Gripe aviária pode fazer preço do ovo cair, mas não por muito tempo, dizem especialistas

Alguns dias após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja de Montenegro (RS), o setor de alimentos ainda não calculou o valor exato do impacto dos embargos impostos por outros países. Especialistas e produtores, porém, apontam possíveis efeitos no preço do frango e na logística de armazenamento das aves.

Andre Braz, especialista em política monetária e inflação do FGV Ibre, afirma que, com a interrupção de parte das exportações, o excedente de aves pode ser deslocado para o mercado interno. Diante de uma sobreoferta, há a possibilidade de o país registrar queda no preço do frango, explica.

De acordo com Braz, porém, em um segundo momento, os produtores devem ajustar a quantidade de aves ao novo mercado, para evitar aumento no custo de criação dos animais.

“Os criadores sabem que o excesso de aves no mercado pode provocar uma queda abrupta no preço. Isso não vai pagar os custos de criação dos animais. Se o novo mercado é não exportar, eles também não vão criar muitas aves, vão dimensionar a criação para limitar quedas nos preços. Isso porque, para criar essas aves, eles precisam investir em rações.”

O comportamento dos preços, no entanto, também deve depender da quantidade de países que vetarem o frango e o ovo brasileiros, além do ritmo das liberações.

Segundo o economista-chefe da Farsul (Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul), Antonio da Luz, pode haver alguma redução ao consumidor final, mas seria um corte temporário, diz, já que o ciclo das aves é curto, em torno de 30 a 40 dias até o abate, e os produtores vão se ajustar à nova demanda.

“O mercado interno vai ficar abastecido como sempre esteve. Num primeiro momento, vamos ter um desequilíbrio, isso vai ter que ser reorganizado dentro da economia brasileira, mas aquilo que era para exportar provavelmente não vai ser produzido ou vai ser produzido menos, mas ninguém vai tirar totalmente o pé do acelerador porque logo logo a gente vai estar exportando de novo”, diz.

O ovo tem sido um dos vilões na mesa do brasileiro. No acumulado dos últimos 12 meses até abril, o ovo de galinha registrou alta de 12,32%, de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo Felipe Vasconcellos, sócio da gestora Equus Capital, gigantes do setor de alimentos, como BRF e JBS, devem observar queda nos preços das ações nesta semana.

Ele diz que a indústria terá de ser criativa para realocar no mercado interno cortes pouco consumidos por brasileiros, como o pé de galinha, muito exportado para a China –um dos países que suspenderam a importação de frango brasileiro.

“Isso vai exigir um pouco de criatividade e ajuste na indústria. Eventualmente, o pé pode virar ração animal. O que vai acontecer é que [a indústria] vai remanejar”, afirma.

Vasconcellos também diz que o preço do frango pode sofrer os efeitos da interrupção nas exportações.

“Por um pequeno espaço de tempo, nós podemos experimentar uma redução no preço do frango na mesa do brasileiro por conta dessa sobreoferta, porque um percentual do frango produzido pelo Brasil, que seria exportado, vai ter que ser comido por alguém”, diz.

Ricardo Santin, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), afirma que a suspensão das importações de frango brasileiro por alguns países pode causar problemas para a logística do setor, com a interrupção do fluxo de navios que transportam as aves e a necessidade de maior armazenamento para manter os produtos que não foram exportados após os embargos.

“Esse fluxo é muito bem azeitado e funciona com 25 milhões de aves por dia. Já tem tudo certinho. Quando tem uma ruptura de alguns elos dessa cadeia, você tem que readequar”, diz.

Neste sábado (17), Uruguai, México e Chile se juntaram à lista de países que suspenderam as importações de frango e ovo do Brasil após a confirmação da gripe aviária em uma granja em Montenegro (RS), município de 64 mil habitantes, a cerca de 60 km de Porto Alegre.

Anteriormente, na sexta (16), Argentina, União Europeia e China já haviam anunciado a interrupção nas importações de frango brasileiro por 60 dias.

Em conjunto, os mercados que já declararam embargo foram responsáveis por US$ 2,8 bilhões em compras de frango e ovos brasileiros em 2024. O valor representa 28% do total exportado pelo país no ano. O principal comprador é a China, com US$ 1,2 bilhão (13% do total).

O primeiro caso de gripe aviária do país em granjas comerciais tira do Brasil o privilégio de ser o único grande produtor mundial livre da doença.

Ao todo, cerca de 1,7 milhão de ovos foram destruídos no Rio Grande do Sul, segundo o departamento de agricultura do estado.

O Ministério da Agricultura informou que os ovos para incubação fornecidos pela granja de Montenegro foram rastreados e estão localizados em Minas Gerais, Paraná e no Rio Grande do Sul. O Mapa já orientou a destruição de todos para evitar riscos. Segundo o governo, não há comprovação de que esses ovos estejam contaminados com o vírus.

O governo de Minas Gerais informou neste sábado (17) que determinou, como medida preventiva, o descarte de 450 toneladas de ovos fecundados que vieram do Rio Grande do Sul.

Da lista dos países que anunciaram a interrupção das compras, o segundo maior mercado é a União Europeia (7% do total vendido ao exterior em 2024), seguida por México (6%), Chile (3%), Argentina (0,3%) e Uruguai (0,2%).

Cerca de 17 mil aves morreram em uma granja de Montenegro voltada à produção de ovos férteis –a maioria dos animais morreu por ação do vírus H5N1, enquanto outros tiveram de ser abatidos para evitar o contágio.

O Ministério da Agricultura mantém ativas, até o momento, as exportações de frango e ovos para os outros países que adquirem esses produtos do Brasil. No caso de China e União Europeia, a medida restritiva está prevista em cláusula contratual. Quando há registro de qualquer caso de gripe aviária, as importações são suspensas automaticamente como medida de prevenção em saúde.

O governo informou que países como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Filipinas já aprovaram embargo limitado ao município gaúcho. Com a chamada regionalização do caso de gripe aviária, produtos de outras cidades gaúchas e regiões do país continuam a exportar normalmente para esses locais.

O QUE É GRIPE AVIÁRIA E QUAIS OS RISCOS

O QUE É O H5N1?
É uma variante do vírus da gripe comum, integrante da família influenza. A variação H5N1 é comum em aves.

QUAL A LETALIDADE EM AVES?
Extremamente alta, segundo o professor da Faculdade de Medicina Veterinária da USP Paulo Eduardo Brandão. O vírus é transmitido rapidamente, e o número de mortes costuma ser ainda maior em granjas, que concentram muitos animais em um espaço pequeno.

ESSE VÍRUS É NOVO?
Não. Um ancestral dele é conhecido desde 1996 por infectar gansos. No Brasil, há registro de casos em animais silvestres desde 2023.

É SEGURO CONSUMIR CARNE E OVOS DE AVES?
Sim. Comer produtos de um animal contaminado não transmite o vírus para humanos.

O VÍRUS PODE CONTAMINAR HUMANOS DE ALGUMA FORMA?
A forma de transmissão da influenza é via gotículas aerossóis de espirros e fezes. Assim, há uma pequena chance de isso acontecer por meio do contato direto com animais vivos contaminados ou locais de criação.

OUTROS ANIMAIS PODEM SER INFECTADOS?
Nos Estados Unidos, já houve registro de infecção de bovinos, e pessoas contraíram a doença após contato com o gado. No Chile, houve contaminação de leões marinhos.

