Regra distorce impacto da tarifa social na conta de luz, e descontos variam de 2% a 56%; veja no seu estado
Apesar de cumprir a promessa de reduzir a conta de luz dos consumidores residenciais de baixa renda, a nova tarifa e o desconto social, que entraram em vigor em 5 de julho, acentuam desequilíbrios do setor de energia. De um lado, trazem reduções desiguais para os mais pobres. De outro, elevam o peso dos subsídios para as demais tarifas, sobrecarregando o custo de uns estados em relação a outros.
Os números constam de análise sobre os efeitos da MP (medida provisória) 1.300/2025, realizada pela consultoria Volt Robotics, a que a Folha teve acesso em primeira mão.
Basicamente, a MP simplifica as faixas de consumo com direito à Tarifa Social de Energia Elétrica e introduz o Desconto Social. Estabelece isenção nos primeiros 80 kWh consumidos por famílias de baixa renda inscritas no CadÚnico (cadastro do governo para programas sociais) e dá descontos para os elegíveis que consomem até 120 kWh.
O diretor geral da Volt Robotics, Donato Filho, explica que o problema primordial foi ancorar o benefício na tarifa. “O subsídio para os mais pobres deveria se basear na renda das famílias e não na tarifa, porque, como está, a nova Tarifa Social reduz o gasto mensal dessas famílias, mas mantém as distorções regionais”, diz.
“Famílias pobres de estados menos desenvolvidos ainda pagarão uma conta de luz mais cara que a de famílias de renda semelhante em regiões mais ricas do país e, para se ter uma ideia do desequilíbrio gerado por esse modelo, em termos líquidos, 87% do custo total da nova Tarifa Social em âmbito nacional acabará sendo pago especialmente por consumidores de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.”
Segundo o levantamento, na média geral, o consumidor de baixa renda, antes da MP, pagava por mês uma conta de luz de R$ 68 e, agora, o valor cai para R$ 46. Média, no entanto, não diz muito e, vista no detalhe, a economia varia bastante.
O consumidor de baixa renda atendido pela Coelba na Bahia, por exemplo, terá o maior corte médio, de 56%. Na conta de luz, a redução percebida ficará em cerca de R$ 26 por mês. O menor efeito será de 2% para famílias de baixa renda atendidas pela CEEE-D do Rio Grande do Sul, que resultará numa queda de R$ 1,88 por mês.
Em parte, isso ocorre porque o modelo para os descontos na MP tem como ponto de partida tarifas cheias, que não são homogêneas, dado que custos e encargos do setor de energia são diferentes para cada distribuidora e região do país. Sendo assim, a percepção do desconto também fica bastante desigual.
O consumidor de baixa renda da Equatorial no Pará, por exemplo, terá um desconto de 35%, ou seja, percentualmente inferior ao dado para a distribuidora da Bahia. No entanto, como a composição de custos é muito diferente, a redução mensal para o consumidor do Pará é de R$ 33,66, superior à do baiano.
Um consumidor de baixa renda da CEA Equatorial, no Amapá, que antes da MP pagava, em média, R$ 183 por mês de conta de luz, passará a pagar R$ 154, o que corresponde a uma redução de 16% no custo de energia em relação à regra anterior. No entanto, o valor pago ainda é considerado elevado. A título de comparação, o custo com energia dos mais pobres naquele estado ainda é superior ao custo médio nacional de quem não tem direito a nenhum benefício, que é de R$ 144 por mês.
Segundo Donato, da Volt, a implementação do benefício poderia ser mais equânime caso o governo considerasse a renda e, a partir desse critério, tivesse adotado uma Tarifa Social padronizada.
Em grandes números, quase 40 milhões de famílias de baixa renda serão beneficiadas. A maior parte, cerca de 27 milhões, o que corresponde a 70 milhões de pessoas, deixará de pagar R$ 5,3 bilhões ao ano dentro da gratuidade para a faixa de consumo de até 80 kWh.
Esse grande volume de recursos que deixará de ser pagos nas contas de luz poderá migrar para as economias locais. O maior impacto ocorrerá nos estados do Nordeste, onde os consumidores economizarão quase R$ 2,4 bilhões por ano com energia elétrica, seguido pelo Sudeste, com R$ 1,6 bilhão. Na região Norte, a economia chegará a R$ 636 milhões, enquanto no Centro-Oeste serão R$ 341 milhões e no Sul, R$ 266 milhões.
Outros 11,8 milhões são elegíveis ao Desconto Social até 120 kWh e tendem a economizar R$ 1,5 bilhão. Somando as duas modalidades, a estimativa é que serão cerca de R$ 6,8 bilhões a menos de custo de energia para os mais pobres.
Quem vai pagar os benefícios para os mais pobres será o consumidor que não tem direito a nenhum desconto, dentro da chamada CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que agrega todos os subsídios do setor.
O rateio da CDE nas contas de luz do país, no entanto, tem peso diferente por região. Assim, as disparidades regionais também distorcem a cobrança de quem paga por esse subsídio. Essa repartição desigual está em processo de correção, mas o rateio neste momento ainda faz com que ricos e gente de classe média que morem no Norte e no Nordeste ainda paguem menos que seus pares de outras áreas.
Fazendo o cruzamento de cifras, outra vez, a Bahia sai como o estado mais beneficiado, com o maior superávit líquido, recebendo R$ 427 milhões adicionais. São Paulo vai sofrer o maior déficit, com R$ 988 milhões, bancando 31% dos descontos do país, apesar de receber 12,1%.
“O subsídio para os consumidores de baixa renda deveria ser custeado pelo Tesouro Nacional e não pela conta de luz”, afirma Donato.
Como a nova tarifa entrou em vigor no início de julho, a Volt calculou que o adicional do custo dos subsídios para baixa renda seria proporcionalmente de R$ 3,4 bilhões, elevando esse item para R$ 10,1 bilhões em 2025. O valor representa um aumento de 29,5% em relação aos R$ 7,8 bilhões previstos em nota técnica da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Com as novas condições, o custo anual do subsídio para a baixa renda passará a ser de R$ 13,5 bilhões por ano.
Assim, o orçamento total da CDE neste ano para bancar subsídios tende a subir para R$ 51,4 bilhões, um aumento de 38,5% em relação ao orçamento de 2024. O valor também fica acima da projeção feita pela Aneel para essa conta, de R$ 49 bilhões, que já era um recorde. Importante detalhar que a alta é acompanhada por uma redução na base de rateio da CDE, uma vez que haverá a exclusão dos consumidores beneficiados com o desconto social.
