Rússia ativa sistema de mísseis hipersônicos Oreshnik, com capacidade nuclear, em meio a impasse com Ucrânia

Míssil hipersônico russo Oreshnik foi implantado em Belarus. Disparos experimentais já foram feitos contra a Ucrânia durante a guerra. Projétil foi revelado em 2024 e com capacidade de carregar ogivas nucleares

O sistema de mísseis russo Oreshnik, com capacidade nuclear, entrou em serviço ativo, informou nesta terça-feira (30) o Ministério da Defesa da Rússia, enquanto negociadores seguem em busca de um avanço nas conversas sobre a guerra na Ucrânia.

Segundo o ministério, tropas realizaram uma breve cerimônia na vizinha Belarus, onde os mísseis foram posicionados. O governo não informou quantas unidades foram instaladas nem deu outros detalhes.

Um míssil hipersônico é uma arma que voa a mais de cinco vezes a velocidade do som e é difícil de ser detectada e interceptada.

A Rússia usou o Oreshnik pela primeira vez em novembro de 2024, quando fez um disparo experimental contra uma fábrica em Dnipro, na Ucrânia (veja vídeo acima).

O presidente russo, Vladimir Putin, havia dito no início de dezembro que o Oreshnik entraria em operação ainda neste mês.

A declaração foi feita em uma reunião com chefes militares, na qual ele alertou que Moscou tentaria ampliar seus ganhos na Ucrânia se Kiev e seus aliados ocidentais rejeitassem as exigências do Kremlin.


O anúncio ocorre em um momento delicado das negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no domingo, em seu resort na Flórida, que Kiev e Moscou estariam “mais perto do que nunca” de um acordo. Mesmo assim, segundo ele, as negociações lideradas pelos EUA, que já duram meses, ainda podem fracassar.

Mísseis de alcance intermediário podem percorrer entre 500 e 5.500 quilômetros. Esse tipo de arma era proibido por um tratado da era soviética, abandonado por Estados Unidos e Rússia em 2019.

Os negociadores seguem sem acordo sobre pontos centrais, como a retirada de tropas em território ucraniano e o futuro da Crimeia, ocupada pela Rússia e uma das 10 maiores penínsulas do mundo.

Putin tem tentado mostrar que negocia a partir de uma posição de força, enquanto as forças ucranianas enfrentam dificuldades para conter o Exército russo, maior em número.

Em reunião com oficiais militares na segunda-feira, o presidente russo destacou a necessidade de criar zonas de proteção militar ao longo da fronteira da Rússia. Ele também afirmou que tropas russas avançam na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, e intensificam a ofensiva no sul, na região de Zaporizhzhia.

Putin elogiou as capacidades do míssil, dizendo que suas múltiplas ogivas atingem o alvo a velocidades de até 12.000 km/h e não podem ser interceptadas.

Ele também advertiu o Ocidente que Moscou pode usar o Oreshnik contra aliados da Otan que permitiram à Ucrânia lançar mísseis de maior alcance contra alvos dentro da Rússia.

O chefe das forças de mísseis da Rússia afirmou ainda que o Oreshnik pode levar ogivas convencionais ou nucleares e tem alcance suficiente para atingir toda a Europa.
Por: G1

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