Operação Primus II mira empresas usadas para ocultar recursos ilícitos

A segunda fase da Operação Primus II resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão em cinco endereços ligados a um grupo investigado por crimes contra a ordem tributária, nesta quarta-feira (17), nos municípios de Feira de Santana e Conceição do Jacuípe.

Em Feira de Santana, quatro mandados foram executados em imóveis localizados nos bairros SIM e Santo Antônio dos Prazeres. O quinto alvo foi cumprido no Centro de Conceição do Jacuípe. As ordens judiciais têm como foco a coleta de provas relacionadas a um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no ramo de combustíveis.

Durante as diligências, foram apreendidos nove aparelhos celulares, além de talões de cheque, documentos, pen drives, tablets e computadores, que serão submetidos à análise pericial para aprofundamento das investigações.

As apurações indicam que quatro pessoas utilizavam cerca de 14 empresas para ocultar a movimentação financeira e o real controle societário, por meio da interposição de terceiros, conhecidos como “laranjas”. Segundo a investigação, essas empresas eram utilizadas para dissimular a origem de recursos ilícitos, com indícios de sonegação fiscal estruturada e lavagem de dinheiro.
A ação integra investigação conduzida de forma conjunta pela Polícia Civil da Bahia, por meio do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco), e pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), que reúne representantes da Secretaria da Segurança Pública (SSP), da Secretaria da Fazenda (Sefaz), da Secretaria da Administração (Saeb), do Ministério Público da Bahia (MPBA), do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) e da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

As diligências estão em andamento para análise do material apreendido, aprofundamento das apurações fiscais e financeiras e identificação de outros possíveis envolvidos.

Histórico – Operação Primus

A primeira fase da Operação Primus desarticulou uma organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro, adulteração e comercialização irregular de combustíveis, com atuação em dezenas de municípios da Bahia e ramificações nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Na ocasião, foram cumpridas 74 medidas judiciais, sendo 62 mandados de busca e apreensão e 10 prisões. A operação resultou na denúncia de 15 investigados, na apreensão de 12 veículos e na autorização judicial para o bloqueio e sequestro de mais de R$ 6,5 bilhões em bens, além da manutenção das prisões preventivas.

Fonte
Pedro Moraes / Ascom-PCBA

CCJ do Senado aprova redução de penas para Bolsonaro e 8/1, e proposta vai ao plenário

Aliados de Lula se ausentaram em momentos decisivos da discussão na comissão

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou nesta quarta-feira (17) o projeto que reduz penas dos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 e beneficia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A proposta avançou contra a vontade do governo Lula, que não queria uma alteração nessas regras. Ainda assim, houve pouca resistência dos aliados do presidente da República na reunião do colegiado. Ele tem dito que vetará a proposta toda.

O placar na CCJ foi de 17 votos a favor da proposta e 7 votos contra.

A redução das penas era discutida havia meses no Congresso, mas não era votada porque os setores bolsonaristas insistiam em uma anistia total aos condenados. A proposta só andou depois de esses grupos flexibilizarem a demanda e aceitarem apoiar uma redução nas penas.

"Não é o que queríamos, mas, no jogo de relação de forças, era o possível", disse o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN).

O projeto ainda precisa ser deliberado pelo plenário do Senado antes de ir à sanção ou voltar à Câmara, dependendo da forma como eventualmente for aprovado. Os deputados votaram a proposta na última semana.

O plenário do Senado poderá votar a proposta ainda nesta quarta.

A deliberação da CCJ incluiu um movimento que reduz as chances de a proposta ser enviada de volta à Câmara.

Se entrar em vigor na forma como a comissão o aprovou, o projeto poderá, em tese, reduzir o tempo que Bolsonaro passará no regime fechado de cumprimento de pena dos atuais 6 a 8 anos para algo entre 2 anos e 4 meses e 4 anos e 2 meses, dependendo da interpretação. A condenação total foi a 27 anos e 3 meses de reclusão.

Senadores constataram, ao longo da tramitação, que o projeto aprovado pela Câmara abria margem para condenados por crimes diferentes daqueles relacionados ao 8 de janeiro também serem beneficiados.

O relator da proposta na CCJ, Esperidião Amin (PP-SC), fez uma alteração para fechar essa brecha, a partir de emenda proposta pelo senador Sergio Moro (União Brasil-PR).

Amin argumentou que se tratava de um ajuste redacional. Essa tecnicalidade é importante porque ajustes de redação não forçam projetos a voltar para a Câmara.

Já senadores governistas afirmam que a alteração configura mudança de mérito, o que faria o texto ser enviado de volta para os deputados.

Se a visão dos governistas prevalecesse, o projeto provavelmente não terminaria sua tramitação no Congresso neste ano –mas não foi o que aconteceu.

Ausência de aliados de Lula

A CCJ fez uma votação separada na qual decidiu classificar a mudança no texto como de redação e não de mérito. Havia poucos aliados de Lula na sala no momento dessa votação, o que facilitou a vitória da oposição.

O presidente da comissão, Otto Alencar (PSD-BA), é governista e reclamou da ausência dos aliados de Lula durante a reunião. Ele era crítico ao projeto, mas não se colocou contra a maioria dos integrantes do colegiado, que eram favoráveis.

"Eu estou vendo os líderes todos da oposição presentes. E não estou vendo líder do governo presente para defender comigo essa causa", disse ele.

Os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), estavam em reunião ministerial promovida por Lula nesta quarta. O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), participou remotamente da reunião da CCJ, sem comparecimento presencial.

A proposta havia perdido força no Senado nos últimos dias, mas recuperou tração nesta manhã. O ex-presidente da Casa Rodrigo Pacheco (PSD-MG) fez um discurso a favor do texto na CCJ, reduzindo o espaço para senadores se colocarem contra.

A posição de Pacheco sobre o tema tem influência nos demais senadores porque ele comandava a Casa no início de 2023. Ele participou da resposta dos Poderes aos ataques e, à época, ficou politicamente exposto por isso.

O senador também é um dos aliados mais próximos do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A avaliação geral da Casa é de que os dois agem em conjunto na maior parte do tempo, o que aumenta o poder dos discursos de Pacheco.

A outra aposta de governistas para adiar a votação do projeto era um pedido de vista (mais tempo para analisar) que impedisse a deliberação nesta semana. Como o recesso do Legislativo começa na semana que vem, esse adiamento levaria o projeto a ser votado só em 2026.

