Ação que levou Collor à prisão inclui ex-secretário da Presidência e acusado de ser ‘testa de ferro’
A ação penal no STF (Supremo Tribunal Federal) que gerou a prisão na sexta-feira (25) do ex-presidente da República Fernando Collor também resultou na condenação de outras duas pessoas próximas do ex-senador de Alagoas.
Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos e Luís Pereira Duarte de Amorim, que figuraram como réus no mesmo processo, vão cumprir penas restritivas de direitos, e não foram levados ao regime fechado.
Pedro Paulo foi condenado por corrupção passiva. Já Luís Amorim foi absolvido do crime de corrupção e condenado por lavagem de dinheiro. Os dois começaram nesta sexta a cumprir as penas de “limitação de final de semana” e de “prestação de serviços à comunidade”.
O advogado Milton Gonçalves Ferreira Netto, responsável pela defesa de Luís Amorim, disse à Folha, em nota, que “a defesa técnica não se manifestará, mas registra apenas que respeita e respeitará todas as deliberações do STF”. Amorim tentou visitar Collor na sexta após a prisão.
A reportagem não conseguiu resposta do advogado José Eduardo Rangel de Alckmin, à frente da defesa de Pedro Paulo. Ao longo do processo, eles negaram terem cometido os crimes apontados pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Na denúncia feita há dez anos, e assinada pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot, Pedro Paulo é descrito como “operador financeiro particular” de Collor e Luís Amorim é chamado de “testa de ferro” do ex-senador.
Quando a denúncia foi feita, em 2015, Collor era senador e, em função do foro especial, o caso foi tratado pelo STF. A PGR argumentou na época que Luís Amorim e Pedro Paulo também deveriam ser julgados pela corte, já que eles teriam apresentado “condutas essencialmente vinculadas ao parlamentar, auxiliando-o diretamente no recebimento e na ocultação de valores de origem ilícita”.
Segundo a PGR, Collor comandou, entre os anos de 2010 e 2014, um esquema de corrupção na BR Distribuidora, ex-subsidiária da Petrobras.
Os investigadores chegaram ao caso ainda durante a Operação Bidone, uma das fases iniciais da Operação Lava Jato, quando houve busca e apreensão na sede de uma das empresas operadas pelo doleiro Alberto Youssef, que depois se tornou um dos principais delatores da investigação.
Na ocasião, foram encontrados comprovantes de depósito em dinheiro, no valor total de R$ 50 mil, na conta bancária pessoal do então senador, além de um comprovante de depósito em dinheiro, de R$ 17 mil, na conta de uma das empresas do parlamentar, a Gazeta de Alagoas.
Ao longo da investigação, a PGR concluiu que Collor teria recebido mais de R$ 20 milhões em propina, por meio de empresas que conseguiam contratos com a BR Distribuidora, incluindo a UTC Engenharia.
Na época, Luís Amorim, 64, que é policial militar reformado, dirigia em Maceió as empresas Gazeta de Alagoas e a TV Gazeta de Alagoas. Segundo a PGR, o senador usou suas empresas de mídia para receber propina, daí a acusação contra Luís Amorim de crime de lavagem de dinheiro.
Já Pedro Paulo, 65, conhecido como PP, é descrito na denúncia como amigo de longa data de Collor. Ele esteve à frente da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República entre 1990 e 1992, na gestão do ex-presidente.
Depois do impeachment de Collor, passou a atuar no âmbito privado, em negócios nas áreas de infraestrutura e energia. Sua principal empresa na época da denúncia era a GPI Participações e Investimentos S/A, de São Paulo, mas, segundo a PGR, ele teria o controle “de diversas outras empresas” que foram utilizadas para recolher valores para Collor.
O ex-presidente foi condenado a 8 anos e 10 meses de reclusão, em regime inicial fechado, por conta do esquema de corrupção na BR Distribuidora relatado pela PGR.
No âmbito da Operação Lava Jato, autoridades que acompanham os processos remanescentes da investigação apontam que hoje há apenas uma pessoa que cumpre pena relativa a condenações que transitaram em julgado, ou seja, quando não existe mais possibilidade de recurso.
Trata-se de Renato Duque, que foi diretor de Serviços da Petrobras entre 2003 e 2012. Ele está preso desde agosto de 2024.
Catarina Scortecci/Folhapress
Aprendizagem na educação básica ainda não retomou níveis pré-pandemia
A pandemia de covid-19 ainda impacta a educação brasileira. Embora os níveis de aprendizagem tenham avançado nos últimos anos, o país ainda não conseguiu retomar os patamares de 2019. Além disso, as desigualdades que já estavam presentes foram acentuadas. É o que mostra o estudo Aprendizagem na Educação Básica: Situação Brasileira no Pós-Pandemia, divulgado nesta segunda-feira (28), pelo Todos Pela Educação.
O estudo foi feito com base nos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), aplicado para estudantes do 5º e do 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio para avaliar o desempenho em matemática e língua portuguesa. Em todas as etapas, os resultados de 2023 ainda não chegaram aos níveis atingidos em 2019.
No 5º ano do ensino fundamental, em 2023, 55,1% dos estudantes tinham aprendizagem adequada em língua portuguesa e 43,5%, em matemática. Esses índices eram de 56,5% e 46,7% em 2019, respectivamente;
No 9º ano do ensino fundamental, em 2023, 35,9% dos estudantes tinham aprendizagem adequada em língua portuguesa e 16,5% em matemática. Em 2019, essas porcentagens eram 35,9% e 18,4%;
No ensino médio, 32,4% dos estudantes alcançaram aprendizagem adequada em língua portuguesa e 5,2% em matemática em 2023. Antes da pandemia, em 2019, eram 33,5% e 6,9%, respectivamente.
“Se os desafios já eram grandes antes da pandemia da covid-19, o contexto atual torna ainda mais urgente o fortalecimento de políticas públicas focadas na recomposição das aprendizagens e na redução das desigualdades, garantindo o direito à educação de qualidade para todos”, diz o estudo.
A publicação mostra ainda que as desigualdades educacionais entre diversos grupos raciais e socioeconômicos e entre as unidades da federação, que já eram evidentes antes da pandemia, ou persistiram ou mesmo se aprofundaram. As desigualdades raciais na aprendizagem, por exemplo, destacadas no estudo, em 2023 eram maiores que em 2013.
Em 2013, a diferença no percentual de estudantes do 5º ano do ensino fundamental com aprendizagem adequada entre brancos/amarelos e pretos/pardos/indígenas foi de 7,9 pontos percentuais em língua portuguesa e 8,6 pontos percentuais em matemática. Em 2023, após a pandemia, essas diferenças cresceram para 8,2 pontos percentuais e 9,5 pontos percentuais, respectivamente.
