PF deflagra Operação Fantasos para reprimir golpes financeiros e lavagem de dinheiro

Rio de Janeiro/RJ. Na manhã desta quarta-feira (30/4) a Polícia Federal deflagrou a Operação Fantasos, com o objetivo de combater a prática de crimes financeiros e lavagem de dinheiro por meio de criptoativos.
Na ação de hoje, cerca de 50 policiais federais cumprem 11 mandados de busca e apreensão domiciliar nas cidades de Petrópolis/RJ e Angra dos Reis/RJ. Além das ordens judiciais em questão, a Justiça Federal também determinou o sequestro de bens e valores até o montante de R$ 1,6 bilhão. Foram apreendidos embarcações, ⁠veículos de luxo, ⁠relógios, ⁠joias, ⁠dinheiro em espécie, ⁠criptomoedas, computadores, celulares e documentos diversos.
O principal investigado foi apontado como articulador de um esquema fraudulento internacional do tipo Ponzi, por meio de uma empresa que arrecadou mais de US$ 295 milhões entre dezembro de 2016 e maio de 2018, lesando milhares de investidores ao redor do mundo.
As investigações contaram com o apoio das agências estadunidenses FBI (Federal Bureau of Investigation), HSI (Homeland Security Investigations) e IRS-CI (Internal Revenue Service Criminal Investigation). A ação de hoje visa a coleta de provas para reforçar a investigação, a identificação de outros envolvidos no esquema criminoso e a recuperação de bens e ativos adquiridos com o proveito dos crimes.
Comunicação Social da Polícia Federal no Rio de Janeiro

Polícia Civil deflagra Operação Skywalker contra o crime organizado na Bahia

Mandados são cumpridos em três estados e no Distrito Federal e bloqueio judicial ultrapassa R$ 84 milhões.
A Polícia Civil da Bahia deflagrou, nas primeiras horas desta quarta-feira (30), a Operação Skywalker, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida no comércio ilegal de armas e munições, além do tráfico de drogas, com atuação central na região de Feira de Santana. A ação é coordenada pela Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (RENORCRIM) e conduzida pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD).

Estão sendo cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão, além do sequestro de bens móveis e imóveis e do bloqueio judicial de valores que ultrapassam R$ 84 milhões. Deste total, R$ 34 milhões estão em nome das pessoas físicas investigadas, enquanto R$ 50 milhões são vinculados a empresas de fachada utilizadas pelo grupo criminoso para lavar dinheiro.

A operação conta com o apoio de todos os departamentos operativos da Polícia Civil da Bahia, por meio da atuação de 200 policiais civis, além do Draco/DF, Draco/MS, Delegacia Regional de Corumbá/MS, Força integrada de Combate ao Crime Organizado( FICCO/BA,RN), FORCE, e do Exército Brasileiro, evidenciando a integração das forças de segurança pública no enfrentamento ao crime organizado.

Texto: Ascom PC

Ibirataia: Prefeito Sandro Futuca anuncia programação antecipada do São João 2025


O prefeito Sandro Futuca surpreendeu a população de Ibirataia ao divulgar, com mais de um mês de antecedência, a programação oficial do São João 2025. A iniciativa visa fortalecer o turismo, movimentar a economia local e garantir que moradores e visitantes possam se planejar para curtir a festa com tranquilidade.

Estão confirmados Natanzinho, Raí Saia Rodada, Cacau com Leite, Caviar com Rapadura, Neto Leite, Targino Gondim, Clessinha e Aldemário Coelho, além de outras atrações. O esquenta acontece nos dias 7 e 14 de junho, enquanto a festa principal será de 20 a 24 de junho, com programação cultural organizada pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo para destacar as tradições juninas.

O evento celebrará a cultura nordestina com forró pé de serra, quadrilhas e comidas típicas, atraindo visitantes de toda a Bahia e outros estados. “Nosso objetivo é promover a cultura local e trazer alegria ao público”, afirmou Futuca. O São João de Ibirataia reforça sua posição como polo cultural, sendo uma das festas mais tradicionais da região.

A grande abertura acontece em 07 de junho, com o consagrado Adelmário Coelho, um dos ícones do forró pé de serra, conhecido por embalar multidões com canções que exaltam o sertão e a cultura nordestina.

Já em 14 de junho, é a vez de Klessinha subir ao palco, trazendo sua alegria contagiante e conquistando o público com uma performance cheia de energia e carisma.

PROGRAMAÇÃO DE SÃO JOÃO – 2025

📅 20 de junho (sexta-feira):
* Cacau com Leite
• Vanoly Cigano
• Caviar com Rapadura

📅 21 de junho (sábado):
* Raí Saia Rodada
• Cícero Dantas
• Cangaia de Jegue

📅 22 de junho (domingo):
* Trio da Huanna
• Targino Gondim
• Lordão

📅 23 de junho (segunda):
* Felipe Araújo
• Filomena Bagaceira
• Neto Leite (ex-Mastruz com Leite)

📅 24 de junho (terça-feira):
* Natanzinho Lima
Fonte: Ascom/Prefeitura de Ibirataia

'Nossa era dourada está só começando', diz Trump no discurso de 100 dias de governo

O presidente americano, Donald Trump, encerrou seu discurso de 100 dias de governo em Warren, no Michigan, na terça-feira (30), com o mesmo tom provocador e populista que marcou sua campanha e retorno à Casa Branca. Do lado de fora da Macomb Community College, manifestantes protestavam contra seu governo, enquanto no interior o líder republicano era ovacionado por apoiadores ao som de God Bless The USA.

No comício, Trump revisitou os principais temas que o consagraram politicamente: críticas ao Judiciário, ataques aos antecessores, promessas sobre imigração e economia, e até mesmo insinuações sobre a eleição de 2020, que ele segue alegando — sem provas — ter sido fraudada. Em um discurso errático, mas muito característico do líder republicano, sobrou espaço até para comentários sobre “ovos” e "tamanho de plateias". A fala, embora pensada como uma celebração dos 100 primeiros dias de seu segundo mandato, serviu mais como um retrato fiel dos quatro anos que se desenham — e da retórica que continua a moldar sua presidência.

A marca de 100 dias é amplamente vista como o primeiro grande termômetro de qualquer administração. Nos Estados Unidos, a tradição começou com Franklin Roosevelt, que em 1933, nos primeiros meses de seu mandato, aprovou dezenas de leis e decretos para enfrentar a crise econômica e dar início ao New Deal. Desde então, o período passou a ser visto como uma oportunidade de avaliar as façanhas — ou os tropeços — iniciais de cada presidente. No caso de Trump, serviu mais como um retrato fiel dos quatro anos que se desenham — e da retórica que continua a moldar sua presidência.

