Petróleo brasileiro avança em novos mercados e se consolida como produto de exportação

A economia brasileira se transformou em uma das principais exportadoras de petróleo e subiu mais um degrau: tem conseguido abrir novas fronteiras para a venda do produto. Num movimento que vem ganhando força ao longo dos últimos anos, o País tem se beneficiado do aumento de produção local e das transformações geopolíticas recentes.

Em 2019, antes da pandemia de covid e da guerra entre Ucrânia e Rússia, a China representava 64% das vendas brasileiras de óleos brutos, mostra um mapeamento realizado pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Em 2023, o gigante asiático respondeu por 46,6%.

Nesse período, na contramão da China, a participação da União Europeia — que teve o fornecimento de combustível e energia afetado com o conflito da Ucrânia — subiu de 6,9% para 23%, e a de outros países da Ásia — excluindo os chineses, obviamente — aumentou de 7% para 9%.

Nesses quatro anos analisados, a venda total de óleo bruto de petróleo subiu de US$ 24,2 bilhões para US$ 42,5 bilhões. As exportações para a China cresceram 28%, e aumentaram 60% para outras economias.

“O Brasil está, de forma correta, encontrando alternativas para o enfraquecimento da demanda chinesa do petróleo”, afirma Daiane Santos, economista da Funcex.

Considerada um dos motores da economia global, a China tem enfrentado um cenário mais complicado, lidando com uma crise imobiliária. Neste ano, o governo chinês estimou um crescimento de 5%, um número que pode ser considerado otimista se comparado com a projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI), que é de alta de 4,2%.

Os números do primeiro bimestre deste ano indicam que esse cenário de diversificação continua. A venda de óleos brutos de petróleo liderou a exportação do Brasil para Ásia, União Europeia e Estados Unidos. Representou 21%, 19% e 15%, respectivamente, daquilo que foi vendido para cada bloco e país no período.

“Tem havido uma diversificação. O petróleo brasileiro está indo a mais mercados do que ia antes”, diz Lia Valls Pereira, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre).

Em janeiro e fevereiro, as exportações de óleo bruto de petróleo somaram US$ 7,520 bilhões, o que representa um crescimento de 73,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A alta foi puxada pelo aumento na quantidade — o avanço é de 75,9%. Os preços recuaram 1,1%.

“O Brasil deve continuar tendo sucesso nas exportações nos próximos anos”, afirma Lia.

Produção crescente

Nos últimos anos, o Brasil conseguiu se transformar em um dos principais participantes do mercado global de petróleo. Em 2022, foi o nono maior produtor do mundo e apareceu na décima colocação entre os exportadores.

O crescimento da produção pode ser explicado, em parte, pelo desempenho do pré-sal e pelo aumento de preços do petróleo observado ao longo das últimas décadas, o que torna viável e interessante a exploração. Como o Brasil tem baixa capacidade de refino, o destino do produto acaba sendo a exportação.

“O petróleo passou a ter um porcentual importante das exportações brasileiras”, diz Weber Barral, consultor na área de comércio internacional e ex-secretário de Comércio Exterior. “Há sempre um crescimento na quantidade exportada. Hoje, o Brasil se tornou um grande exportador de petróleo.”

Em 2024, a produção de petróleo deve crescer 6%, para 3,6 milhões de barris por dia, acima, portanto, dos 3,4 milhões de barris apurados em 2023, de acordo com projeção do Itaú. Até 2030, deve chegar a 4 milhões de barris. Neste ano, o banco estima uma receita de US$ 50 bilhões com a exportação do produto, o que, se confirmado, será um valor recorde.

Há uma grande dúvida de como a produção brasileira deve se comportar a partir de 2030, quando o crescimento da produção deve perder fôlego. Num cenário em que o mundo discute a transição energética, o novo foco de exploração pode se dar na Margem Equatorial, que fica entre o Amapá e o Rio Grande do Norte.

O tema, no entanto, divide integrantes do governo, e a exploração da Margem Equatorial tem recebido críticas de ambientalistas e atenções da comunidade internacional.

Disputa pela liderança

O bom desempenho do petróleo na balança comercial fez com o que produto passasse a rivalizar com a soja e o minério de ferro pela liderança da pauta de exportação do Brasil.

Em 2024, ainda não é possível afirmar que o petróleo seguirá na liderança da pauta exportadora, como apurado no primeiro bimestre, quando respondeu por quase 15% de tudo o que foi vendido pelo Brasil para o exterior.

Os números de parciais de março — compilados até o dia 25 — mostram uma queda de cerca de 30% nas vendas para o exterior. “A questão é que está havendo um aumento de quantidade, mas o preço está caindo”, afirma José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior (AEB).

Os números mais recentes mostram o preço do barril de petróleo mais próximo da faixa de US$ 85. No início da guerra na Ucrânia, chegou a superar os US$ 120.

O que é um consenso entre os analistas é o fato de que o petróleo vai contribuir cada vez mais com a balança comercial brasileira. “O petróleo é um dos fundamentos que a gente vê para uma melhora da balança comercial, auxiliando o País a ter superávits acima da média histórica dos últimos anos”, afirma Julia Passabom, economista do Itaú Unibanco.

No ano passado, o País registrou um superávit recorde de US$ 98,8 bilhões. Em 2024, os analistas estimam um saldo positivo de, pelo menos, US$ 85 bilhões – alguns não descartam um número superior a US$ 90 bilhões ou próximo do que foi observado no ano passado.

“Por ora, não temos nenhum tipo de preocupação com a pauta exportadora. O setor externo está muito sólido e robusto e não deve trazer preocupação para os próximos anos”, afirma Jankiel Santos, economista do banco Santander.

Estadão

Lula promove general atacado por bolsonaristas e que nomeou delegado do caso Marielle

 Richard Nunes vai assumir Estado-Maior do Exército; ele se disse 'perplexo' após prisão de chefe da Polícia Civil do Rio

O governo Lula (PT) nomeou nesta sexta-feira (29) o general Richard Nunes para assumir o Estado-Maior do Exército, segundo posto mais relevante da força.

A mudança já era prevista, foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta e efetivada na véspera, durante assinatura da promoção de oficiais e trocas nas forças com presença dos comandantes e do ministro José Múcio Monteiro (Defesa) no gabinete de Lula.

Segundo integrantes do governo, trata-se de uma movimentação comum nas forças.

Assim como o próprio comandante do Exército, Tomás Paiva, Nunes sofreu ataques de bolsonaristas no fim do governo Jair Bolsonaro (PL). À época, ele era do Alto Comando, por ser comandante militar do Nordeste, e teve seu nome e foto circulando por não apoiar atos golpistas após a derrota do então presidente.

À época, ele escreveu um texto em que criticou o inconformismo com a “tradicional postura legalista e de neutralidade do Exército”, que tem gerado “insultos a camaradas de longa data, ataques a reputações típicos de regimes totalitários, ‘vazamentos’ de supostas informações, divulgação de memes difamatórios, tudo para tentar atingir a coesão da Força”.

Em outra passagem de seu texto, publicado em blog do Exército, Nunes afirma que “por vezes, dizer ‘não’ pressupõe muito mais coragem do que alinhar-se a eventuais pressões de caráter político”.

