O Governador Jeronimo Rodrigues é denunciado no MP e MPF por incitação à violência

O vereador de Salvador, Cezar Leite (PL-BA), formalizou nesta segunda-feira (5), uma ação junto ao Ministério Público Estadual (MPE) e ao Ministério Público Federal (MPF) contra o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), em razão das declarações polêmicas proferidas pelo petista durante evento em João Dourado na última sexta-feira (2). Na ocasião, o chefe do Executivo baiano fez referência a levar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus eleitores “para a vala”.

Ao justificar a medida, Cezar Leite citou dispositivos legais que enquadrariam as falas do governador como conduta criminosa e violação dos princípios constitucionais da administração pública. Entre as bases jurídicas apresentadas estão o artigo 286 do Código Penal (incitação ao crime), o artigo 287 (apologia a fato criminoso) e a Lei de Improbidade Administrativa (8.429/92), que veda atos de desrespeito à dignidade do cargo público.

“Nós entramos com uma notícia de fato no Ministério Público Estadual, e no Ministério Público Federal. Essa é a base jurídica: incitação ao crime, artigo 286, incitar publicamente prática de crime, detenção de 3 a 6 meses. Apologia ao crime (artigo 287 do Código Penal), fazer publicamente apologia de fato criminoso ou de autor de crime e violação dos princípios da administração pública (Constituição Federal, artigo 37). Como a declaração dele não é compatível com os princípios de moralidade; ele é um governador. O ato de improbidade administrativa, Lei 8429/92, artigo 11: promover discurso incompatível com a dignidade do cargo que ele exerce como governador, estimular o ódio político, que ele tá fazendo, e atingir de forma genérica e difusa a coletividade de cidadãos com determinadas convicções ideológicas”, disse o vereador.

Ciro Gomes critica troca de Lupi por escolhido de Lula: ‘Muito envergonhado’

O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, que disputou a Presidência da República pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) nas eleições de 2018 e 2022, demonstrou insatisfação com a troca de comando no Ministério da Previdência. No último dia 2, Carlos Lupi foi substituído por Wolney Queiroz, também integrante do partido, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Estou muito envergonhado! Isto é uma indignidade inexplicável”, afirmou Ciro em comentário na publicação oficial do partido sobre a mudança de ministro.

Lupi, presidente licenciado do PDT, deixou o ministério na última sexta-feira, após o desgaste provocado pelo escândalo dos descontos irregulares de aposentadorias, envolvendo entidades que mantinham convênios com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O valor estimado soma R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo a Polícia Federal. Mas, se retroagir a data até 2016, esse valor sobe para quase R$ 8 bilhões referentes a descontos sem autorização.

Embora o ex-ministro não seja alvo direto da investigação, a permanência dele ficou inviável. Na crise, o presidente Lula demitiu Alessandro Stefanutto, nomeado por Lupi, da presidência do INSS.

Wolney atuava como braço direito de Lupi na pasta. A escolha dele para o cargo reacende tensões internas no partido. Em 2022, o agora ministro não se envolveu na campanha presidencial de Ciro Gomes e demonstrou maior proximidade com Lula, chegando a integrar a equipe de transição após a vitória do petista.

A posição crítica de Ciro em relação ao governo Lula não é maioria dentro do PDT, que formalizou apoio à coligação liderada pelo PT ainda no segundo turno das eleições de 2022. Ciro, por sua vez, mantém forte vínculo com Lupi, que voltará a comandar o PDT após sua saída do ministério.

Lucas Keske, Estadão Conteúdo

Após ,governador sugerir “levar para vala” bolsonaristas Leandro de Jesus protocola impeachment de Jerônimo Rodrigues

O deputado estadual Leandro de Jesus (PL) protocolou, nesta segunda-feira (5), na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), um pedido de impeachment do governador Jerônimo Rodrigues (PT) após falas do gestor que sugeriram “levar para a vala” tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto os seus apoiadores.

No pedido, Leandro justifica que “tal manifestação do governador, revestida de nítido conteúdo simbólico e literal de incitação à violência, extrapola os limites da liberdade de expressão, configurando potencial estímulo à eliminação física de opositores políticos. A utilização de imagens como retroescavadeiras e valas comuns remete a práticas de extermínio e viola frontalmente os princípios constitucionais da dignidade humana, da liberdade de consciência e do pluralismo político”.

O deputado lembrou que na Constituição do Estado, no Artigo 106, são crimes de responsabilidade os atos do Governador que atentem contra a Constituição Federal ou esta Constituição e, especialmente, contra: “III – o exercício dos direitos políticos, sociais e individuais; A frase, por seu conteúdo e forma, representa incitação à violência política contra os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), configurando discurso de ódio e grave ameaça ao exercício dos direitos políticos e individuais dos cidadãos que divergem politicamente do Chefe do Executivo Estadual. Ao sugerir que tais eleitores sejam levados “para a vala” por meio de uma retroescavadeira, o Governador ultrapassa os limites do discurso político e atenta frontalmente contra princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito”.

Para embasar o pedido de impeachment, o deputado Leandro de Jesus, no documento, acrescentou que no Artigo: 7º da Lei de Impeachment (nº 1.079/1950) são crimes de responsabilidade contra o livre exercício dos direitos políticos, individuais e sociais: 1- impedir por violência, ameaça ou corrupção, o livre exercício do voto;

“A fala do governador se enquadra como ameaça, na forma literal da norma, pois cria um ambiente de intimidação e hostilidade contra uma parcela da população, em razão de seu voto em pleito anterior. Ainda que não tenha havido coação física direta, o discurso tem nítido caráter intimidatório e persecutório, capaz de inibir o exercício livre e consciente do direito ao voto por parte de opositores políticos, ferindo diretamente os fundamentos do pluralismo e da democracia”, cita o parlamentar.

*Notícia de Fato*

Além do pedido de impeachment, Leandro de Jesus também protocolou no Ministério Público da Bahia (MP-BA) um pedido de Notícia de Fato diante das declarações do governador. “Diante da gravidade da fala e de sua incompatibilidade com os deveres institucionais do cargo ocupado, requer-se a apuração dos fatos pelo Ministério Público, com vistas à responsabilização cível, administrativa e, se cabível, penal, do agente público pela incitação ao ódio político e atentado à ordem democrática”, completou.

