Polícia tenta prender 70 no Complexo de Israel; vias são fechadas, e 2 são baleados em intenso tiroteio

A Polícia Civil iniciou na manhã desta terça-feira (10) uma grande operação no Complexo de Israel para cumprir pelo menos 70 mandados de prisão contra traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP). Até a última atualização desta reportagem, 7 pessoas haviam sido presas.
Houve intenso tiroteio, e ao menos 2 homens foram baleados em ônibus diferentes: um motorista na Linha Vermelha, e um passageiro na Avenida Brasil.
Por precaução, essas vias foram fechadas por volta das 6h30, o que travou o trânsito na Zona Norte do Rio de Janeiro. Em consequência, o Centro de Operações e Resiliência (COR) colocou a cidade no Estágio 2, de uma escala de 5 — o que indica a possibilidade de impactos na rotina do cidadão (veja aqui em detalhes os serviços afetados).
SITUAÇÃO DE MOMENTO: Avenida Brasil e Linha Vermelha liberadas, mas com trânsito intenso.
Um vídeo gravado dentro de uma estação do BRT mostra passageiros deitados no piso. Alguns oram, e outros entoam louvores, enquanto se ouvem disparos incessantes nas proximidades.

O que é a operação
Segundo a polícia, a ação desta terça é resultado de 7 meses de investigações, que culminaram na identificação de 44 traficantes sem mandados anteriores, permitindo à Civil solicitar ordens judiciais com base em novas provas. Esse bando é chefiado por Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”, um dos traficantes mais procurados do RJ.

Peixão, evangélico, decidiu batizar de Complexo de Israel as comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau. Religiões de matriz africana foram banidas da região.

Juntando com os procurados que já tinham antecedentes, são cerca de 70 mandados de prisão.

“Estamos lá para cumprir dezenas de mandados contra narcotraficantes que atuam nessas comunidades. Vários deles, que até então passavam despercebidos porque não ostentavam anotações criminais, mas que tinham intensa participação, foram identificados por essa investigação”, declarou o secretário Felipe Curi, chefe da Polícia Civil.

De acordo com a polícia, o TCP impõe seu domínio com o uso de barricadas, drones para monitoramento das forças de segurança, toque de recolher e monopólio de serviços públicos.

A polícia descobriu um grupo que organizava “protestos” com a queima de ônibus para obstruir o trabalho policial. Outro núcleo se especializou no abate de aeronaves policiais, composto por criminosos com armamento pesado e treinamento específico.

Impactos TRANSPORTES

O Rio Ônibus informou que pelo menos 50 linhas tiveram itinerários prejudicados:
  • 292 (Engenho da Rainha-Castelo)
  • 300 (Sulacap-Candelária)
  • 315 (Recreio-Central)
  • 335 (Cordovil-Tiradentes)
  • 338 (Taquara-Candelária)
  • 342 (Jardim América-Castelo)
  • 348 (Riocentro-Candelária)
  • 352 (Riocentro-Candelária)
  • 355 (Madureira-Tiradentes)
  • 361 (Recreio-Castelo)
  • 362 (Honório-Castelo)
  • 369 (Bangu-Candelária)
  • 378 (Mal Hermes-Castelo)
  • 380 (Curicica-Candelária)
  • 384 (Pavuna-Passeio)
  • 385 (Village-Passeio)
  • 386 (Anchieta-Candelária)
  • 388 (Cesarão-Candelária)
  • 389 (Catiri-Tiradentes)
  • 393 (Bangu-Candelária)
  • 394 (Vila Kennedy-Tiradentes)
  • 395 (Coqueiros-Tiradentes)
  • 397 (Campo Grande-Candelária)
  • 399 (Pavuna-Passeio)
  • 497 (Penha-Largo do Machado)
  • 498 (Penha Circular-Cosme Velho)
  • 919 (Pavuna-Bonsucesso (Maré)
  • 936 (Campo Grande-Fundão)
  • 945 (Pavuna-Fundão)
  • 975 (Madureira-Fundão)
  • 979 (Madureira-Fundão)
  • SR300 (Sulacap-Candelária)
  • SR342 (Jardim América-Castelo)
  • SR355 (Madureira-Tiradentes)
  • SR384 (Pavuna-Passeio)
  • SR386 (Anchieta-Candelária)
  • SR388 (Cesarão-Candelária)
  • SR393 (Bangu-Candelária)
  • SR397 (Campo Grande-Candelária)
  • SR399 (Pavuna-Passeio)
  • SV384 (Pavuna-Passeio)
  • 2303 (Cesarão-Carioca)
  • 2307 (Sete de Abril-Castelo)
  • 2308 (Cosmos-Castelo)
  • 2309 (Urucânia-Castelo)
  • 2336 (Campo Grande-Castelo)
  • 2339 (West Shopping-Castelo)
  • 2381 (Jardim Maravilha-Castelo)
  • 2381 (Pedra de Guaratiba-Castelo)
  • 2383 (Sepetiba-Carioca)
Segundo a Mobi Rio, por medida de segurança, a calha exclusiva para os BRTs foi temporariamente interrompida no trecho afetado. Por conta disso, as linhas operavam com intervalos irregulares:
  • Linha 60 (Deodoro x Gentileza-Parador)
  • Linha 61 (Deodoro x Gentileza-Expresso)
  • Linha 71 (Vigário Geral x Gentileza-Expresso)
A rede aérea da SuperVia foi atingida na região de Parada de Lucas. Por causa disso, trens do Ramal Saracuruna operavam apenas nos trechos entre Central do Brasil e Penha e entre Duque de Caxias e Gramacho.

Técnicos da concessionária já foram acionados, mas aguardavam para realizar os trabalhos necessários em função de tiroteio na região.

EDUCAÇÃO

A Secretaria Municipal de Educação informa que 21 unidades escolares foram impactadas pelas operações policiais em curso.
  • Parada de Lucas e Vigário Geral: 10 escolas;
  • Cidade Alta: 8 colégios;
  • Cinco Bocas e Pica-pau: 3 unidades.
A Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro informa que, até momento, uma escola precisou ser fechada na região.

A UFRJ determinou que não haja aplicação de provas e avaliações e não sejam cobradas presenças dos estudantes e servidores em todos os campus.

SAÚDE

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, 4 unidades que atendem a região, incluindo clínicas da família e centros municipais de saúde, foram impactadas. Destas, 2 suspenderam completamente suas atividades, enquanto as outras interromperam as visitas domiciliares.