No final da educação básica, no ensino médio, as desigualdades também persistem. A diferença entre brancos/amarelos e pretos/pardos/indígenas em língua portuguesa passou de 11,1 pontos percentuais, em 2013, para 14 pontos percentuais em 2023. Em matemática, no mesmo período, passou de 4,4 pontos percentuais para 3,9.
Dia Mundial da Educação
A divulgação do estudo marca o Dia Mundial da Educação, comemorado em 28 de abril. A data foi definida após o Fórum Mundial de Educação em Dakar, Senegal, do qual participaram 164 países, incluindo o Brasil, que se comprometeram com o desenvolvimento da educação.
Junto ao Todos pela Educação, o Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) disponibilizou dados sobre a aprendizagem em matemática, também com base no Saeb, que evidenciam os desafios em se ensinar e aprender essa disciplina no país. Os dados detalhados podem ser consultados na plataforma QEdu.
Em 2023, no 9º ano, 16% dos estudantes atingiram o aprendizado considerado adequado na disciplina. Em 2019, antes da pandemia, o índice era 18%, e, em 2021, 15%. Já no 3º ano do ensino médio, a porcentagem dos estudantes com aprendizado adequado mantém-se 5% desde 2021. As desigualdades também estão evidentes neste recorte. Entre os estudantes brancos, 8% tiveram aprendizado adequado em matemática; entre os pretos, 3%.
As desigualdades aparecem também de acordo com o nível socioeconômico. Entre os mais ricos, 61% dos alunos têm aprendizado adequado em língua portuguesa no 5º ano do ensino fundamental. Entre os alunos mais pobres, esse percentual é 45%. Em matemática, são 52% contra 32%.
Mariana Tokarnia/Agência Brasil
Correntes reagem duramente em privado a envolvimento de Wagner em sucessão no PT
Longe de pacificar o PT, a decisão do senador Jaques Wagner de se envolver diretamente na eleição à presidência estadual do partido, lançando ao cargo a candidatura do membro do MST Tássio Brito, da corrente EPS, acabou provocando forte reação em outros grupos políticos da sigla.
As manifestações mais fortes vieram da CNB, corrente majoritária no partido na Bahia e nacionalmente, e da Resistência Socialista, cujos membros fizeram questão de procurar este Política Livre para manifestar sua insatisfação contra o que consideraram nova ‘ingerência’ do líder petista na sucessão interna da legenda.
Momentos antes de Wagner fazer o anúncio, durante discurso em almoço do MST para recepcionar o candidato a presidente nacional Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP), a CNB havia decidido, num encontro na Assembleia Legislativa, que apresentaria um nome à sucessão do presidente estadual Éden Valadares.
A decisão contrariou Éden, cuja manobra para impedir a aprovação de uma resolução neste sentido não foi bem sucedida, o que acabou levando-o a deixar a reunião antes de seu término.
Da mesma corrente do presidente estadual, um dos que teriam manifestado internamente no grupo discordância com a atitude de Wagner foi o líder do governo na Assembleia, o deputado Rosemberg Pinto, para quem o senador agiu de forma precipitada, dificultando as costuras para que a candidatura saia de um entendimento entre as várias correntes petistas.
Rosemberg foi um dos que defendeu a tese de que a CNB deveria apresentar candidatura até o dia 8 de Julho, mês em que ocorrerão as eleições, e, ao tomar conhecimento do discurso de Wagner, o procurou para manifestar seu desacordo com a iniciativa do senador. Na Resistência Socialista, que lançou como candidato a presidente estadual o vereador em Itabuna Manoel Porfírio, também houve críticas fortes ao comportamento do líder petista.
Um dos quadros da RS chegou a dizer que Porfírio deveria se pronunciar atacando a tentativa de Wagner de impor um candidato de novo à legenda, como ocorreu há seis anos com o próprio Éden, então um assessor direto do senador que foi lançado por ele para a presidência sob a simpática bandeira do estímulo à renovação do partido.
A maneira com que Wagner apresentou o nome de Tássio foi outro motivo de críticas porque vista como uma manobra “rasteira” por parte de alguns petistas, segundo os quais o senador chegou de surpresa no almoço que o MST ofereceu a Edinho e lançou o nome pertencente ao movimento para obter o apoio imediato da EPS ao candidato.
No entanto, a corrente é liderada pelo deputado federal Valmir Assunção, líder do MST na Bahia, que esteve colado o tempo todo com o senador durante o almoço e cujo apoio a Tassio foi instantâneo, indicando, portanto, que provavelmente combinaram o jogo antes de Wagner chegar. Em meio às críticas dirigidas a Wagner pelos concorrentes de Tássio, uma acusa o senador de ter deliberadamente manipulado, junto com Éden, a agenda de Edinho em Salvador.
O plano dos dois teria sido evitar que o presidente nacional do PT, o senador Humberto Silva, e o ministro Márcio Macedo, da secretaria-Geral da Presidência da República, que estiveram na cidade no sábado, em campanha por Edinho, participassem do encontro de Wagner e Éden com o governador Jerônimo Rodrigues para apresentar o ex-prefeito e pedir votos para ele.
A interpretação é de que o propósito dos dois seria vender em Brasília que Wagner foi quem articulou o apoio de Jerônimo ao candidato de Lula à presidência nacional do PT, e não o presidente nacional e o ministro.
Política Livre
Arma e droga são apreendidas pela PM em Anguera
Policiais militares do Batalhão de Polícia Rodoviária, durante cumprimento da Operação Amanhecer Seguro, apreenderam arma e droga no município de Anguera, na manhã deste domingo (27).
A guarnição, no decorrer do patrulhamento, abordou duas pessoas em um automóvel e, após a busca pessoal e veicular, foram encontrados um revólver calibre 38 e um tablete de cocaína.
A dupla, que foi detida e todo o material apreendido foram apresentados à Polícia Civil, onde a ocorrência foi registrada.
Registro: BPRv
Jerônimo Rodrigues entrega equipamentos e prestigia tradicional Festa dos Vaqueiros em Milagres
O município de Milagres recebeu, neste domingo (27), a visita do governador Jerônimo Rodrigues reforçando as ações que integram o compromisso do Governo do Estado com o fortalecimento dos serviços públicos e a valorização da cultura regional. Durante a agenda, foram entregues, respectivamente, por meio das secretarias de Saúde (Sesab), Educação (SEC) e Desenvolvimento Rural (SDR), via Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional CAR), uma van para o Transporte Fora do Domicílio (TFD), que garantirá conforto e segurança aos pacientes que necessitam realizar tratamentos em outras localidades; uma retroescavadeira, equipamento que irá reforçar a infraestrutura e os serviços urbanos e rurais da cidade, além de um ônibus escolar para a comunidade estudantil.