Otto Alencar, porém, decidiu que o prazo seria de apenas quatro horas. Assim, a discussão no colegiado começou pela manhã e terminou no meio da tarde.
Por Caio Spechoto/Folhapress

Auditoria do TCE-BA constata que, sem manutenção regular, 44 pontes da Bahia apresentam falhas

Auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA) avaliou a situação de 44 pontes da rede rodoviária estadual, sob responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra), em diferentes regiões da Bahia, entre janeiro e outubro de 2025. O levantamento incluiu inspeções visuais e uso de drones para alcançar áreas de difícil acesso.

De acordo com o relatório, 43,18% das pontes estão em bom estado, 4,55% em situação razoável, 40,91% em estado ruim e 11,36% em situação grave, exigindo avaliações mais detalhadas para verificar a segurança e o funcionamento das estruturas.

Os problemas mais críticos foram registrados na BA-663, sobre o Rio Cachoeira, e na BA-026, nas proximidades de Nova Itarana. O relatório recomenda adoção imediata de medidas corretivas, criação de rotinas de inspeção e padronização da manutenção.

RECORRÊNCIA DE PROBLEMAS
Durante as vistorias, a equipe identificou problemas recorrentes, como deficiência de sinalização, fissuras e trincas, danos em guarda-corpos, buracos no pavimento e ausência de passagem adequada para pedestres. Embora a maioria das falhas não indique risco imediato de desabamento, o TCE/BA alerta que a falta de manutenção pode acelerar o desgaste e comprometer a segurança viária.

A auditoria apontou que não existem regras claras nem rotinas regulares para a inspeção e a manutenção das pontes. Também não foram encontrados critérios padronizados para avaliar as condições das estruturas, o que contraria normas técnicas nacionais usadas como referência no trabalho.

Além disso, não foram apresentados planos de manutenção preventiva e corretiva com prazos definidos, registros das intervenções realizadas e identificação dos responsáveis técnicos. Segundo o relatório, essa falta de organização dificulta o planejamento e o acompanhamento das ações de conservação das pontes.

Ao final do trabalho, a Auditoria recomendou a adoção de medidas imediatas para corrigir as falhas encontradas, a criação de um sistema para acompanhar a situação das pontes e a elaboração de um plano de ação. O relatório também sugere a padronização das inspeções e da manutenção. O processo segue agora para sorteio do conselheiro relator e, em seguida, irá para julgamento do Tribunal Pleno.

MGB destaca a atuação dos museólogos em 4 programas que popularizam as geociências

 Entre janeiro e novembro de 2025, o museu recebeu 35.318 visitantes mais de 200 instituições foram contempladas

Nesta quinta-feira (18) é celebrado o Dia do Museólogo. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do Estado e o Museu Geológico da Bahia destacam o papel desses profissionais como verdadeiros guardiões do patrimônio material e imaterial. Graças ao empenho dessa equipe, as ações voltadas à popularização das Geociências têm alcançado resultados expressivos. Entre janeiro e novembro de 2025, os programas de Visitação Espontânea (PVE), Museu, Escola e Comunidade (PMEC), Exposição Itinerante (PEI) e Pesquisa (PESQ) atenderam 35.318 visitantes e alcançaram mais de 200 instituições da rede pública, particular e filantrópica.
A museóloga Elizandra Pinheiro, que trabalha há mais de 15 anos na área e é coordenadora técnica do MGB, ressalta a importância do profissional de museologia. “Os museólogos desenvolvem todas as atividades concernentes ao funcionamento dos museus, assim atua na pesquisa, projeto, exposição, documentação, tombamentos de patrimônio, preservação, divulgação de acervo e consultoria na área. Em cada programa do MGB é perceptível a presença desse profissional na democratização do acesso ao patrimônio cultural e natural, tornando a geociência acessível à sociedade”, declara.

O programa de Visitação Espontânea oferece uma viagem no tempo geológico por meio das 15 exposições temáticas do museu, localizado no Corredor da Vitória, onde o visitante aprende de forma prazerosa e didática. Já o Programa Museu, Escola e Comunidade consiste em realizar visitas guiadas e exibições de filmes pedagógicos, criando uma experiência educativa-cultural. Aqui o especialista é responsável por traduzir conceitos complexos de geociências para crianças, jovens e adultos, com foco em despertar o interesse dos estudantes pela área.

Nas exposições itinerantes, o museu vai o público, circulando por escolas, cidades do interior, centros culturais e outros locais que, muitas vezes, não teriam acesso. O objetivo da ação é estimular a mentalidade científica do cidadão, aproximando as pessoas das informações sobre os recursos minerais baianos. Além disso, os profissionais preparam as peças, amostras de pedras preciosas, fósseis, rochas, meteoritos e maquetes para serem transportadas com segurança, adaptam a exposição para diferentes espaços e garantem a conservação durante a montagem.

A pesquisa também é referência no museu, os projetos de cunho científico são desenvolvidos em parceria com as instituições de ensino e pesquisa, como a Universidade Federal da Bahia (UFBA). O museólogo ajuda na identificação, classificação e catalogação dos objetos das coleções do acervo. Disponibiliza laboratórios e materiais para profissionais da área, apoiando estudantes, pesquisadores e professores de administrações públicas ou privadas. Além de, atender ao cidadão na análise de rochas e minerais. “Assim, ao longo dos 50 anos do MGB, a atuação dos museólogos contribui para a democratização das geociências e da valorização do patrimônio geológico da Bahia, por meio de exposições, ações de pesquisa geocientíficas e atividades educativas”, finaliza Elizandra.

Ascom/SDE

Operação é deflagrada contra grupo envolvido em fraudes fiscais no setor de combustíveis

A Força-Tarefa de combate à sonegação fiscal na Bahia deflagrou na manhã de hoje, dia 17, a ‘Operação Primus II - Fase Deuteros”, que investiga a prática de sonegação fiscal por empresário do setor de combustíveis denunciado por crimes contra a ordem econômica. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de Feira de Santana e Conceição do Jacuípe. Esta fase está concentrada na investigação da participação de quatro pessoas, identificadas como possíveis “testas de ferro”, utilizadas para ocultar o real controle de aproximadamente 14 empresas integrantes do esquema criminoso e que teriam participado da sonegação de um valor inicialmente apurado em cerca de R$ 4 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Uma contadora que atuou na escrituração de algumas das empresas também foi alvo de busca.