Fotos da operação

Elmar Nascimento reaparece em palanque com ACM Neto na Bahia

Após os últimos flertes com o PT da Bahia, o deputado federal Elmar Nascimento (União) apareceu pela primeira vez este ano em um palanque no interior do estado ao lado do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União). Os dois estiveram juntos, na noite desta segunda-feira (09), em Nova Viçosa, no extremo-sul baiano, embora o parlamentar não tenha registrado a agenda nas redes sociais.

A última vez em que Elmar participou de um evento público ao lado de ACM Neto na Bahia foi em dezembro de 2024, quando o parlamentar marcou presença em uma confraternização de final de ano organizada pelo ex-prefeito no bairro do Comércio, em Salvador.

Ontem, os dois foram convidados pela prefeita de Nova Viçosa, Luciana Machado (União), para a inauguração de um hospital municipal. Vale frisar que o congressista teve, no pleito de 2022, o apoio da gestora e do marido dela, o deputado estadual Robinho (União), integrante da “bancada” de Elmar na Assembleia Legislativa. Assim como Elmar, ACM Neto foi o mais votado no município naquela eleição.

Em 2026, Robinho, um dos oposicionistas ao PT mais aguerridos da bancada estadual, será candidato a uma cadeira na Câmara Federal com o aval de Elmar, que, agora de olho numa cadeira no Tribunal de Contas da União (TCU), já defendeu que o União Brasil apoie a reeleição do presidente Lula.

Elmar, inclusive, ignorou as recentes visitas do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), à Bahia. Enquanto o goiano esteve em Ourolândia, em maio, por exemplo, o deputado participou de um evento em Sento Sé ao lado de um ex-prefeito petista que é pré-candidato a deputado estadual (clique aqui para ler).

Política Livre

Cid implica Bolsonaro em planos golpistas e cita pressão por relatório contra urnas

Em seu primeiro encontro com Jair Bolsonaro (PL) desde que fechou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid confirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta segunda-feira (9) que o ex-presidente e aliados debateram formas de reverter o resultado da disputa que elegeu Lula (PT) em 2022.

O militar falou durante pouco mais de quatro horas, e os principais pontos de seu depoimento que implicam Bolsonaro são a edição da minuta de decreto que promoveria um golpe de Estado e a convocação dos chefes das Forças Armadas para discutir as medidas.

Cid repetiu detalhes da apresentação de uma minuta de decreto golpista para Bolsonaro e das alterações feitas pelo ex-presidente para adequar o documento às intenções do grupo que ocupava o Palácio do Planalto.

As defesas dos réus, porém, exploraram a falta de precisão sobre datas e reuniões para argumentar que as falas do militar não devem ser consideradas verdadeiras sem a apresentação de provas.

Segundo Cid, o decreto golpista tinha duas partes. A primeira descrevia, em dez páginas, o que o grupo político de Bolsonaro entendia como interferências do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no governo do ex-presidente.

A segunda parte descrevia as ações que seriam tomadas pelo presidente — a decretação do estado de defesa, a prisão de autoridades e a criação de um conselho eleitoral para organizar novas eleições.

“Ele enxugou o decreto”, disse Cid ao ministro Alexandre de Moraes, “retirando as autoridades das prisões só o senhor ficaria preso”.

O tenente-coronel afirmou ao Supremo que Bolsonaro pressionava o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, para incluir suspeitas de fraudes no relatório das Forças Armadas sobre a fiscalização do processo eleitoral entregue ao TSE.

“A conclusão mais técnica dos militares que estavam na comissão dizia que não foi encontrada fraude. O presidente Bolsonaro não queria isso, talvez incluísse as denúncias que foram levantadas. Algo para dar uma conotação de que havia fraude nas eleições”, disse.

Segundo o militar, Paulo Sérgio decidiu apresentar um meio-termo em seu relatório, concluindo que não foi identificada fraude, mas que não foi possível auditar o sistema eletrônico de votação.

Cid também destacou que Bolsonaro não queria a desmobilização dos acampamentos golpistas em frente aos quartéis espalhados pelo país. “O presidente deu a seguinte resposta: ‘Não fui eu que chamei eles aqui, não sou eu que vou mandar eles irem embora'”, afirmou.

A denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) diz que o grupo criminoso que tentou dar um golpe de Estado incentivou a manutenção dos acampamentos para “dar continuidade ao sentimento de suspeita e de inconformidade popular”.

Cid chegou ao Supremo meia hora antes do início da sessão de depoimentos. Ele cumprimentou Bolsonaro e prestou continência aos generais-réus Augusto Heleno e Paulo Sérgio.

O militar estava preocupado com a manutenção de seu acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal. Como o ministro Luiz Fux sinalizou no julgamento do recebimento da denúncia, a delação de Cid segue em risco mesmo com o processo sobre a trama golpista perto de sua fase final.

Questionado por Moraes, Fux e o procurador-geral Paulo Gonet, Cid afirmou manter tudo o que disse à Polícia Federal.

Ele disse que prestou 12 depoimentos durante a investigação porque, em muitos casos, houve mais de uma sessão de perguntas por dia; em outros casos, a PF queria só confirmar algumas informações que surgiram com o avançar da investigação.

As defesas de Bolsonaro e do ex-ministro Braga Netto, porém, aproveitaram algumas imprecisões e o esquecimento de Cid para apontar omissões e mudanças de versões nos depoimentos.

O advogado Celso Vilardi, defensor do ex-presidente, apresentou um áudio enviado em novembro de 2022 por Mauro Cid para um interlocutor não identificado que falava sobre Bolsonaro ter se encontrado com empresários aliados, como Meyer Nigri e Luciano Hang, para dizer que não iria avançar com propostas golpistas — minutos antes, Cid disse que não sabia de tal encontro.

José Luis Oliveira Lima, advogado de Braga Netto, também pediu mais detalhes de Cid sobre o general ter entregue dinheiro vivo, em uma caixa de vinho, para financiar as ações golpistas.

Cid disse que não se lembrava do dia, do horário nem do local no Palácio da Alvorada que tinha recebido o dinheiro. Só se lembrava que guardou a caixa perto de sua mesa no escritório.

“Eu deixei [a caixa com o dinheiro] no batente da minha mesa, para ninguém ver. Me foi entregue; o local efetivo, não me lembro. Se foi na garagem ou outro lugar. Mas lembro que me marcou porque eu deixei do lado do meu pé, para ninguém mexer”, afirmou.