A agenda também contemplou a participação do governador na tradicional Festa dos Vaqueiros, manifestação cultural de grande relevância para o município e região. As celebrações tiveram início com uma caminhada e, na sequência, uma missa no Santuário de Nossa Senhora de Brotas, presidida pelo bispo Juracy, reunindo vaqueiros, romeiros, famílias e representantes da comunidade local. A celebração também foi dedicada ao sétimo dia de falecimento do Papa Francisco.
A tradicional Festa dos Vaqueiros de Milagres, que ocorre desde sexta-feira (25) até este domingo, é reconhecida como uma das maiores celebrações populares do interior da Bahia. O evento presta homenagem aos vaqueiros e à rica cultura nordestina, reunindo milhares de pessoas e impulsionando o turismo e a economia local. A programação inclui a missa dos vaqueiros na Igreja Matriz Nossa Senhora de Brotas, desfile, almoço com lideranças regionais e grandes shows artísticos. Além disso, o público pode desfrutar de comidas típicas, cavalgada e muito forró tradicional, reforçando os laços culturais da região. A festa conta com o apoio do Governo do Estado, por meio da Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur), que é vinculada a Secretaria de Turismo (Setur-BA).
“Estou muito feliz de estar aqui, além da celebração, a cidade está em festa, uma festa religiosa, festa do vaqueiro, essa cultura que também me alegra bastante. Agora há pouco, entregamos equipamentos agrícola e da saúde. Parabenizar o prefeito e a todos os participantes e dizer ainda que hoje vim cumprindo um convite do prefeito, mas voltarei para que a gente possa realizar entregas e fazer novos anúncios”, acrescentou o governador Jerônimo Rodrigues que, após a missa, seguiu a cavalo acompanhando o cortejo pela cidade.
Durante a caminhada, o secretário de Turismo, Mauricio Bacelar, acrescentou: “nós temos trabalhado a cultura da Bahia para incrementar a atividade turística. Hoje, aqui, é a cultura rural, bastante forte em todo o estado da Bahia. Vamos agradecer a Nossa Senhora dos Milagres por tudo que tem operado pelos vaqueiros, pelo povo de Milagres, mas também por todos os baianos. É a valorização dessa cultura baiana que colocou a Bahia na liderança do turismo brasileiro”.
A aposentada, Nilda Nascimento, moradora do distrito de Pedra Branca de Orobó, no município de Valença, expressou a sua alegria como devota e estar participando pela primeira vez da celebração. “Festa maravilhosa e estou muito realizada por estar aqui. Estou pedindo um milagre a Nossa Senhora de Brotas e sei que irei alcançar, além de muitas bençãos para minha família”. Falou ela que levou dois netos e é mãe de 14 filhos.
Já o vaqueiro Oscar Dias, morador do distrito de Catu, em Milagres, ressaltou a importância da vida de vaqueiro e do festejo na cidade. “A tradição da gente aqui é boa. A vida do vaqueiro é uma vida boa. Todo ano nós estamos aqui. Vim agradecer e fazer uns pedidos também”.
A presença do chefe do Executivo estadual reafirma o compromisso do Governo do Estado com políticas públicas que aliam desenvolvimento social e econômico ao reconhecimento e preservação das tradições culturais do povo baiano. O evento contou também com a participação do secretário de Relações Institucionais, Adolfo Loyola, deputados(as) e outras autoridades.
Repórter: Joci Santana/GOVBA
Crusoé: A ressignificação da toga
Ministros do STF transformaram símbolo tradicional de impessoalidade e imparcialidade em um adereço para ostentar poder
A toga, criada ainda na Roma Antiga, começou a ser usada nos tribunais da Idade Média como um símbolo de impessoalidade e imparcialidade. A mensagem era que, uma vez que o juiz a vestia, ele deixava de ser a pessoa que todos conheciam e passava a julgar os casos de maneira neutra, baseado apenas nas leis.
Foi adotada, portanto, para ser usada como um uniforme, que elimina os traços pessoais — dos ombros até o calcanhar — e valoriza a função dos que a usam, no caso, a de juiz.
Ainda é assim em vários países do mundo.
O que os ministros do Supremo Tribunal Federal fizeram foi desvirtuar a função original. Ou, talvez, eles tenham “ressignificado” a toga, para usar uma palavra da moda. Em vez de ser um símbolo de impessoalidade e imparcialidade, os nossos magistrados transformaram a toga em um adereço qualquer, que eles usam como bem entendem.
Afinal, ninguém vai dizer para eles como devem usar a toga.
Os ministros do STF estão acima de tudo e de todos.
Se eles querem usar a toga como se fosse uma toalha em cima do ombro, não há quem possa detê-los. São intocáveis. Se querem mostrar orgulhosos o terno caro que compraram durante um evento jurídico no exterior com empresários brasileiros, não há quem os possa impedir. Se querem usar a toga como se fosse uma capa de super-homem, os fotógrafos correm para escolher o melhor ângulo…
Dino intima líder do PL a explicar suposto acordo para divisão das emendas
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino intimou neste domingo (27) o líder da bancada do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), a prestar em 48 horas explicações sobre um suposto acordo para divisão das emendas parlamentares de bancadas.
Sóstenes pressiona o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), a pautar a votação do requerimento de urgência do projeto de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, e, nesse contexto, falou a jornalistas sobre a possibilidade de o partido de Jair Bolsonaro romper o suposto acordo sobre as emendas.
Segundo o líder do PL, Motta e demais líderes partidários acertaram a divisão desses recursos seguindo esta proporção: 30% do valor total que uma comissão permanente da Câmara tem direito fica com o partido que tem o comando do colegiado, enquanto os demais 70% são distribuídos por Motta às demais legendas.
As emendas parlamentares são o principal instrumento de ação política dos congressistas atualmente, envolvendo cifras que superam R$ 50 bilhões ao ano.
As chamadas emendas de comissão são aquelas destinadas aos colegiados temáticos de Câmara e Senado, como as comissões de saúde, educação, entre várias outras.
Essa fatia, porém, vindo sendo usada para que as cúpulas das duas Casas distribuíssem emendas aos parlamentares por meio de negociações políticas, sem que os colegiados tivessem poder de decisão. Dino, em decisões anteriores, suspendeu o mecanismo e cobrou mais transparência e rastreabilidade.
Na decisão deste domingo, o ministro afirmou que as declarações de Sóstenes podem representar descumprimento das decisões e do que estabelece a Constituição.
“As declarações atribuídas ao líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, se verdadeiras, poderiam indicar que emendas de comissão estariam novamente em dissonância com a Constituição Federal e com a lei complementar nº 210/2024”, escreveu Dino.