Bolsonaro responde Jerônimo Rodrigues sobre “vala”: “Discurso carregado de ódio”

A repercussão do vídeo em que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) aparece sugerindo que o ex-presidente Jair Bolsonaro e os seus eleitores fossem “levados para a vala” ganhou repercussão nacional. Bolsonaro, utilizando a sua conta oficial no X, chamou a fala do petista de “discurso carregado de ódio”.

“Imagine se um apoiador de Bolsonaro dissesse algo remotamente parecido. Seria manchete, seria prisão, seria processo por ‘discurso golpista’. O padrão é claro: só há crime quando convém ao sistema”, escreveu o ex-presidente.

Segundo o ex-presidente, o discurso go governador incentiva a violência politica. “É a institucionalização da barbárie com o verniz de “liberdade de expressão progressista. Quando se permite que se deseje a morte de opositores impunemente, o que mais pode ser permitido? O que mais pode vir à tona com a conivência de quem deveria conter o extremismo, e não alimentá-lo?”.

“A verdadeira ameaça à democracia não está em frases de WhatsApp ou em manifestações populares. Está no alto da cadeia de poder, onde os que gritam por ‘tolerância’ e ‘combate às fake news’ são os mesmos que, na prática, incitam o ódio, mentem descaradamente e permanecem blindados por um sistema que escolheu lado”, finalizou.

Política Livre

Capitão Alden protocola moção de repúdio contra Jerônimo após fala sobre bolsonaristas: ‘Ódio do bem’

O deputado federal Capitão Alden (PL-BA) protocolou, nesta segunda-feira (5), uma moção de repúdio na Câmara dos Deputados contra o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). Na última sexta (2), o chefe do Executivo baiano sugeriu, em discurso durante uma agenda no município de João Dourado, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus eleitores fossem levados “para a vala”.

Alden, que é vice-líder da bancada de oposição na Câmara, classificou o pronunciamento como” discurso de ódio” e não poupou críticas ao governador baiano. “Essa é a galera do amor, que prega o ‘ódio do bem’. Jerônimo Rodrigues durante pronunciamento em América Dourada, fez discurso de ódio contra bolsonaristas. Chegando a dizer que tinham que ‘mandar pra vala com enchedeira os eleitores de Bolsonaro’”, disse Alden.

“Essa fala já seria condenável se fosse dito por algum militonto do Lula, mas pior ainda quando dito por um governador. A Bahia está banhada em sangue por conta de sua incompetência e ainda fica pregando o ódio e a violência”, completou o parlamentar baiano.

PF apreende cerca de 6.8 toneladas de maconha e prende uma pessoa em Santa Catarina

Florianópolis/SC. Na noite de sexta-feira (2/5), a Polícia Federal apreendeu um caminhão bitrem carregado de maconha na BR-101, próximo ao pedágio de Porto Belo/SC. O motorista foi preso em flagrante e conduzido à Superintendência da PF em Florianópolis, onde foi autuado por tráfico de drogas.
Durante as diligências, a PF descobriu que o caminhão havia saído de Ponta Porã/MS, na fronteira com o Paraguai, e estava trafegando em direção à grande Florianópolis/SC. Ao ser interceptado, os policiais encontraram cerca de 6.866,79kg da droga escondida em meio a uma carga de soja.

As investigações continuarão para identificar outros possíveis envolvidos no crime. Esta foi a maior apreensão de maconha realizada pela Polícia Federal este ano no estado de Santa Catarina.
Comunicação Social da Polícia Federal em Santa Catarina    

FICCO/Ilhéus apreende 22kg de maconha no sul da Bahia

Ação conjunta no sul da Bahia flagra suspeitos que abandonaram entorpecente e fugiram da abordagem policial na BR-101
lhéus/BA. Na última quinta-feira (1/5), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Ilhéus - FICCO/Ilhéus apreendeu grande quantidade de drogas, nas proximidades de um viaduto da BR-101, na operação Garra de Arquimedes, em Itabuna/BA.

Durante a ação, ocupantes de um veículo suspeito arremessaram um pacote pela janela, momento em que empreenderam fuga da abordagem. No saco dispensado foram encontrados 22 quilos de maconha.

Todo o material foi apresentado na Delegacia de Polícia Civil em Itabuna para adoção das medidas cabíveis.

A FICCO/Ilhéus é composta pela Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia.

Comunicação Social da Polícia Federal na Bahia

Justiça e Segurança
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Embaixada confirma visita ao Brasil de coordenador de sanções do governo Trump para discutir segurança

A embaixada dos Estados Unidos no Brasil confirmou a ida de uma comitiva americana do Departamento de Estado, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, a Brasília nesta semana para discutir temas ligados à segurança pública e crime organizado.

Segundo a assessoria da embaixada, a delegação será chefiada por David Gamble, chefe interino da Coordenações de Sanções do órgão. “Ele participará de uma série de reuniões bilaterais sobre organizações criminosas transnacionais e discutirá os programas de sanções dos EUA voltados ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas”, disse em nota.

A previsão é que ele desembarque na capital federal nesta segunda (3). A visita de Gamble foi alardeada pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na sexta-feira (2). O parlamentar disse que o americano terá encontros com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e com o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A vinda reforçaria, na avaliação do deputado licenciado, que os EUA consideram sancionar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), como ele tem pedido. À Folha Eduardo disse que os integrantes do governo “querem ouvir as pessoas perseguidas pelo Moraes”.

“Por óbvio, como ele é o especialista do Departamento de Estado para fins de sanções, ele vai tratar disso. E me abriu as portas para eu sugerir reuniões com autoridades. E assim eu fiz”, disse.

A nota da embaixada brasileira, porém, não trata dessa possibilidade. Como mostrou a Folha, um auxiliar de Lula disse que o governo brasileiro estava ciente da previsão da visita de uma comitiva americana com o objetivo de ter reuniões em nível técnico sobre segurança pública com integrantes da Esplanada.

Não houve comunicação ao governo, porém, sobre a perspectiva de visita a adversários de Lula.