O empresário foi denunciado à Justiça, em novembro, pela prática de organização criminosa envolvida com lavagem de dinheiro, adulteração e comercialização irregular de combustíveis. Segundo as investigações, o grupo criminoso atua por meio de diversas manobras para sonegar o ICMS, a exemplo da interposição fictícia de sócios e administradores.

Nesta segunda fase, as investigações da Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Infip), do Ministério Público do Estado e da Polícia Civil, na Bahia, identificaram a constituição fraudulenta de empresas vinculadas entre si, mediante interpostas pessoas, com a intenção de esconder o real proprietário e adiar o devido pagamento do ICMS por tempo indeterminado, sem qualquer intenção de saldá-lo. Isso, registra a Força-Tarefa, gerou um ganho ilícito ainda incalculável e que pode ser ainda muito maior do que o já apurado em prejuízo ao erário do Estado da Bahia.

A Força-Tarefa investiga, ainda, a estruturação de um esquema de lavagem de dinheiro da atividade ilícita através da abertura de novas empresas em nome de laranjas. Foram bloqueados bens de cinco pessoas físicas e três pessoas jurídicas. A operação contou com a participação de seis promotores de Justiça, 12 delegados de Polícia, 48 policiais do Necot/Draco, dois servidores do Fisco Estadual, seis servidores do MPBA e dois policiais da Companhia Independente de Polícia Fazendária (Cipfaz).

A Primeira Fase da operação Primus foi deflagrada em 16 de outubro pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil (Draco-LD). Foi desarticulada uma organização criminosa com atuação em dezenas de cidades da Bahia e ramificações nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Na ocasião, foram cumpridas 74 medidas judiciais, sendo 62 mandados de busca e apreensão e dez prisões, apreendidas armas de fogo, munições, veículos de luxo e equipamentos utilizados por criminosos. No dia 10 de novembro, o Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal do Ministério Público do Estado da Bahia (Gaesf) denunciou e requereu a manutenção da prisão preventiva de 15 pessoas que atuavam como braço financeiro e logístico da Orcrim, utilizando postos de combustíveis e empresas de transporte para lavar dinheiro proveniente do tráfico e de outras atividades ilícitas. Além disso a operação resultou na autorização judicial para o bloqueio e sequestro de mais de R$ 6,5 bilhões em bens.

A Força-Tarefa de combate à sonegação fiscal é composta pelo Grupo Especial de Combate à Sonegação Fiscal do MPBA (Gaesf), Inspetoria Fazendária de Inteligência e Pesquisa da Sefaz (Infip) e pelo Núcleo Especializado no combate aos Crimes Econômicos e contra a Ordem Tributária (Necot/Draco), da Polícia Civil da Bahia.

PSD define candidato ao TCU e avança contra acordo de Motta com o PT

A bancada do PSD na Câmara dos Deputados decidiu nesta terça-feira (16) apoiar a candidatura do deputado Hugo Leal (PSD-RJ) para a vaga que será aberta no TCU (Tribunal de Contas da União) em fevereiro de 2026 com a aposentadoria do ministro Aroldo Cedraz.

Com a escolha, a sigla atrapalha o acordo feito entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL), para eleger um deputado petista para o cargo. O favorito é Odair Cunha (MG), ex-líder do PT e considerado da ala mais pragmática do partido.

Leal é o primeiro candidato formalmente lançado contra a candidatura de Cunha. O União Brasil também discute apoiar um deputado do partido, mas está dividido entre Danilo Forte (CE) –que pressiona a bancada a realizar uma reunião o quanto antes para decidir– e Elmar Nascimento (BA).

Os petistas fizeram um acordo com Motta e Lira para que eles ajudassem a eleger um candidato do partido. Em troca, apoiaram a candidatura do atual presidente da Câmara –que hoje vive atritos com a bancada e o governo Lula (PT). O alagoano confirmou o acerto em entrevista à Folha na época da eleição.

A cadeira de ministro do TCU é cobiçada em razão do papel na decisão de contratos e licitações do governo, além da fiscalização sobre gastos dos Poderes. O posto também garante salário vitalício para o escolhido.

O PT tentava antecipar a votação e realizar a eleição ainda em 2025, para evitar que o tema fosse contaminado pelo debate eleitoral, quando a maioria dos deputados tende a concorrer contra o governo Lula (PT). A escolha, no entanto, ficará para o próximo ano.

Motta decidiu que as sessões desta semana, a última antes do recesso, serão com votação e registro de presença pelo celular, sem a necessidade de que os deputados estejam em Brasília. A eleição para o TCU, contudo, só pode ocorrer em sessões presenciais, com registro do voto secreto em cabines instaladas no plenário. Vence aquele mais votado em turno único.

Petistas e líderes do centrão dizem que, por ora, o acerto está mantido. Parlamentares ouvidos pela reportagem, no entanto, afirmam que a grande insatisfação dos deputados com o PT e com o Palácio do Planalto pode prejudicar ou até mesmo inviabilizar o acordo.

Um grupo de petistas e deputados do centrão se reúne periodicamente para tratar de temas políticos, entre eles a indicação ao TCU. Há hoje, de acordo com integrantes deste grupo, apoio suficiente para eleger o petista, com cerca de 270 votos.

Os adversários, porém, afirmam que o clima de antipetismo no plenário é mais forte e que o acordo com as cúpulas dos partidos não será suficiente para garantir os votos. A maioria dos deputados é de centro-direita e direita, o que favoreceria os demais candidatos, na avaliação deles.

A derrota do candidato petista pode esgarçar ainda mais a relação do PT com Motta, já contestada. Na semana passada, o líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que o presidente da Casa "está perdendo as condições de continuar" no cargo, por causa da votação do projeto que busca reduzir o tempo de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros condenados pela trama golpista.

Já Motta rompeu com Lindbergh em novembro, após críticas sobre a condução do PL antifacção enviado pelo presidente Lula. Apesar dos atritos, integrantes do PT cobram que o acordo sobre o TCU seja mantido.
Por Raphael Di Cunto/Folhapress
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Manifesto por código de conduta no STF atrai empresários e expoentes da sociedade civil

Iniciativa tem mais de 200 nomes subscritos, que pedem transparência sobre limites éticos que devem orientar magistrados


Um manifesto assinado por mais de 200 pessoas, incluindo empresários, economistas e outros nomes de segmentos diversos da sociedade civil, pede que o STF (Supremo Tribunal Federal) adote um código de conduta para os ministros da corte.


