Deputada bolsonarista diz que imigração ameaça perfil conservador de SC

Aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) afirma que o fluxo migratório de moradores de outros estados em direção a Santa Catarina pressiona os serviços públicos das maiores cidades catarinenses e tem potencial de alterar o perfil conservador do Estado.

“Quem chega nem sempre compartilha dos nossos valores”, diz. “Quem quiser migrar para Santa Catarina tem que ser para trabalhar e contribuir, além de respeitar nossas raízes e tradições. Temos orgulho em ser catarinense”.

Dados do Censo de 2022 mostram que o estado registrou a chegada de 503,6 mil imigrantes e a saída de 149,2 mil emigrantes. Com isso, desbancou São Paulo e assumiu o posto de estado com o maior ganho de saldo populacional por causa dos movimentos migratórios entre as unidades da federação.

Rio Grande do Sul (26,8%), Paraná (19,1%), São Paulo (12,4%), Pará (8,9%) e Bahia (4%) foram as principais origens de quem passou a morar no território catarinense, de acordo com o Censo.

Em live realizada no último domingo (29), Zanatta citou um potencial risco político desses novos eleitores. “Eles não podem vir para cá e votar na esquerda”, disse, afirmando que o Estado, “bem ou mal, com os políticos mais velhos, sempre se manteve longe da esquerda.”

Segundo ela, o aumento de mais de 354 mil habitantes já pressiona serviços públicos em cidades como Chapecó e Criciúma, e provoca superlotação em hospitais e falta de vagas em creches, além da ocupação geográfica desordenada.

“Começam a criar, por exemplo, loteamentos irregulares e fazerem uma ocupação desordenada”, menciona, complementando que “foi assim que começou o Rio de Janeiro” —o estado teve a maior perda de moradores em termos absolutos do país em 2022, com menos 165,4 mil pessoas.

Danielle Brant/Folhapress

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