Presidente do SBT rebate crítica por receber Lula e Alexandre de Moraes em festa de novo canal

Somos imparciais e isentos. Cabe a nós mostrarmos os fatos e, ao público, julgá-los', diz Daniela Beyruti em carta aberta

A presidente do SBT, Daniela Beyruti, uma das filhas de Silvio Santos, publicou uma carta aberta para rebater as críticas feitas à emissora por ter recebido o presidente Lula (PT) e o ministro do STF Alexandre de Moraes no lançamento do SBT News, na sexta (12).

"Nos últimos dias, minha família tem sido alvo de críticas, antes mesmo de apresentarmos a nossa proposta para o SBT News. Isso é exatamente o que queremos combater: a falta de diálogo entre um povo que tem muitas virtudes e que amamos tanto", afirma ela.

Uma das principais críticas veio do cantor Zezé Di Camargo. Em vídeo publicado em suas redes, ele disse que vai romper com a emissora por causa da presença de Lula e de Moraes no evento. Para ele, as filhas de Silvio Santos estão agindo de forma diferente do pai.

"Diante da situação que eu vi no SBT, das pessoas mudando totalmente a maneira de pensar, principalmente das filhas do Silvio Santos pensando totalmente diferente do que o pai pensava... Uma coisa eu sempre disse na minha vida: filho que não honra pai e mãe, para mim, não existe [...] Amo vocês, amo o SBT, tenho o maior carinho, mas acho que vocês estão... Desculpem, prostituindo. Não faço parte disso", afirmou ele.

O sertanejo pediu também que a emissora não coloque no ar o especial de Natal que ele já tinha gravado para o canal e que estava programado para ir ao ar na próxima quarta (17).

"Só queria dizer uma coisa para vocês, SBT: vamos tocar o caminho, tenho serviço, tudo. Mas, se puderem, não precisam por no ar o meu especiaL", disse.

Na carta, Daniela afirma, nos últimos cinco anos, o "SBT foi reconhecido pelas pesquisas realizadas pelo Instituto Reuters como o jornalismo de maior confiança e credibilidade".

"Nosso jornalismo segue uma carta com princípios do meu pai e fundador. Foi justamente por conta dessas pesquisas e dessa carta com esses princípios que tomamos coragem para abrir um canal de notícias com a proposta de entregarmos mais do que somos e temos", segue Daniela.

"Somos imparciais e isentos. Cabe a nós mostrarmos os fatos e, ao público, julgá-los", diz ainda a presidente da emissora.

A presidente do SBT afirma também lamentar a forma como a família tem sido "mal interpretada".

"Antes de as pessoas verem nosso trabalho, decidiram julgá-lo. Queremos entregar ao Brasil um jornalismo confiável, sem partido, sem lado. Um jornalismo que não terá viés, não terá algoritmo, não provocará divisão e raiva entre as partes, não será nutrido por inteligência artificial e dará ao público apenas a notícia e a verdade dos fatos", escreveu.

"Amamos nosso país, torcemos por ele, amamos nosso povo, trabalhamos para ele e convidamos a todos a embarcarem nesse projeto que deseja amenizar os ânimos. A todos os que têm dúvidas ou receios, faço um convite: assistam ao SBT News. Vocês verão, na prática, o jornalismo de qualidade e independente, que é a nossa marca", concluiu.

Por Mônica Bergamo/Karina Matias/Folhapress

Funcionários da Petrobras entram em greve por tempo indeterminado

Os trabalhadores da Petrobras estão em greve desde a 0h desta segunda-feira (15), por tempo indeterminado. A paralisação, que atinge todo o país, foi aprovada na última sexta-feira (12), após a contraproposta apresentada pela companhia nas negociações do acordo coletivo de trabalho (ACT) ter sido rejeita.

Segundo Sérgio Borges, coordenador-geral do Sindipetro-NF, estão mobilizados os 14 sindicatos da FUP (Federação Única dos Petroleiros), que representa em torno de 25 mil empregados e opera 61% das unidades da Petrobras, e os da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), que representa mais de 50 mil trabalhadores e maneja 80% da extração de petróleo do país.

Procurada pela Folha, a Petrobras não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Na prática, as operações da Petrobras não chegam a ser totalmente interrompidas durante a greve. As unidades continuam funcionando com equipes mínimas, responsáveis por manter a segurança e a produção essencial, de acordo com os sindicalistas.

O que deixa de ocorrer são as trocas de turno e a atuação das chamadas equipes de redundância —formadas para substituir trabalhadores em folga ou reforçar operações—, o que reduz a flexibilidade do sistema e pode pressionar a rotina das unidades, sobretudo se a paralisação se estender por vários dias.

A greve ocorre após mais de três meses de negociações sem acordo. Para a FUP, a proposta da estatal não contempla os principais pontos aprovados pela categoria: a retomada de direitos retirados em gestões anteriores, uma distribuição considerada mais justa dos resultados da empresa e o fim dos planos de equacionamento de déficit da Petros, o fundo de pensão dos funcionários.

No campo salarial, os sindicatos criticam o reajuste oferecido: reposição da inflação do período mais ganho real de 0,5%, somando 5,66%. Os trabalhadores reivindicam 9,8%, como forma de recompor perdas acumuladas em anos sem aumento real.

Também pesa para os sindicalistas a situação de aposentados e pensionistas, que organizaram vigílias em frente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, em protesto contra os descontos relacionados ao equacionamento do fundo de pensão da companhia.

A FNP diz que a postura da empresa alinhada ao discurso de "aperto dos cintos" contrasta com a divulgação recente de lucros recordes de R$ 32,7 bilhões destinados aos acionistas. "Para a categoria, a Petrobras apresenta um ACT [Acordo Coletivo de Trabalho] rebaixado. Para os acionistas, privilégios e lucros recordes", afirma o sindicato, em nota.

Entre os principais pontos de rejeição está a manobra da empresa ao propor alterações em cláusulas que atualmente estão sob análise judicial e que podem resultar em ganhos para os trabalhadores. A tentativa de modificar esses itens durante a negociação do ACT é vista como uma estratégia para minar direitos já consolidados e impedir avanços.

A greve afeta unidades administrativas, plataformas e refinarias, a depender de sua duração.