É um valor duplamente preocupante, não apenas por ser, em si mesmo, muito elevado, mas porque o montante final da CDE em 2025 tende a balizar o dos próximos anos.
Outra mudança proposta pelo governo, prevista na MP 1304/2025, vai finalmente impor um teto para essa despesa a partir do ano que vem. A medida foi considerada positiva pelos especialistas, porque finalmente rompe com o modelo de expansão ilimitada de benefícios. No entanto, o valor deste ano vai servir de parâmetro para a fixação do limite e, tudo indica, que a CDE pode seguir sendo inflada ao longo de 2025.
COMO FUNCIONA A NOVA TARIFA SOCIAL
Famílias inscritas no CadÚnico com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa e que consomem até 80 kWh/mês terão a conta de luz zerada. O benefício é concedido automaticamente. Caso o consumo exceda os 80 kWh, será pago apenas o proporcional
COMO FUNCIONA O DESCONTO SOCIAL
Concede a isenção do pagamento da CDE a famílias inscritas no CadÚnico que tenham renda mensal entre meio e um salário mínimo por pessoa, com consumo mensal de até 120 kWh
Alexa Salomão/Folhapress
Donald Trump autoriza Forças Armadas a agir contra os cartéis de drogas na América Latina
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Foto: Reprodução/Instagram |
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou de forma sigilosa uma diretriz que autoriza o Pentágono a empregar militares em ações contra determinados cartéis de drogas da América Latina classificados por sua administração de organizações terroristas, segundo autoridades próximas à discussão ouvidas pelo jornal The New York Times.
A medida é uma das mais agressivas escaladas do governo republicano na guerra às drogas, uma vez que amplia o papel das Forças Armadas em funções tradicionalmente atribuídas a agentes de aplicação da lei —forças policiais, no geral. Entre os objetivos, está conter o fluxo de fentanil —responsável por uma crise de opioides no país— e outras drogas ilegais.
Ainda não está claro como e quando essa autorização pode ser aplicada, mas a nova diretriz de Trump parece visar, segundo o jornal americano, uma abordagem opressiva de capturar ou matar pessoas diretamente envolvidas no tráfico. Especialistas ouvidos pelo jornal afirmam que a medida ainda deve gerar questionamentos jurídicos, especialmente se envolver expressamente o uso letal da força fora de conflitos armados autorizados pelo Congresso —como seria o caso em territórios dominados pelos carteis.
Segundo as autoridades, líderes militares americanos já avaliam cenários para eventuais ações, embora não haja confirmação de planos concretos ou datas. A diretriz é parte de um conjunto de iniciativas adotadas por Trump desde o início de seu segundo mandato, quando determinou que o Departamento de Estado classificasse formalmente alguns dos cartéis latino-americanos como organizações terroristas estrangeiras —entre eles o Tren de Aragua e o MS-13. Há também um movimento para que facções brasileiras, como o PCC e o CV, recebam essa classificação.
Mais recentemente, há duas semanas, o governo Trump incluiu o Cartel de los Soles na mesma lista, e afirmou que ele é comandado pelo ditador venezuelano Nicolás Maduro e outros altos funcionários de seu gabinete —declaração posteriormente rechaçada pela presidente do México, Claudia Sheinbaum. Na esteira dessa classificação, nesta quinta, a gestão americana anunciou que dobrou de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões (R$ 273,1 milhões) a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro.
Nesta sexta, Sheinbaum disse que militares americanos não entrarão em território mexicano e que “não há risco” de intervenção dos EUA no México.
Historicamente, o uso das Forças Armadas americanas em ações antidrogas na América Latina, comum especialmente na Colômbia e na América Central, se dava sob a justificativa de apoio a autoridades policiais, como em treinamentos conjuntos e fornecimento de equipamentos. A nova medida, no entanto, abre espaço para um papel mais ativo, com possibilidade de captura ou neutralização direta de alvos, o que especialistas em direito internacional alertam poder configurar violação de normas globais —especialmente se ocorrer de maneira unilateral, sem consentimento dos países envolvidos.
O precedente mais próximo data de 1989, quando o então presidente George H. W. Bush enviou tropas ao Panamá para prender Manuel Noriega, ação posteriormente condenada pela ONU como violação flagrante do direito internacional. Mais recentemente, nos anos 1990 e 2000, militares americanos atuaram no combate ao narcotráfico na Colômbia e no Peru principalmente com o compartilhamento de informações. As medidas foram suspensas e reformuladas à época, porém, para evitar a participação direta em confrontos.
No âmbito doméstico, para além da proibição de que militares exerçam funções policiais —com raras exceções—, há restrições legais previstas nas quais esbarra a ação de Trump. O Congresso já autorizou anteriormente o uso da força contra a Al-Qaeda após os atentados de 11 de setembro de 2001, mas isso não se estende a todos os grupos que o Executivo classifica de terroristas.
Uma possível ação justificada por este viés implicaria recorrer ao argumento de que o presidente tem autoridade constitucional para agir em autodefesa nacional —neste caso, possivelmente afirmando haver relação com a crise do uso de fentanil. Ainda é incerto, porém, quais regras deverão reger as ações militares contra cartéis.
A decisão de Trump também ocorre em meio a mudanças no aparato jurídico do Pentágono. Em fevereiro, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, demitiu os principais advogados militares de cada força, responsáveis por avaliar a legalidade de operações, e, em paralelo, o governo tem reduzido o peso do Escritório de Assessoria Jurídica, órgão que tradicionalmente atua como freio a iniciativas potencialmente controversas.
No contexto político em que Trump monta sua Presidência, essa iniciativa reforça a narrativa de que o republicano identifica nos cartéis um inimigo central de seu governo, tanto no discurso interno, voltado para a crise de opioides e imigração, quanto na política externa, em especial contra regimes hostis a Washington.
Gabriel Barnabé/Folhapress
Governadores de direita farão encontros para unificar grupo com críticas a STF e governo
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Foto: Reprodução/Instagram |
Segundo o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o passo seguinte será procurar os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e se colocar à disposição do governo federal para o que chamou de diálogo.
