Empresários levantam alerta sobre a reputação do STF após escândalo do Master

Grandes empresários começam a manifestar publicamente as preocupações que têm prevalecido no setor privado diante do escândalo do Master, que levou à liquidação do banco em novembro e à prisão de seu controlador, Daniel Vorcaro, por 12 dias.

O grau de alerta cresceu após a revelação pelo jornal O Globo de que a mulher do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes manteve contrato de R$ 129 milhões com o banco de Vorcaro, seguida pela notícia de que o magistrado teria conversado com o Banco Central sobre temas de interesse do Master —o que Moraes nega.

Também preocupam as medidas tomadas pelo ministro Dias Toffoli, que embarcou em um jatinho para ver um jogo do Palmeiras no Peru na companhia do advogado de um diretor do Master e depois pôs sob sigilo o caso.

A avaliação geral é a de que esse tipo de sinalização de ministros do Supremo prejudica a credibilidade da corte, mas também cresce no empresariado a percepção de aumento da insegurança jurídica, que atrapalha a atração de investimentos para o país.

Em 16 de dezembro, foi lançado um manifesto pedindo que o STF adote um código de conduta para seus ministros. Grandes nomes do empresariado subscreveram o documento, como Arminio Fraga (Gávea Investimentos), Eugênio e Salim Mattar (Localiza), Antonio Luiz Seabra, Guilherme Leal e Pedro Luiz Passos (Natura), Jayme Garfinkel (Porto Seguro), José Olympio Pereira (Safra), Marco Stefanini (Stefanini) e Pedro Wongtschowski (Ultra), entre outros.

Também signatário, Fabio Barbosa, que presidiu instituições como Santander e Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e hoje segue como membro de conselhos de administração de companhias como Ambev e Natura, aponta a necessidade de preservar a reputação do STF.

"Não é só sobre o código de ética, é importante que haja transparência quanto às atitudes dos ministros, para que o STF resgate o respeito e a credibilidade, que vem perdendo, junto à sociedade", disse Barbosa à Folha.

O banqueiro Ricardo Lacerda, fundador do BR Partners, também defende a atuação do BC. "O Banco Central é um órgão técnico, de reconhecida competência, que ao longo de décadas tem resistido bravamente a tentativas de influência indevida. Causa perplexidade que o órgão guardião da Constituição brasileira esteja criando constrangimentos a burocratas que nada mais fazem do que exercer suas atribuições técnicas", diz Lacerda.

Além das informações publicadas na mídia de que Moraes teria abordado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para falar do Master, o ministro Toffoli convocou Vorcaro, Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB (Banco de Brasília), e Ailton de Aquino, diretor de fiscalização do BC, para uma acareação no dia 30 de dezembro, em pleno recesso do Judiciário. A medida contrariou integrantes do BC e foi tomada sem um pedido anterior dos investigadores.

Ex-diretor do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, hoje sócio e conselheiro da Jubarte Capital, afirma ver um movimento de reação geral.

"Acho que finalmente a sociedade civil está se mexendo. Os casos recentes são uma afronta ao cargo que estas pessoas ocupam. Na minha época de Banco Central, os limites da relação com o setor privado eram muito claros, bem restritivos e absolutamente corretos", diz Figueiredo.

O ex-banqueiro e fundador do Partido Novo João Amoêdo, que se candidatou a presidente em 2018, sugere saída temporária de Moraes.

"O ministro Alexandre de Moraes deveria solicitar imediatamente o afastamento do STF e só retornar se comprovar que não tentou interferir no processo de liquidação do Banco Master. Normalmente, cabe aos acusadores o ônus da prova. No caso de Moraes, entretanto, o contrato de R$ 129 milhões, muito acima dos padrões, firmado pelo escritório de advocacia de sua esposa com o banco, inverte essa lógica", afirma Amoêdo.

Já o empresário Luiz Felipe d'Avila aponta preocupação com o impacto sobre os negócios no Brasil.

"O grau de insegurança jurídica no Brasil hoje é assustador. Esse tipo de atitude mostra uma arbitrariedade em relação à lei, que causa enorme preocupação no setor privado. Tudo depende da vara em que [o caso] cai, na mão de qual juiz, e ele pode ter uma interpretação completamente diferente. Precisamos voltar a ter a estabilidade da regra do jogo, confiança nas leis. Senão, é muito difícil atrair negócios no país", diz Ávila, que em 2022 também foi candidato à Presidência pelo partido Novo.

José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast, associação da indústria do plástico, defende que é preciso fazer questionamentos públicos a Moraes.

"Em um país que já viveu escândalos de grandes proporções no setor financeiro e no setor de petróleo, é legítimo perguntar se estruturas privadas de advocacia têm sido usadas, direta ou indiretamente, para influenciar decisões públicas ou proteger interesses específicos, e se isso está sendo devidamente fiscalizado", afirma Roriz.

Lawrence Pih, que ficou conhecido como o primeiro empresário a apoiar o PT nos anos 1980 e também um dos primeiros a criticar o governo de Dilma Roussef publicamente, prevê consequências eleitorais.
Para ele, a onda de críticas contra Moraes atende interesses da direita e pode gerar reflexos negativos sobre a campanha à reeleição de Lula em 2026.

"O ministro teve papel fundamental na defesa e preservação da democracia que estava sob ataque da direita e ultradireita. E, mais importante, ele enviou a mensagem de que qualquer tentativa de golpe de Estado em 2026 terá resposta implacável do STF. Antes de qualquer parecer sobre o caso, temos de ver os fatos e principalmente quais são os vínculos de Daniel Vorcaro com o centrão, a direita e a ultradireita", diz Pih.

Por Joana Cunha/Folhapress

Prefeitura vai levar 800 idosos acolhidos em instituições de longa permanência para Show de Roberto Carlos

Foto: Bruno Concha / Secom PMS
A Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), em ação pioneira, vai proporcionar a ida de 800 idosos acolhidos em instituições de longa permanência para assistir ao show do cantor Roberto Carlos, nesta sexta-feira (26), na Arena O Canto da Cidade, Boca do Rio.

A ação vai contar com total infraestrutura para os idosos, que vai desde local privilegiado com cadeiras exclusivas, transporte, lanche, água mineral e crachá de identificação. Os idosos são provenientes de instituições, selecionadas pela Sempre, como Abrigo D. Pedro II e São Francisco de Assis.

