Lira tenta tirar pecha de ‘casuísmo’ e votar semipresidencialismo em 2022

Foto: Pedro Ladeira / Folhapress / Arquivo
A proposta de adoção do semipresidencialismo no Brasil já tem caminho e ritmo de tramitação definidos na Câmara dos Deputados. A transferência de parte do poder do Executivo para o Parlamento ganhou uma fórmula que pretende evitar as acusações de “casuísmo” e “golpe” a fim permitir a votação em 2022. Ela foi definida em reunião de líderes partidários com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o autor da proposta, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).

Para mudar a forma como os brasileiros são governados, criando o cargo de primeiro-ministro e um conselho de ministro nomeados pelo presidente, os parlamentares decidiram adotar um modelo de tramitação parecido com o usado para aprovar a cláusula de barreira para o Congresso, deixando os efeitos da adoção da medida para as futuras legislaturas.

A ideia é que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do semipresidencialismo seja analisada e votada em 2022. Caso aprovada, o novo sistema de governo seria adotado somente em 2030. O encontro entre Moreira, Lira e os líderes, aconteceu na terça-feira passada. Eles esperam que as mudanças acertadas desinterditem o debate sobre o assunto e afastem as resistências dos pré-candidatos mais bem colocados nas pesquisas para a disputa presidencial de 2022, como Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Sérgio Moro (Podemos).

Analisar a medida já no ano que vem tem na Câmara a resistência do PT, cujo líder, Bohn Gass (RS), acredita que os deputados da legenda votarão integralmente contra. “É casuísmo golpista para enfraquecer a presidência de Lula”, disse ao Estadão. Os petistas preferem que a medida seja discutida na próxima legislatura.

Autor da PEC, Moreira terá agora o trabalho de apresentar o texto. “Acatei a sugestão de alterar a data da mudança e de se fazer esse amplo debate a partir de janeiro. Isso vai desinterditar a discussão, afastando dela o debate eleitoral. Com a adoção em 2030, fica claro que quem quer que seja eleito terá direito a dois mandatos no presidencialismo.” A intenção de Lira era que a adoção do sistema se desse em 2026. A mudança – por enquanto – para 2030 atendeu ao desejo dos líderes.

Outra mudança no projeto é o fim da transição que seria adotada, caso o semipresidencialismo começasse já em 2022, como previa o texto original de Moreira. Seria criado um ministro coordenador até o fim do mandato de Bolsonaro e, em 2023, o primeiro-ministro e o Conselho de Ministros seriam nomeados pelo presidente eleito e aprovados pelo Congresso.

Reeleição

Além da data de adoção, o projeto tem outros pontos polêmicos. Um deles é o artigo que limita a quantidade de vezes que alguém pode ocupar a Presidência a dois mandados, consecutivos ou não. Se valesse hoje, essa medida impediria que um ex-presidente como Lula, que já cumpriu dois mandados, pudesse ser eleito novamente.

O artigo é mais um dos questionados pelo PT. Para Moreira, com a nova data, fica afastada a suspeita de que a proposta seria usada para inviabilizar a candidatura de Lula. “Não tem casuísmo, nem personalismo. A emenda não é para impedir Moro, Lula ou Bolsonaro. O que queremos é uma governança melhor para o País.”

Para ele, o semipresidencialismo traz a vantagem da transparência e, ao vincular os partidos da situação ao governo, a corresponsabilidade. “Os deputados estarão mais preocupados com o controle da inflação do que com o aumento dos gatos públicos”, justificou.

Apoios

A proposta de Moreira recebeu o apoio do presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), e dos ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (MDB). “Não só estou de acordo, como trabalho para sua adoção. Num modelo muito assemelhado ao português e ao francês”, disse Temer. Ele entende que o novo sistema poderia ser adotado já em 2026, após o Congresso aprovar o projeto e submetê-lo a referendo popular.

Além da reeleição, outra polêmica é o sistema ser adotado sem outras mudanças eleitorais para melhorar a qualidade da relação dos partidos políticos com os eleitores. O cientista político e pré-candidato do Novo à Presidência, Luiz Felipe d’Avila, afirmou que a mudança do sistema de governo “não pode ser casuísmo para livrar o Brasil de maus presidentes”.

Para ele, antes de mudar o sistema, “é preciso aprovar a reforma política: voto distrital, cláusula de barreira para reduzir o número de partidos e manter proibidas as coligações proporcionais”.

Ele acredita que, depois disso, seria possível debater o sistema. “O semipresidencialismo pode ser uma alternativa, pois ajuda a separar as funções de chefe de Estado e chefe de governo. Essa divisão obriga o chefe de governo, o primeiro-ministro, a ter maioria no Parlamento para aprovar os projetos prioritários do governo. (mais informações na página ao lado)”

O cientista político José Álvaro Moisés concorda com o diagnóstico de d’Avila. “O risco do casuísmo existe, razão pela qual tendo a colocar a reforma eleitoral para pensar de forma mais abrangente a questão.” Segundo Moisés, na América Latina exacerbou-se a figura do presidente, visto como a figura capaz de realizar os sonhos e os desejos do povo. “Aposta-se menos na participação cívica e mais na figura carismática.”

Senado
O novo sistema coloca as funções administrativas de governo – como a gestão do orçamento – nas mãos do Conselho de Ministros. O presidente perde as funções de governo, permanecendo como chefe de Estado. Ele ganha, porém, o poder de dissolver a Câmara. Como isso deve ocorrer é outro ponto polêmico da PEC.

Quando se chega a um impasse, na qual o Parlamento rejeita pela terceira vez o candidato a primeiro-ministro ou quando ele o derruba, o presidente pode dissolver a Câmara. A PEC não prevê que a medida atinja o Senado, apesar de os senadores elegerem o primeiro-ministro em sessão do Congresso. “Os senadores representam menos de 15% e não são determinantes para a governabilidade”, afirmou Moreira.

Apesar das movimentações na Câmara, há entre os políticos ceticismo sobre a mudança. O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio –derrotado nas prévias do PSDB que escolheu o candidato tucano à presidência – avalia que hoje já está em vigor um semipresidencialismo “torto”, com as emendas de relator no orçamento. “Não dá para fazer esse debate com os atores que temos hoje no Congresso. Eu defendo o parlamentarismo, e aceitaria o semipresidencialismo se os atores fossem outros, e ele se abrisse caminho para o parlamentarismo.”

Presidenciáveis resistem à mudança do sistema

Os três pré-candidatos mais bem colocados nas pesquisas para eleição presidencial de 2022 rejeitam ou encaram com frieza a possibilidade de mudança do sistema de governo do presidencialismo para o semipresidencialismo.

A mudança é vista com desconfiança por Sérgio Moro (Podemos). Ele disse que “o presidencialismo, apesar de criticado, pode funcionar”. “Agora ele precisa ter um projeto e não pode degenerar nesse presidencialismo do mensalão, do petrolão ou hoje nesse cenário de falta de transparência entre Congresso e Executivo”.

A PEC foi ainda criticada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que a chamou de “golpe”. Já o presidente Bolsonaro disse que a proposta é “coisa de idiota”. E afirmou que os parlamentares estavam lançando a ideia do semipresidencialismo “para acobertar outras coisas”.

Marcelo Godoy e Pedro Venceslau / Estadão/ 

Tarifa social da energia elétrica tem novas regras; entenda

Foto: Arquivo

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou nesta semana a inclusão automática na Tarifa Social de Energia Elétrica para famílias de baixa renda. Atualmente, são 12,3 milhões de famílias beneficiadas pela tarifa e a expectativa do governo é que mais de 11 milhões tenham acesso ao benefício.

Conforme a Aneel, os critérios para a concessão de benefícios não mudaram. Podem receber a Tarifa Social de Energia famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar mensal per capita menor ou igual a meio salário mínimo nacional; idosos com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais ou pessoas com deficiência, que recebam o Benefício de Prestação Continuada (BPC); ou família inscrita no CadÚnico com renda mensal de até três salários mínimos, que tenha membro portador de doença ou deficiência.

