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Emoção em Campo: Campeonato da Cidade de Ipiaú Começa Neste Domingo

 Disputas Aquecem o Coração dos Amantes do Futebol na Cidade

No próximo domingo (07), terá início o tão aguardado Campeonato da Cidade, as equipes locais se preparam para enfrentar desafios emocionantes em busca do título.
A competição, que promete atrair torcedores de todas as idades, será realizada no Estádio Municipal Pedro Caetano, onde as equipes se enfrentarão em uma série de jogos emocionantes.

"Este é um evento muito importante para a comunidade esportiva de Ipiaú. É uma oportunidade para os jogadores locais mostrarem seus talentos e para os torcedores se reunirem em apoio aos seus times favoritos", comentou o diretor de Esportes Givaldo Nascimento.

A abertura do campeonato será marcada por duas partidas eletrizantes. Às 8 horas da manhã, o Internacional enfrentará o Vasco, seguido por Avenida e Aparecida às 10 horas. Com uma mistura de habilidade, determinação e espírito esportivo, os jogos prometem proporcionar momentos inesquecíveis para os espectadores.

Além das disputas em campo, o Campeonato da Cidade de Ipiaú também representa uma oportunidade para promover a união e a integração entre os moradores da cidade. É um momento para celebrar a diversidade, a amizade e o amor pelo esporte.
Decom/PMI


Prefeita Maria das Graças inaugura Arena Esportiva Mané Grande

Na manhã desse domingo, 24, a prefeita Maria das Graças inaugurou  a Arena Municipal Mané Grande. Foi mais um gol de placa  assinalado pela gestora em favor do desenvolvimento dos esportes no município de Ipiaú.
Seu governo tem investido muito nesse setor que vem  impulsionando uma vida mais saudável e digna para   a juventude ipiauense.
A Arena Mané Grande, localizada na Rua Vicente Julio Aragão,  foi viabilizada com recursos do Governo Federal, através de uma emenda do deputado Mario Junior, e contrapartida do município.

O nome do equipamento foi dado em homenagem ao pai do empresário Eduardo Pereira Alves (Dú),  que tem sido um grande incentivador da prática esportiva nesta  região da cidade.

O espaço ficou bastante amplo
 
O espaço anteriormente conhecido como “Campo da Baixada”, foi totalmente requalificado, estando agora dotado de um excelente  gramado com dispositivos de drenagem e irrigação automatizadas,  vestiários, arquibancada  e alambrado em toda área, assim como iluminação a Led, adequada para jogos no período noturno. No entorno da praça esportiva foi construído um calçadão.

 A urbanização do espaço foi complementada com pinturas artísticas, instalação de cartazes e bancos de reserva. O investimento total na obra foi de R$ 720.215,74, sendo R$ 378.427,66 provenientes de Emenda Parlamentar e R$ 341.788,08 de Contrapartida da Prefeitura Municipal de Ipiaú.

Um  grande publico prestigiou o ato da inauguração que também reuniu lideranças políticas, a exemplo de  vereadores da base governamental e membros da equipe administrativa do município, dentre os quais os secretários Caio Braga, da Cultura, Esportes,  Lazer e Turismo, e  Laryssa Dias, da Saúde. O empresário Eduardo Pereira Alves e outros descendentes do fazendeiro Manoel Grande também prestigiaram a solenidade.

Prefeita Maria se emocionou

Em seu pronunciamento a prefeita Maria das Graças lembrou que mais um sonho da comunidade se torna  em realidade e acrescentou: “Está entregue mais uma obra em prol do esporte de Ipiaú. Que aqui continue sendo espaço de lazer e vitórias ,  agora com a dignidade que o esporte e os desportistas merecem. Essa arena é da Família Ipiauense”.

A rodada inaugural da Arena Municipal Mané Grande envolveu jogos de futebol de varias categorias, inclusive a feminina. A partida inicial foi disputada entre as equipes  sub 13 da Escolinha ART D e Driblando o Crak, cabendo a vitória por 1 X 0, ao time da ART D,  treinado pelo professor Danilo, com um golaço de cabeça do meia Pretros de Souza Santos, 12 anos.

O autor do gol histórico reside na Rua Matheus Wagner, Bairro Novo,  e estudante  do   7º ano  de ensino fundamental  no Colégio Celestina Bittencourt. Petrus disse que quando fez o gol sentiu muita alegria porque sonha em ser um grande jogador de futebol e um bom cidadão.

 A bola não vai parar de rolar na Arena Mané grande, muitos gols ali serão marcados e muitas  vitórias acontecerão pelo bem e desenvolvimento de Ipiaú.

Decom/PMI

Lula volta a cobrar ministros e critica imprensa de forma irônica: ‘gloriosa’ e ‘democrática’

 Lula durante cerimônia de Lançamento do Plano Juventude Negra Viva no Ginásio Regional de Ceilândia

O presidente Lula (PT) voltou a cobrar nesta quinta-feira (21) os seus ministros para que viajem pelo país, divulguem suas ações e saiam em defesa do governo e não apenas aquelas de suas respectivas pastas.

Em evento com jovens, o petista ainda criticou a imprensa brasileira, a que chamou de forma irônica de “gloriosa imprensa democrática”, sugerindo que os veículos de comunicação não divulgam os feitos do seu governo.

Lula participou nesta quinta-feira (21) do lançamento do Plano Juventude Negra Viva, um pacote de medidas de políticas públicas para os jovens negros. O evento aconteceu em um ginásio esportivo em Ceilândia, uma região administrativa do Distrito Federal, a cerca de 30 km do Palácio do Planalto.

O evento contou com a participação de ministros como Anielle Franco (Igualdade Racial), Márcio Macêdo (Secretaria-geral da Presidência), Marina Silva (Meio Ambiente), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), André Fufuca (Esportes) e Margareth Menezes (Cultura).

Lula então repetiu a cobrança feita durante reunião ministerial na segunda-feira (18), quando criticou duramente a comunicação de seu governo. Então pediu para que todos os ministros passem a incluir as informações sobre o Plano Juventude Negra Viva em cada discurso e em cada viagem.

O momento de crítica à imprensa aconteceu quando se dirigia aos jovens que lotaram o ginásio.

“Quando [vocês] se reunirem para falar mal do Lula, não tem problema. Falem mal, mas lembrem de lembrar que nós lançamos o Plano Juventude Negra Viva e que vocês tem responsabilidade de fazer esse programa dar certo”, afirmou o mandatário

“Quando, hoje à noite ou amanhã, qualquer um de vocês for encontrar com a namorada ou o namorado, pode se encontrar, dar um beijinho, mas depois diz que hoje eu fui no lançamento do Plano Juventude Negra Viva e explicar para o parceiro o que é o programa. Porque, se depender da nossa gloriosa imprensa democrática, vocês não saberão do programa. Vai depender muito de vocês”, completou.

Segundo o governo federal, o plano conta com 200 ações e 43 metas específicas. Elas estão divididas em diversos eixos, como saúde, educação, cultura, segurança pública, trabalho e renda, geração de trabalho e renda, ciência e tecnologia, esportes, segurança alimentar, fortalecimento da democracia, meio ambiente, garantia do direito à cidade e a valorização dos territórios.

“O pacote é fruto da reivindicação de movimentos negros em todo o Brasil e tem como principal objetivo construir ações transversais para a redução da violência letal e outras vulnerabilidades sociais que afetam majoritariamente a juventude negra no país”, informou o governo.