Ainda assim, até este domingo (4), segundo pessoas próximas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), havia a perspectiva de encontro. Segundo Eduardo Bolsonaro, a segurança pública também será tema das conversas com o irmão.

Ele afirmou que, em reuniões com integrantes do governo Trump na semana passada, sugeriu, a pedido de Flávio, que os EUA declarem o PCC e o Comando Vermelho como organizações terroristas, a exemplo do que o presidente americano fez com o Tren de Aragua, facção venezuelana. Isso permitiria até que imigrantes brasileiros presos no país ligados a essas organizações pudessem ser enviados para a prisão em El Salvador.

Eduardo se licenciou do mandato, em março, alegando temer ter seu passaporte cancelado por Moraes. Desde então, ele mora no Texas e tem mantido a articulação para tentar sanções a Moraes, como o impedimento de que o magistrado entre nos EUA.

Os bolsonaristas têm contado com o apoio de Steve Bannon, que foi estrategista chefe de Trump —hoje ele está afastado do presidente americano, mas que mantém contatos no governo—, e de Jason Miller, ex-conselheiro sênior do republicano.

Aliados de Bolsonaro veem dois caminhos para punir o magistrado do STF. Uma delas é o cancelamento do visto de Moraes pelo Departamento de Estado, que já sancionou algumas autoridades estrangeiras, entre elas a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner.

A outra é conseguir uma sanção mais extrema e focada apenas em Moraes pela Casa Branca. Haveria um rascunho de decreto impondo ao ministro do STF punições como as aplicadas ao procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, em retaliação pelo mandado de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.

Khan não pode entrar nos EUA e recebeu uma sanção da Ofac, Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, que pertence ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. Com isso, ele teve eventuais bens nos EUA bloqueados e ficou impedido de fazer transações com instituições americanas. O decreto de Trump determinando a sanção foi emitido em fevereiro.

Julia Chaib, Folhapress

Ministério do Trabalho quintuplica verba e contrata ONGs ligadas a sindicatos e entidade investigada


O Ministério do Trabalho quintuplicou no ano passado o valor de convênios com ONGs, tendo como uma das campeãs organização ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, de onde o atual ministro, Luiz Marinho (PT), emergiu para a política.

As outras duas com mais direcionamento de verbas estão hoje sob suspeita.

O dinheiro total contratado saltou de R$ 25 milhões em 2023 (em valores nominais) para R$ 132 milhões no ano passado, sendo que a maior parte veio das emendas feitas por deputados e senadores ao Orçamento federal.

A terceira ONG com maior volume de contratos com o Ministério do Trabalho na atual gestão, iniciada em 2023, é a Unisol (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do Brasil), com R$ 17,6 milhões em parcerias.

De 2018 a 2023 —ou seja, no último ano da gestão de Michel Temer (MDB), durante todo o governo de Jair Bolsonaro (PL) e no primeiro ano de Lula 3— a ONG teve projetos em valores que nunca ultrapassaram R$ 4,2 milhões ao ano.

O Ministério do Trabalho foi temporariamente extinto no governo Bolsonaro, de 2019 a 2021. O Portal da Transparência mostra convênios relacionados à pasta no período, nos quais a reportagem se baseou.

A cifra atual foi alcançada graças a um contrato de R$ 15,8 milhões que prevê ajuda da Unisol na organização de catadores de lixo em Roraima e na retirada de resíduos sólidos da terra indígena yanomami, entre outros pontos.

Esse contrato é bancado com recursos do próprio governo federal destinados a combater a crise humanitária na terra indígena.

A Folha questionou a Unisol por email sobre como a entidade, sediada em São Bernardo do Campo (SP), executará o trabalho em Roraima. Não houve resposta até a conclusão desta reportagem.

A Unisol foi fundada em 2000 com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O atual presidente da entidade, Arildo Mota Lopes, era da diretoria do sindicato na gestão 2002-2005, sob a presidência do hoje ministro Marinho.

O Ministério do Trabalho afirma que o aumento nos convênios é parte de uma retomada de políticas, com investimentos em estudos sobre mercado de trabalho e outras áreas e que o contrato com a Unisol foi resultado de uma chamada pública chancelada por banca examinadora formada por especialistas.

A maioria dos recursos destinados ao terceiro setor, segundo o órgão, é vinculada a emendas impositivas –as que o governo é obrigado a pagar. “A definição das organizações aptas a receber tais recursos é realizada exclusivamente pelos parlamentares”, afirmou a pasta.

Dos R$ 76,3 milhões previstos nos dez maiores contratos do Ministério do Trabalho com entidades sem fins lucrativos, R$ 60,6 milhões vêm de emendas.

O grupo das dez entidades com maiores valores em contratos com o ministério tem quatro organizações ligadas de alguma forma ao movimento sindical.

A entidade com os maiores valores em convênios com o Ministério do Trabalho em 2023 é o Instituto de Políticas Públicas Brasil Digital. São R$ 36,1 milhões em dez contratos sustentados por emendas da bancada do Tocantins para serviços como qualificação profissional.

Quatro contratos foram investigados pela CGU (Controladoria-Geral da União). O relatório, de novembro passado, tornou-se parte da ação no STF (Supremo Tribunal Federal) que tem forçado mudanças nas regras sobre emendas parlamentares.

Segundo a CGU, haveria indícios de combinações de propostas. Além disso, parte dos compromissos firmados com o governo não teria sido cumprida. O documento afirma que as parcerias teriam causado prejuízo de ao menos R$ 1,6 milhão ao erário.

A reportagem procurou o Instituto de Políticas Públicas Brasil Digital por email, mas não houve resposta.

A CGU afirmou, no documento, que os mecanismos do ministério para monitorar os acordos com as ONGs foram incipientes.

O Ministério do Trabalho disse que, na época da contratação, a entidade apresentou os documentos necessários e que não havia “histórico de inadimplência”. Além disso, a pasta afirmou que os repasses ao instituto estão suspensos até nova manifestação da CGU.

A segunda ONG com maior volume de contratos com o Ministério do Trabalho é o Instituto Brasileiro De Cidadania e Ação Social, com R$ 25,9 milhões na atual gestão.