O QUE FEZ O GOVERNO BRASILEIRO?
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) decretou emergência zoossanitária por 60 dias no município de Montenegro (RS). A pasta também trabalha no rastreio da produção do estabelecimento onde foi confirmado o caso.

POR QUE O VÍRUS PODE GERAR EMBARGOS COMERCIAIS?
Os países têm políticas de suspensão de importações de lugares onde houve detecção de gripe aviária para evitar a entrada do vírus em zonas livres da doença.

A SITUAÇÃO PODE SAIR DE CONTROLE?
Sim. Para a veterinária especialista em zoonoses Paula Giaffone, os Estados Unidos são um exemplo negativo. “Nos EUA, a situação está realmente complicada, o vírus se espalhou por granjas, atingiu rebanhos leiteiros e é encontrado até em testes de água, nos sistemas de distribuição de água.”

HÁ REFLEXOS PARA O CONSUMIDOR?
A gripe aviária já levou ao sacrifício de mais de 120 milhões de aves nos Estados Unidos e é um dos principais fatores responsáveis pela alta no preço dos ovos no país.

Paulo Ricardo Martins/Folhapress

31 parlamentares de 11 partidos atuaram contra controle de descontos em benefícios no INSS

O enfraquecimento do controle sobre descontos em aposentadorias do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), hoje no centro de um escândalo no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi defendido por ao menos 31 parlamentares de 11 partidos desde 2019.

Representantes do PT foram os que mais fizeram proposições nesse sentido, que também foram apresentadas por integrantes do centrão e do PL.

As discussões começaram quando o governo de Jair Bolsonaro (PL) enviou ao Congresso uma MP (medida provisória) que mudava regras no INSS e passava a exigir a revalidação periódica dos descontos de entidades associativas.

Os parlamentares se mobilizaram para flexibilizar o mecanismo e até eliminá-lo, com mudanças sancionadas sempre sem vetos pelo então presidente.

A MP enviada por Bolsonaro em janeiro de 2019 estabelecia que a autorização para os descontos de associações deveria ser “revalidada anualmente” –o que poderia fortalecer o controle sobre os cadastros.

Levantamento da Folha mostra que, na tramitação no Congresso, 26 parlamentares propuseram a supressão do dispositivo ou a modificação para ampliar o intervalo entre as atualizações. Quase todos pleitearam que a revalidação fosse só de cinco em cinco anos.

Entre os argumentos, diziam que era inviável fazer a revalidação dos descontos todo ano. Também argumentavam que a Constituição permite a livre associação e impede a interferência do Estado na relação entre entidades e indivíduos.

Apresentaram emendas do tipo os deputados Paulo Pereira da Silva (Solidariedade-SP), Heitor Schuch (PSB-RS), Daniel Almeida (PCdoB-BA), Orlando Silva (PCdoB-SP), Zé Neto (PT-BA), Luiz Carlos Motta (PR-PR), Bohn Gass (PT-RS), Patrus Ananias (PT-MG), Marcon (PT-RS) e Hildo Rocha (MDB-MA).

Estão na lista os então deputados Paulo Paim (PT-RS, hoje senador), Vilson da Fetaemg (PSB-MG), Celso Maldaner (MDB-SC), Valmir Assunção (PT-BA) e Tereza Nelma (PSDB-AL), além dos senadores Izalci Lucas (então PSDB, hoje PL-DF) e os então senadores Jean Paul Prates (PT-RN) e Paulo Rocha (PT-PA).

Outros parlamentares propuseram a exclusão de uma parte inteira da MP (o artigo 25, com uma série ampla de mudanças na legislação) que continha o aperto no controle de descontos, mas sem apresentar alguma contestação específica ao mecanismo.

Entre eles estão as deputadas Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP), além dos então integrantes da Casa Áurea Carolina (PSOL-MG), Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), Marcelo Freixo (PSOL-RJ, hoje presidente da Embratur) e Rogério Carvalho (PT-SE, hoje senador).

As emendas foram apresentadas na comissão mista voltada à discussão da MP, que também recebeu representantes das entidades. Entre eles, Warley Martins Gonçalles, da Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos) –que se posicionou contra a revalidação anual dos descontos.

A entidade não está na lista inicial de investigadas pela Polícia Federal e pela CGU (Controladoria-Geral da União).

“Agora fazem uma MP para que a gente renove de ano em ano com os aposentados. Não tem como a gente fazer isso. A gente não consegue refiliar o aposentado em um ano. Não tem como a gente trabalhar na renovação em um ano. Queremos renovar sim, mas não nessa quantidade de tempo”, afirmou em reunião abril de 2019.

“Nem o INSS tem o endereço de todos os aposentados. Como vamos conseguir chegar nesses associados nossos para ele vir refiliar?”, questionou.

“A entidade que tiver fraude, corta ela. Não precisa MP. Vai dar muito desemprego. A confederação [Cobap] tem hoje 32 funcionários. Se isso acontecer, no ano que vem vou ter que mandar tudo embora. Como eu vou pagar os funcionários?”, continuou.

Ele chegou a pedir ao relator que aplicasse a condição da revalidação apenas para novos descontos. “O que a gente pede ao deputado relator? Começa daqui pra frente. Deixa os que estão, e daqui pra frente faz de ano em ano”, disse. “Por que a gente não negocia, faz um acordo e faz daqui pra frente a refiliação?”.

Na mesma sessão, o deputado Vilson da Fetaemg (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais)– um dos mais atuantes contra o aperto no controle– também se posicionou contra o mecanismo.

“Se alguém pegou uma declaração falsa ou obrigou [o aposentado a se filiar], tem o Ministério Público, tem o órgão competente para denunciar. Então faço esse requerimento [para a revalidação ser feita apenas] de cinco em cinco anos”, disse o parlamentar.

Questionado pela Folha, o ex-parlamentar, que é presidente da Fetaemg, disse que “o texto estabelecia um prazo arbitrário, sem nenhum diálogo prévio com os trabalhadores rurais e as entidades sindicais, para a conclusão de um cadastro nacional de milhões de homens e mulheres do campo que vivem nas regiões mais isoladas do país”.

Ao final da tramitação na comissão mista, o relator Paulo Eduardo Martins (então no PSC, hoje no PL-PR) chegou a reconhecer que o aperto no controle protegeria os beneficiários da “atuação abusiva de algumas entidades e associações, que muitas vezes realizam descontos sem autorização”.

Mas concluiu que seria melhor flexibilizar a frequência da revalidação –em vez de um ano, dois anos.

“O prazo de um ano [para a revalidação, estabelecido na MP] não é praticável, dadas as dificuldades práticas para a sua adoção, motivo pelo qual entendemos que deve ser de dois anos”, escreveu Martins em seu parecer.

O texto acabou aprovado em plenário prevendo revalidação “a cada três (três) anos, a partir de 31 de dezembro de 2021” e foi sancionado por Bolsonaro sem veto a esse trecho em junho de 2019.

Posteriormente, o Congresso usou uma segunda MP de Bolsonaro, de outubro de 2020 (sobre crédito consignado), para legislar sobre os descontos.

A revalidação foi mais uma vez flexibilizada, e seu início passou para 2022 após emenda justamente do hoje ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT-PE), quando deputado. Ele queria um adiamento ainda maior do começo da revalidação, para 2023.

Procurado, o atual ministro informou, por meio de sua assessoria, que a emenda atendia a uma recomendação do Conselho Nacional de Previdência em meio à pandemia. Perguntado se apoia uma medida para obrigar a revalidação, disse que a iniciativa é do Parlamento.

