Aliados de governador do TO debochavam de esquema, diz PF, e faziam foto com dinheiro
![]() |
| Foto: Antônio Gonçalve/Governo do Tocantins/Arquivo |
O núcleo próximo do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), suspeito de desviar recursos de emendas parlamentares por meio de cestas básicas na pandemia da Covid-19, tratava o esquema com deboche, fazia fotos com maços de dinheiro em espécie e elaborava formas de disfarçar entregas fraudulentas, segundo a Polícia Federal.
A operação deflagrada nesta quarta-feira (4) afastou o governador do cargo, com autorização do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Os investigadores afirmam que o Governo do Tocantins foi transformado em um “verdadeiro balcão de negócios”.
O afastamento do governador aconteceu durante a segunda fase da operação Fames-19, que investiga desvios com recursos da pandemia. Em agosto de 2024, Barbosa já havia sido alvo de mandados de busca e apreensão.
Em nota, ele afirmou que jamais teve qualquer participação, direta ou indireta, na aquisição de cestas básicas durante a pandemia.
“As tentativas de vinculá-lo ao caso se apoiam unicamente em falas de terceiros reproduzidas em investigação policial, sem qualquer prova material ou evidência concreta. Trata-se de deduções precipitadas e sem base na realidade”, diz o texto.
Segundo a investigação, os suspeitos envolvidos no esquema de desvio de recursos chegaram a debochar da própria fraude. As irregularidades, ligadas à compra de cestas básicas destinadas ao enfrentamento da pandemia, teriam se concentrado sobretudo entre 2020 e 2021.
De acordo com a Polícia Federal, em conversa sobre a prorrogação do estado de calamidade no Tocantins por causa da pandemia, Paulo César Lustosa Limeira disse ao irmão Wilton Rosa Pires que o governador estava “guloso”, em referência a recursos financeiros: “Cab[r]a tá guloso, rsrsrs”.
Em outro diálogo entre os dois, Pires perguntou ao irmão onde ele estava e, em seguida, afirmou: “Quero te passar uma bênção”, referência, segundo a PF, ao pagamento de propina.
De acordo com a PF, Paulo César Lustosa Limeira é ex-marido de Karynne Sotero Campos, atual esposa do governador, e mantinha “intensa proximidade” tanto com a primeira-dama quanto com o próprio Wanderlei Barbosa.
As investigações indicam que Limeira é suspeito de intermediar negociações de propina ligadas a contratos do governo. Já Pires é apontado pela PF como operador do esquema de desvio de recursos públicos. Os dois foram procurados pela reportagem, mas não se manifestaram.
A Polícia Federal também obteve fotos de pessoas ligadas ao governador com maços de dinheiro, entre elas Marcus Vinícius Santana, filho de Ticiano Darles Santana Sousa, assessor especial do governador. Marcus é suspeito de atuar como operador financeiro do esquema.
De acordo com a investigação, ele era responsável por transferências bancárias e saques em espécie, que depois eram entregues ao pai ou a Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, assessor e sobrinho do governador. Cabia a eles, segundo a PF, repassar os valores ao restante do grupo, inclusive ao próprio governador.
Santana, Sousa e Carvalho foram procurados, mas não se manifestaram.
A PF aponta que os investigados também passaram a cobrar uma lista de nomes e documentos com a intenção de forjar registros e encobrir a não distribuição dos alimentos, com o objetivo de tentar enganar a fiscalização.
Em um diálogo entre Limeira e Pires, uma terceira pessoa, ainda não identificada, solicitou uma lista com 1.500 nomes e CPFs para compor a prestação de contas.
A Polícia Federal também afirma ter identificado o pagamento de R$ 550 mil de suposta propina ao governador, relacionada a um contrato de fornecimento de frangos congelados firmado com a empresa Sabores Regionais. O repasse em espécie teria ocorrido em 14 de novembro de 2021, mas o contrato não foi executado nem quitado pelo governo.
Segundo as investigações, a empresa não tinha condições de cumprir o acordo. Ela entregou apenas 15 mil galinhas leves, em vez dos 50 mil frangos previstos, o que resultou em inexecução contratual.
Diante do impasse, a proprietária passou a cobrar a devolução da quantia paga. Ainda de acordo com a PF, diálogos revelam que a dívida seria compensada com valores desviados de futuras licitações, reforçando a existência do esquema de corrupção. Em 2023, em conversa com uma terceira pessoa, a própria empresária teria confirmado o recebimento da devolução da propina.
Raquel Lopes/José Marques/Folhapress
Moraes pede, e Zanin marca dia extra para julgamento de Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), pediu, e o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, agendou sessões extras para a próxima quinta-feira (11) para o julgamento do núcleo central da trama golpista.
A solicitação foi feita nesta sexta-feira (5) por Moraes em um despacho no processo do julgamento.
Até o momento, estavam marcadas sessões de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais réus para terça (9), quarta (10) e sexta-feira (12).
Com a decisão de Zanin, o julgamento deve durar um dia a mais do que o previsto. Foram marcadas sessões para o dia inteiro na quinta.
A tradicional sessão do plenário da quinta-feira, que é extraordinária, foi cancelada pelo presidente da corte, Luís Roberto Barroso.
Já a sessão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que acontece às 10h da quinta-feira, será presidida pelo ministro Kassio Nunes Marques, que não faz parte da Primeira Turma do Supremo. A presidente da corte eleitoral, Cármen Lúcia, pretende acompanhar a sessão de julgamento do golpe.
Dentro do Supremo, a avaliação é de que Moraes quer garantir que o julgamento já se encerre na próxima semana, e não se estenda para a seguinte. Ele tem justificado, internamente, que sua intenção é de que o ritmo do julgamento não seja quebrado.
José Marques, Folhapress
475 imigrantes são presos em fábrica Hyundai nos EUA
Uma ação policial na fábrica da Hyundai, na Geórgia, resultou na prisão de centenas dos seus funcionários, que foram acusados de permanência irregular nos Estados Unidos
Nesta sexta-feira (5), centenas de trabalhadores envolvidos na construção da nova fábrica da Hyundai no estado americano da Geórgia foram presos. As obras de construção das instalações, que serão dedicadas à produção de baterias para automóveis em parceria com a LG Energy Solution a partir do fim do ano, foram paralisadas.