Renato Machado/Folhapress

Lula corre no Palácio da Alvorada com short do Corinthians e diz que pretende chegar aos 120 anos

Em vídeo compartilhado nesta terça-feira, 19, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante uma corrida no Palácio da Alvorada, afirmou que pretende chegar aos 120 anos. Com short do Corinthians, time do qual é torcedor, incentivou a população a praticar exercícios físicos, como a caminhada.

Segundo o presidente, a prática diária de exercícios vale uma consulta médica. “Se você, todo dia, fizer um pouco de exercício, se movimentar, mexer com as pernas, com braço, e até correr um pouquinho, se você tiver força física para isso, porque isso vale até um check-up”, afirmou no vídeo publicado no X (antigo Twitter).

Lula convidou o brasileiro a “não ficar parado no sofá, não ficar sentado muito tempo” e “viver de forma saudável”. Para ele, a prática de atividades físicas é fundamental para uma vida mais longa, afirmando que “só vai chegar (aos 120 anos) se você fizer muito exercício”.

Lula tem 78 anos e não é a primeira vez que ele faz esse tipo de recomendação. Em 2022, o então candidato à Presidência buscou estimular os idosos a caminharem. Na época, ele disse que as cidades oferecem poucos espaços para a prática de esportes e defendeu políticas de fomento à implementação de locais apropriados.

Julia Camim/Estadão

Amigos promovem evento beneficente para “Chico do Jornal” que se encontra enfermo

Um Bazar Beneficente a ser realizado no próximo domingo, dia 3 de março, na Rua Anísio Melhor, residência de Pompéia Teixeira, tem como objetivo arrecadar verba para custear o tratamento de Antônio Francisco Menezes, o popular Chico Jornaleiro, que se encontra acometido de enfermidades na próstata e rins.

Para que o bazar obtenha o êxito desejado é preciso que a comunidade se mostre solidária doando roupas , sapatos, bijuterias, e outros objetos que possam ser vendidos. Até alimentos poderão ser doados.

Os pontos de coleta já estabelecidos são a Floricultura Cheiro do Campo, com a professora Márcia Sandes, e a Casa de Pompeia, próxima à residência de Chico. Os doadores também podem manter contato com Elionai pelo WhatsApp (73) 98106-7494.

A médica nefrologista Lezith Cerski (Dra. Lezith) já atendeu o paciente que agora necessita ser submetido a uma bateria de exames clínicos para concluir o diagnóstico. A chave do Pix para as doações em dinheiro é 71988546969 e está em nome da Pompeia Maria Teixeira.

Antônio Francisco Menezes, ou simplesmente “Chico do Jornal” mantêm o mérito de ter sido o principal e mais famoso jornaleiro de Ipiaú. No auge da sua atividade que se prolongou por três décadas, era comum observá-lo, percorrendo as ruas da cidade com um volumoso fardo do jornal A Tarde que ia distribuindo aos assinantes e vendendo a habituais leitores.

Sorriso largo, andar apressado, gingado, ele era dado a muito papo: política, esportes, religião, segurança pública, diversão e arte. Um jornal em forma de gente. Nunca teve carteira assinada e muito menos gozou férias, mas nada disso lhe fez esmorecer.

Percorria as ruas, antecipava aos leitores as notícias impressas nos periódicos, manifestava sua opinião e não poupava criticas aos que bem as mereciam.
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O advento da internet impôs novos hábitos ao público leitor que aos poucos vem abdicando do jornal impresso, e fez com que Chico buscasse alternativas de sobrevivência. Com a idade avançada a doença lhe surpreendeu e deixou sem condições de trabalhar. Ultimamente depende da boa vontade de uma comunidade que sempre lhe admirou, Vamos auxiliá-lo da melhor maneira possível( Giro/José Américo Castro).

Catafolia: Prefeitura já ofertou mais de 11 mil refeições para catadores nas bases de apoio

Nestes quatro dias de festa, já foram servidos 2.268 cafés da manhã, 5.518 lanches, 3.245 almoços
A Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), já ofertou mais de 11 mil refeições para catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis nas bases de apoio montadas para eles nos principais circuitos, chamadas de Catafolia.

Instaladas nos dois principais circuitos, um em Ondina [Centro de Capacitação de Profissionais da Educação Wilson Lins] e outro no Dois de Julho [na Escola Municipal Permínio Leite], as bases possuem total estrutura, desde alimentação, sanitário químico, atendimento médico, entre outros serviços, em plena folia. Nestes quatro dias de festa, já foram servidos 2.268 cafés da manhã, 5.518 lanches, 3.245 almoços.

Nas duas unidades, os catadores recebem quatro refeições diárias: café da manhã, almoço e dois lanches intercalados. Para cada espaço, são disponibilizadas 400 vagas por dia. Cada catador também tem direito a uma camisa com identificação, boné, protetor auricular e luva.

Trata-se de uma iniciativa que vem sendo a cada ano aprimorada pela gestão municipal, frisa o secretário da Sempre, Júnior Magalhães. “Levando em consideração a condição socioeconômica que os catadores possuem e a importante função que desempenham na folia, de forma a desenvolver a valorização, enquanto uma categoria trabalha e muito nos dias da festa, estamos realizando o Catafolia. Nossa meta é ofertar um serviço que, de fato, proporcione apoio para essas pessoas, conferindo uma melhor condição de trabalho, e auxiliando no alcance de seus objetivos que é ter uma renda extra”, afirmou.

Frequentadora do espaço desde o início, Maria Jaciara assegura que o Catafolia ficou melhor a cada ano. “Só tenho que agradecer, estou falando por mim e por todo mundo. Aqui a gente é bem tratado. Tem o médico, tem os nossos alimentos. A gente só tem que agradecer e pedir para que esse apoio continue acontecendo”, concluiu.

Deputados são mais fiéis a seus redutos do que a seus partidos

Os deputados federais do Nordeste foram os mais leais ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas votações do plenário da Câmara dos Deputados em 2023, enquanto os representantes do Centro-Oeste e do Sul foram os mais oposicionistas, mostra levantamento do jornal O Estado de São Paulo. Piauí, Bahia e Maranhão formam o “top 3″ dos Estados mais governistas, enquanto Mato Grosso, Santa Catarina e Rondônia foram os que mais votaram contra o governo.

Os votos dos deputados reproduzem, de forma quase idêntica, o mapa eleitoral do segundo turno da disputa presidencial de 2022: Piauí, Bahia e Maranhão são também os três Estados onde Lula venceu por maior margem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A divisão regional se mantém dentro dos partidos. Ou seja, deputados da mesma sigla foram mais ou menos governistas a depender do perfil do reduto eleitoral do Estado de onde vêm. No Republicanos, por exemplo, os pernambucanos votaram com o governo em 90,2% das ocasiões. Já os gaúchos seguiram o governo em só 50,4% das votações. A mesma coisa no MDB: a taxa de governismo dos pernambucanos da sigla foi de 96%; já a dos gaúchos ficou em 61%. Até dentro do PL, partido de Bolsonaro, impera a mesma lógica. O representante do partido no Sergipe, Ícaro de Valmir, acompanhou o governo em 80% das votações de que participou. Já os dois deputados do PL no Mato Grosso do Sul foram governistas em apenas 20% das vezes.