Na gestão de Paiva, Nunes estava chefiando o departamento de Educação e Cultura do Exército. Agora, o general Francisco Humberto Montenegro Junior assumirá o cargo, uma vez que o ex-comandante militar do Nordeste vai para o Estado-Maior.

O general também voltou aos holofotes nesta semana após a prisão do delegado Rivaldo Barbosa, suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).

Barbosa chegou ao cargo de chefe da Polícia Civil no Rio de Janeiro em 2018, nomeado por Nunes, então secretário de Segurança Pública do estado. À época, a área estava sob intervenção federal, e o interventor era o general Braga Netto, que depois virou ministro de Bolsonaro e vice na chapa derrotada pela reeleição.

À Folha Nunes se disse “perplexo” com a prisão de Rivaldo Barbosa como um dos arquitetos da execução e disse considerar que pode ter sido ludibriado, “como toda a sociedade foi”.

“Lógico que essa prisão me deixou perplexo. Como é que pode um negócio assim? É impressionante. É um negócio de deixar de queixo caído. Naquela época, não havia nada que sinalizasse uma coisa dessas, uma coisa estapafúrdia”, declarou Nunes.

Ele relatou que na época havia elementos para achar que Rivaldo e o delegado Giniton Lages, que conduziu o caso Marielle na Delegacia de Homicídios e é investigado como participante do esquema para matá-la (foi afastado das funções e terá de usar tornozeleira eletrônica), estavam no caminho correto da elucidação do crime.

O general ficou na função de fevereiro de 2018 a dezembro do mesmo ano. Quando estava de saída, deu uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em que afirmou que Marielle foi morta por milicianos por ser um entrave à grilagem de terras na zona oeste do Rio.

Hoje, segundo a Polícia Federal, Rivaldo é suspeito de ter arquitetado as mortes da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018. Ainda de acordo com os investigadores, o delegado teria atuado para obstruir as investigações do caso.

Quem chefiou a investigação no Rio foi o delegado Giniton Lages, indicado por Rivaldo, e que foi alvo de busca e apreensão no último domingo. Ambos negam envolvimento na morte da vereadora.

O relatório da PF sobre o caso diz que Rivaldo criou uma organização criminosa dentro da Polícia, suspeita de cometimento de crimes variados, como corrupção, obstrução, tráfico de influência e até fraudes processuais.

A atuação da Polícia Civil é o ponto central da tese dos investigadores federais. A apuração evidencia problemas dentro da polícia fluminense ocorridos em diferentes gestões.

Marianna Holanda, Folhapress

Mulheres não presidem Câmaras Municipais em nenhuma capital do Brasil

Fotografia mostra os seis homens abraçados na Câmara Fotografia da reunião de instalação da Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher, na Câmara Municipal de São Paulo, formada apenas por homens

Nenhuma mulher preside as Câmaras Municipais das capitais estaduais do Brasil. Entre essas cidades, a Câmara mais feminina é a de Florianópolis, que tem 6 mulheres entre os 23 vereadores, resultando em 26% de representação feminina.

Em alguns desses municípios, as vereadoras estão sozinhas nas Câmaras. É o caso de Campo Grande (MS), capital com o Legislativo mais masculino. Do total de 29 vereadores, há apenas uma mulher.

Os efeitos dessa disparidade são variados. Para Luiza Ribeiro (PT-MS), alguns transparecem já na convivência. “Quando termina a sessão eles vão todos juntos para a sala de reunião da presidência [da Câmara] e eu me vejo indo sozinha para o meu gabinete.”

A vereadora Karla Coser (PT-ES), única mulher na Câmara de Vitória, afirma vivenciar uma exclusão semelhante. “A relação entre os homens é muito mais fraternal do que comigo no dia a dia. Eles se entendem numa lógica masculina de irmandade, eles se reconhecem como iguais. Preciso me esforçar muito mais para que projetos muito semelhantes sejam aprovados.”

Campo Grande e Vitória são duas das três capitais do país onde só há uma vereadora nas Câmaras. João Pessoa é a terceira, onde atua Eliza Virginia (PP-PB), que se diz antifeminista e de direita.

“O campo político talvez não atraia muito as mulheres. A política requer muito de você, do seu tempo. Finais de semana, feriados. Você tem que ter uma estrutura muito grande ao seu redor”, diz Virginia.

Segundo Hannah Aflalo, doutora em ciência política pela USP (Universidade de São Paulo) e co-diretora executiva de A Tenda das Candidatas, ONG que capacita lideranças feministas, o sistema eleitoral é desigual e questões como as trazidas pela vereadora do PP aparecem. “Existem barreiras sociais, duplas e triplas, divisões sexuais e raciais do trabalho, estereótipos de gênero e até o financiamento.”

Existem tentativas de mitigar essas desigualdades, como as cotas para financiamento de campanha, que reservam 30% do Fundo Eleitoral para candidatas mulheres. Mas, para a vereadora Luiza Ribeiro, não basta reservar verba às candidatas. Ela avalia ser necessário destinar cadeiras para mulheres, como ocorre em lugares como a Argentina, que aloca metade das vagas do Congresso.

Era de se esperar, segundo Aflalo, que as eleições municipais dessem mais espaço às candidatas do que as estaduais ou federais, uma vez que são necessários menos votos para eleger uma pessoa.

O fato de a política municipal ser mais próxima dos eleitores também criou a expectativa de sucesso das candidatas. “Tem uma frase que diz que ninguém mora no estado ou no país, mas, sim, no município. As lideranças são muito comunitárias, e o capital político das mulheres está muito mais ligado ao município na maioria das vezes”, diz.

Ribeiro observa isso na prática. “A sociedade não nos elege, mas atribui a nós, mulheres, responsabilidade por questões identificadas como demandas femininas, como buscar vagas nas escolas das crianças.”

Na prática, porém, nepotismo, tradições familiares e até retaliações entram no caminho das candidaturas femininas. Aflalo diz que acompanhou candidatas que sofreram ameaças no interior dos estados.

A cientista política afirma que a presença de mulheres na política tem um papel duplo. Serve para que elas, a partir dos seus pontos de vista, pautem políticas públicas mais eficientes para necessidades femininas. Mas, também, para servirem de exemplo para mais mulheres se enxergarem como potenciais ocupantes daquele espaço.

“A gente não fala da representatividade só pela representatividade, é de fato pela compreensão das necessidades das nossas vidas, de ter sala de amamentação, de discutir ginecologista no posto de saúde”, diz Coser.

A questão da representação das mulheres nas Câmaras ganhou força neste mês, quando uma única vaga foi oferecida a vereadoras na Comissão da Mulher da Câmara de São Paulo, formada apenas por homens —André Santos (Republicanos), Aurélio Nomura (PSDB), Hélio Rodrigues (PT), George Hato (MDB), Major Palumbo (PP), Manoel Del Rio (PT) e Rodolfo Despachante (PP).

“A Câmara de São Paulo tem uma média [de mulheres] até acima da Câmara dos Deputados”, observa Aflalo. “Não falta mulher, mas a comissão só tem homens. Eu vi aquela foto só com homens e vi deboche.”

Em Vitória, Karla Coser lidera a comissão dedicada às questões de gênero, plataforma central de sua campanha, em 2020, mas vê limitações nisso. “É estranho que a única comissão que eu tenha sido oportunizada a presidir seja a Comissão das Mulheres”, diz. “É como se não estivéssemos aptas a debater e presidir outras comissões. Queremos debater finanças, ambiente. Ficamos restritas a esse tema.”