O documento, aberto para assinaturas na internet, cita a preocupação "com as notícias recorrentes e cada vez mais graves sobre práticas incompatíveis com a postura de independência, sobriedade e imparcialidade que se espera da Justiça". Ele foi publicado nesta terça (16) como informe publicitário na versão impressa de alguns jornais do país.

Assinam nomes como Arminio Fraga, economista e ex-presidente do Banco Central, João Amoêdo, um dos fundadores e ex-presidente do Partido Novo, e Antonio Luiz Seabra, fundador da Natura. Acadêmicos também endossam a iniciativa, como Pablo Ortellado, professor de gestão de políticas públicas da USP, e Hélio Zylberstajn, da faculdade de economia da mesma instituição.

Ainda fazem parte da lista, dentre outros, Ivo Herzog (filho de jornalista Vladimir Herzog, assassinado pela ditadura militar), o climatologista Carlos Nobre, o empresário Oded Grajew, a economista Ana Carla Abrão, o professor de economia da USP Ricardo Abramovay e o ex-ministro da Educação Cristovam Buarque.

Participantes do manifesto ouvidos pela reportagem evitaram indicar lideranças no grupo —há preocupação em reforçar a iniciativa como ação coletiva espontânea.

O documento cita a necessidade de transparência "sobre os limites éticos que devem orientar magistrados" como condição para a preservação da autoridade moral e credibilidade do Judiciário.

"Manifestamos, portanto, nosso apoio integral ao esforço de adoção de um código de conduta, uma medida compatível com a prática de países desenvolvidos ao redor do mundo. Um passo oportuno, salutar e urgente para resgatar a imagem de excelência que deve caracterizar o Supremo Tribunal Federal e orientar o serviço da Justiça em todo o país".

A manifestação se dá em momento no qual o presidente da corte, Edson Fachin, considera a elaboração de um código para o Supremo. A ideia, entretanto, sofre resistência de parte dos ministros.

Magistrados do STF já falaram publicamente contra esse tipo de iniciativa. Em junho de 2024, Alexandre de Moraes afirmou ao jornal Folha de S.Paulo não haver "a mínima necessidade [de um código de ética], porque os ministros do Supremo já se pautam pela conduta ética que a Constituição determina".

A pressão por um código de ética aumentou depois de alguns casos recentes envolvendo ministros.

Em um deles, Dias Toffoli viajou a Lima, no Peru, durante a final da Taça Libertadores, em um jato particular ao lado de um dos advogados envolvidos no caso Master, cujas investigações estão sob a supervisão do magistrado. A viagem ocorreu no final de novembro.

Outro caso, divulgado pelo jornal O Globo, girou em torno de Moraes. O jornal revelou que o Banco Master contratou o escritório de familiares do magistrado por R$ 3,6 milhões mensais para auxiliar na defesa dos interesses da instituição.

Em outubro, um grupo de 25 especialistas subscreveu um documento entregue a Fachin pedindo um código de ética.

Nessa iniciativa, corroborada por nomes como Miguel Reale Júnior e José Eduardo Cardozo, ex-ministros da Justiça, e Antonio Cezar Peluso, ex-ministro do Supremo, os especialistas pediam mudanças na corte, como o fortalecimento da colegialidade, e a adoção de um código de conduta.

"Em tempos de crescente regressão democrática, é fundamental que todos os esforços sejam feitos para reforçar a autoridade institucional dos tribunais constitucionais, de forma que possam cumprir a sua missão precípua de proteger os direitos fundamentais, assim como as regras do jogo democrático", apontaram no texto.

Por Folhapress
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Brasil desbanca Estados Unidos pela 1ª vez e vira líder mundial na produção de carne bovina

                                  Previsão para 2026 é de empate entre os dois maiores produtores

Pela primeira vez, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos em produção de carne bovina. Agora, além de maior exportador, o país é também o principal produtor mundial. Os dados são do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Há quatro anos, a produção norte-americana superava em 31% a brasileira. O mercado de carne bovina tem sido surpreendido por variantes pouco imagináveis. No início deste ano, previa-se uma queda na produção brasileira, o que não se confirmou. Pelos dados do Usda, não muito diferentes dos de instituições brasileiras, a produção de 2025 subiu para 12,35 milhões de toneladas, número que, se confirmado, superará em 4% o volume de 2024.

Discutiu-se muito o abate de fêmeas, dentro da composição total da oferta de carne neste ano, mas o país chega ao final do ano com recorde no rendimento de carcaça. Em setembro, o macho abatido atingiu, em média, 303 kg, o que ajudou o país a superar a produção mensal de 1 milhão de toneladas de carne bovina. Quanto mais peso por animal, maior a produção.

Maurício Nogueira, da Athenagro, consultoria especializada no setor, e responsável por esses dados, afirma que esse aumento do peso do boi é reflexo de maior uso de tecnologia no campo, principalmente na alimentação do gado. A Athenagro levou em consideração os abates com inspeção municipal, estadual e federal para chegar ao peso médio recorde da carcaça do boi em setembro.

A produção americana de carne bovina recua para 11,81 milhões neste ano, nas estimativas do Usda, 4% a menos do que a de 2024. Rebanho no menor patamar desde a década de 1970, efeitos climáticos e elevação de custos da produção têm sido alguns dos principais problemas vividos pela pecuária bovina dos Estados Unidos.

Para o próximo ano, o Usda prevê queda tanto na produção do Brasil como na dos Estados Unidos. Ambos produzirão 11,7 milhões de toneladas. Outros líderes em produção, como Austrália, China e União Europeia também produzirão menos, enquanto México e Índia colocarão mais carne no mercado.

Nogueira, que, no início do ano, não acreditava na queda de produção brasileira em 2025, contrariando boa parte do mercado que apostava na redução, também não vê a retração de 5% prevista pelo Usda para 2026. Na avaliação dele, a produção poderá ficar estável, podendo até atingir leve aumento. No mercado, há apostas de queda de 4% a 9%. O país ainda tem muito espaço para crescer no rendimento da carcaça. Além disso, os preços estão melhorando há 18 meses, o que incentiva o pecuarista a produzir, afirma ele.

Pelos números de Nogueira, só com a manutenção da estabilidade de produção, o Brasil voltaria a superar os Estados Unidos em 2026. A manutenção ou até aumento de produção nacional colocará o país em uma melhor posição no mercado exportador, uma vez que o Usda estima que, após cinco anos, as exportações mundiais terão a primeira queda em volume no próximo ano. Em 2024, as exportações mundiais subiram 8%, voltando a crescer 5% neste ano. Em 2026, devem recuar 1%, conforme estimativas do Usda.