“A decisão sobre as regras para eventual revalidação ou o fim dos descontos associativos a partir do desconto em folha será do Congresso Nacional”, afirma, em nota.

O adiamento foi proposto por Vilson da Fetaemg e também por Queiroz, Danilo Cabral (PSB-PE), Enio Verri (PT-PR) e Jorge Solla (PT-BA). A justificativa eram os efeitos da pandemia do coronavírus e a necessidade de reorganização das entidades. O relator Capitão Alberto Neto (no Republicanos-AM) atendeu ao pedido.

“Quero parabenizar o deputado Vilson por representar tão bem as associações de aposentados do nosso país. Esse texto foi construído junto com as associações que fazem parte do Conselho do INSS. Chegou-se a um consenso, de que nós vamos ampliar por dois anos esse recadastramento”, disse Neto em plenário em março de 2021.

O texto final foi sancionado sem vetos por Bolsonaro e transformado em lei no mesmo mês.

Uma terceira MP de Bolsonaro, de março de 2022 e que criava o Programa de Simplificação do Microcrédito Digital para Empreendedores (SIM Digital), foi usada para acabar de vez com a revalidação.

Nesse caso, a iniciativa do Legislativo foi mais contundente contra o mecanismo. A reportagem localizou poucos registros sobre a tramitação.

O deputado Luis Miranda (Republicanos-DF), relator, revogou a previsão do controle em parecer aprovado em plenário.

A medida foi transformada em lei ao ser sancionada sem vetos por Bolsonaro em agosto de 2022.]

O atual ministro da Previdência afirmou em audiência na última quinta-feira (15) que o fim da revalidação foi responsável por impulsionar as ilegalidades. “Isso [esforço pela revalidação] foi sepultado por essa MP e essa lei em 2022. E é exatamente nesse interregno, entre 2019 e 2022, que o ladrão entra na casa”, afirmou Queiroz.

“O fim da revalidação, e a expectativa anterior que houvesse revalidação, fez com que 11 associações novas se credenciassem no INSS. Essas 11 que, mais tarde descobrimos que eram 100% fraudulentas, a maior parte se estabeleceu nesse período”, disse Queiroz.

“Quando em 2022 se opta por pôr fim à revalidação, essas empresas se sentiram livres para, a partir de 2023 e 2024, passar uma enormidade de descontos não autorizados.”

A reportagem procurou todos os citados, por WhatsApp, email e, em alguns casos, perfis em redes sociais. A maioria dos parlamentares não respondeu aos questionamentos.

Paulo Eduardo Martins, que hoje é vice-prefeito de Curitiba (PR), afirmou que o prazo foi aumentado em seu relatório após negociação com parlamentares para viabilizar a aprovação do projeto.

Já o gabinete de Rogério Carvalho disse que o posicionamento da bancada era contra a primeira MP de Bolsonaro como um todo, por entender que ela enfraquecia de diferentes maneiras o acesso a direitos previdenciários.

Além disso, afirmou que o dispositivo da revalidação “passou despercebido” porque na época “não se sabia da possibilidade de fraudes desse tipo”.

“Naquele momento, o objetivo da MP não era a moralização nos descontos dos benefícios, mas sim a retirada desses benefícios de quem os tinha por direito. Tanto é verdade que a redação original, com mais de 300 dispositivos, em apenas um tratava desse assunto”, informou a assessoria do senador, por nota.

Jean Paul Prates afirmou que houve um esforço de bancada na época para garantir que os sindicatos honestos pudessem continuar em atividade e não para favorecer grupos irregulares.

“Na ocasião, essa MP não visava especificamente combater fraudes, e sim criar inúmeras dificuldades para beneficiários e criar possibilidades para suspender sumariamente os benefícios dos aposentados e pensionistas”, acrescentou.

Heitor Schuch afirmou que apresentou a emenda para simplificar o processo e evitar dificuldades para os que desejam ser sócios.

Ele reconhece hoje que a medida de revalidação anual pode ajudar a coibir fraudes, mas não a vê como suficiente pois, “com o vazamento de dados do INSS, qualquer organização pode falsificar a mesma autorização ano após ano”.

Paulo Paim afirmou que é a favor de mecanismos mais rígidos e que “o que evita a fraude é a fiscalização permanente e não a revalidação da assinatura, que poderia ser falsificada”.

Carvalho disse que todas as suas propostas foram “voltadas à proteção dos direitos dos trabalhadores que estavam sendo duramente atacados pela MP”.

Lista dos parlamentares
Parlamentares que propuseram fim ou flexibilização da revalidação periódica de descontos, por ordem cronológica*

Paulo Pereira da Silva (Solidariedade-SP)
Heitor Schuch (PSB-RS)
Daniel Almeida (PCdoB-BA)
Orlando Silva (PCdoB-SP)
Zé Neto (PT-BA)
Luiz Carlos Motta (PL-PR)
Bohn Gass (PT-RS)
Patrus Ananias (PT-MG)
Marcon (PT-RS)
Hildo Rocha (MDB-MA)
Paulo Paim (PT-RS)
Vilson da Fetaemg (PSB-MG)
Celso Maldaner (MDB-SC)
Valmir Assunção (PT-BA)
Tereza Nelma (PSDB-AL)
Izalci Lucas (então PSDB, hoje PL-DF)
Jean Paul Prates (PT-RN)
Paulo Rocha (PT-PA)
Paulo Eduardo Martins (então PSC, hoje PL-PR)
Wolney Queiroz (PDT-PE), hoje ministro da Previdência
Danilo Cabral (PSB-PE)
Enio Verri (PT-PR)
Jorge Solla (PT-BA)
Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM)
Luis Miranda (Republicanos-DF)
Parlamentares que propuseram mudanças mais amplas, contendo fim da revalidação, mas sem defender especificamente enfraquecimento ou fim da revalidação*

Fernanda Melchionna (PSOL-RS)
Sâmia Bomfim (PSOL-SP)
Áurea Carolina (PSOL-MG)
Edmilson Rodrigues (PSOL-PA)
Marcelo Freixo (PSOL-RJ)
Rogério Carvalho (PT-SE)
Número total de parlamentares que propuseram fim ou flexibilização da revalidação, por partido*

PT: 11
PSOL: 5
PSB: 3
MDB: 2
PCdoB: 2
PSDB: 2
Republicanos: 2
PDT: 1
PL: 1
PSC: 1
Solidariedade: 1
Fonte: Emendas do Congresso. *Considera partidos aos quais parlamentares eram filiados na época das propostas (parte não é mais parlamentar).

Fábio Pupo e Lucas Marchesini/Folhapress

Flagrante na Costa de Nova Viçosa: Polícia encontra 25 tabletes de pasta base de cocaína enterrados

Nova Viçosa: A Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE)/Mata Atlântica apreendeu 25 tabletes de pasta base de cocaína, totalizando mais de 28 quilos, na tarde deste sábado (17 de maio), por volta das 17h40. A apreensão ocorreu em uma área de vegetação na orla marítima da Costa Atlântico, no município de Nova Viçosa.

Segundo informações da polícia, a CIPE/Mata Atlântica (CAEMA) recebeu uma denúncia anônima indicando o local onde uma quantidade de drogas estaria enterrada. Diante da informação, os policiais se deslocaram até a área indicada, uma região de vegetação que margeia a orla marítima.