Os réus do processo sobre a trama golpista seguirão prestando depoimentos durante a semana. Mauro Cid foi o primeiro a falar, por ser colaborador da investigação, e Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin) também foi questionado no primeiro dia.

A lista continua nesta terça-feira (10) por ordem alfabética: Almir Garnier (ex-chefe da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa).

Cézar Feitoza e Ana Pompeu/Folhapress

Criminosos executam jovem de 27 anos em Jequié

Um jovem de 27 anos, identificado como Mateus Souza Santos, foi morto a tiros na noite desta segunda-feira, 9 de junho, no residencial Campo Belo, bairro Joaquim Romão, em Jequié, no Médio Rio das Contas. O crime aconteceu por volta das 21h30.

Segundo informações apuradas, Mateus estava em um bar quando foi surpreendido por quatro indivíduos armados que saíram de um matagal próximo ao local. Os criminosos dispararam diversos tiros contra a vítima, que foi atingida nos braços e no rosto. Mateus morreu ainda no local do ataque.

Guarnições do 19º Batalhão de Polícia Militar (BPM) foram acionadas pelo Centro Integrado de Comando e Controle Operacional (CICOM) e realizaram rondas na região, mas nenhum suspeito foi localizado. O corpo da vítima foi removido pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) para o Instituto Médico Legal (IML) de Jequié.

De acordo com fontes policiais, Mateus já possuía passagens pela polícia e era suspeito de envolvimento em diversos crimes na cidade.

O homicídio acontece em um momento de crescente violência em Jequié, que no domingo anterior já havia registrado três tentativas de assassinato. A Polícia Civil deve investigar o caso. *Com informações do Blog Marcos Cangussu

Ação conjunta entre Polícia Militar e Polícia Federal resulta na apreensão drogas e prisão

Curitiba/PR. Na noite deste domingo (8/6), o NEPOM da Polícia Federal, em ação conjunta com a Polícia Militar por meio do BPFRON, após informações de que um veículo estaria carregado com drogas, realizou patrulhamento pela rodovia PR 323 nas proximidades do munícipio de Umuarama, e logrou êxito em abordar o referido veículo que estava sendo conduzido por um homem. Na busca pessoal nada de ilícito foi localizado, porém na busca veicular constatou-se o mesmo estar carregado com vários volumes de maconha, que após pesagem totalizou 625 kg.

O homem informou que pegou o veiculo carregado em Guaíra/PR e teria como destino final a cidade de Paiçandu/PR, onde receberia a importância de R$ 5 mil reais pelo transporte. Diante dos fatos ele foi preso, sendo encaminhado, juntamente com o veículo e o entorpecente, à Delegacia de Polícia Federal de Guaíra para os demais procedimentos.

Comunicação Social da Polícia Federal

Cármen prioriza mulheres no TSE, incomoda ministros do STF e cria impasse para Lula


Uma sucessão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) criou indisposição entre ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e gerou um problema para o presidente Lula (PT).

A crise foi aberta a partir da decisão da presidente da corte eleitoral, ministra Cármen Lúcia, de elaborar duas listas, divididas por gênero, para a escolha de ministros titulares. Lula será o responsável por definir os nomes.

Essas duas vagas a serem preenchidas na corte são referentes ao fim do primeiro biênio dos ministros André Ramos Tavares e Floriano de Azevedo Marques, que se encerrou em 30 de maio. As vagas são destinadas a membros da advocacia.

Tanto Tavares como Floriano foram escolhas pessoais do ex-presidente do TSE Alexandre de Moraes. Eles poderiam ser reconduzidos para mais dois anos como titulares. Mas, com o objetivo de deixar uma marca da sua gestão no TSE, Cármen Lúcia decidiu que uma das vagas será ocupada por uma mulher.

Sob o comando dela, foram elaboradas uma lista tríplice só com mulheres e outra só com homens. O presidente Lula terá que escolher um nome de cada para o tribunal.

Em uma das listas, o presidente terá que escolher entre Tavares e Floriano. A terceira opção é o ex-advogado-geral da União do governo Jair Bolsonaro (PL) José Levi Mello. Com isso, um dos indicados por Moraes terá que deixar o tribunal, o que tende a diminuir a influência do ministro no colegiado.

Na outra lista, Lula terá que decidir entre a ex-secretária de Direitos Digitais do Ministério da Justiça Estela Aranha, a ministra substituta do TSE Vera Lúcia Santana de Araújo e a advogada Cristina Maria Gama Neves da Silva.

Segundo pessoas que têm acompanhado a disputa, a decisão de Cármen de dividir a lista em duas incomodou não apenas Moraes, mas também outros integrantes do Supremo.

A avaliação é de que os dois ministros, que se tornaram titulares pouco antes do julgamento de 2023 que deixou o ex-presidente Bolsonaro inelegível, têm uma boa atuação na corte.

A expectativa é que Moraes seja consultado por Lula e tenha que optar entre um de seus dois escolhidos.

A justificativa de Cármen para a mudança na composição é que, com a saída da ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Isabel Gallotti e dela própria da corte, o que deve acontecer em novembro deste ano e agosto do ano que vem, o TSE ficará com sete homens como integrantes titulares.

O TSE é um tribunal com integrantes rotativos e tem como titulares três ministros do STF, dois do STJ e dois advogados. Além disso, tem mais sete ministros substitutos.

Cármen defendeu suas escolhas em pronunciamento no fim do mês passado.

“André Ramos Tavares e Floriano Azevedo são grandes juristas, exímios advogados e têm uma contribuição enorme ao TSE. E portanto seria do maior gosto que estivessem em listas diferentes”, disse Cármen.

“Mas seria um contrassenso e até uma descortesia com os tribunais regionais que o próprio TSE não tivesse, em duas listas, alguma mulher ou listas de mulheres, como estamos determinando”, acrescentou.

“Há de se convir que alguma diversidade, havendo oportunidade, a gente deve propiciar. E, por isso, fizemos uma lista feita de homens e uma de mulheres”, afirmou.

No último dia 28, as duas relações foram votadas pelo STF e enviadas para Lula.

Na das mulheres, Estela Aranha é considerada uma escolha pessoal de Cármen. Como ex-secretária de Direitos Digitais, ela é tida como um nome apto para participar de uma eleição na qual as questões relacionadas a big techs e à inteligência artificial serão consideradas de extrema importância.