Pior desaprovação desde 1945Trump enfrenta a pior avaliação dos 100 primeiros dias de governo nos últimos 80 anos. Segundo pesquisa da ABC News em parceria com o jornal The Washington Post e o instituto Ipsos, divulgada no domingo (27), apenas 39% dos americanos aprovam sua gestão, enquanto 55% a desaprovam. Além disso, 64% acreditam que o presidente americano está indo longe demais em sua tentativa de expandir seus poderes.

O principal foco das críticas recai sobre a condução da economia, marcada por tarifas comerciais agressivas e tensões com a China. O estilo autoritário do republicano também pesa negativamente. A média das últimas pesquisas nacionais, incluindo levantamentos do canal Fox News e da NPR/PBS, confirma a tendência: Trump tem hoje entre 42% e 44% de aprovação — índices inferiores aos de Joe Biden, Barack Obama e George W. Bush nos 100 primeiros dias de seus governos. A única comparação possível, até agora, é com ele mesmo, no primeiro mandato, entre 2017 e 2021.

Recorde de decretos e guerra comercial Trump assinou 142 decretos desde o início do seu segundo mandato, em 20 de janeiro — um recorde absoluto para os primeiros 100 dias de governo. Só na primeira semana, foram 37 ordens executivas, superando o ritmo de qualquer outro presidente mericano.

Segundo a plataforma American Presidency Project, os decretos de Trump se concentram principalmente em cinco áreas: redução do tamanho do governo federal, política externa e defesa, imigração e segurança nas fronteiras, energia e recursos naturais, além de tarifas comerciais. Algumas medidas, como a que congela ajuda externa e a que proíbe pessoas trans de servirem nas Forças Armadas, estão temporariamente suspensas por decisões judiciais. A Suprema Corte, inclusive, deve julgar em maio a legalidade da ordem executiva que quer revogar o direito à cidadania por nascimento.

Em termos de política internacional, Trump voltou com força total. Um dos principais marcos dos primeiros 100 dias de seu segundo mandato é a intensificação da guerra comercial com a China — agora com tarifas de até 145% sobre produtos chineses. Segundo Trump, o objetivo é “acabar com o maior roubo de empregos da história mundial”.

Além disso, o governo impôs tarifas-base de 10% sobre todos os bens importados, além de alíquotas de 25% sobre aço, alumínio, automóveis e peças. Apesar da tensão com Pequim, Trump afirmou que acredita em um acordo futuro, desde que seja "justo". Enquanto isso, executivos do setor automotivo foram poupados de parte dos impactos com novas ordens executivas assinadas nesta terça-feira. “Eles vão ganhar muito dinheiro, vão gerar muitos empregos”, declarou Trump em seu discurso no Michigan.

Imigração tem menor rejeição no governo TrumpApesar da baixa aprovação geral em seus primeiros 100 dias, a política migratória de Trump se destaca como um dos pontos menos criticados. De acordo com a Casa Branca, desde que assumiu, o atual governo prendeu mais de 150 mil imigrantes ilegais e deportou mais de 139 mil. Nas pesquisas de opinião, sua gestão da imigração apresenta índices de aprovação consideravelmente mais altos. O presidente tem 49% de apoio às medidas para a segurança de fronteiras, segundo a NBC News, e 53% de aprovação na gestão da fronteira sul com o México, segundo a CNBC.

Durante o comício de terça-feira, Trump comemorou o que chamou de "recorde histórico" na queda das entradas ilegais pela fronteira sul dos Estados Unidos, com um número recorde de apenas 7.180 travessias em março. Ele reafirmou que o combate a "invasores" é seu dever como comandante do país e prometeu continuar com deportações em massa, apesar das críticas e bloqueios judiciais.

Um Departamento de Eficiência pouco eficienteO Departamento de Eficiência Governamental (Doge), criado por Trump e liderado por Elon Musk, tem como objetivo cortar gastos excessivos e enxugar a máquina pública. Em seus primeiros 100 dias, o organismo viu 75 mil funcionários federais aderirem a um programa de demissão voluntária. No entanto, o impacto real é incerto, já que as exoneraões foram desorganizadas e alguns funcionários foram reintegrados judicialmente.

A Casa Branca alega que o Doge já desmantelou agências federais e obteve acesso a dados sensíveis, mas não há evidências de que essas mudanças tenham gerado economia significativa. Críticos argumentam que o programa é precipitado e pode prejudicar a administração pública, enquanto a equipe de Trump defende a ideia de "menos burocracia, mais eficiência".

Prisão de juízes e cortes na educaçãoRecentemente, o presidente americano ignorou uma determinação unânime da Suprema Corte dos Estados Unidos para o retorno do imigrante Kilmar Abrego Garcia, deportado indevidamente para El Salvador. A decisão de Trump gerou críticas. O episódio também se reflete em ações mais drásticas contra a Justiça. O FBI prendeu a juíza Hannah Dugan, de Wisconsin, acusada de obstruir uma operação de deportação. Ela teria tentado ajudar um indivíduo sem documentos a evitar a prisão.

Trump, por sua vez, não esconde seu descontentamento com juízes que bloqueiam suas políticas. Em diversas ocasiões, ele chamou os magistrados de “lunáticos da esquerda radical” e chegou a pedir o impeachment de alguns deles. Críticos afirmam que Trump está desrespeitando a Constituição americana para alcançar seus objetivos de deportação.

No setor da Educação, Trump desmantelou o Departamento e entrou em confronto com algumas das universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos. Em um embate com a Universidade de Harvard, Trump cortou fundos federais e benefícios fiscais após a instituição se recusar a aceitar intervenções do governo.

Segundo a pesquisa da ABC News/Washington Post/Ipsos, a população americana se posicionou amplamente ao lado da universidade. Segundo a sondagem, 66% apoiam a instituição e apenas 32% concordam com a atitude do presidente.

Anistia a milhares de participantes de ataque ao Capitólio Outra de suas polêmicas medidas foi o decreto para perdoar todos os condenados por crimes relacionados à invasão e ao ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. A ordem executiva, assinada nas suas primeiras 24 horas de seu segundo mandato beneficiou cerca de 1.500 réus, muitos com registros criminais anteriores.