Conforme destaca o secretário da Sempre, Júnior Magalhães, a ação tem o objetivo de proporcionar uma noite repleta de acolhimento, alegria e agradecimento.

“Além de sabermos a simbologia da escolha de um dos artistas mais admirados e consagrados da música popular brasileira, muitos desses idosos não possuem familiares para celebrar a data. E, pensando nisso, a Prefeitura, dentre as políticas socioassistenciais, inova com esse grande presente aos que mais precisam”, reiterou Magalhães.

O titular da Sempre acrescenta ainda que a expectativa é de muita emoção no encerramento da programação de Natal do Executivo municipal.

“O show de Roberto Carlos, tradicionalmente associado ao clima natalino e à emoção das festas de fim de ano, busca aproximar a celebração religiosa e afetiva do Natal ao espírito de confraternização da virada”, concluiu.
Fonte: Bahia noticia.

Em Salvador, Frei Gilson defende separação entre fé e ideologia partidária: "Jesus não é agente político”

Foto: Betto Jr / Secom PMS
Fenômeno das redes sociais, o Frei Gilson — conhecido por reunir milhões de fiéis em lives de madrugada para orações e rezas no Instagram e no Youtube — se apresentou em Salvador na noite desta quinta-feira (25), em meio aos festejos de Natal.

Com mais de 11 milhões de seguidores nas redes sociais,o frei levou uma multidão à capital baiana. O evento realizado na cidade, serviu para demonstrar a popularidade do religioso, um dos mais influentes do país. Em entrevista, antes de subir ao palco da Arena O Canto da Cidade, o líder religioso de 37 anos, refletiu sobre ser alvo de críticas e de associações políticas partidárias. Isso porque, o frei, em março deste ano foi chamado por internautas de um grupo político de “fascista”, “negacionista”, “oportunista”, “misógino”, entre outros adjetivos, além de ter sido associado a outro grupo político.

Questionado pela reportagem do Bahia Notícias sobre realizar seu trabalho religioso em meio a uma polarização política e de ser alvo de alguns grupos políticos, Frei Gilson lamentou a tendência do viés político que é colocado a ele e a outros sacerdotes.

“No nosso país, muitas vezes, tudo quer se enxergado por um viés político. O evangelho não é assim. É muito triste quando tudo é visto com o viés político. A política é importante, tem um espaço importante no nosso país, mas não é tudo. O evangelho é a boa nova do reino, mas um reino dos céus. Então é isso que procuro fazer. Tudo que faço, tudo que levo do Evangelho de Jesus Cristo procuro levar a mensagem do Evangelho”, respondeu o frei ao BN.

Ele enfatizou também que Jesus Cristo, principal figura do Catolicismo, não seria um agente político.

“A mensagem do Evangelho fala de um reino que não é desta terra. O meu reino não é deste mundo. Jesus falou isso tantas vezes e quem prega o Evangelho deve mirar as coisas do alto deve olhar para o céu e para a eternidade. Hoje é Natal, dia do nosso Salvador que veio para nos salvar. Então é isso que a gente prega. Jesus, não como um agente político, mas Jesus, o autor da nossa salvação, que veio para nos salvar, não de coisas deste mundo que passam, mas veio nos salvar dos nossos pecados”, observou.

Frei Gilson reforçou ainda que considera a política importante para o Brasil, mas criticou o uso de associações políticas em excesso.

“Então, repito, a política é importante para o nosso país, mas é triste ver quando a pessoa tudo vê com viés político. A ponto de esquecer os seus próprios pecados. E o que mais faz mal à nossa sociedade são os meus e os teus pecados, são os nossos pecados”, concluiu.
Fonte: Bahia noticias

Paraná Pesquisas: Lula lidera cenários de 1º turno, mas empata com Flávio Bolsonaro no 2º

Fotos: Divulgação
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lidera todos os cenários de primeiro e segundo turno apresentados em levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta sexta-feira (26). Em uma das simulações de segundo turno, no entanto, o senador Flávio Bolsonaro (PL) aparece em empate técnico com Lula.

Flávio Bolsonaro é o nome apontado com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a disputa das eleições de 2026. O respaldo foi reforçado na quinta-feira (25), por meio de uma carta escrita e assinada pelo ex-mandatário.

A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 22 de dezembro, com 2.038 entrevistas em 163 municípios de 26 estados e do Distrito Federal. O nível de confiança informado é de 95%, com margem de erro estimada em 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

PRIMEIRO TURNO
Um dos cenários estimulados apresentados pela pesquisa considera o ex-presidente Jari Bolsonaro como possível candidato. Atualmente inelegível e cumprindo pena de mais de 27 anos por tentativa de golpe de estado, ele soma 31,3% frente a 36,9% de Lula.
Ainda testando o primeiro turno, o segundo cenário aponta Lula na liderança com 37,6% contra 27,8% de Flávio Bolsonaro. Nesta simulação, Ratinho Junior tem 9%, Ciro 7,9%, Zema 3,1%, Tereza Cristina 1,9% e Renan Santos 0,8%.
Até então nome mais forte para disputar o pleito como candidato da direita, Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, aparece na terceira simulação de primeiro turno. Aqui Lula chega a 37,8% das intenções de voto e Tarcísio 26,2%.
Também foi testado pela Paraná Pesquisas o nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) para um eventual primeiro turno. Michelle soma 24,4% contra 37,2% de Lula.
SEGUNDO TURNO
Na simulação de segundo turno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece com 44,1% das intenções de voto, enquanto o senador Flávio Bolsonaro registra 41%, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Paraná Pesquisas. A diferença entre os dois é de 3,1 pontos percentuais.

O resultado configura empate técnico, considerando a margem de erro estimada em 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Os eleitores que afirmaram não saber ou preferiram não opinar somam 5,7%. Já aqueles que declararam voto nulo, branco ou que não votariam em nenhum dos dois candidatos totalizam 9,2%.
Informações: Bahia noticias.

Congresso derruba metade dos vetos de Lula e muda dinâmica de governabilidade

O Congresso Nacional derrubou quase metade dos vetos presidenciais de Lula (PT) analisados desde 2023. A proporção, inédita em duas décadas e superior à do governo de Jair Bolsonaro (PL), reforça a existência de um novo padrão de governabilidade no país, com tendência de perda de controle de agenda pelo Executivo.