O QUE OS TRABALHADORES REIVINDICAMACT 
  • (Acordo Coletivo de Trabalho) de um ano (2025-2026) e ultratividade
  • Solução para a pauta do offshore e o fim do ataque inacreditável na questão dos ‘desimplantes’
  • Reajuste na tabela da Hora Extra Troca de Turno (HETT) e a criação de uma tabela salarial única para toda a categoria, holding, subsidiárias, ativos e aposentados
  • Avanço na pauta do teletrabalho, aumento dos ‘dias coringas’ e inclusão de setores excluídos.
  • Pagamento das dívidas da Petrobras com a Petros
  • Retorno do Programa Jovem Universitário (PJU), com reembolso de 80% do valor da mensalidade, bem como benefício educacional superior extensivo aos empregados
  • O fim dos problemas constantes referentes aos embarques e a implementação do 14×21 para todos os embarcados (próprios e terceirizados)
  • Destravamento da discussão sobre o novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários, congelada desde o início do ano
  • Reversão da mudança na área de SMS que levará a uma escala de 6×1 de médicos e dentistas, contrariando inclusive a retórica do governo federal
  • Combate ao avanço da terceirização, fim da contratação de empresas caloteiras
  • Fim do processo de privatização da PBIO
  • Isonomia alimentar, já! Concessão de vale alimentação para as unidades que têm alimentação e natura (industrial e offshore) nos termos da lei 5811/72
Segundo a FUP, 100% da operação das plataformas do Espírito Santo e do norte Fluminense aderiu à greve e entregou às equipes de contingência da empresa, assim como do Terminal Aquaviário de Coari, no Amazonas.

O sindicato afirma que os trabalhadores de seis refinarias das bases da FUP também aderiram e não realizaram o revezamento de turno nesta manhã. Até o momento, estão sem troca nos grupos de turno as refinarias Regap (Betim - MG), Reduc (Duque de Caxias - RJ), Replan (Paulínia - SP), Recap (Mauá - SP), Revap (São José dos Campos - SP) e Repar (Araucária - PR).

A FUP diz ainda que, em Duque de Caxias (RJ), a Petrobrás chamou a Polícia Militar para tentar coibir a greve, com diretores do Sindipetro Caxias sendo detidos pelos policiais.

A FNP afirma que estão previstos protestos em plataformas, no Aeroporto de Maricá, nos Terminais Aquaviários da Baía de Guanabara, no Terminal de Angra dos Reis, no Complexo de Energias Boaventura e em unidades administrativas, como o Edisen.

A última paralisação da categoria ocorreu em março deste ano, com duração de 24 horas. Os trabalhadores criticavam a redução dos dias em home office e diminuição da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e cobravam a contratação de funcionários, criação de plano integrado de carreiras e melhores condições para prestadores de serviços.

Antes, em 26 de fevereiro deste ano, os petroleiros administrativos fizeram uma paralisação de 24 horas contra a proposta de reduzir o trabalho remoto. A greve envolveu funcionários filiados à FUP e à FNP e teve adesão de escritórios do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.

Em 2020, a categoria ficou parada 20 dias em protestos contra demissões. Os sindicatos reclamaram que o fechamento da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, no Paraná, poderia resultar em cerca de mil demissões. A greve envolveu refinarias e plataformas e durou 20 dias.

Na época, a estatal era comandada pelo economista Roberto Castello Branco. Atualmente, a presidente é Magda Chambriard.
Por Ana Paula Branco e Matheus dos Santos/Folhapress

Lídice da Mata diz que PSB iniciou diálogo com Zé Cocá sobre possível filiação

A deputada federal Lídice da Mata, presidente do PSB na Bahia, confirmou que o partido iniciou as conversas com o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), sobre uma possível filiação à sigla. Segundo ela, o diálogo faz parte do processo de organização partidária para as eleições de 2026, período em que as legendas intensificam articulações para a formação de chapas competitivas.

A deputada disse que as conversas ainda estão em fase inicial e que desencontros de agenda impediram um contato direto até o momento. “Como Hassan vem, que é uma pessoa muito ligada a Zé Cocá, um deputado eleito com o apoio dele, nós iniciamos essa conversa. Houve alguns desencontros porque ele viajou para fora do país e, quando retornava, eu estava em viagem à China. Agora, retomamos o contato por meio de interlocutores, e a expectativa é de que possamos conversar com o prefeito ao longo desta semana”, disse, durante vistoria técnica nas obras de macrodrenagem para canalização e revestimento da calha do Rio Mangabeira, entre o Bairro da Paz e Itapuã, em Salvador, com presença do governador Jerônimo Rodrigues (PT), na manhã desta segunda-feira (15).

Lídice acrescentou que o diálogo com Zé Cocá ocorre também no contexto de aproximação com deputados atualmente filiados ao PP, mas que avaliam ingressar no PSB. Segundo ela, o objetivo é fortalecer o partido na Bahia e contribuir para o projeto nacional da legenda. “Na Bahia, queremos cumprir o desafio de voltar a eleger três deputados federais.”, concluiu.

Com informações da repórter Carine Andrade.

Por Política Livre

Laryssa prestigiou eventos esportivos ocorridos no município nesse domingo

A prefeita de Ipiaú, Laryssa Dias, prestigiou nesse domingo, 14 de dezembro, as partidas finais de dois campeonatos de futebol no município.

Pela manhã ela esteve na Área de Lazer do Arara, onde entregou o troféu de campeão ao time do “Só de Onda” que conquistou o titulo ao derrotar, na cobrança de pênaltis, a equipe do ST do Sitio do Picapau.

O elenco vencedor também recebeu da prefeita um kit de material esportivo. Na oportunidade, Laryssa estava acompanhada do Diretor de Esportes, Iran, e do vereador Danilo Art”D.
Ao dialogar com os atletas a prefeita disse que muitos eventos esportivos estão programados para o ano vindouro e acrescentou que investir no setor é investir na saúde, na educação e numa Ipiaú com o futuro cada vez melhor.

