Maduro manda carta pedindo diálogo a Trump enquanto crescem rumores de ação militar dos EUA na Venezuela

Em carta vista pela agência Reuters, Maduro rejeitou as alegações dos EUA de que a Venezuela desempenhava um grande papel no tráfico de drogas.

O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, mandou uma carta para o governo Trump para abrir um canal de conversação direta com os Estados Unidos.

A carta foi enviada dias após o primeiro ataque dos EUA a um barco do país sul-americano que, segundo Trump, transportava traficantes de drogas.

Na carta, vista pela agência Reuters, Maduro rejeitou as alegações dos EUA de que a Venezuela desempenhava um grande papel no tráfico de drogas, observando que apenas 5% das drogas produzidas na Colômbia são enviadas através da Venezuela

Segundo Maduro, diz a Reuters, 70% das drogas foram neutralizadas e destruídas pelas autoridades venezuelanas.

"Presidente, espero que juntos possamos derrotar as falsidades que têm manchado nosso relacionamento, que deve ser histórico e pacífico", escreveu Maduro na carta.

"Essas e outras questões estarão sempre abertas para uma conversa direta e franca com seu enviado especial (Richard Grenell) para superar o ruído da mídia e as notícias falsas."

Ele observou que Grenell ajudou a resolver rapidamente as alegações anteriores de que a Venezuela estava se recusando a aceitar migrantes de volta, acrescentando: "Até o momento, esse canal tem funcionado perfeitamente."

Os voos de deportação duas vezes por semana que transportam migrantes ilegais de volta para a Venezuela continuaram ininterruptos apesar dos ataques dos EUA, disseram à Reuters fontes familiarizadas com o assunto.

A carta de Maduro foi datada de 6 de setembro, quatro dias após um ataque dos EUA a um navio que o governo Trump alegou, sem provas, estar transportando traficantes de drogas.

O ataque matou 11 pessoas que, segundo Trump, eram membros da gangue Tren de Aragua e estavam envolvidas com o tráfico.

A Casa Branca não fez comentários imediatos à agência Reuters.

No sábado (20), Trump redobrou sua campanha de pressão, alertando em uma postagem em sua plataforma Truth Social que a Venezuela deve aceitar o retorno de todos os prisioneiros que, segundo ele, a Venezuela forçou a ir para os EUA, ou então pagar um preço "incalculável".

Na sexta-feira, Trump anunciou pelo menos o terceiro ataque contra supostas embarcações de drogas da Venezuela, em meio a um grande reforço militar dos EUA no sul do Caribe, que inclui sete navios de guerra, um submarino nuclear e caças F-35.

O ataque matou "três homens narcoterroristas a bordo da embarcação", disse Trump, sem fornecer provas.

O governo venezuelano, que diz ter enviado dezenas de milhares de soldados para combater o tráfico de drogas e defender o país, disse que nenhuma das pessoas mortas no primeiro ataque pertencia a Tren de Aragua.

Também nega as acusações de ligações entre autoridades venezuelanas de alto escalão e gangues de drogas.

Maduro alegou repetidamente que os EUA esperam tirá-lo do poder.

Trump negou nesta semana que esteja interessado em uma mudança de regime, mas Washington dobrou no mês passado a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro para US$ 50 milhões, acusando-o de ligações com o tráfico de drogas e grupos criminosos.

Maduro reiterou sua negação em sua carta a Trump.

"Este é o exemplo mais flagrante de desinformação contra nossa nação, com a intenção de justificar uma escalada para o conflito armado que infligiria danos catastróficos em todo o continente", escreveu ele em sua carta a Trump.

O governo Trump parece dividido sobre a Venezuela, com o secretário de Estado, Marco Rubio, e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, liderando a campanha de pressão contra Maduro, enquanto Grenell, que atuou como diretor interino de inteligência nacional durante o primeiro mandato de Trump, e outros impulsionam a diplomacia.

Em sua carta, Maduro disse que se comunicou e continuará a se comunicar com Grenell, que ajudou a organizar os voos de deportação, alguns diretamente para Caracas e outros via Honduras.

O funcionário do governo disse que mais de 8.000 venezuelanos foram removidos dos EUA com os voos até o momento. A Reuters não conseguiu verificar os números.