Em três anos, os congressistas apreciaram 87 vetos, dos quais 43 foram rejeitados. A média de 49% fica acima da registrada no governo Bolsonaro, mas a diferença é ainda maior em relação às gestões de Michel Temer (MDB), Dilma Rousseff (PT), Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e às anteriores do próprio Lula.

Para além de um contexto de fragmentação da base governista, o resultado revela a consolidação de uma nova lógica do presidencialismo de coalizão. Especialistas dizem que é um reflexo de mudanças institucionais e do fortalecimento do Congresso frente ao Executivo.

O levantamento foi realizado pela Folha a partir de dados do Painel Legislativo Galileu, mantido pelo Senado Federal. A análise considerou tanto os vetos totais quanto parciais apreciados pelo Congresso desde 1999 e o ano da oposição das matérias.

Cada matéria foi contabilizada uma única vez (independentemente do número de dispositivos). Foram descartadas aquelas ainda em tramitação, que tenham sido mantidas na íntegra ou cuja análise tenha ficado prejudicada.

Os textos foram então classificados por ano, conforme o governo em vigor (no caso de Temer, considerou-se 2016 na integralidade). Por fim, os vetos analisados e os vetos derrubados foram agregados por governo para o cálculo da razão.

Nos governos FHC e Lula 1 e 2, a rejeição de vetos tinha um caráter pontual. O tucano teve um veto derrubado; Lula, quatro. Entre 2000 e 2010, o índice agregado variou de 1% a 1,6%. O Planalto passou por anos sem nenhum veto rejeitado.

O padrão se manteve nas gestões Dilma 1 e 2. Apesar de um aumento no número absoluto de vetos derrubados, o percentual de rejeitados não chegou nem a 5%. Foram 7 dos 142 vetos.

A partir de Michel Temer, começou a haver uma mudança. O Congresso rejeitou 21 de 144 vetos analisados. A taxa beirou 15%. O percentual subiu para 44% com Bolsonaro, com 114 dos 258.

Neste mês, Lula já anunciou que vetará o PL da Dosimetria, aprovado pela Câmara e pelo Senado e que prevê a redução de penas para Bolsonaro e demais acusados pela trama golpista e pelo 8 de Janeiro. O Congresso, porém, poderá derrubar o veto do petista.

O professor Fernando Meireles, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), diz que hoje o processo de tramitação de vetos é mais simplificado do que era até o primeiro mandato de Dilma, o que reduz o custo de rejeição. Isso se deve a uma mudança no regimento interno do Congresso.

Para rejeitar um veto, é preciso maioria absoluta dos votos de deputados (257) e senadores (41). A análise é feita em sessão conjunta, mas os congressistas costumavam deixar as votações de lado, o que resultava em um acúmulo de matérias a serem analisadas.

A Constituição define um prazo de 30 dias para a apreciação, mas, antes de uma resolução de 2013, a contagem dependia da convocação de uma sessão. A partir de então, o período passou a ser contado já a partir do registro do veto pelo Congresso.

Além disso, o regimento estabeleceu uma data fixa para convocação de sessão, a terceira terça-feira de cada mês, e definiu que a apreciação deveria ocorrer independentemente da formação ou relatório de uma comissão mista.

"Para o Legislativo, isso é um rito corriqueiro", diz Meireles.

Nesse cenário, o dado mais relevante não é a quantidade de vetos. A variação no percentual de derrubados, por outro lado, pode indicar dificuldades de interlocução e de controle da agenda legislativa pelo Executivo, afirma o professor.

Professora da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Graziella Testa afirma que a frequência com que vetos têm sido rejeitados no Congresso é um indicativo de que o presidencialismo de coalização no formato que funcionava 15 anos atrás não existe mais.

"Ainda temos um presidencialismo de coalização. Sempre tivemos um Congresso com um papel relevante, mas hoje temos um Congresso que funciona de forma muito coesa e que se coloca diante do Executivo por conta dessa coesão", diz ela.

De acordo com a pesquisadora, em um contexto mais amplo da relação com o Legislativo, o Planalto tem hoje menos ferramentas e prerrogativas para construir governabilidade.

Para o cientista político Rafael Silveira, professor do IDP e da escola de governo do TCU (Tribunal de Contas da União), há um componente estrutural e outro conjuntural nesse movimento.

O primeiro é o fato de o Congresso ter passado a analisar vetos de forma mais sistemática. Isso deve permanecer. O percentual, no entanto, pode ter um caráter de momento e variar conforme o alinhamento político entre os Poderes.

Segundo ele, a tendência futura vai depender do resultado eleitoral. Se Lula, que lidera as pesquisas para as eleições de 2026, obtiver uma margem confortável de votos, seu poder de barganha tende a aumentar e, com isso, a taxa de vetos derrubados cairia.

Em um cenário de votação acirrada, como ocorreu em 2022, por outro lado, a expectativa é de manutenção de percentuais elevados, em reflexo da maior tensão entre os Poderes.

Por Arthur Guimarães de Oliveira/Folhapress
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Acidente na estrada da Fazenda do Povo deixa dois feridos

Foto: Giro Ipiaú
Um homem e seu filho, de idade não informada, ficaram feridos em um acidente ocorrido por volta das 15h desta quinta-feira (25), em um trecho logo após a Fazenda do Povo, no sentido Ipiaú.

De acordo com informações apuradas pelo GIRO junto a um familiar das vítimas, o carro em que eles estavam saiu da pista após passar por uma curva e colidiu frontalmente contra um barranco às margens da estrada.

O motorista sofreu um pequeno corte na cabeça, enquanto o filho teve escoriações no rosto. Ambos foram socorridos e encaminhados ao Hospital Geral de Ipiaú, onde receberam atendimento médico, e aparentemente estão fora de perigo.

O acidente pode ter sido provocado por velocidade incompatível com a via, somada ao fato de que o trecho possui asfalto em fase de finalização, o que pode ter contribuído para a perda de controle do veículo. *Redação/Giro Ipiaú

Venezuela liberta 60 opositores de Maduro detidos após eleição de 2024

Grupo tinha sido preso em meio à crise política desencadeada pela reeleição do ditador
Pelo menos 60 pessoas detidas após as contestadas eleições presidenciais de 2024 na Venezuela, apontadas como fraudulentas por organizações internacionais, foram libertadas neste Natal, informou nesta quinta (25) uma ONG composta por ativistas de direitos humanos e familiares de presos políticos.