EM CÓRREGO DE PEDRAS
No período da tarde, a prefeita se deslocou até o distrito de Córrego de Pedras, onde assistiu na Arena João Carichio, a decisão da Copa Verão que reuniu diversas equipes da região e teve como finalistas a seleção local e o time do Estivado, de Apuarema. O elenco de Córrego conquistou o título por 1 X O.

Com muita satisfação a prefeita compartilhou com os moradores de Córrego de Pedras o sucesso de mais um evento esportivo. Ela parabenizou os organizadores da Copa , ressaltando que a competição proporcionou grandes momentos de lazer para as pessoas região. (José Américo Castro/Decom-PMI).

Agricultura familiar reafirma seu protagonismo e movimenta economia em evento no Parque Costa Azul, em Salvador

Jerônimo Rodrigues visitou a 16ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária, neste domingo (14)


Durante cinco dias, a 16ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Febafes) tomou conta do Parque Costa Azul, em Salvador, e virou ponto de encontro entre quem produz no campo e quem consome na cidade. Considerada o maior evento de comercialização da agricultura familiar do Brasil, a Febafes começou na última quarta-feira (10) e segue movimentando o espaço até este domingo (14), dia em que recebeu a visita do governador Jerônimo Rodrigues, que conferiu de perto os estandes e dialogou com expositores.

A expectativa é que cerca de 80 mil pessoas tenham visitado o evento ao longo dos cinco dias, reforçando a importância da agricultura familiar para a economia e para a mesa dos baianos. Ao todo, cerca de 700 expositores, representando mais de 650 empreendimentos dos 27 Territórios de Identidade da Bahia, ocupam mais de 150 estandes, com exposição de 10 mil produtos.

Acompanhado da primeira-dama, Tatiana Velloso, e de secretários e dirigentes de órgãos estaduais, Jerônimo destacou a força do evento. “É uma agenda fundamental para gerar renda, manter a população produtiva no campo e fortalecer um mercado de alimentos de qualidade”, destacou o governador.

A feira

O público encontrou uma diversidade que vai de alimentos e bebidas a artesanato e produtos agroecológicos, além de expressões culturais e saberes tradicionais que chegam diretamente do campo à capital. As tendas Indígena e quilombola também ganham destaque, mostrando a força cultural e produtiva das comunidades tradicionais.

“Durante a Feira é possível comprar e também fazer negócios. Reflexo de uma política pública que garante dignidade ao homem e à mulher do campo, gera renda e assegura à população alimentos saudáveis, em sintonia com a sustentabilidade”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso.

O público celebrou o evento e reforçou o valor da iniciativa para as famílias produtoras baianas. A pedagoga Thaise Oliveira destacou o papel dos agricultores no cotidiano da população. “A agricultura familiar faz parte do nosso dia a dia. São eles que colocam na nossa mesa uma alimentação de qualidade, por isso precisam ser cada vez mais valorizados”, disse.

Já os expositores ressaltaram a visibilidade e as oportunidades geradas pelo evento. Apicultora de Euclides da Cunha, Dona Neide Alves celebrou a participação. “Estar aqui é um privilégio e uma valorização do nosso trabalho. Produzimos alimentos de qualidade, que geram renda e são os mesmos que consumimos em casa. Por isso, fazemos sempre o melhor”, contou.

Caminho da Roça e programação
Entre as novidades desta edição está o espaço Caminho da Roça, que estreou com seis ambientes temáticos dedicados a cadeias produtivas estratégicas da Bahia: mel, café, mandioca, cacau, queijo e caprinos/ovinos, além do espaço Flores da Bahia. A feira conta ainda com 26 restaurantes distribuídos em praças gastronômicas.

A programação incluiu a 3ª Feira de Produtos Orgânicos e Agroecológicos Certificados, atividades formativas, seminários, encontros temáticos, rodadas de negócios e lançamentos de projetos voltados ao fortalecimento da agricultura familiar e da economia solidária.

Com aplicação de recursos da ordem de R$8 milhões, a Febafes é realizada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia (SDR) e da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR). O evento conta com parcerias do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e da Unicafes Bahia, além do apoio da Apex Brasil, Bahia Sem Fome, Fundação Luís Eduardo Magalhães (FLEM) e Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder).

Para o secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, a Febafes evidencia o avanço da agricultura familiar baiana em uma perspectiva mais ampla de desenvolvimento. Segundo ele, o fortalecimento do setor passa não apenas pela produção, mas também pela agregação de valor.

“A feira mostra que a agricultura familiar da Bahia avança para além da produção primária, com investimentos na industrialização e na geração de riqueza. Esse modelo amplia oportunidades e consolida um setor cada vez mais integrado à economia do estado”, avaliou.

Repórter: Anderson Oliveira/GOVBA
Feira Baiana da Agricultura Familiar. Fotos: Joá Souza/GOVBA

PF apreende 151 kg de droga e agrotóxicos em trilha clandestina

Guaíra/PR. A Polícia Federal, em ação conjunta com a Polícia Militar do Paraná, apreendeu 151 kg de substância entorpecente e 24 kg de agrotóxicos de origem estrangeira, no último domingo (14/12). A ação ocorreu na região do Lago de Itaipu.

Durante patrulhamento fluvial, as equipes identificaram uma trilha com sinais de uso recente próximo a um porto clandestino. Ao inspecionarem a mata, os policiais localizaram os volumes abandonados. Não houve prisões.

Todo o material foi encaminhado à Delegacia da Polícia Federal em Guaíra para os procedimentos legais.

Comunicação Social da Polícia Federal

Terceira via tem impulso com Flávio e chance de outsider, mas esbarra em Bolsonaro

Ao tomar para si o posto de herdeiro legítimo do bolsonarismo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) indicou, tratando a sua candidatura como irreversível, que a próxima corrida eleitoral pode reeditar o antagonismo de sua família com o presidente Lula (PT). O filho Zero Um de Jair Bolsonaro acabou por reavivar, assim, um antigo desejo de alguns segmentos da população: a terceira via.

O desejo, antes inconfessável, torna-se realidade por meio de uma série de iniciativas. De início, há o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) o, preferido do centrão. Em paralelo, o deputado federal Aécio Neves, recém-empossado presidente do PSDB, afirma que organizará um movimento por um nome de centro-direita. Há também o partido do MBL, o Missão, além da possibilidade de surgir um outsider. Cientistas políticos dizem, no entanto, ser improvável que a terceira via vingue, seja com um nome da política institucional ou com alguém de fora dela.