Grenell também trabalhou com o regime de Maduro para garantir a libertação de sete cidadãos americanos, incluindo um veterano da Força Aérea libertado em maio, cuja família disse que ele estava detido injustamente na Venezuela desde novembro de 2024.

Grenell não estava imediatamente disponível para comentar.

Rumores de ação militar

Neste sábado (20), o jornal “The New York Times” destacou que os ataques dos EUA aos barcos venezuelanos no Caribe mostraram o aumento da significativa presença naval e aérea do Pentágono na região.

A presença de caças F-35 em Porto Rico indica que os planos norte-americanos vão além de explodir pequenas embarcações, afirmou o NYT.

São 4.500 militares à espera nos navios de guerra na área, um montante pequeno para invadir um país, disse o jornal.

Militares, diplomatas e analistas consultados pelo NYT afirmam que o principal propósito é pressionar o presidente venezuelano Nicolás Maduro.

O governo Trump considera Maduro um líder ilegítimo e é acusado de comandar gangues criminosas e cartéis de drogas.
Porém, os especialistas consultados pelo jornal sugerem que os EUA pretendem implantar forças de elite de operações especiais de forma clandestina na Venezuela. Desse modo, ataques dentro da própria Venezuela podem estar em andamento.


Homem é acusado de matar dois cães com requintes de crueldade no distrito de Tapirama

Mesmo com a existência de leis que criminalizam os maus-tratos a animais, casos de violência continuam sendo registrados em diferentes regiões do país. Um episódio revoltante ocorreu na tarde desta sexta-feira (19), no distrito de Tapirama, pertencente ao município de Gongogi e localizado a cerca de 15 km de Ipiaú.
De acordo com denúncias de moradores, que preferiram não se identificar por medo de represálias, um homem residente na Rua da Mangueira teria matado dois cães de forma brutal em uma área próxima de sua casa: um a golpes de pauladas e o outro por enforcamento em um galho de árvore.

Ainda segundo as informações, os animais seriam do autor das crueldades. Até a manhã deste sábado (20), os corpos dos cachorros ainda permaneciam no local, causando indignação e revolta entre os moradores do pequeno distrito. As informações foram repassadas por populares à repórter e protetora dos animais, Neide Pereira.

O que diz a lei

De acordo com a Lei 9.605/1998, alterada pela Lei 14.064/2020, a prática de maus-tratos a cães e gatos pode resultar em pena de dois a cinco anos de prisão, além de multa e proibição da guarda. Nos casos que resultam em morte do animal, a punição pode ser agravada.
Fonte: Giro Ipiaú
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Motorista e cachorro ficam feridos após capotamento de carro na BA-650, entre Ipiaú e Ibirataia

Um motorista identificado pelo prenome Willian ficou ferido em um acidente na tarde deste sábado (20), em uma curva no trecho da BA-650, rodovia que liga os municípios de Ipiaú e Ibirataia. O condutor do carro é morador de um assentamento na zona rural de Ipiaú e sofreu o acidente quando retornava para casa. Ele sofreu escoriações e foi socorrido por uma equipe do Samu para o Hospital Geral de Ipiaú.
Segundo relatou a vítima, um dos pneus do veículo estourou enquanto trafegava pela rodovia, o que teria provocado a perda de controle e o posterior capotamento do carro. No interior do automóvel, a Polícia Militar encontrou uma latinha de cerveja, além de uma espingarda de fabricação caseira.
Dois cães também estavam dentro do veículo; um deles fraturou uma das patas no acidente. Até o momento, não foi informado quais providências seriam adotadas em relação ao cachorro ferido. A Polícia Militar esteve no local e o acidente deve ser registrado pela Polícia Rodoviária Estadual. (Giro Ipiaú)

Em medida inédita, corte de geração de energia deve chegar a pequenas centrais hidrelétricas

O curtailment, termo em inglês para corte de geração de energia, deve ser estendido às pequenas centrais hidrelétricas, mais conhecidas pela sigla PCHs, bem como a projetos térmicos e de biomassa menores. A viabilidade foi discutida nesta sexta-feira (19) em reunião convocada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Estavam presentes representantes de empresas do setor, a Abradee, entidade que representa as distribuidoras e o ONS (Operador Nacional do Sistema).