"Comemoramos a libertação de mais de 60 venezuelanos, que jamais deveriam ter sido detidos arbitrariamente. Embora não estejam completamente livres, continuaremos trabalhando por sua plena liberdade e pela de todos os presos políticos", disse Andreína Baduel, responsável pelo Clippve (Comitê para a Liberdade dos Presos Políticos).

Os libertados foram presos em meio à crise política desencadeada pela reeleição do ditador Nicolás Maduro em julho de 2024 para um terceiro mandato, em meio a denúncias de fraude por parte da oposição e de organizações renomadas.

A proclamação de Maduro provocou protestos que resultaram na prisão de cerca de 2.400 pessoas, que o próprio ditador chamou de terroristas. Mais de 2.000 já foram libertadas, segundo dados oficiais.

As condições dessas libertações não estão claras. A agência de notícias AFP solicitou detalhes sobre as solturas ao Ministério Público, mas não havia recebido uma resposta até a tarde desta quinta.

Por Folhapress

Prefeito, primeira-dama, vice e 20 vereadores são presos por desvio de recursos públicos

O prefeito, o vice, 20 vereadores, um ex-vereador e ainda a primeira-dama do município de Turilândia
(MA) são investigados por integrar um esquema milionário de desvio de recursos públicos. Segundo o Ministério Público do Maranhão (MPMA), os envolvidos integram uma organização criminosa responsável por desviar mais de R$ 56 milhões do município.

O prefeito da cidade, Paulo Curió (União Brasil), entregou-se à polícia em São Luís, na manhã dessa quarta-feira (24/12), após ficar dois dias foragido. Além do prefeito, a primeira-dama do município, Eva Curió; a ex-vice-prefeita Janaina Lima e o marido dela, Marlon Serrão; e o contador da prefeitura, Wandson Jhonathan Barros, apresentaram-se à polícia. Com isso, todos os mandados de prisão em aberto foram cumpridos.
Desvios milionários
  • A Operação Tântalo II investiga o desvio de mais R$ 56 milhões que envolveria empresas criadas de forma fictícia pelo prefeito e por seus aliados, o que inclui os 11 vereadores de Turilândia, a atual vice, a ex-vice-prefeita, servidores públicos, empresários e outros agentes políticos.
  • A operação foi deflagrada na segunda-feira (22/12). Segundo o promotor do Gaeco Fernando Berniz, todos os vereadores da Câmara de Turilândia faziam parte do esquema, recebendo dinheiro desviado diretamente ou por intermédio de parentes.
  • Apesar da investigação, nem todos os vereadores tiveram mandados de prisão expedidos. Onze tiveram a prisão preventiva convertida para domiciliar ou uso de tornozeleira eletrônica.
  • Já o prefeito e a vice devem cumprir prisão preventiva na Unidade Prisional de Ressocialização de Pedrinhas, em São Luís.
Ao todo, foram cumpridos 51 mandados de busca e apreensão e 21 mandados de prisão em São Luís, Paço do Lumiar, Santa Helena, Pinheiro, Barreirinhas, Governador Nunes Freire, Vitória do Mearim, Pedro do Rosário, São José de Ribamar e Presidente Sarney. A ação é um desdobramento da Operação Tântalo, realizada pelo Gaeco em fevereiro deste ano

Segundo o Ministério Público, por meio do Gaeco, há indícios da prática dos crimes de organização criminosa, fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. As irregularidades teriam ocorrido durante a gestão do prefeito Paulo Curió, entre 2021 e 2025.
Como funcionava o esquema

Conforme as investigações, a organização criminosa era liderada pelo prefeito Paulo Curió, com o apoio da vice-prefeita Tânia Mendes e da ex-vice-prefeita Janaína Lima. O esquema foi montado por meio de contratos fraudulentos com empresas de fachada, que eram usadas como laranjas, para o desvio dos recursos.

Veja as empresas envolvidas:
  1. Posto Turi
  2. SP Freitas Júnior Ltda.
  3. Luminer Serviços Ltda.
  4. MR Costa Ltda.
  5. AB Ferreira Ltda.
  6. Climatech Refrigeração e Serviços Ltda.
  7. JEC Empreendimentos
  8. Potencial Empreendimentos e Cia Ltda.
  9. WJ Barros Consultoria Contábil
  10. Agromais Pecuária e Piscicultura Ltda.
  11. Atuação de outros políticos
De acordo com o MPMA, a ex-vice-prefeita Janaína Lima e o marido, Marlon Zerrão, que é tio da atual vice-prefeita, Tânia Mendes, tiveram um papel central no desvio de recursos. Conforme a apuração, o Posto Turi, de propriedade de Marlon Zerrão, recebeu R$ 17.215.000,00 dos cofres públicos de Turilândia.

O casal firmou um acordo com o prefeito Paulo Curió para reter 10% dos valores dos contratos do Posto Turi. Esse valor era destinado ao pagamento da faculdade de medicina de Janaína Lima, enquanto os 90% restantes eram entregues ao prefeito ou a alguém que ele indicasse.

O Posto Turi também foi usado para emitir notas fiscais falsas e, assim, fraudar o pagamento de contratos públicos.

Segundo a investigação, a atual vice-prefeita, Tânia Mendes, e seu marido, Ilan Alfredo Mendes, são investigados por receber valores de empresas contratadas pelo município, incluindo valores relacionados à venda de notas fiscais falsas. Ela também teria entrado na chapa eleitoral com o objetivo de manter a influência de seu tio, Marlon Zerrão, que tinha uma forte ligação com o prefeito Paulo Curió.
https://www.metropoles.com/

Rússia acusa EUA de “pirataria” e critica bloqueio à Venezuela no Caribe

A Rússia acusou os Estados Unidos de promover “pirataria” e “banditismo” no Mar do Caribe ao impor um bloqueio à Venezuela. Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (25), o Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que as ações norte-americanas representam uma retomada da anarquia na região e alertou para o risco de agravamento da crise. A porta-voz Maria Zakharova classificou a medida como “roubo de propriedade alheia” e defendeu a desescalada do conflito. A informação é do G1.

Segundo Moscou, a expectativa é que o presidente dos EUA, Donald Trump, adote uma postura pragmática e racional para buscar soluções compatíveis com o direito internacional. A Rússia reiterou ainda apoio ao governo de Nicolás Maduro, afirmando que seguirá ao lado da Venezuela na defesa da soberania, dos interesses nacionais e da estabilidade do país diante das pressões externas.