A publicação Korea Economic Daily fala na prisão de cerca de 560 funcionários - com cerca de 300 cidadãos sul-coreanos envolvidos. A fábrica de baterias da Hyundai na Geórgia garantiu que está cooperando com as autoridades para solucionar o caso e trabalhar de acordo com as normas dos Estados Unidos.
Um agente do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) esclareceu que a ação foi realizada por várias agências, sob autorização judicial, enquanto decorre "uma investigação sobre práticas de emprego ilegais".
Já o The New York Times reporta que, entre os detidos nesta ação contra a imigração ilegal estão também executivos. Há funcionários da Hyundai e da LG Energy Solution envolvidos, relatou a empresa tecnológica.
Steven Schrank, agente especial que lidera as Investigações de Segurança Interna da Geórgia, confirmou que existiram detenções, enquanto o escritório de Atlanta da agência AFT do Departamento de Justiça anunciou na rede social X a detenção de cerca de 475 imigrantes ilegais.
O governo da Coreia do Sul, país de onde a Hyundai e a LG são oriundas, revelou que os presos se encontram no centro de detenções do Serviço de Imigração e Alfândegas dos EUA.
O porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Lee Jae-woong, falou das detenções em comunicado, onde alertou: "As atividades econômicas das nossas empresas investindo nos Estados Unidos e os interesses dos nossos cidadãos não podem ser violados indevidamente na aplicação da lei dos EUA".
Nos últimos tempos, as relações entre os EUA e a Coreia do Sul têm tido algumas divergências devido a acordos comerciais. Em agosto, Seul prometeu investir 150 bilhões de dólares nos Estados Unidos, com a Hyundai representando 26 bilhões de dólares desta quantia. Por outro lado, desde que foi eleito para regressar à Casa Branca como Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump tem exercido uma dura política anti-imigração, que já originou milhares de detenções e deportações.
“Vamos levar a força da nossa militância das ruas para as redes”, diz secretário Nacional de Comunicação do PT
O novo secretário nacional de Comunicação do PT, Éden Valadares, destacou a grande capacidade do partido de se comunicar com a sociedade, em entrevista, nesta sexta-feira (05), ao podcast Café PT. O dirigente afirmou que esse potencial do partido em dialogar com a população brasileira é comprovado nas disputas à Presidência da República – já que, desde 1989, o PT ou foi o segundo colocado ou venceu as eleições para presidente do Brasil. Éden reforçou que a grande habilidade de se comunicar presencialmente será intensificada nas redes sociais.
“Um partido desse tamanho, o maior partido do Brasil, que já produziu grandes campanhas, eternizou grandes jingles, entendeu, nos últimos anos, o papel das redes sociais nas disputas das eleições e também em mostrar como nosso projeto vem transformando para melhor a vida do povo brasileiro”, afirmou o secretário de Comunicação, ao enfatizar: “Vamos levar a força da nossa militância das ruas para as redes”.
Éden Valadares destacou que o surgimento e a força da tecnologia digital promoveram mudanças nas diversas formas de comunicação. “Ao mesmo tempo em que nosso celular nos conectou com o mundo todo, ele também nos afastou e nos individualizou. E nosso esforço em reunir pessoas para dialogar com a classe trabalhadora, mobilizar a classe trabalhadora e aqueles que mais precisam, os mais pobres desse país, passa também por entender o papel desse aparato tecnológico, a chegada das redes sociais”.
Nesse sentido, o partido tem construído um importante trabalho para continuar dialogando com a população, avaliou o novo secretário. “O PT entendeu que além da arena da disputa política no trabalho, na escola, na faculdade, na roça, nas praças e nas ruas existe também essa dimensão das redes. É um espaço de disputa política que nenhum partido que quer construir hegemonia no país pode estar de fora, e nós estamos lá”, disse Éden, ao destacar o compromisso do PT contra a disseminação de discursos de ódio e fake news.
Na próxima segunda-feira acontece a posse da nova diretoria da CDL de Ipiaú
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Ipiaú (CDL) inicia um novo ciclo. Nesta segunda-feira, 8 de setembro, às 19h30, acontece a posse da nova diretoria da entidade para o biênio 2025/2027, em cerimônia realizada na sede da CDL. O ato oficializa a continuidade do trabalho iniciado pelo atual presidente, o empresário Odeilton Bastos, que foi reeleito em agosto deste ano.
A eleição ocorreu no dia 21 de agosto e confirmou, por aclamação, a permanência de Bastos à frente da instituição. Como não houve inscrição de novas chapas até o prazo estabelecido, o estatuto previu a recondução da diretoria. Na ocasião, os diretores assinaram a ata de aclamação, entre eles o empresário Rubens Santos Batista, do ramo de autopeças, associado à CDL há duas décadas e que pela primeira vez passa a compor a diretoria.
A CDL de Ipiaú reúne atualmente 147 associados e tem como compromissos fortalecer o comércio local, impulsionar as vendas no varejo e colaborar para a geração de novos postos de trabalho. Para o presidente Odeilton Bastos, a reeleição representa a continuidade de um projeto coletivo. “Estamos iniciando mais um mandato com a missão de fortalecer ainda mais o comércio da nossa cidade. Queremos avançar com iniciativas que estimulem as vendas e, sobretudo, promover programas de qualificação para os jovens, preparando-os para o primeiro emprego”, afirmou.
O novo mandato, válido até 2027, reforça o compromisso da CDL em manter a união dos lojistas e trabalhar pelo crescimento econômico de Ipiaú.
Tropas ocidentais na Ucrânia serão alvos legítimos, diz Putin
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (5) que quaisquer tropas ocidentais em solo da Ucrânia serão consideradas um “alvo legítimo” para suas forças. Já o ucraniano Volodimir Zelenski afirmou que espera “milhares de soldados” numa força de paz estrangeira.
“Se alguns soldados aparecerem lá, especialmente agora, durante operações militares, nós vamos partir do fato de que eles serão alvos legítimos para destruição”, afirmou o presidente em Vladivostok, no Extremo Oriente russo, onde participou de um fórum econômico após visitar a China.
Sua fala reitera uma posição conhecida do Kremlin, mas o momento é diverso: na véspera, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que 26 países aliados a Kiev estão dispostos a participar de alguma forma de uma força de paz para garantir aos ucranianos proteção contra novas invasões em caso de um cessar-fogo.
