Gilmar Mendes diz que Brasil vive capítulo inédito da ‘resistência democrática’ após ataque de Trump
Decano do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Gilmar Mendes defendeu na noite desta quinta-feira, 10, a atuação da Suprema Corte e disse que o Brasil representa um capítulo inédito “na história da resistência democrática”.
O ministrou publicou nota nas redes sociais um dia depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras e exigir o encerramento da ação que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de orquestrar golpe de Estado após ser derrotado na eleição de 2022.
Para Mendes, as decisões judiciais no Estado democrático de direito são respostas “aos riscos factuais de violação da ordem jurídica”.
Na carta que anunciou a tarifa contra o Brasil, Trump disse que Bolsonaro é vítima de uma “caça às bruxas” e que o STF emitiu “centenas de ordens de censura” contra plataformas de mídia social dos Estados Unidos e as ameaçou com multas milionárias e a possibilidade de expulsá-las do País.
Ele defendeu as ações do STF argumentando que nenhuma outra democracia contemporânea enfrentou ataques aos Três Poderes como ocorreu no Brasil.
“O que nenhuma outra democracia contemporânea enfrentou: uma tentativa de golpe de Estado em plena luz do dia, orquestrada e planejada por grupos extremistas que se valeram indevidamente da imunidade irrestrita das redes sociais”, escreveu o ministro no X.
Ele também afirmou que nenhum outro parlamento nacional presenciou “uma campanha colossal de desinformação” das empresas de tecnologia, que “com mentiras e narrativas alarmistas, sabotaram o debate democrático sobre modernização dos marcos regulatórios”.
Mendes afirmou ainda que nenhuma outra Suprema Corte no mundo sofreu “ataques tão virulentos à honra de seus magistrados”, incluindo planos de assassinato “arquitetados por facções de grupos eleitorais derrotados”.
Segundo o ministro do STF, essas singularidades definem o momento histórico da democracia brasileira.
“Quando a defesa irredutível de preceitos constitucionais se transforma em imperativo civilizatório diante de forças que ameaçam não apenas as instituições nacionais, mas o próprio conceito de Estado de Direito no século XXI. O que se escreve no Brasil hoje é um verdadeiro capítulo inédito na história da resistência democrática”, concluiu Gilmar Mendes.
Ele se soma ao ministro Flávio Dino, que na quarta-feira disse considerar uma honra integrar o STF, Corte que na visão dele exerce “com seriedade” a função de proteger “a soberania nacional, a democracia, os direitos e as liberdades”.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, combinou com Lula que os integrantes do tribunal não se manifestariam sobre o caso e que a defesa contra as críticas do governo americano ficaria sob responsabilidade do Itamaraty.
Pedro Augusto Figueiredo/Estadão
Regras mais simples para outorga de rádio e TV seguem para sanção.
As emissoras de rádio e TV não precisarão mais renovar licenças técnicas a cada prorrogação de outorga. Também poderão transferir as concessões entre empresas com menos burocracia e terão novas orientações para incluir recursos como legendas e audiodescrição na programação.
Essas são algumas das mudanças previstas em um projeto de lei aprovado na terça-feira (8) pelo Plenário do Senado. Como já tinha passado pela Câmara e não foi alterado pelos senadores, o texto (PL 2.352/2023) agora só depende da sanção presidencial para se tornar lei.
Atualizações
A proposta simplifica regras, atualiza termos legais e elimina exigências que antes tornavam mais lento o funcionamento do setor. As licenças para operar estações de radiodifusão, por exemplo, passam a ter validade por tempo indeterminado. Elas só serão canceladas se todas as outorgas ligadas à estação forem encerradas.
O texto também facilita a chamada "promoção de classe", que permite aumentar a área de cobertura ou melhorar o sinal das emissoras. Essa ampliação será autorizada mediante pagamento adicional, exceto nos casos em que a outorga tiver sido concedida sem custo.
Para as rádios comunitárias, o projeto traz regras mais flexíveis: elas poderão mudar os estatutos ou a diretoria sem precisar de autorização prévia do governo, desde que mantenham as condições exigidas na outorga. Essas mudanças só precisarão ser informadas se houver pedido formal.
Outra novidade é que pedidos de renovação feitos fora do prazo, inclusive os já rejeitados ou cancelados, poderão ser analisados novamente, desde que ainda não tenham sido definitivamente encerrados pelo Congresso Nacional.
A proposta ainda define que os recursos de acessibilidade na programação — como legendagem e audiodescrição — deverão ser incluídos pelas emissoras, de acordo com regulamentação do Executivo. Já no caso das propagandas, a responsabilidade será dos anunciantes, e não das emissoras.
O PL 2.352/2023, de autoria do deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), foi relatado pelo senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR).
Fonte: Agência Senado
Veja quem receberá primeiro o dinheiro das fraudes do INSS
Aposentados e pensionistas que aderirem logo no início ao acordo do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para devolução de descontos indevidos receberão os valores antes dos demais. O governo federal definiu que a fila de pagamentos seguirá a ordem cronológica da adesão, ou seja, quem aceitar primeiro a proposta será ressarcido antes.
O prazo começa nesta sexta-feira (11) e pode ser feito pelo aplicativo Meu INSS, a partir das 8h, ou presencialmente em agências dos Correios credenciadas, a partir das 9h.
O aposentado que aceitar os termos do acordo receberá o valor administrativamente, mas precisará abrir mão de entrar com ação judicial contra o INSS pedindo indenização por danos morais e pagamento em dobro. Ainda será possível processar a associação. Além disso, terá que abrir mão de ação judicial que estiver em andamento, se for o caso.
Neste primeiro momento, o INSS vai devolver os valores apenas para os beneficiários que entraram com pedido de contestação e não houve resposta da entidade no prazo de 15 dias úteis. Essa situação abrange 1.860.593 pessoas, segundo o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior.