Enquanto isso, os Estados Unidos seguem tentando apreender petroleiros ligados à Venezuela. Um terceiro navio, o Bella 1, ainda não foi capturado pela Guarda Costeira norte-americana, que aguarda reforços para realizar a operação. A ofensiva faz parte da estratégia de Washington para endurecer as sanções ao setor de petróleo venezuelano, considerado vital para a economia do país e para a sustentação do governo Maduro, o que pode impactar o mercado global caso o bloqueio se prolongue.

PF resgata 54 vítimas e prende 78 suspeitos de traficar pessoas e contrabandear migrantes

Mulheres e crianças foram exploradas sexualmente, no Haiti e na Espanha, e outras submetidas a trabalho escravo, na Europa e em São Paulo
O Centro Especializado contra o Contrabando de Migrantes e Tráfico de Pessoas da Ameripol (Comunidade de Polícias das Américas) resgatou, em seu primeiro ano de funcionamento, 54 pessoas que estavam sob controle de criminosos e prendeu 78 suspeitos.

Entre as vítimas, estão mulheres e crianças que foram exploradas sexualmente no Haiti e na Espanha, e outras submetidas a trabalho escravo na Europa e em São Paulo. A maior parte foi atraída com ofertas de emprego que não se concretizaram, segundo as investigações.

O centro, que foi criado em 2022 e começou a operar no fim do ano passado, é sediado no Brasil e dirigido pelo delegado da Polícia Federal Daniel Daher. Por meio da cooperação entre as polícias dos países americanos, o grupo busca dar maior celeridade e resolução das investigações.

Nas ações focadas na imigração ilegal, o centro desarticulou redes que enviavam pessoas para a União Europeia usando passaportes de terceiros ou falsificando vistos.

De acordo como o delegado, os EUA são um dos lugares mais procurados como destino ilegal, e coiotes chegam a cobrar até US$ 20 mil (R$ 110 mil) por pessoa para esse serviço, alcançado cifras bilionárias.

Os meios para chegar no país incluem rotas terrestres que passam pela Floresta de Darién, na fronteira entre o Panamá e a Colômbia, considerada uma das selvas mais densas do mundo. A perigosa travessia deixa vítimas pelo caminho.

"Essas pessoas estão sujeitas a ataques de animais selvagens, doenças tropicais, abusos de coiotes e das organizações que cometem estes crimes. Além de oferecer risco de vida e de integridade física e mental muito grande", disse Daher à reportagem.

Dados da agência federal americana de controle de fronteiras analisados pela PF mostram que, em 2024, 22.990 brasileiros foram detidos tentando entrar ilegalmente nos EUA.

No último dia 10, a embaixada dos EUA no Brasil divulgou um vídeo direcionado a imigrantes em situação irregular, no qual incentivava o uso de um aplicativo do governo para retorno ao país de origem.

A publicação se referiu à iniciativa como um "presente de fim de ano perfeito" do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) do governo de Donald Trump, que tem essa como uma de suas bandeiras políticas.

O número de brasileiros deportados dos Estados Unidos até outubro deste ano já é o maior desde pelo menos 2020, de acordo com dados da PF. Até o dia 1º daquele mês, foram 2.262 cidadãos do Brasil retirados do território americano, um aumento de 36,2% em relação aos 1.660 registrados em todo o ano de 2024, sob o governo Biden.

O delegado também diz ser importante frisar que criminoso, nestes casos, é quem explora a imigração ilegal para fins de vantagem, não quem tenta entrar em determinado país em busca de melhores condições de vida. Segundo ele, o migrante não deve ser preso quando pego, mas sim extraditado.

A legislação brasileira considera, como modalidades de tráfico de pessoas, a exploração sexual, o trabalho escravo ou análogo à escravidão, a remoção de órgãos ou partes do corpo e a adoção ilegal.

O Código Penal prevê, para estes crimes, pena de reclusão de quatro a oito anos, além de multa. Ela é aumentada em um terço se forem cometidos contra crianças e adolescentes.

As investigações do centro abrangeram pessoas que passaram pelo Brasil vindas, por exemplo, da América Central rumo à Europa como destino final.

A Operação Vuelta, de junho, mirou um grupo que organizava a logística da viagem, como passagem pelo território brasileiro utilizando documentos falsificados. Muitos eram cidadãos da República Dominicana.

Também foram identificados migrantes traficados para fins de exploração laboral, como bolivianos, africanos e venezuelanos.

Centros de telemarketing no Sudeste Asiático, por exemplo, atraíram pessoas com propostas de emprego, mas que, ao final, foram obrigadas a trabalhar para empresas de golpes virtuais, assim como falsas agências de modelos.

Daher alerta que boa parte desses crimes migrou para o ambiente virtual, em que são utilizadas redes sociais ou sites falsos para recrutar as vítimas. Antes, isso era feito apenas por agências de fachada, ou boca a boca, mirando sempre pessoas vulneráveis.

"As vítimas são seduzidas por uma boa proposta, com custos pagos. Isso salta os olhos. Só que elas chegam no local e encontram uma realidade diferente. São colocadas em cárcere privado, obrigadas a trabalhar em jornadas além da prometida e sofrem violência física e psicológica", afirma.

Até exploração sexual, segundo o delegado, pode ser feita hoje virtualmente, com transmissões online.

O diretor afirma ser importante, para o próximo ano, investir em prevenção, fornecendo informações sobre estes crimes. Além disso, ele espera que o centro dê ainda mais apoio aos resgatados, com a capacitação de agentes.

O objetivo, segundo Daher, é que a polícia ajude a encontrar entidades que promovam o acolhimento dessas pessoas, tirando-as da situação de risco, para que não sejam revitimizadas.

"Quando se fala em polícia, prioritariamente se pensa em repressão. Só que tem um papel importantíssimo de dar assistência às vítimas, pois é a primeira que chega no local e tem o contato com elas. Não podemos prender o traficante e deixar a vítima sem apoio. Também temos esse papel humanitário", disse.