Nas contas do órgão norte-americano, a produção mundial de carne bovina deste ano sobe para o recorde de 61,9 milhões de toneladas, com exportações de 13,7 milhões. Em 2026, a produção recua para 61 milhões, e as exportações caem para 13,5 milhões.

Eventual aumento de preços e substituição da carne bovina por outra proteína de custo menor farão com que o consumo mundial de carne bovina tenha queda de 1% no próximo ano, recuando para 59,5 milhões. Já o consumo de carne de frango, ocuparia parte desse mercado, uma vez que as exportações previstas serão de 14,7 milhões de toneladas, 3,3% a mais do que neste ano.

O cenário para a produção de carnes nos próximos anos favorece o Brasil. Além de abertura de novos mercados em todos os segmentos, o país tem competitividade maior na produção. O fator doença também pesa, uma vez que o país está livre de gripe aviária, peste suína africana e língua azul.

No quesito produtividade, Nogueira diz que um dos pontos fortes da pecuária do Brasil é a produção de bezerros. O país tem escala, e o custo é mais barato do que em outros países fortes na pecuária bovina.

Por Mauro Zafalon/Folhapress
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Formatura da EJA celebra conclusão do ensino médio de 293 estudantes da rede estadual de ensino

“Voltar para a escola depois de tantos anos foi um desafio, mas hoje eu provo que nunca é tarde para recomeçar”, declarou o comerciante, de 78 anos, Pedro Santos Santana, durante a solenidade da Formatura Unificada da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Ensino Médio, realizada nesta terça-feira (16), no Hotel Fiesta, em Salvador.

 As palavras, carregadas de emoção e orgulho, traduzem as muitas histórias de superação vividas pelos estudantes que participaram da cerimônia, que marcou a conclusão de uma etapa fundamental na vida de 293 alunos concluintes pela rede estadual de ensino.
A secretária da Educação do Estado, Rowenna Brito, destacou o caráter histórico da iniciativa e o compromisso do Governo do Estado com uma educação democrática e inclusiva. “É mais um dia histórico da educação da Bahia. Estamos dando visibilidade a pessoas que, ao longo da vida, foram invisibilizadas, seja por questões sociais, preconceito ou machismo. Aqui na Bahia, respeitamos o tempo das pessoas e valorizamos suas trajetórias”, afirmou.
O evento foi mais que um ato formal reunindo estudantes do ensino médio de diferentes escolas de Salvador. Participaram da solenidade concluintes do Colégio Estadual de Tempo Integral Manoel Devoto, Colégio Estadual Sara Violeta de Mello Kertesz, Colégio Central da Bahia, Colégio Estadual de Tempo Integral Professor Pedro Paulo Marques e Marques, Colégio Estadual de Tempo Integral Duque de Caxias, Colégio Estadual de Tempo Integral Edgar Santos, Colégio Estadual Clarice Santiago dos Santos, Colégio Estadual Thales de Azevedo e Colégio Estadual de Tempo Integral Nelson Mandela.
Jovens, adultos e idosos que, ao retomarem os estudos, transformaram suas trajetórias e reafirmaram, por meio da educação, a possibilidade de novos recomeços. “Estou muito feliz. Jamais imaginei chegar até aqui e, graças a minha família, eu consegui. E não pretendo parar, pois quero fazer uma faculdade. Tenho sonho de me tornar psicóloga”, completou a auxiliar administrativo, Maria de Lourdes.

Mais do que celebrar conquistas individuais, a formatura reafirmou a Educação de Jovens e Adultos como uma política pública estruturante, essencial para garantir o direito à educação ao longo da vida. A iniciativa fortalece a identidade da EJA como espaço de acolhimento, pertencimento e dignidade, reconhecendo a diversidade de trajetórias e tempos de aprendizagem.

“São histórias de superação que mostram a força transformadora da educação, como mulheres que retornam aos estudos após décadas e pessoas com mais de 80 anos concluindo o ensino médio. O papel do Estado é estar presente, garantindo infraestrutura, programas e projetos que assegurem uma educação pública de qualidade, inclusiva e que valorize cada sujeito em sua diversidade”, completou Rowenna Brito.

Sobre a EJA
Atualmente, a Bahia conta com 984 unidades escolares e anexos que ofertam a modalidade EJA Ensino Médio em 409 municípios, alcançando milhares de estudantes. Somente neste ano, 44.702 concluintes da EJA em todo o estado celebrarão a conclusão do ensino médio. As demais escolas da capital, da Região Metropolitana de Salvador e do interior realizarão suas cerimônias na próxima sexta-feira (19), juntamente com as formaturas do ensino médio regular.

Repórter: Joci Santana/GOVBA
Fotos: Wuiga Rubini/GOVBA

 

Ouvidoria Municipal tem cumprido sua função social em Ipiaú

Instalada no dia 21 de outubro deste ano , a Ouvidoria Geral Municipal de Ipiaú apresenta um balanço positivo de sua atuação. Foram mais de 200 atendimentos em menos de três meses de atuação.

A estatística revela a importância do órgão como canal de comunicação entre a população e a administração pública, contribuindo para a transparência, o controle social e a melhoria da qualidade dos serviços públicos..

A maior parte das escutas vem ocorrendo na forma presencial e as respostas tem sido com a maior celeridade possível, embora o ente publico tenha um prazo de até 30 dias para atendê-las efetivamente.
A Ouvidoria tem a missão de acolher sugestões, solicitações, elogios, reclamações e denúncias que contribuam para o aprimoramento da gestão pública. Por meio de um trabalho transparente, o órgão tem a missão de auxiliar na construção de uma cidade mais justa, democrática e eficiente

Ao identificar falhas, propor melhorias nos serviços, promover a transparência e fortalecer a confiança entre a sociedade e o governo, a Prefeitura de Ipiaú reafirma o compromisso com a participação popular e a boa governança.

O conceito central — “Sua Voz Constrói Ipiaú” — posiciona o cidadão como agente de transformação, alguém que participa diretamente da construção da cidade, não apenas por meio de ações, mas também pela expressão de suas ideias, críticas e sugestões.

A prefeita Laryssa Dias garante que a ouvidoria vem reforçar sua proposta de uma gestão transparente e democrática.