“Pertinente recordar que o Congresso Nacional, ao votar a citada lei complementar, decidiu que as emendas de comissão são destinadas a ‘ações orçamentárias de interesse nacional ou regional (artigo. 4º)’ e que ‘aprovadas as indicações pelas comissões, seus presidentes as farão constar atas’ (artigo 5º, II), o que não se assemelha ao rito aparentemente descrito pelo deputado Sóstenes Cavalcante.”
Sóstenes afirmou no início da tarde deste domingo que não havia ainda sido intimado e que vai responder ao ministro “com muito prazer”. A transparência, com nomes de quais são os parlamentares que indicaram as emendas, “será respeitado seja da forma que for”, disse o deputado.
Em suas redes sociais, afirmou, sem citar diretamente a decisão, que “o Parlamento é livre” e que deputados não se curvarão a ameaças de ministros do Supremo.
“Deputado eleito pelo povo não se curva a ameaças de ministro do STF. Fazemos política com transparência, dentro da Casa do Povo. E a luta pela anistia é justa, constitucional e legítima. Não aceitaremos censura, não aceitaremos intimidação.”
A Folha procurou a assessoria de Motta neste domingo e aguarda uma resposta.
Ranier Bragon/Folhapress
Cotados para 2026, Caiado, Zema e Ratinho Jr. disputam espólio de Bolsonaro em feiras agrícolas
Cotados para a disputa da sucessão presidencial em 2026, governadores da direita têm disputado, nos últimos dias, o espólio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o agronegócio.
Depois de participarem da abertura da Expozebu, em Uberaba (MG), neste sábado (26), os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e do Paraná, Ratinho Junior (PSD) estarão em Ribeirão Preto entre este domingo (27) e segunda-feira (28) em visita à Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), a maior feira agrícola do país e que projeta gerar R$ 15 bilhões em intenções de negócios.
Os três e mais o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), têm sido apontados como possíveis postulantes a ocupar o vazio deixado por Bolsonaro, inelegível até 2030. A diferença entre eles é que o governador paulista está em primeiro mandato.
O ex-presidente, internado no hospital DF Star, em Brasília, onde se recupera da cirurgia de desobstrução intestinal a que foi submetido, se notabilizou em seu mandato a frequentar feiras do agro e a ser aclamado pelo setor, e foi personagem de uma saia justa em 2023 que gerou mudanças na cerimônia de abertura da Agrishow.
Já fora do cargo após ser derrotado nas urnas no ano anterior, ele anunciou que estaria no evento, o que fez com que a organização sugerisse ao ministro Carlos Fávaro (Agricultura) que visitasse a feira em outro dia. O governo federal não gostou, ameaçou retirar o patrocínio do Banco do Brasil, principal parceiro da Agrishow, e a organização cancelou a cerimônia de abertura.
Para 2024, a solução encontrada, e repetida neste domingo, foi a de antecipar a data de abertura, exclusiva para políticos, entidades do agro e do mercado de máquinas e jornalistas. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) participa como representante do governo federal.
No horário de abertura da feira no ano passado, porém, Bolsonaro participou de um ato nas ruas de Ribeirão, acompanhado de Tarcísio, que foi criticado de forma reservada por entidades do agro por ser o anfitrião da feira, que ocorre numa fazenda do governo paulista, e se ausentar para acompanhar seu padrinho político. Ambos foram à feira no dia seguinte e, num evento do governo estadual, Bolsonaro elogiou Tarcisio e Caiado e afirmou que, “se não voltar, plantou semente”.
No sábado, ao discursarem na Expozebu, em Uberaba, Zema e Caiado criticaram as invasões de terra do Abril Vermelho e o governo Lula (PT), que indicou a deputados ser “candidatíssimo” à reeleição em 2026.
Os discursos, em geral, têm sido no sentido de pregar união da direita em prol de um objetivo comum. “Ó, 2026 está logo aí adiante, eu tenho certeza que o objetivo nosso [dos governadores] é o mesmo, é tirar o PT lá de Brasília e colocar um governo mais técnico, um governo que não persegue o setor produtivo. Nós estamos juntos nesse objetivo”, afirmou Zema na cidade mineira.
Caiado disse ter certeza de que os três governadores caminharão juntos, e citou Tarcísio como “uma grande liderança”.
Em viagem à Europa nos últimos dias, Tarcísio tem agenda prevista para terça-feira na Agrishow, onde deverá anunciar um pacote para o agro no auditório do Centro de Cana do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), dentro da fazenda que abriga a feira.
Ratinho Jr. também tem feito acenos ao agronegócio. No início do mês, lançou o primeiro Fiagro (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) estadual do país voltado ao setor agrícola.
O governador paranaense estará em Ribeirão já neste domingo, mas não para participar da Agrishow, e sim para receber o prêmio Joia do Agro no Agrotalk Show, evento que reunirá políticos e especialistas para trata do agro no país e o mercado global. O político estará no evento agrícola no dia seguinte.
O Fiagro paranaense tem como meta alavancar cerca de R$ 2 bilhões para o financiamento de atividades agrícolas.
Marcelo Toledo/Folhapress
Comerciante é espancado e morre após agressão em Teixeira de Freitas
Teixeira de Freitas: Um comerciante foi espancado e morreu após ser agredido na tarde deste sábado (26) no Residencial Padre José II, em Teixeira de Freitas-BA. A vítima, identificada como Alexandro de Jesus Souza, foi tirada de dentro do seu estabelecimento comercial (bar) e espancada com pedaços de madeira em via pública.
Os autores do crime saíram do local tomando rumo desconhecido após cometerem a agressão. Alexandro foi socorrido por populares e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde não suportou os ferimentos e veio a óbito minutos após.
A motivação e a autoria do crime ainda são desconhecidas. O caso está sendo investigado pelo Núcleo de Homicídios da 8ª COORPIN de Teixeira de Freitas, e a ocorrência foi registrada na Delegacia Territorial da Polícia Civil de Teixeira de Freitas. O corpo de Alexandro foi removido para o Instituto Médico Legal (IML) para exames de necropsia.
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Por: Lenio Cidreira/Liberdadanews
Barroso rejeita anistia: “O que aconteceu é imperdoável” Assista o Video abaixo.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso (foto), afirmou que é contra a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro disse que anistia significa perdão, e que “o que aconteceu é imperdoável”.
Afirmou que o STF apenas aplicou a legislação aprovada pelo Congresso ao julgar os réus do 8/1. Segundo ele, quem considera as penas excessivas deve propor mudanças na lei.