"Não podemos deixar que o Brasil fique refém do bolsonarismo e do lulismo. Esse é o momento de fazermos um chamamento de partidos que não se conformam com escolhas tão rasas", diz Aécio, rejeitando ser ele próprio candidato à presidência novamente, depois de 2014. "O PSDB é hoje uma ilha programática num oceano de partidos pragmáticos. O Congresso está ficando um espaço insalubre." sa

Ocorre que, nos últimos anos, o partido se tornou irrelevante, com baixa representação e sem identidade. Aécio minimiza a derrocada da sigla e a malfadada fusão com o Podemos, paralisada devido a desacordos sobre quem a presidiria. "Passamos por uma lipoaspiração e estamos voltando mais esbeltos", diz ele, em referência à diminuição do tamanho do partido.

Em 2022, o PSDB elegeu somente 13 deputados, três senadores, três governadores e 270 prefeitos. O movimento liderado por Aécio se soma a outras iniciativas, a principal delas formada por governadores de direita, tentando se desvencilhar do bolsonarismo.

Tarcísio é visto como o favorito do grupo —ele próprio admitiu a hipótese de haver mais de um candidato de direita. Ao mesmo tempo, o líder do PP na Câmara, deputado doutor Luizinho (RJ) afirmou, em entrevista à Folha, que seu partido agora se sente livre para construir uma candidatura não bolsonarista. O cenário torna-se ainda mais complexo diante do lançamento do Missão, o partido do MBL, que fará uma oposição de direita ao bolsonarismo em 2026.

Fundador do MBL, Renan Santos afirmou que o Missão terá candidaturas ao Planalto, ao Congresso, e em ao menos seis estados. Existe ainda a possibilidade do surgimento de um outsider, ou seja, uma figura supostamente sem ligação com a política institucional.

No mês passado, uma pesquisa realizada pela Quaest indicou que 24% do eleitorado prefere votar em um candidato sem relação com Lula ou Bolsonaro. A hipótese de um outsider assusta quem está dentro dos partidos. "Eu acho perigoso. Concordo que temos de renovar os quadros, mas não negar a política", afirma Aécio.

A visão sobre o tema não é tão diferente assim na esquerda. "Acho que, desde 2018, vivemos em uma conjuntura com esse fenômeno recorrente. Com a direita dividida, acho que pode surgir então um outsider, a possibilidade não está descartada", conta Paula Coradi, presidente do PSOL.

O influenciador Pablo Marçal chegou a defender que um outsider —assim como ele foi, no ano passado, durante as eleições para a prefeitura de São Paulo— surja para disputar o Planalto. Quem estuda ciência política diz, no entanto, que, apesar das pesquisas mostrarem demanda, as chances de uma terceira via são reduzidas, tanto para os partidos tradicionais quanto para um outsider.

Professor de ciência política da UFFRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), Leonardo Belinelli afirma que o momento positivo de Lula e a influência de Bolsonaro, mesmo preso, impedem o fortalecimento da terceira via. Segundo ele, a direita ainda precisará incorporar o ideário bolsonarista para ter viabilidade eleitoral. Belinelli também explica que o outsider emerge quando os atores do poder se fragilizam. Em 2018, o então presidente Michel Temer era notadamente impopular —e Lula, líder da esquerda, estava preso na sede da Policia Federal, em Curitiba.

Tal contexto ajudou que Bolsonaro se apresentasse como um candidato antissistema, mesmo com uma longa carreira política. "Ser outsider é mais uma estratégia retórica do que um fenômeno orgânico", diz Belinelli, lembrando que essa figura se fortaleceu nas Jornadas de Junho de 2013.

Desde então, apareceram vários tipos de outsiders, desde a renovação via MBL até os candidatos que se dizem técnicos, caso do ex-governador de São Paulo João Doria. Também professor de ciência política, Pedro Lima, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), afirma que a fragmentação da direita é um risco de impulsionar a reeleição de Lula em 2026.

No que se refere ao outsider, ele diz que essa figura reflete o sentimento antipolítica, porque contraria os representantes tradicionais, embora uma vez no poder, todos tenham de buscar alianças. Por fim, o pesquisador observa um padrão seguido por todos que, em anos recentes, se apresentaram como outsider: nenhum deles era de esquerda. "O PT tem o controle institucional do campo progressista", afirma. "É preciso lembrar que Bolsonaro sempre repetia a frase ‘meu partido é o Brasil.’"

Por Gustavo Zeitel/Folhapress

Líderes de esquerda se dividem sobre embate com Congresso e ofensas a Motta na Paulista

Líderes de esquerda presentes ao ato na avenida Paulista se dividiram sobre a estratégia de embate frontal com o Congresso e os presidentes das duas Casas, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Para a maior parte dos deputados e ministros, generalizar com o slogan "Congresso inimigo do povo" é um tiro no pé, por jogar o centrão nas mãos da oposição a Lula e estimular Motta a se distanciar mais ainda no Planalto. As críticas mais pesadas, assim, ficaram a cargo de ativistas e pessoas sem cargos públicos.

O casal Boulos simbolizou essa divisão. Enquanto o ministro da Secretaria Geral economizou nas ofensas a Motta e ao Congresso, sua mulher, Natalia Szermeta, ligada ao MTST e candidata a deputada federal no ano que vem, puxou vaia ao presidente da Câmara.

Por Fábio Zanini/Folhapress

Kast vence Presidência do Chile, e país volta à direita em uma versão trumpista

As urnas confirmaram o que as pesquisas eleitorais já apontavam e o ex-deputado de ultradireita José Antonio Kast foi eleito neste domingo (14), derrotando a governista Jeannette Jara, e irá governar o Chile a partir do ano que vem.

Com 83% dos votos apurados, o candidato do Partido Republicano recebeu 58,6% dos votos válidos, enquanto a candidata do Partido Comunista recebeu 41,48%, de acordo com dados preliminares do Serviço Eleitoral do Chile.

Presidente mais à direita no Chile desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), Kast, de 59 anos, tentava, pela terceira vez, ser presidente.