Além disso, ele atenuou as sentenças de 14 indivíduos ligados aos grupos extremistas Oath Keepers e Proud Boys, envolvidos no planejamento do ataque que contestou a eleição do presidente Joe Biden.Por Luciana Rosa/G1

‘Careca do INSS’ recebeu R$ 53,5 mi de entidades e atuou para liberar descontos, diz PF

Apontado em investigação como “epicentro da corrupção ativa” e lobista profundamente envolvido no “esquema de descontos ilegais de aposentadorias”, Antônio Carlos Camilo Antunes recebeu R$ 53,58 milhões de entidades associativas e de intermediárias, de acordo com a investigação da Polícia Federal.

De acordo com relatório de investigadores, o pagamento ocorreu por meio de empresas de Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Ele ainda teria repassado R$ 9,32 milhões a servidores e empresas ligadas à cúpula do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O empresário foi um dos alvos da operação Sem Desconto, deflagrada na última quarta-feira (23) para combater descontos irregulares nos benefícios de beneficiários.

A investigação afirma que Antunes usava empresas “para prestar serviços de consultoria a entidades que cobram mensalidades associativas dos aposentados”.

Segundo a investigação, o empresário fez pagamentos diretos e indiretos para Virgílio Filho, ex-procurador-geral do INSS, além de André Fidelis e Alexandre Guimarães, ambos ex-diretores do instituto.

A Folha não conseguiu localizar as defesas dos ex-servidores do INSS. Ao jornal O Globo, Alexandre Guimarães afirmou que o dinheiro recebido se refere ao trabalho como consultor e disse ter notas fiscais para comprovar. A defesa de André Fidélis disse que não iria se manifestar por não ter tido acesso aos autos do processo e reafirmou o compromisso com o esclarecimento integral dos fatos.

Antunes atuaria como lobista, representando empresas dentro do instituto. A investigação mostra procuração de 2022 da Ambec (Associação de Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos), uma das associações investigadas, para que ele discutisse um aditivo contratual no acordo da entidade com o INSS.

A defesa do “Careca do INSS” disse que as suspeitas “não correspondem à realidade dos fatos”. “Ao longo do processo, a inocência de Antonio será devidamente comprovada”, afirmam os advogados Alberto Moreira e Flávio Schegerin.

Uma das empresas de Antunes, a Prospect Consultoria, recebeu R$ 11 milhões da Ambec. E ainda teria feito transações com pelo menos outras cinco entidades ligadas ao caso.

A Ambec afirma que “não pratica atividade ostensiva de captação, prospecção e afiliação de seus associados, sendo tais atividades praticadas por empresas privadas diversas, de forma que, se qualquer fraude ocorreu, a associação é tão vítima quanto seus associados”.

Dentro da investigação, a PF também destaca que Antunes e sua esposa “transmitiram sucessivamente um mesmo imóvel, em período inferior a seis meses”, movimentando o valor de R$ 353 milhões.

O documento da PF não especifica em que período foram realizadas as transações de Antunes, mas há menções a relatórios de inteligência financeira com dados de 2022 a 2024.

Segundo a PF, a esposa de Virgílio Filho recebeu R$ 7,54 milhões do “Careca do INSS”, em transações feitas por empresas. A investigação ainda cita a transferência de um Porsche Taycan de Antunes para a mulher do ex-procurador do INSS.

Virgílio Filho participava de discussões sobre a liberação de descontos em massa de benefícios do INSS, ainda de acordo com a investigação.

O “Careca do INSS” também teria feito pagamentos de R$ 1,46 milhão ao escritório de advocacia do filho de André Fidelis, que foi diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS até julho de 2024. O pagamento foi feito “possivelmente a título de vantagem indevida por ato de ofício”, segundo representação apresentada à Justiça.

A investigação ainda encontrou pagamentos de R$ 313,2 mil feitos por Antunes para uma empresa de Alexandre Guimarães, que foi diretor de Governança, Planejamento e Inovação do INSS até abril de 2023. A empresa do ex-diretor ainda usaria o email da Prospect no seu cadastro na Receita Federal.

A PF também listou 11 carros de luxo, incluindo o Porsche que foi transferido para a esposa de Virgílio, que passaram pelas mãos de Antunes no período analisado pelo relatório. “Chama atenção a quantidade e os valores dos veículos”, afirma a representação.

No mesmo processo relacionado à operação Sem Desconto, o MPF (Ministério Público Federal) afirmou que “emergem sérios indícios” de que “associações realizaram (e continuam promovendo) descontos associativos indevidos de milhares de aposentados e pensionistas do INSS, auferindo, assim, enriquecimento ilícito, possível ocultação de patrimônio e de movimentações financeiras, crimes de corrupção, violação de sigilo funcional e organização criminosa.”

Após a operação, Alessandro Stefanutto deixou o comando do INSS. Em nota, sua defesa disse que “reafirma a sua inocência e declara que no curso da investigação será comprovada a manifesta ausência de qualquer participação nos ilícitos investigados”.

A PF estima que apreendeu cerca de R$ 41 milhões em bens e dinheiro na operação Sem Desconto. De acordo com o órgão, a lista inclui 61 veículos terrestres, avaliados em cerca de R$ 34,5 milhões, e 141 joias ou semijoias, estimadas em R$ 727 mil.

Mateus Vargas/Folhapress

Entidades investigadas por desconto indevido no INSS tinham sedes vazias e falta de infraestrutura, diz CGU

As sedes de algumas das entidades investigadas por descontos indevidos da folha de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) eram pequenas e sem infraestrutura para atender uma grande quantidade de associados espalhados pelo Brasil, de acordo com um relatório da CGU (Controladoria-Geral da União).

Na quarta-feira (23), a Polícia Federal e a CGU realizaram uma operação para combater um esquema nacional de descontos não autorizados feitos por associações em aposentadorias e pensões. De acordo com as investigações, as entidades descontaram o valor estimado de R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024.

A apuração se concentra em entidades de classe, como associações e sindicatos que formalizaram Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS, que permitiam que descontos de mensalidades associativas sejam feitos diretamente na folha de pagamento dos beneficiários do INSS, desde que autorizados pelos aposentados e pensionistas.

Uma auditoria feita pela CGU em 29 destas entidades identificou que muitas não tinham estrutura operacional para prestar os serviços que ofereciam aos beneficiários, como descontos em academias, convênios com planos de saúde e auxílio funerário.

Como parte das investigações, exatamente um ano antes da operação, no dia 24 de abril de 2024, representantes da CGU visitaram oito sedes dessas entidades em cinco cidades (duas em São Paulo, duas em Brasília, duas em Fortaleza, uma em Belo Horizonte e uma em Aracaju).