A mesma divisão já é visível em 2019, primeiro ano do governo de Bolsonaro, mas com sinal trocado: na época, os deputados do Sul e do Centro Oeste foram os mais governistas, e os nordestinos foram os que menos apoiaram o governo do capitão da reserva. Assim como acontece agora com Lula, o mapa dos votos no plenário da Câmara seguiu o resultado do segundo turno das eleições de 2018, quando Bolsonaro derrotou o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). A clivagem se manteve ao longo dos anos de Bolsonaro no poder (2019-2022).

Estados nordestinos estão entre os mais beneficiados por algumas políticas do terceiro governo Lula, como o perdão de dívidas de usuários do Minha Casa, Minha Vida. No sistema bicameral, adotado no Legislativo brasileiro, os deputados representam os interesses da população, enquanto os senadores são considerados representantes dos Estados da federação.

Segundo especialistas e políticos ouvidos pela reportagem, a cisão ideológica entre os Estados brasileiros se tornou mais forte nos últimos anos, com o acirramento da polarização entre direita e esquerda e o advento das redes sociais. Incentivos como a cobrança de governadores e a vigilância dos eleitores nas redes acabam sendo até mais importantes para os deputados do que a orientação dos líderes das bancadas. E quem se afasta do figurino com que foi eleito é punido de forma implacável. Os congressistas criaram até um termo para isso: “efeito Joice”. A referência é à ex-deputada Joice Hasselmann, que teve 1.078.666 votos em 2018, mas não se reelegeu em 2022, após romper com Bolsonaro.

Em 2023, o governo Lula conseguiu aprovar várias medidas importantes no Congresso. Os parlamentares quase deixaram vencer a medida provisória que reorganizou o governo, mas ela acabou aprovada, em junho. Câmara e Senado Aprovaram o voto de qualidade da Receita no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf); o novo arcabouço fiscal, que substituiu o antigo teto de gastos; a taxação dos fundos offshore e a reforma tributária, em dezembro. O governo também sofreu algumas derrotas relevantes, como a derrubada do veto de Lula ao marco temporal das demarcações de terras indígenas e a anulação de trechos de decretos presidenciais que mudaram o marco legal do saneamento básico.

Polarização política se aprofundou no Brasil em 2018

O jornalista Thomas Traumann é coautor do livro Biografia do Abismo (Harper Collins, 2023), sobre a polarização política no País. Segundo ele, o acirramento ideológico se intensificou no Brasil nos últimos seis anos. “A partir de 2018 é que as pessoas passam a levar em conta não só questões econômicas, como mais Estado, menos Estado. Passam a ser as coisas do cotidiano. Se a pessoa vai ter direito a se vacinar ou não, se o filho vai ter aula de educação sexual ou não. São coisas que mexem com a forma como elas entendem a vida”, diz.

“Isso, obviamente, tem aspectos muito ruins. Porque significa que elas continuam o acirramento (político da época da eleição) no dia a dia (…). A vida vira uma eleição permanente. Agora, tem uma coisa que não é necessariamente ruim: os deputados são pressionados a manter um discurso similar ao que os elegeu. Se foi eleito num Estado de maioria pró-Lula, ele é pressionado a ser pró-Lula também. E vice-versa”. Deputados menos consistentes ideologicamente, ou que não votam conforme a visão dos eleitores tendem a não se reeleger neste contexto, diz Traumann.

O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) diz que a orientação dos líderes de bancada não tem mais o mesmo peso de antigamente. “No Nordeste, o Lula é muito forte. Então, todos nós temos simpatia por Lula. Há cada vez menos fidelidade à orientação do partido, o que prevalece é o resultado da eleição (presidencial). Os deputados do PP que votam com o governo são aqueles que estavam com Lula, no Nordeste, na eleição. Os do Sul, do Sudeste, estavam com Bolsonaro”, diz ele. “É como se a eleição não tivesse acabado ainda”.

Eduardo da Fonte concorda com Thomas Traumann sobre a pressão das redes: é cada vez mais difícil para um político contrariar as opiniões do próprio eleitor e sair ileso. “É o que a gente chama de ‘efeito Joice’. Joice teve 1 milhão de votos numa eleição, em 2018, e quando foi para a eleição seguinte, teve 14 mil (na verdade, foram 13.679). Ela abandonou o eleitor dela, que era um eleitor bolsonarista, e definhou, eleitoralmente. É isso, e a pressão da internet, que impede os deputados de migrar para o governo”, diz o congressista.

O cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, diz que a divisão se expressa de outras formas, como no surgimento de consórcios de governadores. “A política brasileira tem ganhado uma dimensão geográfica não desprezível. Haja vista, por exemplo, aquele movimento dos governadores do centro-sul (a criação do Consórcio de Integração Sul e Sudeste, o Cosud), para fazer frente ao Consórcio Nordeste. É mais uma tradução dessa dimensão geográfica que a política brasileira tem”, diz ele.

Em agosto passado, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que o Cosud deveria defender os interesses dos Estados do Sul e do Sudeste na reforma tributária, em contraposição ao Norte e ao Nordeste. “Dada a resiliência do conflito político no Brasil, é bem possível que isso (divisão geográfica) permaneça (nos próximos anos)”, diz Rafael Cortez.

As nomeações dos ministros André Fufuca (Esportes) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) contribuiu pouco para trazer votos das bancadas dos partidos deles para o governo – um resultado um pouco melhor foi conseguido no União Brasil, com a troca de Daniela Carneiro por Celso Sabino (Turismo). Fatores como o aumento das emendas parlamentares nos últimos anos corroeram o valor dos ministérios como moeda de troca entre Executivo e Legislativo, segundo especialistas.

As informações desta reportagem foram compiladas a partir da estrutura de Dados Abertos da Câmara. Foram consideradas algumas centenas de votações nominais no Plenário da Casa, nas quais houve orientação do líder do governo, o deputado José Guimarães (PT-CE). Este tipo de levantamento é útil para proporcionar uma visão geral sobre o comportamento de bancadas, Estados e deputados individuais. É usado rotineiramente por consultores, lobistas, partidos e pelo próprio governo, mas possui a limitação de equiparar votações cruciais com outras menos importantes.

André Shalders/Estadão
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Nomeação de ministros do Centrão rendeu votos a Lula no Congresso?

Plenário da Câmara dos Deputados
As nomeações dos ministros Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e André Fufuca (Esportes) pouco ajudaram o governo Lula a garantir os votos das bancadas do Republicanos e do PP na Câmara dos Deputados, das quais os ministros faziam parte antes de ir para a Esplanada. Levantamento do Estadão mostra que os deputados de Republicanos e PP aumentaram a taxa de votos conforme a orientação do governo em apenas 4,4 e 8,5 pontos percentuais, respectivamente, após as nomeações dos dois, em 13 de setembro passado.

Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, o aumento das emendas parlamentares nos últimos anos pode ter corroído o valor dos ministérios como moeda de troca entre o governo e o Congresso. Em 2024, o montante total das emendas parlamentares atingiu novo recorde, chegando a R$ 47,8 bilhões.

Antes de cada votação em plenário, os líderes das bancadas dos partidos, do governo e da oposição “orientam” o voto dos deputados – ou seja, sugerem como eles devem votar. Os deputados podem então seguir ou não a orientação. O levantamento, feito usando os dados abertos da Câmara dos Deputados, considera apenas as votações em que houve orientação por parte do líder do governo, posto atualmente ocupado por José Guimarães (PT-CE).