Os casos em que a associação ou o sindicato respondeu dentro do prazo ainda estão sob análise e envolvem aproximadamente 769 mil beneficiários. Esses segurados terão a situação avaliada posteriormente, e ainda não há data definida para eventual pagamento.
O calendário de pagamentos começa em 24 de julho e seguirá com liberações para até 100 mil beneficiários por dia, até que todos os casos sejam concluídos. O valor será depositado em parcela única, com correção monetária pelo IPCA desde a data de cada desconto até a inclusão na folha de pagamento.
A adesão ao acordo é obrigatória para quem deseja receber os valores por via administrativa —direto na conta em que o segurado recebe aposentadoria ou pensão, sem necessidade de acionar a Justiça.
Aqueles que entraram com processo, mas ainda não receberam os valores pela via judicial, também podem optar pelo acordo administrativo. Quem entrou na Justiça para receber o ressarcimento deverá desistir da ação contra o INSS, e o governo se compromete a pagar 5% de honorários advocatícios nas ações individuais propostas antes de 23 de abril de 2025.
Segundo o INSS, para viabilizar os pagamentos, será aberto um crédito extraordinário de aproximadamente R$ 3 bilhões, por meio de uma medida provisória enviada ao Congresso Nacional.
COMO ACEITAR O ACORDO PELO MEU INSS?
Acesse o aplicativo Meu INSS com CPF e senha;
Vá até “Consultar Pedidos” e clique em “Cumprir Exigência” em cada pedido (se houver mais de um);
Role a tela até o último comentário, leia com atenção e, no campo “Aceito receber”, selecione “Sim”;
Clique em “Enviar”. É preciso, então, aguardar o pagamento.
QUEM TEM DIREITO AO RESSARCIMENTO E PODE ADERIR AO ACORDO?
O acordo permite que aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos entre março de 2020 e março de 2025 recebam os valores de volta por via administrativa.
A adesão é gratuita e dispensa o envio de documentos adicionais. Após o aceite, o valor será depositado automaticamente na conta bancária em que o segurado já recebe o benefício previdenciário.
E OS CASOS COM RESPOSTA DE ENTIDADES?
As entidades apresentaram documentação em 769 mil dos pedidos de contestação (19%). Esses casos ainda estão sob análise e não serão incluídos de imediato no cronograma de ressarcimento.
Quando a entidade apresenta documentos ou justificativas, o beneficiário é notificado e poderá, pelo aplicativo Meu INSS ou em uma agência dos Correios: concordar com a documentação apresentada, encerrando o processo; contestar por suspeita de falsidade ideológica ou indução ao erro; apontar que não reconhece a assinatura.
Se o aposentado contestar a validade da documentação, a entidade será intimada a devolver os valores no prazo de cinco dias úteis e o caso vai passar por uma auditoria. Se a entidade não fizer a devolução, o beneficiário será orientado a buscar assistência jurídica para entrar com uma ação judicial. O INSS diz que está propondo uma parceria com as Defensorias Públicas para o apoio jurídico aos beneficiários nesses casos.
QUEM NÃO CONTESTOU OS PAGAMENTOS AINDA PODE PEDIR A DEVOLUÇÃO
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Digite: “Consultar descontos de entidades”
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COMO FAZER O PEDIDO PESSOALMENTE
Aposentados também podem procurar agências próprias dos Correios para buscar ajuda com a consulta e o pedido de devolução de descontos indevidos.
Júlia Galvão/Folhapress
Erro judicial pode ter levado homem inocente à prisão em São Paulo por crime ocorrido em Ubatã
Um provável erro judicial resultou na prisão do eletricista Jabson Andrade da Silva na última segunda-feira, 07, em São Paulo. Casado, pai de duas filhas, natural de Araci, na Bahia, mas morador da zona leste da capital paulista há mais de 30 anos, Jabson foi acusado de um crime de estupro ocorrido em 2015, no município de Ubatã — local que, segundo a defesa, ele nunca sequer visitou.
A prisão causou indignação entre familiares e amigos. De acordo com o advogado do eletricista, houve uma confusão de identidade: o verdadeiro autor do crime teria o mesmo nome, mas atuava como motorista em uma empresa de Ubatã. O Ministério Público, ao oferecer a denúncia, teria atribuído ao acusado o CPF e outros dados pessoais do eletricista paulista, levando à sua prisão indevida.
Segundo a denúncia, o verdadeiro acusado, conhecido como “Baixinho”, é acusado de estuprar a enteada dos 6 aos 12 anos. O caso só veio à tona após a vítima relatar os abusos ao então namorado. A família denunciou o crime, mas o acusado fugiu antes de ser preso. Na época, o caso teve muita repercussão em Ubatã.
Os familiares do eletricista Jabson estão desesperados e afirmam que a prisão foi um equívoco. Um pedido de habeas corpus já foi protocolado, e familiares da vítima (da adolescente) deverão realizar o reconhecimento por chamada de vídeo nesta sexta-feira, 11, o que deve confirmar a inocência do eletricista. *Com informações do Ubatã Notícias
Ipiaú Avança na Saúde: Prefeitura Inicia Construção da UBS no Bairro ACM
A Prefeitura de Ipiaú deu mais um importante passo para fortalecer a saúde básica do município com a assinatura da ordem de serviço para a construção da Unidade de Saúde da Família (UBS) Juvêncio Alencar Gondim, no bairro ACM. A obra, que conta com recursos do Governo Federal, viabilizados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), promete trazer grandes avanços para a população local.
Com previsão de atendimento diário para cerca de 60 pessoas, a nova unidade ampliará o acesso dos moradores do bairro ACM e comunidades próximas a serviços de saúde essenciais.
Além de proporcionar um atendimento humanizado, a construção da UBS Juvêncio Alencar Gondim reflete o compromisso da gestão municipal em trabalhar pela melhoria da qualidade de vida da população.
Após assinar a ordem de serviço, a Prefeita Laryssa Dias ressaltou que essa é apenas mais uma das ações previstas para ampliar e modernizar a estrutura de saúde de Ipiaú.