A principal concorrente dela é a ministra substituta Vera Lúcia Santana Araújo, que sofreu um episódio recente de racismo ao ser barrada na entrada de um seminário de Brasília.

É comum que os ministros substitutos se tornem integrantes titulares da corte. Além disso, Vera Lúcia tem a preferência de pessoas ligadas ao PT e também do grupo de advogados Prerrogativas, próximo ao governo.

Elas também relatam que Estela Aranha tem o apoio dos ministros do STF Flávio Dino, com quem trabalhou no Ministério da Justiça, e Gilmar Mendes.

Vera Lúcia, por sua vez, conta com a simpatia do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e do chefe da Casa Civil, Rui Costa. No meio jurídico, a aposta é que Lula tome uma decisão ao voltar de sua viagem à Europa.

Cármen tomou posse como presidente do TSE em junho de 2024 e ficou à frente do tribunal nas eleições municipais do ano passado. É a segunda vez que ela preside a corte —a primeira foi em 2012 e 2013.

Em agosto do ano que vem, ela deixará o tribunal, e a presidência será ocupada pelo ministro Kassio Nunes Marques, que comandará a corte durante as eleições de 2026.

Catia Seabra e José Marques, Folhapress

Bolsonaro diz que Cid poderia ter dito ‘não’ a quem o procurasse com ideias de ruptura

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (9) que seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid não teve uma experiência anterior no Poder Legislativo e que, por isso, teria facilidade para falar não a pedidos e conversas que chegassem a ele.

A declaração foi dada a jornalistas no plenário da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) no intervalo da primeira sessão de interrogatórios dos réus do núcleo central da trama golpista de 2022. O primeiro a responder às perguntas é o tenente-coronel Mauro Cid, por ser colaborador da investigação.

“Vocês viram. Só tem um colaborador. Só um. Eu nunca disse não para alguém que me procurou. Como ele não teve essa vida pregressa legislativa, podia dizer não”, disse Bolsonaro.

É o primeiro encontro de Bolsonaro com o tenente-coronel Mauro Cid desde que o militar fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

As revelações de Cid foram o fio condutor da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República). Foi o militar quem confirmou aos investigadores, pela primeira vez, que Bolsonaro convocou os chefes militares para discutir planos para reverter o resultado das eleições.

Cid falou em diversos momentos que recebia muitas mensagens, justamente pela proximidade com o ex-presidente, que classificou como bravatas.

Em resposta ao ministro Luiz Fux, único integrante da Primeira Turma que participa da sessão, sobre o que o militar queria dizer com bravatas, Cid afirmou que, por conhecer muitos militares de longa data, em muitos momentos entendia as declarações apenas como reclamações.

“Tem muita gente ali que eu conheço desde cadete. Você conhecendo a personalidade militar dele, sabendo até o local, por exemplo, de onde ele serve, a gente sabia, até porque conhece a pessoa, que simplesmente era alguém que ficava reclamando no WhatsApp. Falava que fazia tudo e não fazia nada. Então, isso que eu falo de bravata”, disse.

De acordo com ele, ainda, pela função de ajudante de ordens, era como um anteparo do ex-presidente.

Os demais réus vão ser questionados seguindo ordem alfabética: Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-chefe da Abin), Almir Garnier (ex-chefe da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa).

Mauro Cid disse em depoimento no STF que o ex-presidente recebeu no fim de 2022 uma minuta de decreto que previa a prisão de autoridades, como ministros do Supremo e integrantes do Legislativo, e a criação de uma comissão para organizar novas eleições presidenciais.

Segundo o militar, Bolsonaro alterou o decreto algumas vezes. “Ele enxugou o documento, retirando as autoridades das prisões. Só o senhor ficaria preso”, disse Cid ao ministro Alexandre de Moraes.

“Os outros receberam um habeas corpus”, brincou Moraes. O próprio ex-presidente Bolsonaro riu da piada do ministro, sentado em cadeira no centro do tribunal.

Bolsonaro também comentou, no intervalo, sobre já ter dito que considerava Cid um filho.

“Falei filho porque o pai dele é da minha turma de artilharia. Sem problemas com ele. Não quero entrar em detalhes aqui”, disse.

Ana Pompeu e Cézar Feitoza, Folhapress

Homem com mandado de prisão em aberto é detido na BR-330, em Ipiaú

Na manhã desta segunda-feira (09), por volta das 11h50, uma guarnição do Pelotão de Emprego Tático Operacional (PETO) da 55ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), pertencente ao Comando de Policiamento da Região Sudoeste (CPRSO), realizou a prisão de um homem com mandado judicial em aberto.

A ação ocorreu na BR-330, nas proximidades da fábrica Doce Mel, em Ipiaú, após informações repassadas pelo Setor de Operações de Inteligência da 55ª CIPM. Segundo a denúncia, o homem de 31 anos de idade, estaria se deslocando para Ipiaú em um veículo. Com base nas características fornecidas, os policiais realizaram rondas e localizaram o automóvel.

Durante a abordagem, foi constatada a veracidade das informações, sendo confirmada a existência de um mandado de prisão em aberto contra o suspeito. Ele foi imediatamente detido e conduzido à Delegacia de Polícia Civil de Ipiaú para as providências legais.

Fonte: ASCOM/55ª CIPM

Homem de 43 anos de idade é detido com pistola e munições na BR-330, em Ipiaú

Na manhã desta segunda-feira (9), por volta das 11h50, uma guarnição do Pelotão de Emprego Tático Operacional (PETO) da Polícia Militar da Bahia apreendeu uma arma de fogo e diversas munições durante uma abordagem na BR-330, nas proximidades do centro de Ipiaú.

A ação ocorreu após a Central de Operações receber uma denúncia de que dois homens estariam se deslocando de Jequié para Ipiaú a bordo de um veículo Fiat Ducato branco. Segundo as informações, um dos ocupantes do veículo possuía mandado de prisão em aberto.

Durante as rondas, os policiais identificaram e interceptaram o automóvel. Na abordagem, foi realizada uma busca pessoal e, com um dos suspeitos, foi encontrado um carregador de pistola calibre 9mm municiado com oito munições, escondido no bolso de sua bermuda. No interior do veículo, também foram localizadas outras 11 munições do mesmo calibre.

Questionado sobre a arma de fogo, o suspeito indicou que a pistola estava escondida em um compartimento do banco do carro. Diante dos fatos, os envolvidos e o material apreendido foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Ipiaú para as providências legais.