A principal mudança é que, a partir de janeiro de 2022, as famílias que se enquadrem nos critérios para recebimento do benefício, mas que ainda não estejam cadastradas serão incorporadas por meio do cruzamento de dados dos sistemas do Ministério da Cidadania e das distribuidoras de energia. O cadastramento automático ocorrerá mensalmente.

A tarifa traz descontos no valor mensal do consumo das famílias beneficiadas. Para famílias que consomem até 30 quilowatts/hora, a redução é de 65%; de 31 a 100 kWh/mês, o valor fica 40% menor; de 101 kWh a 220 kWh, a redução é de 10%. Acima dos 220 kWh/mês o custo da energia é similar à dos consumidores que não recebem o benefício.

As famílias indígenas e quilombolas têm descontos maiores. As famílias inscritas no CadÚnico têm desconto de 100% até o limite de consumo de 50 kWh/mês, de 40% para consumo a partir de 51 kWh/mês, de 10% para consumo de 101 kWh a 220 kWh. Para indígenas e quilombolas que consomem acima dos 220 kWh/mês o custo é similar à dos consumidores sem o benefício.

Segundo a Aneel, ninguém será descadastrado com a nova regra. Só deixará de receber o benefício quem deixar de atender aos critérios previstos na lei ou não fizer as atualizações cadastrais do Ministério da Economia.

Problemas

Uma família pode ser impedida de se cadastrar na tarifa se ninguém da casa tiver o nome na conta de luz recebida por mês. Nesse caso é preciso procurar a distribuidora local e regularizar as informações.

Se a família estiver com o endereço desatualizado no CadÚnico também é preciso fazer a regularização. Para receber o benefício não pode haver ligação irregular de energia, também conhecido como “gato”.

‘O maior aliado do Lula hoje é o vexame que Moro está dando’, diz Fiuza

Ex-presidente reafirmou ser inocente e questionou Moro; programa ‘Os Pingos Nos Is’ comentou declarações
Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo - 08/10/2021
O ex-presidente Lula (PT) reafirmou ser inocente e criticou questionou o ex-juiz Sergio Moro nesta quinta-feira, 2. “Diga, diga, o que é que eu roubei?”, perguntou o petista durante sua participação no podcast Podpah. O político disse que preferiu não fugir do Brasil quando sua prisão foi decretada para que pudesse provar que Moro “era mentiroso”. “Eu precisava provar que a força-tarefa de Curitiba era uma quadrilha. Se eu fugisse, ia aparecer uma fotografia minha como fugitivo. Então, graças a Deus, eu provei”, declarou.

Guilherme Fiuza, comentarista do programa “Os Pingos Nos Is“, da Jovem Pan News, criticou as declarações do ex-presidente. “O homem capaz de defender a Petrobras, saquear essa mesma empresa e, depois de ser preso, continuar defendendo a Petrobras. Ele realmente acredita que todo mundo é idiota. Lula, você está fingindo que esqueceu o que roubou, mas o Brasil sabe o que você roubou”, disse. Fiuza também questionou a postura do ex-juiz da Lava Jato. “Onde está o Sergio Moro? Está aí sendo humilhado e escrachado pelo Lula, que ele sabe que é ladrão. O Moro deveria estar dando na cara do Lula com palavras, com verdades, e está aí dizendo porque a PEC dos Precatórios não deveria passar. O maior aliado do Lula hoje é o vexame que o Sergio Moro está dando”, opinou.
Assista ao programa “Os Pingos Nos Is” desta sexta-feira, 2, na íntegra:

Lula, Moro e Bolsonaro sobem o tom e polarizam disputa de narrativas com foco em 2022

Três principais concorrentes à Presidência devem intensificar ataques, analisa especialista; ‘terceira via’ deve abraçar desidratação do atual presidente para chegar ao segundo turno
FÁTIMA MEIRA/RODOLFO BUHRER/MATEUS BONOMI/ESTADÃO CONTEÚDO
Durante live semanal da última quinta-feira, 2, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não poupou críticas ao ex-ministro e pré-candidato à Presidência em 2022, Sergio Moro (Podemos). “Esse cara está mentindo descaradamente. O cara quer ser candidato, é um direito dele, ao invés dele mostrar o que ele fez, ele fica só apontando o dedo para os outros e mentindo. É o caso do Sergio Moro. Saiu a última notícia dele: ‘Bolsonaro comemorou quando Lula foi solto, diz Moro’. Em um vídeo, ele fala: ‘Ouvi dizer’. É um papel de palhaço, é um cara sem caráter”, disparou o chefe do Executivo. Em entrevista à Jovem Pan do Paraná, Sergio Moro lembrou da decisão do Supremo Tribunal Federal de acabar com a previsão de execução da pena após a condenação em segunda instância de Lula. “O presidente não fez nada e, na verdade, o que a gente sabia é que o Planalto, o presidente, comemorou quando o Lula foi solto lá em 2019. Ele entendia que aquilo beneficiava ele literalmente. Ele não trabalhou para manter a execução em segunda instância. Inclusive na época o filho dele publicou no Twitter sobre a execução em segunda instância, e o presidente mandou apagar. Foi um episódio meio constrangedor”, contou Moro.

O presidente Bolsonaro criticou a declaração do ex-juiz. “Ah, o senhor ouvia no Palácio do Planalto que ele comemorou porque era bom politicamente para ele? Está de brincadeira, pô. Está de brincadeira? Mentiroso, deslavado”, rebateu Bolsonaro. A estratégia dos pré-candidatos à Presidência da República, segundo os especialistas, é desestabilizar o concorrente. A partir de agora o que está em jogo é pegar a confiança daquele eleitor indeciso. Também durante uma live, o ex-presidente Lula voltou a criticar o principal concorrente, o presidente Bolsonaro. O alvo foi o fim do programa Bolsa Família. “Bolsonaro é uma anomalia política no Brasil. Sabe o que que é anomalia? Ele não era para existir. O povo brasileiro, pela luta que já fez, não era para ter uma figura grosseira, porque ele é grosso. Ele é grosso. Você acha que eu falo isso com orgulho? Eu não falo, não, porque eu sou um cara que eu só tenho o meu diploma primário e um diploma do Senai. Ele deve ter um diploma de tenente”, apontou Lula.

Por Jovem Pan

Senadores gastam R$ 2,6 milhões em 8 anos com combustível para aviões particulares

Foto: Reprodução / Ag. Senado
De acordo com um levantamento divulgado neste domingo (5), desde 2015, 12 dos 81 parlamentares do Senado Federal pediram reembolso de R$ 2,6 milhões gastos para encher o tanque de aeronaves particulares. A despesa foi paga com dinheiro da cota parlamentar mensal a que cada um tem direito para bancar o funcionamento do gabinete e facilitar o exercício do mandato.

Conforme divulgou o Portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, de acordo com o Guia do Parlamentar, o senado prevê o ressarcimento entre as despesas para exercício do mandato (que vão de correio a passagens aéreas) de “combustíveis e lubrificantes”. Nesse item, estabelece apenas um limite para uma cota mensal – 300 litros de gasolina ou 420 litros de álcool. Não há, entretanto, restrições ou teto de valores que podem ser ressarcidos para esse tipo de despesa.

Com os reembolsos conseguidos, alguns dos parlamentares chegaram a receber, em apenas um mês, quantias que chegaram a quase R$ 71 mil. Foi o caso do atual ministro-chefe da Casa Civil, o senador licenciado Ciro Nogueira (PP-PI), que em julho de 2018 gastou R$ 93.419,30 via cota parlamentar – e 76,8% desse total foi para abastecimento de aviões.