Os colegas da comissão são todos homens, mas a vereadora os considera parceiros, principalmente por serem em sua maioria de esquerda, como ela, ou de centro. Para Karla, ser mulher não basta, mas há diálogos possíveis mesmo com colegas de direita.

Virginia, mesmo identificada como antifeminista e de direita, diz querer mais mulheres na política. Em 15 de dezembro de 2023, ela se tornou alvo de um inquérito do Ministério Público por parabenizar um guarda civil que agrediu uma mulher trans.

“A democracia, para ser completa, tem que ter uma representação justa e proporcional à população: mulheres, negros. Independente do espectro político”, diz Aflalo, cientista política. “Isso não é suficiente para garantir que os direitos das mulheres vão ser contemplados, mas aumenta a probabilidade de que sejam.”

Folha de S. Paulo

Macron diz que cabe a Lula decidir sobre convite a Putin para o G20

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta quinta-feira (28) que cabe ao presidente Lula (PT) decidir sobre um eventual convite a Vladimir Putin para vir ao Brasil para a cúpula do G20, em novembro, no Rio de Janeiro. Segundo ele, o tema deve ser abordado levando em conta “a liberdade de quem convida e o respeito de todos” do grupo.

“Eu não tenho lição para dar a ninguém, mas quando o presidente Lula convida, ele é responsável de seus convites”, disse Macron.
Presidente da Rússia, Putin enfrenta um processo de isolamento internacional por parte dos Estados Unidos e da Europa por causa da Guerra da Ucrânia.

Além do mais, o russo é alvo de um mandado de prisão emitido pelo TPI (Tribunal Penal Internacional), sob acusação de crimes de guerra no conflito no Leste da Europa.

Ao ser questionado sobre a possível vinda de Putin ao Brasil, Macron usou como exemplo a reunião do G7 em 2019, na França, quando ele convidou o líder russo para uma reunião dias antes da cúpula do clube de países ricos.

Segundo Macron, ao levar a possibilidade de convidar Putin para o G7, houve reação dos demais membros do grupo. “Me coloquei a mesma questão em 2019, no momento do G7.

Nos colocamos a mesma questão, de convidar o presidente Putin. A situação era menos grave, mas a guerra já tinha começado, a Crimeia já tinha sido tomada”, disse, em declaração ao lado de Lula, no Palácio do Planalto.

“Jamais tive consenso dos outros [membros do G7]. Alguns me disseram: ‘se você chamá-lo, eu não irei.’ Isso será um bloqueio. Então o que ocorreu é que eu tomei uma decisão de convidar o presidente Putin a Brégançon, vocês se lembram talvez. Eu tentei chegar a um resultado, já que haveria o G7 algumas semanas depois. Penso que é uma questão legítima”.

A principal diferença do caso citado por Macron é que a Rússia não é parte do G7. Mas ela integra o G20 como membro pleno.

Macron também destacou que decisões do G20 são consensuais. “Será um trabalho da diplomacia brasileira, nós faremos tudo para ajudar. Se houver um encontro que pode ser útil, é necessário fazê-lo. Se é um encontro que não é útil e vai provocar divisão, me parece não necessário fazê-lo. Estamos a serviço da paz e do interesse comum”, afirmou.

Lula também abordou o tema da guerra na Ucrânia. Ao responder a uma pergunta sobre o tema, o petista disse que não é obrigado a ter o mesmo “nervosismo” que os europeus sobre o tema. “Eu estou a tantos mil quilômetros de distância da Ucrânia que não sou obrigado a ter o mesmo nervosismo que tem o povo francês, que está mais próximo, ou o alemão.”

Em seguida, ele defendeu negociações de paz para encerrar o conflito e, referindo-se à Ucrânia e à Rússia, disse que os “dois bicudos” vão precisar se entender.

“Aquela guerra só vai ter uma solução, que vai ser a paz. Os dois bicudos vão ter que se entender. Em algum momento eles vão ter que sentar e chegar à conclusão de que não valeu a pena o que foi feito até agora: a destruição, os gastos, os investimentos em arma, que são muito maiores do que os investimentos para combater a fome, a desigualdade e a miséria”, disse o petista.

Folhapress

Itagibá: Marquinhos se reúne com o ministro Rui Costa para discutir avanços no município

Na tarde desta quinta-feira (28), o prefeito de Itagibá, Marcos Barreto, participou de uma reunião de grande importância com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. O encontro teve como objetivo discutir avanços e melhorias para a cidade de Itagibá. Durante a reunião, foram abordados diversos temas relacionados ao desenvolvimento e bem-estar do município.

Além disso, reafirmaram o compromisso em trabalhar em conjunto visando o crescimento da infraestrutura e da qualidade de vida dos moradores de Itagibá. Ao final do encontro, ficou estabelecido que novas rodadas de discussões serão realizadas para concretizar as propostas apresentadas. (Assessoria de Comunicação/Nory Oliver)

Encenação da Paixão de Cristo acontece nesta sexta e no domingo em Ipiaú; veja os locais e horários

Ipiaú terá a oportunidade de assistir mais uma vez a encenação do espetáculo “O Maior Ato de Amor” que se refere à paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Serão duas apresentações a céu aberto com um elenco de mais de 70 participantes, entre atores e figurantes oriundos dos bairros que compõem a Paróquia de São José Operário.

A primeira apresentação acontece nesta Sexta-Feira da Paixão, 29, às 18 horas, no adro da Igreja de São José Operário, enquanto a outra será no próximo domingo, 31, às 20 horas, na Praça Rui Barbosa. A direção é de Caio Braga, atual secretário de Cultura do município.

O espetáculo conta com quatro profissionais formados em teatro, os quais orientam e auxiliam outros jovens que nunca tiveram experiência com as artes cênicas. Neste seleto grupo estão Caio Braga, Larissa Barros, Iuri Nascimento e Naiele Torquato.

No papel de Jesus Cristo estará o jovem ator negro Cloves Laje. Os demais protagonistas com seus respectivos personagens são: Larissa Barros (Maria Madalena); Naiele Torquato (Maria mãe de Jesus); Iuri Nascimento (Judas), Caio Braga (Herodes); Jheffeson Aguiar e Alexandro Barbosa Jheffeson Aguiar e Alexandro Barbosa ( Pilatos); Vinicius Cruz, Fernando e Vítor (Sumos Sacerdotes).

“O Maior Ato de Amor” é uma celebração que vai além do entretenimento teatral. É uma poderosa ferramenta de evangelização, utilizando as artes cênicas para transmitir a mensagem atemporal de amor, perdão e redenção que permeia a história da Paixão de Cristo. Há mais de 15 anos o espetáculo vem sendo apresentado em Ipiaú, no período da Semana Santa. ( José Américo Castro/Giro Ipiaú

Câmara aprova doação de imóvel do município para o Projeto Mão Amiga

voluntários acompanharam a sessão
A Câmara Municipal de Ipiaú aprovou, em sessão ordinária realizada na noite da  última terça-feira, 26,  o  Projeto de Lei  nº 04/2024, da autoria do Poder Executivo, que autoriza a doação com encargos de um imóvel de propriedade do município à  Associação e Projeto Mão Amiga.