A ordem pública e o controle da imigração irregular foram temas decisivos para a vitória de Kast neste domingo, em eleições presidenciais que também marcaram a volta do voto obrigatório.

Embora o Chile tenha uma baixa taxa de homicídio em comparação a vizinhos, é um dos países que mais se preocupa com a questão da criminalidade.

Ambos os candidatos prometiam proteger a fronteira norte, controlar a entrada de imigrantes, sobretudo da Venezuela, e combater o crime organizado, mas Kast propôs ações mais severas. Ele chegou a prometer expulsões em massa de imigrantes, depois recuando para corte de acesso a serviços básicos a estrangeiros vivendo irregularmente no país, e prisões isoladas para líderes do tráfico.

Ainda assim, em comparação com suas tentativas anteriores, desta vez ele moderou seu discurso. O advogado evitou entrar em questões de direitos humanos, casamento igualitário ou a ditadura de Pinochet. Ele prometeu buscar aliados para criar um "governo de emergência" e combater a criminalidade.

A eleição de Kast também representa o fim de um ciclo histórico para o país, iniciado após os protestos massivos de rua de 2019, que culminaram na vitória do esquerdista Gabriel Boric há quatro anos, e as tentativas de redigir uma nova Constituição.

Kast, que é advogado ultracatólico e ex-congressista, pode se tornar o primeiro presidente a apoiar publicamente o ex-ditador Augusto Pinochet. No entanto, sua estratégia nesta eleição é não falar de suas convicções ultraconservadoras e enfatizar que o Chile enfrenta uma grande crise de segurança, atribuindo isso à administração de Gabriel Boric, da qual Jara fez parte, apesar de as taxas de homicídio serem baixas na região.

Ele recebeu uma ligação de Jara e do presidente Gabriel Boric, para quem havia perdido as eleições em 2021. Também recebeu o apoio de dois ex-concorrentes à direita no primeiro turno, Evelyn Matthei e Johannes Kaiser.

"A democracia falou alto e claro. Acabei de falar com o presidente eleito, José Antonio Kast, para desejar-lhe sucesso para o bem do Chile", escreveu Jara, em sua conta no X. "Àqueles que nos apoiaram e foram chamados por nossa candidatura, saibam que continuaremos trabalhando para construir uma vida melhor em nosso país. Juntos e firmes, como sempre."

Ao contrário do primeiro turno, o dia foi frio e com uma leve chuva em diferentes regiões do país. Mas a votação ocorreu sem grandes incidentes.

Ao longo da campanha, Kast fez acenos ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, embora tenha dito em um debate que não pretende replicar a política anti-imigração nos moldes do aliado, com perseguição aos estrangeiros em situação ilegal.

Também fez acenos ao presidente da Argentina, Javier Milei, dizendo que recebeu uma ligação dele no primeiro turno e que pretende manter uma boa relação com os argentinos e outros vizinhos, como Bolívia e Peru.

Kast votou por volta das 10h em Paine. "O Chile tem uma tradição e quem ganhar será o presidente de todos os chilenos. Os temas que nos preocupam não têm cor política, podemos ter diferenças, mas isso não deve afetar a população", afirmou ao responder sobre como será a transição de governo com Gabriel Boric.

Jara votou no início da tarde em Conchalí (norte de Santiago), foi caminhando até o colégio Poeta Federico García Lorca, onde ela estudou na juventude. No percurso, acompanhada de sua família e de políticos aliados, parou para tirar fotos com apoiadores. "Foi um caminho longo, após um ano que começou com vitória para o Chile, com a aprovação da reforma da Previdência para incluir mais beneficiados, o que muito me orgulha", disse.

O presidente Gabriel Boric, que em novembro votou com Violeta, sua filha de cinco meses nos braços, neste domingo caminhou até uma escola de Punta Arenas (sul do país). Ao responder se a avaliação que os chilenos fazem de seu governo poderia afetar os resultados, o líder minimizou essa possibilidade. "Não acho que seja um plebiscito sobre o meu governo, o Chile está decidindo o seu futuro."

De acordo com o Servel (Serviço Eleitoral do Chile), quase 15 milhões de cidadãos estavam aptos para votar no Chile e no exterior. As multas para os eleitores ausentes e que não cumpriram com algum dos motivos aceitos para não votar (como doença, estar fora do país ou a pelo menos 200 quilômetros do local de votação) vão de 30 mil a 130 mil pesos chilenos (de R$ 108 a R$ 611).

O próximo presidente dos chilenos terá que lidar, a partir de 11 de março, com um Legislativo sem forças majoritárias, ainda que em vantagem para a direita, que terá mais facilidade para compor maiorias pontuais.

O bloco de direita e ultradireita ficou a duas cadeiras de atingir a maioria na Câmara (76 de 155) e ficou empatado com a centro-esquerda e a esquerda no Senado.

Por Douglas Gavras, Folhapress

Em busca do Bi: Saiba quanto o Flamengo já acumulou em premiações no Intercontinental

O Clube de Regatas do Flamengo garantiu sua vaga na final da Copa Intercontinental (Mundial de Clubes), após vencer o Pyramids, do Egito, por 2 a 0, em partida realizada no último sábado (13). Os gols da vitória Rubro-Negra foram marcados por Léo Pereira e Danilo.

Com o triunfo sobre a equipe africana, o Flamengo assegurou um avanço significativo em sua premiação, garantindo no mínimo o valor destinado ao vice-campeão, além dos bônus já acumulados.

O Flamengo já havia embolsado US$ 2 milhões (R$ 10,9 milhões) pela vitória sobre o Cruz Azul (México) nas quartas de final. A vitória sobre o Pyramids na semifinal rendeu mais US$ 2 milhões (R$ 10,9 milhões).

Ao avançar para a final contra o Paris Saint-Germain (PSG), atual campeão da Champions League, o Flamengo garante, no mínimo, a premiação total de US$ 4 milhões (R$ 21,8 milhões) pelo vice-campeonato.

Se o Rubro-Negro vencer o PSG e conquistar o bicampeonato mundial, o valor da premiação sobe para US$ 5 milhões (R$ 27,2 milhões).