Ibaneis foi o anfitrião da primeira reunião, ocorrida na quinta-feira (7), que teve a presença de outros oito governadores: Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Ronaldo Caiado (União), de Goiás; Ratinho Jr (PSD), do Paraná; Jorginho Mello (PL), Santa Catarina; Claudio Castro (PL), do Rio de Janeiro; Mauro Mendes (União Brasil), do Mato Grosso; e Wilson Lima (União), do Amazonas.
Os quatro primeiros são pré-candidatos ou cotados ao Palácio do Planalto no próximo ano.
Segundo relatos, a eleição de 2026 não entrou em pauta, mas a ideia deles é unificar o grupo político. O governador Mauro Mendes contou ter dito aos participantes que o próximo presidente do Brasil estava na reunião. E que, se não estiver, e a esquerda continuar no poder, os responsáveis também estavam ali.
“Impossível união no primeiro turno. Convergência só no segundo turno”, disse à reportagem Caiado, questionado se o movimento já seria uma tentativa de aproximação eleitoral.
Ao final do encontro, apenas três falaram com a imprensa: Tarcísio, Caiado e Mendes. Os demais disseram ter compromissos.
O governador de São Paulo falou em “harmonia institucional” para criticar o STF. Ele defendeu que “os Poderes têm papéis na mitigação da crise” e “têm que contribuir para desescalar a crise”, numa alusão à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Antes de participar da reunião na casa de Ibaneis, Tarcísio fez uma visita a Bolsonaro, com quem ficou por cerca de duas horas. A jornalistas disse apenas que ele está “sereno”.
O objetivo principal do encontro era tratar do que eles chamam de crise institucional, numa crítica à atuação do Supremo, e do tarifaço dos Estados Unidos a produtos brasileiros, em que dizem ver falta de ação do governo brasileiro.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos trabalhando junto às autoridades do governo Trump pelas sanções, não entrou em discussão na conversa dos governadores, ainda que os gestores estaduais tenham críticas à sua atuação.
Os únicos dois governadores de direita que foram aos atos bolsonaristas do último domingo, pós-tarifaço e aplicação de sanção financeira a Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), foram Jorginho de Mello e Claudio Castro.
“Não precisa ser especialista para entender cenário de que a maioria dos brasileiros de bom senso não concorda com alguém do nosso país indo lá fora articular contra nosso país. Isso prejudica, sim, um campo no qual ele [Eduardo] diz estar inserido”, disse Mendes.
Mas, em seguida, ele diz que a principal crítica, e o objetivo do encontro, é ao governo federal. “Presidente Lula não pode abrir mão de insistir numa negociação com os EUA para minimizar o efeito do tarifaço. Tudo que foi feito até agora foi articulação por meio dos americanos ou pelo mundo empresarial”, disse Mendes.
“De outro lado, há grandes confusões do Supremo, da Câmara e do Senado. Espera-se que esse estado de poder seja respeitado, para que o Congresso possa cumprir seu papel, deliberar todas as pautas”, completou.
Já Ibaneis disse que há ausência de independência do Parlamento para votar as pautas que quer. “Hoje há uma ditadura velada do Executivo com o Judiciário. Não é nem uma crítica ao STF, é a maneira como tá funcionando”, disse.
Os governadores têm um discurso de que o Congresso não está votando as pautas que precisa porque o Supremo impede. Quando questionados que projetos seriam esses, citam o projeto de lei que concede anistia aos condenados nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 como exemplo.
A proposta está na Câmara e é a principal demanda da oposição, que, amotinada, impediu os trabalhos da Casa nesta semana. O presidente Hugo Motta sinalizou que não pautaria a proposta, mas o PL de Jair Bolsonaro insiste. O ex-presidente, que está em prisão domiciliar desde a última segunda-feira, poderia se beneficiar da proposta, mas há resistência entre as lideranças da Câmara.
O resultado do motim bolsonarista foi ter impulsionado a discussão de propostas para blindar políticos contra investigações e denúncias criminais —projetos abraçados pelo centrão, que tem integrantes alvo de inquéritos na corte, sobretudo a respeito do uso de emendas parlamentares.
Marianna Holanda/Folhapress
Bruno Reis elogia possibilidade de Zé Cocá ser vice de Neto em 2026: ‘Excelente nome’
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), indicou nesta quinta-feira (8) que o nome do prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), é uma das possibilidades mais fortes para compor a chapa majoritária da oposição ao governo da Bahia em 2026, possivelmente como vice do ex-prefeito da capital baiana, ACM Neto. Apesar da sinalização, Bruno ressaltou que qualquer decisão sobre a formação da chapa depende primeiro da definição do cenário nacional. A declaração do prefeito foi dada nesta sexta-feira (8), durante a sessão especial de homenagem ao ministro do STJ, Paulo Dias de Moura Ribeiro, e a entrega da Comenda 2 de julho ao juiz aposentado Manoel Ricardo Dávila, que ocorreu na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA),
“A gente ainda não está focado nisso. Eu acho que essa decisão vai ocorrer principalmente depois da definição do jogo nacional, de quem será o candidato das oposições no âmbito nacional, para em seguida a gente fechar quem serão os nomes que irão compor a nossa chapa majoritária aqui”, afirmou o prefeito.
Bruno elogiou o desempenho de Zé Cocá à frente da Prefeitura de Jequié, e destacou o capital político do aliado, que também chegou a presidir a União dos Municípios da Bahia (UPB). “Não tenho dúvidas que o nome de Zé Cocá é um excelente nome. Prefeito de uma grande cidade, de uma região estratégica importante da Bahia, que teve um excelente desempenho como prefeito. A maior votação proporcional entre as médias cidades do estado”, destacou.
Segundo Bruno Reis, além da experiência administrativa, Zé Cocá reúne atributos políticos relevantes para compor a chapa. “Já foi deputado, conhece a realidade da Bahia, foi presidente da UPB, é um quadro público qualificado. Sem sombra de dúvidas, é um dos nomes que está aí nas nossas conversas, como um dos prioritários”, afirmou.
Apesar da avaliação positiva, o prefeito reconheceu que a decisão caberá também ao próprio Zé Cocá. “A gente sabe que não é uma decisão fácil deixar o cargo de prefeito, ainda mais faltando mais da metade do mandato. Mas, sendo esse o desejo dele, nós temos sim toda a vontade e desejo que ele possa estar ao nosso lado nesse desafio”, declarou.