No local, a equipe policial obteve êxito em localizar o material, que foi recolhido e apresentado ao delegado plantonista, Bruno Ferrari, na Delegacia Territorial de Teixeira de Freitas. Ao todo, foram apreendidos 28,325 kg (vinte e oito quilos e trezentas e vinte e cinco gramas) de pasta base de cocaína.

Todo o material apreendido foi encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) para a realização dos exames periciais.

Por: Lenio Cidreira/Liberdadenews

Armas são apreendidas em cumprimento de mandado no Recôncavo Sul da Bahia

Ação retira armamento de suspeito investigado do crime de ameaça a companheira.
Duas armas de fogo foram apreendidas na madrugada deste sábado (17), durante ação conjunta para cumprimento de mandado de busca e apreensão em uma residência no município de Brejões. A medida foi determinada pela Justiça após a companheira do investigado relatar ameaças e intimidações com o uso de armamento, no âmbito de um pedido de medidas protetivas da Lei Maria da Penha.

No local, foram apreendidas uma carabina calibre .40 e uma pistola calibre 9 mm, além de carregadores e munições. Embora registradas, as armas foram recolhidas por ordem judicial, tendo em vista o risco à integridade da vítima. O material foi encaminhado ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) para exame balístico.

O agressor foi formalmente notificado das medidas protetivas, incluindo o afastamento do lar e a proibição de contato com a vítima. Ela foi encaminhada para acolhimento e apoio junto ao serviço psicossocial do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

A ação foi realizada pela Delegacia Territorial (DT/ Brejões), em conjunto com 99ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM). As investigações continuam para garantir o cumprimento das medidas judiciais e a responsabilização do autor.
Fonte: Ascom PC | Marcela Correia

PM apreende farta quantidade de munições, carregadores e drogas em Eunápolis

Policiais militares da 7ª CIPM apreenderam farta quantidade de munições, carregadores e drogas no bairro Urbis I, nas imediações da BR 101, no município de Eunápolis, na noite de sábado (17).

Após receberem informações, as guarnições surpreenderam duas pessoas a bordo de um veículo em movimentação suspeita que, ao avistarem a aproximação policial, tentaram fugir, mas foram alcançadas, abordadas e detidas.

Após as buscas, foram apreendidos 379 munições calibre 556, sete carregadores de fuzil e três alongados de pistola, 126 frascos contendo lança perfume e um tablete de maconha.

Os envolvidos e todo o material apreendido foram direcionados à Polícia Civil, onde a ocorrência foi registrada.

Registro(s): 7ª CIPM

Oficina de Teatro em Ibirataia… quem diria!

Um sonho que começa a tomar forma — e com muito talento em cena!


Ontem foi um dia histórico para a cultura do nosso município: realizamos a primeira Oficina de Teatro, conduzida com sensibilidade e maestria pela professora @logeambastiani , que encantou os participantes com sua paixão pela arte e pela educação.

Mais do que uma oficina, foi um encontro de olhares, sentimentos e possibilidades. Uma ação que demonstra o compromisso da gestão com a juventude, criando espaços onde nossos jovens possam se expressar, sonhar e se reconhecer como protagonistas da sua própria história.

Estamos vivendo um novo tempo. A cultura pulsa em Ibirataia — e está apenas começando!

Secretaria Municipal de Cultura e Turismo
Prefeitura de Ibirataia – Um governo de transformação. - No caminho do Progresso.

Ataques aéreos de Israel matam pelo menos 100 em Gaza em meio a negociações

Forças israelenses seguem destruindo território, mesmo durante conversas por cessar-fogo
Ataques aéreos de Israel mataram pelo menos 100 palestinos em toda a Faixa de Gaza durante a noite, informaram autoridades de saúde locais neste domingo (18), enquanto mediadores conduziam uma nova rodada de negociações de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

Não houve comentários imediatos do Exército israelense, que expandiu seus ataques ao enclave e matou centenas de pessoas desde quinta-feira (15), em preparação para uma nova ofensiva terrestre para alcançar o “controle operacional” em partes de Gaza.

“Temos pelo menos 100 mártires desde a noite anterior. Famílias inteiras foram apagadas do registro civil pelo bombardeio israelense”, disse Khalil Al-Deqran, porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, à Reuters por telefone.

Israel bloqueou a entrada de suprimentos médicos, alimentares e de combustível em Gaza desde o início de março para tentar pressionar o Hamas a libertar reféns israelenses e aprovou planos que podem envolver a tomada de toda a Faixa de Gaza e o controle da ajuda humanitária.


Os mediadores Egito e Catar, apoiados pelos Estados Unidos, iniciaram uma nova rodada de negociações indiretas de cessar-fogo entre as duas partes no sábado (17), mas fontes próximas às negociações disseram à Reuters que não houve avanços.

A Sky News Arabica britânica e a BBC noticiaram durante a noite que o Hamas havia proposto a libertação de cerca de metade de seus reféns israelenses em troca de um cessar-fogo de dois meses e da libertação de prisioneiros palestinos mantidos por Israel.

Contatado pela Reuters, um representante do Hamas disse: “A posição de Israel permanece inalterada: eles querem a libertação de seus prisioneiros, sem o compromisso de encerrar a guerra.”

Possivelmente complicando ainda mais as negociações de cessar-fogo, relatos na mídia israelense e árabe disseram que o líder do Hamas, Mohammed Sinwar, pode ter sido morto.

O Hamas não confirmou nem negou as notícias. O Ministério da Defesa de Israel não comentou de imediato.

Em Israel, Einav Zangauker, mãe do refém do Hamas, Matan Zangauker, disse que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se recusava a encerrar a guerra em troca da libertação dos reféns restantes pelo Hamas, devido a seus interesses políticos.

“O governo israelense continua insistindo em acordos parciais. Eles estão nos atormentando deliberadamente. Tragam nossas crianças de volta logo! Todas as 58”, disse Zangauker em uma publicação na plataforma de mídia social X.
Tendas em chamas

Um dos ataques noturnos de Israel atingiu um acampamento de tendas que abrigava famílias deslocadas em Khan Younis, no sul de Gaza, matando mulheres e crianças, ferindo dezenas e incendiando várias tendas.

O Hamas descreveu o ataque como um “novo crime brutal” e culpou o governo americano pela escalada.

Entre as dezenas de mortos no início do domingo estavam cinco jornalistas, alguns com suas famílias.

Zakaria Al-Sinwar, irmão do líder do Hamas, e três de seus filhos foram mortos em um ataque aéreo israelense contra sua tenda no centro de Gaza, disseram médicos. Ele era professor de história em uma universidade de Gaza.

Ambos os homens são irmãos do ex-chefe do Hamas, Yehya Al-Sinwar, morto por Israel em outubro passado.

O sistema de saúde de Gaza está praticamente inoperante devido aos repetidos bombardeios e ataques israelenses a hospitais. O bloqueio ao fornecimento de ajuda humanitária agravou as dificuldades e agravou a fome generalizada, pela qual Israel culpa o Hamas.

“Os hospitais estão sobrecarregados com um número crescente de vítimas, muitas delas crianças”, disse Deqran.

Mais tarde no domingo, o Ministério da Saúde de Gaza informou que o Hospital Indonésio, uma das maiores instalações médicas parcialmente em funcionamento no norte de Gaza, havia parado de funcionar devido a disparos israelenses perto e nas proximidades.

O exército israelense não comentou de imediato.

Funcionários do Hospital Shifa, o maior de Gaza, pediram à população que doasse sangue devido ao grande número de vítimas. Funcionários do hospital disseram ter recebido 40 mortos e dezenas de feridos durante a noite devido aos contínuos ataques israelenses.