“A solução para quem acha que as penas foram excessivas é uma mudança na lei. Não acho que seja o caso de anistia, porque anistia significa perdão. E o que aconteceu é imperdoável. Mas redimensionar a extensão das penas, se o Congresso entender por bem, está dentro da sua competência.”
O ministro também disse que, até o momento, o STF não discute a revisão de penas dos envolvidos nos ataques. “Do ponto de vista do Direito vigente hoje, penso que não”, afirmou.
Julgamento de Bolsonaro
Barroso defendeu que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de envolvimento na tentativa de golpe, seja concluído ainda este ano, desde que respeitado o devido processo legal.
Para ele, é melhor que decisões judiciais não coincidam com o período eleitoral.
“Seria desejável, desde que compatível com o processo legal. Ainda é preciso ouvir as testemunhas, produzir provas e saber se é possível julgar este ano. Embora a aplicação do Direito e o processo eleitoral sejam coisas distintas, se pudermos evitar que ocorram simultaneamente, é desejável.”
Elogio a Moraes
Questionado sobre críticas à atuação do Supremo, Barroso negou que a Corte ultrapasse seus limites constitucionais.
Também elogiou o ministro Alexandre de Moraes, dizendo que ele “desempenhou bem o papel, com coragem e custo pessoal imenso”.
“Você não imagina o que é ser permanentemente ameaçado de morte, assim como a sua mulher e os seus filhos. Não trato com desimportância o que ele sofreu. Acho que ele tem o protagonismo que mereceu, por ter desempenhado bem o papel, e paga os preços por isso. Mas as decisões dele têm o apoio expressivamente majoritário do Supremo. Minha análise geral de como ele conduziu as coisas é extremamente positiva e acho que ele serviu bem ao país. Se eu tivesse ou se tive alguma discordância, eu manifestaria diretamente a ele.”
Na semana passada, Barroso rebateu, em nota, o artigo da revista britânica The Economist, que criticou a atuação da Corte — sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. O presidente do STF alegou que o texto da revista adota a perspectiva de quem “tentou o golpe de Estado” e ignora que o Brasil vive hoje “uma democracia plena, com Estado de direito, freios e contrapesos e respeito aos direitos fundamentais”.
Também na nota, Barrosa negou que teria dito que o STF “defeated [derrotou] Bolsonaro”. Segundo ele, a fala foi distorcida.
Fonte: https://oantagonista.com.br
Fraudes no INSS: por que a PF investiga o sindicato ligado a Frei Chico, irmão de Lula
Sindicato Nacional dos Aposentados teve a parceira com o INSS suspensa após o início da operação da PF; arrecadação da entidade cresceu mais de R$ 70 milhões em sete anos
O Sindnapi/FS (Sindicato Nacional dos Aposentados), é alvo de investigação da Polícia Federal em uma operação que apura fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A entidade tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, mais conhecido como Frei Chico, irmão de Lula.
Na quarta-feira (23), a Controladoria-Geral da União (CGU) determinou a suspensão administrativa do sindicato, que poderá responder criminalmente pelas irregularidades. A parceria entre o Sindnapi e o INSS foi encerrada.
Por que o sindicato do irmão de Lula é investigado por fraudes no INSSSegundo a investigação, o Sindnapi está entre as entidades associativas suspeitas de realizar descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. Ao todo, são 11 associações investigadas, em um esquema de desvios que pode chegar a R$ 6,3 bilhões.
As associações ofereciam serviços como desconto em academias e planos de saúde. Na prática, não tinham estrutura para tal e cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles.
A investigação apontou que o sindicato ligado ao irmão de Lula teve um aumento de 78% nos valores descontados em folha de 2020 para 2021. A arrecadação total também subiu: foi de R$ 17,8 milhões em 2016 para R$ 90,5 milhões em 2023.
Nos descontos realizados, a CGU observou a falta de aprovação por parte dos beneficiários do INSS. Em auditoria realizada pelo órgão, foram entrevistadas 1,3 mil pessoas que recebem o benefício, destas, 20 das 26 pessoas que pagavam contribuições à Sindnapi disseram não terem autorizado os descontos.
Também foi identificado no sindicato um aumento nos pedidos de exclusão da associação ao INSS. As demandas chegaram a 20 mil em janeiro de 2024. Para a PF, esses pedidos seriam um indício de que os aposentados estavam sendo associados sem consentimento.
A Polícia Federal não cita o irmão de Lula na representação, mas menciona o presidente do sindicato, Milton Baptista de Souza Filho. Apesar da suspeita, o sindicato não foi alvo de buscas na operação de quarta-feira.
Irmão de Lula quer que a PF ‘investigue toda a sacanagem’ no INSS
Frei Chico integra a diretoria do Sindnapi desde o ano passado, sendo filiado ao sindicato desde 2008. Segundo ele, a entidade não cometeu irregularidades.
“Espero que a Polícia Federal investigue de fato toda a sacanagem que tem. Agora, o nosso sindicato, eu tenho que certeza que nós não temos nada, não devemos m* nenhuma. Eu espero que ela investigue de fato porque tem muitas entidades por aí picaretas”, afirmou o irmão de Lula ao Estadão.
Após o início da operação da PF, o Sindnapi, cuja sede fica em São Paulo, divulgou duas notas. Em uma delas, a instituição defende Frei Chico.
“Frei Chico tem uma trajetória respeitada no sindicalismo. Atuou com coragem durante o regime militar, sendo uma das vozes mais firmes na luta pela redemocratização do Brasil e pelos direitos dos anistiados políticos”, diz a nota.
Em outro texto, o sindicato declara apoio às investigações da PF contra as fraudes no INSS, para “reafirmar seu compromisso com a legalidade, a ética e a proteção dos direitos dos aposentados”.
Fonte: https://ndmais.com.br/
Sobrou para Collor
Prisão do ex-presidente é a condenação que confirma a regra da impunidade após o desmantelamento da Operação Lava Jato
Quem enxerga na prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello um avanço no combate à corrupção no Brasil não está acompanhando o filme direito.Depois de todas as anulações da Operação Lava Jato, que permitiram que outro ex-presidente presidente preso voltasse a comandar o Palácio do Planalto, o que fica sugerido pela detenção de Collor é que só vai para a cadeia — e permanece nela — quem não tem aliados o bastante.
O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, acrescentou um suspense ao caso de Collor, ao empurrar o processo que ia confirmando sua ordem de prisão, dada por Alexandre de Moraes, para o plenário do tribunal.
O ministro mudou de ideia horas depois, contudo, e retirou seu pedido de destaque neste sábado, 26, alegando “a excepcional urgência caracterizada no presente caso”. A votação, que já tem maioria de seis votos para manter a prisão, deve ser reaberta e encerrada na segunda-feira, 28.