Confira a tabela de premiação da Copa Intercontinental (apenas a premiação final, fora os bônus de fase):
  • Posição Premiação (Dólares) Premiação (Reais - cotação aproximada)Campeão US$ 5 milhões R$ 27.282.000,00
  • Vice-campeão US$ 4 milhões R$ 21.825.600,00
  • Eliminado na Challenger Cup US$ 2 milhões R$ 10.912.800,00
  • Eliminado no Derby das Américas US$ 1 milhão R$ 5.456.400,00

Filho de empresário de garimpo é preso por suspeita de envolvimento em fuga de Ramagem

A Polícia Federal (PF) cumpriu, neste sábado (13), um mandado de prisão em Manaus (AM) contra Celso Rodrigo de Mello, filho do empresário do setor de garimpo Rodrigo Martins Mello, conhecido como "Rodrigo Cataratas". A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de uma investigação que apura o suposto envolvimento de Celso na fuga do deputado federal Alexandre Ramagem.

Em nota de esclarecimento, a assessoria de Rodrigo Cataratas confirmou a prisão, destacando que o caso tramita em sigilo. A defesa de Celso Rodrigo de Mello informou que ele é inocente e que a decisão de prisão está sendo recorrida, ressaltando a importância do respeito ao devido processo legal e à presunção de inocência.

A prisão de Celso ocorre após o empresário Rodrigo Martins Mello (que atua com garimpo em Roraima e na Guiana) ter sido publicamente associado à suposta ajuda na saída do país do deputado Alexandre Ramagem.

Na semana passada, Mello publicou um vídeo em suas redes sociais defendendo-se das acusações. Ele alegou estar sofrendo perseguição política devido às suas posições ideológicas:

“(Ramagem) tem vários amigos em Roraima, e eu também sou amigo dele, certo? Ele é deputado federal, pessoal. Quando ele esteve em Roraima pela última vez não existia nenhuma condenação contra ele. Então, essa narrativa de fuga, isso é uma narrativa falaciosa, justamente para manter uma perseguição. Todos aqui somos de direita e somos perseguidos.”

O empresário, que já havia sido alvo de matérias na imprensa de Roraima sobre o tema no final de novembro, reforça que a prisão do filho é uma medida preliminar e que a defesa trabalha para reverter a decisão.

"Bolsonaro pode morrer de um dia para o outro", diz Mourão

Ao defender prisão domiciliar para o general Augusto Heleno e o ex-presidente Jair Bolsonaro, o também general Hamilton Mourão, senador pelo Republicanos-RS e ex-vice presidente, afirmou que a situação de saúde do seu companheiro de chapa em 2018 é grave a ponto de justificar a concessão pelo Supremo Tribunal Federal.

"O general Heleno apresenta problemas de saúde há algum tempo, como qualquer pessoa que chegou aos 78 anos submetida às tensões normais da vida militar e depois às enfrentadas em outros momentos. Óbvio que isso causa sequelas, e foi mostrado ao Alexandre de Moraes que seria necessária a prisão domiciliar dele, assim como a do Bolsonaro. É outro que, qualquer coisa… O Bolsonaro é aquele cara que anda no fio da navalha, pode morrer de um dia pro outro", disse Mourão ao Painel.

A fragilidade da saúde de Bolsonaro é mencionada por seus aliados há tempos, e mais recentemente foi usada por sua defesa num pedido de autorização para que ele passe por cirurgia e para reiterar o pleito por concessão de prisão domiciliar.

Mourão integra o mesmo campo político de Bolsonaro, mas há tempos se afastou do capitão, por quem foi escanteado durante a gestão. Antes mesmo da metade do mandato, o presidente deixou clara a insatisfação com seu vice. Numa entrevista em 2021, explicitou a ruptura. "O Mourão faz o seu trabalho, tem uma independência muito grande. Por vezes atrapalha um pouco a gente, mas o vice é igual cunhado, né. Você casa e tem que aturar o cunhado do teu lado, não pode mandar o cunhado embora."

Mourão admitiu que travou durante o mandato uma guerra fria com Bolsonaro e se queixou, em 2022, de nunca ter sido procurado para lavar a roupa suja. "É óbvio que eu teria tido uma conversa com ele mais detalhada a respeito do meu papel, para evitar os choques que ocorreram e que não precisavam ter ocorrido."

Numa entrevista à Folha em julho passado, Mourão disse que, caso não tivesse sido preterido por Walter Braga Netto na chapa governista na eleição de 2022, Bolsonaro teria sido reeleito.
Por Fabio Victor, Folhapress

Carla Zambelli renuncia a cargo de deputada, e Motta vai dar posse a suplente

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) comunicou à Câmara a decisão de renunciar ao cargo neste domingo (14). O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que dará posse ao suplente da parlamentar, Adilson Barroso (PL-SP).

A decisão foi parte de uma saída negociada com a cúpula da Câmara, depois que o plenário rejeitou a cassação da parlamentar, condenada à prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Na última sexta-feira (12), a corte ordenou que Motta tirasse o mandato de Zambelli.

Na madrugada dessa quinta-feira (11), o plenário da Câmara dos Deputados desafiou o STF e salvou o mandato de Zambelli.
A decisão foi vista como uma derrota de Motta e contrariou a votação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania), que obteve maioria pela perda do mandato com a ajuda de deputados do centrão.

O plenário da Câmara deliberou a respeito seguindo o entendimento do presidente da Câmara de que, segundo a Constituição, cabe ao Congresso a palavra final em caso de parlamentar condenado criminalmente.

Motta havia dito inicialmente que a Mesa da Câmara homologaria a ordem do STF imediatamente, mas recuou após pressão do PLe mandou o caso para a CCJ em junho.

O STF, porém, decidiu que a Câmara era obrigada a homologar a perda do mandato por Zambelli, o que deixou Motta em uma sinuca de bico: ou irá cumprir a ordem judicial e desagradar a oposição ou deixará de cumpri-la e se desgastará com governistas e com o STF.

Além disso, a ordem foi direcionada diretamente ao presidente da Câmara e haveria risco de ser penalizado por descumpri-la

A decisão do STF foi tomada primeira em forma de liminar do ministro Alexandre de Moraes. "Trata-se de ato nulo, por evidente inconstitucionalidade, presentes tanto o desrespeito aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, quanto flagrante desvio de finalidade", disse Moraes sobre a votação que preservou o mandato de Zambelli.