O Serviço de Emergência Civil Palestino informou que 75% de suas ambulâncias pararam de operar devido à escassez de combustível em meio à proibição israelense de importação. Alertou que, a menos que o combustível seja liberado em até 72 horas, todos os veículos poderão parar.

O objetivo declarado de Israel em Gaza é a eliminação das capacidades militares e governamentais do Hamas, que atacou comunidades israelenses em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1,2 mil pessoas e fazendo cerca de 250 reféns.

A campanha militar israelense devastou o enclave, expulsando quase todos os moradores de suas casas e matando mais de 53 mil pessoas, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza.

PM prende homem em flagrante por uso de documentos falsos em Valéria

Policiais Militares da 31ª CIPM prenderam um homem em flagrante, na noite de sábado (17), por uso de documentos falsificados na Rua da Matriz, em Valéria.

A guarnição realizava abordagens na região, quando se deparou com um indivíduo, que se identificou como policial, mas ofereceu resistência para apresentar a documentação.

Durante a revista, foram encontrados uma réplica de pistola, três identidades funcionais de instituições diferentes falsas, uma Carteira Nacional de Habilitação com o nome de outra pessoa, uma carteira com brasão e um distintivo.

Diante dos fatos, o homem foi preso em flagrante e conduzido à Central de Flagrantes, onde a ocorrência foi apresentada.

Registro(s): 31ª CIPM

Apostas na Quina de São João começam na segunda-feira

As apostas para a Quina de São João 2025 começam na segunda-feira (19). O sorteio do concurso 6760 será realizado em 28 de junho, um sábado, no Espaço da Sorte, em São Paulo.

A Caixa Econômica Federal estima que, neste ano, o prêmio chegue a R$ 230 milhões para quem cravar os cinco números milionários. Se não houver ganhadores na faixa principal, acerto de cinco números, o prêmio será dividido entre os acertadores de quatro números, a segunda faixa, e assim por diante, conforme as regras de concursos especiais da Caixa, como a Lotofácil da Independência e a Mega da Virada. O prêmio não acumula e sairá de qualquer jeito!

Além da quina, os prêmios serão pagos, também, aos acertadores de 2, 3, 4 ou 5 números.

Como jogar
Os apostadores podem fazer a “fezinha” nas lotéricas de todo o país, pelo aplicativo Loterias Caixa e no portal Loterias Caixa.

As apostas terão volantes específicos da Quina de São João e os apostadores podem marcar de cinco a 15 números entre os 80 disponíveis.

Cada aposta simples da Quina, com cinco números, custa R$ 2,50. Quem quiser, também pode deixar o sistema escolher os números, na opção chamada de Surpresinha.

Bolão
Para quem quer aumentar as chances de ganhar na loteria e gosta de jogar em grupo, pode optar por participar de um bolão. Nesse caso, os apostadores da Quina podem preencher o campo próprio no volante ou comprar uma cota dos bolões organizados pelas unidades lotéricas. Nesse caso, poderá ser cobrada uma tarifa de serviço adicional de até 35% do valor da cota.

A Caixa garante que o Bolão nos canais digitais oferece a mesma segurança das apostas nas lotéricas. Quando o apostador acessar o site Loterias Caixa ou o aplicativo, serão apresentadas as cotas disponíveis das lotéricas mais próximas do apostador.

Na Quina, os bolões têm preço mínimo de R$ 12,50. Porém, cada cota não pode ser inferior a R$ 3,50. As cotas podem ser pagas com Pix ou cartão de crédito.

Agência Brasil

Bolsonaro demonstra resistência em indicar Tarcísio e preocupa partidos

Jair Bolsonaro (PL) tem demonstrado a aliados resistência em indicar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como sucessor ao Palácio do Planalto em 2026.

Uma ala de aliados do ex-presidente tem reforçado críticas ao governador e, segundo interlocutores dos dois lados, isso tem contaminado Bolsonaro. Há uma irritação com movimentos para tentar emplacar o nome de Tarcísio para a corrida presidencial ou mesmo com a discussão sobre uma candidatura de direita agora.

O ex-presidente se queixou a aliados de que seu ex-ministro não estaria demonstrando solidariedade o suficiente, segundo esses relatos. Também apontam que as pontes que o governador tem com o STF (Supremo Tribunal Federal) não se traduzem em alívio para o seu grupo político.

Nesse cenário, Bolsonaro tem sinalizado preferência por indicar alguém do seu clã. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é hoje a mais citada —ainda que uma parte de seus aliados veja com desconfiança esse cenário. O seu filho Eduardo (PL), ainda nos EUA, também é apontado como possível sucessor.

Publicamente e reservadamente, o ex-presidente mantém o discurso de que é ele o candidato. Em entrevista à Folha no final de março, disse que registrará sua candidatura no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), apesar de estar inelegível.

Lideranças de partidos de centro se dizem preocupadas com esse cenário em que ele insistirá em seu nome até o último momento para possivelmente indicar alguém de seu clã para a cabeça da chapa.

A preferência desses políticos hoje é pelo nome de Tarcísio, ainda que alguns digam que estarão ao lado de Bolsonaro independentemente da escolha.

Uma ala desses dirigentes de centro ameaça não integrar a campanha de direita em 2026 e apoiar a reeleição de Lula (PT) caso a opção seja por Eduardo ou Michelle.

A preocupação de aliados com a insistência do ex-presidente em se colocar como candidato ao Planalto se dá desde fevereiro deste ano, como noticiou a Folha. Por um lado, ela pode dificultar uma vitória da direita, por encurtar o tempo de campanha. Por outro, pode dificultar a organização das chapas nos estados.

Havia uma expectativa de que, com o avanço do julgamento do caso da tentativa de golpe de Estado de 2022, pudesse haver uma sinalização, ainda que nos bastidores, de que Bolsonaro pretende investir em uma outra candidatura —o que não ocorreu.

Para o ex-presidente, manter seu capital político é um trunfo enquanto busca se defender do que chama de perseguição política no STF.

O governador de São Paulo tem insistido que não tem interesse em disputar o Palácio do Planalto e que quer se reeleger ao Bandeirantes. Além disso, tem negado convites para participar de eventos em Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e outros estados.

Por trás dessa postura, está a preocupação de Tarcísio em reforçar sua lealdade ao ex-presidente. Ele afirma que apoiará quem Bolsonaro escolher ao cargo.

Seus aliados negam que haja falta de solidariedade ou estremecimento na relação. Citam que o governador aceitou sem titubear ser testemunha de defesa na acusação de tentativa de golpe e pediu assinaturas ao requerimento de urgência do projeto de anistia pelo 8 de Janeiro.

Eles dizem ainda que o entorno de Bolsonaro, que convive mais no dia a dia com ele, sempre teve críticas ao ex-ministro de Infraestrutura, mas que isso não define a relação entre os dois —que estaria em bons termos.

Em 2022, antes mesmo da declaração de inelegibilidade, já havia uma ala de bolsonaristas mais próximos do ex-presidente que desconfiava de Tarcísio e achava que seu plano era tentar o Planalto em 2026.

Com a proximidade do calendário eleitoral e a incerteza do cenário, aumenta o clima de tensão no centro e na direita. Todos permanecem em compasso de espera, aguardando Bolsonaro se definir sobre o futuro.