Para Moscou, isso não funciona, dado que o ataque ao vizinho em 2022 foi calcado, entre outros motivos, na premissa de evitar o ingresso da Ucrânia na Otan, a aliança militar ocidental que vem se expandindo a leste desde o fim da Guerra Fria.
“Se chegarmos a decisões que levem à paz de longo termo, então eu simplesmente não vejo nenhum motivo para a presença deles [ocidentais] no território da Ucrânia, ponto”, disse o russo.
Ele também voltou a dizer que pode se encontrar para discutir o fim da guerra com o rival Zelenski, mas só se a reunião ocorrer em Moscou. O presidente ucraniano diz que isso é inaceitável, e propõe um território neutro.
O chanceler ucraniano, Andrii Sibiha, postou em suas redes que Putin “continua a enganar todo mundo fazendo propostas que são reconhecidamente inaceitáveis” para o lado ucraniano.
“Estamos preparando uma força em terra, ar e mar que, simplesmente trabalhando conforme o planejado, pressionará a Rússia a interromper a guerra”, afirmou Zelenski, exagerando um pouco no otimismo e citando os “milhares de soldados”.
Falta uma peça fundamental ao arranjo, que é Donald Trump. O presidente americano deu impulso diplomático para tentar uma trégua ao reunir-se com Putin no Alasca e com Zelenski, ladeado por seis líderes europeus, três dias depois, na Casa Branca.
Isso foi em meados de agosto. Desde então, Trump se diz “decepcionado” com Putin e critica países que compram petróleo russo, como a Índia sobre a qual impôs sobretaxas de importação por esse motivo, mas na prática apenas reitera que “em uma semana, ou duas” irá saber a disposição russa.
Já se passaram três semanas da cúpula em Anchorage e nada. Relatos na mídia americana sugerem que o presidente pode se desengajar totalmente do conflito, deixando o problema para a Europa, e talvez nem aplicar punições secundárias a quem faz comércio com a Rússia —como o Brasil, que compra do país de Putin 60% do diesel que consome.
Por outro lado, a rede NBC afirmou que o americano considera assumir o monitoramento de uma área tampão na linha de frente entre os rivais pelo ar, o que poderia ser uma medida intermediária, sem presença de forças ou mesmo aviões —aparelhos de sensoriamento podem operar de fronteiras próximas, como na Polônia.
Macron não detalhou o que seriam as contribuições à força de paz que discutiu em Paris com líderes europeus na quinta (4).
De seu lado, Putin passou a semana em uma viagem que lhe lustrou a imagem de um líder menos isolado do que o Ocidente gostaria, sendo o principal convidado do espetáculo de força da parada militar liderada por Xi Jinping pelos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.
Nesta sexta, o porta-voz do russo, Dmitri Peskov, afirmou que apesar dos vaivéns devido ao conflito na Ucrânia, o Kremlin acredita que uma nova reunião entre Trump e Putin poderá ocorrer “muito em breve”.
Em solo, a violência segue com troca de ataques aéreos. A Rússia também anunciou ter conquistado mais uma cidade no leste ucraniano, mantendo o avanço dos últimos meses na região.
Igor Gielow/Folhapress
Uma História de amor por vidas
Em meio a tantas histórias que inspiram e enchem de orgulho o povo de Ibirataia, uma trajetória merece destaque especial. Trata-se de Maria Clara Oliveira Guimarães, jovem de apenas 22 anos, que acaba de concluir sua graduação como Bacharel em Enfermagem pela Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública.
Maria Clara nasceu em Ibirataia, no coração da Fundação Hospitalar, sob os cuidados atentos dos médicos Dr. Bruno Araújo e Dr. Manoel Cândido. Hoje, o destino a trouxe de volta ao mesmo lugar onde tudo começou. De filha da cidade, ela se tornou também profissional da saúde, voluntária e exemplo de dedicação.
Neta de Everaldo Guimarães e filha de Luciano Guimarães e Maria Aparecida Oliveira Barbosa Guimarães, Maria Clara carrega consigo valores de amor, respeito e solidariedade, refletidos no trabalho que vem desempenhando de forma voluntária no hospital de sua cidade natal.
Seu retorno não é apenas um gesto profissional, mas um ato de amor à comunidade que a viu nascer. Ao dedicar tempo, conhecimento e carinho ao próximo, Maria Clara mostra que a verdadeira grandeza está no servir.
Ibirataia se orgulha em ver uma filha da terra trilhar o caminho do cuidado humano com tanta sensibilidade. Seu exemplo emociona, inspira e reafirma que a juventude pode, sim, transformar realidades com pequenos gestos que se tornam grandes feitos.
Maria Clara Oliveira Guimarães, sua história é motivo de honra e inspiração. Que esta seja apenas a primeira de muitas conquistas em sua caminhada.
Governo lança programa “Gás do Povo” para beneficiar 15,5 milhões de famílias
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta quinta-feira (4), em Belo Horizonte, o programa Gás do Povo, que garantirá a distribuição gratuita de botijões de gás de cozinha a famílias de baixa renda. A iniciativa vai substituir o atual Auxílio Gás e deve alcançar cerca de 15,5 milhões de famílias em todo o Brasil.
Durante o evento no Aglomerado da Serra, Lula assinou a Medida Provisória (MP) que cria o programa. A MP tem efeito imediato, mas precisará ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias para não perder a validade.
A previsão é que a distribuição dos botijões comece em 30 de outubro, diretamente nas revendedoras credenciadas, sem a necessidade de atravessadores.
O presidente criticou a diferença entre o preço de saída do produto e o valor final cobrado pelas distribuidoras. “Um botijão desse sai da Petrobras, com 13 quilos de gás, a R$ 37. Ele chega em muitos lugares a R$ 150, R$ 140, a R$ 130. É um absurdo”, afirmou Lula.
Como vai funcionar
Com o novo modelo, não haverá mais repasse de dinheiro às famílias. Cada beneficiário retirará o botijão diretamente nas empresas credenciadas pelo governo federal. Segundo o Planalto, a mudança aumenta a eficiência, a transparência e o controle da política pública.
O benefício será voltado a famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda mensal per capita de até meio salário mínimo (R$ 759), com prioridade para aquelas que já recebem o Bolsa Família.