“Leitura política”
No caso de Lula, Gilmar revelou que o STF reviu a prisão após segunda instância — que permitiu ao petista deixar a cadeira em 2019, antes mesmo de suas condenações serem anuladas — depois de uma “leitura política”. A prisão de Collor parecia se encaminhar pelo mesmo rumo — e pode ser que ainda vá.
Politicamente, pega mal para o decano do STF condenar alguém como consequência da Lava Jato, descrita por Gilmar como “uma organização criminosa“. Aliás, a prisão de Collor pega mal política, jurídica e moralmente, não apenas para o decano, mas para todo o STF.
Porque a prisão do ex-presidente é a condenação que confirma a regra da impunidade após o desmantelamento da Lava Jato. As condenações recentes de Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, e de Ollanta Humala e Nadine Heredia, ex-presidente e ex-primeira-dama do Peru, respectivamente, também têm esse aspecto de esgoto voltando pelo ralo.
Torcida contra a Lava Jato
O asilo diplomático concedido a Nadine pelo governo Lula foi a cereja desse bolo fétido. cuja base são fatos incômodos e incontestáveis, que insistem em se impor apesar de terem sido apagados
judicialmente.
Diante de contrastes tão gritantes, muita gente diz agora — e só agora de forma clara e direta — o que O Antagonista vem dizendo de forma insistente desde o início do processo de desmantelamento da Lava Jato, a primeira operação de combate à corrupção que caiu no
Brasil com torcida popular.
A parcela dos brasileiros que se iludiu com o discurso de que Lula foi perseguido teve nesta semana mais uma oportunidade para entender o que de fato ocorreu: que o petista foi usado como escudo para proteger a classe política, e que o país perdeu uma oportunidade de se reorganizar moralmente.
Oportunidade
É tarde demais para resgatar a Lava Jato do ponto de vista formal, mas não do ponto de vista moral. Essa força moral, aliás, nunca foi perdida pela operação, como atestou Crusoé.
Resta torcer para que a lição sobre essa oportunidade perdida pelo Brasil sirva para a próxima chance que aparecer.https://www.youtube.com/watch?v=1tHiUNowvag
https://oantagonista.com.br/
Relembre relação do papa Francisco com Lula, Bolsonaro, Temer e Dilma
O papa Francisco, morto na segunda-feira (21), teve uma relação mais próxima com os petistas Lula e Dilma Rousseff durante seus mandatos à frente do Executivo nacional e mais distante de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), que também presidiram o Brasil durante o último papado.
Com Lula, o papa adotou ações políticas consideradas contundentes, como enviar carta ao petista enquanto este esteve preso em Curitiba. Dilma também já recebeu elogios do pontífice, que chegou a chamá-la de “mulher de mãos limpas”.
A relação com Michel Temer foi marcada pela recusa a uma visita ao Brasil e por uma carta na qual pediu atenção aos “mais pobres” que pagam “o preço mais amargo” por “soluções fáceis e superficiais para crises”, sem explicitar quais seriam estas.
Já a relação com Bolsonaro foi marcada por oposição em duas grandes frentes: o cuidado com o meio ambiente e o respeito ao distanciamento social durante a pandemia de Covid-19, aponta o professor da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos) André Ricardo de Souza, que coordena o Nerep (Núcleo de Estudos de Religião, Economia e Política) da instituição.
O líder religioso esteve à frente da Igreja Católica desde 2013, época em que Dilma exercia seu primeiro mandato.
Relembre como foi a relação entre os últimos presidentes do Brasil e o papa Francisco.
Lula (2023-2026)
Segundo relato do ex-ministro Gilberto Carvalho, a relação de Lula com o papa começou com desconfiança por parte do petista, condição superada após o pontífice enviar uma carta ao petista enquanto ele estava preso em Curitiba.
Em fevereiro de 2020, quatro meses depois de deixar a prisão, Lula visitou Francisco no Vaticano. Ao retornar ao poder no terceiro mandato, o presidente encontrou novamente o papa em junho de 2023, quando recebeu de Francisco uma placa de metal com a mensagem “a paz é uma flor frágil”.
No mesmo ano, o papa deu entrevista a uma TV argentina na qual afirmou que Lula foi condenado sem provas em 2018. O petista tinha sido sentenciado na Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas as condenações foram anuladas posteriormente pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Lula encontrou o papa também em 2024, durante a cúpula do G7 (grupo dos países com as maiores economias mundiais), na Itália. A primeira-dama Janja também esteve algumas vezes com o papa, a última em fevereiro. Ela disse à Folha que Lula sentiu a perda de um “amigo querido, um companheiro de caminhada” com a morte de Francisco.
Jair Bolsonaro (2019-2022)
Um dos focos de tensão entre Francisco e Bolsonaro foi o Sínodo da Amazônia de 2019, quando bispos de vários países da região amazônica falaram sobre evangelização, meio ambiente e proteção aos povos indígenas.
Na época, Bolsonaro afirmou haver “muita influência política” no evento, entendido por ele como uma “ameaça à soberania nacional”. A Igreja Católica rebateu as críticas dizendo que os bispos envolvidos no sínodo estavam sendo “criminalizados” e tratados como “inimigos da pátria”.
Outro ponto que opôs Francisco e Bolsonaro, aponta o professor André Ricardo de Souza, foi a pandemia de Covid-19. O pontífice defendeu a quarentena, enquanto Bolsonaro falava publicamente contra o distanciamento social.
Sobre os ataques do 8 de janeiro de 2023, o papa falou que o episódio fazia parte de uma tendência de enfraquecimento da democracia nas Américas. Apesar da distância entre os dois, Francisco enviou mensagem ao então presidente em razão da morte da mãe ele, em 2022.
Bolsonaro não visitou Francisco durante seu mandato. Ele é o único dos presidentes durante o papado de Francisco que não tem foto com o pontífice. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, porém, esteve com o papa em 2019 durante encontro de primeiras-damas latino-americanas com a mais alta autoridade da Igreja Católica.
Michel Temer (2016-2019)
Em 2017, o papa Francisco recusou um convite do então presidente Michel Temer para visitar o Brasil. O líder religioso entregou uma carta ao mandatário na qual falou em “crise” paga sobretudo pelos “mais pobres”.
Para André Ricardo de Souza, a recusa foi um “expressivo posicionamento político do pontífice”, que havia se comprometido publicamente a voltar ao país naquele ano em razão das celebrações dos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Naquela época, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) criticava a iniciativa do então presidente de reformar a Previdência. Temer encontrou o papa em eventos oficiais enquanto ainda era vice-presidente.