Há um entendimento geral de que uma candidatura de direita, sem o apoio do ex-presidente, não vai prosperar. Por outro lado, uma candidatura com apoio de Bolsonaro, mas rejeição no resto do mundo político, deve encontrar dificuldades e corre o risco de perder para Lula (PT).

O futuro do ex-presidente também depende de quem ele apontar como sucessor, de quem espera garantia de lealdade. Em entrevista ao UOL, cobrou governadores de direita a questionarem publicamente as decisões que resultaram em sua inelegibilidade.

A fala foi feita quando ele mencionou as articulações do ex-presidente Michel Temer (MDB) por uma candidatura única do centro e da direita para a Presidência.

“Não é estratégia política, vou até o último segundo [para se candidatar à Presidência em 2026]. Michel Temer até entrou nessa questão… É direito do Michel Temer, ninguém que entrou na politica esquece… Mas gostaria, não posso obrigar, que os governadores falassem: ‘Bolsonaro está inelegível por quê? Essas acusações valem?”, afirmou.

Julia Chaib e Marianna Holanda/Folhapress

Zambelli enfrenta abandono e teme mulheres na prisão após década sob turbilhão

Em outubro de 2015, oito manifestantes ficaram algemados, durante nove dias, nas pilastras do salão verde da Câmara dos Deputados, em Brasília. O objetivo era pressionar o então presidente da Casa, Eduardo Cunha, à época no MDB, a aceitar um dos 37 pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff (PT). Entre os acampados estava Carla Zambelli, a líder do protesto, que mobilizava a militância com entradas ao vivo pela internet.

“A gente perguntava para os políticos: ‘você é a favor do impeachment?’ Se fosse, ele assinava um painel”, lembra a deputada federal do PL, em entrevista por videoconferência, horas antes de ser considerada culpada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pelos crimes de falsificação ideológica e invasão de dispositivo informático.

Uma década depois do protesto “Algemados pelo Impeachment”, Zambelli, 44, pode ser presa, agora no sistema penitenciário.

No entendimento dos ministros do STF, a deputada, que foi a face do bolsonarismo no Congresso até cair no ostracismo logo depois das eleições de 2022, orientou o hacker Walter Delgatti a invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para forjar documentos falsos, entre os quais um mandado de prisão para o ministro Alexandre de Moraes, e causar tumulto político no país.

Caso os recursos da defesa não sejam acatados, a deputada perderá o mandato, ficará inelegível e cumprirá a pena de dez anos de prisão, seguindo a decisão unânime dos cinco ministros da Primeira Turma do STF. Delgatti, por sua vez, foi condenado a oito anos de prisão.

“Eu tenho um pouco de receio das outras mulheres na cadeia, né? Porque eu nunca sei o que vou encontrar, mas eu também luto, então não tenho medo de apanhar. O maior problema é ficar longe da família”, diz a deputada, relatando temer por sua saúde.

Ela afirma ter recebido o diagnóstico de três doenças: síndrome de Ehlers-Danlos, que causa hipermobilidade nas articulações, síndrome de taquicardia postural ortostática, que provoca tontura e aumento da frequência cardíaca quando alguém se levanta, e depressão. Zambelli diz nunca ter cometido qualquer crime e afirma ser vítima de uma perseguição, mas sua vida política está ameaçada também por outros dois processos.

Em janeiro, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) decidiu cassar o seu mandato por desinformação eleitoral. Dois meses depois, o STF formou maioria para condená-la a cinco anos de prisão em regime semiaberto por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. Na véspera do segundo turno das eleições, a parlamentar ameaçou atirar em um homem, nos Jardins, na zona oeste paulistana, depois de ter sido, segundo conta, hostilizada por um militante de esquerda. Foi o começo da derrocada de Zambelli.

Não tardou para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atribuísse sua derrota eleitoral, há três anos, àquele episódio. Pouco a pouco, a parlamentar viu se afastarem seus antigos aliados, a tal ponto de se dizer abandonada pelo próprio Bolsonaro. “Não me arrependo de ter apoiado ele”, diz. “Eu me arrependo de ter entrado de cabeça em alguns processos, como ter pedido impeachment dos ministros do STF.”

À medida que a condenação à prisão se tornava uma realidade, Zambelli viu acenos de alguns integrantes do PL, que pedem à Câmara a suspensão da ação penal contra ela.

A parlamentar diz, de todo modo, que Bolsonaro nunca mais a procurou. Afirma ter o apoio da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. “Se ela for candidata à Presidência, sim, apoiaria, com certeza.”

Antigos aliados de Zambelli em Brasília foram procurados pela reportagem, mas nenhum deles aceitou conceder entrevistas. A orientação era deixar o líder do partido na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), comentar o caso. “Lealdade e fidelidade são as principais marcas de Zambelli. É uma condenação política”, afirma ele, que se diz amigo da deputada desde “quando ela se amarrou nas colunas da Câmara”.

Não se falava de política na casa onde Zambelli nasceu em Ribeirão Preto, no interior paulista. Filha de uma pedagoga e de um administrador, ela é a caçula da família. Seus irmãos são o deputado estadual Bruno Zambelli (PL) e a professora de direito constitucional do Mackenzie Paula Zambelli — que, segundo Carla, é de esquerda. A parlamentar afirma ter hoje boa relação com a irmã.

Na juventude, a deputada ingressou na faculdade de arquitetura, mas não concluiu o curso porque, segundo a versão dela, a maioria da classe era gay e queria que ela se tornasse bissexual. Estudou planejamento empresarial e trabalhou na KPMG, uma multinacional que atua como auditoria.

Há dez anos, descobriu um tumor no cérebro e, impossibilitada de trabalhar, resolveu aprofundar a sua militância com o Nas Ruas, movimento que fundara em 2011, famoso pela atuação nas Jornadas de Junho de 2013. Passou a liderar protestos pelo impeachment de Dilma. Nessa época, sua pauta era anticorrupção. Zambelli chegou a ser vista em um protesto no Femen Brazil, mas ela nega ter integrado o grupo.

Outro manifestante a descreve como ativista com capacidade de comunicação incomum. Lembra que Zambelli tomou a iniciativa de criar bonecos infláveis com os rostos de políticos, a fim de evidenciar as pautas dos protestos.

A deputada diz que se tornou se direita a partir do encontro com duas figuras: o jurista Ives Gandra Martins, que lhe indicou livros, e o pastor Marcos Feliciano, hoje deputado pelo PL, que a apresentou à pauta de costumes.

A eleição de Zambelli em 2018, com 76 mil votos, foi reflexo do Nas Ruas. Já a reeleição, quando foi a terceira mais votada no país, com mais de 946 mil votos, deveu-se a uma estratégia digital arrojada.

Um assessor afirma que a relação entre ela e Bolsonaro sempre foi assimétrica: o ex-mandatário nunca a tratou com a mesma consideração.

Diz ainda que Zambelli não ouvia ninguém e que chegou a receber recado da alta cúpula do Judiciário para abaixar o tom das críticas. Relata também desequilíbrio emocional da parlamentar e um jeito histriônico de fazer política. Em Brasília, ela aprovou seis projetos de lei de sua autoria, entre eles o dia de combate à fenilcetonúria, doença metabólica rara.

Nesses dois mandatos, fez alguns inimigos. Não à toa, ela conta guardar um caderno intitulado “ICC – Ingratos Com Certeza”, que tem 30 nomes. A deputada teve um mal-estar com o senador Sergio Moro (União Brasil), padrinho de seu casamento com o coronel Aginaldo de Oliveira — Zambelli tem um filho de 17 anos, fruto de um primeiro relacionamento.