O instituto foi declarado inidôneo. O Ministério das Mulheres, que também tinha convênio com a entidade, colocou-a nessa categoria neste ano por falta de transparência a partir de avaliação da CGU também relacionada à ação sobre emendas no STF.

Com isso, a entidade não pode fechar contratos com o governo. Os pagamentos estão congelados enquanto a ONG não cumpre todos os requisitos, de acordo com o Ministério do Trabalho. Os acordos são sustentados por emendas da bancada de Roraima.

O ministério afirmou que os contratos foram assinados antes da punição e que, na época, foram comprovados todos os requisitos legais.

A Folha procurou a ONG por meio da página de contato e pelo telefone registrado no sistema do governo federal, mas não obteve resposta.

Caio Spechoto/Folhapress

Palestra sobre superação da violência doméstica e dependência emocional reúne 60 mulheres em igreja evangélica


Na noite do dia 3 de maio, às 19h, a 1ª Igreja Pentecostal Deus do Impossível foi palco de uma importante ação de conscientização e acolhimento voltada ao público feminino. O evento, promovido pelo projeto Mulheres Restauradas por Cristo, contou com uma palestra ministrada pela sargento PM Rita Barreto, coordenadora da Ronda Maria da Penha.
Com o tema “Liberdade a partir do relacionamento com Cristo: superando a violência doméstica e a dependência emocional”, a palestra abordou questões sensíveis enfrentadas por muitas mulheres, oferecendo orientação prática e espiritual para romper ciclos de abuso e reconstruir a autoestima a partir da fé cristã.

Aproximadamente 60 mulheres participaram do encontro, que também proporcionou um espaço de escuta, apoio mútuo e fortalecimento espiritual. O presbítero Deyvid Paiva, que também atua como policial militar, destacou que o projeto tem como objetivo fortalecer o elo entre a igreja e a comunidade, além de mostrar a importância do cuidado com o próximo.

Durante o evento, houve o sorteio de brindes oferecidos por comerciantes locais — um gesto que, segundo os organizadores, simboliza o estreitamento de laços entre igreja, comércio e comunidade, além de representar o reconhecimento e o apoio mútuo necessários para transformar realidades.
A iniciativa reforça o papel das igrejas e dos projetos sociais no combate à violência doméstica e no acolhimento de vítimas, promovendo ações concretas de empoderamento feminino com base na fé e no amor ao próximo.

 ACOM/55ªCIPM-PMBA, Uma força a serviço do cidadão

Base do governo prepara reação à suspensão de ação penal contra Ramagem


A base do governo já se prepara para contestar uma eventual aprovação do relatório do bolsonarista Alfredo Gaspar (União-AL) que livra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) de todos os crimes imputados na ação penal no STF (Supremo Tribunal Federal), em parecer que contraria a Constituição.

O relatório está na pauta da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara desta quarta-feira (7). Segundo integrantes do colegiado, a expectativa é de que o parecer seja aprovado.

Líder do PT na Câmara, o deputado Lindbergh Farias (RJ) qualifica o parecer de claramente inconstitucional e afirma que o partido vai contestar, se esse entendimento passar.

“A gente vai primeiro tentar convencer os deputados da loucura que é isso. Isso aqui é uma nova versão da anistia. Estão querendo trancar a ação penal do [ex-presidente Jair] Bolsonaro”, afirma. “Alguém vai provocar o Supremo, e o Supremo vai declarar inconstitucional. Então, é melhor a Câmara não entrar nessa aventura.”

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) endossa o entendimento de Lindbergh e afirma que o relatório é um desrespeito à própria CCJ ao propor a Ramagem uma imunidade absoluta. “Além disso, estende a imunidade que confere a Ramagem aos demais réus da ação, suspendendo a própria ação. Ou seja, uma intervenção no STF. A Câmara não tem poder para tomar essa decisão”, argumenta.

A parlamentar afirma ainda que os líderes partidários e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), adotaram “a melhor decisão para a democracia e para o país retirando da agenda a tal anistia”.

“Este relatório retoma o mesmo objetivo. Estão usando a defesa de Ramagem para livrar o núcleo central de planejamento do golpe. Podemos sensibilizar líderes e presidente para rejeitarem essa manobra”, diz.

Já o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) ressalta que a tentativa será infrutífera, pois o próprio Supremo já tem uma súmula que diz que a imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.

Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), a iniciativa do PL cria uma expectativa de suspensão da ação penal para travar o processo e beneficiar outros réus. “Isso não fica de pé. Servirá para sustentação de narrativas”, diz.

“O relator pode ignorar, a maioria pode aprovar, mas não pode ser reconhecida pela Justiça”, complementa. “É parecer para sustentar narrativa anti-STF. O julgamento está no STF e o Supremo não pode agir ilegalmente, como sugere esse parecer.”

Danielle Brant/Folhapress

Conclave mais longo durou quase 3 anos, e mais curto, algumas horas; veja duração média dos últimos 10


Fechado ao público e sujeito a articulações internas, o conclave pode variar muito em sua duração. O processo passou a ter formato parecido com o que ocorre hoje a partir do século 13, justamente após a escolha mais demorada da história da Igreja Católica.

Depois que Clemente 4º morreu, em novembro de 1268, os cardeais levaram 2 anos e 10 meses para eleger o sucessor, Gregório 10, supostamente devido a divisões entre cardeais italianos e franceses. O nome só saiu depois que eles foram trancados em uma sala sem teto e refeições à base de pão e água. Gregório 10 publicou, então, uma lista de regras determinando a eleição secreta e fechada, obrigando os votantes a saírem apenas com o eleito decidido.

Pelos registros do Vaticano, dois outros conclaves duraram dois anos ou mais. Um ocorreu de 1314 a 1316, em 27 meses, cuja demora também se atribui a um racha entre representantes da Itália e da França. O eleito foi o papa João 22. Cerca de cem anos depois, os cardeais levaram de 1415 a 1417 para eleger Martinho 5º, cuja ascensão encerrou o chamado Grande Cisma do Ocidente, quando se chegou a ter três papas simultaneamente, em decorrência de divisões dentro da Igreja.