De acordo com um relatório da controladoria, naquele dia verificou-se que alguns escritórios tinham infraestrutura grande (ainda que, afirma-se no texto, insuficiente para atender aposentados espalhados por todo o Brasil) e outros eram inadequados: um era em um imóvel pequeno e sem móveis, outro ficava em uma residência improvisada e dois funcionavam em salas pequenas.

Entre esses últimos está a CBPA, em Brasília, que, segundo a CGU, tinha como sede “uma sala simples que só possuía uma secretária para atendimento no momento da visita”. Em outro trecho, repete-se que o local era “uma pequena sala comercial”. A entidade não tinha infraestrutura para localização, para captação, para cadastramento e “muito menos” para fornecer serviços, dada quantidade de associados, diz o texto (eram mais de 360 mil associados, espalhados por 3.677 cidades).

A Ambec, em São Paulo, tinha uma única pessoa trabalhando presencialmente no dia da visita da CGU, um auxiliar administrativo.

No relatório, afirma-se que a Ambec dizia não atender os associados presencialmente, mas apenas por SAC, e que os serviços oferecidos, como corretora de seguros e atendimento odontológico, eram todos terceirizados.

Mesmo assim, conclui-se, não havia estrutura física para captar e atender os associados (mais de 506 mil, em quase todos os municípios brasileiros).

A AAPPS Universo, em Aracaju, ficava em um imóvel alugado “de médio porte e com pouco mobiliário”.

A Unaspub, em Belo Horizonte, era “em um imóvel que aparenta ter uma estrutura de casa”.

A CGU também visitou sedes de entidades em prédios que aparentavam ser adequados. Foram os casos da AAPB e AAPEN, ambas em Fortaleza, e a Conafer, em Brasília. No texto, afirma-se que elas tinham condições de atender um grande número de pessoas, mas apenas localmente, mas que os associados estavam espalhados pelo Brasil.

O Sindinapi, em São Paulo, também foi visitado nesse dia, e, segundo a CGU, a sede funciona em um prédio de seis andares e foi apresentada uma lista de 57 subsedes espalhadas pelo país (a assessoria de imprensa da entidade afirmou à Folha que são 80, e não 57).

Ambec, CBPA, AAPPS UNIVERSO, Unaspub, AAPB, Conafer, AAPEN foram procuradas e não responderam a reportagem.

Felipe Gutierrez/Folhapress

Hugo Motta adotou conduta atípica em sessões de cassação de Glauber

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), adotou atitude atípica nos dias que foram cruciais para o avanço do processo de cassação contra o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).

Desde que Motta assumiu o cargo, em fevereiro, os dias de votação do caso no Conselho de Ética, em 9 de abril, e na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), nesta terça-feira (29), foram aqueles em que a Mesa Diretora da Câmara abriu mais tarde a ordem do dia do plenário principal —o que poderia interromper as duas votações.

Em 3 de fevereiro, dois dias depois de ser eleito, Motta prometeu começar a ordem do dia às 16h. Ao longo de fevereiro, cumpriu a promessa nas sessões de terça-feira e quarta-feira, que começaram entre 16h e 17h —as de quinta-feira, quando os deputados voltam para a base, tiveram início entre 10h e 12h.

Em março, esse cenário se manteve estável, assim como no início de abril. No dia 9, no entanto, Motta abriu a ordem do dia às 19h, mais de cinco horas depois do horário marcado, 13h55. Isso permitiu que o Conselho de Ética aprovasse o parecer pela cassação do mandato de Glauber, em sessão que se estendeu até 18h30.

Nesta terça, a CCJ rejeitou o recurso de Glauber às 18h16. Motta começou a ordem do dia 18h48 —estava marcada novamente para 13h55.

No ano, a sessão que começou mais tarde foi a da última segunda-feira (28), que teve início às 20h04, mas que estava marcada para 18h.

Motta é aliado do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), a quem Glauber acusa de estar por trás da articulação de sua cassação.

O presidente da Câmara, no entanto, negociou com Glauber para que ele encerrasse a greve de fome que iniciou após a votação no Conselho de Ética. Motta concordou em suspender o processo contra o psolista por 60 dias.

“Mais uma vez, a ordem do dia começa bem mais tarde do que o normal para que o processo de cassação do deputado Glauber ande de forma mais célere”, criticou a líder do PSOL na Câmara, Talíria Petrone (RJ). “Reforçamos a gravidade da decisão ratificada pela CCJ, que fere o princípio da proporcionalidade e a dosimetria, além de vários artigos do Código de Ética.”

Procurado, o presidente da Câmara não quis comentar.

Veja os horários de início da ordem do dia na Câmara desde o começo do ano

4.fev – 16h04
5.fev – 16h16
6.fev – 10h36
11.fev -16h08
12.fev – 16h12
13.fev – 11h44
18.fev – 16h56
19.fev – 16h08
20.fev – 10h32
25.fev – 16h20
26.fev – 16h16
27.fev – 10h32
11.mar – 16h12
12.mar – 16h40
18.mar – 17h12
19.mar – não teve ordem do dia
20.mar – 11h28
25.mar – 16h28
26.mar – não teve ordem do dia
27.mar – 11h32
1.abr – 16h32
2.abr – 16h44 – pedido de vista da representação contra Glauber no Conselho de Ética
3.abr – não teve ordem do dia
8.abr – 17h04
9.abr – 19h – Conselho de Ética aprova cassação de Glauber
10.abr – 11h16
14.abr – 18h16
15.abr – 17h08
16.abr – 10h20
22.abr – 17h36
23.abr – 16h52
24.abr – não teve ordem do dia
28.abr – 20h04 – sessão marcada para 18h
29.abr – 18h48 – CCJ rejeita recurso de Glauber

Danielle Brant/Folhapress

Contas de seis prefeituras são aprovadas pelo TCM

Os conselheiros do Tribunal de Contas dos Municípios recomendaram às câmaras de vereadores a aprovação com ressalvas das contas de mais seis prefeituras baianas. Deste total, cinco são relativas ao exercício de 2023 e uma ao de 2022.

Em relação ao ano de 2023, tiveram parecer pela aprovação com ressalvas das contas a Prefeitura de Barrocas, da responsabilidade de José Jailson Lima Ferreira; de Boa Nova, na gestão de Adonias da Rocha Pires de Almeida; de Ibiassucê, que teve como responsável Emanuel Fernando Alves Cardoso; de Itajú do Colônia, do prefeito de Djalma Orrico Duarte; e de Jussiape, da responsabilidade de Eder Jakes Souza Aguiar.