Bruno Reis também reforçou que as articulações da oposição devem ganhar força após a definição do nome que disputará a Presidência da República em 2026 com apoio do campo oposicionista. “A partir da definição do cenário nacional de quem será o candidato a presidente que nós iremos apoiar, aí sim passamos a definir as demais posições da chapa majoritária para apresentar um projeto alternativo que mude a Bahia de verdade”, concluiu.
Política Livre
Forças Estadual e Federal localizam 200 mil pés de maconha
Com ações de inteligência e uso de tecnologia, o plantio ilegal foi encontrado na zona rural da cidade de Curaçá.
O segundo dia da Operação Nordeste Integrado, promovido pela Bahia e mais oito estados nordestinos, começou com a descoberta nesta sexta (8), de uma roça com cerca de 200 mil pés de maconha.
Equipes das Polícias Militar e Federal, com ações de inteligência e uso de tecnologia, encontraram o plantio ilegal na zona rural da cidade de Curaçá.
No local os policiais desenvolvem ações para identificar e prender os criminosos responsáveis pelo terreno e pelos entorpecentes.
“Em 24h da Operação Nordeste Integrado, capturamos nove criminosos que possuíam mandados de prisão, realizamos uma prisão em flagrante, localizamos armas de fogo e munições, além da apreensão de um adolescente e destruição da roça de maconha”, contou o subsecretário da Segurança Pública, Marcel de Oliveira, que está em Juazeiro acompanhando as ações.
Destacou ainda que os resultados são importantes, mas a integração é o principal ganho da operação. “De forma inédita os estados nordestinos mostram a importância da união de esforços. Seguiremos integrados combatendo o crime organizado”, completou Marcel.
Fonte
Alberto Maraux/SSP
Mais de 80kg de entorpecentes são apreendidos pelo 15° BPM
Policiais Militares do 15º BPM apreenderam mais de 80kg de drogas, na tarde de quinta-feira (7), no bairro Maria Pinheiro, em Itabuna, no sul da Bahia.
A equipe foi acionada para averiguar a denúncia de uma grande quantidade de drogas em uma área de mata na localidade conhecida como Caldeirão do Diabo. Ao chegarem ao local, os militares constataram o fato, sendo encontrados 75,8kg de maconha, 5,8kg de cocaína,1,2kg de crack e uma balança de precisão. Nenhum criminoso foi preso
Todo material apreendido foi encaminhado à delegacia local, onde a ocorrência foi registrada.
Fonte
Polícia Militar - DCS
EUA elevam a US$ 50 mi recompensa por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira, 8, que aumentou para até US$ 50 milhões a recompensa oferecida por informações que levem à prisão e/ou condenação do venezuelano Nicolás Maduro por violação das leis americanas de narcóticos. A elevação do valor foi divulgada em comunicado conjunto dos Departamentos de Estado e de Justiça (DoJ, na sigla em inglês) e faz parte do Programa de Recompensas por Narcotráfico (NRP, na sigla em inglês).
“Por mais de uma década, Maduro tem sido um dos líderes do Cartel de los Soles”, afirma o comunicado.
O grupo é acusado de traficar drogas para os Estados Unidos e, no mês passado, foi designado pelo Departamento do Tesouro como uma “Organização Terrorista Global Especialmente Designada” (SDGT, na sigla em inglês).
Desde 2020, os EUA afirmam que Maduro “estrangulou a democracia e se agarrou ao poder na Venezuela”.
O texto também rejeita a legitimidade da eleição presidencial venezuelana de julho de 2024, vencida por Maduro segundo as autoridades locais.
“Maduro alegou ter vencido, mas não apresentou nenhuma evidência de que de fato tenha obtido a vitória”, diz o texto. Washington afirma que “não reconhece Maduro como vencedor da eleição de 2024 e não o reconhece como presidente da Venezuela”.
A recompensa por Maduro já havia sido aumentada anteriormente. Inicialmente fixada em até US$ 15 milhões em 2020, ela subiu para US$ 25 milhões em janeiro deste ano. Agora, chega a US$ 50 milhões com a nova atualização.
Pedro Lima, Folhapress
SDE estreita relação com o setor produtivo de Jequié durante Fórum de Desenvolvimento Regional
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) contribuiu, nessa quinta-feira (07), com as discussões do Fórum de Desenvolvimento Regional. Com o tema ‘Crescer com Estratégia, Evoluir com Visão’, o encontro reuniu autoridades, lideranças, empresários e representantes da sociedade civil para debater sobre estratégias e novas oportunidades para região.
O fórum foi promovido pela Câmara de Dirigentes e Lojistas de Jequié (CDL Jequié) e contou com o apoio do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Jequié (Sicomércio Jequié), do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da gestão municipal.
“Essa parceria entre o setor produtivo com o governo baiano é essencial. Sob o comando do Jerônimo Rodrigues, estamos do jeito assertivo que gostamos de fazer, que é dialogar olhando nos olhos dos empresários e empresárias, para juntos, e por meio de políticas públicas, contribuirmos com o crescimento econômico de toda região”, afirmou.
"Estamos muito felizes com o andamento que tivemos aqui no fórum. A SDE nos trouxe boas notícias de tudo que costuramos com o governo em uma reunião com os empresários. O objetivo é fortalecer Jequié como polo regional e a microrregião", ressaltou Renan Cardoso, presidente da CDL de Jequié.
O painel contou também com o deputado estadual, Hassan Iossef; o prefeito de Jequié, Zé Cocá; e o presidente da Câmara de Vereadores do município, Emanuel Campos Silva (Tinho).
Desenvolvimento Industrial de Jequié
Além do potencial mineral, Jequié conta com um distrito industrial que consolida o município como um polo impulsionador de emprego e renda na região. O Distrito Industrial de Jequié conta com 64 unidades fabris implantadas e mais 4 em implantação.
Atualmente, a SDE acompanha 11 empreendimentos incentivados que foram instalados no município e geram 4.632 empregos, com investimentos de mais de R$ 333 milhões. Jequié ainda tem mais quatro empreendimentos em fase de implantação e um em relocalização, com estimativa de gerar aproximadamente 780 novos postos de trabalho e investir mais R$ 31,2 milhões.
Ascom/SDE
PRF apreende cerca de 40 kg de ouro em Altamira (PA), avaliados em mais de R$ 20 milhões
É a segunda maior apreensão da história das BRs; em 48h, cerca de 143 kg de ouro ilegal foram retirados de circulação
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu na tarde desta quarta-feira (6), em Altamira (PA), na BR-230 (Transamazônica) cerca de 40 kg de ouro maciço transportados em uma caminhonete com quatro ocupantes (dois adultos, um adolescente e uma criança). Os adultos foram encaminhados para a Polícia Federal (PF) e os menores para as autoridades competentes. É a segunda maior apreensão da história das rodovias federais.