Por Constança Rezende/Folhapress

Michelle Bolsonaro cita 'traição de pessoas mais próximas' em discurso de Natal

Emulando o rito de pronunciamento oficial do Presidente da República na noite de Natal, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) divulgou nesta quarta-feira (24) um discurso que tratou da necessidade de renovação e citou "traições, ainda que venham das pessoas mais próximas".

Horas depois, na manhã desta quinta-feira (25), um dos enteados de Michelle, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), confirmou o apoio do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), à sua pré-candidatura à Presidência.

O discurso de Michelle se deu no mesmo horário do pronunciamento de Natal do presidente Lula (PT). Enquanto o do petista foi precedido pela chamada de "forma-se, nesse momento, a Rede Nacional de Rádio e Televisão para o pronunciamento do Presidente da República", o de Michelle emulou: "forma-se, agora, a rede nacional de pessoas de bem que vão transformar vidas e edificar a nação".

Lula falou em um ano difícil, mas em que "todos que torceram ou jogaram contra o Brasil acabaram perdendo", mensagem que pode fazer referência, entre outras possibilidades, ao discurso que recupera a vitória da democracia sobre golpistas condenados, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Michelle também aludiu ao tema, citando uma família desprezada, em cenário de frieza e "maldade de algumas pessoas", em referência ao nascimento de Jesus. Ela falou em necessidade de "nascer de novo" e de renovação de sonhos.

A mensagem da ex-primeira-dama foi marcada pelo teor religioso, de imagens de pessoas com deficiência, uma das frentes de atuação da ex-primeira-dama, e de manifestantes bolsonaristas.

A participação de Jair Bolsonaro no vídeo foi mais comedida, com inserção em uma primeira tomada ao lado de Michelle e em quadro do ex-presidente feito pelo artista Romero Britto.

Bolsonaro também apareceu em cenas no hospital, narradas pela ex-primeira-dama como momento de provação, quando ela chora.

No final, o político é citado brevemente como líder e é recuperado como o "galego" de Michelle, em referência a características físicas do político, discurso com foco na estética muitas vezes relegado às mulheres na política e comum nas falas públicas da ex-primeira-dama sobre o marido.

Ela também falou sobre o próximo ano, de eleições presidenciais, como "muito importante para o país" e citou "traições, ainda que venham das pessoas mais próximas".

"O ano que em breve se iniciará é muito importante para o nosso país e principalmente para o futuro das nossas famílias. Não se deixem abater pelas maldades, perseverem apesar das traições, ainda que venham das pessoas mais próximas. Sigam em frente deixando de lado as decepções e creiam sempre que tudo, absolutamente tudo, está no comando do nosso amado Deus", afirmou.

A ex-primeira-dama não cita no vídeo nenhum dos enteados, incluindo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), indicado pelo pai para concorrer à Presidência, uma vez que Jair está preso e inelegível.

Nesta quinta-feira, Flávio leu uma carta assinada pelo pai, que está no hospital para fazer uma cirurgia, na qual o ex-presidente confirma a indicação do filho como pré-candidato.

No texto, o ex-presidente fala em "continuidade" e cita batalhas que estaria enfrentando, como mostrou a Folha. "Diante desse cenário de injustiça, e com o compromisso de não permitir que a vontade popular seja silenciada, tomo a decisão de indicar o Flávio Bolsonaro como pré-candidato à Presidência da República em 2026", diz Bolsonaro na carta.

A carta é tornada pública depois de o ex-presidente desmarcar uma entrevista ao portal Metrópoles, que aconteceria no dia 23 de dezembro, e na qual poderia reforçar o apoio a Flávio. Segundo a colunista Mônica Bergamo, a entrevista foi cancelada em razão de resistência no entorno do político, incluindo Michelle.

Ela e enteados vivenciaram recentemente celeuma pública diante de decisões do PL sobre as eleições de 2026, a exemplo da possibilidade de apoio a Ciro Gomes (PSDB) para concorrer ao governo do Ceará.

Jair Bolsonaro faz, nesta quinta, uma cirurgia para corrigir um quadro de hérnia inguinal, condição em que um tecido do abdômen incha e faz aparecer uma protuberância na região da virilha.

Por Ana Gabriela Oliveira Lima/Folhapress

Datafolha: 35% se identificam com direita e 22%, com esquerda

Pesquisa Datafolha mostra que 35% dos brasileiros se classificam como estando à direita e 22%, à esquerda. Com isso, são 57% aqueles que se identificam com as posições mais próximas aos polos do espectro político na população como um todo.

No levantamento realizado de 2 a 4 de dezembro, outros 7% se declararam de centro-esquerda, 17% de centro, 11% de centro-direita e 8% não souberam dizer.

Foram ouvidas 2.002 pessoas, com 16 anos ou mais, em 113 municípios do Brasil. A margem de erro dos dados gerais da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Em relação à posição política, foi solicitado aos entrevistados que eles se posicionassem numa escala de 1 a 7 —em que 1 correspondia à posição máxima à esquerda e 7, a máxima à direita.

Esta mesma pesquisa mostrou, por outro lado, predomínio de petistas sobre bolsonaristas, ainda que com pequena diferença.

Diante da pergunta para que os entrevistados se posicionassem numa escala de 1 a 5, onde 1 era bolsonarista e 5 petista, foram 34% os que se encaixaram como simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto 40% se classificaram como petista.

Outros 18% se posicionaram na faixa de neutros, 6% disseram não apoiar nenhum deles e 1% não soube responder.

Desde dezembro de 2022, o Datafolha vem alimentando a série histórica de posicionamento de petistas e bolsonaristas. Quem responde 1 ou 2 é classificado como bolsonarista, e quem aponta 4 ou 5 entra no rol do petismo. Aqueles que mencionam 3 são tratados como neutros. Os apoiadores de Lula foram maioria em 9 dos 11 levantamentos feitos até então.

Dentre os que têm menos escolaridade, são 41% os que se dizem de direita, enquanto 26% se dizem de esquerda e 8% de centro. Já entre os que concluíram o ensino médio, são 21% os que dizem de centro, quase o mesmo percentual entre os que têm ensino superior, de 20%.

Nos mais jovens, que têm de 16 a 24 anos, são 30% os que se posicionam ao centro, enquanto 26% se dizem de direita e 16% de esquerda. Já os que têm 60 anos ou mais, o cenário é bastante distinto: 9% se posicionam como sendo de centro, outros 42% se colocaram à direita e 25%, à esquerda.