Também foram aprovadas com ressalvas, após pedido de vistas do conselheiro Mário Negromonte, as contas de 2022 da Prefeitura de Itaquara, na gestão de Marco Aurélio Wanderley Cruz Costa. Essas contas foram – inicialmente – rejeitadas pelo conselheiro Paulo Rangel, em razão da abertura de crédito adicional sem a indicação dos recursos correspondentes.

No entanto, considerando a baixa representatividade do saldo pendente de comprovação (R$90.962,26), que correspondeu a apenas 0,27% da execução orçamentária da Prefeitura, o conselheiro Mário Negromonte entendeu que, não havendo evidências de dolo e/ou má-fé, e com fundamento nos princípios da insignificância, da proporcionalidade e da razoabilidade, a irregularidade deveria ser incluída no rol de ressalvas, já que a rejeição se revela desproporcional.

A divergência foi acompanhada pelos demais conselheiros presentes à sessão, inclusive pelo conselheiro relator Paulo Rangel, que alterou seu voto diante da nova documentação e argumentação apresentadas.

Aprovados os votos, os relatores apresentam as Deliberações de Imputação de Débitos com multas de R$2 mil (Barrocas e Itajú do Colônia); R$2,5 mil (Boa Nova); e R$3 mil (Itaquara). Pela pouca relevância das ressalvas, os gestores de Ibiassucê e Jussiape não foram multados.

Cabe recurso das decisões.

PMBA apreende drogas em Itabuna durante operação


Na tarde de segunda-feira (28), guarnições do 15º BPM realizaram a apreensão de entorpecentes no bairro Zizo, em Itabuna, durante a Operação Garra de Arquimedes. A ação foi desencadeada após denúncia anônima informando que uma construção abandonada, situada na Rua Bela Vista, estaria sendo utilizada para esconder drogas.

Chegando ao local, os policiais realizaram uma varredura no imóvel abandonado, encontrando 16 kg de maconha, 1 kg de crack, 300 gramas de cocaína, duas balanças de precisão e uma faca.

Todo o material foi apresentado na delegacia para os procedimentos legais. A operação reforça o combate ao tráfico de drogas na região sul da Bahia.

Texto: Polícia Militar – DCS

INSS não deveria intermediar relações entre associações e pensionistas, diz Lupi em meio a investigação de fraude


O ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), afirmou nesta terça-feira (29) que o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não deveria intermediar as relações entre associações para aposentados e beneficiários do instituto.

“Resolveram colocar o INSS com mais esse trabalho. É mais cômodo [para as associações] o desconto em folha do que ter que ir atrás do aposentado todo mês”, disse o ministro em reunião da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados.

Lupi foi convidado para participar da sessão antes de PF (Polícia Federal) e CGU (Controladoria-Geral da União) deflagrarem a operação Sem Desconto, que mira os descontos indevidos em benefícios do INSS.

Ele manteve a confirmação de presença após os desvios serem revelados, o que aumentou a atenção para a sessão. Na sua fala, defendeu as ações do governo e disse que um problema como esse não se resolve de um dia para o outro.

“Temos sociedade que tem vocação da esperteza. Coibir isso a gente tenta, a gente luta, mas é mentira dizer que isso se resolve em estalar de dedo”, afirmou. “Essa quadrilha não vem de hoje e nosso papel é investigar e botar na cadeia”, continuou.

O PT tem só dois parlamentares na comissão. Diante disso, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), participa da sessão para defender o governo do presidente Lula (PT) em caso de ataques da oposição.

Além dele, compõe a tropa de defesa os deputados Ana Paula Lima, (PT-SC), Camila Jara (PT-MS) e Jilmar Tatto (PT-SP),

A oposição também enviou parlamentares que não são membros da comissão, como o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS).

A ação da PF e da CGU tem como objetivo combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. De acordo com as investigações, a soma dos valores descontados chega a R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024, mas ainda será apurado qual a porcentagem foi feita de forma ilegal.

Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, com um único alvo, foram apreendidos vários carros, como uma Ferrari e um Rolls Royce, avaliados em mais de R$ 15 milhões. Com outro, 200 mil dólares e, um segundo, 150 mil. Também foram apreendidas joias e quadros.

As 11 entidades investigadas responderam por 60% do total abatido dos benefícios em fevereiro deste ano. No segundo mês deste ano, foram descontados R$ 250 milhões dos benefícios pagos pelo órgão. Desse total, R$ 150 milhões foram para as associações e sindicatos investigados.

Lucas Marchesini, Folhapress

Em protesto na Sefaz-Bahia, fazendários aposentados exigem correção de vencimentos


Fazendários aposentados se reuniram em uma manifestação na manhã desta terça (29), em frente ao Prédio-Sede da Secretaria da Fazenda da Bahia, no Centro Administrativo, para pressionar pelo pagamento de parte de uma gratificação que vem sendo suprimida dos seus vencimentos pelo Estado. Eles denunciam que estão acumulando prejuízos há 18 meses.

Segundo o Sindicato dos Fazendários do Estado (Sindsefaz), a CET (Gratificação por Condições Especiais de Trabalho), que constitui parte da remuneração da categoria, até outubro de 2023 era paga, em média, com percentual de 20% para todos os servidores do fisco estadual. Em novembro/2023 o percentual mudou para 35%, mas o Estado não incorporou o acréscimo aos vencimentos dos aposentados.

A entidade argumenta que a Emenda Constitucional 41, que extinguiu a paridade entre ativos e aposentados, manteve o direito adquirido daqueles que já tinham requisitos à aposentadoria ou estavam dentro das regras de transição. Ou seja, os que se aposentaram levaram para os novos vencimentos os mesmos padrões de quando trabalhava. “Já há decisões judiciais contra o Estado da Bahia determinando que reconheça a CET como parte da remuneração dos aposentados, mas, infelizmente, a lei vem sendo recorrentemente desrespeitada pelo governo”, diz o Sindicato.

O Sindsefaz entregou uma carta ao chefe de Gabinete da Secretaria, Adriano Chagas. No documento a entidade pede a marcação de audiência com o secretário Manoel Vitório, assim como enumera os argumentos que baseiam pleito da entidade de pagamento da CET com percentual de 35% para os aposentados, conforme determina a lei. O auxiliar ficou de marcar uma agenda com o titular da Sefaz para tratar do assunto.

Os fazendários aposentados reclamam que há 6 meses o segmento aguarda a concretização de um compromisso do Estado de resolver a pendência. O Sindicato lamenta que mesmo consciente de que se trata de uma ilegalidade, o governo continue postergando a situação, usando do artifício de protelar o cumprimento dos direitos dos servidores até as últimas instâncias judiciais. A entidade já tem ação na justiça pedindo correção do pagamento.