Nogueira declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2018, ser detentor de 95% da aeronave PT-WSX, tipo BE20, fabricada pela Beech Aircraft. Como revelado pelo Metrópoles, Nogueira foi quem mais gastou recursos da cota parlamentar no primeiro semestre de 2021, um total de R$ 293.752,90 – 89,5% (R$ 263.195,81) destinados para aquisição de combustível para aeronaves.

O atual ministro-chefe da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PL) foi também o campeão de gastos em todo o período analisado pelo Metrópoles. Nogueira foi responsável pela maior fatia dos reembolsos de combustíveis para aeronaves; R$ 1,1 milhão foram usados desde 2015, um total de 42,1% de todos os gastos feitos pelos parlamentares na área.

Recentemente, foi revelado que o ex-parlamentar estaria abastecendo a aeronave da família com a cota do Senado através de sua mãe, a senadora Eliane Nogueira (PP-PI), que é suplente do filho. A parlamentar faz parte da lista dos que efetuaram pedidos de reembolsos este ano.

Após tomar posse na Casa, com a saída do filho para a Casa Civil, Eliane embolsou R$ 46.989,07 de cota parlamentar com combustível para avião. A prática é considerada ilegal, já que os recursos da cota parlamentar devem ser usados exclusivamente nas despesas dos senadores ou de seu gabinete, o que não inclui outros beneficiários.
Por: Bahia noticias

Após perseguição, homem acusado de roubo na San Martins sobe em poste

Foto: Reprodução / Redes sociais

Um homem acusado de tentar assaltar pessoas na região da avenida San Martim, em Salvador, ficou preso na fiação de um poste, na tarde deste sábado (5). Ele tentava fugir da perseguição de populares que se revoltaram com a atitude criminosa. Testemunhas disseram que, durante a fuga, ele subiu no poste para escapar da retaliação.

Conforme divulgou o Portal G1, uma testemunha disse que "ele subiu nos fios e ficou lá para escapar da multidão, que o acusava de ter tentado assaltar aqui na San Martim", contou.

Nas imagens que circularam nas redes sociais, é possível ver um grupo de pessoas que em frente ao poste onde o homem estava pendurado. A Polícia Militar da Bahia (PM-BA) disse que não foi acionada para a ocorrência. Já a Transalvador informou que o trânsito ficou lento na região e a retenção chegou até o Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, a cerca de um quilômetro do local.

Testemunhas informaram ainda que dois homens, que seriam familiares do suspeito, chegaram no local e após conversas com o grupo que tentava agredir o suspeito, o convenceram a descer do poste. Após descer, ele deixou o local acompanhado dos dois homens em um carro. A Polícia Civil diz que não nenhuma ocorrência foi registrada sobre a situação.

Autonomia nas estradas ainda é desafio para carro elétrico

Foto: Adriano Vizoni/Folhapress/Arquivo/Carro elétrico

Ligar um carro na tomada, encher a bateria e depois sair por aí despreocupadamente deve ser algo tão comum nos próximos anos quanto atualmente é carregar o celular. Hoje, porém, para o motorista ter certeza que não vai ficar no meio do caminho em um veículo elétrico, ele precisa conhecer bem a região onde vai rodar, ter a capacidade de medir com precisão a distância que vai percorrer e calcular qual será seu consumo.

Em resumo, não dá para rodar o Brasil inteiro achando que tem um eletroposto em cada canto. Ainda há “pontos cegos” em diversos trechos –mesmo uma viagem entre as duas maiores cidades do país precisa ser bem planejada. “Entre São Paulo e Rio de Janeiro, a cada 100 km, em média, o motorista tem um local para fazer a recarga”, diz Davi Bertoncello, CEO da Tupinambá Energia e diretor de infraestrutura da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico). Como os carros elétricos têm autonomia de 250 km, é preciso se programar para não ficar sem combustível no trecho entre dois postos, portanto.

Segundo Bertoncello, é possível também sair de São Paulo e chegar a todas as capitais mais próximas, como Belo Horizonte e Curitiba, além do Rio, “mas com inteligência”. “Quem muda para o carro elétrico aprende a fazer conta rapidamente”, diz. Na Grande São Paulo, há pelo menos 250 pontos públicos de recarga, concentrados principalmente no centro expandido da capital paulista. Em alguns, é possível “encher a bateria” de forma rápida, desde que pagando por isso. Em média, é cobrado um quinto do valor equivalente ao que se gastaria para rodar com combustível aditivado. Por exemplo, R$ 200 de gasolina ou R$ 40 de energia elétrica rendem a mesma quilometragem.

Durante a COP 26, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, 33 países e também algumas montadoras assinaram um acordo para deixar de vender carros movidos a combustíveis até 2040 –na Europa, os elétricos já representam 10% do total de veículos vendidos. O Brasil não fez parte, mas, por aqui, há iniciativas que estimulam a mobilidade elétrica, como a substituição de 20% da frota paulistana de ônibus municipais até 2024 –trólebus fazem parte dos planos.

Outras medidas também devem colaborar com a mudança. Todos os prédios construídos a partir de 31 de março deste ano na cidade de São Paulo precisam contar com pontos de recarga em suas garagens. Mas isso, por si só, não é garantia de que o proprietário do veículo elétrico terá total tranquilidade.

Em uma tomada simples, de 220 volts e 20 amperes, obter a carga total pode levar muito mais que uma noite inteira, por exemplo. Já em um eletroposto, o motorista pode estacionar com 20% da bateria e sair com 80% em pouco mais de uma hora. Professor do departamento de mobilidade elétrica do Centro Universitário FEI, Fabio Delatore afirma que, no caso das instalações prediais, é interessante a disponibilidade de duas fontes de energia –a tomada convencional e um carregador modo três (mais rápido).

“Do ponto de vista tecnológico é algo simples, mas é necessária essa conversa entre comprador e construtora no momento da venda do imóvel”, diz. Delatore também diz que sempre que se fala na mobilidade elétrica existe a questão do que deve vir primeiro, se a infraestrutura de recarga –para que o consumidor se sinta mais seguro ao comprar um carro desse tipo– ou a demanda por ela.

Para o professor da FEI, o principal impasse para a popularização está no valor atual dos veículos, que começa em R$ 140 mil. “Qual o nicho da população que consegue ter essa disponibilidade, por mais ecológico e não agressor do meio ambiente?”, diz. “Não dá para se falar em alteração de matriz se não tiver uma mudança radical no preço dos carros”, afirma.

Vencido esse obstáculo, o futuro é promissor. Manter distância dos postos de combustíveis, sem se preocupar com a variação dos preços na bomba, pode ser viável. Um investimento inicial em placas de energia solar e sistema de armazenamento pode fazer com que o proprietário não precise gastar mais nada para colocar o carro em movimento. “Um cálculo bem realizado pode permitir que seja 100% autossuficiente”, diz Delatore.

Fazer o carro “viver de luz” (solar, no caso) foi um sonho alcançado pelo empresário Leonardo Celli Coelho, 44. A mobilidade elétrica, porém, é só mais um entre tantos itens que compõem o pacote de sustentabilidade do qual se cercou quando deixou a capital paulista e foi para Jaguariúna (126 km de SP).

Bicicleta também elétrica, coxinha de jaca para os vizinhos, biodigestor de resíduos orgânicos e os cachorros que viraram “uma usina de gás” são alguns dos indícios da redução da pegada ambiental. “É um combo de tudo isso. E tem que ser. É a questão de consciência circular. Parar e estudar as reais necessidades do dia a dia. O que você consome para que elas sejam atingidas”, diz.

Coelho tem um carro elétrico desde 2016 e já rodou 110 mil quilômetros com ele. O abastecimento é feito majoritariamente em casa mesmo, com uso da energia gerada por placas solares. O veículo, porém, tem um “plano B” para eventuais emergências: a capacidade de também abastecer o motor com eletricidade gerada por combustão. “600 cilindradas, a gasolina. Só usei em 10% das vezes. Nunca fiquei em uma situação crítica.”