“Ao utilizar o órgão a população contribui ativamente para o desenvolvimento de Ipiaú. As informações apresentadas possibilitam à Prefeitura oportunidades para identificar as necessidades da população e adotar medidas que promovam o bem-estar coletivo”, comentou a prefeita. (José Américo Castro/Decom-PMI).

Com medo de perder Coronel, governo oferta 'pacotaço' que inclui vaga de vice a um filho do senador e presidência da Assembleia a outro

Foto: Andressa Anholete/Agência Senado/Arquivo
Com medo de perder o apoio do senador Angelo Coronel (PSD) à reeleição de Jerônimo Rodrigues (PT) por causa da exclusão de seu nome da chapa governista, a articulação política do governador tenta reacomodá-lo por meio de um pacote de compensações que inclui da oferta da vaga de vice a seu filho Diego Coronel (PSD), hoje deputado federal, a outros cargos eletivos no grupo.

Retomando uma ideia que havia sido lançada ainda no ano passado (link), quando a discussão sobre a montagem da chapa do governo se iniciou pela primeira vez, o plano seria substituir Diego pelo senador na corrida à Câmara dos Deputados e assegurar a reeleição de Angelo Coronel Filho (PSD) a deputado estadual, apoiando-o, em seguida, na eleição para a presidência da Casa.

O PT, partido do governador, trata como fato consumado a substituição de Coronel em uma das duas vagas para o Senado na chapa de Jerônimo pelo nome do ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), desde que o senador Otto Alencar, que controla o PSD, resolveu indicar o filho, o deputado federal Otto Filho (PSD), para o cargo de conselheiro Tribunal de Contas do Estado.

Nos meios políticos, a negociação foi vista como uma declaração clara de adesão de Otto ao projeto de reeleição de Jerônimo que desprezou os planos do amigo e correligionário de forçar sua manutenção na chapa como candidato à reeleição ao Senado. "Otto tratou de resolver seu problema deixando Coronel para trás", disse sob sigilo uma fonte do governo ao comentar a operação.

Por este motivo, Coronel admitiu hoje com exclusividade a este Política Livre (link) que pode, inclusive, concorrer à reeleição de forma avulsa, o que facilitaria uma aliança informal com o candidato a governador das oposições, ACM Neto (União Brasil), num processo que pode acabar atrapalhando os planos de reeleição especialmente de Jaques Wagner (PT), considerado o mais fraco dos candidatos a senador na chapa governista.

“Não posso ficar com quem não me quiser”, resumiu Coronel, ao comentar a possibilidade de concorrer de forma 'desgarrada'. Segundo aliados do senador, ele também não aceita o "pacotaço" que a articulação política do governo tem ofertado, sob o argumento de que a candidatura à reeleição não lhe pertence, mas aos prefeitos da Bahia, aos quais tem dedicado o mandato de senador.

Por causa da relação com os prefeitos, o senador tem dito que não sai com menos de 25% das eleições do ano que vem, motivo também porque não aceita discutir a proposta de compensação que o governo tem feito a ele. O risco de que atrapalhe a reeleição de Wagner é um dos motivos porque o governo tenta manter o senador na base, apesar de ter tirado o direito à reeleição no grupo.

Turma do STF decide por unanimidade condenar Silvinei, Filipe Martins e mais três pela trama golpista

Votaram o relator, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio DinoA Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu por unanimidade condenar o ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques e outros quatro réus em julgamento de um dos núcleos da trama golpista.

Os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino se manifestaram nesse sentido.

Os magistrados também se posicionaram pela condenação de Filipe Martins (ex-assessor internacional da Presidência), Marcelo Costa Câmara (ex-assessor da Presidência), Marília Ferreira (ex-integrante do Ministério da Justiça) e Mário Fernandes (general da reserva e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência).

Por outro lado, os ministros votaram para absolver Fernando de Souza Oliveira (ex-integrante do Ministério da Justiça) por falta de provas. Ainda, também entenderam que Marília deve ser condenada apenas por parte dos crimes imputados pela acusação e por desconsiderar a participação dela nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Esses réus estão no núcleo da trama golpista que envolve integrantes do governo Jair Bolsonaro que tinham cargos estratégicos e, segundo a PGR, articularam medidas para viabilizar um golpe de Estado.

O caso está sob análise da Primeira Turma do Supremo.

As denúncias contra o núcleo julgado são por cinco crimes: tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.

Contra Marília, Moraes se manifestou apenas para condená-la por tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e organização criminosa armada.

Ao votar, Moraes afirmou que o segundo turno das eleições de 2022 foi "um dos momentos mais vexatórios de uma instituição respeitada como a Polícia Rodoviária Federal" e que a maioria dos policiais não concordava com um diretor que participava de atividades políticas ao lado de Bolsonaro.

O magistrado mencionou em seu voto a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República) de que o Ministério da Justiça elaborou um plano para dificultar que eleitores de Lula (PT) chegassem aos seus locais de votação, com a concentração de blitze policiais em cidades onde o petista havia conseguido votação mais expressiva no primeiro turno.

Segundo Moraes, as provas mostram que havia, no núcleo julgado, "um discurso salvacionista, mas de salvar o povo de votar nas eleições e o povo escolher democraticamente os seus líderes". "É um salvacionismo megalomaníaco", disse.

O relator do processo era presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) à época. Segundo ele, no período, "havia toda indicação de que, no caso de qualquer operação que fosse realizada para obstaculizar o acesso do eleitor às urnas, isso seria considerado um crime contra a democracia".

Moraes disse que, no domingo do segundo turno, o TSE foi surpreendido com as imagens nas redes sociais e em reportagens que mostravam bloqueios em redutos de eleitores de Lula.

Além das blitze da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições de 2022, o julgamento também trata do ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins, acusado de ter apresentado a primeira versão da minuta golpista.

O documento continha uma série de "considerandos", como um fundamento técnico e jurídico para a ação. Segundo a denúncia, Bolsonaro pediu edições no texto e, em seguida, apresentou a proposta aos chefes das Forças Armadas.

O ex-presidente afirmou ao Supremo, no entanto, nunca ter tido contato com uma minuta que embasaria uma ruptura democrática em 2022.

Moraes diz que não há dúvida sobre a participação de Martins na organização criminosa e cita, além da minuta, a elaboração de um discurso com teor golpista, além de planilhas de registros da Presidência de controle de entrada e saída.