Ex-diretores do INSS receberam R$ 17 mi de gestores financeiros vindos de fraudes contra aposentados, diz PF

Ex-servidores do alto escalão do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) receberam mais de R$ 17 milhões de intermediários das associações suspeitas de fraudes bilionárias contra aposentados e pensionistas.

As suspeitas sobre o envolvimento de dirigentes da autarquia com o esquema que teria provocado prejuízo de R$ 6,3 bilhões a aposentados levaram à queda do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Ele pediu demissão após ter sido afastado do cargo por ordem judicial.

Sob pressão da oposição, o governo Lula mantém no cargo o ministro da Previdência, Carlos Lupi.

A Polícia Federal identificou repasses a três dirigentes do INSS:André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão;
Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança e Gerenciamento de Riscos e de Governança, Planejamento e Inovação;
Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-chefe da Procuradoria Federal Especializada do INSS.

O dinheiro teria sido repassado por meio de empresas registradas no nome de familiares dos ex-diretores “sem motivo razoável conhecido para tanto”. Eles foram alvo da Operação Sem Desconto, deflagrada na semana passada.

“Observa-se a ação em conluio entre os investigados a fim de conferir aparente legalidade ao pagamento realizado pelos operadores financeiros e o recebimento de vantagens ilícitas por parte de servidores do INSS, abastecido pelo dinheiro proveniente dos descontos indevidos realizados pelas entidades associativas, em ação concertada”, afirma a Polícia Federal na representação que levou à operação.

Fluxo financeiro

Os repasses foram descobertos porque a Polícia Federal conseguiu reconstituir uma complexa rede de pessoas físicas e jurídicas que, segundo a investigação sobre as fraudes no INSS, operou a distribuição do dinheiro desviado por meio de associações.

O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, citado no inquérito como “Careca do INSS”, é apontado como o principal operador do esquema. Ele é dono de dezenas de empresas com personalidade jurídica própria, usadas para blindar os sócios controladores, e até de uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe. Defesa diz que ele vai comprovar inocência.

Segundo a PF, pessoas e empresas relacionadas ao “Careca do INSS”, receberam R$ 48,1 milhões diretamente de associações suspeitas, além de R$ 5,4 milhões de empresas ligadas a essas entidades, totalizando R$ 53,5 milhões.

Depois de identificar esses “intermediários”, a PF passou a analisar para quem eles enviaram dinheiro. Foi aí que os investigadores se depararam com empresas ligadas a familiares de chefões do INSS.

Segundo a investigação, Virgílio Antônio, que chefiou a Procuradoria Federal Especializada do INSS, recebeu R$11.997.602,70 por meio de empresas registradas no nome da mulher e da irmã.

André Paulo Félix Fidélis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, recebeu R$ 5.186.205,0041 por meio do filho e da nora.

O ex-diretor de Governança e Gerenciamento de Riscos e de Governança, Planejamento e Inovação, Alexandre Guimarães, ficou com R$ 313.205,29, indica a Operação Sem Desconto.

A PF também afirma que o “Careca do INSS” transferiu um Porshe Taycan 2022 para a mulher de Virgílio.

Segundo a investigação da Operação Sem Desconto, servidores do INSS venderam dados de aposentados e pensionistas em troca de propinas e facilitaram os descontos indevidos direto nos contracheques dos beneficiários.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ANTÔNIO ANTUNES

Alberto Moreira e Flávio Schegerin, sócios do escritório Moreira e Schegerin Advogados, responsáveis pela defesa técnica de Antônio Antunes, esclarecem que não comentam processos em curso, principalmente os que tramitam em segredo de justiça. Reforçam, contudo, que as acusações apresentadas contra seu cliente não correspondem à realidade dos fatos. A defesa confia plenamente que o tempo propiciará uma apuração adequada dos fatos, possibilitando uma atuação ampla e isenta por parte das instituições, em harmonia com o Estado Democrático de Direito. Estamos certos que ao longo do processo, a inocência de Antônio será devidamente comprovada.

COM A PALAVRA, OS CITADOS

A reportagem pediu manifestação de Virgílio Antônio e busca contato com as demais defesas.

Rayssa Motta/Fausto Macedo/Estadão

Executiva do PSDB aprova por unanimidade autorização para fusão com Podemos

A executiva nacional do PSDB aprovou nesta terça-feira (29), em Brasília, o início do processo formal para se fundir ao Podemos.

Foram 38 votos a 0, de acordo com participantes da reunião, que foi fechada à imprensa.

O governador Eduardo Leite (RS), que ameaça deixar a legenda, participou do encontro de forma virtual e também votou a favor da fusão. De acordo com tucanos, ele mantém, porém, a dúvida sobre se permanecerá ou sairá da legenda.

Um dos principais partidos do país nas últimas décadas, tendo comandado o Brasil de 1995 a 2002 com Fernando Henrique Cardoso, o PSDB tem passado nos últimos anos por um encolhimento que o forçou buscar alianças com o objetivo de não desaparecer por completo.

A decisão ainda tem que passar por outras etapas formais, como reunião em conjunto entre as duas agremiações para criação do estatuto e programa da nova legenda.

A direção dos dois partidos precisam, também em reunião conjunta, eleger por maioria absoluta o órgão de direção nacional. O registro da nova sigla tem que ser pedido e aprovado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Ranier Bragon/Folhapress

Federação União Brasil-PP nasce conflagrada e sob ameaça de não ter presidente

A superfederação entre PP e União Brasil que deve ser anunciada nesta terça-feira (29) mira um papel de destaque na eleição presidencial e a facilitação da formação de chapas para deputado, mas nascerá conflagrada em vários estados, com ameaças de desfiliação, e também na cúpula.

A intenção é promover um rodízio no cargo de presidente, mas Antonio Rueda (União Brasil) exigiu ser o primeiro a assumir a função. O posto estava apalavrado para o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP). Com isso, parlamentares afirmavam nesta segunda (28) haver a possibilidade, inclusive, de a federação ser anunciada sem presidente.

A nova agremiação será apelidada de União Progressista e obrigará ambos a atuar juntos nas eleições por quatro anos. Caso ocorra o rompimento antecipado, eles ficam proibidos de firmar uma nova aliança deste tipo com outros partidos por mais quatro anos.

A intenção é ser o grupo mais forte do Congresso, com 109 deputados federais –quase 20 a mais do que o PL, hoje a maior sigla da Câmara, com 92 parlamentares– e 14 senadores –empatado com PSD e PL. O agrupamento também terá a maior parcela dos fundos partidário e eleitoral e o maior tempo de propaganda eleitoral na TV e rádio.