Esses geradores menores não podem sofrer cortes diretos do ONS, mas o órgão fez uma apresentação mostrando a viabilidade legal para esse tipo de medida, que recairia sobre as distribuidoras. Não há registro de corte organizado de PCHs ou demais projetos na história do setor, e a medida tende a sofrer forte resistência.

Também ficou acertado que serão estudadas alternativas para cortar a chamada geração distribuída remota de grande porte, que ocorre em fazendas com painéis fotovoltaicos, que tenham entre 3 e 5 MW (megawatts).

O curtailment virou o principal assunto no setor de energia. Na semana que passou, mobilizou entidades públicas e privadas. A Comissão de Infraestrutura do Senado marcou para terça-feira (23) uma audiência pública para entender os cortes. Mais de 80 representantes do setor acompanharam a reunião que tratou do tema no TCU (Tribunal de Contas da União). O órgão regulador abriu auditoria para avaliar os cortes de geração em maio, mas intensificou o debate.

Na linha de frente de todo o movimento está a discussão sobre a segurança do sistema. No mundo da energia é fundamental alinhar oferta e consumo. Sem isso, a luz cai. No racionamento, lá na virada dos anos 2000, o Brasil teve um mega-apagão porque a oferta ficou abaixo do consumo. Agora, o problema é inverso: o excesso de oferta pode sobrecarregar o sistema e levar a apagões.

Há dois grupos de alternativas para resolver o problema. De um lado, criar mecanismos para elevar o consumo, de outro, buscar alternativas para controlar a oferta.

A questão mais sensível é que esse excesso está concentrado particularmente no segmento de MMGD (Micro e Minigeração Distribuída). Trata-se da geração feita por painel solar em teto de casas ou fazendas solares que atendem residências, pequenos estabelecimentos comerciais e industriais —um tipo de fonte sobre o qual o ONS não tem o menor controle.

“Diante do atual quadro, o ideal é criar um novo modelo para o sistema elétrico brasileiro, alinhado com a geração renovável, para que o país possa seguir adiante como energia limpa, a baixo custo, mas ainda estamos presos nas medidas emergenciais de curto prazo”, diz Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia e ex-diretor-geral do ONS.

Sem revisão do modelo, emergencialmente, desde 2023, o ONS tem usado o curtailment para calibrar a oferta das fontes de energia que ele controla. Corta hidrelétricas, térmicas flexíveis e parques de energia eólica e solar. A ideia de estender o corte às PCHs é o indicativo de que a situação se agravou.

O problema é que a GD não para de crescer e de ocupar cada vez mais espaço das demais fontes. Nos últimos quatro anos, a participação da GD foi multiplicada por oito. A capacidade instalada está em 43,5 GW (gigawatts). Já é a segunda fonte de geração, atrás apenas das hidrelétricas. A previsão do próprio ONS é que a GD cresça quase 50% até 2029, indo a 65 GW.

Diante disso, ONS enxuga gelo todo dia. Nasce o sol, a GD inunda sistema. O ONS corta as outras fontes. O sol cai, a GD some. O ONS precisa acionar novamente outras fontes, privilegiando térmicas. Não importa se é bandeira tarifária verde ou vermelha. A rotina é essa, sempre com mais GD entrando no sistema, e o ONS ampliando os cortes.

Nos finais de semana e feriados, quando consumo cai, os cortes precisam ser ainda maiores —e no domingo do último Dia dos Pais, veio o susto. Por volta das 13h, a demanda caiu muito, e o ONS restringiu quase 100% da produção eólica e solar. Manteve apenas as térmicas inflexíveis (que não podem ser desligadas) e um mínimo de geração hidrelétrica para preservar a frequência do sistema.

O atual cenário é um paradoxo. Expansão de energia renovável não deveria ser um problema. É tudo que se quer neste momento. O planeta investe justamente numa transição que privilegia a energia limpa, para reduzir emissões de gases de efeito estufa e deter as mudanças climáticas.

O pano de fundo do problema, porém, não é o dilema ambiental, mas um grande jogo de interesses econômicos

A GD é impulsionada por um tipo de subsídio que dá desconto no uso do fio. Quem coloca o painel fica isento. Como não há almoço grátis, a distribuidora que atendia aquele cliente pode ratear o valor do desconto com os demais consumidores de sua área de concessão —ou seja, quem não tem condições de ter o seu próprio painel, ajuda a pagar pelo painel de quem pode ter.