Até a nomeação de Silvio Costa Filho, que substituiu o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), os deputados do Republicanos seguiram a orientação do líder do governo em 75,2% dos votos que deram no Plenário da Câmara em 2023. Foram 2.872 votos governistas, de 3.818 possíveis. Do dia 13 de setembro em diante, os deputados da bancada foram “governistas” em 79,6% dos votos. Uma diferença de apenas 4,4 pontos percentuais a mais no governismo.

Situação parecida aconteceu no Esporte. Antes de 13 de setembro, os deputados do Progressistas votaram com o governo em 3.119 de 4.320 ocasiões possíveis, ou 72,2% das vezes. Depois da troca da medalhista olímpica Ana Moser pelo deputado André Fufuca, foram 3.920 votos de acordo com a orientação do líder do governo em 4.856 situações, ou 80,7%. Portanto, o “governismo” na bancada do PP avançou apenas 8,5 pontos percentuais após a chegada do deputado maranhense ao ministério.

As nomeações de Silvio Costa Filho e Fufuca foram precedidas de meses de negociações entre Lula e os partidos, com o objetivo de garantir mais votos para o governo no Congresso. “O que eu espero é que os ministros que fazem base do meu governo convençam as suas bancadas a votar naquilo que interessa ao povo brasileiro. E tudo o que está na Câmara para ser votado é de interesse do povo brasileiro”, disse Lula a jornalistas no dia 25 de setembro passado, ao ser questionado sobre o tema. Como mostrou o Estadão à época, ministros da “cota pessoal” dos presidentes, sem apoio partidário, duram menos no cargo. A reportagem procurou os dois ministros, mas eles preferiram não comentar.

Ao longo do ano passado, a Câmara dos Deputados votou – e aprovou – várias matérias de interesse do governo, principalmente no segundo semestre. Em junho, a Casa votou, quase no limite da perda de validade, a medida provisória que reorganizou a esplanada dos ministérios no governo Lula. Em julho, foi aprovado o projeto de lei que deu à Receita Federal o voto de desempate no CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), uma espécie de “tribunal” da Receita. Em agosto, foi a vez do novo arcabouço fiscal, que substituiu o teto de gastos; e em outubro, o projeto que taxou os chamados fundos offshore. Em dezembro, o Congresso concluiu a votação da reforma tributária; aprovou a regulamentação dos sites de apostas (as chamadas “bets”), e derrubou o veto de Lula ao Marco Temporal das demarcações de terras indígenas.

Onde funcionou melhor: União Brasil
Além de Fufuca e Sílvio Costa Filho, Lula também mudou o comando do Ministério do Turismo (MTur), ao trocar a deputada Daniela Carneiro (União-RJ) por outro deputado do partido, Celso Sabino (PA), em julho. Neste caso, a estratégia funcionou um pouco melhor. Terceira maior bancada da Casa, com 59 deputados, o partido deu 2.418 votos governistas de 3.869 possíveis, antes da troca de Daniela por Celso Sabino, em 14 de julho de 2023. Ou seja, foi governista em apenas 62,5% das vezes. Após a troca, deputados da legenda votaram com o governo em 5.356 situações das 7.060 possíveis. Ou seja, 75,8%. Neste caso, o “governismo” subiu 13,3 pontos percentuais.

A substituição de Daniela por Celso Sabino se deu após desentendimento dela e de seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, o Waguinho (Republicanos), com o comando do União Brasil. Em abril de 2023, ela chegou a pedir desfiliação da legenda, alegando sofrer perseguição política da parte do comando do partido, mas a saída acabou não se concretizando. À época, a troca no ministério do Turismo foi vista como uma forma de garantir maior apoio da bancada do partido para a votação de pautas econômicas de interesse do governo.

O União Brasil tem ainda outros dois ministros na Esplanada lulista: Juscelino Filho, no Ministério das Comunicações; e Waldez Góes, no Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). Este último não é filiado ao partido, mas foi indicado como parte da cota do senador Davi Alcolumbre (União-AP). Mesmo com três ministros, o partido costuma entregar menos votos para o governo que as demais legendas representadas na Esplanada, em relação ao tamanho da bancada.

Ex-ministro da Educação no governo de Michel Temer (MDB), Mendonça Filho (União-PE) integra o União Brasil e é, ao mesmo tempo, vice-líder da Oposição na Câmara. Segundo ele, a legenda sempre deixou claro para o Planalto que tem uma ala não governista.

“O partido tem hoje uma maioria que dá suporte ao governo (…), e tem uma minoria de dez a quinze deputados, variando com o tema, que é mais oposicionista. Mas esse grupo que dá apoio constitui uma parcela expressiva, diante da base oficial do governo. Se você excluir os 10 a 15 oposicionistas, e olhar só os que estão com o governo, mesmo assim é um grupo maior que qualquer outro partido da base, à exceção do PT”, diz ele. Mendonça diz ainda que Celso Sabino é “muito bem quisto” na bancada, o que contribui para a capacidade de trazer votos para o governo.

Ao Estadão, Celso Sabino diz que a bancada do União Brasil sentia ter pouco acesso ao governo antes da chegada dele. “Em meados de maio (de 2023), a bancada do partido na Câmara ressentia-se de ter representação mais próxima do governo para demandas regionais. Foi nesse momento que a bancada fez a sugestão do meu nome (para o MTUR). O presidente (Lula) acatou e estamos aqui hoje. Mas dizer que o União Brasil não tem contribuído com o governo do presidente Lula não é uma afirmação muito correta, porque a gente já vinha antes e tem mantido esse patamar de votação nominal”, diz ele.

Emendas diminuíram importância de ministérios, diz especialista
Para a cientista política Mariana Batista, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a baixa capacidade dos ministros em trazer votos para o governo está relacionada ao “empoderamento” dos congressistas nos últimos anos, principalmente por causa das emendas parlamentares. Nos últimos anos, o montante das emendas aumentou significativamente, chegando a R$ 47,8 bilhões em 2024. Além disso, parte delas é “impositivo”, ou seja, o governo é obrigado a pagar.

Segundo Mariana, estas mudanças “fizeram com que o valor de ganhar um ministério diminuísse quando comparados aos dois primeiros governos Lula”. “O processo se tornou mais descentralizado, diminuindo a efetividade da entrega de ministérios como um acordo com o partido como um coletivo coeso”, diz ela.

A atuação individual de cada ministro também é importante, diz a professora da UFPE. Para ser efetivo, o dirigente precisa ser percebido como um líder dentro da bancada. “O que temos visto é a indicação de ministros que têm alguma vinculação com políticos próximos ao presidente. Então mesmo sendo filiado a um determinado partido, muitas vezes esse ministro não é reconhecido como tal, não é um ‘representante do partido’, ou não tem capacidade de liderança”, diz ela, que pesquisa o funcionamento do presidencialismo de coalizão brasileiro e a alocação dos ministérios nos diferentes governos.

“O que aconteceu depois de 2015 foi uma redução do valor desses ministérios no estabelecimento desse acordo entre o presidente da República e o partido político (…). Os partidos, e os parlamentares individualmente, alcançaram maior autonomia e passaram a ter acesso aos recursos (que eram) normalmente intermediados pelos ministros, como dinheiro para suas bases eleitorais”, diz a professora da UFPE. “Então sim, as emendas e o fato das emendas terem se tornado impositivas diminuiu a importância dos ministérios como detentores do monopólio sobre a alocação desses recursos, e dos ministros como intermediadores”, diz ela.