O imóvel a ser doado localiza-se na Praça Amâncio Felix , prédio da antiga Escola Silvino Lima e  se destina a sediar a entidade que atua em  defesa dos  direitos sociais e tem como finalidade a prestação de uma serie de serviços  nas áreas da saúde, educação, cultura e  assistência social

Ao justificar o projeto, a prefeita Maria das Graças, disse  que desde a  sua fundação,  em 2016, a Associação Projeto Mão Amiga vem  desenvolvendo vitais ações   para o fortalecimento dos laços comunitários, amparo aos mais vulneráveis e o desenvolvimento integral  da população.

Na mensagem aos vereadores  a prefeita destacou que o trabalho do Mão Amiga “ tem sido um farol de esperança e acolhimento em meio às adversidades que muitos  concidadãos enfrentam  e por isso a concessão do  imóvel não apenas reconhece e valoriza o trabalho desempenhado por essa entidade, mas também representa um investimento no bem-estar e no futuro da comunidade.

O presidente da Câmara, vereador Robson Moreira,  disse ser totalmente a favor da doação  e expressou sua  alegria em participar dessa  sessão em que  se fez um justiça social forte, pois grandiosa tem sido tem sido a ação beneficente do “Mão Amiga”. Também falou da certeza  que o imóvel doado será bem utilizado em favor da comunidade.

Mônica Souza  falou dos serviços prestados
Mônica Souza , coordenadora do Projeto Mão Amiga, ocupou a Tribuna Livre para explanar a respeito da trajetória  histórica da entidade e ilustrou sua fala com o poema “Das Pedras”,de Cora Coralina que  diz das dificuldades encontradas  e vitorias obtidas. 

“Ajuntei todas as pedras que vieram sobre mim. Levantei uma escada muito alta e no alto subi”.

O verso traduz a  trajetória da  missão  da entidade  que se mostra cada vez mais bem sucedida e expansiva. O Projeto Mão  Amiga estende são ação voluntária a outros municípios da região.

Da relação dos serviços oferecidos consta, psicopedagogia ,  psicologia, psicanálise, fisioterapia, massoterapia, auriculoterapia e outras especialidades na área da saúde, além de aulas de informática, musica, bordados, culinária, artesanato e muitas outras técnicas de formação profissional.

Com auxilio de pessoas de boa vontade, dentre os quais o vereador Orlando Santos, a entidade paga um aluguel de R$350,00 para manter sua atual sede  na Avenida Contorno. A doação do imóvel do município  vem excluir essa despesa e possibilitar que mais serviços sejam ofertado à comunidade.
(José Américo Castro/Ascom-Câmara Municipal de Ipiaú)

Resolução do TSE classifica irregularidades que podem comprometer eleições de 2024

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou resolução sobre infrações que podem comprometer as eleições municipais deste ano. As regras, definidas em fevereiro, incluem entendimentos do Supremo Tribunal Federal (STF), estabelecem a aplicação de sanções e determinam que cabe aos juízes eleitorais a apuração dos ilícitos no pleito.

A resolução diz que casos que envolvam uso de estrutura empresarial ou poderio econômico para coagir pessoas e obter vantagens no pleito ou divulgação de mensagens falsas para descredibilizar o sistema eleitoral configuram abuso de poder econômico ou político.

Sobre fraude à cota de gênero, a resolução define que pode ser identificada a partir da obtenção de votação irrisória de candidatas, prestação de contas com movimentações financeiras idênticas e ausência de campanha eleitoral efetiva. A negligência de partido ou federação em relação às candidaturas femininas também comprova a irregularidade, que pode resultar na cassação de todos os eleitos pelo partido, invalidação das candidaturas e anulação dos votos recebidos.

Em relação às campanhas, os desvios de recursos destinados às candidaturas femininas serão considerados irregulares independentemente do valor desviado. Do mesmo modo, o uso exclusivo de recursos para beneficiar candidaturas masculinas será tratado como uma violação das normas de arrecadação e gastos. A sanção para essas ilicitudes é o impedimento de posse ao cargo.

Já para definir a compra de votos, precisa ser comprovada a existência de promessa ou oferta de vantagem pessoal ao eleitor. Nesse caso, não é necessário apresentar o pedido explícito do voto em troca do benefício. A prática, que pode ser considerada corrupta caso seja demonstrada a capacidade de obstrução da legitimidade do pleito, prevê a aplicação de multas de até R$ 53 mil e cassação do registro do candidato.

O TSE ainda proibiu diversas ações aos agentes públicos, como a concessão de bens ou imóveis da administração pública em benefício de partidos ou candidatos e a prestação de serviços para campanhas eleitorais.

A regulamentação também permite que ações eleitorais diferentes, que dizem respeito a um mesmo caso, sejam reunidas para um julgamento comum, desde que a apreciação conjunta colabore com a efetividade do processo e não comprometa a celeridade.

Julia Camim/Estadão

Rebelião de Pereira, Antonio Brito e Bulhões pode implodir candidatura de Elmar na Câmara dos Deputados

Foto: Montagem Política Livre
Em texto publicado hoje em seu blog, o jornalista Gerson Camaroti diz que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), vive um enorme impasse decorrente da resistência que o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (União Brasil), candidato dele à sua sucessão, enfrenta em vários setores na Casa.

Aliados já teriam alertado Lira de que, se insistir na candidatura de Elmar, ele corre o risco de ser derrotado, condição na qual o presidente da Câmara não quer nem ouvir falar por temer ser submetido ao mesmo processo vivido pelo seu antecessor Rodrigo Maia (União Brasil), que desidratou após ter deixado o cargo.

Segundo Camaroti, nomes do Centrão poderiam fazer uma aliança em torno de uma candidatura alternativa para enfrentar a dupla Elmar-Lira. Nesse caso, haveria uma união dos pré-candidatos Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, Antonio Brito (BA), líder do PSD, e Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB.

Para embaralhar ainda mais o cenário, diz Camaroti, a direita bolsonarista já cogita lançar uma candidatura que levaria a disputa obrigatoriamente para o segundo turno. Nesse caso, já se cogita uma solução dentro do próprio PP: o líder da legenda, deputado Doutor Luizinho (RJ), sairia candidato apoiado por Lira.

“Tudo o que o Lira mais teme é virar um fantasma como aconteceu com Rodrigo Maia. Por isso, ele sabe que tem que fazer o sucessor”, enfatizou ao blog de Camaroti um interlocutor próximo do presidente da Câmara.

Política Livre

Em texto publicado hoje em seu blog, o jornalista Gerson Camaroti diz que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), vive um enorme impasse decorrente da resistência que o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (União Brasil), candidato dele à sua sucessão, enfrenta em vários setores na Casa.

Aliados já teriam alertado Lira de que, se insistir na candidatura de Elmar, ele corre o risco de ser derrotado, condição na qual o presidente da Câmara não quer nem ouvir falar por temer ser submetido ao mesmo processo vivido pelo seu antecessor Rodrigo Maia (União Brasil), que desidratou após ter deixado o cargo.

Segundo Camaroti, nomes do Centrão poderiam fazer uma aliança em torno de uma candidatura alternativa para enfrentar a dupla Elmar-Lira. Nesse caso, haveria uma união dos pré-candidatos Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, Antonio Brito (BA), líder do PSD, e Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB.

