar na delegacia, onde o vereador João Filipe foi chamado para prestar esclarecimentos. Além disso, a ocorrência deverá ser encaminhada ao Ministério Público, uma vez que as imagens divulgadas sem autorização, o acesso indevido à área restrita da maternidade, o descumprimento de normas sanitárias e o ataque à dignidade das pacientes podem configurar crimes contra a mulher, infrações sanitárias e possíveis atos de improbidade administrativa.

Veja vídeo abaixo:

O que sabemos sobre submarinos enviados por Trump após ameaça russa

Escalada acontece em meio à tensão entre Washington e Moscou sobre o conflito na Ucrânia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, nesta sexta-feira (1º), o envio submarinos nucleares para "regiões apropriadas" após ameaças do ex-presidente russo Dmitry Medvedev.

"Ordenei o posicionamento de dois submarinos nucleares nas regiões apropriadas para o caso de essas declarações tolas e inflamatórias serem mais do que apenas isso", disse Trump em uma publicação na Truth Social. "Palavras são muito importantes e muitas vezes podem levar a consequências indesejadas. Espero que este não seja um desses casos", concluiu.

Questionado posteriormente por repórteres sobre o motivo de ter ordenado o movimento do submarino, Trump disse: "Uma ameaça foi feita por um ex-presidente da Rússia, e vamos proteger nosso povo".

O líder americano, no entanto, não especificou a localização dos submersíveis.

Ameaça russa: "Passo rumo à guerra"

Na última segunda-feira (28), Dmitry Medvedev, que foi presidente da Rússia entre 2008 e 2012, se pronunciou sobre a pressão dos EUA para o fim do conflito no leste europeu. Ele disse que o ultimato de Trump significava um "passo rumo à guerra" - não entre Rússia Ucrânia, mas "com o próprio país dele".

Medvedev afirmou que o líder americano estava "brincando com jogos de ultimatos com a Rússia: 50 dias ou 10". Ele acrescentou que o país não deve ser tratado como Israel ou Irã e que Moscou tinha capacidade para um ataque nuclear "em último recurso".

A reação aflorada do ex-mandatário russo aconteceu após Trump reduzir o prazo anterior de 50 dias que havia dado para que a Putin fechasse um acordo de paz com a Ucrânia. Agora, o novo prazo americano é de 10 dias.

A Marinha dos EUA e o Pentágono se recusaram a comentar as declarações de Trump ou se submarinos foram movidos.

É extremamente raro que as Forças Armadas dos EUA discutam a implantação e a localização de submarinos americanos, dada sua missão sensível.
Tensão entre Washington e Moscou
Os comentários de Trump ocorreram em um momento de crescente tensão entre Washington e Moscou, à medida que o presidente fica cada vez mais frustrado com o que ele vê como uma falha de Putin em negociar o fim de sua invasão da Ucrânia.

Além disso, Trump não especificou o que quis dizer com "submarinos nucleares". Os submarinos dos EUA são movidos a energia nuclear e podem ser armados com mísseis com ogivas nucleares, embora nem todos sejam.

Os Estados Unidos têm um total de 14 submarinos nucleares da Classe Ohio. Cada um deles é capaz de transportar até 24 mísseis balísticos Trident II D5 que podem lançar múltiplas ogivas termonucleares a até 4.600 milhas.

Entre 8 e 10 submarinos da Classe Ohio são mobilizados ao mesmo tempo, de acordo com o grupo de controle de armas da Iniciativa de Ameaça Nuclear.

O que dizem os especialistas

Segundo especialistas em segurança, conversas de um presidente dos EUA sobre potenciais capacidades militares nucleares levanta preocupações. Historicamente, os Estados Unidos se abstiveram comentar sobre ataques nucleares, dados os riscos que cercam o armamento mais devastador do mundo.

"Isso é irresponsável e desaconselhável", disse Daryl Kimball, diretor executivo do grupo de defesa da Associação de Controle de Armas. "Nenhum líder ou vice-líder deveria ameaçar uma guerra nuclear, muito menos de forma infantil nas redes sociais."

Hans Kristensen, da Federação de Cientistas Americanos, observou que os submarinos nucleares dos EUA – parte da chamada tríade nuclear com bombardeiros e mísseis terrestres – estavam sempre posicionados para lançar mísseis com armas nucleares contra alvos na Rússia.

Quem é Dmitry Medvedev

Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, emergiu como um dos líderes antiocidentais mais declarados do Kremlin desde que a Rússia enviou dezenas de milhares de tropas para a Ucrânia em 2022.