A decisão de Moraes foi dada de ofício, nos autos da execução penal de Zambelli. Ou seja, sem relação com eventual pedido incluído no processo para que Moraes se manifestasse a respeito.

Nessa sexta (12), o plenário virtual da primeira turma ratificou o posicionamento. Além de Moraes, votaram os demais integrantes do colegiado, os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

"A melhor solução para casos como o que ora se analisa é entender que a perda do mandato constitui decorrência automática da condenação, de forma que a decisão da Mesa da Câmara dos Deputados deve ter a natureza tão apenas declaratória", disse Zanin em seu voto.

No mesmo dia em que salvou Zambelli, o plenário da Câmara dos Deputados também preservou o mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), optando por afastá-lo por seis meses, o que desagradou o padrinho político de Motta, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL).

Restam para Motta os casos dos deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ), que fugiu para os Estados Unidos após ser condenado pelo STF, e do deputado Eduardo Bolsonaro, que abandonou o cargo para buscar apoio do governo de Donald Trump na tentativa de salvar o pai, Jair Bolsonaro, de uma condenação pela suprema corte.

Zambelli foi condenada, em maio, à perda de mandato e a dez anos de prisão por invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) com ajuda do hacker Walter Delgatti Neto, também condenado.

A deputada está presa na Itália, para onde fugiu após ter sido condenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Por Lucas Marchesini, Folhapress

Ipiaú: Policiais da 55ª CIPM intensificam ações "Operações Vigília e Paredão" Ipiaú e Aiquara e apreende veiculo por perturbação do sossego.

Na noite do dia 13 para 14 de dezembro de 2025, a 55ª Companhia Independente de Polícia Militar, com apoio de guarnições da RONDESP-MRC, Operação Vigília e Pelotões da área, intensificou as ações da Operação Paredão nos municípios de Ipiaú e Aiquara, com foco no combate à perturbação do sossego, uso irregular de equipamentos de som automotivo e demais infrações administrativas.

Durante as ações, duas ocorrências distintas foram registradas:

 Região dos Bois – Zona Rural de Ipiaú (22h00):

Após denúncia via SICOM sobre festa com paredões de som, as guarnições localizaram um veículo com reboque equipado com som automotivo. Na fiscalização, foi constatado que o reboque estava sem placa e sem iluminação obrigatória, resultando na apreensão do veículo e lavratura das infrações administrativas cabíveis.

BR-330 – Ipiaú (00h30):

Em continuidade à operação, uma guarnição identificou um veículo com som automotivo em alto volume instalado na caçamba, caracterizando perturbação do sossego. A irregularidade foi confirmada no local, sendo o veículo recolhido ao pátio da unidade e adotadas as medidas administrativas.

A Operação Paredão segue sendo executada de forma contínua, reafirmando o compromisso da Polícia Militar da Bahia, por meio da 55ª CIPM, com a manutenção da ordem pública, o bem-estar da população e o cumprimento da legislação, especialmente no que se refere ao sossego e à convivência social.

Fonte: ASCOM / 55ª CIPM/PMBA, uma Força a serviço do cidadão.

Protestos contra Enel se espalham em SP; 350 mil imóveis seguem sem luz

Problema com fornecimento de energia afeta a população há quatro dias na Grande São Paulo após ventania recorde; falta de eletricidade afetou abastecimento de água

Moradores de diversas regiões da Grande São Paulo realizam protestos contra a Enel, concessionária de energia elétrica, entre a última sexta-feira (12) e sábado (13).

Imagens mostram cidadãos do Bixiga, na região central da capital paulista, em passeata pelo bairro. No vídeo o grupo anda pelas ruas da região, que está tomada pela falta de energia.

Até a publicação desta reportagem, mais de 350 mil imóveis seguem sem energia.

Veja:
A CNN Brasil conversou com Jonathan Souza Biano dos Santos, de 28 anos, morador do bairro, que diz estar sem luz desde a última terça-feira (9).

Ele relata que tentou contato com a Enel desde o primeiro instante e que todos os dias a empresa passava sempre novos prazos para solução, mas que até a noite de hoje ainda estava sem energia elétrica.

O morador lamenta ter perdido tudo da geladeira: "eu já havia feito as compras de Natal e fim de ano, perdi pelo menos 900 reais".

Jonathan conta, ainda, que as ruas estão estão completamente apagadas e que já há relatos de roubos e furtos pelo bairro, por conta da falta de enrgia elétrica.


Além disso, ele relata que também está sem abastecimento de água. Por morar em apartamento, é necessário que a bomba distribua água para os andares, o que não é possível sem eletricidade. Ele diz estar comprando galões de água para suprir suas necessidades.


Outro ponto de protestos foi registrado em Mauá, no ABC Paulista. Nas imagens é possível observa uma fila de penus e de madeiras incendiados por munícipes sem energia. O morador diz estar há quatro dias sem luz. Acompanhe:
                                       
Na tarde de ontem, a Avenida Dona Belmira Marin, no Grajaú, zona sul de São Paulo, também foi alvo das manifestações. Fortes nuvens de fumaça preta e chamas na via foram registradas por motoristas que passavam pela avenida.
Na rua Professor José Lourenço, na Vila Zatt, zona norte da cidade, moradores protestram por estarem há cerca de quatro dias sem energia elétrica. Mesmo após realizarem solicitações, o problema não havia sido resolvido até a tarde de sexta.

De acordo com a última atualização divulgada pela Enel, às 18h36, mais de 331 mil pessoas ainda estão sem fornecimento de enrgia. Apenas na cidade de São Paulo são 235 mil.