Participaram da solenidade, o vice- prefeito, Orlando Santos, o secretário de infraestrutura Ítalo, a secretária de saúde Keila Maia, e demais secretários, além dos vereadores do município, Cláudio Nascimento, Milton (Picolé), Danilo, e Tonny, além de outras autoridades.
Prefeita celebra inicio de obra que vai melhorar abastecimento de água potável
A prefeita Laryssa Dias comemora o inicio da obra de ampliação do SAA - Sistema de Abastecimento de Água de Ipiaú que será viabilizada com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), e está orçada em R$73 milhões.
A obra será executada em duas etapas: a primeira consiste nas ampliações do sistema de captação de água bruta no rio das Contas e da ETA - Estação de Tratamento de Água, localizada no Bairro Vila irmã Dulce.
Essa etapa também contempla a implantação de uma adutora de 22 km, que transportará água de Ipiaú até Ibirataia. Os serviços de instalação da adutora começaram a ser executados nesta quinta-feira, 10 de julho.
Na segunda etapa serão construídos reservatórios para atender o abastecimento dos domicílios localizados nas regiões mais altas de Ipiaú, e a substituição de redes para tornar mais eficaz o serviço de fornecimento nesta cidade.
No final do mês de maio, técnicos da Embasa se reuniram com a prefeita Laryssa Dias para apresentar detalhes das obras a serem executadas em Ipiaú. A expectativa é de que as intervenções atendam às demandas atuais e futuras da cidade.
Estimativas indicam uma capacidade de atendimento para cerca de 80 mil pessoas, o dobro da população atual do município
A gestora solicitou à Embasa um cronograma das obras a serem executadas em Ipiaú e agilidade na recomposição da pavimentação das ruas após os realização dos serviços.
Laryssa ressalta o empenho do deputado Patrick Lopes em beneficio da comunidade de Ipiaú, através dessa realização e lembra que os primeiros passos em busca de tão importante investimento foram dados pela ex-prefeita Maria das Graças. ( José Américo Castro).
INSS abre sistema para adesão de aposentados a acordo; saiba quem recebe, regra e calendário
Aposentados e pensionistas que contestaram descontos de mensalidades de associações e sindicatos poderão aderir ao acordo do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) a partir desta sexta-feira (11) para receber de volta os valores debitados indevidamente.
O governo federal anunciou nesta quinta-feira (10) o cronograma e as regras para a devolução. A adesão ao acordo é obrigatória para que o ressarcimento seja feito por administrativa —direto na conta do beneficiário, sem necessidade de acionar a Justiça.
As adesões poderão ser feitas pelo aplicativo Meu INSS, a partir das 8h, ou presencialmente em agências dos Correios credenciadas, a partir das 9h.
O primeiro pagamento será feito em 24 de julho, com liberações diárias para até 100 mil beneficiários que seguirão até que todos os casos sejam concluídos. A ordem dos pagamentos seguirá a cronologia da adesão ao acordo, assim, quem aderir primeiro receberá primeiro. O INSS vai devolver os valores apenas para quem entrou com pedido de contestação e a entidade não respondeu no prazo de 15 dias úteis. Os casos em que a associação ou sindicato deram uma resposta sobre o cadastro do aposentado ainda estão sob análise.
O valor será depositado em parcela única na conta do beneficiário, com correção monetária pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculada a partir da data de cada desconto até a inclusão na folha de pagamento.
Segundo o INSS, 1.860.593 pessoas estão aptas a aderir ao acordo pelo Meu INSS ou em uma agência dos Correios. Esse é o primeiro grupo que será ressarcido.
Para viabilizar os pagamentos, será aberto um crédito extraordinário de aproximadamente R$ 3 bilhões, por meio de uma medida provisória que será enviada ao Congresso Nacional.
De acordo com o presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, se 100% das 3,8 milhões de contestações fossem consideradas procedentes, o valor total a ser pago pelo INSS chegaria a cerca de R$ 2,6 bilhões.
O acordo permite que aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos entre março de 2020 e março de 2025 recebam os valores de volta por via administrativa.
Podem aderir ao plano de ressarcimento os beneficiários que contestaram os descontos indevidos e não obtiveram resposta das entidades associativas. O INSS recebeu até agora 3,8 milhões de contestações, desse total, cerca de 3 milhões de casos (81%) ficaram sem resposta.
A adesão é gratuita e dispensa o envio de documentos adicionais. Após o aceite, o valor será depositado automaticamente na conta bancária em que o segurado já recebe o benefício previdenciário.
COMO ACEITAR O ACORDO PELO MEU INSS?
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- Clique em “Enviar”. Depois é só aguardar o pagamento!
QUEM PODE ADERIR AO ACORDO?
Quem já questionou o desconto e as entidades não enviaram nenhuma resposta no prazo de 15 dias úteis Segundo o INSS, 1.860.593 pessoas estão aptas a aderir ao acordo pelo Meu INSS ou em uma agência dos Correios. Esse é o primeiro grupo que será ressarcido.
E OS CASOS COM RESPOSTA DE ENTIDADES?
As entidades apresentaram documentação em 769 mil dos pedidos de contestação (19%). Esses casos ainda estão sob análise e não serão incluídos de imediato no cronograma de ressarcimento.
Quando a entidade apresenta documentos ou justificativas, o beneficiário é notificado e poderá, pelo aplicativo Meu INSS ou em uma agência dos Correios: concordar com a documentação apresentada, encerrando o processo; contestar por suspeita de falsidade ideológica ou indução ao erro; apontar que não reconhece a assinatura.
Se o aposentado contestar a validade da documentação, a entidade será intimada a devolver os valores no prazo de cinco dias úteis e o caso vai passar por uma auditoria. Se a entidade não fizer a devolução, o beneficiário será orientado sobre as medidas judiciais cabíveis. O INSS diz que está propondo uma parceria com as Defensorias Públicas para o apoio jurídico aos beneficiários nesses casos.
E QUEM JÁ ENTROU COM AÇÃO JUDICIAL?