Os críticos do Kremlin o ridicularizam como um irresponsável impulsivo, embora alguns diplomatas ocidentais digam que suas declarações ilustram o pensamento nos principais círculos de formulação de políticas do Kremlin.
Anteriormente, autoridades dos EUA disseram à Reuters, antes dos últimos comentários de Trump, que os comentários de Medvedev não estavam sendo considerados uma ameaça séria, e não está claro o que motivou o último anúncio de Trump além do confronto público entre os dois nas redes sociais.
Por: CNN

Putin é osso duro de roer, diz Trump em entrevista

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou estar surpreso com os ataques do presidente russo, Vladimir Putin, contra a Ucrânia, mesmo depois de terem uma “ótima conversa”. Em entrevista à emissora trumpista Newsmax, o republicano reiterou que, de todo modo, Putin segue “um osso duro de roer”.

“Ele é obviamente um osso duro de roer, então não mudou nesse sentido. Mas estou surpreso. Tivemos várias conversas boas em que poderíamos ter encerrado isso e, de repente, bombas começaram a voar”, disse Trump.

A fala vem pouco depois de o republicano ordenar o envio de dois submarinos nucleares para posições próximas da Rússia, numa inesperada escalada de sua disputa verbal com o ex-mandatário russo Dmitri Medvedev.

Na entrevista ao canal americano, Trump comentou a evolução da guerra. “Bem, um ex-presidente da Rússia que agora está no comando de um dos conselhos mais importantes, Medvedev, disse algumas coisas muito ruins, falando sobre energia nuclear. E quando você menciona a palavra ‘nuclear’, sabe, meus olhos brilham e eu digo: ‘É melhor tomarmos cuidado’, porque é a ameaça máxima”, afirmou.

Folhapress

Barcos da Previdência que atendem a regiões remotas serão usados para aliviar crise de leitos na COP30

O governo vai usar dois barcos da Previdência Social para hospedar funcionários e autoridades de ministérios na COP30, em uma tentativa de aliviar a crise de leitos em Belém em meio a reclamações de países sobre o preço abusivo cobrado por hotéis.

Hoje, o país tem cinco “PREVBarcos”, nomes das unidades, responsáveis por levar serviços previdenciários para comunidades que moram em regiões onde não há agências do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Cada barco tem 34 lugares, sendo dez suítes individuais e um quarto com 12 beliches. O Painel apurou que ainda não há uma definição sobre quem vai ocupar as embarcações. O ministro Wolney Queiroz (Previdência Social), que teve a ideia, decidiu ficar hospedado em um deles.

O uso dos barcos da Previdência se soma a outras medidas emergenciais que o governo está adotando para tentar oferecer mais leitos. Também haverá hospedagem em escolas, unidades do Minha Casa Minha Vida e navios de cruzeiro.

A cobrança de valores altos para a hospedagem no período da reunião tem causado preocupação a outros países, que pediram que o evento não ocorresse em Belém. O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, no entanto, afirmou que não há plano B para a realização do evento e disse que ele será em Belém.

Wolney também vai ao Pará na última semana de agosto num PREVBarco, para marcar o início dos atendimentos sobre ressarcimento a aposentados e pensionistas da fraude no INSS.

Danielle Brant, Folhapress

Níquel produzido em Itagibá é exportado para três continentes no primeiro semestre de 2025

O níquel extraído no subsolo de Itagibá segue ganhando espaço nos principais mercados do mundo. No primeiro semestre de 2025, cinco embarques de concentrado de níquel sulfetado saíram da Mina Santa Rita, totalizando 51.256 toneladas secas exportadas para a Finlândia, China e Canadá. Países que hoje lideram o desenvolvimento de tecnologias voltadas à energia limpa.

Com operação estável e planejada, a Atlantic Nickel manteve a regularidade dos embarques ao longo do semestre, com duas remessas destinadas à Finlândia, duas à China e uma ao Canadá. A continuidade das exportações demonstra o papel estratégico da produção local no fornecimento global de metais essenciais para a indústria moderna. Novas cargas já estão previstas para o segundo semestre.

O níquel sulfetado produzido na região tem um papel importante no cenário global, sendo matéria-prima essencial para indústrias que lideram a transição energética. Ele é utilizado, por exemplo, na fabricação de baterias para veículos elétricos — um mercado que cresce rapidamente com a busca por fontes de energia mais limpas e eficientes em todo o mundo.