Em contraste, o conclave de 1503 é até hoje o mais curto da história. De acordo com os registros da época, apenas algumas horas foram necessárias para a eleição do cardeal italiano Giuliano della Rovere, que se tornou papa Júlio 2º. Havia grande consenso em torno de seu nome antes da votação, que se deu praticamente por aclamação.

Não se espera que os 133 cardeais votantes do conclave marcado para esta quarta (7) tenham um candidato com tamanha unanimidade, mas a duração das eleições papais vem caindo. Nos últimos dez conclaves, o tempo médio até o ‘habemus papam’ foi de 3 dias.

Durante a votação, a maioria dos eleitores dormirá em um hotel atrás da Basílica de São Pedro, sem direito de se comunicar com o mundo externo —ou seja, sem TV, telefone ou internet. A lógica do isolamento vem do próprio nome conclave, oriunda do latim “cum clave” (com a chave), isto é, quando os cardeais são trancados em um recinto para tomarem a decisão.

Folhapress

Bolsonaro recebe alta e deixa hospital três semanas após cirurgia

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta do Hospital DF Star, em Brasília, neste domingo (4), onde estava internado havia três semanas. Ele se recupera de uma cirurgia abdominal a que precisou se submeter após passar mal em viagem ao Rio Grande do Norte.

Mais cedo, em uma rede social, ele afirmou que deixaria o hospital neste domingo.

“Depois de 3 semanas, alta prevista para hoje, domingo, às 10h. Obrigado meu Deus por mais esse milagre (12 horas de cirurgia). Obrigado Dr. Cláudio Birolini e equipe. Volto para casa renovado”, escreveu.

O ex-presidente também chamou apoiadores a participar de uma nova manifestação em Brasília a favor da anistia aos envolvidos nos ataques aos três Poderes de 8 de janeiro de 2023.

“Meu próximo desafio: acompanhar A Marcha Pacífica da Anistia Humanitária na próxima 4ª feira, de 07 de maio”, completou.

Bolsonaro deu entrada no hospital no dia 11 de abril, quando foi transferido de Natal para a capital federal.

A última nota publicada pela unidade hospitalar, deste sábado (3), informava que ele estava estável clinicamente, sem dor ou febre e com pressão arterial controlada.

“Seguiu com boa aceitação da dieta pastosa, mantendo a programação de progressão de dieta por via oral, com suspensão da nutrição parenteral (endovenosa) hoje”, segundo o boletim.

Bolsonaro havia deixado a UTI (unidade de terapia intensiva) na quarta (30), depois de apresentar “boa aceitação de dieta líquida” e melhora progressiva dos movimentos intestinais espontâneos.

Diariamente, o ex-presidente vinha publicando fotos e relatos de seu estado de saúde em suas redes sociais. Ele chegou a conceder entrevista e fazer live em seu perfil.

Durante a internação, Bolsonaro foi intimado por uma agente do STF (Supremo Tribunal Federal) na UTI, acerca do caso em que é acusado de envolvimento na trama golpista de 2022.

Cerca de 20 apoiadores se mobilizaram para aguardar a saída do ex-presidente em frente do hospital neste domingo.

Mariana Brasil, Folhapress

Entregas do Estado em Presidente Tancredo Neves destaca projetos para a educação e infraestrutura para o município

Ampliação de escola, água para comunidades rurais, equipamentos de saúde e segurança foram algumas das áreas contempladas nas entregas e anúncios para o município de Presidente Tancredo Neves, no Baixo Sul da Bahia, neste sábado (3). Entre as inaugurações realizadas durante visita do governador Jerônimo Rodrigues ao município, está a ampliação com modernização do Colégio Estadual de Tempo Integral Maria Xavier de Andrade Reis. A nova estrutura teve aporte de R$ 10,3 milhões, por meio da Secretaria de Educação da Bahia (SEC).

A obra incluiu a implantação de mais 16 salas de aula, teatro com 200 lugares, restaurante estudantil com 152 lugares, quadra coberta, salas multifuncionais, quadra poliesportiva coberta, vestiário e laboratórios. Os espaços vão atender às atividades do ensino regular, da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e do ensino profissionalizante. Ao todo, são 1.341 estudantes matriculados na escola. Um deles, Victor Gabriel Santos, vê no ensino integral uma grande oportunidade para os jovens de Presidente Tancredo Neves.
“Hoje temos um espaço maravilhoso, que é um bálsamo para toda a comunidade escolar, não só para os estudantes do Maria Xavier, mas para toda a juventude de Presidente Tancredo Neves. Agora não precisamos ir para fora para cursar o ensino integral, para realizar os nossos sonhos”, festejou o adolescente de 16 anos, que cursa o 2° ano do ensino médio. Na ocasião, o governador autorizou a SEC a realizar estudo de demanda para a construção de outro Colégio de Tempo Integral em Tancredo Neves.

Jerônimo Rodrigues destacou a parceria entre Estado, Município e União para reforçar projetos estruturantes para as macrorregiões da Bahia. “Essa união entre o Governo Federal, o Governo do Estado e as prefeituras é a responsabilidade, o compromisso com a população baiana. O prefeito reconhece a necessidade de uma nova via de acesso, comunica ao Estado, e pensamos formas de atender. Esse é um município que está se desenvolvendo e precisa de pavimentação asfáltica dentro da cidade. Hoje nós viabilizamos [a pavimentação].”, enfatizou o governador.

Infraestrutura

As ruas do Tabuleiro, da Igreja Imaculada e do largo da praça Imaculada Conceição também tiveram pavimentações entregues. Além das inaugurações, o governador autorizou novas obras de infraestrutura, como a elaboração de projeto de pavimentação do acesso ao entroncamento da BR-101, que conecta Ouro Preto à Gendiba.

A obra, executada pela Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), também teve processo licitatório aberto para a construção de uma ponte sobre o rio Caranguejo. Foram anunciadas licitações para a construção de outras pontes nas regiões da Roda d’Água, Gendiba e Umbaúba.

Segurança e Saúde
Na área da segurança pública, foi inaugurado o novo Pelotão da Polícia Militar de Presidente Tancredo Neves. Com investimento de R$ 1,5 milhão, através da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o equipamento vai ampliar as ações de policiamento ostensivo no município, integrando as ações com outras companhias da região e de Gandu.