No recorte por religião, 24% dos católicos se posicionam à esquerda, enquanto 16% dos evangélicos fazem o mesmo. Já os que se classificam à direita são, respectivamente, 36% e 42% para cada grupo.

A pesquisa mais recente foi realizada após a prisão e condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Nos meses anteriores, o ex-presidente foi para a prisão domiciliar por descumprir medidas cautelares e, antes mesmo de ser sentenciado para cumprir pena, foi preso preventivamente na PF em Brasília após tentar abrir a sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda.

Lula, por sua vez, lidera as pesquisas de intenções de votos para as eleições de 2026 tanto no primeiro quanto no segundo turno.

Entre os que se disseram de esquerda, 9% afirmaram ter votado em Bolsonaro na eleição de 2022. No grupo identificado com a direita, 22% declararam voto em Lula.

Já entre os bolsonaristas que afirmaram ter votado em Lula, o índice foi mais baixo, de 5%, assim como os petistas que declararam voto no ex-presidente, que foram 7%.

Por Folhapress

PF, em ação conjunta com PM e Secretaria de Segurança Pública, erradica plantação de maconha no Ceará

Fortaleza/CE. A Polícia Federal, com apoio da Polícia Militar do Ceará (BOPE, BEPI e ASINT) e do CIOPAER, erradicou, nesta quarta-feira (24/12), uma plantação de maconha com cerca de 10 a 15 mil pés nos municípios de Mulungu/CE e Pacoti/CE, região serrana do estado.
Toda a plantação foi localizada, cortada e incinerada no próprio local. A ação representa uma descoberta inédita na região, tradicionalmente fora do eixo de cultivo da droga no Ceará.

Durante a operação, foram encontrados indícios de um laboratório para extração de óleo de haxixe, um concentrado derivado da planta de cannabis com alto teor de THC. A PF reforça que operações de erradicação visam reduzir a oferta de entorpecentes no mercado consumidor e combater o crime organizado associado ao tráfico de drogas, contribuindo para a diminuição da violência e a desarticulação de redes criminosas.

Comunicação Social da Polícia Federal no Ceará

PF prende homem em flagrante com cerca de 80 cápsulas de cocaína engolidas, no Aeroporto do Galeão

Rio de Janeiro/RJ. Na noite de terça-feira, 23/12, a Polícia Federal prendeu em flagrante um homem que transportava cerca de 80 cápsulas de cocaínas ingeridas. A ação ocorreu no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.

O homem foi preso ao tentar embarcar em um voo com destino a Paris, capital da França.

Durante fiscalizações de rotina, policiais federais efetuaram prisão em flagrante após o preso confirmar a ingestão das cápsulas.

Sob a custódia da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (17º BPM), o homem foi encaminhado ao hospital em decorrência da ingestão dos entorpecentes e, até a manhã desta quarta-feira (24/12), já havia expelido 57 cápsulas.

O preso ficará hospitalizado até a completa eliminação do material, quando então será encaminhado ao sistema prisional do estado, onde permanecerá à disposição da Justiça. Ele responderá pela prática do crime de tráfico internacional de drogas.

Comunicação Social da Polícia Federal no Rio de Janeiro

PGR pede suspensão de acareação sobre Master, mas Toffoli mantém audiência

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli negou um pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, para suspender por tempo indeterminado uma acareação sobre a tentativa de venda do Banco Master. O magistrado deu a decisão no fim da noite desta quarta-feira (24), mantendo a audiência.

Toffoli havia convocado a acareação para confrontar versões de Daniel Vorcaro, dono do Master, Ailton de Aquino, diretor de Fiscalização do Banco Central, e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB (Banco de Brasília). A audiência está marcada para 30 de dezembro, às 14h, em pleno recesso do Judiciário.

Gonet pediu a suspensão da audiência com o argumento de que seria prematuro realizar a acareação nesse momento e que ainda não haveria contradições a serem esclarecidas neste momento. Toffoli, por sua vez, afirmou que já existem informações divergentes nos autos do inquérito.

Vorcaro, Aquino e Costa terão que dar esclarecimentos, numa mesma audiência, sobre o processo de venda do Master para o BRB e sua rejeição pelo BC.

A determinação de Toffoli provocou questionamentos, uma vez que foi feita sem um pedido anterior de investigadores, como a Polícia Federal.

A avaliação feita por integrantes do gabinete de Toffoli, porém, é que o Código de Processo Penal abre brechas para que juízes possam determinar a produção de provas e outras diligências de ofício, ou seja, sem a provocação da polícia ou do Ministério Público.

O ministro, de acordo com uma pessoa que discutiu com ele essa convocação, pretende usar a acareação para esclarecer em que momento foram descobertas as suspeitas de fraude, quem tomou conhecimento delas e quais providências foram tomadas ou deixaram de ser tomadas.

Um dos focos do processo será avaliar a atuação da cúpula do BRB diante dos indícios de fraudes que foram levantados ao longo da negociação, incluindo alertas emitidos pelo próprio Banco Central.

Outra frente será identificar as medidas tomadas pelo BC na fiscalização do mercado de títulos bancários e estabelecer eventuais responsáveis por falhas. Nenhum integrante do Banco Central é investigado no caso.

O Conselho de Administração do BRB aprovou a compra de 58% do Master em março deste ano, mas a operação acabou barrada pelo Banco Central em setembro.

A investigação da PF e do Ministério do Público Federal apontou que, antes mesmo da formalização do negócio, o Master teria forjado e vendido cerca de R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito consignado para o BRB (R$ 6,7 bilhões em contratos falsos e R$ 5,5 bilhões em prêmios, o valor que supostamente a carteira valeria, mais um bônus).

O repasse das carteiras acendeu o alerta no Banco Central pelo volume de recursos, pelo histórico de compras de cada instituição e pelas informações discrepantes apresentadas.

As diligências e medidas relacionadas à investigação contra Vorcaro e o banco privado são avaliadas por Toffoli desde 3 de dezembro. Um dia antes, o ministro impôs sigilo elevado a um pedido apresentado pela defesa do banqueiro, feito no fim de novembro, para levar as investigações sobre o empresário ao tribunal.

Apesar de ter determinado que o caso fosse remetido ao Supremo, Toffoli confirmou todas as decisões tomadas em primeira instância. Isso significa que as provas colhidas na operação estão válidas e que a Polícia Federal vai analisar o material obtido em quebras de sigilo.