Se ainda não recebeu valores pela via judicial, o beneficiário pode optar pelo acordo administrativo. Quem entrou na Justiça para receber o ressarcimento deverá desistir da ação contra o INSS, que se compromete a pagar 5% de honorários advocatícios nas ações individuais propostas antes de 23 de abril de 2025.
REGRAS DO PLANO
Segundo as regras aprovadas no plano de devolução, quem aderir ao pagamento administrativo abrirá mão de pedir indenização por dano moral contra o INSS na Justiça. O plano também prevê que a ação individual ou coletiva que o aposentado tiver na Justiça será extinta se ele optar por receber via acordo.
No último dia 3, o ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu aval para a possibilidade de o pagamento ser feito fora do teto de gastos, como queria a AGU.
O relator suspendeu todas as ações judiciais em curso no país sobre o tema, bem como as decisões dadas até o momento. A justificativa foi evitar “a grande onda de judicialização que já se faz presente em todo o país”, disse. Com isso, o MPF (Ministério Público Federal) desistiu da ações coletivas sobre o caso.
CONTESTAÇÃO AUTOMÁTICA
O INSS vai fazer automaticamente a contestação dos descontos indevidos para beneficiários em situações específicas que ainda não fizeram o pedido. Esse procedimento vai contemplar:
- Pessoas idosas com descontos iniciados após março de 2024 que tinham 80 anos na ocasião (209 mil)
- Indígenas (17 mil)
- Quilombolas (38 mil)
PASSO A PASSO PARA PEDIR A DEVOLUÇÃO
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Júlia Galvão/Luciana Lazarini/Folhapress
Lula abre caminho para Arthur Lira concorrer ao Senado com acordo para nomeação no STJ
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, prometeu ao governo Lula (PT) que não concorrerá ao Senado ou ao Governo de Alagoas em 2026 e que concluirá o mandato na prefeitura. JHC é filiado ao PL.
Em troca, o petista deve nomear a tia dele, a procuradora de Justiça de Alagoas Maria Marluce Caldas Bezerra, para uma vaga no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
A permanência na prefeitura desinterdita o caminho para que o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, concorra ao Senado Federal. O parlamentar é relator do projeto que aumenta a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês.
A proposta é uma das apostas do presidente para a campanha de reeleição no próximo ano.
O governo temia que, se JHC atrapalhasse os planos de Lira, ele poderia dificultar a aprovação do projeto ou desfigurá-lo.
No mês passado, Lula recebeu o deputado no Palácio da Alvorada para informar sobre a preferência por Marluce e ouviu um apelo para que esperasse mais tempo antes da nomeação, para que ele pudesse resolver a política local.
JHC tinha um compromisso com Lira de que deixaria a prefeitura em abril de 2026 para se candidatar ao governo, dando palanque ao ex-presidente na Câmara na disputa para o Senado. O atual governador, Paulo Dantas (MDB), não pode disputar a reeleição, e o prefeito da capital era apontado como um dos nomes mais fortes para o cargo.
No entanto o prefeito passou a se aproximar de Lula em troca da nomeação de Marluce, que é sua tia, para a vaga de ministra do STJ. Ela está há nove meses na lista tríplice para a cadeira do Ministério Público na Corte, junto com os procuradores Sammy Barbosa Lopes e Carlos Frederico Santos.
A negociação para que o prefeito se alie a Lula envolve o apoio ao ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), para o Governo de Alagoas. Nesse cenário, JHC deixaria o cargo para concorrer ao Senado na chapa do MDB junto com o senador Renan Calheiros (MDB), que concorrerá à reeleição. Isso, porém, deixaria Lira sem espaço.
Em 2026, serão eleitos dois senadores por estado. Além de Renan Calheiros, estará em disputa a cadeira da mãe de JHC, Eunice Caldas (PL), que assumiu como senadora no lugar de Rodrigo Cunha (Podemos), hoje vice-prefeito de Maceió.
À reportagem o senador Renan disse que não tratou da desistência da candidatura com JHC.
“Se ele deixar a prefeitura será meu candidato ao Senado. São duas vagas. Não somos nós que queremos impedir a candidatura dele ao Senado”, afirmou o emedebista, que tem se manifestado contra qualquer possibilidade de aliança com Lira.
JHC teria prometido a Lula e a Lira desistir de qualquer candidatura em 2026, em troca da nomeação da tia, segundo duas pessoas envolvidas com o tema. A reportagem o procurou diretamente e por meio de sua assessoria, mas ele não comentou até a publicação desta reportagem.
Há, no entanto, desconfiança no acordo, tanto entre aliados do prefeito quanto para adversários. Dizem que os termos não estão muito claros e que ele já descumpriu outros compromissos anteriormente.
Além disso, comentam que o nome dele continua forte para o governo e que, após a nomeação da tia, nada o impediria de mudar a estratégia até abril e sair candidato.
Para o presidente, a aproximação com JHC é um importante ativo para a campanha eleitoral.
O prefeito se filiou ao PL para disputar a reeleição e se tornou um dos principais líderes da direita no Nordeste. Alagoas foi o único estado da região em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu Lula. Se concretizada a aliança, ele deve voltar ao PSB.
Outro fator a favor da negociação é destravar a discussão sobre o projeto do Imposto de Renda. Lira deve apresentar seu parecer até a próxima segunda-feira (14).
A expectativa, entre os governistas, é a de que seja possível votar a proposta na comissão especial ainda antes do recesso parlamentar, que começará em 18 de julho, e impulsionar a campanha à reeleição.
Raphael Di Cunto/Catia Seabra/Folhapress
Eleição no PT coloca futuro de Rui nas mãos de Wagner e Otto, por Raul Monteiro*
O senador Jaques Wagner marcou mais um gol de placa em seu PT, repetindo a performance da primeira eleição para o comando do partido para a qual influiu decisivamente, há seis anos. O novo presidente da agremiação eleito no princípio desta semana para um mandato de quatro ano , Tássio Brito, para além de um representante histórico do MST, é um nome do senador petista, escolhido diretamente por ele para concorrer à sucessão do wagnerista Eden Valadares, apesar das ressalvas, no próprio partido, do peso de seu vínculo social mais expressivo, com o movimento dos Sem Terra, um cartão de visitas difícil para negociações partidárias.