A quantidade de botijões por ano dependerá da composição familiar:
até 3 botijões para famílias de 2 pessoas;
até 4 botijões para famílias de 3 pessoas;
até 6 botijões para famílias de 4 ou mais integrantes.
Recursos garantidos
O programa será financiado integralmente com recursos públicos. A Lei Orçamentária Anual (LOA) já reserva R$ 3,57 bilhões para 2025. Para 2026, o valor previsto é de R$ 5,1 bilhões.
Impacto social
De acordo com o IBGE, cerca de 12 milhões de domicílios ainda utilizam lenha combinada ao gás para cozinhar. Entre eles, 5 milhões de famílias de baixa renda recorrem à lenha como alternativa ao alto custo do botijão.
Segundo o governo, o Gás do Povo deve contribuir não apenas para aliviar o orçamento doméstico, mas também para reduzir riscos à saúde provocados pela poluição da queima de lenha e pelo uso de álcool em fogões improvisados.
Nordeste terá maior cobertura
A região Nordeste concentrará o maior número de beneficiados: 7,1 milhões de famílias. Em seguida estão Sudeste (4,4 milhões), Norte (2,1 milhões), Sul (1,1 milhão) e Centro-Oeste (889 mil).
A previsão é que cerca de 65 milhões de botijões sejam distribuídos por ano.
A operacionalização do programa será feita de diversas formas:Por meio de um aplicativo gerido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), onde o beneficiário poderá localizar revendas credenciadas e acessar o vale eletrônico;
Com o cartão do próprio programa que será criado;
Por meio de vale impresso a ser retirado nas agências da Caixa Econômica Federal ou em lotéricas;
Com o cartão do Bolsa Família.
A revenda participante deverá ter a identidade visual padronizada, com as informações do programa.
O valor a ser pago pelo botijão será definido de forma regionalizada pelos ministérios de Minas e Energia e da Fazenda, com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A diferenciação do preço por unidade da federação considera as variações regionais e busca reduzir desigualdades. “É importante destacar que o preço de referência não inclui o frete de entrega do gás de cozinha”, informou o governo. *Com informações da Agência Brasil
Fala de Barroso mudou clima para anistia e filhos de Bolsonaro vão obedecer pai em 2026, diz Ciro Nogueira
O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), atribui a uma declaração do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, o clima propício para deflagração do movimento pela anistia aos condenados de 8 de Janeiro —incluindo Jair Bolsonaro (PL).
Barroso disse que não existe anistia antes de julgamento, mas que depois passa a ser uma “questão política”. A fala foi interpretada por bolsonaristas como um aceno. A coluna Mônica Bergamo, o ministro negou que tenha defendido a ideia de anistia.
Ciro reconhece, porém, ser difícil reverter a inelegibilidade do ex-presidente. Segundo ele, embora os filhos de Bolsonaro protestem contra aliados que busquem se lançar para 2026, vão apoiar quem o pai indicar. Ele defende que essa escolha ocorra em janeiro, e que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) é o mais credenciado.
Sobre a precipitação do desembarque do governo Lula (PT), Ciro afirma que agora há um projeto vencedor: “A gente está vendo o porto seguro ali [em 2026]”.
Davi Alcolumbre (União-AP) falou que vai apresentar um texto alternativo ao PL da Anistia. O sr. sabe que projeto é esse? O mais importante é o momento de ser apresentado. A fala do presidente Barroso é muito dura. O que eu defendia é que votasse na Câmara antes [do julgamento] e logo depois no Senado. Mas vamos fazer o que for mais correto e eu acho que tem que ter esse respeito à fala do presidente Barroso.
Acha que há voto na casa para esse projeto alternativo? Nem se fala, tem voto demais, vai ser quase unanimidade.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, antes estava resistente, mas agora admite pautar a anistia. O que mudou? Pode ter passado a ter clima [favorável]. O próprio julgamento, a declaração do presidente Barroso foi muito importante. O Barroso repercutiu muito menos do que deveria repercutir na mídia, me perdoe. Dizer que a anistia é uma decisão política é muito forte.
Mas estão se fiando só nessa declaração? Há conversas de bastidor? Lógico que a gente conversa. Brasília é uma conversa constante. Já falei com diversos ministros, não vou citar nomes.
O sr. consultou Bolsonaro sobre essa articulação? Ele me deu essa missão de lutar aqui e eu vou cumpri-la.
Essa articulação não pode ser considerada uma afronta ao STF? Não, temos todo o respeito ao Supremo. O STF também tem que ter [pelo Congresso]. Legislar é uma atribuição nossa. O Supremo, quando toma a decisão, até às vezes contra o Parlamento, é afronta?
O sr. acha que a anistia pode ser aprovada a tempo de Bolsonaro não ir para a cadeia? Eu espero que seja. Se existe uma pessoa com a saúde debilitada é ele. Sofre o tempo todo com soluço, passando mal, vomitando. Se botarem ele na cadeia, é porque querem matar o Bolsonaro. Eu espero que não exista esse espírito no Supremo, de querer matar o presidente.
Que acordo é esse sobre anistia, o que está sendo conversado? Não tem acordo. Tem uma luta de uma parte, que acho que é a maioria do Congresso. Por que ninguém tem dúvida que tem maioria para aprovar. Se não, não estariam brigando tanto para não aprovar.
Ouvimos que a ideia seria anistia ampla, com Bolsonaro, mas com acordo político para manter a inelegibilidade dele. Não estamos tratando de inelegibilidade. Ele está inelegível por aquele absurdo daquela reunião de embaixadores. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. É muito difícil você conseguir anistiar ele politicamente, eleitoralmente —que era o certo. Eu tenho um projeto para isso, mas acho muito difícil de acontecer, infelizmente.
E o ex-presidente está ciente disso? Está consciente que não vão dar o direito a disputar a eleição.
Ele já tem um candidato? Eu acho que tem.
É o Tarcísio? Quem vai dizer é ele.
Mas o sr. acha que o papel do Tarcísio nessa articulação o credencia para ser o candidato, inclusive junto à família? O que mais credencia o Tarcísio é a chance de vitória. A única pessoa que não pode perder essa próxima eleição é o Bolsonaro, e ele não vai arriscar. Tire as conclusões. O Tarcísio é candidato, se tiver o apoio do Bolsonaro. O Lula nem disputa com o Tarcísio.