“Manter o ritmo das exportações reforça o papel da operação de Itagibá no cenário internacional e também na economia regional. Cada embarque envolve dezenas de profissionais e movimenta uma cadeia de valor efetiva, que inclui transportadoras, prestadores de serviço e comércio local”, afirma Renata Lamas, gerente comercial e de logística outbound da Atlantic Nickel.

Além do impacto econômico, a atividade mineradora tem reflexo direto na vida da comunidade. Cerca de 70% da força de trabalho da Mina Santa Rita é formada por moradores da região, reforçando o compromisso com o desenvolvimento local. A empresa também mantém iniciativas voltadas para a sociedade, como o Edital Social e programas que apoiam projetos nas áreas de educação, cultura, esporte e geração de renda nas comunidades anfitriãs.

Sobre a Appian Capital Brazil

A Appian Capital Brazil, fundo de investimentos privados especializado em mineração e metalurgia, é a representante no país do grupo Appian Capital Advisory. Fundada em 2011 em Londres com investimentos em diversos países, a empresa é referência no setor, com seu modelo diferenciado de mineração inteligente, respeitando o meio ambiente, trabalhando de forma integrada com as comunidades onde atua e apoiando o desenvolvimento destas regiões. Com seis anos de atuação no mercado brasileiro e presente em dois estados (Minas Gerais e Bahia), o fundo se estabeleceu no país em 2018. Atualmente, o grupo possui três ativos no país: Atlantic Nickel, Graphcoa e a subsidiária Omnigen Energy.

Com sólido compromisso e missão de transformar recursos naturais em prosperidade e desenvolvimento sustentável, o grupo trabalha alinhada às melhores práticas ESG. Transformando regiões onde atua, aliado à Integração Social, o grupo Appian tem como prioridade o profundo respeito com as pessoas e com a segurança nas operações.

Datafolha: Prisão de Bolsonaro divide brasileiros, e 51% duvidam que ela vá ocorrer

Nova pesquisa do Datafolha mostra que 48% dos brasileiros querem ver Jair Bolsonaro (PL) preso no julgamento da trama golpista de 2022, empatados com os 46% que o desejam livre. Mas 51% acreditam que o ex-presidente vai escapar da cadeia.

O levantamento foi feito à luz da crise entre Estados Unidos e Brasil, com Donald Trump tendo encampado a tese de que Bolsonaro é vítima de perseguição e usado isso como justificativa para impor tarifas de importação mais altas a produtos brasileiros.

A movimentação do presidente americano é apoiada e municiada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Bolsonaro que se mudou para os EUA para tocar a campanha em favor da anistia do pai.

Dos 2.044 ouvidos na terça (29) e na quarta-feira (30), 6% disseram não saber opinar sobre a prisão do ex-mandatário. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

Em comparação com um levantamento de abril em que as mesmas perguntas foram feitas, houve uma oscilação no limite dessa margem, indicando uma inversão ao menos momentânea de ânimos.

Na rodada anterior, 52% achavam que o ex-presidente merecia ir à prisão, ante 42% que diziam o contrário. Já a avaliação do que deve ocorrer no julgamento previsto para setembro no Supremo Tribunal Federal segue estável: 52% achavam que ele ia escapar, ante 41% que previam o contrário —são 40% agora.

Nos recortes setoriais, nenhuma surpresa. Aderem mais à tese de que Bolsonaro não é culpado eleitores de classe média mais baixa, evangélicos, sulistas, bolsonaristas. Na via inversa, os que mais querem vê-lo preso são aqueles que ganham até 2 salários mínimos, nordestinos e petistas.

Bolsonaro será julgado sob a acusação de ter fomentado um movimento para se manter no poder após a derrota para Lula (PT) no segundo turno de 2022. A trama envolvendo políticos e militares não funcionou, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, e desandou nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

O ex-presidente rechaça todas as acusações, que podem dar a ele uma pena de 12 a 43 anos de prisão. O condutor do processo, ministro Alexandre de Moraes, virou alvo de Trump devido à sua atuação.

Perdeu o visto americano após determinar medidas restritivas a Bolsonaro, aliado ideológico do republicano, e agora foi submetido a uma lei que congela nos EUA bens de estrangeiros acusados de violar direitos humanos. A apontada ilegalidade do emprego da medida, desenhada para ditadores e criminosos, deve servir de base a contestação judicial da sanção.