Sob a liderança de Tássio e a da maioria da executiva do PT, eleita no mesmo pleito, Wagner vai, exatamente como fez a partir de 2019, ditar as regras sobre o futuro do partido, em especial a sucessão estadual do ano que vem, com repercussões nítidas entre os aliados. É possível intuir, por exemplo, que ele deve liderar, como fez em 2022, em benefício da manutenção do petismo no comando do Estado, o processo de montagem da chapa governista à sucessão estadual. Ali, foi Wagner que assegurou que o partido teria candidato, embora o nome de Jerônimo Rodrigues para o governo tenha sido escolhido pelo então governador Rui Costa.
Não há dúvida de que foi com este propósito que Wagner fez questão de se envolver na sucessão partidária de agora. A partir do resultado da eleição do PT do último domingo, pode-se dizer que o futuro político do ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa, permanece em suas mãos, sob controle total. Rui só será candidato ao Senado, um desejo antigo do ministro chefe da Casa Civil, que ele foi obrigado a engolir por ocasião do conturbado processo de montagem da chapa há dois anos, se o partido, atendendo a uma orientação do senador, quiser. É o mesmo que dizer que caberá a Wagner negociar com o senador Otto Alencar (PSD) a montagem da chapa.
Otto dá sinais de que não aceita que o amigo de fé e irmão camarada Angelo Coronel seja preterido na disputa à reeleição ao Senado em favor de Rui. E quem assegura que a insatisfação do cacique do PSD não seja um jogo combinado com Wagner, a quem caberá, ao final, decidir quem fica ou desce do palanque? Ao hoje ministro da Casa Civil, restará rezar para que o presidente Lula interceda em seu favor, obrigando Wagner, mesmo sob o risco de um eventual rompimento com o PSD, o que pode ser desastroso para Jerônimo, a sacrificar Coronel em nome do apoio a Rui. Em Salvador, onde Wagner influiu menos, o resultado da eleição aponta em direção à Prefeitura.
A nova presidente do partido na capital baiana, Ana Vitória, foi eleita sob o compromisso de encampar o projeto do deputado estadual Robinson Almeida de concorrer à sucessão do prefeito Bruno Reis (União Brasil) em 2028, para o que pretende, a partir de agora, tentar centrar fogo na administração municipal. Neste sentido, o partido fez uma profunda reflexão a partir do desastre representado pelo apoio ao candidato do MDB nas últimas eleições, o que foi uma imposição de Wagner, cujo propósito, se não ficou claro até hoje para a massa petista, deixou um rastro de destruição e frustação na legenda que só o tempo ajudará a superar.
*Artigo do editor Raul Monteiro publicado na Tribuna de hoje.
Raul Monteiro*
Prefeitura de Ipiaú realiza capacitação de Agentes Comunitários de Saúde em alusão ao Julho Amarelo
A Prefeitura de Ipiaú, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, promoveu nesta quinta-feira (10) uma importante capacitação para os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), em alusão ao Julho Amarelo – mês dedicado à prevenção e combate das hepatites virais, cujo dia oficial de conscientização é celebrado em 28 de julho.
A atividade foi conduzida pela enfermeira Norma Menezes e teve como objetivo reforçar o conhecimento dos profissionais sobre o tema, promovendo o aprimoramento das ações de orientação, prevenção e encaminhamento dos casos suspeitos na comunidade.
Atualmente, o município conta com cerca de 80 agentes comunitários que atuam tanto na zona urbana quanto na zona rural. Recentemente, mais 11 novos profissionais passaram a integrar a equipe, ampliando ainda mais a cobertura e o cuidado com a população.
Um desses novos agentes é Douglas Gonçalves, aprovado no último concurso público, que expressou sua satisfação em iniciar sua jornada já com uma capacitação tão relevante. “É uma grande oportunidade de começar com aprendizado e preparo para atuar com responsabilidade e cuidado com as pessoas”, destacou.
A capacitação também contou com a participação da agente Karine, que atua na área há 27 anos e ressaltou a importância constante do aprendizado. “Mesmo depois de tanto tempo, cada capacitação é uma nova chance de aprender e melhorar nosso trabalho com a comunidade”, afirmou.
A Prefeitura de Ipiaú segue investindo na qualificação dos seus profissionais da saúde, reforçando o compromisso com a saúde preventiva e com o bem-estar da população
Fonte: Decom/PMI
Produtores de carne dizem que tarifa dos Estados Unidos inviabiliza exportação
Alíquota de 50% faria preço médio da carne exportada saltar de US$ 5.732 por tonelada para cerca de US$ 8.600
“O clima é de caos”. É dessa forma que um representante dos produtores brasileiros de carne resumiu a situação atual, diante do anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros.
Os Estados Unidos são o segundo maior comprador de carne bovina do Brasil, só atrás da China. Atualmente, respondem por cerca de 14% da receita total brasileira de carne bovina. No primeiro semestre deste ano, as vendas para os EUA tiveram um aumento relevante, com a receita e o volume exportado mais que dobrando em relação ao mesmo período de 2024.
O volume total exportado até junho foi de 181.477 toneladas, uma alta de 112% sobre o resultado verificado no primeiro semestre do ano passado e que corresponde a cerca de um terço de todo o volume exportado pelo Brasil em 2024 para o mundo.
A receita total de exportações de carne bovina do Brasil para os EUA no período foi de US$ 1,04 bilhão, 102% acima do alcançado entre janeiro e junho de 2024., conforme dados oficiais da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes).
O preço médio praticado é de US$ 5.732 por tonelada. Uma tarifa adicional implicaria um custo extra de cerca de US$ 2.866 por tonelada, o que levaria o custo total para algo próximo de US$ 8.600 toneladas, um nível praticamente inviável frente à concorrência, segundo representantes do setor.