O sr. acha que o Lula nem disputaria? Você acha que o Lula está falando toda hora em “se eu tiver bem de saúde”, expondo o seu maior defeito, por quê? Isso é uma porta de saída para caso o Tarcísio seja o candidato apoiado pelo Bolsonaro.
Quando Bolsonaro vai fazer anúncio sobre sucessão? Defendo que, se ele escolher um dos candidatos, acho que só deveria ser em janeiro.
O sr. acha que os filhos de Bolsonaro vão aceitar um nome que não seja da família? Tu acha que o Bolsonaro vai anunciar um candidato, aí o Eduardo vai ser candidato? O Flávio vai ser candidato? Não vai. Eu não tenho dúvida, vão obedecer o pai. O comando é do pai. O líder é ele.
Se houver a condenação do Bolsonaro agora no STF, há uma expectativa de que venham novas sanções. Critiquei o Eduardo. Ele sabe da minha posição de que defender tarifa contra o Brasil é um erro. Agora, eu também não sei o que faria se meu pai estivesse sendo injustiçado. O grande erro do presidente Trump foi não explicar para o Brasil quem é o verdadeiro culpado: Lula.
Bolsonaro é citado mais de uma vez na carta de Trump. Eduardo também fala isso… Mas o real motivo disso foi a política externa [de Lula]. Tinha que ser a favor do Brasil.
Eduardo está atuando contra o país? Por um ponto de vista, lógico, quando você pede sanções contra o país… Mas ele está lutando pelo pai. Volto a dizer, não vou julgá-lo.
Até a semana passada o sr. dizia que, para desembarcar [do governo], seria necessário ter aonde ir e que ainda não se tinha isso. O que mudou? Por mim, não tinha nem entrado nesse governo. Mas agora chegou um ponto que não dá mais. Não vamos estar com o Lula no próximo ano. Agora nós temos um projeto vencedor. A gente está vendo o porto seguro ali [em 2026].
O sr. disse a aliados que a EBC teria reproduzido uma reportagem contra o sr., o que não aconteceu. Ela foi assinada por um jornalista que tem contrato com a empresa pública. Isso pesou para antecipar o desembarque? [Causa] revolta. Me deu mais vontade. Ser acusado por um funcionário do Sidônio [Palmeira, ministro da Secom] é de uma irresponsabilidade. Mas o tempo mostra que é uma fake absurda. E eu não vou culpar os cachorros, não, eu vou atrás dos donos.
RAIO-X | Ciro Nogueira, 56
É presidente nacional do PP e senador pelo Piauí. Foi ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro e deputado federal por quatro mandatos, de 1995 a 2011.
Catia Seabra e Marianna Holanda/Folhapress
SUS faz 35 anos como marco democrático e com desafios à frente
Até 1988, a saúde não era considerada pelo Brasil como um direito básico. Foi apenas com a Constituição Cidadã, promulgada após o fim do regime militar, que tornou-se um dever do Estado, consolidado com a criação formal do SUS (Sistema Único de Saúde) na Lei 8.080, de 1990.
Desde então, a política pública se consolidou uma das maiores do Brasil, o maior sistema de saúde gratuito do mundo e um marco na democracia brasileira, ainda que com seus gargalos e um quadro de desafios a serem enfrentados. Como resultado, ao longo de 35 anos, o sistema alcançou o aumento da expectativa de vida no país, o maior programa de transplante de órgãos do mundo e um sucesso na contenção de epidemias como a Aids, dizem especialistas.
Para marcar a data, a Folha inicia nesta sexta-feira (4) a publicação da série SUS, 35, com cinco reportagens especiais que marcam os 35 anos do sistema público de saúde.
As bases para a universalização da saúde começaram nos anos 1900, quando o presidente Rodrigues Alves designou o médico Oswaldo Cruz para organizar a saúde pública no Rio de Janeiro, então capital e centro comercial do Brasil. Teve início um movimento sanitarista para erradicar doenças infecciosas, como a febre amarela, episódio reconhecido nos livros de história como “Revolta da Vacina”.
A criação da legislação trabalhista pelo então presidente Getúlio Vargas também ajudou a solidificar o alicerce, uma vez que, depois disso, o direito à saúde passou a estar atrelado à Previdência Social. “Fora disso, a pessoa pagava ou não tinha direito a nada”, afirma o médico Luiz Antonio Santini, professor da UFF (Universidade Federal Fluminense), autor do livro “SUS: Uma biografia” e ex-diretor do Inamps (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), extinto em 1993.
O Inamps era o sistema responsável pela prestação de serviços de saúde à população com carteira assinada e seus dependentes. Quem não tinha acesso, ou seja, a maior parte dos brasileiros na época, era atendido por estabelecimentos filantrópicos e hospitais de caridade.
Foi durante os vindos de 1980 que a saúde tornou-se uma questão central, impulsionada pelo processo de redemocratização e pelo movimento da Reforma Sanitária. Um dos momentos-chaves na luta política foi a Conferência Nacional de Saúde, de 1986, que reuniu em torno de 5.000 pessoas em Brasília e deu origem ao texto, posteriormente aprovado na Constituinte, do artigo 195 da Constituição, que estabelece a saúde como direito.
Nessa década, teve início a epidemia de Aids e foi criado o Programa Nacional de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e Aids pelo Ministério da Saúde, que estabeleceu também uma base para o futuro SUS. Quando criado, o sistema assumiu a coordenação da epidemia, até então regada pela desinformação, tornando o Brasil referência no combate à doença.
A técnica de enfermagem Conceição Macedo, 82, lembra bem como era antes. Foi ela a responsável pela criação de uma organização que dava apoio a famílias e crianças soropositivas em Salvador, no início dos anos 1980.
Tudo começou quando, um dia, oferecia alimentação a um paciente no Hospital Geral Roberto Santos, referência de entidade pública na capital baiana. Ela o encontrou chorando porque a família estava sem moradia. Havia perdido a casa e tudo que tinha, comprando medicações para tratar de doenças oportunistas, ainda sem saber que tinha HIV.
Conceição prometeu visitar a família naquela noite. Encontrou seis crianças e a mãe em uma calçada e tentou alugar um quarto para hospedá-las em um casarão no Pelourinho. A mãe, no entanto, estava doente e, ao levá-la ao hospital, descobriu que era soropositiva. Depois da sua morte, Conceição passou a cuidar das crianças.