Em apenas 48 horas, a PRF retirou de circulação mais de 140 kg do mineral em Roraima e no Pará. O material apreendido nas duas ocorrências é avaliado em mais R$ 80 milhões. Na BR-401, em Boa Vista (RR), na segunda-feira (4), os policiais rodoviários federais encontraram 103 kg de ouro transportados em uma caminhonete. O motorista foi detido e encaminhado junto com o material apreendido para a Polícia Federal. Os dois estados onde ocorreram as apreensões fazem parte da Amazônia Legal e sofrem com a degradação do garimpo ilegal, principalmente em territórios indígenas.
O aumento nas apreensões de ouro na Região Norte do país é resultado do reforço no número de policiais rodoviários federais e da estrutura para prevenção e enfrentamento aos crimes ambientais. Desde 2023, o Plano Amazônia: Segurança e Soberania (AMAS), implementado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), intensificou a presença do Estado na Amazônia Legal e a atuação conjunta entre instituições de segurança pública e de preservação do meio ambiente.
Entre as atividades desempenhadas pelos integrantes do Plano Amas, estão a retirada de pessoas que ocupam ilegalmente terras indígenas, entre elas a TI Yanomami, o combate à extração ilegal de madeira e minério. Para atender aos objetivos do Plano Amas, a PRF destinou aos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins 72 novas viaturas e mais de 500 policiais do último curso de formação policial. Eles se juntam aos policiais que já atuavam na região.
Categoria
Justiça e Segurança
Motta vai abraçar acordo costurado com Lira para mudança de foro privilegiado, dizem aliados
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse a interlocutores que a pauta já estava sendo costurada nos bastidores antes do motim de parlamentares bolsonaristas, e que deve ter apoio até da base do governo Lula.
Aliados do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmaram ao blog que ele vai abraçar o acordo costurado entre líderes dos partidos e o ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para mudança de foro privilegiado em processos envolvendo parlamentares no Supremo Tribunal Federal (STF).
O argumento do presidente da Câmara, segundo interlocutores, é de que pauta já estava sendo costurada nos bastidores antes do motim protagonizado por parlamentares bolsonaristas, e que deve ter apoio até da base do governo Lula.
A princípio, Motta, que não participou da conversa que aconteceu nesta quinta-feira (7) na sala de Lira, negou ter negociado projetos em troca da desocupação do plenário e disse que tomaria providências contra parlamentares que protagonizaram o motim. Agora, segundo interlocutores, ele decidiu abraçar pelo menos a proposta de mudança do foro privilegiado.
Participantes da reunião afirmaram que o acordo com Lira inclui:
Votação da chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Prerrogativas, para definir que ações penais contra parlamentares só possam ser abertas com aval do Congresso, e que a prisão em flagrante de parlamentar só possa ocorrer em casos de crimes inafiançáveis listados na Constituição. A expectativa é que ela seja pautada na próxima semana.
Que medidas judiciais contra parlamentares só possam ser cumpridas dentro do Congresso com o aval do legislativo.
E mudança no foro privilegiado, para que processos que hoje são de competência do STF passem a ser de competência de instâncias inferiores da Justiça. Entre bolsonaristas, há esperança de que isso tire a ação penal da tentativa de golpe de Estado, da qual Bolsonaro é réu, das mãos de Alexandre de Moraes.
Aliados lembram que ele só retomou o controle da Câmara por causa do acordo e que, dificilmente, não abraçaria pelo menos o último ponto nas próximas semanas.
Por Andréia Sadi
Campeonato de Futebol Adulto 2025 da AABB-Ipiaú
Nesta quarta-feira (06/08) dois jogos com muitos gols marcaram mais uma rodada do Campeonato Adulto.
No primeiro jogo a Farmácia Pague Pouco venceu a equipe da Ed Telecom e passou para a terceira colocação do campeonato, a Ed Telecom permanece na quinta colocação
Ed Telecom 3x6 Farmácia Pague Pouco
Gols: Ed Telecom: Monaim (2) e Guilherme Toco. Farmácia Pague Pouco: Afonso (4), Átila e Marcos
Na segunda partida a Pão & Cia venceu a Jr Modas e assumiu a liderança do campeonato.
Pão & Cia 5x2 Jr Modas; Gols: Pão & Cia: Thiago Farias (2), Antonnioni, Everaldo e Uallas. Gols: Jr Modas: Macaco e Thauã
Próximos jogos
Quarta-feira (13/08)
19:15 – Lázaro Auto Peças X Ed Telecom
Fonte: Ascom/AABB-Ipiaú
Ipiaú: Realizou sua VIIIª Conferência de Saúde
A Prefeitura de Ipiaú, por intermédio da Secretária Municipal de Saúde em parceria com o Conselho Municipal de Saúde(CMS) realizou na manhã dessa quinta-feira, 7 de agosto a VIIIª Conferência Municipal de Saúde.
O evento , no Salão do Grupo da Terceira Idade De Bem com a Vida, reuniu 116 pessoas, entre gestores, trabalhadores e usuários do SUS, que discutiram e apresentaram propostas de melhoria para a saúde pública no município.
Com o tema: “Planejando e Fortalecendo o SUS no Município de Ipiaú”, a conferência propôs e elaborou diretrizes que darão subsídios a construção do Plano Municipal de Saúde (PMS) para o próximo quadriênio (2026-2029) e do Plano Plurianual -PPA-, além de mobilizar e estabelecer diálogos com a sociedade a respeito do direito à saúde e em defesa do SUS.
A prefeita Laryssa Dias participou da solenidade de abertura da conferência, oportunidade em que pediu que todos valorizem e defendam o SUS para que o mesmo se torne cada vez mais forte e respeitado. “Esse respeito e valorização começa de nós trabalhadores”, ressaltou a prefeita.
Laryssa também disse dos avanços que a saúde publica de Ipiaú tem alcançado e lembrou do alto investimento que o município vem fazendo no setor.
Por sua vez a secretária de Saúde, Keila Maia explicou que a sessão plenária da VIIIª Conferência foi a culminância das escutas feitas anteriormente com a comunidade no sentido de elencar e deliberar as propostas a serem encaminhadas para os planos em pauta. Já o presidente do Conselho Municipal de Saúde, José Vaz avaliou que realização da conferência só contribui no processo de melhora no sistema de saúde pública em Ipiaú.