O analista político Cristiano Noronha lembra que deputados muitas vezes são eleitos em alianças locais que não seguem a mesma lógica nacional. Um determinado congressista pode se considerar de oposição ao governo, mesmo que nacionalmente seu partido ocupe um ministério. “Então, é por isso que quando a gente olha o nível de adesão de várias legendas ao governo, nenhuma delas garante 100% de apoio. Essa taxa varia. Mas, se eventualmente, o governo não chamasse essas legendas para fazer parte, concedendo esses ministérios, ele não teria nem sequer esses 70% ou 60% (dos votos). Poderia ter bem menos que isso”, explica ele, que é vice-presidente da consultoria política Arko Advice.

Os dados sobre as votações foram compilados pela reportagem usando a estrutura de dados abertos da Câmara. Foram consideradas apenas as votações em plenário nas quais houve orientação do líder do governo (sim ou não). Apesar de ser útil para proporcionar uma visão geral do comportamento das bancadas, este tipo de dado possui a limitação de equiparar votações cruciais com outras, menos importantes, como as de créditos orçamentários, e que tendem a ocorrer praticamente em consenso.

SRI: apoio aumentou de 11 a 17 pontos após agosto
Procurada, a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), responsável pela articulação política do governo, disse avaliar que a chegada dos ministros ajudou a trazer votos na Câmara. Usando o dia 1º de agosto como data de corte, a pasta chefiada pelo ministro Alexandre Padilha calcula que a vinda dos ministros tenha ampliado a taxa de “governismo” dos partidos em 11,3 pontos percentuais (União Brasil); 15,1 pontos (Progressistas) e 17,3 pontos (Republicanos).

A pasta adota o mês de agosto para os três partidos porque considera que os parlamentares mudaram seu comportamento depois da fala de Alexandre Padilha anunciando Fufuca e Silvio Costa Filho, em 04 de agosto. Já o levantamento do Estadão usou as datas das nomeações: 13 de setembro para Silvio e Fufuca; e 14 de julho para Silvio Costa.

“A entrada dos deputados Celso Sabino (União Brasil), André Fufuca (PP), e Silvio Costa (Republicanos) no governo foi fundamental para garantir a votação da agenda econômica, e a recriação dos programas sociais, além de questões importantes como a condução dos trabalhos na CPMI do 8 de janeiro, e da tentativa de criminalizar MST”, disse a pasta, em nota. “Com a chegada deles, temos três lideranças políticas que defendem o governo do presidente Lula em todo o Brasil, inclusive em segmentos econômicos importantes para o país”, diz o texto.

André Shalders e Eduardo Gayer/Estadão Conteúdo

Prefeita Maria e equipe acompanham reta final da obra do Complexo Esportivo e Cultural Dr. Salvador da Matta

A Prefeita Maria das Graças e sua equipe realizaram recentemente uma visita ao Complexo Esportivo e Cultural Dr. Salvador da Matta, localizado no centro da cidade (ao lado do ginásio de esportes), para acompanhar de perto os últimos detalhes da conclusão da obra. O espaço multifuncional abrigará atividades que vão desde dança e música até artes marciais, proporcionando um ambiente integrado de esporte, cultura e lazer para a população.
A administração do complexo será compartilhada entre o governo estadual e municipal, sendo parte integrante do Complexo de Educação Básica de Ipiaú (CIEBI). A construção é uma iniciativa do governo estadual, mas a gestão municipal tem acompanhado de maneira ativa todo o processo.

A principal proposta do Complexo é estimular a prática esportiva entre os estudantes das redes municipal e estadual de ensino, além de promover a cultura, a arte e a educação. O objetivo é proporcionar um espaço completo, incentivando o desenvolvimento integral dos jovens do município.

A prefeita Maria das Graças ressaltou a importância do equipamento para a comunidade, especialmente para os estudantes: "Estamos muito animados com a reta final dessa obra tão significativa para Ipiaú. O Complexo Esportivo e Cultural Dr. Salvador da Matta será um espaço fundamental para o desenvolvimento dos nossos jovens. A prática esportiva, aliada à cultura e à educação, é essencial para formarmos cidadãos mais completos e conscientes. Estamos investindo no futuro de Ipiaú."
A presença do assessor da Secretaria da Educação do estado, Robson Costa, foi destacada, e a equipe da gestão municipal aproveitou a oportunidade para discutir questões importantes relacionadas ao funcionamento e gestão de cada setor no local.
Além da prefeita, participaram da visita os secretários municipais Caio Braga (Cultura, Esporte, Lazer e Turismo), Erlândia Souza (Educação) e a secretária municipal de saúde, Laryssa Dias. Os vereadores Ivonilton, Naciel e Andreia também estiveram presentes, demonstrando o apoio do legislativo ao projeto. Inclue-se na lista a professora Suzerlea Barreto, que terá a responsabilidade como gestora do equipamento.

Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú  


Equipe sub-17 de Itagibá estreia com vitória na Copa Bahia de Futebol de Base


Com iniciativa da Secretaria de Esportes e com apoio da Prefeitura de Itagibá, se encontra em andamento desde sábado (20) no Estádio Fontourão, mais uma edição da Copa Sul Bahia de futebol de base.

Promovida pela empresa “Zuzi Sports e Eventos” a competição inédita em Itagibá conta com a participação de 8 cidades e envolve cerca de 800 garotos, que estão disputando o evento em quatro categorias, Pre Mirim, Mirim, Infantil e Juvenil, entre as cidades participantes reúne equipes de vários municípios das regiões sul, sudoeste e extremo sul do estado.

Os atletas de Itagibá estrearam na Copa Bahia de Futebol de Base da melhor forma possível! A equipe sub-17 entrou em campo para enfrentar Acaraci e fez bonito, com uma ótima vitória pelo placar de 3x1.
Mas o tempo para comemoração é bem curto, pois nossos atletas já voltam a campo nesta segunda-feira (22), em busca de outro bom resultado. Hoje, os meninos da categoria sub-11 e sub-15 entram em campo para fazer a estreia na competição.

Informações: Comunicação/Itagibá-Norielson Oliveira

Mais de 5 mil pessoas estão em situação de rua em Salvador, aponta censo

Censo divulgado nessa segunda-feira (8) pela Prefeitura de Salvador mostrou 5.130 pessoas estão em situação de rua na capital baiana. Dessas, 93% são pretas e pardas, 81% são adultas (18 a 59 anos), 1.231 dormem nas ruas e 38,2% fazem uso abusivo de álcool e/ou outras drogas, entre outros dados. O levantamento foi uma parceria da gestão, por meio da Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), com o Projeto Axé.

A divulgação ocorreu durante evento para lançar, também, o programa Vida Nova, um pacote com 25 ações integradas de assistência social voltadas para a população em vulnerabilidade. Ao todo, R$ 200 milhões serão investidos nessa área.

Com a presença do prefeito, Bruno Reis (União Brasil), da vice-prefeita, Ana Paula Matos (PDT) e do titular da Sempre, Júnior Magalhães, o evento ocorreu na Casa Pia de São Joaquim, no bairro da Calçada. Na ocasião, o chefe do Executivo municipal destacou que as medidas do ‘Vida Nova’ têm como objetivo atacar as carências apontadas pelo censo.

“É um macro projeto, que vem com assistência de imediato para garantir alimentação; com tratamento contra drogas para aqueles que precisam; com moradia para os que não têm, seja moradia alugada, seja unidade de acolhimento, seja moradia definitiva depois por meio dos programas da Prefeitura, como os assentamentos da Baixa Fria, a Guerreira Zeferina, no Pé Preto, no Mané Dendê”, citou.