Bancário e motorista de aplicativo, Thiago Franco Garcia, 36, é ainda diretor da Abravei (Associação Brasileira dos Veículos Elétricos Inovadores). A experiência dele começou em 2019, quando comprou um carro movido a energia elétrica por R$ 189 mil. “Você gasta mais para ter o carro, mas menos para mantê-lo na mão funcionando. Tem menos peças de desgaste natural”, diz.

Segundo Garcia, o valor de um carro elétrico em comparação com um convencional é mais amigável quanto maior for o preço. “Quanto mais caro, mais próximo os preços. São tantos itens de luxo que a bateria é só mais um”, explica.
William Cardoso / Folhapress

Disputa entre Fux e Gilmar trava julgamento e provoca pressão do Congresso no STF

Foto: Agência Brasil / Arquivo/Ministros do STF, Gilmar Mendes e Luiz Fux

Uma disputa nos bastidores entre o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, e o ministro Gilmar Mendes tem travado o julgamento que decidirá sobre a implementação do juiz das garantias no Brasil. Fux havia marcado a análise do tema para 25 de novembro, mas retirou as ações de pauta por causa da dificuldade para chegar a um acordo com o colega a respeito da mudança regimental que torna obrigatória a remessa de decisões monocráticas ao plenário.

Oficialmente, o presidente da corte afirma que adiou o julgamento porque o Congresso está com “discussões avançadas” para aprovação de prazos mais amplos para instituição do novo modelo de condução das investigações criminais. Líderes do Legislativo, porém, criticam o fato de o ministro segurar sua decisão individual e não submetê-la ao plenário e pressionam o Supremo a desemperrar o tema o quanto antes.

O juiz das garantias foi aprovado pelo Congresso em 2019 e determina a divisão da responsabilidade de processos criminais em dois juízes: um autoriza diligências da investigação e o outro julga o réu. A medida é enaltecida pela ala garantista do direito, que costuma prezar pelas garantias individuais dos investigados, mas sofre resistência entre magistrados.

Fux suspendeu a instituição do modelo em janeiro de 2020 e até hoje não levou o caso para análise do colegiado. Na mesma época, em paralelo, o tribunal havia iniciado o debate sobre uma mudança regimental para que decisões individuais sejam automaticamente remetidas ao plenário. Fux pretendia aprovar essa medida e usá-la como uma das bandeiras de sua gestão à frente do Supremo.

Em mais de uma oportunidade, ele afirmou que a alteração iria reinstitucionalizar o STF, que passaria a falar a uma só voz e deixaria de ser formado por 11 ilhas, com ordens individuais em profusão que nunca são analisadas pelo conjunto da corte. No ano passado, por exemplo, os ministros deram mais de 1.700 decisões monocráticas. No novo modelo, elas seriam automaticamente submetidas ao conjunto da corte.

Gilmar era favorável à mudança, mas condicionou a aprovação da nova regra à fixação de uma transição que obrigasse o julgamento colegiado das monocráticas já em vigência. Isso forçaria o julgamento da decisão de Fux de suspender o juiz das garantias, que é defendido nos bastidores por Gilmar.

O presidente até pautou o tema para análise conjunta como sinalização para destravar a emenda regimental que acaba com a monocratização na corte, mas divergências sobre as regras para a remessa obrigatórias das decisões individuais ao plenário o levaram a retirar o caso de pauta.

Um dos motivos do descompasso é a resistência de Gilmar em aceitar que decisões em habeas corpus também sejam enviadas automaticamente ao plenário. Isso porque, a ideia é levar esses casos ao plenário virtual e há uma resistência da ala garantista da corte em analisar processos que tratam da liberdade de investigados, uma das garantias constitucionais com maior proteção das leis, no ambiente online.

Interlocutores do presidente da corte também creditam a retirada do juiz das garantias de pauta à pressão de entidades que representam a magistratura e são contrárias à ideia de dividir a responsabilidade de processos criminais em dois juízes. Fux é juiz de carreira, percorreu todas as instâncias da magistratura e costuma ser sensível às demandas da categoria.

A dificuldade de relacionamento entre Fux e Gilmar é outro fator apontado como motivo para o impasse sobre o julgamento dos dois temas. Ambos já chegaram protagonizar desentendimentos públicos e internamente um acordo entre os dois sempre é visto com desconfiança e com baixa probabilidade de dar certo.

A aprovação do juiz das garantias pelo Congresso foi cercada de controvérsia. O instituto era criticado pelo então ministro da Justiça, Sergio Moro, que argumentava que haveria acúmulo de trabalho para os magistrados. Na época, o presidente do STF era o ministro Dias Toffoli, que defendia ser possível redistribuir os processos sem a necessidade de novas contratações e sem sobrecarregar juízes.

Defensores da proposta também diziam que o objetivo era dar mais imparcialidade aos julgamentos, na esteira da revelação de mensagens que sugerem a colaboração entre integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba e o então magistrado Moro. O principal ponto questionado no texto aprovado no Congresso foi a falta de um vacatio legis –intervalo entre a publicação e a vigência de uma lei– compatível com a mudança proposta com a criação do juiz das garantias.

A lei passou a vigorar após 30 dias da publicação oficial, prazo considerado insuficiente pelo Judiciário. Nos bastidores, congressistas que encabeçaram a discussão do pacote anticrime reconhecem que o Congresso errou ao não estabelecer um prazo adequado.

A partir daí, começou uma articulação para que esse período fosse de cinco anos a partir de 2019, quando o texto foi sancionado. Para agilizar a mudança, defendida pela ala do Congresso contrária à Operação Lava Jato, deputados decidiram incluir o juiz das garantias com o prazo de cinco anos a partir de 2019 dentro do novo Código de Processo Penal que está sendo debatido por grupo de trabalho na Câmara.

A intenção é revogar os dispositivos que tratam do instituto que estão na lei sancionada em dezembro de 2019.
Os cincos anos a partir de 2019 são um período considerado adequado pelos congressistas para que se estabeleçam as condições de adotar o juiz das garantias no país. Ou seja, se o novo código for aprovado em 2022, por exemplo, faltaria menos de três anos para que o instituto pudesse começar a ser aplicado.

No entanto, o fator eleições já começou a pesar nas discussões. Uma saída costurada entre Legislativo e Judiciário envolveria uma modulação, pelo STF, dos efeitos para dizer que o juiz das garantias é constitucional, mas com validade a partir de determinada data. Essa solução pode começar a sair do papel a partir de setembro de 2022, quando a ministra Rosa Weber assume a presidência. Ela poderia pautar o julgamento, em uma maneira de fortalecer o Supremo na relação com os demais Poderes.

Questionado pela reportagem, o STF reiterou o teor de nota emitida no dia 17 de novembro, quando Fux teve uma reunião com os deputados João Campos (Republicanos-GO) e Cezinha de Madureira (PSD-SP) para tratar da questão.

“Em virtude das discussões avançadas dos referidos projetos de lei, cuja aprovação repercute sobremaneira no julgamento das ações constitucionais, o ministro Luiz Fux retirou as ações de pauta para que o Congresso amadureça o debate sobre o tema”, afirmou. A corte disse ainda que “não há previsão para julgamento da emenda regimental sobre decisões monocráticas”.
Matheus Teixeira e Danielle Brant / Folhapress

Boletim Covid/ 04 de dezembro, confirma 01 caso ativo de coronavirus.

A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 04 de dezembro, tivemos 13.454 casos registrados como suspeitos, sendo 3.194 casos confirmados, dentre estes, são 3.107 pessoas RECUPERADAS, 00 está em isolamento social, 01 internada e 86 foram a óbito. 10.252 casos foram descartados e 08 pessoas aguardam resultado de exame. Nesse momento, temos 01 caso ativo.
O uso da máscara é indispensável, evite aglomerações, use álcool 70% e lave as mãos com água e sabão sempre que puder.
Prefeitura de Ipiaú/Dircom

Bahia registra 515 novos casos de Covid-19 e mais 5 óbitos pela doença

Foto: Divulgação

Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 515 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,04%) e 571 recuperados (+0,05%). O boletim epidemiológico deste sábado (4) também registra 5 óbitos. Dos 1.262.581 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.232.064 já são considerados recuperados, 3.176 encontram-se ativos e 27.341 tiveram óbito confirmado. Os dados ainda podem sofrer alterações devido à instabilidade do sistema do Ministério da Saúde. A base ministerial tem, eventualmente, disponibilizado informações inconsistentes ou incompletas.