Igor Gielow, Folhapress

PF e PM/PA apreendem cerca de uma tonelada de drogas

Santarém/PA. A Polícia Federal e a Polícia Militar do Pará (PM/PA), na madrugada desta sexta-feira (1/8), na zona rural do município de Rurópolis/PA, realizaram mais uma ação conjunta de enfrentamento ao tráfico de drogas. O trabalho resultou na prisão de dois homens, um deles venezuelano, e apreensão de 936 kg de “skunk”, uma aeronave e três armas de fogo.
A operação foi fruto do compartilhamento de informações entre as forças de segurança envolvidas. Os presos foram encaminhados à delegacia da Polícia Federal em Santarém, onde foram autuados em flagrante por tráfico internacional de drogas.

Comunicação Social da Polícia Federal no Pará

PF apreende mais de 2,7 toneladas de maconha em Foz do Iguaçu

Foz do Iguaçu/PR. Em uma ação realizada na manhã de quarta-feira, 30/8, a Polícia Federal apreendeu uma carga de 2.774 kg de maconha escondida em meio a uma carga de arroz em um caminhão, durante fiscalização realizada em um posto de combustíveis da cidade.

Segundo informações repassadas pela equipe, a carga ilícita teria sido carregada possivelmente durante a noite, quando o veículo se encontrava em um estacionamento de veículos de carga na região do bairro Três Lagoas em Foz do Iguaçu/PR.

O veículo encontrava-se sem o condutor no momento da fiscalização, razão pela qual a Polícia Federal o encaminhou juntamente com a carga de entorpecentes até a Delegacia de Foz, onde as investigações para apurar os responsáveis pela carga ilícita serão iniciadas.

Comunicação Social da Polícia Federal em Foz do Iguaçu

Após sinal de Trump, Lula fala em abertura ao diálogo, mas diz trabalhar em resposta a tarifas dos EUA

O presidente Lula (PT) escreveu nas redes sociais nesta sexta-feira (1º) que o Brasil sempre esteve aberto ao diálogo com os Estados Unidos, horas após o presidente americano, Donald Trump, ter afirmado que o petista poderia falar “a qualquer hora” com ele, após um período de portas fechadas à conversa.

“Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”.

Um contato entre os dois líderes era esperado desde que Trump anunciara tarifas ao Brasil.

Na Casa Branca, o americano afirmou que Lula poderia falar com ele “quando quiser”, ao ser questionado sobre a possibilidade de negociar sobretaxas. As declarações foram dadas dois dias após o decreto que impôs tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras e no dia seguinte ao tarifaço global que voltou a impor taxas mais altas sobre dezenas de países.

O presidente americano também disse que ama o povo brasileiro e que “as pessoas que lideram o Brasil fizeram coisa errada”, em provável referência ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, alvo de sanções do governo americano.

Desde o anúncio da sobretaxa, tanto o presidente quanto a equipe do governo têm reagido de forma contrária à medida, tentando contato com os EUA na esfera institucional. Ao mesmo tempo, Lula manifestou em falas e posicionamentos oficiais de governo a intenção de tratar do tema diretamente com seu homólogo americano, que não havia demonstrado disponibilidade até o momento.

Com os anúncios de Trump, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, tem sido o representante do Brasil na negociação com o país por meio de autoridades, citando especificamente o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnik, como o principal contato.

Por também estar à frente do Mdic, Alckmin está se reunindo com empresários e representantes de setores da indústria, do agronegócio, da tecnologia e outros segmentos para tratar dos impactos da medida americana na economia brasileira.

A retaliação de Trump ao Brasil foi anunciada por meio de carta em uma rede social, na qual o americano também criticou a justiça brasileira pelo tratamento dado a Jair Bolsonaro (PL), acusando o judiciário brasileiro de perseguir o ex-presidente.


Mariana Brasil/Folhapress

Guarnição da ROTAM realiza apreensão de drogas em Ipiaú

Na tarde desta sexta-feira (01/08), por volta das 16h20, policiais militares da 55ª CIPM intensificavam rondas e abordagens no Bairro Santa Rita, em Ipiaú, quando avistaram um indivíduo em atitude suspeita na Rua da Banca, área conhecida por ocorrências relacionadas ao tráfico de drogas.

Durante a abordagem, os policiais encontraram em posse do suspeito uma quantia significativa de dinheiro em notas miúdas e um cigarro de maconha, e em diligência continuada foi encontrado 114 pedras de crack, uma balança de precisão e R$ 1.335,00 em espécie.