Material apreendido:
  • 01 pistola Taurus 9mm

  • 01 carregador com 8 munições

  • 11 munições 9mm avulsas
Fonte: Ascom/55ª CIPM

Cid se diz frustrado com linha investigativa da PF após declarações prestadas em delação

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid disse nesta segunda-feira (9), em depoimento no STF (Supremo Tribunal Federal), ter se sentido frustrado diante das interpretações da Polícia Federal sobre as declarações que ele dava para a colaboração premiada.

Segundo Cid, ele tinha um entendimento diferente dos investigadores sobre os fatos que narrava na delação que deu base à denúncia sobre a trama golpista de 2022. “Eles tinham uma linha investigativa e eu tinha outra visão dos fatos. E houve uma frustração do que eu estava contando não estar na linha investigatória da PF”, disse.

O tenente-coronel respondia às primeiras perguntas do relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, no primeiro interrogatório da ação penal. Neste momento, o magistrado questionou a respeito de áudios divulgados pela revista Veja com relatos de pressão para as declarações. Em resposta, Cid afirmou que passava por um momento pessoal complicado.

“Foram vazamentos sem consentimento, de um desabafo de um momento difícil que eu e minha família estávamos passando. Eu vendo minha carreira militar desabando, minha vida financeira acabada e me gerou uma crise pessoal muito grande, o que leva a desabafo com amigos, nada de maneira acusatória, mas crítico. Digamos assim, saindo atirando para todo lado, por um momento ruim que a família estava passando”, afirmou.

Mauro Cid confirmou os principais detalhes da trama golpista já apontados pelo militar durante a colaboração premiada. Ele disse que Bolsonaro recebeu no fim de 2022 uma minuta de decreto que previa a prisão de autoridades, como ministros do STF e integrantes do Legislativo, e a criação de uma comissão para organizar novas eleições presidenciais.

Segundo o militar, Bolsonaro alterou o decreto algumas vezes. “Ele enxugou o documento, retirando as autoridades das prisões. Só o senhor ficaria preso”, disse Cid ao ministro Alexandre de Moraes.

“Os outros receberam um habeas corpus”, brincou Moraes. O próprio ex-presidente Bolsonaro riu da piada do ministro, sentado em cadeira no centro do tribunal.

O tenente-coronel também confirmou que recebeu do próprio ex-ministro Braga Netto, general da reserva do Exército, uma caixa de vinho cheia de dinheiro vivo para entregar ao tenente-coronel Rafael de Oliveira —militar acusado de liderar um grupo que planejou matar Moraes.

Cid diz que, na época, entendia que o plano de Oliveira era levar familiares para Brasília, com o objetivo de mobilizar o acampamento em frente ao QG do Exército. A investigação da Polícia Federal, porém, concluiu que o plano do militar era prender e assassinar o ministro do Supremo.

Mauro Cid conta que o amigo pediu dinheiro a ele e enviou uma planilha no WhatsApp com o orçamento. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro pediu ajuda a Braga Netto. Dias depois, o general o entregou o dinheiro.

“Retornei ao Braga Netto, e o general Braga Netto trouxe uma quantidade de dinheiro. Com certeza não foram os R$ 100 mil. [O dinheiro] foi passado para o major de Oliveira. Eu recebi do general Braga Netto no Palácio da Alvorada. Estava numa caixa de vinho”, disse.

O início da fase de depoimento dos réus da tentativa de golpe de 2022 promoveu o primeiro encontro após dois anos de investigação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e Mauro Cid —seu auxiliar mais próximo em quatro anos de governo que se tornou seu delator.

O tenente-coronel Mauro Cid mudou de versão sobre a trama golpista de Jair Bolsonaro e aliados ao longo de seus 12 depoimentos à Polícia Federal no âmbito do acordo de colaboração premiada.

Foi só em seu último depoimento, diante de Alexandre de Moraes, que Cid contou que o ex-ministro Walter Braga Netto entregou dinheiro em uma sacola de vinho para um militar acusado de planejar o assassinato do ministro do Supremo.

A Polícia Federal chegou a alegar que Mauro Cid havia mentido em seu vaivém à sede da corporação e sugeriu ao STF o rompimento do acordo de colaboração. Moraes convocou o militar para prestar esclarecimentos e, diante de novas revelações, decidiu manter a validade da delação.

Os advogados de quatro réus disseram à Folha, sob reserva, que estavam empenhados em procurar novas contradições de Mauro Cid durante o depoimento ao STF nesta segunda-feira. O objetivo é reunir informações para pedir novamente o fim do acordo de delação.

Ministros do Supremo, porém, alegam que a eventual declaração de invalidade da colaboração premiada do tenente-coronel não anula os depoimentos ou as provas colhidas por meio da delação. O único efeito, dizem, é sobre os benefícios de Mauro Cid.

A controvérsia sobre a validade do acordo de Mauro Cid com a Polícia Federal foi levantada pelo ministro Luiz Fux durante o julgamento do recebimento da denúncia contra o núcleo central da trama golpista.

“Este não é o momento próprio, mas vejo com muita reserva nove delações de um mesmo colaborador, cada hora apresentando uma novidade”, disse Fux. Cármen Lúcia e Cristiano Zanin concordaram que a discussão deveria ser feita após o recebimento da denúncia.

A Primeira Turma do STF iniciou nesta segunda a fase de depoimento dos réus do núcleo central da trama golpista de 2022. O primeiro a responder às perguntas é o tenente-coronel Mauro Cid, por ser colaborador da investigação.

Os demais réus vão ser questionados seguindo ordem alfabética: Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-chefe da Abin), Almir Garnier (ex-chefe da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa).

O tribunal reservou sessões diárias até sexta-feira (13) para ouvir os réus. Os depoimentos são transmitidos ao vivo pela TV Justiça.

Mauro Cid teve o acordo de colaboração premiada homologado em setembro de 2023 pelo ministro Alexandre de Moraes. Em troca de falar tudo que sabia sobre a trama golpista no fim do governo Bolsonaro, o militar solicitou benefícios, como o perdão judicial ou pena privativa de liberdade inferior a dois anos e a extensão de benefícios à sua família.