EIXOS TEMÁTICOS
Depois da solenidade de abertura, os grupos de trabalho se reuniram para a discussão dos três eixos temáticos que apresentaram para a plenária final um total de 51 propostas assim distribuídas: 28 apresentadas pelo eixo “Atenção Integral a Saúde”; 10 pelo eixo “Saúde Mental” e 13 pelo eixo “Planejamento, Rede e Processo Regulatório em Saúde”
O Relatório Consolidado aprovado na Plenária Final da Conferencia será encaminhado para o Conselho Municipal de Saúde de Ipiaú e deve ser amplamente divulgado por meios eletrônicos da cidade ( José Américo Castro/ Decom-PMI).
Sanções de Trump, como as contra Moraes, assombram há meses Tribunal Penal Internacional
Se o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes é ameaçado com uma lei moldada para punir ditadores por sua atuação à frente do julgamento de Jair Bolsonaro (PL), integrantes do Tribunal Penal Internacional convivem com coerção americana de efeito semelhante há meses.
A diferença formal é que a administração Donald Trump usa uma legislação específica contra quatro juízas e um promotor da corte de Haia, na Holanda, que analisa crimes de guerra e contra a humanidade e não é reconhecida pelos EUA. Contra Moraes, a opção foi usar a Lei Magnitsky, desenhada para punir corrupção de Estado e violação de direitos humanos.
Em fevereiro, o presidente americano assinou um decreto afirmando que o TPI havia se envolvido “em ações ilegítimas e infundadas contra os EUA e nosso aliado próximo, Israel”. Na prática, o tribunal havia expedido no fim de 2024 ordens de prisão contra Binyamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, Yoav Gallant, seu ex-ministro da Defesa, e Mohammed Deif, comandante militar do Hamas, já morto. Os três foram acusados por graves violações na guerra Israel-Hamas.
O decreto de Trump impôs sanções ao britânico Karim Khan, promotor do TPI, e deu prazo de 60 dias para o Departamento de Estado indicar outras punições. Elas vieram em 5 de junho contra as magistradas Reine Adelaide Sophie Alapini Gansou (Benin), Solomy Balungi Bossa (Uganda), Luz del Carmen Ibáñez Carranza (Peru) e Beti Hohler (Eslovênia).
Duas delas autorizaram investigações sobre a atuação americana no Afeganistão; outras duas aceitaram a ordem de prisão contra Netanyahu.
Outra jurista que entrou na mira de Trump foi a italiana Francesca Albanese, relatora especial das Nações Unidas para os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados. Marco Rubio, secretário de Estado, anunciou a punição em 9 de junho. “A campanha de guerra política e econômica de Albanese contra os EUA e Israel não será mais tolerada”, escreveu no X.
Dias antes, Albanese havia publicado um relatório citando mais de 60 empresas, como Microsoft, Amazon e Lockheed Martin, que estariam lucrando com a ação militar israelense em Gaza. Em suas palavras, empresas “financeiramente ligadas ao apartheid e ao militarismo de Israel”.
“É muito grave estar na lista de pessoas sancionadas pelos EUA”, declarou Albanese à agência Associated Press na semana passada. “Minha filha é americana. Eu moro nos Estados Unidos e tenho alguns bens lá. Então, é claro que isso vai me prejudicar”, disse a jurista. “O que posso fazer? Fiz tudo de boa-fé e, sabendo disso, meu compromisso com a Justiça é mais importante do que meus interesses pessoais.”
Albanese foi enquadrada pelo Tesouro americano com a mesma legislação usada contra os integrantes do TPI. A Ieepa (International Emergency Economic Powers Act) amplia os poderes da Casa Branca em caso de emergência nacional. A partir dela, outros poderes acabam sendo invocados. É, por exemplo, um dos fundamentos que Trump usa para as tarifas recíprocas que impõe a diversos países, incluindo o Brasil, desde abril.
As pessoas designadas como alvo dessas sanções não conseguem mais entrar nos EUA, assim como seus cônjuges e filhos; bens e ativos dessas pessoas que estejam nos EUA ficam bloqueados; prevê ainda punições para quem fornecer “fundos, bens ou serviços” a elas. O resultado final não é muito diferente do obtido com a Lei Magnitsky.
No caso do TPI e de Albanese, a argumentação, centrada em atos que possam prejudicar cidadãos ou empresas americanas, não é inédita. Em 2020, em seu primeiro mandato, Trump determinou ordem parecida contra qualquer indivíduo que colaborasse com os trabalhos do tribunal, então engajado em investigações relacionadas à atuação americana no Afeganistão. Centenas foram afetados pela decisão, revogada no governo Joe Biden.
Trump reabilitou sua legislação com novas regras, que ampliam seu alcance. Acadêmicos e ativistas que fazem trabalho de pesquisa e suporte para a Promotoria do TPI entraram na Justiça americana neste ano. Alguns postulantes notam abuso de poder da administração federal, outros sublinham que a legislação não prevê troca de informações como motivo para punição, apenas o fornecimento de fundos, bens e serviços.
Contatado pela Folha, um porta-voz do TPI declarou que a corte não faria comentários sobre a atuação americana contra o tribunal ou contra Moraes. Em junho, quando as punições às juízas foram anunciadas, a corte emitiu comunicado dizendo que as “medidas constituem uma tentativa clara de minar a independência de uma instituição judicial internacional que opera sob o mandato de 125 Estados-membros de diversas partes do mundo”.
“Visar aqueles que trabalham pela responsabilização não ajuda em nada os civis presos em conflitos. Isso apenas encoraja aqueles que acreditam que podem agir com impunidade.”
Para Albanese, as sanções “foram calculadas para enfraquecer” o seu trabalho. “Vou continuar fazendo o que tenho que fazer”, declarou a relatora da ONU.
José Henrique Mariante/Folhapress
Motta parou em barreira com bebê e suspeita de arma nos 6 minutos que abalaram sua gestão na Câmara
Hugo Motta (Republicanos-PB) viveu na noite de quarta-feira (6) o episódio público mais conturbado dos seis meses em que comanda a Câmara dos Deputados.
Nos pouco mais de seis minutos entre que sair de seu gabinete e recuperar o comando da Casa, ele ameaçou recuar, foi afastado para o fundo da mesa do plenário pelo empurra-empurra e demonstrou claro constrangimento após, enfim, ser praticamente jogado de volta na cadeira de presidente por aliados.