O Boletim Infográfico contabiliza ainda 1.642.236 casos descartados e 257.927 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas deste sábado. Na Bahia, 52.595 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Vacinação

Por conta de uma atualização no sistema de envio de dados da vacinação, nem todos os 417 municípios baianos fizeram o carregamento das informações relativas ao público vacinado. Desta forma, os números apresentados no vacinômetro correspondem apenas ao totalizado pelos municípios que enviaram os dados, dando a impressão de queda na cobertura vacinal.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) realiza o contato diário com as equipes de cada município a fim de aferir o quantitativo de doses aplicadas.

Até o dia 21 de novembro, quando tivemos a última atualização com os 417 municípios baianos, 10.952.306 de pessoas tinham sido vacinadas contra o coronavírus (Covid-19) com a primeira dose. Esse dado representa 86,02% da população com 12 anos ou mais, estimada em 12.732.254

Nova proposta de reforma trabalhista libera domingos e proíbe motorista de app na CLT

Foto: Bruno Santos/ Folhapress / Arquivo 

Estudo encomendado pelo governo Jair Bolsonaro para subsidiar uma nova reforma trabalhista propõe, entre outras medidas, trabalho aos domingos e proibir o reconhecimento de vínculo de emprego entre prestadores de serviço e aplicativos. As sugestões para uma série de mudanças na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e na Constituição foram elaboradas por um grupo instituído pelo Ministério do Trabalho e da Previdência. O texto já foi concluído e está sob avaliação.

São ao menos 330 alterações em dispositivos legais. Há a inclusão de 110 regras —entre artigos, parágrafos, incisos e alíneas—, a alteração de 180 e a revogação de 40 delas. Caso seja aprovada a mudança em relação aos domingos, um trabalhador pode ter direito a folgar nesse dia apenas uma vez a cada dois meses —a medida já havia sido tratada na tramitação da MP que deu origem à Lei de Liberdade Econômica.

​A proposta dos especialistas altera o artigo 67 da CLT e diz que “não há vedação ao trabalho em domingos, desde que ao menos uma folga a cada 7 (sete) semanas do empregado recaia nesse dia”. Na justificativa da mudança, os especialistas afirmaram que “atualmente um dos maiores desafios que o mundo enfrenta é o desemprego”.

“Hoje, para trabalhar aos domingos e feriados, é necessário: estar na lista de atividades autorizadas pela Secretaria Especial do Trabalho [convertida em ministério], ou possuir autorização de entidade sindical, mediante convenção ou acordo coletivo”. A sugestão prevê acordo individual. A medida, segundo o relatório, pode trazer benefícios para os níveis de emprego.

O conjunto de propostas consta de relatórios apresentados pelo ministério, na segunda-feira (29), ao Conselho Nacional do Trabalho. O texto reúne contribuições de magistrados, advogados, economistas e acadêmicos. O estudo pretende fazer “a sintonia fina da reforma trabalhista de 2017”. Para isso, há sugestões sobre trabalho intermitente, correção pelo IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial) e indenização por danos morais.

O Gaet (Grupo de Altos Estudos do Trabalho) foi criado em 2019. Os trabalhos foram organizados em quatro comissões com eixos temáticos. O documento com 262 páginas foi publicado em novembro deste ano. A desvinculação do trabalhador de aplicativo é citada em três capítulos.

No grupo liderado pelo ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, ex-presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), constam as mudanças mais profundas. Pelo texto, o artigo 3º da CLT deverá afirmar expressamente que “não constitui vínculo empregatício o trabalho prestado entre trabalhador e aplicativos informáticos de economia compartilhada”.

Motoristas de passageiros e entregadores de alimentos não poderiam ser considerados empregados de plataformas. Dessa forma, não teriam direitos previstos na CLT. Hoje, há decisões judiciais conflitantes. Segundo a exposição de motivos, “tal dispositivo busca reduzir a insegurança jurídica sobre o tema, além de exemplificar hipóteses de efetiva subordinação, para superar a discussão jurídica atualmente em voga”.

No documento, o ministério diz que as propostas não representam a opinião do governo. “Ou seja, os relatórios dos Grupos de Estudos Temáticos são de exclusiva e inteira responsabilidade dos autores.” Procurada, a pasta reproduziu essa ressalva que está no material. E acrescenta: “Assim sendo, o documento também afirma que ‘a atuação do governo federal será calçada e construída por meio de diálogo com a sociedade, sua representação no Parlamento e nas necessidades econômicas e sociais do país'”.

Segundo a pasta, “a posição de diálogo e construção é a que orienta o governo no presente momento”. Fenômenos recentes da economia, os aplicativos, como Uber, 99, iFood, têm enfrentado questionamentos judiciais quanto a vínculo de emprego. Na proposta, o tema foi tratado em mais dois artigos da CLT, o 442 e o 442-B.

Já o grupo de liberdade sindical, coordenado pelo professor da FEA-USP Hélio Zylberstajn, afirmou que o caso é de “um critério simples, aritmético e, portanto, objetivo”. “Basta contar a quantidade de partes envolvidas no trabalho sob demanda para concluir que se trata de relação bidimensional, tridimensional ou ainda mais ampla”.

Segundo a comissão, “a vantagem é clara”. “Se há mais de duas partes no trabalho sob demanda, pode-se concluir com segurança que não há relação de emprego ou de subordinação e não se aplica o conjunto de regras da nossa CLT.”

Esse grupo propõe: “Não caracteriza vínculo empregatício a utilização, em uma rede de operações econômicas, de trabalhador que, de forma voluntária, independente, autogerida, eventual ou contínua, participa de transações entre mais de um participante da rede, sejam pessoas físicas ou jurídicas”.

Presente à reunião do conselho na condição de assessor jurídico da CUT (Central Única dos Trabalhadores), o advogado José Eymard Loguercio diz que não foi apresentada proposta de projetos de lei com intuito de garantir proteção a esses trabalhadores. Segundo ele, os autores do relatório afirmam que o tema já está em debate no Congresso.

“Não há medida de proteção ao trabalhador. Toda a segurança jurídica é para a empresa e para o mercado”, afirma Loguercio em alusão ao título da comissão de Gandra, “Direito do Trabalho e Segurança Jurídica”. A proposta de proteção social a esses trabalhadores foi debatida, mas não avançou no grupo.

Integrante da comissão e desembargador do TRT-21 (Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Norte), Bento Herculano Duarte Neto afirma que pessoalmente é a favor de uma rede mínima de direitos. “O ideal é dizer que não tem vínculo empregatício por não haver subordinação, mas deve haver alguma proteção previdenciária, porque é o famoso trabalhador invisível, além de limitar jornada e ter um patamar mínimo de retribuição financeira”, diz Duarte Neto.

Já Gandra afirma que prevaleceu a proposta que busca evitar judicialização. “A matéria é tão polêmica ainda no Brasil e no mundo que a gente quis deixar claro que não existe vínculo empregatício. Se virar empregador, a plataforma deixa de existir, não tem interesse”, diz.

“Se não há vínculo, não há o que dizer. Que direito vai ter? Agora, se tiver problema de saúde, hoje pode se filiar como contribuinte individual à Previdência, mas pode deixar isso mais claro”, afirma. O grupo de economia do trabalho, coordenado por Ricardo Paes de Barros, vai nessa linha e sugere que os trabalhadores poderiam se enquadrar como MEI (Microempreendedor Individual), o que torna, por exemplo, a contribuição à Previdência obrigatória.