Tamanha estrutura, na visão dos líderes dessa nova agremiação, cacifa a superfederação a pleitear um posto de destaque na direita. O objetivo do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), é concorrer como vice-presidente numa chapa liderada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de acordo com seus aliados.

A sigla também poderá exigir mais espaço no governo federal em 2027, seja ele qual for, e se posicionar com mais força na eleição para a presidência da Câmara e do Senado.

A intenção de Rueda é conduzir a federação no período em que será definido o comando de cada diretório estadual sobre o qual ainda há impasse —são nove. Nos bastidores, Lira resiste e busca ser o primeiro presidente.

Pelo acordo, o PP presidirá nove estados (como Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e o União Brasil ficará com outros nove (como Amapá, Goiás e Bahia). O critério é quem tem o governador e, depois, quem elegeu mais deputados federais em 2022.

O modelo prevê uma negociação reversa. Em vez de resolver os conflitos regionais para então aprovar a aliança, primeiro será selada a superfederação em nível nacional para depois serem debatidos os problemas locais.

Um dos impasses é o Paraná, onde o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil) quer concorrer ao governo estadual em 2026. O PP, porém, faz parte da base aliada do governador Ratinho Júnior (PSD) e pretende apoiar quem ele escolher como sucessor.

“Nem começamos a conversar [sobre uma solução], para ser honesto”, disse o deputado federal Ricardo Barros (PP), ex-líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara. “Os estados que ainda não tem acordo vão aguardar, serão chamados depois da federação. Paciência”.

Assim como no Paraná, outros oito estados só terão o comando decidido depois, como São Paulo e Rio de Janeiro, para evitar que esses conflitos contaminem a aliança nacional. Há brigas mais sérias, como Acre e Paraíba, onde PP e União Brasil rivalizam como os dois principais candidatos ao governo, em chapas adversárias.

A promessa da cúpula da “União Progressista” é que presidirá o diretório quem mostrar, em março de 2026, ter o projeto eleitoral mais viável. Quem não for contemplado terá a opção de sair, mas com isso deixará toda a estrutura partidária para seu adversário.

O compromisso de resolver o impasse mais para frente ocorreu também com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que se lançou pré-candidato à Presidência da República e se posicionava contra a federação por entender que o PP já tem acerto de apoiar o ex-presidente Bolsonaro (PL) ou quem ele indicar.

Para evitar uma saída antecipada ou um entrave à aprovação da aliança no diretório nacional, o goiano recebeu a palavra de que terá o apoio oficial da superfederação se conseguir marcar mais de 10% nas pesquisas em março de 2026. Se isso não ocorrer, ele terá que abrir mão para outro candidato com mais chances.

O adiamento também empurra para 2026 a decisão de congressistas sobre continuar nos partidos ou migrar para outras siglas. Dos 109 deputados federais que a superfederação teria, mais de 20 já receberam ofertas e cogitam trocar de legenda para a eleição, segundo dirigentes de outros partidos.

A criação da superfederação precisa ser votada pelas Executivas nacionais dos partidos e há a percepção, por parte dos descontentes, de que pode não haver votos suficientes quando ficar claro quem perderá espaço.

Além disso, o próprio União Brasil já vive conflitos internos entre seus três grupos, liderados por Rueda, pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), e por Caiado/ACM Neto (que são mais ligados à oposição). Esses atritos já fizeram com que o líder do partido na Câmara, deputado Pedro Lucas Fernandes (MA), desistisse de virar ministro.

Na noite de segunda-feira (28), a bancada do União Brasil na Câmara aprovou a entrada na federação. O posicionamento ocorreu sem votos contrários, embora parte dos deputados tenha feito ressalvas ao acordo e dito que ainda avaliará se continuará no partido.

Outra decisão adiada é o rompimento com o presidente Lula (PT). As duas siglas mantêm espaços no governo mesmo dizendo abertamente que não apoiarão sua reeleição. O União Brasil tem três ministros indicados: Comunicações, Turismo e Desenvolvimento Regional. Já o PP apadrinhou o ministro do Esporte e a presidência da Caixa Econômica Federal.

Também nesta terça-feira, o PSDB deve aprovar em sua executiva a fusão com o Podemos, numa tentativa de sobreviver à cláusula de desempenho e apresentar uma nova alternativa de “terceira via” contra Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O nome da nova agremiação ainda não está fechado, mas será provisoriamente PSDB+Podemos.

Exemplos de divergências regionais

Acre
Comando da federação ficará com o governador Gladson Cameli (PP), que busca fazer da vice, Mailza Assis (PP), sua sucessora em 2026; nesse caso, o senador Alan Rick (União Brasil) teria barrada sua candidatura ao governo do estado se permanecer na federação.

Paraíba
O senador Efraim Filho (União) e o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) são pré-candidatos ao governo do Estado; um dos dois terá que desistir ou sair da federação.

Bahia
O PP local se encaminha para ingressar na base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), rival do União Brasil no estado, comandado pelo ex-prefeito Antonio Carlos Magalhaes Neto.

Raphael Di Cunto e Ranier Bragon/Folhapress

Vereador Beto Costa apresenta projetos de Lei, que vem beneficiando a comunidade de Ipiaú.

O Programa Alerta Cidade da Rádio Ipiaú FM desta segunda-feira (28), apresentado por Zé Gomes e Del JR, recebeu Vereador Beto Costa de Ipiaú (PP), na oportunidade o vereador fez uma explanação de suas ações em seu dois mandatos, sempre aliado com o executivo e aos deputados, Mario JR Federal (PP) e Niltinho, estadual (PP) e através da Emendas Parlamentares está conseguindo atender muitas demanda solicitadas moradores na Zona Urbana e Zona Rural do município.

Segue abaixo algumas das ações do Vereador com projetos de Lei, que vem beneficiando a comunidade de Ipiaú. 

Primeiro mandato:

  • Inclusão de intérpretes de libras-  língua de sinais brasileira, da comunidade surda. Tem intérpretes na câmara e janela de libras nas sessões. 
  • Projeto de Fibromialgia, que atende centenas de mulheres no município. 
  • Defensor da criação da guarda municipal de Ipiaú. 
  • Drenagem da Lagoa do Bairro Santa Rita.

Segundo mandato.