A notícia se espalhou pela cidade, e, pouco tempo depois, o quarto ficou pequeno. Ela acolhia cerca de 30 famílias debaixo de um viaduto. No hospital e mesmo na rua, passou a sofrer preconceito. Na época, não se sabia como ocorria a transmissão.
Com o tempo, passou a ter ajuda de padres de uma igreja próxima, e fundou a organização ainda em funcionamento, a Instituição Assistencial Beneficente Conceição Macedo. Hoje comemora o fato de que é mais difícil crianças nascerem com o vírus e pacientes morrerem pela doença, já que a medicação é largamente disponibilizada pelo SUS.
Junto a ela, trabalhou por muito tempo o agora aposentado José Mário Conceição, 67. Paciente longínquo do sistema público, fez mais de 20 procedimentos cirúrgicos ao longo da vida após ficar tetraplégico quando adolescente e hoje anda com a ajuda de muletas.
Desde junho deste ano, faz tratamento oncológico em um hospital público em Salvador, e exibe com orgulho a sua primeira carteira do SUS, obtida à época da criação do sistema: “Esse aqui é o maior plano de saúde do Brasil.”
Limitações
Se por um lado comemora-se a existência da saúde como política pública, por outro, ainda existem pontos que merecem atenção.
Posto à prova durante a pandemia, o SUS atende cerca de 70% da população brasileira. A sobrecarga resulta em problemas como longos tempos de espera e dificuldade de acesso a especialistas, agravados pela escassez de recursos.
Como toda política pública, o SUS ainda é permeado pela política, e depende dos nomes eleitos para a implementação, diz o médico sanitarista Gastão Wagner, professor de saúde coletiva da Faculdade de Medicina da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
No entanto, ainda é uma das políticas públicas cuja política partidária interfere menos que as demais, avalia. “Não temos no SUS o que aconteceu no INSS agora, por exemplo. As falcatruas são pontuais e estão geralmente ligadas à terceirização”, afirma.
Para ele, seguir o planejamento público é uma forma de melhorar o sistema, o que relaciona-se ao problema de subfinanciamento já conhecido pelas gestões federais, estaduais e municipais.
“O SUS tem um financiamento deficitário, e estamos com um problema recente de que o orçamento está quase 60% ligado às emendas parlamentares, que não seguem o planejamento e a programação municipal, federal e estadual, e isso leva o SUS a ter filas desiguais em cada região”, acrescenta.
Entre as prioridades, é preciso, por exemplo, maior dedicação à atenção primária e à área de saúde mental, questão que tem crescido nos últimos anos. “A cobertura da atenção primária, equipes de saúde família, hoje é 56%, e tem que chegar a 80%. Isso depende do orçamento, de contratação, da capacitação de profissionais de saúde depois da graduação. Ou seja, precisa de um investimento integrado e o planejamento tem que ser técnico-sanitário.”
Para os especialistas, é importante entender que o SUS não é uma obra acabada e que um de seus pilares é a participação popular.
“O SUS é uma construção permanente. O que é definitivo no SUS é a questão do direito à saúde. Agora, as mudanças para ajustar esse direito vão ser permanentes. A sociedade é dinâmica, as pessoas e as necessidades mudam, mas também as tecnologias mudam”, diz Santini.
Luana Lisboa/Folhapress
MP-SP denuncia ex-assessor de Moraes e mais 13 por peculato e organização criminosa
A Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo ofereceu denúncia por peculato e organização criminosa contra o perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, e mais 13 pessoas, entre elas um juiz do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).
O grupo havia montado um esquema, segundo a procuradoria, para desviar dinheiro sob a posse indireta do juiz Peter Eckschmiedt, da 2ª Vara Cível de Itapevi, na Grande São Paulo, decorrente de heranças ainda não partilhadas ou de bens de idosos incapazes.
Nesses processos, o juiz determinava bloqueios de bens com base em ações de cobrança geradas a partir de títulos falsificados, de acordo com a investigação, para transferir o recurso a integrantes da organização –sua defesa nega a conduta.
A denúncia trata de três casos, ocorridos em 2023, em que houve tentativa de desvio de recursos. Em janeiro de 2024, contudo, quando outra juíza assumiu temporariamente processos de Eckschmiedt, o Ministério Público foi acionado e comunicou o fato à Polícia Civil.
Tagliaferro era “amigo íntimo” do juiz, “com acurado conhecimento de informática e de técnicas eficazes para a realização de limpezas tecnológicas em dispositivos de armazenamento de dados”, e teria sido acionado por Eckschmiedt para orientar o magistrado e outro servidor do Judiciário a apagar possíveis provas de seus telefones celulares, segundo relata a Procuradoria.
Porém, um dos suspeitos investigados terminou por enviar à Corregedoria-Geral de Justiça “exatamente aquelas [mensagens] que pretendiam eliminar porque desnudavam o modus operandi da organização criminosa”, o que colaborou para as investigações do caso, ainda de acordo com a denúncia.
Tagliaferro então tentou orientar o juiz a buscar elementos para invalidar o material como prova, argumentando que as informações poderiam ser editadas, e ainda a trocar seu celular.
Em agosto do ano passado, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) e a Polícia Militar realizaram uma operação na casa do juiz e encontraram R$ 1,7 milhão em cédulas, em um sótão.
A denúncia do caso, datada do último dia 8 de agosto, é assinada pelo procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, e pelo procurador Sérgio Turra Sobrane. O processo está em segredo de Justiça.
Tagliaferro foi chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante a presidência de Moraes e, nesta terça-feira (2), participou de uma audiência no Senado em que acusou o ex-chefe de forjar relatórios para justificar uma operação contra empresários bolsonaristas por mensagens de teor golpista, em agosto de 2022.
O ex-assessor acusa Moraes de perseguir políticos de direita e restringir a liberdade de expressão pela derrubada de publicações e perfis das redes sociais.
Tagliaferro se mudou para a Itália após ser alvo de investigação da Polícia Federal. Ele acabou indiciado em abril deste ano sob suspeita de ter violado o sigilo funcional envolvendo informações sobre procedimentos adotados no gabinete de Moraes.