Não há prazo para que a avaliação do texto seja concluída, e as propostas, apresentadas.

PRINCIPAIS PONTOS DAS PROPOSTAS

– Não reconhecer vínculo de emprego entre prestadores de serviços (motoristas e entregadores, por exemplo) e plataformas digitais (aplicativos). Ideia é barrar decisões judiciais que reconheçam o vínculo e os direitos previstos na CLT
– Liberar trabalho aos domingos para todas as categorias
– Responsabilização do empregado, quando treinado e equipado, pela falta de uso do equipamento de proteção individual em caso de acidente de trabalho
– Previsão de teste de gravidez antes da dispensa da trabalhadora mulher. Ideia é garantir emprego e não se considerar dispensa arbitrária o fim de contrato por prazo determinado, de experiência, temporário ou intermitente
– Ajustes nas regras do trabalho intermitente
– Limitação da chamada substituição processual aos associados de um sindicato
– Quitação de acordo extrajudicial seria completa, e o juiz, proibido de homologá-lo parcialmente
– Indenização por danos morais com o o teto dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social como parâmetro, em vez do salário do trabalhador, como previa a reforma de 2017
– Aplicação do IPCA-E (índice de inflação medido pelo IBGE) em vez da TR, como previa a reforma de 2017, ou da Selic em correção monetária de créditos trabalhistas
– Aplicação de leis trabalhistas novas aos contratos vigentes a fim de evitar questionamentos como os feitos em relação à reforma de 2017
– Liberdade sindical ampla, proposta por meio de PEC (proposta de emenda à Constituição)
– Descartar como obrigatório o uso dos conceitos de categorias e sistema confederativo para conceituação de sindicatos
– Admitir sindicatos por empresa ou setor produtivo (pode-se manter os conceitos de categorias e sistema confederativo)
Catia Seabra e William Castanho / Folhapress

Hoje tem espetáculo na Casa da Cultura de Ipiaú

Foto: Divulgação
Concluindo a programação alusiva aos 88 anos de Ipiaú, acontece na noite deste sábado, 4, na Casa da Cultura (Casarão de Zé Américo) um espetáculo que reúne músicos desta cidade e de Jequié e traz um clip do jornalista-escritor Wilson Midlej exibindo as belezas e os encantos da rodovia que liga os dois municípios.

A noitada promete muita animação, pois além do vídeo e do encontro de amigos traz um repertorio de chorinho, samba, bossa nova, baião de Gonzagão, jovem guarda, MPB e canções dos Beatles.

O grupo Arquidá, de Jequié, formado por Bené Sena, Pedrinho, Gilson e Maurilio, o cover de Luiz Gonzaga, Lourival Eça, além de outras atrações farão girar a roda melódica, multigênero. A prefeita maria das Graças e outras autoridades confirmaram presença no evento que tem início às 20 horas e rola enquanto tiver cantoria. ( José Américo Castro).

Mendonça e Michelle reagiram com ‘glória a Deus’ a aprovação ao STF

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress/Arquiv
O presbiteriano André Mendonça estava ao lado de Michelle Bolsonaro, da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e de líderes de um proeminente galho da ala da Assembleia de Deus, o Ministério Madureira, quando soube do placar a seu favor na votação que definiu sua nomeação para o STF (Supremo Tribunal Federal).

A aprovação no Senado, na quarta (1º), é uma importante vitória para pastores que fizeram campanha de quase cinco meses pela nomeação de Mendonça, também ele um líder evangélico. A conquista foi recebida com “glória a Deus” e “aleluia” por Michelle, simpática à candidatura do agora ministro do STF.

Acompanhado da família, Mendonça levanta os braços para cima quando ouve o resultado e abraça Michelle, que dá pulinhos de alegria. A primeira-dama também fala em línguas, o que pentecostais veem como um dom guiado pelo Espírito Santo.

O grupo se juntou no gabinete do senador evangélico Luiz do Carmo (MDB-GO) para assistir ao ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro ser sabatinado para uma vaga na corte. Manoel Ferreira, bispo primaz dessa ala assembleiana, estava lá com o atual líder da igreja, o bispo Samuel Ferreira, seu filho.

Em junho, Manoel —que foi deputado nos anos 2000 e presidente da bancada evangélica em seu tempo— se reuniu com o ex-presidente Lula. O encontro enervou pastores bolsonaristas e foi minimizado pelo atual líder do bloco religioso na Câmara, Cezinha de Madureira (PSD-SP) —também presente no gabinete de Luiz do Carmo.

Representante da igreja no Congresso, naquela mesma semana Cezinha passeou na garupa de Jair Bolsonaro, em uma das motociatas promovidas em nome do presidente, a Acelera para Cristo.
Anna Virginia Balloussier / Folhapress

ONU inaugura monumento guardião da paz e segurança internacional para 2021 e 2022

(Foto: Reprodução)
A estátua é um símbolo da paz e tem o aspecto de um animal selvagem aparentando uma onça pintada ou um leopardo com asas

Um monumento feito por artesãos da cidade de Oaxaca, no México, tornou-se a partir do último dia 04 deste mês, novembro de 2021, o símbolo guardião da paz e segurança internacional para os anos de 2021 e 2022 no Conselho de Segurança da ONU. A estátua foi colocada na praça das Nações Unidas em Nova York e foi apresentada ao público pelo embaixador mexicano Juan Ramón de la Fuente. Por meio de um vídeo, de la Fuente deu as boas-vindas ao novo Guardião da Paz e da Segurança Internacional, um grande alebrije feito por artesãos zapotecas. Alebrijes são esculturas de arte folclórica mexicana, coloridas, de criaturas fantásticas, feitas de madeira da árvore de copal ou papel machê. A estátua enviada às nações Unidas é de madeira.
(Foto: Reprodução)
Segundo de la Fuente, a escultura foi enviada às Nações Unidas pelo governador de Oaxaca, Alejandro Murat, para fortalecer a presidência do México durante o mês de novembro no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O Mês de novembro deste ano, 2021, está sendo marcado por fortes esperanças de um futuro seguro e pacífico, que emergem dos apelos do Reino Unido na COP26 em Glasgow, Escócia, para que os líderes mundiais entrem num consenso favorável para a segurança das futuras gerações. Até o momento, a cúpula segue sem acordos positivos firmados de forma definitiva, mas com um certo otimismo.


Agência Indicatu - Brasil,em 12/11/2021 às 16:31:41



Caseiro suspeito de matar a mulher grávida, enteada e fazendeiro se entrega após sete dias de fuga em Goiás; vídeo

Caseiro suspeito de matar a mulher grávida, enteada e fazendeiro se entrega após sete dias de fuga em Goiás; vídeo

 Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O caseiro Wanderson Mota Protácio, de 21 anos, suspeito de matar a mulher grávida, a enteada e um fazendeiro, se entregou à polícia na manhã deste sábado (4), em Gameleira de Goiás. O crime aconteceu no dia 28 de novembro e, desde então, ele estava foragido.

Os três assassinatos aconteceram em Corumbá de Goiás, no Entorno do DF. Segundo a Polícia Civil, primeiro, o suspeito matou a mulher dele que estava grávida, Rânia Aranha Figueiro, de 21 anos, e a enteada Geysa Aranha da Silva Rocha, de dois anos e nove meses.

Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Em seguida, ele furtou um revólver e matou o fazendeiro Roberto Clemente de Matos, de 73 anos, para roubar a caminhonete dele e fugir da cidade. Wanderson também tentou estuprar a mulher do fazendeiro, mas não conseguiu, e atirou no ombro dela.

Após o crime, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) montou uma força-tarefa com as polícias Civil e Militar e com a ajuda da Rodoviária Federal (PRF) para prendê-lo.

Até então, o cerco policial se concentrou em três cidades: Corumbá de Goiás, onde os crimes aconteceram, Alexânia e Abadiânia, para onde ele teria fugido.

A fuga do trecho entre Alexânia e Abadiânia foi feito de táxi, segundo a polícia.