Antes de o caso Master ser distribuído a Toffoli, o ministro viajou no dia 28 de novembro a Lima, no Peru, para a final da Copa Libertadores, em um jato particular ao lado de um dos advogados envolvidos.

O Banco Central decretou no dia 18 de novembro a liquidação do Banco Master. Na noite anterior, a Polícia Federal prendeu seu controlador, Daniel Vorcaro, quando ele se preparava para embarcar num voo para o exterior.

O banqueiro deixou o centro de detenção em Guarulhos no dia 29 de novembro, quando a desembargadora Solange Salgado, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), concedeu liminar em habeas corpus determinando sua soltura. Desde então, ele segue monitorado com o uso de tornozeleira eletrônica.

Por Folhapress

Lula apoia fim da escala 6x1 e leva bandeiras de 2026 à TV em pronunciamento de Natal

Petista exalta isenção do IR e exibe imagem com Trump, que já foi chamado de fascista por petistas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o fim da escala 6x1, sem redução de salário, no tradicional pronunciamento de Natal, nesta quarta-feira (24), e levou à rede nacional de rádio e televisão temas que devem compor o discurso da campanha petista para as eleições de 2026.

Em sua fala, que começou a ser transmitida às 20h30 e teve duração de pouco mais 6 minutos, Lula fez um balanço dos avanços obtidos pelo governo no ano, destacando a "vitória" obtida na negociação com o presidente Donald Trump sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos. Ao falar sobre o assunto, aparece a imagem de Lula dando um aperto de mão com o norte-americano — já chamado de fascista por petistas.

O chefe do Executivo também exaltou a ampliação da faixa de isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5.000 mensais, uma das principais bandeiras da campanha de Lula e aposta do governo para o pleito do próximo ano.

Lula também fez referência ao combate ao crime organizado em sua fala, apesar do tom otimista em seu discurso, o tema é um gargalo e desafio para a esquerda.

Outra bandeira que deve ser explorada na disputa eleitoral de 2026, o fim da escala 6x1 é uma pauta que tramita em mais de uma proposta no Congresso Nacional e tem apoio do Planalto. No discurso de Natal, Lula defendeu que o direito ao tempo é urgente e que não é justo ter apenas um dia de descanso como tempo livre.

"Nenhum direito é tão urgente, hoje, quanto o direito ao tempo. Não é justo que uma pessoa seja obrigada a trabalhar duro durante seis dias e que tenha apenas um dia para descansar o corpo e a cabeça, passear com a família, cuidar da casa, se divertir e acompanhar de perto o crescimento dos filhos", disse.

Em conversa com jornalistas, em dezembro, o presidente já havia declarado que o país estava pronto para encurtar a jornada de trabalho. Além de Lula, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), também afirmou que o tema "com certeza" será discutido em 2026.

Já o tema da segurança é uma das principais preocupações dos brasileiros, segundo o último Datafolha. A pauta promete ser central para as eleições de 2026 e se tornou alvo de embates políticos após a operação policial que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro, em outubro deste ano, sendo a mais letal da história.

Lula destacou a operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que mirou as relações entre o PCC (Primeiro Comando da Capital), postos de combustível e empresas da Faria Lima. A ação mirou cerca de 300 alvos e gerou ainda desdobramentos, em conjunto com órgãos estaduais e a Receita Federal.

"Neste ano, a Polícia Federal comandou a maior operação já feita contra o crime organizado. O combate às facções criminosas chegou pela primeira vez ao andar de cima, e nenhum dinheiro ou influência vai impedir a Polícia Federal de ir adiante", disse.

Sobre violência, Lula comentou também sobre os casos de feminicídio, que neste ano geraram protestos de mulheres em todo o país cobrando combate à violência contra a mulher. Na cidade de São Paulo, houve recorde de casos de feminicídio em 2025, com 53 ocorrências.

No pronunciamento, o presidente afirmou que vai liderar um esforço envolvendo ministérios e outras instituições para combater a violência de gênero. "Nós que somos homens devemos fazer um compromisso de alma. Em nome de tudo que é mais sagrado, seja um aliado", disse.

Ao longo de seu mandato, o presidente acumula deslizes e falas que foram criticadas por serem consideradas machistas. Em uma delas, ao condenar violência doméstica, falou em tom de piada que "se o cara for corintiano, tudo bem".

Lula também passou por temas que marcaram o país ao longo de 2025, como o tarifaço de Donald Trump. Em agosto, passou a vigorar uma sobretaxa de 50% a produtos brasileiros exportados aos EUA. Ao justificar a elevação das tarifas, o presidente americano criticou as decisões do STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por trama golpista.

Nos últimos meses, houve uma aproximação entre Trump e Lula depois de o republicano ter dito que havia tido "química" com o presidente brasileiro. Em novembro, o americano retirou tarifas de 40% sobre alguns produtos agrícolas vendidos pelo Brasil, como café e carne.

"Mostramos ao Brasil e ao mundo que somos do diálogo, da fraternidade e não fugimos da luta. Apostamos na diplomacia, protegemos nossas empresas, evitamos demissões", disse. "Nossa soberania e nossa democracia saíram vencedoras".

Com as negociações, o percentual de produtos sobretaxados caiu de 60% do total de exportações para os atuais 22%, segundo cálculo do governo brasileiro.

Ao falar do Brasil no cenário mundial, Lula exaltou a COP 30 realizada em Belém como tendo sido um sucesso. Ignorou com isso, porém, que o plano impulsionado por ele para reduzir o uso de combustíveis fósseis, por exemplo, ficou de fora do acordo da conferência sobre o clima.

No pronunciamento, Lula falou ainda da isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000 mensais.

"Para milhões de brasileiras e brasileiros, o último dia do ano também será o último dia com Imposto de Renda descontado no salário. A partir de janeiro, com o fim do IR, milhões de famílias terão um dinheiro extra todos os meses", declarou.

O projeto prevê também um desconto progressivo no IR para quem recebe entre R$ 5.000 e R$ 7.350 por mês, que será reduzido para contribuintes nesta última faixa. Para compensar a perda de receita com a isenção, a proposta cria um imposto mínimo de 10% sobre os super-ricos, grupo de 140 mil contribuintes com ganhos acima de R$ 600 mil por ano —ou R$ 50 mil por mês.
Por Luany Galdeano/Folhapress

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