Cézar Feitoza e Ana Pompeu, Folhapress
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Junho Laranja: Bahia reforça alerta sobre anemia e leucemia com foco na prevenção e diagnóstico precoce

Campanha destaca doenças hematológicas que afetam milhares de brasileiros 

Embora não seja tão conhecida como outras campanhas de saúde, o Junho Laranja ganha relevância crescente a cada ano ao iluminar duas doenças hematológicas que afetam milhões de brasileiros: a anemia e a leucemia. A campanha busca conscientizar sobre a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado dessas enfermidades, que podem comprometer seriamente a qualidade de vida e, em casos mais graves, a sobrevida dos pacientes.

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 11.540 novos casos de leucemia por ano no Brasil, no período entre 2023 e 2025, com um risco estimado de 5,33 casos por 100 mil habitantes. A leucemia, que pode acometer tanto crianças quanto adultos, é uma doença maligna que afeta o sangue e a medula óssea, comprometendo a produção normal das células sanguíneas. 

Há diferentes subtipos, como a leucemia linfoblástica aguda, mais comum em crianças; a leucemia mieloide aguda, que predomina em adultos; a leucemia linfocítica crônica, geralmente de progressão lenta e mais comum em idosos; e a leucemia mieloide crônica, que apresenta curso variável e pode ser tratada com terapias-alvo específicas.

A hematologista do Hospital Mater Dei Salvador (HMDS), Liliana Borges, ressalta que o diagnóstico precoce faz toda a diferença no tratamento. “A leucemia pode se manifestar de forma súbita e agressiva. O reconhecimento dos sintomas iniciais, como fadiga, palidez, febre e sangramentos, é fundamental para iniciar o tratamento o quanto antes, aumentando as chances de cura”, explica. Ela acrescenta que a falta de conhecimento sobre os sintomas e as alterações nos exames básicos de sangue como o hemograma ainda é uma barreira para o diagnóstico rápido.

Já a anemia é caracterizada pela redução da concentração de hemoglobina no sangue, o que compromete o transporte de oxigênio para os tecidos do corpo. A anemia ferropriva, causada pela deficiência de ferro, é a mais comum no Brasil, afetando 20,9% das crianças com menos de cinco anos, segundo dados do Ministério da Saúde. No entanto, há também outras formas, como a anemia megaloblástica, associada à deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico; a anemia hemolítica, decorrente da destruição precoce das hemácias; e a anemia falciforme, uma doença hereditária que deforma os glóbulos vermelhos e afeta majoritariamente a população negra. 

Para a hematologista Luciana Di Paolo, também do HMDS, os grupos mais vulneráveis precisam de atenção especial. “Crianças, gestantes e mulheres em idade fértil são as mais afetadas pela anemia ferropriva. A suplementação de ferro, aliada a uma alimentação balanceada, é essencial para prevenir e tratar a doença”, afirma. Ela acrescenta que “a anemia pode ser também um indicativo de doenças mais graves, por isso a investigação laboratorial é indispensável”, conclui.

Assessoria de Imprensa: Cinthya Brandão (71) 99964-5552

Carla Santana (71) 99926-6898


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Promoção da semana do Mercadinho Deu te Ama


 Praça Salvador da Matta, 194 Centro Ipiaú: SAC (73) 9-8171-2517, Antiga Praça da Feira
Mercadinho Deus Te Ama: Tradição em preços baixos

O País está se encaminhando para uma situação de ingovernabilidade, diz Motta

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, afirmou nesta segunda-feira, 9, que o Brasil está caminhando para uma situação de ingovernabilidade e quem assumir a Presidência da República em 2027, terá de fazer um “choque” de medidas estruturantes.

“O País está se encaminhando para uma situação de ingovernabilidade. Quem venha a ser o presidente da República no ano que vem terá que fazer um choque nessa relação. Não é possível administrar o País da forma que está”, disse dur

ante debate promovido pelos jornais Valor Econômico, O Globo e rádio CBN com o tema ‘Agenda Brasil, o cenário fiscal brasileiro’.

Motta afirmou que insistirá com o governo Lula para medidas de médio e longo prazo.

“O que está em jogo é mais do que a próxima eleição, é o futuro do País. Temos que botar o dedo nessa ferida, porque não é negando que ela existe que vamos resolver o problema ou aguardando uma solução mágica”, declarou.

Victor Ohana e Naomi Matsui/Estadão Conteúdo

Anvisa aprova Mounjaro para tratamento de obesidade e sobrepeso

A Anvisa aprovou o Mounjaro (tirzepatida), comercializado no Brasil pela farmacêutica Eli Lilly, para o tratamento de sobrepeso com comorbidades ou obesidade, nesta segunda-feira (9), conforme publicação no Diário Oficial da União. Anteriormente, em setembro de 2023, o medicamento já havia sido autorizado pela agência para o tratamento do diabetes tipo 2.

A decisão considerou os resultados de estudos clínicos que demonstraram a eficácia e segurança do medicamento no tratamento da obesidade.

O Mounjaro é um fármaco que atua nos receptores GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon) e GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose), hormônios intestinais que auxiliam no controle do metabolismo energético —especialmente na regulação da glicose e do apetite.

O endocrinologista Fábio Trujilho, presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), cita a eficiência do medicamento com base científica e ressalta a importância da aprovação da Anvisa.

“Nenhum remédio é milagroso, é por isso mesmo ainda é necessário que haja acompanhamento de uma equipe transdiciplinar, e além disso nem todas as pessoas respondem da mesma forma aos medicamentos”.

Em estudos recentes, o medicamento se mostrou eficaz em pessoas com sobrepeso ou obesidade (sem diabetes), que perderam, em média, até 22,5% do peso corporal, quando combinado com dieta e exercícios.

A tirzepatida foi comparada com a semaglutida (substância usada em remédios como Ozempic e Wegovy) em outra pesquisa. Cerca de 65% dos pacientes perderam pelo menos 15% do peso, e 20% perderam 30% ou mais com o uso do medicamento.

Além da perda de peso, os participantes que usaram tirzepatida também apresentaram melhora na pressão arterial, colesterol e gordura abdominal —fatores importantes para a saúde cardiovascular.

A obesidade é uma doença crônica que afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo — sendo 40 milhões no Brasil, o equivalente a um em cada quatro adultos.

A condição está ligada a mais de 200 complicações, incluindo aumento no risco de diabetes tipo 2 (243%), doenças cardíacas (69%) e hipertensão (113%). Segundo a World Obesity Federation, até 2045, 75% dos adultos brasileiros poderão ter obesidade ou sobrepeso.

Em nota oficial à Folha, o diretor sênior da área médica da Eli Lilly no Brasil, Luiz Magno, afirmou que “as novas opções de tratamento trazem mais oportunidades para quem vive com obesidade e está à procura de melhores alternativas para controle de peso”.