Questionada sobre o assunto, a Abiec, entidade que representa as principais empresas exportadoras de carne bovina do Brasil, declarou que qualquer aumento de tarifa sobre produtos brasileiros representa um entrave ao comércio internacional e impacta negativamente o setor produtivo da carne bovina.
“A Abiec reforça a importância de que questões geopolíticas não se transformem em barreiras ao abastecimento global e à garantia da segurança alimentar, especialmente em um cenário que exige cooperação e estabilidade entre os países”, declarou.
A associação afirmou que segue atenta e à disposição para contribuir com o diálogo, “de modo que medidas dessa natureza não gerem impactos para os setores produtivos brasileiros nem para os consumidores americanos, que recebem nossos produtos com qualidade, regularidade e preços acessíveis”.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma reunião de última hora nesta quarta-feira (9) com ministros para discutir a decisão do presidente dos Estados Unidos.
Estão presentes os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), além do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Trump concretizou sua ameaça e anunciou nesta quarta o aumento das tarifas a produtos importados do Brasil para 50%. O país, até então, tinha ficado com a sobretaxa mais baixa, de 10%, nas chamadas tarifas recíprocas, anunciadas pelo republicano em 2 de abril.
Caso não haja uma revisão do cenário, exportadores brasileiros tendem a redirecionar parte do volume para outros mercados, como China, Hong Kong, Egito e Emirados Árabes. O represamento de carne que deixaria de ser exportada também pode gerar um excedente no mercado interno, barateando os preços no Brasil.
A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) também reagiu com preocupação sobre o assunto. Por meio de nota, afirmou que a medida “representa um alerta ao equilíbrio das relações comerciais e políticas entre os dois países”.
“A nova alíquota produz reflexos diretos e atinge o agronegócio nacional, com impactos no câmbio, no consequente aumento do custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras”, declarou a frente da bancada ruralista.
“Diante desse cenário, a FPA defende uma resposta firme e estratégica: é momento de cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações. A FPA reitera a importância de fortalecer as tratativas bilaterais, sem isolar o Brasil perante as negociações. A diplomacia é o caminho mais estratégico para a retomada das tratativas”, afirmou a frente.
André Borges/Folhapress
STF acredita que Trump prepara fuga de Bolsonaro para os EUA
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) acreditam que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está criando as condições para que Jair Bolsonaro fuja do Brasil.
Magistrados receberam a informação de aliados do próprio Bolsonaro de que ele está em pânico com a possibilidade de ser preso.
O medo demonstrado pelo ex-presidente, sinalizações de que poderia fugir do país em passado recente e o fato de um de seus filhos, Eduardo Bolsonaro, se definir como “deputado em exílio” nos EUA levam ministros a enxergar nas falas do norte-americano o preparo para a fuga.
A saída seria a concessão de um asilo político a Bolsonaro sob o argumento de que ele sofre perseguição no Brasil.
As declarações de Trump, que impôs sobretaxas de 50% ao Brasil citando a suposta perseguição ao ex-presidente, são todas no sentido de caracterizá-lo como um perseguido, em tom dramático.
“Deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz. CAÇA ÀS BRUXAS!!!”, escreveu Trump na quarta (10).
Três dias antes, ele tinha postado mensagens no mesmo tom em sua rede social: “Eu tenho assistido, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de ir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”. Em carta a Lula, ele chamou de “vergonha interna” a forma como Bolsonaro é tratado, e disse: “Este julgamento não deveria estar acontecendo” e tem que “acabar IMEDIATAMENTE!”.
Para magistrados do Supremo, Bolsonaro já deu diversas vezes sinais de que, sim, a fuga é uma possibilidade para ele.
O primeiro deles foi a viagem que fez aos Estados Unidos no fim de 2022, depois de um “pressentimento” de que poderia ter algum problema no Brasil, como já admitiu.
Em outro sinal, Bolsonaro dormiu por duas noites na embaixada da Hungria depois de ter o passaporte apreendido. O governo daquele país, de direita, é próximo do ex-presidente.
Um dos filhos do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já se mudou para os EUA, onde vive, segundo sua própria definição, como “deputado em exílio”.
Aliados do ex-presidente afirmaram à coluna que a saída do país não está nos planos dele. “Esse negócio do presidente sair do Brasil tem ZERO chance”, escreveu um deles por mensagem.
Na quarta (9), Trump enviou uma carta a Lula anunciando sobretaxa de 50% a todos os produtos brasileiros vendidos aos EUA.
Mônica Bergamo/Folhapress
Entenda o tarifaço de Trump sobre Brasil e o que acontece a partir de agora
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, gerando reações nos setores afetados e no governo brasileiro, que afirmou que vai responder com base na lei de reciprocidade.
Como aconteceu com outros países nesta semana, o anúncio ocorreu por meio de uma carta dirigida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e publicada no perfil de Trump na rede social Truth Social. Além de discutir a tarifa, o republicano sai em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e critica decisões do STF (Supremo Tribunal Federal).
Entenda os principais pontos do tarifaço de Trump e o que acontece agora.
O QUE TRUMP ANUNCIOU?
Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos com implementação prevista para 1º de agosto.
A nova tarifa é separada das tarifas setoriais já existentes, como as de 50% aplicadas ao aço e alumínio. Mercadorias redirecionadas para evitar essa nova taxa também serão sujeitas a ela.
A nova sobretaxa é a maior entre as 21 tarifas extras anunciadas por Trump nesta semana, como os 25% aplicados sobre o Japão e a Coreia do Sul.
Trump também ameaçou que, se o Brasil retaliar aumentando suas tarifas, a porcentagem será adicionada aos 50% já impostos pelos EUA.
Trump justifica a tarifa alegando que a relação comercial entre os dois países é “muito injusta” e “não recíproca”, citando políticas tarifárias e não tarifárias do Brasil e supostos déficits comerciais dos Estados Unidos.