Dilma Rousseff (2011-2016)
Dilma estava no primeiro mandato quando Jorge Mario Bergoglio se tornou papa. A petista foi a primeira chefe de Estado a ser recebida por ele depois de sua missa inaugural. Ainda em 2013, eles se encontraram durante a visita de Francisco ao Brasil em razão da Jornada Mundial da Juventude, que ocorreu no Rio de Janeiro.
Na ocasião, Dilma estranhou o estilo informal de Francisco, chamando-o de demagogo, segundo relato do ex-ministro Gilberto Carvalho à Folha. Depois de conhecê-lo pessoalmente, porém, mudou de posição.
“No Rio, o novo papa foi bastante cordial com a então presidente Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, mas também incentivou os jovens a participarem de manifestações massivas de rua que estavam em ebulição no país”, analisam os pesquisadores André Ricardo de Souza e Breno Minelli Batista em artigo publicado sobre os efeitos do papado de Francisco no Brasil.
Dilma encontrou outras vezes o papa durante viagens ao Vaticano. Em 2023, durante entrevista a uma TV argentina, o pontífice criticou o processo de impeachment, ocorrido em 2016, dizendo que ela era uma “mulher de mãos limpas”.
Ana Gabriela Oliveira Lima/Folhapress
Alvaro Dias é declarado anistiado político por atuação como vereador na ditadura
A Comissão de Anistia declarou na última quarta-feira (23) o ex-senador Alvaro Dias (Podemos) como anistiado político por ter atuado como vereador por Londrina (PR) de 1969 a 1971 sem remuneração, um instrumento da ditadura militar para restringir a participação política nas câmaras municipais.
O relatório sobre o pedido de anistia política sem reparação econômica formulado por Alvaro Dias ficou a cargo do conselheiro Rodrigo Lentz, que deu parecer favorável ao pleito. A declaração de anistiado político também permite reconhecer a contagem de tempo para efeitos de aposentadoria no serviço público e Previdência Social.
A ditadura militar baixou dois atos institucionais que tratavam sobre remuneração dos vereadores. O ato institucional nº 2, de 1965, determinava que os vereadores não receberiam remuneração, “seja a que título for”. Já o ato institucional nº 7, de 1969, estabeleceu que somente seriam remunerados vereadores das capitais e das cidades com mais de 300 mil habitantes —o que não era o caso de Londrina no final dos anos 1960.
Antes de proferir o voto, o conselheiro da Comissão de Anistia citou a trajetória política do ex-senador, que já foi governador do Paraná e candidato à Presidência da República em 2018. Ele lembrou que, antes de ser vereador, Álvaro Dias já tinha iniciado a atividade política como representante estudantil
Lentz citou depoimento do político no ano passado no Senado, por ocasião dos 60 anos do golpe de 1964, no qual Dias narra sua participação nas Diretas Já. “Isso mostra como a ditadura também usou de mecanismos institucionais como forma de repressão política e de exclusão política. Porque, vejam, por que retirar a remuneração dos vereadores? Por que a ditadura fez isso?”, continua o conselheiro.
“Se a política for restrita a quem tem dinheiro, a política vai excluir os pobres. Então quando a gente não profissionaliza a política, ou seja, quando não é uma atividade remunerada o cargo eletivo, quem é que vai ocupar o cargo eletivo? Quem tem disponibilidade de tempo e que não precisa receber nenhum tipo de remuneração para se dedicar à política.”
Na avaliação de Lentz, a retirada de remuneração de vereadores foi uma estratégia da ditadura para afastar sobretudo o movimento dos trabalhadores da política. “Então, de forma indiscriminada, foram retiradas as remunerações de todos os vereadores e erguido um dique político para a representação da classe trabalhadora, que, naturalmente, à época, fazia oposição à ditadura.”
Fábio Zanini/Folhapress
Lula fica menos de 24 horas em Roma e não vê Trump nem de azul
Luiz Inácio Lula da Silva foi uma das últimas autoridades a chegar à missa do funeral do papa Francisco neste sábado (26). Ele e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, representavam o Brasil na área reservada aos principais chefes de Estado, montada ao lado do altar da celebração. O presidente brasileiro estava em posição privilegiada, praticamente ao lado do celebrante, o decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re.
O evento já havia começado quando Lula e Janja apareceram na praça São Pedro. Não foram os únicos a distender o protocolo. Emmanuel e Brigitte Macron, Donald e Melania Trump e Volodimir Zelenski e Olena Zelenska também chegaram com orações e cânticos iniciados. Fotógrafos do pool do Vaticano trabalhavam freneticamente entre os convidados, dando um sutil ar de festa ao início da cerimônia.
Os que chegaram mais cedo, a maioria ausente dos cardápios da imprensa internacional, não resistiram à tentação e fizeram selfies com o altar ou a praça São Pedro lotada como cenário. Assessores também não economizavam no registro histórico.
A primeira fileira de cadeiras tinha o presidente Javier Milei na extrema direita, acompanhado da irmã Karina. Lula e Janja ocupavam assentos mais ou menos no centro, a umas 15 cadeiras de Trump e Melania. “Não cumprimentei, não vi o Trump. Não olhei nem para o lado”, disse o presidente mais tarde. Trump destoava do grupo, por estar com um terno azul, em forte contraste aos modelos escuros escolhidos pela maioria.
O sol do fim da manhã de Roma castigava. Lula, que tinha um squeeze para manter-se hidratado, adotou os óculos escuros apenas na metade da cerimônia. Janja já os usava desde a chegada. Como Melania e a rainha Letizia, da Espanha, portava um véu. Quatro fileiras para trás, as mulheres mais poderosas da Europa, Ursula von der Leyen, presidente da União Europeia, Roberta Metsola, presidente do Parlamento e Kaja Kallas, a chanceler do bloco, dispensavam o acessório.
“A guerra é somente morte de pessoas, destruição de casas, de hospitais e escolas. A guerra deixa sempre o mundo pior que antes”, disse Battista Re na homilia, em geral o momento político das celebrações do Vaticano. Quase na mesma hora, o planeta era inundado pela imagem de divulgação da Presidência da Ucrânia mostrando Zelenski e Trump sentados sozinhos no interior da basílica. Segundo a Casa Branca, uma conversa de 15 minutos “muito produtiva”.
Zelenski, que chegou a cogitar não ir à cerimônia, venceu a pequena batalha de imagem de uma semana pesada para a Ucrânia, com ao menos 12 mortos após um ataque russo à capital Kiev. Nem Lula escapou de comentar o assunto. “O importante é que se conversem para ver se se encontra uma saída para essa guerra, que está ficando sem explicação. Ninguém consegue explicar e ninguém quer falar em paz. O Brasil continua teimando que a solução é a gente fazer com que os dois se sentem na mesa de negociação e encontrem uma solução. Não só para Ucrânia e Rússia, mas para a violência que Israel comete na Faixa de Gaza.”