"O suspeito fugiu para Alexânia, onde pediu ajuda a familiares e até vendeu alguns aparelhos celulares. De lá, ele fugiu para Abadiânia e está escondido na zona rural entre estas cidades", afirmou o investigador.
 Foto: Jhonathan Moreira/TV Anhanguera

Caseiro roubou arma antes de fugir


Após matar a mulher e a enteada, o caseiro teria ido pedir ao patrão ajuda para a esposa grávida, dizendo que ela estava passando mal. O patrão saiu e foi até a casa ajudar a mulher. Nesse intervalo, de acordo com a polícia, o caseiro entrou na residência do patrão e furtou um revólver calibre .38.

Com a arma em mãos, ele foi à casa de Roberto Clemente e o matou com um tiro. Depois, roubou a caminhonete dele e fugiu do local após tentar estuprar a mulher do idoso, de acordo com o que foi informado pela polícia.

Os corpos da mulher e da enteada foram encontrados pela Polícia Militar na casa do caseiro, horas depois de ele fugir da fazenda. Segundo a corporação, elas foram mortas a facadas.

Conhecido da família

A mulher do idoso, que sobreviveu e foi levada a um hospital, contou à polícia que o rapaz era conhecido da família. Ele chegou na propriedade, entrou, e conversou com Roberto Clemente. Os dois tomaram refrigerante juntos. Então, Wanderson sacou a arma e deu um tiro na cabeça do idoso.

"A [mulher de Roberto Clemente] tentou correr e o Wanderson disse que a mataria, mesmo assim ela correu. Ele a derrubou, bateu em seu rosto e tentou estuprá-la. Não conseguindo, atirou também contra ela, acertando seu ombro. Caída no chão, se fingiu de morta. Então ele pegou a caminhonete da vítima e fugiu. A mulher conseguiu se deslocar até a propriedade vizinha para pedir ajuda", diz trecho do boletim de ocorrência.

Tentativa de feminicídio
Foto: Reprodução
O caseiro Wanderson já foi preso anteriormente por tentar matar uma ex-mulher a facadas, em Goianápolis. Conforme boletim de ocorrências, ele atingiu a mulher nas costas até que a faca se quebrasse em três partes.

O delegado Tibério Martins informou que a tentativa de feminicídio aconteceu em 2019 e a mulher sobreviveu ao crime. Na época, ele tinha 18 anos e ficou preso até março deste ano, quando saiu do presídio. 
Por Millena Barbosa, g1 Goiás
04/12/2021 08h04 Atualizado há 43 minutos

Governo do Estado e Prefeitura iniciam testagem e vacinação contra Covid-19 no aeroporto de Salvador

Foto: Divulgação/Aeroporto de Salvador

A partir deste sábado (4), o Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Salvador, ofertará testes rápidos do tipo antígeno para a detecção da Covid-19, bem como implantará uma sala de vacinação a fim de imunizar baianos e turistas que circulam no aeroporto da capital baiana.

A iniciativa de testagem faz parte de um projeto piloto, no qual pretende alcançar até 10% dos passageiros dos voos nacionais que desembarcam no aeroporto de Salvador e, num momento posterior, os passageiros dos voos internacionais. A sala de vacinação funcionará das 8h às 18h, enquanto a testagem ocorrerá das 10h às 16h.

De acordo com a secretária da Saúde da Bahia, Tereza Paim, “o teste de antígeno é mais rápido e com precisão similar ao teste molecular do tipo RT-PCR, que é o padrão ouro na detecção do coronavírus. Ele tem como vantagem a detecção da doença em sua fase aguda, além da velocidade para obtenção do resultado, estimada em 20 minutos”, explica a secretária.

Mês de novembro apresenta menor número de mortes do ano

Foto: Alberto Maraux
Mês de novembro apresenta menor número de mortes do ano
O mês de novembro de 2021 apresentou o menor número de mortes violentas no ano, na Bahia, além da redução de 18,3% em relação ao mesmo período do ano passado. São 407 casos contabilizados, contra 498 no ano passado, o que representa a preservação de 91 vidas.

Os dados oficiais mostram a diminuição nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) no estado desde o mês de outubro, que também apresentou queda, passando de 522 casos em 2020 para 462 este ano, uma redução de 22%. A capital também segue a mesma tendência, com reduções sucessivas em outubro (-15%) e novembro (-28,5%), que saiu de 123 registros para 88.

Também houve declínio das mortes na Região Metropolitana, que foi de 60 para 46 CVLIs - redução de 23,3% - , e no interior, que teve 42 casos a menos, representando uma queda de 13%.

“É um esforço conjunto e contínuo. Este não foi um ano fácil para nenhum setor e o da segurança pública foi um dos mais difíceis, afinal, o aumento do desemprego, da desigualdade e da miséria refletem diretamente no crescimento da violência. Nós tomamos uma série de medidas com o objetivo de frear esse aumento, observado em quase todo país. Reforçamos os investimentos, mudamos algumas estratégias, intensificamos o policiamento e apostamos nas ações de inteligência para conter esse avanço. Estamos trabalhando muito e já notamos a mudança nesse quadro “, afirmou o secretário da SSP, Ricardo Mandarino.

Disse ainda que o combate intenso ao tráfico de drogas continua a principal ação das polícias e destacou a grande quantidade de armas e drogas retiradas das ruas no último ano. “São números recordes que demonstram a grande produtividade das polícias Militar e Civil e de toda a equipe da SSP”, continuou.

Até o mês de novembro, o trabalho conjunto das polícias resultou na apreensão de 15 toneladas de drogas, entre maconha, cocaína e crack, além de 1,2 milhão de pés de maconha que quando renderiam mais 400 toneladas da droga.
Fonte: Ascom: Kelly Hosana

Brasil registra 229 mortes por Covid e mais de 10 mil casos

Foto: Wilton Júnior/Estadão/Arquivo

O Brasil registrou 229 mortes por Covid e 10.464 casos da doença, nesta sexta-feira (3). Com isso, o país chegou a 615.454 vidas perdidas e a 22.127.828 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2 desde o início da pandemia.

As médias móveis de mortes e casos, como tem acontecido, permaneceram em estabilidade, ou seja, sem variações superiores a 15% em relação aos dados de duas semanas atrás.

A média de óbitos agora é de 208 por dia e a de infecções é de 8.777 diárias.

Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

Os dados da vacinação contra a Covid-19, também coletados pelo consórcio, foram atualizados em 17 estados e no Distrito Federal.

O Brasil registrou 1.688.456 doses de vacinas contra Covid-19, nesta sexta. De acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde, foram 187.516 primeiras doses, 1.131.172 segundas doses. Além disso, foram registradas 2.165 doses únicas e 367.603 doses de reforço.

Houve registros negativos de primeiras (-7.122) e segundas doses (-32.398) em Goiás. Também houve registro negativo de doses únicas em Minas Gerais (-354), Mato Grosso do Sul (-1) e em Tocantins (-147).

Ao todo, 159.531.218 pessoas receberam pelo menos a primeira dose de uma vacina contra a Covid no Brasil -131.715.192 delas já receberam a segunda dose do imunizante. Somadas as doses únicas da vacina da Janssen contra a Covid, já são 136.297.350 pessoas com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen.

Assim, o país já tem 74,79% da população com a 1ª dose e 63,89% dos brasileiros com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen. Considerando somente a população adulta, os valores são, respectivamente, de 98,42% e 84,09%.

Mesmo quem recebeu as duas doses ou uma dose da vacina da Janssen deve manter cuidados básicos, como uso de máscara e distanciamento social, afirmam especialistas.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.
Folhapress

Congresso quer aprovar Orçamento de 2022 ainda neste mês

Foto: Dida Sampaio/Estadão/Arquivo

Apesar do atraso nas discussões sobre o Orçamento de 2022, líderes do Congresso querem aprovar a proposta ainda este mês para garantir que as emendas parlamentares já possam ser executadas no início do ano eleitoral.