Na carta, ele também disse que as taxas se devem, em parte, “aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos”, referindo-se a decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) de remover conteúdos de redes sociais americanas e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu em ação que apura sua participação na trama golpista de 2022.
Trump também afirmou que orientou o Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, a iniciar uma investigação da Seção 301 contra o Brasil, um mecanismo que permite aos EUA impor tarifas sobre práticas comerciais consideradas desleais.
Não, os números oficiais mais recentes desmentem a afirmação de Trump. Faz 17 anos que o fluxo de bens entre os dois países favorece os americanos, que vendem mais do que compram.
O que Trump aponta na carta foi verdadeiro nos anos 2000, quando o Brasil registrou sucessivos superávits na relação. Nesse período, o Brasil chegou a ter uma vantagem de quase US$ 10 bilhões. A partir daí, o saldo foi caindo até se tornar negativo a partir de 2009. A série histórica disponível inicia em 1997.
Nos dados parciais de 2025, a vantagem americana é de US$ 1,6 bilhão. O Brasil exporta principalmente commodities e produtos primários –como petróleo bruto, café e produtos de ferro e aço. Já as importações de produtos americanos tem no topo bens ligados à aviação.
Os dados são do Comex Stat, sistema do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) usado pelo governo para a tomada de decisões e também para análises de mercado e estudos acadêmicos.
Se concretizadas, as tarifas podem encarecer para consumidores e empresas americanas produtos variados como petróleo, ferro, café, carnes e suco de laranja, alguns dos itens brasileiros mais exportados para os Estados Unidos.
O anúncio, no entanto, pegou de surpresa diversos setores brasileiros. Marcos Matos, diretor-executivo do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), diz que a entidade acompanha com atenção o anúncio e que vem, junto à National Coffee Association e às empresas que a integram, trabalhando em uma agenda positiva para tratar da taxação.
Os Estados Unidos representam, para a indústria do café, o maior mercado consumidor do mundo. O Brasil tem cerca de 30% desse mercado.
A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) afirmou em nota que “qualquer aumento de tarifa sobre produtos brasileiros representa um entrave ao comércio internacional e impacta negativamente o setor produtivo da carne bovina”.
Os Estados Unidos são hoje o segundo maior comprador de carne bovina do país, com uma participação de 12,33% no volume total exportado no primeiro semestre, com 181,3 mil toneladas. O volume mais do que dobrou em relação ao mesmo período de 2024, com a proteína brasileira despontando como alternativa para complementar a escassez da produção local.
Na indústria têxtil, os efeitos da decisão do presidente Trump serão diretos e indiretos, mas o risco é o de inviabilizar o comércio com o país. “Uma tarifa de 50% nos coloca fora do mercado”, afirmou à Folha o presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), Fernando Pimentel.
Os Estados Unidos representam apenas 7% das exportações brasileiras de têxteis, contudo, elas estão concentradas em produtos de maior valor agregado, de marcas famosas ou nichos, como a moda praia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a medida de Trump e disse que o Brasil responderá por meio da lei de reciprocidade. A lei da reciprocidade autoriza o governo a adotar medidas de retaliação de forma provisória durante o processo. No entanto, o decreto que normatiza essa lei ainda não foi publicado.
“É falsa a informação, no caso da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, sobre o alegado déficit norte-americano. As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos”, escreveu Lula no X (antigo Twitter).
O governo também convocou uma reunião de última hora nesta quarta-feira (9) com ministros para discutir a decisão de Trump de aumentar para 50% a taxação extra sobre produtos brasileiros.
Participaram os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Comunicação Social), Rui Costa (Casa Civil) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), além do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Nesta quarta, pouco antes do anúncio de Trump, o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin (Mdic) ressaltou os números dos dois países. “Eu não vejo nenhuma razão para aumento de tarifa em relação ao Brasil. O Brasil não é problema para os Estados Unidos, é importante sempre reiterar isso. Os Estados Unidos têm realmente um déficit de balança comercial, mas com o Brasil tem superávit de balança comercial, então o Brasil não é problema”, afirmou.
“De outro lado, dos 10 produtos que eles mais exportam para nós, [para] 8 a alíquota é zero, não pagam imposto. A alíquota é zero, o chamado ex-tarifário. Então, é uma medida que, em relação ao Brasil, é injusta e prejudica a própria economia americana”, complementou.
HOUVE IMPACTO NO DÓLAR?
O anúncio de Trump gerou uma forte desvalorização do real. O contrato futuro de dólar com vencimento em agosto subiu 2,30%, atingindo R$ 5,6115 na venda, com um pico de alta de 2,9% após o anúncio de Trump. Já o Ibovespa futuro para agosto caiu 2,44%, aos 137.800 pontos
No fechamento do mercado à vista, o dólar já havia registrado uma alta de 1,05%, fechando a R$ 5,5023, o maior valor da divisa americana sobre o real desde 25 de junho.
O QUE ACONTECE AGORA?
As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros têm implementação prevista para 1º de agosto, então ainda há tempo para alterações para cima ou para baixo. Trump, por exemplo, indicou que as tarifas podem ser revistas se o Brasil “abrir seus mercados e eliminar barreiras comerciais”.
O presidente dos EUA, no entanto, fez a ressalva de que, caso o Brasil decida aumentar suas tarifas, a porcentagem da retaliação será adicionada aos 50% já impostos pelos EUA.
Na hipótese de uma reação aos Estados Unidos, técnicos no governo Lula consideram que uma elevação de impostos sobre produtos americanos não é o caminho mais eficiente.
Os principais produtos importados pelo Brasil dos EUA são motores e máquinas, óleo combustível, aeronaves e gás natural, além de medicamentos. Aplicar uma sobretaxa sobre essa pauta traria consequências econômicas indesejadas, com risco de contratar inflação.
Uma opção seria a chamada retaliação cruzada sobre serviços e propriedade intelectual, resposta que foi eficaz no passado numa disputa que Brasil e EUA travaram sobre subsídios que os americanos davam ao algodão.