“Esse pelotão garante a tranquilidade da população de Tancredo Neves. Vai dar conforto a nossa tropa, comodidade e, por consequência, mais compromisso para um melhor serviço prestado. Essa unidade vai integrar as demais companhias que estão na região com um objetivo maior: segurança pública efetiva e melhor serviço à sociedade”, disse o comandante-geral da PMBA, coronel Magalhães.

O equipamento de segurança agora tem espaços climatizados, sala de atendimento, de comando, sala de instruções, de meios e de planejamento operacional. Para o tenente André Luís Menezes, à frente do Pelotão, a nova estrutura dá melhores condições de trabalho e de atendimento no município.

“Essa nova unidade, 100% nova, tem todas as condições que a tropa precisa, com a sala de recepção, sala de instrução, acomodações bem feitas, um prédio bem construído e, aqui, onde vai ser o Centro Administrativo da Cidade. A população vai se beneficiar muito!”, comentou.

A saúde também foi contemplada com a entrega de equipamentos, kit de estabilização e mobiliários para o Hospital Maternidade Luís Eduardo Magalhães. Além de equipamentos odontológicos para Unidades Básicas de Saúde (UBS) e de uma van destinada ao Tratamento Fora de Domicílio (TFD) para a saúde municipal.

Água para Todos

Sistemas de abastecimento de água foram entregues em Serra do Sal, Serra do Sal II e na Batateira I, localizadas na zona rural de Presidente Tancredo Neves. Os investimentos somam R$ 700 mil, através da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS), por meio da Embasa, ampliando o acesso à água potável em regiões distantes da sede municipal. Mais de 800 habitantes serão atendidos.Na sede do município, a SIHS também foi autorizada a ampliar o Sistema Integrado de Abastecimento de Água, com duplicação da adutora, aumento da capacidade de tratamento e construção de mais uma captadora de água.

Agricultura familiar
A agenda incluiu ainda a entrega de 50 barracas de feira livre para agricultores familiares que comercializam produtos na Feira Agroecológica e de Economia Solidária de Presidente Tancredo Neves. Além da entrega de uma Unidade de Beneficiamento de Derivados da Mandioca para a localidade de Riacho do Meio. Ambas através da Companhia de Ação e Desenvolvimento Regional (CAR), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Regional.

Na unidade produtiva, os pequenos produtores terão acesso a liquidificador industrial, freezer horizontal, ralador elétrico de mandioca, forno industrial, fogão, desidratador, seladora a vácuo, energia solar e veículo utilitário.

O chefe do Executivo ainda assinou ordem de serviço para pavimentar o acesso urbano à BR-101, o entorno da praça Antônio Rocha, e as áreas do BR loteamento, da rua 13 de maio, do Sereno BR, da Buga BR, da praça Japão, do Pelotão, da avenida Brasil e do estádio, no âmbito do Programa Bahia em Movimento. Serão destinados R$ 3,2 milhões para a recuperação de ruas e avenidas.
Repórter: Milena Fahel/GOVBA

Gandu recebe pacote de ações do Governo do Estado nas áreas de infraestrutura, educação e abastecimento

O município de Gandu, no Baixo Sul da Bahia, recebeu neste domingo (4) um pacote de investimentos do Governo do Estado voltado ao desenvolvimento regional. As ações contemplam infraestrutura viária, educação, saúde e acesso à água potável. Na ocasião, o governador Jerônimo Rodrigues entregou a ampliação do Sistema de Abastecimento de Água de Gandu, em que foram investidos R$ 6,9 milhões, e dois Sistemas Simplificados: um nas localidades de Cedro I e II e outro nas comunidades de Barra I e Barra III, totalizando mais R$1,3 milhão de recursos.
Durante a visita, foi inaugurado ainda um novo Ponto do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), com investimento de R$ 905 mil, ampliando o acesso da população a serviços públicos. “Estamos trabalhando para levar melhorias concretas para a vida das pessoas em todas as regiões da Bahia”, afirmou o governador Jerônimo Rodrigues.
Na área da educação, o município recebeu uma quadra coberta com vestiário na Escola Municipal Manoel Timóteo, no distrito de Monte Alegre, com investimento de R$ 1,2 milhão, além de um novo ônibus escolar rural. Outra quadra com vestiário foi entregue para a Escola Municipal Elenice Santos, no povoado de Tararanga.
Também foram autorizadas elaborações de projetos para pavimentação da BA-120, entre o contorno de Gandu e a BR-101, que somam 5,61 quilômetros com aplicação de recursos na ordem de R$ 17,2 milhões; e para restauração da BA-250, entre Gandu e Piraí do Norte, com extensão total de 58 quilômetros e previsão de até R$ 70,4 milhões em investimentos.

Repórter: Tácio Santos/GOVBA

Nicarágua deixa a Unesco em protesto contra prêmio de liberdade de imprensa concedido a jornal

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) anunciou neste domingo, 4, a retirada da Nicarágua da agência especializada das Nações Unidas (ONU) por causa da concessão de um prêmio da organização que celebra a liberdade de imprensa a um jornal nicaraguense, o La Prensa.

A diretora geral da Unesco, Audrey Azoulay, anunciou que havia recebido uma carta na manhã de domingo do governo nicaraguense anunciando sua retirada devido à atribuição do Prêmio Mundial de Liberdade de Imprensa Unesco/Guillermo Cano.

“Lamento essa decisão, que privará o povo da Nicarágua dos benefícios da cooperação, especialmente nos campos da educação e da cultura. A Unesco está totalmente dentro de suas atribuições quando defende a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa em todo o mundo”, disse Azoulay em comunicado.

A Nicarágua era um dos 194 estados membros da organização. Os membros da Unesco criaram o prêmio de liberdade de imprensa em 1997, e o prêmio de 2025 foi atribuído no sábado ao La Prensa por recomendação de um júri internacional de profissionais da mídia.

Estadão Conteúdo

Supersalário de juiz equivale a todo o orçamento de política pública em cidades mais pobres do país

Em 2024, 11 juízes nos 50 municípios mais pobres do país receberam supersalários (acima do teto constitucional do funcionalismo), com vencimentos mensais que chegaram a R$ 111 mil. Em parte dessas cidades, o que o magistrado ganha em um ano equivale ao orçamento municipal inteiro para políticas públicas em áreas como saneamento e agricultura.