“Tem moradia, alimentação, mas também tem empregabilidade. Portanto, é uma ação completa, que vai desde o restabelecimento da pessoa, passando pelo fortalecimento de seus vínculos, depois permitindo a ela a progressão social. Eu não estou falando de distribuição de cestas básicas, não. Aqui tem um projeto completo, integrado, que tem início, meio e fim, para permitir que a pessoa possa ter uma perspectiva de um futuro melhor”, completou o prefeito.

Ações

Entre as ações do Vida Nova está a contratação de 11 Unidades de Acolhimento Residencial Transitório, num total de 385 vagas. Elas vão oferecer cuidado integral e acompanhamento psicossocial de pessoas em situação de rua que fazem uso abusivo de substâncias psicoativas. Além disso, a Prefeitura vai manter as atuais 17 Unidades de Acolhimento Institucional (UAI), que oferecem 1,7 mil vagas voltadas para abrigar pessoas em situação de rua.

Também dentro do pacote de ações está o aumento do valor do Aluguel Social para R$ 400 por mês, e o lançamento do Kit Casa, que vai ofertar três salários mínimos para que as pessoas possam mobilizar as suas residências. Além disso, será oferecido um Auxílio Alimentação no valor de R$200 mensais e, para as mães em vulnerabilidade social, será entregue um Kit Enxoval, com itens básicos para o bem-estar dos bebês.

“Temos vários eixos direcionados à população em situação de rua. Nós contratamos centros de recuperação, serão 11 contratados para aqueles que voluntariamente quiserem se tratar da dependência de substâncias psicoativas. E nós vamos ofertar também um pacote de benefícios, como o Aluguel Social. Agora, com um valor diferenciado, já que a gente notou que há uma dificuldade de conseguir imóveis para essa população. Vamos ofertar também um Cartão Alimentação. Vamos manter também as nossas UAI (Unidades de Acolhimento), com 1,7 mil vagas, para acolher essas pessoas”, afirmou Júnior Magalhães.

O Vida Nova também contempla o Novo Moradia Assistida, projeto no qual a Prefeitura oferece uma casa mobiliada para famílias com entes em situação de rua com uso abusivo de drogas e realiza o acompanhamento psicossocial delas. De momento, 20 unidades habitacionais com capacidade para atender até 100 pessoas estão implantadas. Com a ampliação, serão 100 novas residências até o final de 2024.

Além de acolhimento e atendimento psicossocial, o programa Vida Nova vai ajudar na inserção das pessoas no mercado de trabalho. Serão oferecidos cursos profissionalizantes aos assistidos por meio de parcerias com instituições como o Senac e o Senai Cimatec. Além disso, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec) vai ajudar na intermediação de mão de obra para empregá-los e a Secretaria Municipal de Educação (Smed) vai garantir a matrícula na Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede municipal para aqueles que ainda não têm ensino completo.

Segundo Magalhães, foi percebido, no Censo, que a grande aspiração das pessoas em vulnerabilidade social – mais de 60% – era ter uma condição de renda. “Precisamos pensar esse atendimento de forma integrada, porque não adianta oferecer um curso profissionalizante se a gente não oferecer junto o dinheiro do transporte e, muitas vezes, até o fardamento a gente tem que ofertar também”, afirmou o secretário.

Para acompanhar as 300 mil famílias incluídas no CadÚnico em Salvador, serão contratados 560 agentes de desenvolvimento social.

Política Livre

Marquinhos traça uma retrospectiva da sua administração e fala de futuras realizações em Itagibá

(Foto: Divulgação)

O prefeito Marcos Valério Barreto -PCdoB-, popularmente conhecido como “Marquinhos”, em entrevista ao jornalista José Américo Castro, exclusiva para o GIRO, fez um balanço dos três anos da sua gestão no município de Itagibá. Na oportunidade, ele elencou os avanços obtidos em diversas áreas e apontou os rumos a serem tomados neste ano de 2004.

As realizações contemplam tanto a sede quanto os distritos do município e vem merecendo reiterados aplausos da população que em sua maioria tem aprovado a gestão e mostra-se propicia a conduzir Marquinhos para um terceiro mandato no cargo.

O gestor citou ações que geraram impactos positivos na saúde, educação, infraestrutura, esportes, agricultura, meio ambiente, cultura, segurança publica e demais setores da administração. Disse do seu bom relacionamento com a Câmara de Vereadores e assegurou está pronto para novos desafios a serem enfrentados. Seu propósito é fazer com que Itagibá continue progredindo e a comunidade tendo acesso a serviços de excelente qualidade.

Ao assumir a Prefeitura em janeiro de 2021, período intenso da pandemia, Marquinhos afirma que encontrou o município com obras inacabadas, convênios sem realização, emendas parlamentares que não foram executadas, estruturas sem funcionar e tantos outros empecilhos que ameaçavam travar o andamento da máquina.

Ele destaca que não esmoreceu, arregaçou as mangas e iniciou a peleja. Formou uma competente equipe de trabalho, traçou metas, encarou a situação e deflagrou a ação administrativa mais evolutiva da historia de Itagibá. “Foi um esforço muito grande para colocar a máquina nos trilhos, o município em dia. Concluímos e entregamos obras da gestão anterior que estavam interrompidas e em seguida imprimimos efetivamente as ações da nossa gestão”. Destacou.

Hoje o governo de Marquinhos é referencia em toda a região. Sua ação administrativa repercute, Itagibá progride. Cresce e aparece aos olhos da Bahia. Recebe prêmios, dá bons exemplos. Confira a entrevista:

GIRO – Prefeito elenque as realizações do seu governo nos últimos três anos.

MARQUINHOS – Vamos começar pelos esportes, setor importante para o desenvolvimento e fortalecimento da juventude. Concluímos a obra de requalificação do Estádio Municipal, a qual contava apenas com a pintura do muro. Investimos na construção de uma Quadra Poliesportiva no Bairro Cleber Barreto; Requalificamos o campo de futebol Homero da Mata, dotando-o de iluminação e banheiro, dentre outros equipamentos.

Arena de Futevôlei

Construímos uma excelente Arena de Futevôlei, a maior estrutura publica da modalidade na Bahia. Competições nacionais já aconteceram nesse espaço. Outra realização foi a Quadra Esportiva coberta do Colégio Hélio Quadros. Também concluímos a obra da Academia de Saúde que se encontrava interrompida há muito tempo. Promovemos torneios, campeonatos, incentivamos a revelação de atletas. Nossa ação em favor dos esportes também se estendeu aos distritos. Citaremos tais realizações no decorrer desta entrevista.

GIRO – E na saúde?

MARQUINHOS – Um PSF que estava fechado em Japomirim foi reativado e hoje se encontra em pleno funcionamento. Todas as unidades de saúde do município também estão funcionando. Novos consultórios odontológicos foram instalados nos distritos de Japomirim e Tapiragi, o mesmo acontecerá em Acarací. Adquirimos os passivos do Hospital de Itagibá que será reformado e passará a ser patrimônio do município.

A unidade contará com todos os instrumentos necessários ao atendimento emergencial. Brevemente estaremos inaugurando uma moderna UBS (Unidade Básica de Saúde), porta de entrada do usuário no Sistema Único de Saúde (SUS). Adquirimos ambulâncias, contratamos bons profissionais.

Vale lembrar que efetuamos ações importantes na parte organizacional do setor e, durante a pandemia, demos exemplos de combate à Covid-19 e atendimento dos pacientes. Obtivemos êxitos, salvamos vidas.