Em nota após a audiência, o ministro do STF negou irregularidade, não se manifestou diretamente sobre a acusação de fraude, mas afirmou que todas as ações nessa e nas outras investigações foram oficiais, regulares e com informe à Procuradoria-Geral da República.
Os advogados Paulo Hamilton Siqueira Junior e Paulo Herschander, que defendem Eckschmiedt, informaram em nota que vão se manifestar apenas no processo porque o caso está em sigilo.
“Por ora, [o juiz] nega veementemente os fatos que lhe foram imputados, os quais serão devidamente esclarecidos no momento oportuno, por meio da defesa técnica a ser apresentada nos autos. A defesa reforça o compromisso com a verdade, com o devido processo legal e o respeito às instituições”, diz.
A reportagem tentou contato, sem sucesso, com o advogado Eduardo Kuntz, que defende Tagliaferro no caso do vazamento das informações sobre Moraes, por meio de telefonemas a seu escritório.
Ana Pompeu/Bruno Ribeiro/Folhapress
BC estuda limitar acesso a Pix de instituições depois de ataque hacker e infiltração de facções
O Banco Central prepara um pacote de medidas visando reforçar a segurança do sistema financeiro nacional após uma sequência de ataques cibernéticos e fechar brechas que permitiram a infiltração do crime organizado na economia.
Preocupado com os recentes ataques hackers que provocaram desvios milionários de recursos, o BC estuda limitar o acesso ao Pix de instituições que utilizam as chamadas PSTIs (Provedoras de Serviços de Tecnologia da Informação) para conexão à infraestrutura.
A autoridade monetária promete mais rigor com relação ao limite de valor das transações via Pix. A ideia é reduzir o montante de cada operação para um nível que não inviabilize 99% das transações, mas facilite a identificação de golpes pela multiplicidade de operações.
Atualmente, não entra no escopo de regulação do BC a forma como as instituições sem infraestrutura de conectividade contratam e se relacionam com as empresas prestadoras de serviços de tecnologia.
A fragilidade dessa relação ficou mais evidente para a autoridade monetária com os ataques cibernéticos envolvendo as empresas C&M Software e Sinqia —o desvio somado nos dois episódios é de cerca de R$ 1,5 bilhão.
Segundo relato feito à reportagem, em ambos os casos, as instituições deram acesso direto para as prestadoras de serviços de tecnologia às contas mantidas por elas no Banco Central. Esse “atalho” de credenciais deixou o sistema mais vulnerável.
Hoje, não é proibido que a instituição dê a “chave do cofre” para sua empresa parceira, o que abre brechas na segurança do sistema financeiro. Com as novas medidas, a autoridade monetária busca coibir esse tipo de prática.
O Banco Central estuda também limitar o acesso ao Pix de instituições que ainda não possuem autorização de funcionamento, inclusive daquelas que estão com processo de autorização em andamento.
Nesse contexto, o BC prevê antecipar o cronograma de inclusão das instituições de pagamento em seu arcabouço regulatório para o ano que vem. Segundo a norma atual, o escalonamento só termina em 31 de março de 2029, com o montante que baliza o escopo das operações sendo reduzido ano a ano.
Para 2026, por exemplo, as regras atuais determinam que a instituição de pagamento deve solicitar autorização ao Banco Central para funcionar se alcançar movimentações financeiras superiores a R$ 200 milhões em transações de pagamento ou R$ 20 milhões em recursos mantidos em conta de pagamento pré-paga.
A entrada mais célere, contudo, é vista com preocupação por membros da área técnica, que temem que a medida provoque efeito contrário ao desejado na segurança do sistema. Os recentes acontecimentos trouxeram mais pressão ao BC pelo aperto nas regras.
A regulamentação das contas-bolsão também está no radar do Banco Central depois que investigações mostraram que facções criminosas se aproveitaram desse instrumento usado por fintechs para ocultação de bens, lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
Contas-bolsão são contas correntes abertas por fintechs de pequeno porte, que não têm acesso ao sistema brasileiro de pagamentos, em bancos tradicionais e outras instituições de pagamento.
Essas contas reúnem simultaneamente o dinheiro de vários clientes da fintech. Ao movimentar o dinheiro de um desses clientes, a fintech utiliza a conta-bolsão registrada no próprio CNPJ, o que dificulta o rastreio da origem do dinheiro.
Nesta quarta (3), o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) “não está dando conta” de rastrear a movimentação de dinheiro sujo por meio das contas-bolsão utilizadas por fintechs.
A autoridade monetária avalia se há algum caso que necessite a utilização de uma conta-bolsão ou se esse instrumento pode deixar de existir.
O BC discute ainda como disciplinar a prestação de serviços no modelo BaaS (Banking as a Service) a partir de regras que assegurem “segurança, solidez e prevenção e mitigação de riscos ao sistema financeiro”, conforme trecho de consulta pública aberta no ano passado.
Em abril, o diretor de Regulação do BC, Gilneu Vivan, disse que havia previsão de concluir o trabalho sobre o tema neste ano e que seria desenhado um processo de ajuste para que os contratos já existentes pudessem se adaptar à nova normativa.
Nathalia Garcia/Adriana Fernandes/Folhapress
Sinjorba condena acusação injusta de Jerônimo contra jornalista
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) condenou as declarações do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que na quarta-feira (3) qualificou como “ridículo” vídeo do jornalista Victor Hernandes de Jesus Souza, do site Bahia Notícias, além de afirmar que ele teria divulgado fake news.
No vídeo, o repórter Victor Hernandes comenta o documento elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em agosto, que aponta “pontos de atenção” em relação às intervenções para a construção da ponte Salvador-Itaparica. A entidade foi contratada pelo governo do Estado, através da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra).
Em texto divulgado no site do Sinjorba, a entidade de classe diz ser inaceitável acusar de fake news o trabalho do repórter, sem antes se certificar sobre a veracidade ou não do conteúdo veiculado. “Ainda mais nesse caso, em que o vídeo deixa claro se basear em documento contratado pelo próprio governo”. Ainda segundo o sindicato, muitos gestores públicos têm dificuldade em lidar com o exercício puramente profissional, que tem o princípio do contraditório como uma das referências primordiais da imprensa livre.