A CNN Brasil solicitou nova nota à companhia a respeito do prazo de restabelecimento total da luz na Grande SP e aguarda retorno.
Khauan Wood, da CNN Brasil*, Thomaz Coelho e Thiago Félix, da CNN Brasil, em São Paulo

PF apreende 182 kg de drogas e armas ocultas em freezers

A droga e o armamento estavam dissimulados nas paredes de freezers, um homem foi preso em flagrante
Manaus/AM. Na tarde da última sexta-feira (12/12), a Polícia Federal ,após informações de inteligência, interceptou um caminhão de frete que transportava mercadorias dissimuladas juntamente com entorpecentes.
Com o apoio de cão farejador da Polícia Federal, foram localizados tabletes de drogas ocultos nas paredes de freezers acondicionados no baú do caminhão. Durante a ação, foram apreendidos 182 kg de maconha, além de duas pistolas calibre 9 mm com numeração raspada, carregadores e munições calibre 9 mm.

Em razão dos fatos, foi lavrada a prisão em flagrante de um homem, apontado como responsável pelo transporte da droga e do armamento. As investigações indicam que a carga ilícita teria como destino o Rio de Janeiro/RJ.

O preso poderá responder pelos crimes de tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo, tendo a prisão em flagrante sido convertida em prisão preventiva pela Justiça, após os trâmites legais.

Comunicação Social da Polícia Federal no Amazonas

Operações da PF incomodam Congresso e ampliam atrito com governo e STF

A deflagração de operações da Polícia Federal sobre desvio de recursos públicos tem azedado ainda mais a já conturbada relação entre Congresso, governo e STF (Supremo Tribunal Federal). Expoentes do centrão responsabilizam o governo Lula, por exemplo, pelo avanço de investigações sobre o direcionamento das emendas parlamentares e ameaçam revidar nas votações de fim de ano.

Nesta sexta-feira (12), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão tendo como alvo assessora ligada ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL). A operação, chamada de Transparência, foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do STF, que tem vivido embates com deputados e senadores em torno da transparência e execução das emendas parlamentares ao Orçamento.

As queixas não se restringem às investigações diretamente ligadas à execução orçamentária. Incluem ainda as apurações sobre o Banco Master e o Grupo Fit (antiga Refit), cujos donos mantêm relações com dirigentes do centrão e que se tornaram alvos de algumas das principais operações da PF recentemente.

As acusações sobre direcionamento das investigações e uso político delas em campanhas nas redes sociais levaram PP e União Brasil a anteciparem a decisão de deixar o governo.

Em setembro, os dois partidos determinaram que filiados com mandato entregassem os cargos, após o presidente do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira, responsabilizar, em conversas reservadas, auxiliares de Lula pela disseminação de suspeitas de que empresários envolvidos com o PCC (Primeiro Comando da Capital) teriam pagado propina a ele.

Nogueira negou e acusou o "gabinete do ódio de Lula" de estar por trás das informações.

Apontando participação do governo nessas ações, parlamentares fizeram chegar ao Palácio do Planalto suas suspeitas e reclamações sobre suposto direcionamento político nas investigações. Afirmam que Lula teria sido alvo do mesmo procedimento nos tempos da operação Lava Jato, quando Ministério Público e o então juiz Sergio Moro foram acusados de direcionar apurações contra o governo e combinar entre eles a linha de atuação –o que levou o STF a anular as condenações.

Em resposta, colaboradores do presidente alegam não ter ascendência sobre o curso das operações a cargo da PF. Esses aliados também costumam argumentar que o governo não exerce qualquer influência sobre Dino ou qualquer outro ministro do STF, e lembram que Moraes sequer foi indicado pelo presidente Lula –a escolha foi do ex-presidente Michel Temer (MDB), com aval do PSDB.

Um dos que tornaram pública a crítica ao vazamento de informações sobre operações recentemente foi o líder do PP na Câmara, deputado dr Luizinho Teixeira (RJ). Em entrevista à Folha nesta semana, ele afirmou que há ações para minar a imagem dos parlamentares e desgastá-los eleitoralmente. "As pessoas aprenderam a usar o Judiciário para intimidar o Parlamento. A gente está sendo intimidado diariamente", disse.

Relator da indicação de Jorge Messias para ministro do STF, o senador Weverton Rocha (PDT-MA) também afirmou que um dos motivos das resistências ao ministro da AGU (Advocacia-Geral da União) para a vaga é a preocupação com investigações que têm atingido políticos.

"Há um clima mais quente na classe política por conta de reclamações sobre excessos em investigações. Estamos às vésperas de uma eleição que, infelizmente, será de novo polarizada. E todos usam os instrumentos que podem para esticar a corda", disse o pedetista, em entrevista ao jornal O Globo.

Já o vice-líder do governo no Senado, Otto Alencar (PSD-BA), defende a investigação sobre desvios com as emendas parlamentares e refuta a acusação de que o governo esteja criminalizando as emendas. Para ele, a generalização prejudica a imagem do Legislativo. "Quem errou, usou recursos públicos em benefício próprio, tem que ser punido. Zero queixa", diz.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, de declarar inconstitucional a sessão da Câmara que manteve o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e determinar que ela seja cassada pela condenação no tribunal, foi outro fato que elevou a tensão entre os Poderes.

No entendimento de deputados, isso fragiliza os mandatos e abre caminho para que, nos próximos processos, o procedimento também seja a perda automática do cargo. A Primeira Turma do STF deve julgar, em março, o suposto desvio de recursos de emendas parlamentares por deputados do PL do Maranhão, no primeiro julgamento de grande repercussão desde que as emendas entraram no centro do debate da política.

Além disso, Dino disse na semana passada que concluiu a tramitação das ADIs (Ações Diretas de Inconstitucionalidade) que questionam a existência das emendas parlamentares impositivas e que pedirá que o presidente da Corte, Edson Fachin, abra espaço na pauta para julgamento pelo plenário. Esse dispositivo obriga o governo a pagar os recursos direcionados pelos congressistas.

Foi nesse ambiente que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), levou a voto projeto de redução de pena dos condenados por atos contra a democracia, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Coordenador do grupo Prerrogativas e amigo do presidente, o advogado Marco Aurélio Carvalho diz que Lula deve vetar integralmente a proposta –o que pode causar novos conflitos com o Congresso. "É um projeto meramente casuístico. Foi feito sob encomenda, com o único e exclusivo interesse de beneficiar aqueles que agiram para comprometer o nosso sistema eleitoral vigente, para comprometer a democracia e a rigidez das nossas instituições para beneficiar golpistas", disse.

Por Catia Seabra e Raphael Di Cunto, Folhapress

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