GIRO – Houve também um forte investimento na educação.

MARQUINHOS – Sim! Reforma de todos os prédios escolares da sede do município, deixando-os em perfeitas condições para o funcionamento das aulas. Garantimos uma merenda escolar de qualidade, o mesmo ocorrendo em relação ao transporte estudantil.

Escola Municipal Haroldo Lima

Inauguramos, no distrito de Japomirim, a Escola Municipal Haroldo Lima, dotada de 12 salas de aula, auditório, biblioteca, espaço recreativo, áreas de serviços, laboratórios, campo de futebol e outros equipamentos destinados ao atendimento de 570 alunos do Ensino Fundamental, do 1º ao 5º ano, além de turmas da educação no período noturno. Tudo isso com recursos próprios do município.

GIRO – Quanto à agricultura e ao meio ambiente, enfim às ações no interior do município?

MARQUINHOS – Sempre voltamos nosso olhar ao homem do campo. Recuperamos o sistema viário do interior do município, possibilitando o escoamento da produção; construímos nove pontes, tirando varias comunidades do isolamento, dentre elas as das regiões da Serra do Geraldo e Braço do Rio.

Ponte na Serra do Geraldo

Viabilizamos a perfuração e implantação de 16 poços artesianos com energia energia solar e ainda disponibilizamos dois carros pipas para que os efeitos da estiagem prolongada não afligissem a população camponesa.

Outra ação importante para o homem do campo é a Usina de Beneficiamento de Leite que se encontra em fase de implantação. A estrutura visa fortalecer a cadeia produtiva do leite e proporcionar a oferta de produtos lácteos de qualidade.

Podemos também citar a nossa participação no PAA que é um dos principais instrumentos de fortalecimento da agricultura familiar e da promoção da segurança alimentar e nutricional. Projetos de reflorestamentos e mais zelo com o meio ambiente foram desenvolvidos.

GIRO – Outras realizações?

MARQUINHOS – Construção da Praça da Criança, no Bairro 31 de março; pavimentação do Bairro Tusca que vem sendo concluída e será entregue à população no final deste mês; ponte ligando os bairros Cleber Barreto e 31 de Março, obra que significa um novo viés do desenvolvimento do município; manutenção dos serviços essenciais; restauração dos prédios da Delegacia de Policia e do Pelotão da Policia Militar, cuja inauguração acontecerá neste mês de janeiro, provavelmente com a presença do Governador do Estado, Jeronimo Rodrigues.

Festejos juninos

Mantendo a tradição cultural do nosso município realizamos os festejos juninos com a participação de artistas de projeção nacional. No ano passado, dentre outras atrações, trouxemos Thiago Aquino, João Gomes, Calcinha Preta, Raí Saia Rodada e Vitor Fernandes. Também prestigiamos os setores religiosos com espetáculos da música gospel.

A Prefeitura em parceria com os pastores e lideres evangélicos, promoveu mais uma edição do Dia do Evangélico, oportunidade em que se apresentaram Fernanda Brum, Eli Soares, Sarah, Felipe Brito e o Coral Kemuel.

A comunidade católica de Itagibá foi prestigiada com um show musical do Pe. Fábio de Melo e da Banda Restauração.

Ouvidoria Municipal

Vale citar a Ouvidoria Municipal construída com o objetivo de garantir mais transparência na gestão e fazer com que a comunidade tenha voz ativa e respeitada. Outra iniciativa da nossa gestão foi o cadastramento para a doação de 322 lotes urbanos à população carente.

GIRO – Quanto ao funcionalismo, quais os benefícios oferecidos pela gestão?

MARQUINHOS – Além do pagamento dos salários rigorosamente em dia , o que é uma obrigação de todo gestor, contribuímos com a graduação dos professores, pagamos os precatórios, foram mais de R$8,5 milhões destinados aos profissionais de educação; instituímos o plano de carreira dos agentes de saúde e da guarda municipal; concedemos o reajuste do salário mínimo a todas categorias que atuam na administração municipal; terceirizamos setores, gerando emprego para centenas de pessoas; instituímos o estágio remunerado para os estudantes e recursos financeiros para os cuidadores dos poços artesianos. Muitas outras iniciativas em favor dos funcionários foram agilizadas.

GIRO – Como a ação governamental do município chegou aos distritos?

MARQUINHOS – Através de muitas realizações. Já falamos da Escola Haroldo Lima em Japomirim e dos consultório odontológicos em Acarací e Japomirim. Tapiragi ganhará o seu. Japomirim foi beneficiado com a pavimentação de 16 ruas, construção de praças e do Centro de Abastecimento. Neste distrito a Prefeitura de Itagibá investiu R$1.287.780,82 em recursos próprios para a construção de um Canal de Macrodrenagem. A obra tem como objetivo oferecer soluções para questões de alagamentos.

Entrega de títulos fundiários

Outra ação importante foi a entrega dos títulos do Regularização Fundiária através do projeto “Esta é Minha Casa”, beneficiando 200 famílias residente no Bairro Fernando Neves. Estenderemos esse projeto para bairros populares da sede do município. Não podemos deixar de citar a instalação da Sub-Prefeitura em Japomirim.

Campo sociate em Acaraci

Em Acarací, construímos uma Quadra de Esportes Coberta, assim como um Espaço de Eventos, a Praça da Criança, semelhante à da sede; e um novo campo de futebol. O espaço conta com grama sintética, iluminação para jogos noturnos, vestiário e alambrado. Uma antiga reivindicação da comunidade implantamos uma rede de esgoto e outras obras de infraestrutura básica.

Já em Tapiragi, entregamos uma Quadra Esportiva no Colégio Clemente Mariano. A unidade educacional também ganhou nova cozinha e refeitório; inauguramos uma arena de futebol, outra de futevôlei e a Praça das Crianças ; pavimentamos vias públicas. Na Aldeia demos a ordem de serviço para a pavimentação da via de acesso ao povoado.

GIRO – 2024 é o último ano do seu atual governo e tudo indica que muitas outras realizações estão em pauta.

MARQUINHOS- Será um ano de muito trabalho e com toda certeza de muitas realizações. Continuaremos juntos com a Câmara Municipal construindo uma Itagibá cada vez melhor. Nosso relacionamento com o Poder Legislativo é muito positivo e assim continuará. Não pouparemos esforços no sentido de melhorar a qualidade de vida dos munícipes, oferecendo serviços públicos eficientes em diversas áreas.

Já estamos construindo a Casa do Conselho Tutelar, investiremos na modernização e ampliação do Cemitério Municipal, reformaremos todas as praças da cidade, inclusive a Gilda Fonseca, restauraremos a Biblioteca Municipal, garantiremos mais saúde, educação, infraestrutura, habitação, esportes, cultura, geração de emprego e renda. Enfim reafirmaremos que Itagibá é um município progressista, uma “terra boa pra morar”.

Concluindo quero dizer do apoio que temos recebido dos governos Federal e Estadual, e em especial dos deputados Daniel Almeida e Fabrício Falcão, ambos do PCdoB, que contemplam o nosso município com importantes emendas parlamentares. Destaco ainda a excelente parceria que temos com a mineradora Atantic Nikel. (Giro/José Américo Castro).

Censo da população em situação de rua será divulgado pela Prefeitura nesta segunda

O resultado do Censo da População em Situação de Rua em Salvador será apresentado na manhã desta segunda-feira (8), durante evento na Casa Pia de São Joaquim, no bairro da Calçada. O levantamento é uma parceria da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) com a Universidade Federal da Bahia (Ufba) e o Projeto Axé.