Moro, então ministro da Justiça de Bolsonaro, divulgou uma troca de mensagens entre os dois para mostrar não ter condicionado uma mudança no comando da Polícia Federal a uma indicação ao Supremo.

Já a ex-deputada federal Joice Hasselmann comemora a condenação de Zambelli. “O STF está fazendo a justiça, o que a Câmara devia ter feito e não fez”, afirma. As duas foram amigas, mas brigaram logo que Joice rompeu com Bolsonaro.

Zambelli afirma que não se arrepende de ter entrado na política. “Entraria de novo, porque acho que fiz diferença”, afirma. “Sempre tive o sonho de ser senadora, mas, diante de tudo isso, aí já é um sonho que provavelmente não vou realizar.”

Gustavo Zeitel/Folhapress

Venezuela ignora cobranças do Brasil por acerto de dívida bilionária

O regime do ditador venezuelano Nicolás Maduro tem ignorado as cobranças do Brasil pelo acerto de dívida bilionária referente aos financiamentos de obras e serviços prestados por empresas brasileiras na Venezuela.

As informações constam em um documento assinado pela secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, em resposta a um requerimento de informação solicitado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

“A negociação se encontra suspensa em razão da ausência de respostas do governo venezuelano”, diz trecho do documento. “A resolução da questão depende do engajamento da contraparte, não sendo possível assim estimar um prazo para conclusão.”

Nathalia Garcia e Ricardo Della Coletta/Folhapress

Três homens são detidos por tráfico de drogas em Ubatã

Três homens foram detidos no fim da tarde deste sábado (17/05) sob suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas no município de Ubatã, sul da Bahia. A ação foi realizada por guarnições do PETO e da ROTAM, vinculadas à 55ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), durante patrulhamento de rotina.

O fato ocorreu por volta das 18h10, na Rua Rony Félix, Bairro Londrina, quando os policiais militares em rondas ostensivas na cidade de Ubatã, observaram a movimentação suspeita de 02 (dois) indivíduos; momento em que procederam 

com abordagens e buscas pessoal,  encontrando pedras de substância análoga ao crack, e ao serem interpelados pelos PMs, os suspeitos confessaram que estavam comprando drogas e apontaram um terceiro homem de 19 anos, como o responsável pela venda.

Ao perceber a aproximação da guarnição, o terceiro homem  empreendeu  fuga,  adentrando em uma residência, tentando escapar pelos fundos, sendo alcançado e detido pelos policiais militares.

Durante a busca no local, o suspeito indicou que o material ilícito estava escondido dentro de um colchão. Sendo assim, foram apreendidas 61 pedras de substância análoga a crack, uma bucha de maconha, R$ 1.215,00 em espécie e um celular.

Os três homens de 19, 25 e 30 anos,  foram conduzidos à 7ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), em Ilhéus, onde a ocorrência foi devidamente registrada.

Fonte: ASCOM/55ª CIPM

PF prende passageira com cerca de 14 kg de skunk no aeroporto de Manaus/AM

A droga foi identificada durante inspeção de rotina das bagagens despachadas para voo com destino a Fortaleza/CE
Manaus/AM. Na manhã deste sábado (17/5), uma passageira foi presa em flagrante pela Polícia Federal ao tentar embarcar com aproximadamente 14 kg de skunk no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus/AM.

A droga foi identificada durante inspeção de rotina das bagagens despachadas para voo com destino a Fortaleza/CE. A mala suspeita apresentava imagem característica de tabletes contendo substância orgânica. A partir da análise, os policiais federais localizaram a responsável pela bagagem que já se encontrava no interior da aeronave.

Após ser conduzida ao canal de inspeção, a passageira abriu a mala voluntariamente. Em seu interior, os policiais encontraram diversos tabletes que, após análise preliminar, testaram positivo para skunk, uma variedade de maconha com alta concentração de THC.

Ela foi presa em flagrante por tráfico de drogas e conduzida à Superintendência Regional da Polícia Federal no Amazonas para os procedimentos legais.

Comunicação Social da Polícia Federal no Amazonas

PF prende homem por tráfico internacional de armas e associação criminosa

Oiapoque/AP. Na tarde de sexta-feira, 16/5, um indivíduo foi preso ao tentar enviar arma de fogo, galões de óleo diesel, facões, entre outros mantimentos para um garimpo ilegal na Guiana Francesa.

Ao ser interceptado, também foi encontrado com ele dinheiro em espécie e cinco pedras de minério, possivelmente ouro.

Informações prestadas nesta delegacia informam que essa era, pelo menos, a segunda vez que o indivíduo mandava mantimentos para o referido garimpo no país vizinho.

Preso em flagrante, o homem foi encaminhado para a Delegacia da PF no município de Oiapoque onde foi formalizado os procedimentos de praxe e, em seguida, ele foi encaminhado ao Sistema Prisional, local onde permanece à disposição da Justiça.

Comunicação Social da Polícia Federal no Amapá

Ex-candidato a vereador é morto com golpe de faca no sudoeste da Bahia

Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste
José Pereira dos Santos, de 45 anos, foi morto com uma facada no tórax, na madrugada deste sábado (17), na cidade de Guanambi, no sudoeste baiano. A vítima, conhecida como Zé da Manga, foi candidata a vereador em 2020. Na ocasião, ele era filiado ao Partido Da Social Democracia Brasileira (PSDB), onde recebeu 32 votos e não foi eleito.

Segundo o Achei Sudoeste, parceiro do Bahia Notícias, ele foi encontrado caído ao lado de um carro e sem sinais vitais. Ainda não há informações sobre a autoria e motivação do crime.

A Polícia Civil vai investigar o caso.

CBF publica edital de nova eleição e agenda pleito para 25 de maio

O edital que anuncia o pleito da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para o próximo dia 25 de maio foi publicado neste sábado (17). A eleição foi convocada por Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da entidade, nomeado interventor da entidade na quinta-feira (15), quando o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afastou Ednaldo Rodrigues da presidência.

No comunicado assinado por Sarney e publicado no site da CBF na sexta-feira (16), a eleição definirá, além do novo mandatário, mais oito vice-presidentes, três membros efetivos e outros três suplentes para o Conselho Fiscal da entidade. O mandato será para o quadriênio 2025/2029.

O registro das chapas, de acordo com o comunicado, será feito deste domingo (18) a terça-feira (20).

Na manhã deste sábado, o atual presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, informou que concorrerá ao cargo máximo da CBF, sendo o primeiro a confirmar participação no pleito. A nota veiculada nas redes sociais da própria FPF afirma que Reinaldo tem apoio de outras federações, sem detalhar quais, e “um grande número de clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro [masculino]”.

Horas depois, a Liga Forte União (LFU), que representa 32 dos times que disputam as duas primeiras divisões nacionais, declarou apoio à candidatura de Reinaldo. A publicação da associação ainda criticou a data escolhida para a eleição (25 de maio cai em um domingo, dia com jogos pelo Brasileirão), por entender que ela impede que os clubes “sejam os legítimos e verdadeiros protagonistas das decisões”.

As agremiações que integram a LFU são: Atlético-MG, Bahia, Ceará, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude, Mirassol, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo, Sport, Vitória (Série A), Amazonas, América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Avaí, Botafogo-SP, Chapecoense, Coritiba, CRB, Criciúma, Cuiabá, Ferroviária, Goiás, Novorizontino, Operário-PR e Vila Nova (Série B).