Para embaralhar ainda mais o cenário, diz Camaroti, a direita bolsonarista já cogita lançar uma candidatura que levaria a disputa obrigatoriamente para o segundo turno. Nesse caso, já se cogita uma solução dentro do próprio PP: o líder da legenda, deputado Doutor Luizinho (RJ), sairia candidato apoiado por Lira.

“Tudo o que o Lira mais teme é virar um fantasma como aconteceu com Rodrigo Maia. Por isso, ele sabe que tem que fazer o sucessor”, enfatizou ao blog de Camaroti um interlocutor próximo do presidente da Câmara.

Política Livre

Em texto publicado hoje em seu blog, o jornalista Gerson Camaroti diz que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), vive um enorme impasse decorrente da resistência que o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (União Brasil), candidato dele à sua sucessão, enfrenta em vários setores na Casa.

Aliados já teriam alertado Lira de que, se insistir na candidatura de Elmar, ele corre o risco de ser derrotado, condição na qual o presidente da Câmara não quer nem ouvir falar por temer ser submetido ao mesmo processo vivido pelo seu antecessor Rodrigo Maia (União Brasil), que desidratou após ter deixado o cargo.

Segundo Camaroti, nomes do Centrão poderiam fazer uma aliança em torno de uma candidatura alternativa para enfrentar a dupla Elmar-Lira. Nesse caso, haveria uma união dos pré-candidatos Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, Antonio Brito (BA), líder do PSD, e Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB.

Para embaralhar ainda mais o cenário, diz Camaroti, a direita bolsonarista já cogita lançar uma candidatura que levaria a disputa obrigatoriamente para o segundo turno. Nesse caso, já se cogita uma solução dentro do próprio PP: o líder da legenda, deputado Doutor Luizinho (RJ), sairia candidato apoiado por Lira.

“Tudo o que o Lira mais teme é virar um fantasma como aconteceu com Rodrigo Maia. Por isso, ele sabe que tem que fazer o sucessor”, enfatizou ao blog de Camaroti um interlocutor próximo do presidente da Câmara.

Política Livre
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Operação Força Total: PM apreende duas armas de fogo em Feira de Santana

 Todo o material apreendido foi encaminhado à Central de Flagrantes 

Uma equipe da 67ª CIPM, com o apoio de uma aeronave do Graer, apreendeu duas armas de fogo, na manhã desta quinta-feira (28), em Feira de Santana.

Os PMs realizavam ações de intensificação do patrulhamento no distrito de Humildes, quando avistaram um grupo de indivíduos que, diante da presença policial, atirou contra os militares. Houve revide e os criminosos fugiram, abandonando uma espingarda, uma pistola e dois tabletes de cocaína.

 Todo o material apreendido foi encaminhado à Central de Flagrantes, onde a ocorrência foi registrada

 

 

Dupla investigada por pedofilia é presa em Itabuna

Investigações identificaram perfis de usuários usados para carregamento de material de abuso sexual infantil

Investigações realizadas pela 6ª Coorpin e Deam de Itabuna identificaram perfis de usuários usados pelos suspeitos para carregamento de material de abuso sexual infantil

Equipes da 6ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) e da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Itabuna cumpriram, na quarta-feira (27), mandados de busca e apreensão na casa de dois suspeitos de pedofilia.

Dois homens, de 54 e 59 anos, foram presos em flagrante pelo armazenamento de material de abuso sexual infantil. Investigações realizadas pelas unidades policiais possibilitaram a identificação de vários perfis de usuário usados pelos suspeitos para fazer carregamento na internet.

Dispositivos eletrônicos apreendidos com a dupla foram encaminhados à perícia. Os flagranteados foram submetidos aos exames de lesões, ficando à disposição da Justiça. Eles vão responder pelo artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que consiste em adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.

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Emmanuel Macron visitará o Senado Federal nesta quinta-feira (28)

 

Presidente da França, Emmanuel Macron, será recebido pelo presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A visita está marcada para às 16h. Na ocasião será lançado o Grupo Parlamentar Brasil-França. Macron está em visita oficial ao Brasil.

Fonte: Agência Senado

Lula reforça crítica do Itamaraty à Venezuela e diz que veto a candidata é grave

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de “grave” o veto da Venezuela à candidatura da opositora Corina Yoris e afirmou que não há justificativa política ou jurídica para se proibir um adversário de disputar eleições.

A declaração, feita em encontro com jornalistas no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (28), reforça as críticas feitas pelo Itamaraty nesse mesmo sentido dois dias antes.

“É grave que uma candidata não tenha podido ser registrada. Ela não foi proibida [de disputar] pela Justiça”, disse. Yoris foi indicada para a disputa pela principal líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, inabilitada a concorrer a cargos públicos por 15 anos.

O petista ainda fez uma comparação com sua situação em 2018, quando, preso no âmbito da Lava Jato, foi proibido de concorrer por decisão da Justiça Eleitoral —mas pôde designar Fernando Haddad como seu candidato.

O comentário de Lula sobre o tema se deu após seu encontro bilateral com o presidente francês, Emmanuel Macron. Os dois chefes do Executivo assinaram acordos de cooperação.

Depois, eles seguiriam para o Itamaraty, onde um almoço em homenagem ao francês estava programado. À tarde, Macron teria um encontro com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e encerraria sua visita ao Brasil.

Este é o terceiro dia do líder no país, que também esteve em Belém (PA), Itaguaí (RJ) e São Paulo (SP). Lula acompanhou-o nas duas primeiras cidades.

No Pará, Lula e Macron anunciaram um plano de investimentos em bioeconomia para a Amazônia. A iniciativa pretende alavancar 1 bilhão de euros (cerca de R$ 5,3 bilhões) em recursos públicos e privados nos próximos quatro anos. O montante deve ser voltado tanto para a floresta amazônica em território brasileiro quanto para a parte dela localizada na Guiana Francesa, território do país europeu.

No Pará, Lula e Macron anunciaram um plano de investimentos em bioeconomia para a amazônia. A iniciativa pretende alavancar € 1 bilhão (cerca de R$ 5,3 bilhões) em recursos públicos e privados nos próximos quatro anos. O montante deve ser voltado tanto para a floresta amazônica em território brasileiro quanto para aquela que está na Guiana Francesa (território do país europeu).

Em Itaguaí, os dois presidentes defenderam a ampliação da cooperação militar entre seus países para que, juntos, atuem na manutenção da paz mundial.

Em São Paulo, Macron teve uma agenda extensa. Fez um discurso em um fórum econômico organizado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e seguiu para o campus Butantã da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital, onde participou da cerimônia de inauguração da unidade do Institut Pasteur de São Paulo.

Em seguida, o presidente da França foi ao Lycée Pasteur, na Vila Mariana, onde houve uma recepção para a comunidade francesa com chefs de cozinha renomados. No mesmo local, Macron participou de um coquetel com estudantes e jornalistas de seu país.

Mais tarde, participou de um jantar misterioso, restrito a convidados, no hotel Rosewood, um dos mais luxuosos da cidade, no bairro da Bela Vista, na região do centro.

A viagem de Macron marca o principal capítulo de uma aliança política pensada pelos dois chefes do Executivo como uma espécie de ponte entre os países ricos e os emergentes —parceria esta que começou a ser construída antes de mesmo de o petista iniciar seu terceiro mandato.