Na ocasião também será lançado o programa “Vida Nova”, em prol das pessoas em situação de vulnerabilidade social na capital baiana.

Política Livre

Lula deixa em 2º plano minorias e pautas progressistas em meio a pressões

O presidente Lula (PT) subiu a rampa presidencial com representantes da sociedade —negro, trabalhador, mulher, pessoa com deficiência, indígena e criança—, num simbolismo da representatividade que levaria ao seu governo.

Além disso, carregou para dentro do Palácio do Planalto e para seus discursos a defesa de pautas progressistas e de esquerda, sobretudo a grupos minoritários. Mas esses temas ficaram em segundo plano no seu primeiro ano de governo.

Lula recriou ministérios, deu visibilidade a temas e anunciou projetos e programas importantes para esses segmentos. No entanto, quando os interesses se chocaram com outras prioridades, mulheres, negros, LGBTQIA+ e indígenas saíram perdendo na disputa.

Auxiliares palacianos alegam que a preocupação em contemplar esses grupos com políticas públicas está de forma transversal em todas as pastas.

Destacam que a aprovação do petista não está em patamar que lhe garanta tocar pautas progressistas caras ao seu eleitorado, mas que geram desgaste com o restante da população.

Além disso, são temas que enfrentam resistência em um Congresso de composição mais conservadora, no momento em que o governo busca o apoio para aprovar a pauta econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

De acordo com pesquisa Datafolha divulgada em 7 de dezembro, Lula manteve sua avaliação estável. O petista fecha o ano com 38% de aprovação dos brasileiros, enquanto 30% consideram seu trabalho regular, e o mesmo número, ruim ou péssimo.

A posse de Lula foi repleta de simbolismos, incluindo a imagem do petista subindo a rampa ao lado da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e de representantes do povo brasileiro —gesto que ocorreu porque o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se recusou a participar da tradicional cerimônia de passagem de faixa.

Acompanharam Lula o cacique Raoni; o artesão Flávio Pereira; a catadora Aline Sousa; o professor Murilo de Quadros Jesus; o metalúrgico e DJ Weslley Rodrigues Rocha; o ativista anticapacitista e influenciador Ivan Baron; a cozinheira Jucimara Fausto dos Santos; e Francisco Carlos do Nascimento e Silva, um estudante de 10 anos, morador de Itaquera.

No discurso, Lula prometeu combater as desigualdades, sendo essa a sua principal bandeira ao longo do ano, ressaltada na maioria das falas públicas.

Um dos pontos levantados foi o das mulheres, que o ajudaram a derrotar Bolsonaro, uma vez que essa fatia do eleitorado manteve alta rejeição ao então presidente durante a campanha.

Lula criou o Ministério da Mulher, sob o comando de Cida Gonçalves, e editou a lei da igualdade salarial. Por outro lado, foi criticado ao não indicar uma mulher para o STF (Supremo Tribunal Federal).

Com direito a escolher dois nomes, ele priorizou aliados, o advogado Cristiano Zanin e o ministro da Justiça, Flávio Dino. Por consequência, diminuiu o número de mulheres no Supremo, uma vez que a segunda vaga era para o lugar de Rosa Weber, que se aposentou neste ano.

Lula começou o ano com recorde de 11 ministras em 37 pastas, e termina com 9 mulheres titulares e 38 ministérios.

Trocas ocorreram para acomodar aliados do centrão, num movimento de pragmatismo do presidente. Ele demitiu Ana Moser (Esportes), para acomodar André Fufuca (PP-MA), e Daniela Carneiro, para entrar Celso Sabino (União Brasil-PA).

Lula nomeou, pela primeira vez, mulheres para o comando de bancos públicos, Rita Serrano (Caixa Econômica Federal) e Tarciana Medeiros (Banco do Brasil). Mas demitiu a primeira para dar lugar ao funcionário de carreira Carlos Vieira, aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

O presidente atribuiu a queda na representatividade aos partidos políticos, que nem sempre teriam mulheres para indicar aos cargos, segundo ele.

Em outra frente, o chefe do Executivo neste ano fez a titulação de territórios quilombolas, após anos sem reconhecimento sob a gestão de Bolsonaro.

Ao nomear Flávio Dino, que se autodeclara pardo, para a segunda vaga do STF, ele contemplou a indicação de um negro (pretos e pardos), ainda que esse não tenha sido critério principal para a escolha.

A mesma classificação, por outro lado, levou o governo a uma saia justa. No fim de março, em uma cerimônia no Palácio do Planalto, Lula assinou um decreto prevendo cotas para negros em cargos de chefia na administração federal.

No entanto, como mostrou a Folha, um detalhe no texto resultou que as metas anunciadas não tenham efeito prático, pois já estavam praticamente cumpridas no momento do anúncio.

O decreto reserva 30% das vagas em cargos de comissão para negros na administração pública federal direta, autarquias e fundações. O prazo para o atendimento da meta é dezembro de 2025.

O critério é a autodeclaração. O texto utiliza o conceito de negro que abrange pretos e pardos. Mas, por esse critério, as metas estabelecidas pelo governo já estão praticamente cumpridas —isso porque os pardos já representam grande fatia dessa meta, sendo pretos minoria.

Integrantes do governo alegam, entre outras coisas, que a importância é criar um critério que seja mantido além de governos.

Quanto aos direitos indígenas, o Congresso retirou a prerrogativa da demarcação de terras do Ministério dos Povos Indígenas, ao qual a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) está vinculada, e a passou para o Ministério da Justiça.

À época, o governo teve de negociar muitos pontos com parlamentares, sobretudo do centrão, e lideranças indígenas se queixaram de que o Planalto as rifou nesse processo.

Também numa briga de estica e puxa com deputados e senadores, o governo atendeu aos interesses indígenas ao vetar o marco temporal. Mas parte dos vetos foi derrubada pelo Congresso.

Lula ainda termina o ano sem recriar a Comissão de Mortos e Desaparecidos, que indeniza familiares de vítimas da ditadura militar.

A volta do grupo, extinto pelo ex-presidente, enfrenta resistência dos militares, com quem o petista buscou apaziguar e normalizar as relações.

Integrantes da base de Lula no Congresso demandam maior atenção a essas pautas, apesar de dizerem que houve avanços importantes nos últimos 12 meses, em particular em comparação aos anos anteriores.

“Este primeiro ano de governo Lula representa um período de reconstrução literal do Brasil, visto que políticas públicas essenciais foram desconstruídas nos últimos quatro anos de governo Bolsonaro”, disse a deputada Daiana Santos (PC do B-RS).

“É por isso que a visibilidade e o próprio espaço dentro de um governo são importantes. Para termos políticas em defesa da nossa população, primeiro temos que ser reconhecidos como sujeitos de direito. Além de [haver] ministras e pessoas em espaço de poder”, completou.

Já a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) destaca a criação do Ministério da Igualdade Racial e o programa de políticas afirmativas, entre outros pontos. Por outro lado, critica a falta de indicações de pessoas negras para cargos-chave, como ao STF.

“A gente precisa mudar a fotografia do poder no Brasil e, sem dúvida, a gente ter diferentes Poderes com mais pessoas negras. Infelizmente, a gente vai ter um Supremo sem uma pessoa negra”, admitiu.

Marianna Holanda e Renato Machado/Folhapress

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