Em seu caminho encontrou uma barreira, a recusa de deputados de se levantarem de seu posto, a suspeita de um deputado armado e até um bebê de colo no meio de um pelotão de cerca de 70 pessoas que se aglomeravam, gritavam e se empurravam no pequeno espaço.
O fim do motim de deputados que protestavam contra prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi costurado pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) com a oposição, mas o desfecho acabou saindo do script.
De acordo com o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), o trato era Hugo Motta deixar o gabinete e reassumir a sua cadeira apenas quando todos os amotinados descessem da mesa para o plenário.
O presidente da Casa tinha dito aos deputados ter como ponto de honra a realização da sessão às 20h30. Acabou decidindo fazer o curto percurso entre seu gabinete e a cadeira de presidente quando o relógio já passava das 22h.
A imprensa, que havia sido barrada pela Polícia Legislativa de entrar no plenário amotinado, acabou liberada para acompanhar o desfecho das galerias do plenário.
Ao surgir na saída do seu gabinete —que tem acesso direito ao plenário—, e tentar subir as escadas para acessar a mesa, o presidente da Câmara foi barrado pelo bolsonarista Zé Trovão (PL-SC), de terno e com o costumeiro chapéu de caubói. Trovão ficou postado ali, com uma perna como entrave.
Foi preciso o apelo de Motta, de deputados e de um policial legislativo que o acompanhava para Trovão dar passagem.
Sóstenes disse que veio dele a ordem para o correligionário se postar na escada e impedir a passagem do presidente, já que queria evitar um mal maior. Trovão afirmou que estava ali para evitar a ameaça de que a Polícia Legislativa fosse usada para retirar os parlamentares à força.
De acordo com pessoas que acompanharam o tumulto de perto, havia rumores até de que algum deputado bolsonarista estivesse armado. Apesar de a Folha ter ouvido esse relato de várias fontes de informação, a assessoria de Motta disse não ter chegado a ele essa suspeita.
Após se desvencilhar de Trovão, Motta foi parado por Sóstenes, que lhe pedia calma. Ele seguiu adiante e chegou, em meio ao empurra-empurra, à cadeira da presidência, mas não conseguiu sentar.
Lá estava Marcel van Hattem (Novo-RS), que dali se recusou a sair. Outro que também resistia a sair da Mesa Diretora era Marcos Pollon (PL-MS).
“Tinha sido combinado que a gente ia conversar com os deputados e depois voltaríamos no [gabinete do] Hugo para conversar o que tinha sido acertado com os líderes. Estávamos ainda discutindo a proposta quando ele chegou de surpresa, digamos assim, e isso gerou mal-estar em vários colegas”, diz van Hattem.
Logo ao lado estava a deputada Júlia Zanatta (PL-SC), que chegou a levar sua filha de quatro meses para o meio da confusão —cujos decibéis eram elevados pelos cântigos religiosos gritados pelo deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA).
Enquanto bolsonaristas, como Marco Feliciano (PL-SP), conversavam e tentavam convencer a dupla a ceder, Motta ia sendo afastado pelo empurra-empurra para o fundo da mesa.
Passados alguns momentos, Motta ordenou que policial legislativo que o acompanhava abrisse caminho de volta ao seu gabinete. Ele iria recuar e a movimentação aparentou colocar em desespero tanto aliados quanto bolsonaristas, que ficariam mais ainda sob risco de terem os mandatos suspensos como punição (nesta quinta, o presidente da Câmara disse que estuda as imagens para definir punições).
Após dar alguns passos de volta ao gabinete, Motta foi puxado pelo deputado Hélio Lopes (PL-RJ), que prometeu retirar os amotinados da mesa.
Do outro lado, os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Elmar Nascimento (União-BA), Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), Doutor Luizinho (PP-RJ) e Pedro Campos (PSB-PE) passaram a empurrá-lo em direção à cadeira da presidência.
No meio do caminho, voltou a encontrar van Hattem, que dessa vez estava de pé, e aparentou ter uma conversa de poucos segundos nada amistosa com ele.
Foram cerca de seis minutos. E, enfim, o presidente da Câmara conseguiu sentar na cadeira que estava obstruída havia 30 horas.
Motta, que tem 35 anos, é o presidente mais jovem a comandar a Câmara.
O motim bolsonarista, que incluiu não só os seis minutos que abalaram sua gestão, mas a necessidade de intervenção do antecessor e padrinho de sua candidatura, Arthur Lira (PP-AL), levou parlamentares a avaliarem que sua liderança saiu fragilizada.
Até mesmo aliados dizem que essa operação para sentar na cadeira da presidência foi mal executada por Motta, que titubeou e quase recuou. Nas palavras de um deles, se o presidente da Câmara tivesse voltado para seu gabinete naquele momento, corria risco de perder totalmente sua legitimidade à frente da Casa.
Em seu discurso logo após retomar o posto, Motta disse que a sua presença era para garantir ” a respeitabilidade desta mesa, que é inegociável” e para que “a Casa possa se fortalecer”. “O que aconteceu nessa Casa não foi bom, não foi condizente com nossa história. […] O que aconteceu ontem e hoje não pode ser maior do que o plenário”, afirmou.
Ranier Bragon, Raphael Di Cunto e Victoria Azevedo/Folhapress
Tribunal Superior do Trabalho constrói sala VIP em aeroporto por R$ 1,5 mi e prevê regalias
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) gastará mais de R$ 1,5 milhão em dois anos para construir e manter uma sala VIP no aeroporto de Brasília exclusiva para seus 27 ministros, com direito a acompanhamento pessoal por funcionários do aeroporto e um carro privativo para deslocamento até o avião.
O objetivo, diz o tribunal, é resguardar a segurança dos ministros e evitar a “aproximação de pessoas inconvenientes”.
“A forma como eram realizados os embarques e desembarques aéreos das autoridades propiciava a aproximação de indivíduos mal-intencionados ou inconvenientes, o que aumentava significativamente os riscos evitáveis para essas autoridades”, justificou o TST em nota.
De acordo com o contrato, o espaço será “destinado, única e exclusivamente, ao apoio nos processos de embarque das autoridades do Tribunal Superior do Trabalho” no aeroporto. O acordo é válido por dois anos, até abril de 2027, mas pode ser renovado.