Na comarca de Icatu (MA), por exemplo, a juíza Nivana Pereira Guimarães recebeu oito vezes acima do teto (de R$ 44.008,52 até janeiro deste ano). O valor mais alto foi em dezembro, de R$ 107 mil. Ao longo do ano, ela obteve, ao todo, R$ 634 mil.

A cifra é superior ao gasto previsto com a Secretaria de Meio Ambiente, de R$ 424 mil, e para saneamento, de R$ 332 mil, segundo a Lei Orçamentária Anual de Icatu. A cidade está entre as 20 mais pobres do país, segundo dados do IBGE.

Em Alcântara (MA), o titular da comarca, Rodrigo Otávio Terças Santos, recebeu cinco vezes acima do teto, com vencimentos que chegaram a R$ 111 mil em um mês. Em 2024, a remuneração total do magistrado foi de R$ 585 mil, valor maior que o orçamento municipal para agricultura, de R$ 519 mil, e habitação, de R$ 151 mil.

Em nota, o juiz Rodrigo Terças diz não ter remuneração acima do teto e que os valores recebidos ao longo do ano passado são referentes às férias indenizadas. Ele afirma ainda que as verbas recebidas são legais e condizem com suas atribuições —além de juiz em Alcântara, Terças também é coordenador do sistema processual eletrônico no Tribunal do Maranhão, entre outras funções.

No Maranhão, ao menos nove juízes estaduais que atuam nas 50 cidades mais pobres ganharam supersalários em 2024. O estado concentra 34 dos 50 municípios com menor PIB per capita do país.

Já o Amazonas conta com duas cidades entre as 50 mais pobres. Em ambas, magistrados receberam acima do teto no ano passado.

Manoel Átila Araripe Autran Nunes, da comarca de Santa Isabel do Rio Negro (AM), chegou a ganhar R$ 69 mil em um mês. Ao todo, o magistrado recebeu quatro vezes acima do teto, com salário total de R$ 512 mil em 2024. Em Santa Isabel, a 47ª cidade mais pobre do país, o orçamento para assistência à mulher foi de R$ 112.627.

Um terço dos salários dos 11 magistrados contou com penduricalhos. Ao todo, os juízes receberam R$ 637 mil só em valores acima do teto. Os dados são oficiais e divulgados pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Os magistrados foram procurados por meio dos Tribunais de Justiça do Amazonas e do Maranhão, que não se manifestaram até a publicação deste texto. A Associação de Magistrados do Amazonas também não respondeu.

Em nota, a Amma (Associação dos Magistrados do Maranhão) afirma que as verbas acima do teto são apenas de natureza indenizatória e estão autorizadas pelo CNJ, em conformidade com os dispositivos legais e constitucionais aplicáveis.

Supersalários desequilibram o orçamento dos estados, o que pode interferir no investimento em políticas públicas e na redução das desigualdades, incluindo em regiões mais pobres, segundo especialistas.

O valor gasto com remunerações acima do teto poderia ser usado para incrementar os repasses dos estados aos municípios, que ainda são insuficientes para suprir necessidades em áreas essenciais, de acordo com Renata Vilhena, presidente do conselho do Instituto República.org, organização voltada à gestão de pessoas no setor público.

“O recurso que paga esses salários exorbitantes poderia melhorar déficits em saúde e educação, por exemplo. [O Estado] dá valores altos para uma pessoa, enquanto o repasse, se fosse feito além do que está previsto para o município, poderia cobrir carências na prestação de serviços públicos”, afirma.

O mesmo vale para o valor alocado para outras políticas públicas, como as do governo federal. Os R$ 11,1 bilhões gastos com supersalários em 2023 poderiam ser usados para beneficiar 1,36 milhão de lares por um ano no Bolsa Família, além de construir 4.582 unidades básicas de saúde e oferecer bolsas a 3,9 milhões de alunos do programa Pé-de-Meia. A estimativa é do Movimento Pessoas à Frente, grupo também defensor da melhoria do serviço público brasileiro.

Segundo o economista Nelson Marconi, da FGV, o magistrado deve ter um salário elevado, por ocupar uma posição de autoridade e, no caso das cidades mais pobres, ter de se deslocar até cidades do interior para exercer a função.

Isso, no entanto, não justifica os pagamentos acima do teto nem a classificação de todo o gasto do juiz como verba indenizatória. É o caso de benefícios como auxílio-creche e ressarcimento com gastos em plano de saúde.

“Uma pessoa nessa posição tem que realmente ganhar bem. Mas, quando há uma disparidade tão grande assim, não há lógica do ponto de vista remuneratório, nem algo que justifique”, afirma Marconi.

A remuneração acima do teto também prejudica a confiança do cidadão no serviço público, por tornar evidente a desigualdade entre a elite do funcionalismo e a população, de acordo com especialistas.

Em Bequimão (MA), por exemplo, os trabalhadores formais recebem, em média, 1,7 salário mínimo, segundo dados do IBGE. O PIB per capita é de R$ 6.480,26, entre os 15 menores do país.

Já Flor de Lys Ferreira Amaral, juíza da comarca da cidade, tem uma remuneração média de R$ 42,5 mil. No ano passado, ela recebeu três vezes acima do teto, com valores que chegaram a R$ 83.997,49 em um único mês.

“A comarca tem uma importância, mas deve estar dentro de uma razoabilidade orçamentária, que não pode quebrar a responsabilidade fiscal. Os valores auferidos por essa parcela pequena da população são absurdos diante da média nacional”, diz Tadeu Barros, diretor-presidente do CLP (Centro de Liderança Pública).

Luany Galdeano, Folhapress

Conselho Tutelar toma providência após reunião com pais do profeta Miguel

O adolescente Miguel Oliveira, conhecido nas redes sociais como “profeta Miguel”, foi suspenso das atividades públicas como pregador por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em 29 de abril, durante uma reunião com o Conselho Tutelar que contou com a presença dos pais do jovem e do pastor Marcinho Silva, líder espiritual que o acompanha.