Do grupo que é julgado, o general da reserva Mário Fernandes tem uma das situações mais complicadas no Supremo. A Polícia Federal encontrou com o militar documentos com planejamento do assassinato de Lula e do vice Geraldo Alckmin (PSB) com uso de armas militares ou envenenamento em evento público, além de Moraes.

No interrogatório no STF, o general afirmou que o arquivo "Punhal Verde e Amarelo", encontrado no seu computador, se tratava de "pensamentos digitalizados" e que nunca foi compartilhado com ninguém.

Em diversas vezes durante o seu voto, Moraes afirmou que as condutas de Fernandes foram graves, que não há dúvida de que suas atitudes foram criminosas e que isso vai ser levado em conta na pena que será proposta por ele.

Zanin seguiu a posição do relator. Nas absolvições, afirmou que o standard probatório dos dois caos não é suficiente para o grau de certeza das participações deles. Mas em vários momentos do voto, Zanin rebateu argumentos das defesas dos demais réus.

Um desses pontos foi a respeito da relação de Filipe Martins e a minuta golpista.

"Não era uma mera minuta ou minutas dissociadas de pessoas e desse contexto golpista. Toda a instrução estabelece um vínculo direto entre o líder da organização criminosa e outros acusados que estamos aqui a tratar", disse.

"Os elementos de prova também indicam a formação ou a integração de uma organização criminosa estruturalmente ordenada e com divisão de tarefas e que ficam reforçadas com o planejamento das operações Copa 2022 e Punhal Verde e amarelo mostrando a adesão plena ao intento golpista", disse.

Ainda de acordo com a denúncia, a então diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Ferreira, solicitou a elaboração de um relatório de inteligência para detalhar os locais em que Lula havia obtido mais votos.

A PGR sustenta que Silvinei seguiu as instruções formuladas no Ministério da Justiça e direcionou recursos para "inviabilizar ilicitamente que Jair Bolsonaro perdesse o poder".

O ex-assessor Marcelo Câmara monitorou a localização de Alexandre de Moraes após a eleição de Lula. Ele argumenta que o fez por meio de fontes abertas, como agendas públicas, após Bolsonaro suspeitar que o vice-presidente Hamilton Mourão se encontrava secretamente com o ministro do Supremo.

Até o momento, a corte condenou 24 réus. Em 18 de novembro, a Primeira Turma absolveu um dos envolvidos pela primeira vez, o general da reserva Estevam Theophilo de todas as acusações por falta de provas.

A Procuradoria sustenta que Bolsonaro e aliados constituíram uma organização criminosa de 29 de junho de 2021 até 8 de janeiro de 2023.

Por José Marques/Ana Pompeu/Folhapress

Mais de 330 kg de drogas são incineradas em Vitória da Conquista

Porções de cocaína, maconha e crack apreendidas durante ações das forças de segurança foram destruídas

A Polícia Civil da Bahia, por meio da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) de Vitória da Conquista, promoveu a incineração de 335 quilos de entorpecentes, distribuídos em tabletes e porções de cocaína, maconha e crack, na manhã desta terça-feira (16), em uma empresa localizada no Centro Industrial do município

As substâncias, apreendidas durante ações das forças de segurança que atuam na região, foram incineradas com a presença do Ministério Público e estavam sob custódia da DTE. A ação integra a operação “Natal Sem Drogas”.

A Polícia Civil da Bahia segue conduzindo investigações para desarticular grupos criminosos envolvidos na comercialização de drogas na região.
Fonte
Guilherme Santos/Ascom PCBA

Operação “Cobrança Final” prende três envolvidos em extorsão mediante sequestro de vendedor mineiro desaparecido

 Os três suspeitos foram presos nesta terça-feira (16), durante ação integrada que apura crime ocorrido em outubro de 2025

Dois irmãos, de 21 e 22 anos, e uma mulher, de 18, foram presos nesta terça-feira (16), durante a deflagração da Operação Cobrança Final, que investiga a extorsão mediante sequestro de Daniel Araújo Gondim, vendedor mineiro de 25 anos, desaparecido no início de outubro de 2025, em Salvador. As prisões ocorreram nos municípios de Vera Cruz e Itaparica.

A ação é resultado de investigação da Polícia Civil, conduzida pela Delegacia Especializada Antissequestro (DAS), vinculada ao Departamento Especializado de Investigações Criminais (DEIC), que identificou cinco envolvidos no crime, entre mandante, beneficiários e executores. Todos tiveram prisões temporárias deferidas pelo Juízo das Garantias da capital baiana.

Durante o cumprimento dos mandados judiciais e das buscas domiciliares, foram apreendidos aparelhos celulares que serão submetidos à análise pericial, com o objetivo de aprofundar as investigações e identificar a participação de outros envolvidos. Um dos aparelhos foi identificado como pertencente à vítima. Em uma das diligências, também foi apreendida uma arma de fogo calibre 9 mm, o que resultou na lavratura de auto de prisão em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.

A Operação Cobrança Final contou com apoio da Polícia Militar, do Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e investigações da 24ª Delegacia Territorial de Vera Cruz. A ação segue em andamento, com oitivas e diligências para identificar e responsabilizar outros envolvidos, bem como para localizar a vítima.
Fonte
Pedro Moraes / Ascom PCBA

Desembargador que relata o processo de TH Joias é preso pela PF no Rio de Janeiro

O desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), foi preso pela Polícia Federal, na manhã desta terça-feira (16), na 2ª fase da Operação Unha e Carne, que investiga a atuação de agentes públicos no vazamento de informações sigilosas.

O desembargador foi preso em casa, na Barra da Tijuca, zona sudoeste do Rio de Janeiro.

A defesa do desembargador, por meio do advogado Fernando Augusto Fernandes afirma que "o ministro Alexandre de Moraes foi induzido a erro ao determinar a medida extrema".

O advogado diz ainda que não foi disponibilizada a cópia da decisão que decretou a prisão "obstando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa". Fernandes afirma que apresentará os esclarecimentos nos autos e vai pedir a imediata soltura de Júdice Neto.

Neto é o relator do processo contra o ex-deputado do Rio de Janeiro Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, que está preso sob suspeita de ligação com o Comando Vermelho. O desembargador expediu, em setembro, mandado de prisão contra o ex-deputado na Operação Zargun.

TH Joias integrava a base aliada do governador Cláudio Castro (PL) e de Rodrigo Bacellar, presidente afastado da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) suspeito de envolvimento em possível vazamento de operação contra TH. Ele chegou a ser preso.