Especialistas explicam que no entorno desse painel floresceu uma verdadeira industria, que transforma o subsídio em lucro. Segundo dados da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), um projeto de GD tem taxa de retorno de 50% ao ano, e é esse ganho que impulsionou o crescimento exponencial desse tipo de energia.

Há uma lei que reduz gradativamente o subsídio em 15% ao ano até 2029, mas diante do atual desequilíbrio do sistema, algumas entidades já defendem a revisão da lei para que seja possível suspender os subsídios a novos projetos.

“O subsídio é fundamental para manter as taxas de retorno elevadas”, explica a diretora Técnica da empresa de energia PSR, Angela Gomes. “Se tirar o subsídio, as taxas de retorno vão continuar sendo atraentes, e os investimentos serão mantidos, mas sem esse crescimento desordenado que traz risco de colapso ao sistema.”

Subsídio é tema espinhoso. Quando o debate para suprimi-lo esquentou em 2019, os defensores da energia solar tiveram a habilidade de criar uma campanha vencedora, divulgando que havia um plano para “taxar o sol” —que nada mais era do que cobrar o fio.

O entra-e-sai da GD também afeta o preço da energia no mercado à vista diariamente. Na quinta-feira (18), por exemplo, chegou ao piso de R$ 58,60 pelo MWh na hora do almoço em todas as regiões. No fim da tarde, já estava na casa de R$ 330. O preço hora, pode ir além. No ano passado, bateu no teto duas vezes, chegando a R$1.248,26.

Empresas pagam por isso, mas o gerador de GD nem sabe. “A variação de preço em si é um sinal importante, que o mercado sabe ler, mas o problema é que ela não chega ao consumidor de GD, que, então, não tem a mínima ideia do que está provocando”, explica fundador da Volt Robotics, empresa especializada em energia, Donato da Silva Filho.

Por isso, outra corrente quer mudar a lei para que a GD passe a ter preço. Diferentemente de outras modalidades de abastecimento, as trocas de energia entre o painel solar da GD e o sistema de abastecimento não prevê transação financeira. É medido em elétron. Ou seja, quem joga na rede de dia e pega do sistema à noite segue uma contabilização por kWh (kilowatt-hora), sem considerar o preço nos diferentes horários.

“Pelo modelo atual os consumidores de GD usam a rede elétrica como se fosse uma bateria gratuita, mas não pagam pelos custos reais de manutenção, operação e tributos ou encargos do sistema elétrico. Quem paga a conta são os outros consumidores (em geral os mais pobres), porque esses custos são repassados nas tarifas”, diz Elbia Gannoum, presidente da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias).

A ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída) defende a aplicação da variação do preço, mas acompanhada pela introdução da bateria —o outro grande tema dessa discussão no mercado. O sistema é caro e não existe incentivo econômico para a sua adoção.

Com a aplicação dessa tecnologia, associada a uma variação de preço, quem produz GD seria instigado a ter bateria. Poderia guardar ao longo do dia, quando o preço da energia é mais baixo, e venderia à noite, quando ela custa mais.

Segundo Carlos Evangelista, presidente da ABGD, a proposta já foi entregue pela entidade à Aneel e ao MME (Ministério de Minas e Energia).

O curtailment também aprofunda os prejuízos das empresas instaladas em parques eólicos e solares. Diferentemente das tradicionais hidrelétricas, esses empreendimentos não têm direito a ressarcimento quando são suspensos pelo ONS. A tentativa de conseguir reembolso foi parar até na Justiça, mas segue sem solução. A conta já teria passado de R$ 1 bilhão.

O ambiente é de apreensão geral. Investidores estão se retraindo do mercado. Instituições financeiras temem não receber pelo crédito já concedido. Algumas empresas já pediram recuperação judicial e a expectativa é que outras vão quebrar.

Em relatório recente, intitulado Brazilian Utilities Deep Dive: Power by the Clock, o banco UBS fez detalhada análise sobre a variação do preço e volume de cortes três anos à frente. O documento ressalta que em um cenário de ausência de crescimento da demanda, o curtailment pode chegar a 24% da oferta em 2028.