Ele também reforçou que “a obesidade é diferente de um desejo social de emagrecer. A Lilly não promove ou encoraja o uso de medicamentos para fins estéticos e entende que essa prática só estigmatiza ainda mais a medicação para os pacientes que realmente precisam dela para ter benefícios para a saúde.”

A endocrinologista Karen de Marca, vice-presidente da SBEM (Sociedade Brasileira Endocrinologia Metabologia Regional) afirma que a regulamentação do Mounjaro para o uso específico em tratamento de “obesidade ajuda a combater o mercado irregular, reduzindo os riscos associados ao consumo de medicamentos manipulados ou importados sem controle adequado.”

Raíssa Basílio/Folhapress

Tire suas dúvidas sobre o Pix automático e entenda como a modalidade vai funcionar

A partir de 16 de junho, entra em operação o Pix automático, nova funcionalidade do sistema de pagamentos instantâneos que permitirá o débito automático de contas recorrentes, como água, luz, telefone, academias e serviços por assinatura.

O BC (Banco Central) estima que a nova modalidade ampliará o acesso a pagamentos recorrentes para cerca de 60 milhões de brasileiros que hoje não têm cartão de crédito.

Com apenas uma autorização inicial, os pagamentos seguintes são feitos de forma automática, sem necessidade de nova confirmação a cada cobrança. O cliente pode definir regras, como um valor máximo por débito, e cancelar o agendamento até as 23h59 do dia anterior, caso não concorde com o valor cobrado.

O QUE É O PIX AUTOMÁTICO?
É uma nova funcionalidade do Pix voltada para pagamentos recorrentes (como contas, assinaturas e mensalidades). Com ele, o valor é debitado automaticamente da conta do pagador na data combinada, sem a necessidade de uma ação a cada cobrança.

COMO FUNCIONA O PIX AUTOMÁTICO?
O cliente deve checar se a empresa (como sua academia ou seu serviço de streaming) oferecem o Pix automático como forma de pagamento
Depois, será necessário autorizar o pagamento das cobranças e definir regras, como o valor máximo de cada pagamento e se vai usar ou não linha de crédito
Periodicamente, nos dias anteriores ao pagamento, a empresa enviará a cobrança ao banco do pagador
O banco agenda o pagamento e notifica o cliente, que pode conferir, antes do pagamento e no app da sua conta, se está tudo certo
No dia previsto, o banco efetiva o pagamento da cobrança de acordo com as regras definidas na autorização

QUAIS SÃO AS VANTAGENS DO PIX AUTOMÁTICO?
O principal benefício é que, após a autorização inicial, o pagador não precisa mais aprovar cada transação. Isso evita esquecimentos e ajuda na organização das finanças.

Segundo o BC, o serviço tem como objetivos: tornar o mercado de pagamentos recorrentes mais eficiente; aumentar a competição, permitindo que todos os participantes ofereçam o serviço em igualdade de condições; reduzir custos para empresas; e ampliar as opções de pagamento para os consumidores.

QUE SERVIÇOS DEVEM UTILIZAR O PIX AUTOMÁTICO?
O Pix automático envolve cobranças recorrentes, como mensalidades, assinaturas e contas fixas. Entre os exemplos estão escolas, academias, planos de saúde, serviços de streaming, clubes de assinatura, condomínios, plataformas de conteúdo digital, escolas de idiomas e até contas de consumo, como água, luz e telefone.

POSSO SER COBRADO PARA UTILIZAR O PIX AUTOMÁTICO?
O Pix automático não terá custo para os clientes que utilizam o serviço para fazer pagamentos. No entanto, as instituições financeiras e empresas que oferecem essa modalidade aos seus clientes poderão ser tarifadas entre si, devido aos serviços prestados no processo de cobrança e liquidação dos pagamentos.

COMO AUTORIZAR UM PAGAMENTO VIA PIX AUTOMÁTICO?
O Banco Central prevê quatro formas para o usuário autorizar cobranças recorrentes via Pix automático:

Notificação no app (sem QR Code): O recebedor solicita a autorização, e o banco do pagador notifica o usuário no aplicativo para concluir o processo.

QR Code com dados da recorrência: O pagador escaneia o código e autoriza a recorrência no app do banco, sem cobrança imediata.

QR Code com pagamento imediato + recorrência: O QR Code inclui um Pix comum e a recorrência; ao pagar, o usuário também autoriza futuras cobranças.

QR Code com opção de autorizar após o pagamento: O pagamento e a autorização são separados; após pagar ou agendar, o usuário recebe a oferta de autorizar o Pix Automático.

O PIX AUTOMÁTICO É SEGURO? E O QUE FAZER EM CASOS DE FRAUDE?
Segundo Daniel Dorea, diretor de business da Dock, o Pix automático herda os mesmos princípios de segurança e rastreabilidade do ecossistema do Pix. Em situações de erro e suspeita de fraude, o cliente deverá solicitar a devolução dos valores diretamente para a sua instituição financeira, que seguirá as diretrizes do BC, acionando o MED (Mecanismo Especial de Devolução), se aplicável.

“Considerando que os pagamentos via Pix automático exigem autorização prévia do pagador, os casos de falha operacional são facilmente identificados pela instituição financeira. Caso haja um pagamento indevido de Pix automático, o cliente tem direito à restituição do valor em sua integralidade”, diz Dorea.

De acordo com o especialista, nos casos de fraude em que não exista comprovação de falha operacional, o cliente deve acionar sua instituição financeira e apresentar as provas necessárias para a abertura de um MED tradicional.

COMO POSSO EVITAR FRAUDES?
O especialista da Dock recomenda que o pagador sempre verifique as informações da empresa que receberá a autorização do Pix automático no momento de aceitar o consentimento.

“O cliente também pode autorizar as notificações no app do seu banco, assim sempre saberá quando um pagamento saiu da sua conta”, afirma Dorea.

É POSSÍVEL LIMITAR O VALOR DE CADA COBRANÇA?
Sim. O pagador pode definir um valor máximo para cada débito autorizado. Isso significa que, se uma cobrança ultrapassar esse limite, o pagamento não será feito automaticamente.

No entanto, esse valor máximo pode ter um valor mínimo, chamado de “piso”, definido pelo recebedor. Por exemplo: se o piso for R$ 50, o pagador só poderá estabelecer um limite igual ou acima disso.