Ricardo Della Coletta, Nathalia Garcia e Marianna Holanda, Folhapress

Insegurança nas ruas à noite cresce e alcança 2 de cada 3 brasileiros, diz Datafolha

A sensação de insegurança ao caminhar durante a noite nas cidades brasileiras aumentou nos últimos seis meses.

A proporção de pessoas que dizem sentir muita insegurança nas ruas após escurecer chegou a 39%, quase quatro a cada dez pessoas, e aqueles que respondem ter um pouco de insegurança são 26%, segundo pesquisa Datafolha.

Ao todo, portanto, dois de cada três brasileiros (65%) dizem sentir algum grau de insegurança ao andar nas ruas durante a noite.

O resultado representa um crescimento de cinco pontos percentuais na quantidade de entrevistados que se sentem muito inseguros em relação à última pesquisa do instituto sobre o tema, em setembro do ano passado.

Houve uma diminuição equivalente na quantidade de brasileiros que respondem sentir-se “mais ou menos seguras” nas ruas da própria cidade: caiu de 26% para 21% no período. Já aqueles que se sentem “muito seguros” são 14%, uma proporção que se mantém estável nas pesquisas desde março de 2022.

O Datafolha ouviu 2.002 pessoas com mais de 16 anos em todo o país nos dias 19 e 20 de março. A margem de erro geral é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

A sensação de insegurança teve um aumento mais expressivo nas regiões metropolitanas do país. Mais da metade (52%) dos moradores das grandes cidades e de seus entornos urbanizados diz sentir-se muito inseguro, ante 41% há seis meses.

Só 7% consideram-se muito seguros nas metrópoles —em setembro, eram 9%. Essa proporção chega a mais do que o dobro, 19%, em cidades do interior.

Ao mesmo tempo, os municípios interioranos também tiveram leve piora na percepção da segurança. Há seis meses, 28% dos entrevistados no interior diziam sentir-se mais ou menos seguros nas ruas da sua cidade ao escurecer, e agora são 23%. Aqueles que respondiam sentir-se muito inseguros eram 29%, e agora são 31%.

O Datafolha fez duas perguntas sobre a percepção da violência aos entrevistados: como eles se sentem ao caminhar pelas ruas de sua cidade e do seu próprio bairro. A insegurança cresceu nas duas situações, embora os entrevistados digam sentir-se mais seguros em seu próprio bairro.

Todas as regiões do país tiveram aumento do sentimento de insegurança. O Sudeste apresentou os piores índices e o maior crescimento na proporção de entrevistados que dizem se sentir muito inseguros nas ruas da cidade. Eram 38% em setembro, e agora são 45%.

O sentimento de alta insegurança nas ruas da cidade alcança 37% dos moradores das regiões Centro-Oeste e Norte (na pesquisa Datafolha, as duas regiões têm os dados unificados), 36% da população do Nordeste e 32% no Sul.

Além da discrepância entre metrópoles e interior, homens e mulheres também têm grandes diferenças na percepção de segurança. Enquanto 45% das mulheres se sentem muito inseguras nas ruas da cidade ao anoitecer, 33% dos homens respondem da mesma forma —diferença de 12 pontos percentuais.

Só 15% das mulheres se sentem muito seguras no próprio bairro à noite, mas entre os homens essa proporção é de 24%. O índice de alta insegurança fica abaixo da média entre moradores da região Sul, entre jovens de 16 a 24 anos (28%) e entre aqueles que aprovam o governo Lula (27%).

A percepção da segurança nas ruas teve comportamento similar à opinião sobre a situação econômica do país e da própria vida. Entre aqueles que responderam ao Datafolha que sua própria condição financeira melhorou, 27% dizem que se sentem muito inseguros nas ruas da cidade (abaixo da média nacional) e 21% que se sentem muito seguros (acima da média).

Já entre aqueles que viram sua situação financeira piorar, 53% dizem que ficam muito inseguros na cidade ao escurecer, e só 10% que sentem-se muito seguros.

A clivagem política também aparece como um fator político para essa percepção. Entre bolsonaristas, 49% dizem se sentir muito inseguros e 14% muito seguros. Entre petistas, são 31% aqueles que dizem se sentir muito inseguros e 17% respondem que se sentem muito seguros.

Há estudos indicando que há uma diminuição da violência no país desde 2018. O último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado em julho do ano passado, mostra que as mortes violentas no Brasil chegaram ao patamar mais baixo em 12 anos.

Em São Paulo, estado mais populoso do país, houve queda nos homicídios durante o ano passado, mas um recorde de furtos. No ano passado, foram 2.728 vítimas de homicídio doloso, quando há intenção de matar, queda de 10,4% em relação a 2022.

Ao mesmo tempo, foram registrados 576.278 furtos no estado, maior número visto na série histórica.

Tulio Kruse/Folhapress

Aprovação de Jerônimo Rodrigues passa de 56% em Salvador

Pesquisa feita em Salvador pelo Instituto Paraná mostra o crescimento da aprovação do governo Jerônimo Rodrigues. De acordo com o levantamento, realizado entre 22 e 27 deste mês, 56,3% das pessoas ouvidas aprovam sua administração, o que demonstra uma evolução em relação ao que foi apurado há um ano: 55,5%.

Em março de 2023, 8,3% dos soteropolitanos qualificavam o governo do petista como ótimo. Hoje, esse número cresceu para 12,5%, superior aos 12,2% apurados em janeiro passado. Jerônimo é aprovado por 57,2 % dos homens e 55,5% das mulheres. Entre pessoas de 45 a 59 anos, sua aprovação vai a 62,6%. Já entre os mais jovens (16 a 44 anos), Jerônimo alcança níveis de aprovação superiores a 50%.

Para o secretário estadual de Comunicação, André Curvello, a pesquisa reflete um momento bastante positivo do Governo na capital. “No interior, os índices são bem maiores. Tudo isso é reflexo de muito trabalho focado na construção de uma nova Bahia, tendo como prioridade o cuidado com as pessoas, seja na firmeza na segurança pública, na geração de empregos, nos investimentos recordes em saúde e educação em todo o Estado”, disse.

Surto de dengue no Brasil e América do Sul pode ser o pior da história, diz OMS

A epidemia da dengue neste ano pode ser a pior da história, declarou a OMS (Organização Mundial de Saúde) nesta quinta-feira (28).

Durante uma entrevista para jornalistas, a organização informou que, até o dia 26 de março, foram registrados 3,5 milhões de casos de dengue nas Américas, incluindo mais de mil mortes. Os dados preocupam a entidade, que destacou que o número de casos representa três vezes do que foi notificado no mesmo período em 2023.

Durante o ano passado inteiro, foi registrado 4,5 milhões de casos na região. Sylvain Aldighieri, diretor do departamento de prevenção, controle e eliminação de doenças da Opas, braço pan-americano da OMS, afirma que os dados demonstram que o ano de 2024 deve concentrar o maior registros de casos a nível regional.

A OMS afirma que o aumento de casos é observado em toda a América Latina e no Caribe, porém três países encabeçam uma situação mais preocupante do cenário da doença: Brasil, Paraguai e Argentina, que representam 92% do casos e 87% das mortes relacionadas ao vírus.

A organização lembra que a doença segue um padrão sazonal e, por isso, a maior parte da sua transmissão acontece no primeiro semestre do ano. “No sul, os primeiros meses do ano correspondem à estação mais quente e chuvosa, quando se observa maior circulação do principal vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti”, disse Jarbas Barbosa, diretor da Opas.