Na quinta-feira, após a Justiça afastar Ednaldo, houve a divulgação de um manifesto, com assinaturas de 19 dos 27 presidentes de federações do país. O documento fala sobre construir “uma candidatura à presidência e vice-presidências da CBF comprometida com um novo ciclo para o futebol brasileiro”.

Não há a citação de um nome específico para concorrer ao pleito. Não assinam o documento as entidades responsáveis pelo futebol nos estados da Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Mato Grosso.

As 27 federações e os 40 clubes das duas principais divisões do Brasileirão Masculino participam da eleição. Os sufrágios das instituições estaduais valem mais (peso três), seguidos pelos dos times da Série A (peso dois) e Série B (peso um). Se um candidato obtiver apoio de, ao menos, 23 federações, assegura 69 votos, o que já seria suficiente para garantir a vitória no pleito, mesmo que os demais votantes optem por um mesmo concorrente. Os clubes reclamam do baixo peso que suas escolhas têm na disputa.

Ednaldo Rodrigues estava em Assunção, no Paraguai, participando do 75º Congresso da Federação Internacional de Futebol (Fifa), quando foi afastado da presidência da CBF. O evento ocorreu na sede da Confederação Sul-Americana da modalidade (Conmebol). Três dias antes, curiosamente, o dirigente anunciou a contratação do italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, da Espanha, como técnico da seleção masculina.

A decisão que tirou Ednaldo da presidência foi publicada na quinta-feira pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro, ao considerar nulo o acordo entre CBF e Supremo Tribunal Federal (STF) firmado em fevereiro, que reconheceu como legal a última eleição da entidade, em 2022.

A justificativa foi a “possível falsificação da assinatura de um dos signatários, Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido por Coronel Nunes”, um dos vice-presidentes da confederação.

Procurados pela Agência Brasil, Fifa e Conmebol não se pronunciaram sobre a eleição da CBF e o afastamento de Ednaldo.

Lincoln Chaves/Agência Brasil

Crise no INSS prejudica estratégia de recuperação da popularidade de Lula, que busca alternativas para conter desgaste

O escândalo envolvendo o INSS e a iminência da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso provocaram uma mudança de rumo no Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que projetava 2025 como “o ano da colheita” — período de entrega de resultados e fortalecimento político —, agora enfrenta um revés que compromete sua estratégia de recuperação de popularidade. A reportagem é do jornal “O Globo”.

Pesquisas internas já vinham apontando que as denúncias de fraudes em aposentadorias frearam a tentativa de reconquistar a aprovação do eleitorado. A possível criação da CPI tende a desviar o foco da articulação política e do núcleo central do governo, justamente em um momento em que o Planalto precisa acelerar a tramitação de projetos prioritários no Congresso — onde, até agora, os avanços têm sido limitados.

Na última sexta-feira, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, alertou que a CPI poderia atrasar o ressarcimento às vítimas do esquema, reforçando a preocupação do governo com o impacto político da investigação.

A instalação da comissão pode representar meses de exposição negativa, com ministros convocados para depor e o surgimento de novas revelações, enquanto a Polícia Federal continua as investigações.

Motta pedirá urgência para votação de ‘pacote antifraude’ do INSS na Câmara

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que pautará na próxima semana a votação da urgência de projetos de lei que visam impedir fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que R$ 6,3 bilhões foram desviados desde 2019, por meio de descontos indevidos em aposentadorias e pensões.

Projetos em regime de urgência podem ser votados diretamente em plenário, sem passar pela análise das comissões temáticas da Casa. O texto pode entrar na pauta na sessão seguinte ou até no mesmo dia que a urgência for aprovada.

“Comuniquei aos líderes da Câmara dos Deputados que, na próxima semana, pautarei a urgência de projetos de lei destinados a impedir fraudes no INSS. Seguindo e sempre respeitando o regimento da Casa, vamos analisar, reunir e votar tudo o que pode compor um Pacote Antifraude. Esse tema, que é urgência para milhões de brasileiros, é urgência para a Câmara dos Deputados”, disse Motta na sexta-feira, 16, nas redes sociais.

Motta não especificou quais projetos entrarão no que chamou de “pacote antifraude”. Depois que o escândalo veio à tona no fim do mês passado, parlamentares apresentaram projetos para proibir descontos automáticos de associações e sindicatos nos benefícios Projeto do deputado Danilo Forte (União-CE) propõe que os pagamentos sejam feitos apenas por boleto bancário, conforme mostrou a Coluna do Estadão.

O esquema no INSS tem assombrado o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e causou a queda de Carlos Lupi (PDT) do comando do Ministério da Previdência Social. A oposição conseguiu assinaturas suficientes para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara, mas mudou de estratégia após Motta indicar que não pretende instalar a comissão.

Bolsonaristas, que preparam uma ofensiva midiática para desgastar o governo Lula, passaram a pressionar pela instituição de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). A diferença é que a CPMI conta também com senadores e é instituída a partir da leitura do requerimento pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), durante uma sessão conjunta do Congresso Nacional. A próxima está marcada para o dia 27 de maio

Líder do PT no Senado, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse que o partido pode apoiar a criação da CPMI, desde que a comissão investigue também eventuais crimes e irregularidades cometidos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O Palácio do Planalto tem argumentado que o esquema do INSS surgiu durante a gestão passada. O volume dos desvios, porém, disparou na gestão petista.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR) se manifestou contra a abertura da investigação no Congresso sob o argumento de que a medida pode atrapalhar as apurações da Polícia Federal.

“Uma CPMI, no ambiente de exploração política em que está sendo proposta, pode comprometer o sucesso da investigação policial, que deve permanecer protegida de interferências externas e do vazamento de informações. Também pode atrasar o ressarcimento das vítimas, já que sua duração está prevista para seis meses, impactando nas medidas já em curso”, escreveu ela no X na sexta-feira.

O INSS informou que 1,3 milhão de beneficiários já pediram reembolso e disseram não reconhecer descontos realizados por associações e sindicatos em seus benefícios. O governo planeja começar o processo de restituição a partir do próximo dia 26, quando tem início a devolução de R$ 292,7 milhões.

Pedro Augusto Figueiredo/Estadão Conteúdo

Tornados deixam mais de 20 mortos em dois estados do sul dos EUA

Mais de 20 pessoas morreram após a passagem de tornados pelos estados do Missouri e Kentucky, no sul dos Estados Unidos, informaram autoridades e a imprensa local neste sábado(17). O governador do Kentucky, Andy Beshear, disse nas redes sociais que pelo menos 14 pessoas morreram nas fortes tempestades de sexta-feira à noite. Pelo menos outras sete pessoas morreram no Missouri, segundo o The Washington Post. “Começamos hoje (sábado) com a notícia devastadora de que perdemos pelo menos 14 de nossos habitantes devido às tempestades da noite passada, mas, infelizmente, esse número deve aumentar à medida que recebermos mais informações”, disse Beshear. “Por favor, rezem por todas as famílias afetadas”, acrescentou.

O Washington Post relatou, citando autoridades da cidade, que cinco pessoas morreram em St. Louis, Missouri, devido ao mau tempo. “Nossa cidade está de luto esta noite”, disse a prefeita Cara Spencer a jornalistas na sexta-feira. “A perda de vidas e a destruição são realmente horríveis”. Em 2024, acidentes relacionados a tornados deixaram 54 mortos nos Estados Unidos, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).

Publicado por Luisa Cardoso
*Com informações da AFP

Destaques