Esse limite pode ser ajustado na hora da autorização ou alterado depois, a qualquer momento. O banco do pagador verifica esse valor sempre que uma nova cobrança é agendada. Se a cobrança for maior do que o limite definido, ela não será agendada, e o pagador será avisado.

É importante saber que esse valor máximo é verificado na hora do agendamento da cobrança, e não no momento em que o dinheiro sai da conta. Se o pagador mudar o limite depois que uma cobrança já tiver sido agendada, a mudança não vale para essa cobrança.

O QUE ACONTECE SE NÃO TIVER SALDO NA CONTA?
Se não houver saldo o pagamento não será feito, e o pagador será notificado. O banco tentará novamente outras vezes no mesmo dia. Se mesmo assim o pagamento não for realizado, o usuário será avisado mais uma vez.

Em alguns casos, se o recebedor permitir, o banco pode tentar fazer o pagamento nos dias seguintes. As novas tentativas pós vencimento devem ocorrer em, no máximo, três datas diferentes, respeitar um prazo máximo de sete dias corridos após a data de liquidação original e não ultrapassar a data de início do próximo ciclo.

POSSO CANCELAR UMA AUTORIZAÇÃO DE PIX AUTOMÁTICO?
Sim. O pagador pode cancelar a autorização do Pix automático a qualquer momento, encerrando todos os débitos futuros ligados àquela autorização. Também é possível cancelar um pagamento específico que já tenha sido agendado (desde que isso seja feito antes da data da cobrança).

O recebedor também pode encerrar uma autorização, por exemplo, se o serviço for cancelado ou a relação contratual terminar.

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE O PIX AUTOMÁTICO E O DÉBITO AUTOMÁTICO?
No débito automático tradicional, o pagamento depende de convênios firmados entre empresas e bancos, o que costuma limitar o serviço a grandes instituições com relacionamento bancário formal.

Já no Pix automático, o sistema funciona de forma padronizada dentro do próprio arranjo Pix, permitindo que qualquer empresa envie uma solicitação de cobrança e que qualquer cliente aprove diretamente pelo aplicativo do seu banco.

Júlia Galvão/Folhapress

Justiça condena ex-diretor de empresa de cannabis medicinal no Brasil por fraude

A Justiça de Goiás condenou o ex-diretor da empresa de cannabis medicinal USA Hemp no Brasil pelo desvio de R$ 515 mil da companhia em 2022 e 2023. Gustavo Fernandes Marra, que tinha 22 anos na época, foi sentenciado por furto qualificado e fraude continuada.

A decisão conclui que Marra criou um esquema de notas fiscais frias para subtrair valores da firma, fundada por três irmãos goianos no estado americano do Oregon em 2016. Foram identificadas 110 notas simulando serviços não prestados, emitidas por empresas ligadas a Marra, além de compras no cartão corporativo.

O golpe foi descoberto após os sócios da filial brasileira da USA Hemp notarem inconsistências nas finanças e contratarem uma auditoria independente, que comprovou a fraude.

Formado em engenharia da computação, Marra foi inicialmente contratado para fazer o site da marca em 2019, quando a Anvisa regulamentou a importação de produtos com CDB e a companhia passou a vender itens como pomadas e óleos no país. Com o tempo, ele se tornou administrador e sócio.

Segundo a empresa, essa é a primeira condenação criminal de que se tem notícia envolvendo um executivo do setor de cannabis medicinal no Brasil, “que ainda enfrenta lacunas regulatórias e riscos operacionais”.

Em seu depoimento à Justiça, Gustavo Marra afirmou que desconhecia a existência de irregularidades, alegou que os serviços de tecnologia da informação foram efetivamente prestados.

O juiz Fabio Vinícius Borsato, da 5ª vara dos crimes de ordem tributária de Goiás, porém, entendeu que havia provas suficientes e o condenou a três anos e quatro meses em regime aberto, substituindo a pena por serviços comunitários e pagamento de um salário mínimo a entidade filantrópica. A defesa pode recorrer.

Júlia Barbon/Folhapress

Operação Suburbana Blindada desarticula desmanche de veículos no Lobato

Um carro roubado era desmontado dentro de uma loja de autopeças, onde um investigado por crimes de receptação foi preso em flagrante.
Atividades investigativas da Polícia Civil resultaram na prisão em flagrante de umsuspeito de diversos crimes de receptação, dentro do galpão de uma loja de autopeças, onde um veículo com restrição de roubo era desmontado, no bairro do Lobato, em Salvador, no sábado (7).

A prisão compõe as ações da Operação Suburbana Blindada, deflagrada pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV). O objetivo é reprimir os crimes de furto, roubo, receptação, adulteração de sinais identificadores, desmanche e comercialização ilícita de veículos na capital baiana e Região Metropolitana.

Perícias realizadas nos sinais identificadores do veículo Hyundai, modelo iX35, cor branca, constataram que trata-se de um carro roubado no dia 11 de maio deste ano, no bairro do Canela, em Salvador. O suspeito foi atuado em flagrante e segue preso à disposição da Justiça. As investigações continuam, com a finalidade de identificar e prender outros possíveis envolvidos na prática criminosa.

Texto: Ascom PC

Polícia Civil prende mais de 200 pessoas em cinco dias de operações na Bahia

As ações aconteceram em diversas regiões da capital, RMS e interior. Drogas e armas foram apreendidas.
De forma integrada e estratégica, a Polícia Civil da Bahia retirou do convívio social 211 pessoas acusadas de diversos crimes, em mais de 20 operações realizadas entre segunda-feira (2) e sexta (6), na capital, Região Metropolitana de Salvador (RMS) e em municípios do interior do estado. Os números representam o resultado da maior mobilização conjunta da polícia judiciária baiana neste semestre.
As prisões são decorrentes de cumprimentos de mandados e flagrantes. As ações também retiraram de circulação 32 quilos de entorpecentes e 28 armas de fogo. Entre os presos estão pessoas acusadas de homicídios, tentativa de latrocínio e de feminicídio, violência doméstica e familiar, crimes contra o patrimônio, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.

As ações da Polícia Civil da Bahia também resultaram em prisões em outras regiões do país, durante operações conjuntas com polícias judiciárias de outros estados. Entre os casos, um criminoso acusado de distribuir armas e drogas foi capturado no Rio de Janeiro. Novas ações e investidas contra a criminalidade serão realizadas nos próximos dias.

Texto: Ascom PC

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