“A entidade sabe que muitos veículos, cumprindo papel mais político que jornalístico, ultrapassa limites e resvala para o comportamento antiético, parcial e, em alguns casos, até partidário, para o dissabor do bom jornalismo. Mas, definitivamente, não foi o caso neste episódio. Mesmo sob pressão, a atitude do governador não foi compatível com a sua posição”, diz o Sinjorba.
“É dever da imprensa questionar, apurar e informar a sociedade, especialmente quando se trata de atos de gestão pública, ainda mais considerando uma obra de vulto como esta, que envolve bilhões de reais, com enormes impactos econômicos, sociais e ambientais”, prossegue o texto.
“Reiteramos nosso apoio ao colega. Não cabe – e não foi o caso, repetimos – ao jornalista “torcer contra ou a favor” de qualquer projeto ou autoridade, mas, sim, divulgar informações baseadas em apuração responsável. Nosso papel é justamente atuar como um pilar de transparência e prestação de contas, garantindo que a sociedade tenha acesso a informações verificadas e relevantes”, finaliza o Sinjorba.
Ibirataia: Secretário de Saúde participa do 11º Congresso do COSEMS Bahia
O secretário municipal de Saúde de Ibirataia, Heber Stevs Câncio e Lima, representou o município no 11º Congresso dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (COSEMS/BA), realizado entre os dias 31 de agosto e 2 de setembro de 2025, no Gran Hotel Stella Maris, em Salvador.
Com o tema “O SUS e o COSEMS têm a nossa digital”, o evento reuniu gestores, profissionais e parceiros da saúde de todo o estado para discutir inovação, desafios e estratégias para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Durante o congresso, o secretário Heber Stevs participou ativamente de debates sobre temas estratégicos, como financiamento da saúde, transformação digital, desafios jurídicos e impactos das mudanças climáticas. Esteve ao lado de lideranças importantes, como a presidente do COSEMS/BA, Stela Souza, e a secretária estadual de Saúde, Roberta Souza.
Um dos grandes marcos da participação de Ibirataia no evento foi a aprovação, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), do teto MAC – uma conquista fundamental para o fortalecimento da rede de serviços e ampliação da capacidade de atendimento do município.
Essa vitória representa mais recursos e melhores condições para oferecer uma saúde de qualidade à população.
“Cada aprendizado e cada conquista, como a aprovação do teto MAC, são fundamentais para fortalecer o SUS em Ibirataia. É nossa responsabilidade transformar esses resultados em melhorias reais para a vida da nossa população”, destacou o secretário Heber Stevs.
A presença de Ibirataia no congresso evidencia o compromisso da gestão do prefeito Sandro Futuca, que tem priorizado investimentos e avanços na saúde pública, reafirmando o lema: “Ibirataia no caminho do progresso”.
Com uma gestão comprometida, técnica e atuante, o município segue firme na missão de construir uma saúde pública mais forte, inovadora e humana.
Itagibá aderiu ao Selo UNICEF 2025–2028!
Celebramos mais um passo importante pela garantia dos direitos de crianças e adolescentes do nosso município. A adesão ao Selo UNICEF significa compromisso público de Itagibá com políticas e ações que realmente melhorem a vida das nossas crianças — com prioridade em saúde, educação, proteção e participação.
O que isso representa na prática:
* Compromisso intersetorial: Saúde, Educação, Assistência Social e demais setores trabalham juntos com metas claras.
* Apoio técnico e capacitação: formações, orientações e acompanhamento para qualificar programas locais.
* Monitoramento por indicadores: metas e resultados mensuráveis para acompanhar avanços.
* Maior visibilidade e articulação: Itagibá passa a integrar uma rede nacional de municípios comprometidos com a infância.
* Participação social: família, conselhos (CMDCA), escolas e comunidade serão envolvidos nas decisões.
A Secretaria Municipal de Assistência Social reafirma seu compromisso e convida a população: acompanhe, participe e contribua com ideias. Juntos vamos garantir mais oportunidades, proteção e bem-estar para nossas crianças e adolescentes.
Vídeo: Jovem executado com mais de 30 tiros após sair da delegacia em Teixeira de Freitas
Teixeira de Freitas: Um jovem de 22 anos, identificado como Felipe Alves Santos, foi brutalmente executado com mais de 30 tiros na noite desta quarta-feira (3), na Avenida Presidente Getúlio Vargas, em frente ao Hospital Regional de Teixeira de Freitas. O crime aconteceu pouco após a vítima ser solta da delegacia, onde havia sido detida com uma pistola. A família teria pago a fiança minutos antes do homicídio.
Segundo informações da polícia, Felipe havia sido preso na tarde de quarta-feira (3) com uma pistola. Após o pagamento da fiança, a família o buscou na delegacia em um Fiat Palio azul. No trajeto, o padrasto, que dirigia o veículo, percebeu que estavam sendo seguidos por homens em um carro, possivelmente um GM/Onix Hatch prata.
Em uma tentativa desesperada de escapar, o padrasto tentou retornar para a delegacia, mas os criminosos emparelharam o Onix com o carro da família, chegando a colidir com o veículo. O ataque ocorreu em frente ao Hospital Regional, no sentido Centro/Delegacia. Sem saída, Felipe desceu do carro para tentar fugir a pé, mas os quatro homens armados desceram do Onix atirando.
Execução com duas armas diferentes:
A perícia no local, conduzida pelos peritos Deny, Larissa e Alexson, revelou que mais de 30 disparos atingiram a vítima. A polícia acredita que duas armas foram usadas no crime: uma pistola 380 e uma 9mm. Diversos estojos e projéteis foram recolhidos na cena do crime, que foi isolada por uma guarnição da Polícia Militar até a chegada da Polícia Civil.
O delegado plantonista Bruno Ferrari realizou o levantamento cadavérico, e a investigação do caso ficará a cargo do Núcleo de Homicídios da 8ª Coordenadoria de Polícia do Interior (COORPIN). Após a necropsia, o corpo de Felipe será liberado para os familiares.
Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews
Assinar:
Comentários (Atom)
Destaques
Anucie aqui: (73) 991241546-9-82007563
Ofertas de Natal : Cesta Básica DI Mainha
Ofertas de Natal : Cesta Básica DI Mainha
Mercadinho Deus te Ama
Publicidade
Publicidade
Publicidade















.jpeg)
.jpeg)
.jpeg)