Miguel vinha ganhando notoriedade no meio evangélico por meio de vídeos em que realizava pregações e declarações tidas como proféticas. No entanto, a divulgação de conteúdos em que afirma realizar curas espirituais de doenças como câncer, leucemia e pneumonia gerou forte repercussão nas redes sociais, incluindo críticas severas, ameaças e uma série de publicações humorísticas e ofensivas.

Em um dos vídeos que mais circularam, o adolescente aparece rasgando documentos que seriam laudos médicos, enquanto declara: “Eu rasgo o câncer, filtro o teu sangue e curo a leucemia”. As imagens, gravadas em um culto com reações emocionadas da congregação, provocaram reações divididas. Críticos acusaram o jovem de manipular a fé dos presentes e simular atos espirituais sem base teológica.

“O garoto já aprendeu cedo a explorar a fé do próximo”, comentou um internauta. A frase foi uma entre centenas de manifestações semelhantes, expressas em tom de reprovação.

Como resultado da reunião com o Conselho Tutelar, os responsáveis por Miguel foram orientados a restringir sua exposição pública. Entre as medidas estabelecidas estão o afastamento das redes sociais, a suspensão das pregações e a proibição de qualquer publicação relacionada a curas espirituais ou revelações proféticas. Segundo o órgão, essas providências têm como objetivo garantir o bem-estar emocional e o desenvolvimento educacional do jovem, que até então cursava os estudos apenas de forma remota.

Diante disso, Miguel deverá retornar imediatamente às aulas presenciais. De acordo com o pastor Marcinho Silva, o jovem reagiu com resistência à decisão, pois desejava continuar exercendo seu ministério. No entanto, o líder espiritual afirmou que a medida foi tomada com base em cuidados pastorais e familiares: “É algo importante para o amadurecimento dele e para sua proteção emocional e espiritual”, declarou.

No meio evangélico, o caso reacendeu discussões sobre a atuação de menores em ministérios públicos. Pastores e estudiosos da Bíblia apontaram preocupações quanto à falta de preparo doutrinário em algumas manifestações de Miguel, observando que seu estilo se aproxima de práticas comuns no meio neopentecostal, frequentemente realizadas sem orientação teológica sólida.

Especialistas também têm alertado para os riscos da superexposição digital de crianças e adolescentes envolvidos em atividades religiosas públicas. Em entrevista à página Assembleianos de Valor, fontes próximas ao caso reforçaram a importância de garantir acompanhamento pastoral responsável, formação bíblica apropriada e discernimento espiritual.
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Governo do Estado se mobiliza para prestar apoio a municípios baianos afetados pelas chuvas

Diante das fortes chuvas que atingem Salvador e diversos municípios do interior baiano, nos últimos dias, o Governo do Estado, por meio da Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), vem acompanhando e monitorando a situação das áreas afetadas. Órgãos e secretarias estaduais também seguem em alerta e prestando apoio à população destes municípios. A mobilização foi destacada pelo governador Jerônimo Rodrigues, em publicação nas redes sociais, na manhã deste sábado (3).

“Sigo acompanhando os efeitos das fortes chuvas que atingem o estado desde o feriado. As equipes da Defesa Civil estadual, Corpo de Bombeiros, Embasa e Secretaria da Saúde estão mobilizadas para atender às demandas, garantir assistência e minimizar os transtornos à população. Estamos em contato direto com as prefeituras e prestando todo o apoio necessário aos municípios afetados. Seguimos firmes, trabalhando pela vida dos baianos e baianas”, ressaltou Jerônimo.

De acordo com a Sudec, até às 16h deste sábado, foram registradas ocorrências relacionadas às chuvas nos municípios de Camacan (situação de emergência vigente desde 12/04), Canápolis , Pau Brasil, Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro, Nazaré, Camamu, Valença, Itapé, Buerarema, Santana, Amélia Rodrigues, Santo Amaro, São Sebastião do Passé , Jaguaribe, Cicero Dantas, Dias D’ Ávila, Lauro de Freitas, Simões Filho e Madre de Deus.

Na sexta-feira (2), o órgão enviou kits de ajuda humanitária (colchões, cobertores e higiene pessoal) ao município de Camacan. Já para Simões Filho e Camamu, foram enviadas lonas para cobertura de encostas. A equipe técnica da Sudec também segue em contato permanente com as prefeituras e está à disposição para envio de apoio técnico e humanitário, conforme as solicitações registradas oficialmente.

A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades) atua junto às prefeituras com apoio técnico, por meio do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e cofinanciamento de ações emergenciais, como aluguel provisório, acolhimento de famílias e distribuição de cestas básicas.

De acordo com a Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra), um rompimento de aterro no KM 48 da BA-001, próximo ao acesso a São Roque do Paraguaçu, entre Bom Despacho e Nazaré, foi registrado por conta das chuvas deste final de semana. A empresa responsável pela obra no trecho já foi acionada para realizar os reparos no local. O tráfego de veículos está normal.

Apoio a Santo Amaro

No município de Santo Amaro, atingido pela enchente do Rio Subaé, equipes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) e de outros órgãos estaduais estão em campo prestando assistência à população.
Durante este sábado (3), sob supervisão do comandante-geral do CBMBA, coronel Aloísio, os bombeiros militares atenderam cerca de 40 famílias na cidade, realizando orientações técnicas e monitoramento nos bairros Ideal, Bomfim, Rua da Viúva, Bairro Sacramento, rua H e Candolândia. A população foi orientada sobre a importância de acompanhar o nível das águas de rios, córregos e lagos e o momento seguro de deixar as residências.

Os militares ainda conversaram com os moradores sobre os locais mais seguros para se abrigarem em caso de necessidade, e sobre a importância de deixarem as residências e se abrigarem em local seguro, no caso de emergência. O objetivo principal da instituição é preservar a vida dos moradores e de animais domésticos.

Orientações

A orientação da Sudec é que as pessoas evitem e saiam de áreas de risco e procurem locais seguros para se abrigarem. É importante, também, que a população acompanhe os alertas das defesas civis municipais e os avisos meteorológicos. Em caso de emergência, o Corpo de Bombeiros deve ser acionado pelo telefone 193.

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