Como o Irã reagiria à entrada dos EUA na campanha militar de Israel?
Regime teocrático ameaça com danos irreparáveis, que se traduziriam em ataques a alvos americanos, sejam civis ou militares, e bloqueio do Estreito de Ormuz.

Os danos irreparáveis aludidos pelo líder supremo poderiam se refletir diretamente em ataques a bases militares dos EUA operadas em 19 locais do Oriente Médio, onde estão alocadas cerca de 40 mil pessoas. A maioria está no alcance de 2.000 km de mísseis balísticos Sejil-2, do Irã.
Há bases permanentes em oito países: Bahrein, Egito, Iraque, Jordânia, Kuwait, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Além disso, os EUA têm dois porta-aviões na região e um terceiro a caminho, o USS Nimitz.
O presidente Donald Trump avalia os riscos de se envolver diretamente na campanha militar e automaticamente arrastar os EUA para uma guerra prolongada como as enfrentadas no Afeganistão e no Iraque.
No intuito de minar os riscos políticos para a base eleitoral de Trump, que rejeita categoricamente a participação do país em conflitos externos, autoridades americanas confiam que as Forças de Defesa de Israel tenham reduzido bastante a capacidade iraniana de lançamento de barragens de mísseis.
O engajamento dos EUA no ataque ao Irã traria benefícios a Israel em seu objetivo de desmantelar o programa nuclear do regime: acredita-se que somente os bombardeiros B-2 e bombas destruidoras de bunkers, de fabricação americana, são capazes de danificar a usina de Fordow, instalada dentro de um complexo subterrâneo.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica, é nesta estrutura que o Irã já enriqueceu urânio a 83,7% — perto dos 90% necessários para obter armas nucleares.
Outro trunfo de retaliação do Irã aos EUA passa pelo Estreito de Ormuz, que liga o Golfo Pérsico ao Oceano Índico e atua como rota de navegação crucial para o Mediterrâneo e a Europa, por onde passa 20% do petróleo comercializado no mundo. O regime já avisou que poderia bloquear a passagem se fosse atacado ou atingir embarcações, como fez em 2019, quando Trump retirou os EUA do acordo nuclear firmado com o país.
Embora enfraquecidos, militantes do chamado “Eixo da Resistência” — Hamas, Hezbollah e houthis — ou da ala radical da Guarda Revolucionária também poderiam ser acionados para ataques terroristas tendo cidadãos e instituições americanas como alvos.
Trump mantém o mistério sobre atacar ou não a República Islâmica por meio da ambiguidade. “Posso fazer, posso não fazer. Quer dizer, ninguém sabe o que vou fazer”, transmitiu o presidente americano. Ao menos na retórica, o aiatolá Khamenei foi mais assertivo.
Por Sandra Cohen
Especializada em temas internacionais, foi repórter, correspondente e editora de Mundo em 'O Globo'
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