Trump também orientou o Representante de Comércio dos EUA a iniciar uma investigação da Seção 301 contra o Brasil, um mecanismo que pode permitir aos EUA impor tarifas adicionais por tempo indeterminado. No entanto, assim como ocorreu com as tarifas recíprocas de abril, Trump também pode recuar da decisão.
Folhapress
INSS divulga nesta quinta calendário de devolução do dinheiro dos descontos indevidos
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) divulga nesta quinta-feira (10) o calendário de pagamento do dinheiro que será devolvido a aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos de associações e sindicatos. Nesta quinta (10), o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, e o presidente do INSS, Gilberto Waller, anunciam em entrevista coletiva, agendada para as 11h, os detalhes do pagamento.
O pagamento não será automático. Ou seja, os aposentados que entraram no sistema do INSS para contestar descontos de entidades ou fizeram o pedido de devolução em agências dos Correios ainda terão que informar ao governo que aceitam receber o dinheiro administrativamente, pelas regras do acordo que foi elaborado por diversos órgãos e homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). De acordo com o INSS, a adesão é necessária para que o beneficiário receba a devolução dos valores diretamente em sua conta, sem precisar ir à Justiça.
Segundo as regras aprovadas no plano de devolução, quem aderir ao pagamento administrativo abrirá mão de pedir indenização por dano moral contra o INSS na Justiça. O plano também prevê que a ação individual ou coletiva que o aposentado tiver na Justiça será extinta se ele optar por receber via acordo.
Há expectativa de que o sistema para adesão esteja disponível nos próximos dias. Os pagamentos devem ser feitos em lotes, por ordem de adesão.
Cerca de 2,27 milhões de beneficiários do INSS poderão aderir ao acordo de devolução de valores descontados indevidamente por associações e sindicatos. O grupo faz parte dos beneficiários que contestaram os débitos, mas não receberam resposta das entidades no prazo.
Segundo a AGU (Advocacia-Geral da União), que representa o INSS na Justiça, esse é o número potencial de aposentados e pensionistas que, se aderirem ao acordo nos primeiros dias de abertura do sistema para adesão, poderão receber.
Na opinião do advogado Washington Barbosa, especialista em direito previdenciário, que acompanhou as negociações do acordo na Câmara dos Deputados, a proposta do governo lesa os aposentados e pensionistas duas vezes. “Eles foram lesados pelo roubo feito pelos sindicatos, com a conivência do INSS, e agora estão sendo lesados por esse acordo proposto pelo governo, porque abrem mão de entrar com qualquer outra ação judicial, como repetição de indébito e dano moral”, afirma Barbosa, mestre em direito das relações sociais e trabalhistas.
A “repetição de indébito dobrada”, prevista no artigo 940 do Código Civil, é quando um consumidor tem o direito de receber o dobro o valor pago indevidamente, pelo fato de a cobrança ter sido feita de má-fé (não por um erro do sistema, por exemplo). Para isso, é preciso provar que o credor sabia do pagamento indevido e mesmo assim fez a cobrança.
“Então, se um pensionista tem a receber R$ 1.000, por exemplo, com o direito a repetição do indébito, tem mais R$ 1.000. E ainda contando o dano moral, cujo valor pode variar, mas poderia ser de R$ 1.000 também, ele deixa de receber R$ 3.000 para receber R$ 1.000”, afirma Barbosa. “A maior parte dessas pessoas precisa muito do dinheiro e vai concordar em abrir mão dos seus direitos para receber logo.”
No último dia 3, o ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu aval para a possibilidade de o pagamento ser feito fora do teto de gastos, como queria a AGU.
O relator suspendeu todas as ações judiciais em curso no país sobre o tema, bem como as decisões dadas até o momento. A justificativa foi evitar “a grande onda de judicialização que já se faz presente em todo o país”, disse. Com isso, o MPF (Ministério Público Federal) desistiu da ações coletivas sobre o caso.
Washington Barbosa chama a atenção para outro ponto, antecipado pela Folha: caso o sindicato afirme que o desconto foi devido, porque tem os documentos do pensionista ou aposentado confirmando a operação, como o certificado de adesão. Neste caso, diz, o INSS vai pedir ao sindicato o ressarcimento dos valores, via pagamento de guia de recolhimento (GRU), dentro de cinco dias úteis.
“Mas se o sindicato decidir não pagar, o INSS vai comunicar o pensionista ou aposentado que procure seus direitos na Justiça. E vai arquivar o processo [administrativo]”, afirmou. “Dessa forma, o INSS está lavando as mãos.” Na Justiça, o beneficiário terá que provar que foi lesado ou induzido ao erro.
Além do Ministério da Previdência Social e do INSS, assinaram o pacto a AGU, a Defensoria Pública da União, Ministério Público Federal e Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
Daniele Madureira, Luciana Lazarini e Júlia Galvão/Folhapress
Ibirapitanga: Cinco suspeitos de tráfico de drogas e homicídios morrem em ação da polícia
Cinco homens suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas e homicídios morreram em um confronto com forças de segurança na manhã desta quinta-feira, 10, no bairro do Cigano, em Ibirapitanga. A operação contou com a participação de guarnições da 61ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), da Rondesp, da Polícia Civil e da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO).
Segundo informações policiais, os suspeitos teriam reagido à abordagem e atirado contra os agentes, que revidaram. Durante o confronto, os cinco indivíduos foram alvejados. Eles chegaram a ser socorridos e levados ao Hospital Municipal Edvaldo Magalhães Nascimento, mas não resistiram aos ferimentos.
Até o momento, os nomes dos suspeitos mortos não foram divulgados. O quinteto é suspeito de pelo menos 04 homicícios ocorridos em Ibirapitanga este ano. A Polícia informou que um balanço completo da operação, que apreendeu armas e drogas, será apresentado nas próximas horas. A ação faz parte de uma ofensiva para combater o crime organizado na região. *Com informações do Ubatã Notícias
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