  • Indicação para construção de Abrigos nos Pontos de Ônibus nas Rotas de Transporte Escolar da Zona Rural
  • Indicação de criação da Diretoria municipal de políticas públicas para mulheres.
  • Indicação solicitando patrolamento e encascalhamento dos ramais da zona rural.
  • Ofício de recuperação da ponte da região do guloso, zona rural.
  • Patrolamento nos principais bairros do município: Santa Rita, Irmã Dulce, bom Jardim etc.
  • Limpeza e urbanização da área seca da lagoa do Santa Rita.
  • Limpeza e roçagem da rua Aloisio Barreto
O Vereador Beto Costa que nesse segundo mandato também ocupa a cadeira de Primeiro Secretario da Mesa Diretora para o biênio 25/26 continua intensificando as ações do seu gabinete, com seu assessores atendo todos que chegam e levando as demandas para ele e muitas destas demandas são levadas ao gabinete da prefeita Laryssa Dias e discutidas para juntos encontrar meios para solucionar. 

Tiros de escopeta e fuzil: líder do CV executou mulher que denunciou ele

Quem vive algumas comunidades sabe é preciso seguir à risca a cartilha do tráfico. E afrontar a cúpula é morte na certa. Foi o que aconteceu com Juciene Amadeu de Jesus, 30 anos, a "Negona", na cidade de Santo Amaro da Purificação, nesta sexta-feira (25).

Ela denunciou uma das lideranças do Comando Vermelho no bairro Pitinga e acabou morta com tiros na cabeça de escopeta calibre 12 e fuzil. O autor e a mulher dele foram presos. O crime aconteceu no Condomínio Solar, onde Juciene morava e foi testemunhado pelos quatro filhos dela.

Segundo testemunhas, dias antes, Juciene brigou com uma moradora, mulher de um traficante conhecido como Júnior. Na ocasião, ele avisou para cessar a confusão, caso contrário, a mataria. No dia seguinte, ele soube que "Negona" esteve na delegacia.

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PF deflagra Operação Column contra organização criminosa que movimentou mais de R$ 89 milhões

Ação cumpre mandados de prisão, busca e apreensão e bloqueio patrimonial no DF, GO, PB e MA
Brasília/DF. A Polícia Federal deflagrou, nesta segunda-feira (29/4), a Operação Column, com o objetivo de desarticular e descapitalizar uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas com atuação interestadual. Segundo as investigações, o grupo movimentou mais de R$ 89 milhões em apenas três anos.

A ação mobilizou 70 policiais federais para o cumprimento de 36 ordens judiciais expedidas pela Justiça do Distrito Federal, sendo 3 mandados de prisão, 15 mandados de busca e apreensão e 18 ordens de constrição patrimonial.
As diligências são realizadas no Distrito Federal, e nos estados de Goiás (GO), Paraíba (PB) e Maranhão (MA), com apoio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Distrito Federal (FICCO/DF) e do Batalhão de ROTAM da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

As investigações, iniciadas em fevereiro deste ano, indicam que o líder da organização comandava as atividades ilícitas a partir do estado da Paraíba, contando com o apoio de um gerente e diversos “braços operacionais” no Distrito Federal. Além disso, foi identificada uma complexa rede de pessoas interpostas responsáveis pela movimentação dissimulada dos valores obtidos com o tráfico de drogas.

A apuração também revelou a existência de um esquema de lavagem de dinheiro que utilizava empresas de fachada para ocultar os recursos provenientes das atividades criminosas.

Comunicação Social da Polícia Federal no Distrito Federal

PF apreende veículo de luxo com dinheiro oriundo de práticas criminosas

A caminhonete foi apreendida durante cumprimento de mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal em Santana do Livramento/RS
Santana do Livramento/RS. A Polícia Federal apreendeu, nesta segunda-feira (28/4), uma caminhonete avaliada em mais de R$ 300 mil, adquirida com recursos de origem ilícita. A apreensão foi realizada em cumprimento a mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça Federal da 2ª Vara de Santana do Livramento/RS no curso das investigações da Operação Plata y Plomo, que apura esquema de importação clandestina de sucatas de baterias na região fronteiriça entre Santana do Livramento e Rivera (Uruguai).

As investigações tiveram início em março de 2024, após a prisão temporária do investigado na posse do referido veículo. Verificou-se, à época, que embora o investigado utilizasse o automóvel, ele estava formalmente registrado em nome de um terceiro — uma pessoa sem aparente relação com a investigação e residente na região central do Rio Grande do Sul.

Apurou-se que a aquisição do veículo foi feita de forma informal, com o auxílio de uma concessionária local. O proprietário da empresa, em conluio com o investigado, organizou a compra com pagamento à vista, cuja origem dos recursos indica proveniência de atividades criminosas. Para ocultar a real titularidade do bem, o veículo foi registrado em nome de um terceiro e, posteriormente, transferido para uso do investigado.

Após tomar posse do bem, o investigado ainda contratou financiamento bancário junto a uma instituição financeira oficial, assumindo o valor total de R$ 393.604,62. A medida, além de configurar suposta fraude contratual, teria servido como tentativa de “esquentar” os recursos ilícitos empregados na aquisição do veículo, podendo caracterizar crime de lavagem de dinheiro.

O investigado já havia sido alvo da Operação Fauda, deflagrada em outubro de 2022, que apurou mecanismos de lavagem de capitais e remessas ilegais de valores ao exterior.

Comunicação Social da Polícia Federal em Santana do Livramento/RS

PF deflagra Operação Narco Vela para reprimir tráfico internacional de drogas com o uso de veleiros e barcos

A investigação contou com ações do DEA (Drug Enforcement Agency), Marinha dos EUA, Guarda Civil Espanhola e Marinha Francesa
Santos/SP. A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (29/4), a Operação Narco Vela para desarticular organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas, especialmente para o continente europeu e africano, com o uso de equipamentos satelitais e embarcações capazes de atravessar o oceano como barcos e veleiros.

Mais de 300 policiais federais e 50 policiais militares do estado de São Paulo dão cumprimento a quatro mandados de prisão preventiva, 31 mandados de prisão temporária e 62 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da 5ª Vara Federal de Santos, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Pará e Santa Catarina.

Além das prisões e buscas, a Justiça Federal também determinou o bloqueio e apreensão de bens até o valor de R$ 1,32 bilhões.

A investigação iniciou-se a partir de uma comunicação do DEA de uma apreensão de 3 toneladas de cocaína em fevereiro de 2023, dentro um veleiro brasileiro, em alto mar próximo ao continente africano, com a abordagem feita pela Marinha Americana. Outros carregamentos também foram interceptados em águas internacionais pela Guarda Civil Espanhola e Marinha Francesa.

Os investigados poderão responder, conforme suas condutas, pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e integração de organização criminosa.

Comunicação Polícia Federal em Santos/SP

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