De acordo com as investigações da PF, o desembargador estava em um restaurante com Bacellar quando este ligou para TH Joias. Não há detalhamento, no entanto, se foi nesaa ocasião que teria ocorrido o vazamento de informações da operação.

Bacellar, que havia sido preso na primeira fase da operação e foi solto após votação no plenário da Alerj, foi alvo novamente de busca e apreensão na operação desta terça. O chefe de gabinete de Bacellar também foi alvo de busca e apreensão em sua residência, em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense.

Segundo agentes federais, TH Joias será transferido para um presídio federal.

A defesa de TH afirmou que não teve, ainda, acesso à decisão que determina a transferência. "Até o presente momento, não há nos autos qualquer intimação dirigida à defesa que confirme a existência, o conteúdo ou os fundamentos de decisão dessa natureza, o que inviabiliza o pleno exercício do direito de defesa e o acompanhamento regular dos atos processuais", disse, em nota.

A Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) também afirma que não foi notificada.

Na ação desta terça, além do mandado de prisão preventiva contra o desembargador, a PF cumpre dez mandados de busca e apreensão, expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.

A operação se insere no contexto da ação chamada ADPF das Favelas, que determinou que a Polícia Federal conduzisse investigações sobre a atuação dos principais grupos criminosos violentos em atividade no estado e suas conexões com agentes públicos.

Por Constança Rezende e Bruna Fantti/Folhapress

Filhos de Geraldo Júnior e Angelo Coronel contrariam governador e assinam indicação de oposicionista ao TCE

Entre as 20 assinaturas reunidas até ontem (15) no requerimento que pede a inscrição do deputado estadual Luciano Araújo (Solidariedade) para disputar a vaga do falecido conselheiro Pedro Lino no Tribunal de Contas do Estado (TCE), duas chamaram atenção especial do governador Jerônimo Rodrigues (PT), segundo relatos feitos ao Política Livre por aliados com trânsito no Palácio de Ondina.

Uma delas é a do deputado Angelo Coronel Filho (PSD), herdeiro político do senador Angelo Coronel (PSD). Neste caso, a surpresa foi menor, diante da independência do pai. Já a outra assinatura causou mais desconforto do que espanto irônico. Trata-se de Matheus Ferreira (MDB), filho do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que almeja permanecer na chapa majoritária em 2026.

Ao subscrever o requerimento, Matheus se colocou frontalmente contra os interesses do governador, que escolheu o deputado federal Josias Gomes (PT) para ocupar a vaga no TCE.

No Palácio de Ondina, o gesto foi lido como desnecessário e politicamente ruidoso. Afinal, a assinatura de Matheus contribuiu para elevar a temperatura de uma disputa que já vinha carregada de resistências internas ao nome de Josias.

A avaliação é que o requerimento, embora juridicamente frágil, ganhou peso político não só pela quantidade de assinaturas governistas, mas também por reunir apoios simbólicos, como os de filhos de Geraldo Júnior e Angelo Coronel.

A tendência, como já revelou o site, é que o pedido seja arquivado nesta terça-feira (16) pela presidente da Assembleia Legislativa, Ivana Bastos (PSD), com base no entendimento jurídico de que não há possibilidade de disputa em vaga ao TCE de livre indicação do governador.

Por Política Livre

PF deflagra a Operação Opções Binárias em cinco estados

A organização criminosa investigada obteve mais de 50 milhões de reais ilegalmente, a partir da gestão de plataformas de opções binárias e casas de apostas irregulares.
Campos dos Goytacazes/RJ. Na manhã desta terça-feira, 16/12, a Polícia Federal deflagrou a Operação Opções Binárias com o objetivo de desarticular um grupo criminoso que utiliza plataformas de opções binárias e casas de apostas irregulares (bets) para cometer diversos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital.

Na ação de hoje, policiais federais cumprem 11 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais, localizados em São Fidélis/RJ (4), Rio de Janeiro (2: Barra da Tijuca e Recreio), Goiânia, Manaus, Campos dos Goytacazes/RJ, Santana do Parnaíba/SP e Barra do Bugres/MT; e dois mandados de busca e apreensão em empresas situadas na cidade de São Fidélis/RJ.

Também serão cumpridas medidas cautelares diversas da prisão para quatro dos investigados: proibição de atividades econômicas em plataformas de investimentos, jogos e apostas; proibição de se ausentar da cidade onde residem; recolhimento domiciliar no período noturno e finais de semana; e monitoramento por tornozeleira eletrônica. Além disso, eles serão alvo de sequestro de veículos, valores em contas e aplicações financeiras – tal medida também atingirá outras três pessoas jurídicas investigadas, sendo que duas delas terão as atividades suspensas.

As investigações foram iniciadas com base em informações obtidas pela Polícia Federal acerca do suposto enriquecimento ilícito de influenciadores digitais de São Fidélis/RJ. As apurações apontaram para o cometimento de diversos crimes em meio digital, com a participação de um empresário, influenciadores e contatos chineses.

O grupo criminoso atuava em três frentes:

1- Os chineses forneciam serviços de manipulação de plataformas de opções binárias, os quais eram comprados por parte dos investigados e revendido a outras pessoas, com promessas de lucros exorbitantes.

2- Parte dos investigados contratava influenciadores digitais para promover plataformas de apostas e de opções binárias, tendo o lucro em cima das perdas dos apostadores captados pelo influenciador como cláusula do contrato.

3- Outra parcela dos investigados criou uma plataforma própria de opções binárias, pela qual captavam clientes. O grupo remetia a práticas como bloqueio de contas e travamento de saques quando os clientes obtinham êxito nas negociações dentro da plataforma.

Em cerca de dois anos, um dos investigados recebeu, sozinho, mais de 28,3 milhões de reais sem lastro financeiro. Estima-se que a organização criminosa tenha captado ilegalmente mais de 50 milhões de reais.

As apurações também revelaram que integrantes do grupo possuíam envolvimento com a gestão de casas de apostas on-line sem regulação, anteriormente à empreitada criminosa relacionada às plataformas de opções binárias.

Plataformas de opções binárias são ambientes online onde se aposta na alta (call/up) ou baixa (put/down) de um ativo (moedas, cripto, etc.) em curto prazo, sem a aquisição do ativo em si. Se tratam de operações de alto risco, que se assemelham mais a jogos de azar do que investimentos tradicionais. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) não regula essa atividade no Brasil, o que significa que não há proteção ao investidor em caso de problemas.

Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital.

Comunicação Social da Polícia Federal no Rio de Janeiro

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