A entidade explica ainda que, atualmente, há quatro sorotipos do vírus, e a circulação de dois ou mais deles pode aumentar o risco de epidemias e formas graves da dengue. Ao menos 21 países das Américas relataram a circulação de mais de um tipo.

“Também observamos a presença do mosquito vetor e casos em áreas geográficas onde a transmissão endêmica não havia sido observada anteriormente, o que significa que alguns países podem não estar preparados para lidar com um aumento na transmissão.”

Barbosa alertou que a vacina da dengue, que foi desenvolvida e vem sendo aplicada no Brasil desde o início de fevereiro, não vai resolver o problema a curto prazo. Isso porque o imunizante disponível requer duas doses e são necessários três meses de intervalo entre uma e outra.

“Estudos demonstram que oito anos de vacinação poderiam ser capazes de causar impacto na transmissão da dengue. A grande ferramenta de controle segue sendo a eliminação dos criadores do mosquito, seja no domicílio das pessoas, seja em ambientes públicos como parques, praças e comércios”, disse o diretor.

A organização reitera que mudanças climáticas podem favorecer a dispersão do mosquito vetor da doença, como tempestades e inundações.

Cita o fenômeno El Niño pode contribuir para o aumento da doença. “Frequentemente, vemos picos na transmissão da dengue durante esses anos devido as variações climáticas. Mas, os determinantes sociais, como o rápido crescimento populacional e a urbanização não planejada também podem impulsionar a disseminação da dengue.”

Prefeitura de Ipiaú promove terceira Feira de Saúde do ano na USF Noé Bonfim

Na manhã e tarde desta quarta-feira, 27 de março, a comunidade de Ipiaú foi agraciada com a terceira edição da Feira de Saúde de 2024, sediada na Unidade de Saúde da Família (USF) Noé Bonfim. O evento, que contou com a participação ativa de diversos segmentos da sociedade, ofereceu 15 serviços e uma variedade de atividades, incluindo apresentações de exercícios físicos realizados pelas alunas da Academia Municipal de Saúde.
Com uma abordagem abrangente, a feira destacou temas de relevância para a saúde pública, especialmente aqueles comemorados no mês de março, como saúde da mulher, saúde bucal, combate à tuberculose, nutrição e obesidade. O público-alvo da feira foram as crianças do programa Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) Comunidade, seus pais e a comunidade em geral.
Foram oferecidos vários serviços, como a vacinação, testes rápidos, orientação nutricional, informações sobre arboviroses ministradas pelos agentes de endemias, planejamento familiar e uma palestra sobre saúde mental proferida pela psicóloga Jéssica Bacelar.
Ao comentar sobre a importância da Feira de Saúde, a secretária de Saúde de Ipiaú, Laryssa Dias, enfatizou o compromisso da administração municipal com a promoção da saúde preventiva e a educação sanitária da população. "Em 2023, realizamos uma feira por mês, e em 2024 estamos seguindo com o mesmo planejamento. Essas iniciativas são fundamentais para conscientizar a comunidade sobre a importância dos cuidados com a saúde e promover o acesso aos serviços essenciais", declarou Laryssa.
A Feira de Saúde de Ipiaú reforça o compromisso da prefeitura em proporcionar oportunidades para que os cidadãos tenham acesso a informações e serviços de saúde de qualidade, promovendo assim uma melhor qualidade de vida para toda a comunidade.

Texto Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú

Polícia Militar realiza 22ª edição da Força Total em todos os 417 municípios da Bahia

 Ao longo do dia serão realizadas abordagens preventivas com o objetivo de ampliar o policiamento no estado

 A Polícia Militar da Bahia iniciou, na manhã desta quinta-feira (28), a 22ª edição da Operação Força Total nos 417 municípios baianos. Ao longo do dia serão realizadas abordagens preventivas com o objetivo de ampliar o policiamento no estado, apreender drogas e armas de fogo, além do cumprimento de mandados de prisão expedidos pela justiça.

As equipes da PM atuam nas ruas com o emprego máximo do efetivo, inclusive do administrativo, e utilizam toda a frota e os recursos disponíveis da corporação, a exemplo de viaturas, motocicletas, bases móveis, aeronaves e drones.

No acumulado das edições anteriores, a PM já apreendeu 464 armas de fogo, prendeu 752 pessoas em flagrante, recuperou 361 veículos, registrou 2.242 ocorrências envolvendo drogas e cumpriu 250 mandados de prisão.

Polícia Civil apreende cogumelos alucinógenos em encomendas dos Correios

 Aproximadamente dez quilos de entorpecentes foram interceptados durante a a operação 

A Polícia Civil apreendeu dez quilos de maconha, cocaína, anfetaminas, cogumelos alucinógenos e esteroides anabolizantes, nesta quarta-feira (27), durante a 11ª fase da Operação Correios, realizada pelo Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), no Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas dos Correios (CTCE), em Salvador.
Com o apoio do Canil da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core) foram interceptadas 21 encomendas. As drogas foram enviadas dos estados de São Paulo e Santa Catarina com destino à capital e ao interior da Bahia.

Os remetentes, bem como os destinatários serão investigados pelo Denarc, com o objetivo de prender os responsáveis pelo tráfico dos entorpecentes. O material apreendido foi encaminhado à perícia do Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Texto: Ascom/PC

Com Gabigol, Flamengo divulga lista de inscritos na Libertadores

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - O Flamengo divulgou a lista de inscritos para a Libertadores 2024. Entre os 50 nomes está o de Gabigol. O clube espera um possível efeito suspensivo na punição de dois anos para ter o atacante de volta.

Gabi segue sem poder treinar com o grupo. A defesa do jogador vai tentar suspender a pena até o recurso no CAS para que o atacante nõ fique parado durante toda temporada.

Há vários jovens na lista de inscritos. Muitos deles foram campeões da Libertadores sub-20 pelo clube.

Todos os reforços também constam na lista. O Fla tinha até sexta-feira para enviar a relação.

O Flamengo está no Grupo E da Libertadores, ao lado de Bolívar-BOL, Millonarios-COL e Palestino-CHI. A estreia rubro-negra acontece no próximo dia 2, às 19h (de Brasília), contra o Millonarios, em Bogotá.

Veja a lista completa:

  • Goleiros
    Rossi
    Lucas Furtado
    Matheus Cunha
    Dyogo Alves
    Caio Barone
  • Laterais
    Varela
    Ayrton Lucas
    Viña
    Santiago Ocampos
    Wesley
    Daniel Sales
    Lucyan
  • Zagueiros
    Léo Ortiz
    Léo Pereira
    Fabrício Bruno
    David Luiz
    Cleiton
    Zé Welinton
    Da Mata
    Carbone
    Diegão
    Iago
  • Meio-campistas
    Erick Pulgar
    Gerson
    De Arrascaeta
    De la Cruz
    Allan
    Daniel Cabral
    Victor Hugo
    Rayan Lucas
    Igor Jesus
    Evertton Araújo
    Caio Garcia
    Luis Aucélio
    Daniel Rogério
    Wallace Yan
  • Atacantes
    Luiz Araújo
    Pedro
    Gabi
    Everton Cebolinha
    Lorran
    Matheus Gonçalves
    Werton
    Bruno Henrique
    Felipe Teresa
    Germano
    Pedro Estevam
    Shola
    João Victor
    Weliton
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Macron faz jantar secreto em São Paulo em que nem direção do hotel sabia o menu mundo

O presidente da França, Emmanuel Macron, terminou a sua visita a São Paulo nesta quarta-feira (27) em um jantar misterioso, restrito a convidados, no hotel Rosewood, um dos mais luxuosos da cidade, no bairro da Bela Vista (região central).