O material apreendido e o suspeito foram apresentados na Delegacia de Polícia de Ipiaú para as medidas cabíveis.
Fonte: Ascom/55ª CIPM

Trump diz que Lula pode ligar para ele quando quiser

Foto: Reprodução/Instagram/Arquivo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (1º) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode falar com ele quando quiser para discutir tarifas e outras questões envolvendo os dois países.

“Ele pode falar comigo quando ele quiser”, afirmou Trump a jornalistas no gramado da Casa Branca. As declarações ocorrem dois dias após o decreto que impôs tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras e no dia seguinte ao tarifaço global que voltou a impor taxas mais altas sobre dezenas de países.

O presidente americano também disse que ama o povo brasileiro e que “as pessoas que lideram o Brasil fizeram coisa errada”, em provável referência ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, alvo de sanções do governo americano.

Os dois líderes ainda não discutiram diretamente as tarifas nem se encontraram desde que Trump assumiu o novo mandato, em janeiro.

Nas últimas semanas, depois que o americano ameaçou o país com as taxas maiores, Lula disse que seu homólogo não pode ser um “imperador do mundo”, que vai dobrar a aposta e que ele mente ao justificar as medidas econômicas.

Nesta sexta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad afirmou que o objetivo do Brasil continua sendo mais parcerias com os Estados Unidos. Em entrevista a jornalistas em Brasília, Haddad afirmou que há opção no mercado interno para parte dos produtos que eram enviados aos EUA, e que é possível estreitar os laços entre os dois países “desde que seja bom para os dois lados”.

O ministro ressaltou que, apesar do atual comando nos EUA, o Brasil continuará buscando uma relação construtiva, guiada pelo interesse nacional e por vínculos de longo prazo.

Na quarta-feira (30) Trump assinou medida que implementa uma tarifa adicional de 40% sobre os produtos brasileiros, elevando o valor total da sobretaxa para 50%, a maior do mundo. Apesar da taxa, o país se beneficiou de uma isenção para cerca de 700 produtos exportados aos EUA.

O dólar caiu 0,98% nesta sexta e encerrou a semana cotado a R$ 5,545, tendo como pano de fundo dados de emprego dos Estados Unidos bem mais fracos do que o esperado. O tarifaço do presidente Donald Trump também foi pauta nas mesas de operação. Na Bolsa, a combinação de fatores —mais uma série de balanços corporativos do 2º trimestre— se traduziu em queda de 0,47%, a 132.437 pontos.

Na primeira manifestação pública após as punições anunciadas pela Casa Branca, o ministro Alexandre de Moraes classificou como “covardes e traiçoeiras” as ações que levaram à aplicação de sanções pelo governo dos EUA a ele.

Moraes falou haver “traição à pátria” e direcionou sua reação principalmente ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que articulou com integrantes do governo americano o enquadramento do ministro na Lei Magnitsky, que prevê bloqueios financeiros. O magistrado não citou o parlamentar nominalmente.

“Encontram-se foragidos e escondidos fora do território nacional. Não tiveram coragem de continuar no território nacional”, afirmou Moraes na abertura do semestre do Judiciário, nesta sexta-feira (1º).

Folhapress


Hoje defensor da anistia, Caiado pediu pena de 15 anos para envolvidos em ataques

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados/Arquivo
 Pré-candidato à Presidência da República, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), mudou o seu posicionamento e, em sabatina do jornal O Globo nesta sexta-feira (1º), defendeu a “anistia geral e irrestrita” para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. 

O atual discurso é diferente do posicionamento de Caiado, que no dia seguinte à depredação em Brasília chegou a defender a prisão de 15 anos para os envolvidos.

Em 9 de janeiro de 2023, o governador goiano classificou os atos como antidemocráticos e prometeu enquadrar os responsáveis como terroristas, inclusive aqueles que financiaram os ataques.

“Estes atos antidemocráticos, enquadrados como terroristas, são capazes de levar os culpados à prisão por 15 anos. Então, acredito que as pessoas que estão financiando e orientando esses processos sofrerão consequências graves nos julgamentos que ocorrerão nos próximos meses”, afirmou Caiado, na ocasião.

O governador também afirmou que as forças de segurança de Goiás estavam em alerta. “Não vamos aceitar qualquer ato de vandalismo ou de criminalidade que venha a colocar em risco nosso sistema democrático”, disse o governador.

Fábio Zanini, Folhapress

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