Deixar a votação do Orçamento para fevereiro de 2022 significa encurtar o prazo para que as emendas sejam liberadas.

Emenda parlamentar é a forma que deputados e senadores conseguem destinar dinheiro do Orçamento federal para obras e projetos em suas bases políticas.

Como 2022 é um ano eleitoral, a liberação de emendas precisa ser suspensa a partir de julho. O uso desse dinheiro em ações voltadas para bases de deputados e senadores ampliam o capital político dos parlamentares às vésperas do pleito.

Por isso, a execução das emendas desperta o interesse dos congressistas já no início de 2022.

O plano é evitar que ocorra um impasse semelhante ao do Orçamento de 2021, que foi sancionado apenas em abril. O atraso limitou a liberação de emendas parlamentares nos primeiros quatro meses do ano. Nenhuma emenda foi liberada antes da sanção —nem mesmo as emendas impositivas, que precisam ser obrigatoriamente liberadas no ano.

Hoje existem quatro tipos de emendas: as individuais (que todo deputado e senador tem direito), as de bancada (parlamentares de cada estado definem prioridades para a região), as de comissão (definida por integrantes dos colegiados do Congresso) e as do relator (criadas por congressistas influentes a partir de 2020 para beneficiar seus redutos eleitorais).

Apesar de o STF (Supremo Tribunal Federal) ter suspendido o uso das emendas de relator, líderes do Congresso confiam que o mecanismo será liberado na reta final de formulação do Orçamento de 2022.

Inicialmente a intenção era reservar até R$ 16 bilhões para essas emendas de negociação política. No entanto, com o aperto nas contas públicas, as estimativas agora estão próximas de R$ 7 bilhões.

O relator do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), incluiu o mecanismo no parecer preliminar do projeto, permitindo que as mudanças sejam para ajustes técnicos ou que “visem ao aperfeiçoamento dos orçamentos da União”.

Esse instrumento ampliou o volume de emendas parlamentares e o controle do Congresso em relação ao Orçamento.

Líderes partidários querem aprovar o projeto de Orçamento de 2022 até o dia 17 de dezembro apesar da demora na conclusão da PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios, que possibilitará um amplo ajuste nas despesas do próximo ano.

“Estamos trabalhando para acelerar o relatório. Vamos cumprir o calendário e aprovar o Orçamento em dezembro”, afirmou Leal.

A PEC dos Precatórios autoriza o governo a gastar mais R$ 106 bilhões no próximo ano. A proposta teve sua votação concluída no Senado na quinta-feira (2), mas os parlamentares alteraram o texto e por isso a proposta vai precisar tramitar novamente na Câmara dos Deputados.

A cúpula do Congresso agora precisa definir se vai “fatiar a proposta”, dividi-la para promulgar apenas as partes em comum que já foram aprovadas pelas duas Casas legislativas. Lideranças governistas defendem essa iniciativa, que daria celeridade para o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse na mesma quinta-feira que a proposta deveria realmente ser fatiada e que as mudanças no texto promovidas pelo Senado seriam apreciadas apenas em 2022.

“Nós vamos ver o texto comum das duas Casas. Esse texto comum deve ser promulgado pelas duas mesas [diretoras], e o que sobrar do texto comum terá que ir para a CCJ [Comissão de Constituição e Justiça], terá que ter admissibilidade, terá que ir para a comissão especial para voltar ao plenário em duas votações”, disse.

No entanto, Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reuniram horas depois e não conseguiram chegar a um acordo.

A única decisão tomada após o encontro foi, cada um em separado, realizar reunião com os líderes de bancada de cada Casa para chegar a um acordo a respeito dos pontos em comum que podem ser promulgados.

Senadores temem que a promulgação apenas dos dispositivos que abrem espaço de R$ 106 bilhões para gastos possa dar carta branca para o governo efetuar os gastos sem nenhum tipo de controle em ano eleitoral.

Os senadores, ao alterarem o texto da Câmara, incluíram dispositivos para garantir que esses recursos serão vinculados, para serem aplicados apenas para gastos do programa Auxílio Brasil e de seguridade social.

A PEC dos Precatórios é hoje a principal pauta de interesse do presidente Jair Bolsonaro no Congresso. O objetivo é autorizar o governo a gastar mais e viabilizar a promessa de elevar o valor do Auxílio Brasil numa tentativa de dar impulso a Bolsonaro na campanha à reeleição em 2022.

Para ampliar em cerca de R$ 106 bilhões as despesas do próximo ano, a PEC tem dois pilares.

Uma medida permite um drible no teto de gastos, fazendo um novo cálculo retroativo desse limite. A outra medida cria um valor máximo para o pagamento dos precatórios –as dívidas que não entrarem nessa lista serão adiadas e quitadas em anos posteriores.

Thiago Resende/Renato Machado/Folhapress

Covid-19: Ômicron tem 3 vezes mais chance de causar reinfecção do que a Delta, diz estudo

Foto: Divulgação/Arquivo

Cientistas da África do Sul afirmaram que a variante Ômicron oferece pelo menos três vezes mais risco de causar reinfecção do que outras variantes como a Beta e a Delta, de acordo com um estudo preliminar publicado nesta quinta-feira, 2.

Uma análise estatística de 2,8 milhões de amostras positivas para covid-19 na África do Sul – 35.660 das quais eram suspeitas de reinfecção – levou os cientistas a concluir que a variante tem “substancial habilidade de escapar da imunidade de uma infecção anterior”.

Os pesquisadores disseram que a reinfecção ajuda a explicar por que a nova variante tem se espalhado. O elevado risco de ser reinfectado pela Ômicron é “temporalmente consistente” com a emergência da variante na África do Sul. O estudo ainda está em fase pré-print (sem revisão pelos pares).

Questões sobre o nível de proteção que as vacinas oferecem contra a nova variante continuam sem resposta. Mas Juliet Pulliam, epidemiologista na África do Sul e uma das autoras do estudo, disse que as vacinas provavelmente ainda oferecem proteção mais eficaz contra a forma grave da doença e morte.

Saber que a Ômicron pode levar a mais reinfecções é importante, afirmou Juliet, no Twitter. A imunidade adquirida após infecções anteriores foi considerada fundamental para ajudar países como a África do Sul e a Botsuana – com taxas relativamente baixas de vacinação – a controlar a pandemia.

“Nossa prioridade mais urgente agora é medir a extensão do escape da Ômicron em relação às imunidades natural e derivada da vacina, assim como sua transmissibilidade em relação a outras variantes e o impacto na gravidade da doença”, disse Harry Moultrie, especialista em doenças infecciosas e outro autor do estudo.

Outras variantes também causam reinfecção. Muitos pacientes reinfectados com a Beta foram identificados em Israel este ano, por exemplo. O estudo, porém, sugere que o risco relativo de se infectar novamente permaneceu estável em relação às outras variantes, o que ressalta a importância das descobertas agora sobre a Ômicron.

“Ao contrário de nossas expectativas e experiência com as variantes anteriores, agora estamos experimentando um aumento no risco de reinfecção que excede nossa experiência anterior”, disse Juliet em um comunicado na quinta-feira.

O Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul disse na quarta-feira que a variante Ômicron superou outras variantes em novembro, respondendo por 74% dos genomas sequenciados no mês passado. A Delta havia sido dominante. O número geral de casos também aumentou rapidamente nos últimos três dias.

“A Ômicron é provavelmente a variante de disseminação mais rápida que a África do Sul já viu”, disse Tulio de Oliveira, professor de saúde pública na Universidade Stellenbosch, na África do Sul.

Apenas 6% da população da África foi totalmente vacinada. Na África do Sul, pouco menos de 30% das pessoas foram totalmente imunizadas. Autoridades de saúde pública do país alertaram que a desinformação em mídias sociais está impedindo a vacinação, especialmente entre os jovens adultos.
Estadão Conteúdo

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