Lula falava já na pista do aeroporto Fiumicino, minutos antes de embarcar de volta para o Brasil, para o qual seguiu logo após a missa. Foi o único momento em que se encontrou com jornalistas em uma estada de menos de 24 horas na capital romana. “Quisera Deus que o próximo papa fosse igual a ele, com o mesmo coração dele, com os mesmos compromissos religiosos dele, com os mesmos compromissos com o combate a desigualdade que tinha o papa Francisco.”
A importância do pontífice foi usada como argumento para o tamanho da comitiva nacional. Francisco merecia, segundo Lula, a presença da cúpula do governo brasileiro em Roma. Neste momento, fez questão de mostrar para as câmeras que estava ao lado de Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e Hugo Motta, da Câmara. A imagem de união vai de encontro ao momento de hostilidade do Congresso, que ensaia uma anistia aos condenados pelos ataques aos Poderes da República em 2023 e desafia uma reforma ministerial.
O avião da Força Aérea Brasileira era um dos últimos em uma área de estacionamento do aeroporto romano reservada aos chefes de Estado. Curiosamente, o menor deles era do país provavelmente mais rico do pátio, a França: um jato Falcon, usado pelo presidente Macron para viagens curtas. Com capacidade máxima para 14 pessoas, a depender da configuração, não daria conta da delegação brasileira, que levou a Roma 18 autoridades, sem contar assessores.
Michele Oliveira e José Henrique Mariante/Folhapress
Caiado e Zema pregam união em 2026 e criticam MST e PT em evento com agro
Principal evento da pecuária brasileira, a Expozebu, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, foi aberta neste sábado (26) com críticas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e ao PT do presidente Lula feitas por dois governadores cotados como opções da direita para a eleição presidencial de 2026.
Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, aproveitaram o encontro para adotar um discurso de união da direita na próxima disputa ao Palácio do Planalto.
O governo federal está na mira do agronegócio desde o início do mês, quando movimentos rurais pressionaram Lula durante o Abril Vermelho pelo que consideram lentidão na reforma agrária. Políticos de oposição ao petista têm criticado invasões de terra no país desde então em eventos do setor.
Foi assim, por exemplo, com Zema, no Cana Summit, em Brasília, e com Caiado, na Tecnoshow, em Rio Verde (GO).
Neste sábado, os dois estiveram no Parque Fernando Costa, em Uberaba, para a 90ª edição da Expozebu, juntos do governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD) e de políticos como os deputados federais Pedro Lupion (PP-PR), presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), e Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, num palco dominado predominantemente por políticos de direita.
“Ó, 2026 está logo aí adiante, eu tenho certeza que o objetivo nosso [dos governadores] é o mesmo, é tirar o PT lá de Brasília e colocar um governo mais técnico, um governo que não persegue o setor produtivo. Nós estamos juntos nesse objetivo”, afirmou Zema.
Caiado, por sua vez, disse que a unidade da centro-direita vai ganhar as eleições no ano que vem e que os governadores têm isso como “único objetivo”. “A voz de esperança é grande e nós unidos chegaremos sem dúvida ao presidente da República em 2026.”
O governador goiano afirmou ainda que o Abril Vermelho não existe mais em seu estado e, ao discursar para os políticos e associações ligadas ao agronegócio, afirmou que a direita ou a centro-direita “subirá a rampa do Planalto” na próxima eleição.
Questionado se os três governadores que estiveram na feira na cidade mineira caminharão juntos na eleição presidencial do ano que vem, ele afirmou “ter certeza” disso.
“Tenho certeza que vamos caminhar juntos. Nós temos que entender que o Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo] também é uma grande liderança. Nós também estaremos compartilhando toda essa nossa capacidade para poder apresentar um candidato ou, se não, vários”, afirmou.
Organizada pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), a exposição prevê que os 39 leilões realizados na cidade mineira ligados à Expozebu deverão faturar mais de R$ 200 milhões, o que seria o recorde na história do evento. Em 2024, foram R$ 184 milhões, em 38 leilões.
Já se tornou tradição nos últimos anos o encontro de políticos contrários ao governo do presidente Lula na abertura da feira pecuária.
Em 2023, por exemplo, Zema, Caiado e Tarcísio estiveram juntos na abertura e discursaram criticando invasões de terra e percorreram estandes com gastronomia e produtos típicos mineiros.
No ano passado, as críticas se repetiram e foram feitas pelo presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid, pela prefeita de Uberaba, Elisa Araújo (PSD), por Lupion, Caiado e Zema.
Neste ano, não havia nenhum representante do primeiro escalão do governo Lula na cerimônia de abertura. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, era aguardado, mas ele não pôde estar presente, segundo o presidente da ABCZ, que o agradeceu em discurso pelo apoio em questões técnicas que a associação tem trabalhado junto ao ministério.
Afirmou ainda que o país tem sorte de ter políticos como Lupion e os três governadores presentes.
A feira prosseguirá até o próximo dia 4 no Parque Fernando Costa, em Uberaba. Exceto para os shows, que acontecerão à noite, a entrada é gratuita.
Marcelo Toledo/Folhapress
Itagibá: Prefeitura realiza sonho de centenas de famílias com a entrega de 171 títulos de propriedade
Na última sexta-feira, 25, a Prefeitura de Itagibá promoveu um momento histórico para o município: a entrega de 171 títulos de propriedade para moradores dos bairros Antônio Manoel Alexandrino (Operário), Jequitibá, Gilda Fonseca, Amaralina, 31 de Março e Nova Esperança, por meio do Projeto Esta é Minha Casa.
O evento aconteceu na Rua Aníbal Bispo de Souza e contou com a presença do prefeito Marcos Barreto, secretários municipais e de diversas autoridades do município. A cerimônia marcou a realização do sonho da casa própria para muitas famílias, que agora passam a ter a escritura definitiva de seus imóveis.
Com o título, os beneficiados garantem segurança jurídica, além de acessar benefícios sociais e linhas de crédito imobiliário para reformas e ampliações. A regularização fundiária representa não apenas estabilidade para as famílias, mas também a valorização dos bairros e o fortalecimento do desenvolvimento urbano de Itagibá.
Durante seu discurso, o prefeito destacou a importância do projeto para a transformação social do município.
“Hoje é um dia histórico para Itagibá. Entregar a escritura definitiva da casa de vocês é entregar dignidade, segurança e novas possibilidades para o futuro. Seguiremos trabalhando para fazer ainda mais por nossa gente", destacou o gestor.
O Projeto Esta é Minha Casa é mais uma ação que demonstra o compromisso da gestão municipal em promover cidadania, respeito e qualidade de vida para a população.
Fonte: Ascom/Prefeitura de Itagibá
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