Nem mesmo o alto escalão do hotel soube informar o menu ou os convidados da reunião.

Nas últimas horas, a garoa e o frio deram um clima de paz às ruas que cercam o Rosewood. Parecia uma noite comum: turistas estrangeiros e deslumbrados enfileiravam seus carrões na entrada do estabelecimento e, um a um, seguiam em direção aos restaurantes.

Minutos antes de chegar ao hotel, não se ouvia falar francês no local. A segurança era feita tão somente pelos funcionários do estabelecimento. De repente, 30 seguranças franceses impediram a permanência das pessoas na recepção, dando passagem a Macron, que chegou, por uma entrada lateral, na alameda Rio Claro, pouco depois das 22h.

O presidente francês não estava em nenhum restaurante do Rosewood. Só se sabe que a Embaixada da França reservou um espaço privativo para o jantar. Alguns diplomatas se reuniram em rodinhas no térreo, antes de o forte aparato de segurança limpar os penetras.

De tão misterioso o evento, parte da equipe de segurança pôde se dar ao luxo de ficar sentada do lado de fora, de pernas abertas, batendo papo e respondendo a mensagens de texto. Em dado momento, tomaram emprestado da cozinha alguns copos com água e gelo, brindando como se estivessem tomando uísque.

Havia uma expectativa de que artistas brasileiros se reunissem à mesa. O único que apareceu ali foi o ex-jogador Raí, ídolo do Paris Saint-Germain.

Macron chegou até mesmo a manifestar o desejo de jantar com Chico Buarque. Para a frustração do líder francês, o vencedor do prêmio Camões, que tem romances de sua autoria no acervo do Rosewood, não se pronunciou.

Passava da 0h30 desta quinta (28) quando Macron, rodeado por assessores, desceu do elevador. Nesse momento, a reportagem foi expulsa do hotel pela segurança. O presidente só foi embora 45 minutos depois, em um dos carrões que formavam o comboio na alameda Rio Claro.

Curiosamente, Macron não passaria a noite no Rosewood. Ele escolheu dormir na concorrência, o Tivoli Mofarrej, na alameda Santos.

Gustavo Zeitel/Folhapress

Governo Lula avisou chavistas que reagiria a bloqueio eleitoral de opositora na Venezuela

A mudança de posição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto ao regime de Nicolás Maduro, cristalizada pela nota do Itamaraty com crítica ao impedimento de uma candidatura da oposição, foi precedida de conversas com chavistas na Venezuela.

Na última semana, representantes de Lula buscaram aliados do ditador e compararam a situação da oposição no país com a candidatura à Presidência do próprio petista em 2018, quando ele estava preso no âmbito da Lava Jato.

Disseram que, na ocasião, Lula foi impedido de concorrer por decisão da Justiça Eleitoral. E prosseguiram: mesmo considerando a decisão equivocada, o hoje presidente indicou um substituto, Fernando Haddad (atual ministro da Fazenda), que pôde participar do processo eleitoral.

A comparação foi usada por emissários de Lula para dizer aos chavistas que Corina Yoris, indicada como substituta da líder opositora María Corina Machado, deveria ser autorizada a participar do pleito neste ano. María Corina foi inabilitada pelo regime a participar da eleição.

Nas mesmas conversas, auxiliares de Lula alertaram a ditadura que a inabilitação de Yoris, contra quem não há decisão judicial, resultaria numa manifestação pública de oposição do governo brasileiro.

De acordo com pessoas que acompanham o tema, a decisão de manifestar contrariedade com a repressão política na Venezuela foi tomada por Lula durante reunião com o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) e com o assessor internacional da Presidência, Celso Amorim, na segunda (25).

No dia seguinte, na Base Aérea de Brasília, Lula leu a versão final da nota do Itamaraty com as críticas ao regime chavista. Aprovou o texto e embarcou para Belém, para uma reunião com o presidente da França, Emmanuel Macron. Antes disso, Amorim manteve contato com membros do regime e opositores venezuelanos.

Auxiliares de Lula também procuraram representantes do governo da Noruega para pedir uma avaliação do país europeu sobre o atual estágio do processo de negociações na Venezuela. A Noruega é a principal mediadora dos acordos de Barbados, entendimento que visava construir garantias para as eleições em Caracas, marcadas para julho.

O diagnóstico do governo Lula foi de que Maduro tem dado repetidas demonstrações da falta de comprometimento com o respeito aos termos do acordo firmado com seus adversários políticos. Um dos pilares do acordo de Barbados era que os partidos políticos poderiam escolher seus candidatos. Na avaliação de auxiliares de Lula, Maduro se distanciou desse objetivo ao impedir o registro da candidatura de Yoris.

O assunto gera frustração entre conselheiros do presidente brasileiro. Isso porque ele vinha pessoalmente liderando o esforço de blindar Maduro de críticas pelo recrudescimento da repressão na Venezuela. O argumento era que o Brasil precisava manter canais de diálogo abertos com o regime se quisesse exercer alguma influência positiva para um processo eleitoral minimamente competitivo.

Alguns auxiliares de Lula relataram à reportagem, sob condição de anonimato, que o bloqueio a Yoris mostrou que essa estratégia não foi bem-sucedida e que o preço político pago por Lula já não compensava diante de um processo eleitoral que se avizinha e que, ao que tudo indica, será viciado em favor do chavismo.

Em nota divulgada na terça (26), o Itamaraty disse que “acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral” em Caracas.

Sem citar Yoris nominalmente, a diplomacia brasileira destacou ainda que o impedimento “não é compatível com os acordos de Barbados” e “não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”, destacando que não há nenhuma decisão judicial contra a candidata.

“O Brasil está pronto para, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil”, concluiu a chancelaria.

A diplomacia venezuelana reagiu em tom agressivo. Chamou a nota do Itamaraty de “cinzenta e intervencionista” e afirmou que o texto parece ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos EUA. Por outro lado, não citou o nome de Lula e creditou a redação a “funcionários da chancelaria brasileira”.

Para auxiliares do presidente brasileiro, os venezuelanos quiseram, com a nota, sugerir que existe um racha entre a posição externada pelo Itamaraty e o Palácio do Planalto. Também destacaram que, por ora, a ordem é não escalar as tensões com a Venezuela por dois motivos.

Primeiro, eles insistem que canais de diálogo precisam ser preservados e que não interessa ao Brasil prejudicar sua capacidade de comunicação com um dos principais países da América do Sul, com quem o país divide uma extensa e porosa fronteira em Roraima.

Segundo, o Brasil foi garantidor, no fim do ano passado, de um acordo entre Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, para debelar a crise entre Venezuela e Guiana pela região do Essequibo.

Maduro vinha realizando uma série de ameaças sobre o território guianense. O receio no governo brasileiro é que aprofundar o isolamento de Maduro resulte numa nova rodada de ameaças militares por parte do ditador, o que tem potencial de desestabilizar ainda mais a região.

Ricardo Della Coletta/Folhapress

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