Fora da vice em 2026, Geraldo Jr. deve, sob risco, concorrer a deputado estadual, por Raul Monteiro*
Tem poucas chances de prosperar a ideia do governador Jerônimo Rodrigues (PT) de manter Geraldo Jr. (MDB) como vice na chapa com que vai concorrer à reeleição, em 2026. Primeiro, porque não há quem morra de amores pelo cidadão em seu próprio partido para bancar sua indicação à posição. Depois, mais importante do que as preferências do governador e mesmo do partido em que ele se abriga, é sua condição eleitoral: ele simplesmente não tem votos, carecendo de uma estrutura mínima de apoio popular que possa justificar sua permanência numa chapa que deve enfrentar uma concorrência dura na sucessão do ano que vem.
Por este motivo, o mais provável é que Jerônimo esteja alimentando internamente a possibilidade de marchar com Geraldo Jr. apenas como uma tática para tranquilizar o companheiro de chapa de 2022 e evitar que ele encha suas tabelas com algum tipo de chateação para permanecer ao seu lado. Pesquisas para consumo interno do governo são o principal contra-estímulo para qualquer ideia pela manutenção do vice. Quando aparece, Geraldo Jr. se destaca com um recall para lá de negativo que não incentiva qualquer projeção ou argumento de que possa desempenhar algum papel relevante na próxima sucessão.
Trata-se de uma consequência natural da campanha vexatória que fez para a Prefeitura de Salvador nas eleições municipais passadas, nas quais ficou num ultrajante terceiro lugar, abaixo do candidato do PSOL, Kleber Rosa, que correu sozinho em raia, sem o apoio do governo do Estado nem dos recursos destinados pelo grupo governista à candidatura emedebista. O insucesso foi tão gritante que o senador Jaques Wagner (PT), responsável direto pela escolha do candidato do MDB à Prefeitura, não perdeu recentemente a oportunidade de registrá-la como seu único erro político dos últimos 25 anos.
Num cenário assim, deve restar ao vice-governador contentar-se com uma aposentadoria precoce ou, no máximo, tentar substituir o filho imberbe no mandato de deputado estadual – a eleição do rapaz fez parte do pacto para sua indicação à vice nas eleições estaduais passadas -, tarefa, por sua vez, difícil de consumar pelo alto nível de competição em que a disputa às vagas da Assembleia Legislativa ocorrerá e dada a ausência dos apoios econômicos e políticos com que contou no passado, notadamente o do presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), que tem agora a chance de eleger o próprio filho à Câmara dos Deputados.
Também por esta razão, o plano do vice de concorrer a deputado federal, que ele começou a divulgar a título meramente de estratégia para não desaparecer do cenário político antes da hora, não vingaria, dada a dificuldade para novos entrantes num Congresso onde os atuais representantes dispõem de fundos infinitos para concorrer. Nesta eleição, portanto, a vice de Jerônimo vai ser definida em alto estilo com crianças fora da sala, levando em conta milimetricamente o valor agregado dos pretendentes, algo que, por causa das pontes que dinamitou depois de chegar à posição atual, Geraldo Jr. simplesmente não tem.
*Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.
Raul Monteiro*
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