Os valores não incluem mobiliário, gastos com alimentação e com os funcionários que atenderão no local. O tribunal não informou os valores à reportagem, apenas disse que serão aproveitados “prioritariamente mobiliários” do TST e funcionários de contratos já existentes.
O espaço foi alugado por R$ 30 mil mensais, mais R$ 2.639,70 com rateio das despesas do aeroporto, segundo o contrato. O local terá 44 metros quadrados, piso de granito e paredes de gesso, com copa e banheiros exclusivos. A obra está em andamento, com previsão de ser concluída até meados de agosto, ao custo de R$ 85 mil.
Para construir a estrutura que atenderá os ministros, o TST contratou, sem licitação, a mesma empresa que fez as três salas VIP para o público privado do aeroporto de Brasília. O contrato impede explicitamente que essa empresa forneça informações sobre a obra. O tribunal alegou que a dispensa de licitação ocorreu pelo valor autorizado em lei, e que consultou três empresas.
A sala exclusiva do TST ficará ao lado de uma dessas salas VIP, no andar superior do aeroporto. Esses espaços são acessados por clientes com cartões de crédito específicos ou que paguem uma taxa de R$ 250 por pessoa. São locais maiores, com poltronas mais confortáveis, televisão, alimentação e bebida.
Além da sala VIP exclusiva, o tribunal contratou para os ministros algumas regalias, como acompanhamento por um funcionário do aeroporto –ao custo de R$ 284 por atendimento– e serviço de transporte exclusivo. O contrato estipula um mínimo de 50 atendimentos por mês. O benefício será válido inclusive para voos pessoais, sem finalidade profissional.
De acordo com o contrato, os ministros terão direito a um carro privativo, para que não tenham que compartilhar com os demais passageiros os ônibus que fazem o translado quando a aeronave não estiver na ponte. Também poderão ser levados diretamente para o avião, sem pegar a fila de embarque. O custo é de R$ 144 por deslocamento, pago com dinheiro público.
O TST afirmou, em nota, que “o projeto segue os mesmos moldes do STF e STJ”, que possuem salas exclusivas para os ministros no aeroporto de Brasília com o argumento de garantir a segurança. “Tal preocupação se dá em razão da logística atual do terminal aeroportuário de Brasília, que possibilita risco à segurança dos ministros, principalmente por possível abordagem de terceiros, sendo conveniente sua minimização”, disse.
O tribunal é órgão máximo da Justiça do Trabalho no Brasil, responsável por julgar recursos sobre questões trabalhistas e uniformizar a jurisprudência. A sede da instituição fica em Brasília.
A Inframérica, concessionária que administra o aeroporto de Brasília, se recusou a prestar informações à reportagem e respondeu que não comenta sobre contratos comerciais.
O STF (Supremo Tribunal Federal) foi o primeiro a adotar uma sala VIP para os integrantes do tribunal, em 2017, com o argumento de que os ministros se tornaram figuras públicas por causa dos julgamentos da Operação Lava Jato e era preciso resguardar a proteção. O espaço deles fica longe dos demais passageiros, e eles acessam os aviões diretamente, sem passar pelo portão.
O novo benefício se soma a outros dos ministros do TST, que têm recebido rendimentos acima do teto constitucional do funcionalismo público, de R$ 46,4 mil. Em dezembro, eles ganharam, em média, R$ 357 mil líquidos, já descontado o Imposto de Renda e encargos previdenciários, segundo dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). O maior pagamento chegou a R$ 419 mil de uma vez naquele mês.
Raphael Di Cunto/Folhapress
Polícia Civil apreende armas e materiais para fabricação de armamento em Jaguaquara
A Polícia Civil da Bahia, por meio da Delegacia Territorial de Jaguaquara, subordinada à 9ª COORPIN/Jequié, apreendeu na manhã desta quarta-feira, 7 de agosto, um arsenal com armas de fogo, munições e diversos componentes utilizados na fabricação e modificação de armamentos. A ação ocorreu no povoado da Itiúba, zona rural do município, durante diligências investigativas sobre porte e comércio ilegal de armas na região.
De acordo com a corporação, os policiais realizaram uma nova verificação em um imóvel pertencente a um indivíduo de iniciais A.S.J., que se encontrava vazio e com sinais de abandono. No interior da propriedade, foram encontrados diversos materiais de interesse policial, incluindo armas de fogo, munições, peças de armamento, acessórios e artefatos utilizados na manutenção e possível fabricação de armamento clandestino.
Todo o material foi apreendido e levado à Delegacia de Jaguaquara, onde foram adotadas as medidas legais cabíveis. As investigações prosseguem com o objetivo de identificar outros envolvidos e combater a prática criminosa na região.
Operação Sertão prende três pessoas e apreende mais de R$ 200 mil em espécie em Vitória da Conquista
Três pessoas foram presas em flagrante durante a Operação Sertão, deflagrada nesta quinta-feira (7), pela Polícia Civil, no município de Vitória da Conquista, no Sudoeste da Bahia. A ação teve como alvos integrantes de um grupo criminoso investigado por envolvimento com o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação criminosa armada.
Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em diversos imóveis, os policiais apreenderam R$ 203 mil em espécie, escondidos em uma caixa de papelão, em uma residência no bairro Felícia. A origem do dinheiro é suspeita de estar ligada à lavagem de recursos provenientes do tráfico. Foram localizadas ainda uma arma de fogo, dois carros e celulares.
Um dos detidos possui antecedentes por homicídio e é proprietário de uma fazenda localizada na zona rural do município de Boa Nova, onde também foi cumprido mandado judicial. Os três presos foram autuados em flagrante e encaminhados à delegacia especializada, onde prestaram depoimento. Em seguida, foram conduzidos ao presídio local, onde permanecem à disposição da Justiça.
A operação foi realizada pela Delegacia de Tóxico e Entorpecentes de Vitória da Conquista, vinculada ao Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), com apoio do Grupo de Apoio Tático e Técnico a Investigação (GATTI) e do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco).
“As prisões e apreensões representam mais um duro golpe contra o crime organizado no Sudoeste baiano. Essa ação demonstra o compromisso da Polícia Civil em descapitalizar organizações criminosas e desestruturar sua atuação, trazendo mais segurança e tranquilidade para a população”, destacou o delegado Roberto Júnior, diretor da Diretoria de Polícia do Interior (Dirpin/Sudeste-Sul).
Fonte
Ascom PC
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