Alexa Salomão, Folhapress

Polícia Civil apreende 212 quilos de maconha em Feira de Santana

Equipes chegaram ao local após ações de inteligência e observação da rotina do suspeito
Um homem de 22 anos foi preso em flagrante, no bairro Mangabeira, em Feira de Santana, na tarde desta sexta-feira (19). Com ele, equipes da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR/Feira de Santana) encontraram 212 quilos de maconha, um revólver calibre .38, celulares, um caderno com anotações e uma motocicleta adulterada.

Todo o material estava dentro da residência do investigado. A Polícia Civil chegou ao local após ações de inteligência e observação da rotina do homem, que estava acompanhado, no momento da prisão, de sua companheira, uma adolescente de 17 anos.

Diante dos fatos, foi dada voz de prisão em flagrante por tráfico de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal de arma de fogo e receptação de veículo. A mulher que o acompanhava foi ouvida e liberada.

As investigações prosseguem para identificar outros envolvidos. O celular apreendido será encaminhado para perícia técnica, e os dados do caderno de anotações serão analisados para subsidiar as apurações.
Fonte

Caseiro é preso com arsenal em sítio em Vila de Abrantes

Cocaína, carregadores e munições também foram apreendidos no local, utilizado como centro de distribuição de armas e drogas


Policiais da 26ª Delegacia Territorial (DT/Vila de Abrantes) prenderam em flagrante, nesta sexta-feira (20), um homem que trabalhava como caseiro em um sítio utilizado como centro de armazenamento e distribuição de armas e drogas, no distrito de Vila de Abrantes.

Durante a ação, foram apreendidos 22 fuzis, dezenas de carregadores e munições, além de 22 tabletes de cocaína. O material foi localizado após uma investigação que apontava o sítio como ponto de apoio logístico de uma organização criminosa envolvida com o tráfico de drogas na Região Metropolitana.
Com base nas informações apuradas, os investigadores realizaram campana nas proximidades do sítio. O caseiro indicou o local onde as drogas estavam escondidas, sob palhas. As armas estavam acondicionadas em caixas cobertas com plásticos.

O material apreendido foi encaminhado ao Departamento de Polícia Técnica (DPT). O flagranteado será submetido aos exames de praxe e ficará à disposição da Justiça. As investigações continuam para identificar os responsáveis pela organização criminosa.
Fonte
Ascom-PCBA

Com reforço do policiamento e ações integradas, Polícia Militar realiza a 9ª edição deste ano da Operação Força Total

A operação alcançou significativos resultados no combate à criminalidade
Em mais uma edição da Operação Força Total, a 9ª deste ano, a Polícia Militar da Bahia (PMBA) mobilizou todas as suas unidades para intensificar o policiamento em todo o estado. A mobilização ocorreu em paralelo com as demais Polícias Militares do país, na promoção da segurança da população que transcende divisas.

Ação integrada com a Polícia Civil

As primeiras horas do dia foram marcadas pelo desencadeamento de uma ação conjunta entre as Polícias Civil e Militar. Realizada nos bairros de São Cristóvão e Nova Brasília, além dos municípios de Lauro de Freitas e Camaçari, a operação teve como foco o cumprimento de mandados e o combate a crimes contra a vida, contra o patrimônio e ao tráfico de drogas.

Com a participação de diversas unidades da PM, como os Batalhões de Operações Especiais (Bope), Patamo, Apolo, Gêmeos e de Pronto Emprego Operacional (BPeo), a ação resultou em 18 alvos alcançados (14 pessoas presas e 4 resistentes).

Apreensão na Avenida Bonocô

Ainda pela manhã, o Batalhão Apolo apreendeu três armas de fogo durante uma abordagem na Avenida Mário Leal Ferreira, conhecida como Avenida Bonocô. Uma quadrilha especializada em furtos e roubos de veículos, com crimes recentemente registrados em Stella Maris, Praia do Flamengo e Lauro de Freitas, foi desarticulada.

Com os três suspeitos, além dos revólveres e munições, foi encontrado um bloqueador de GPS veicular, equipamento comumente utilizado em furtos e roubos de automóveis e cargas. Todo o material apreendido foi encaminhado ao DHPP para registro da ocorrência.

Balanço da Operação Força Total

A 9ª edição da Operação Força Total, realizada ontem (18) em todo o território baiano, resultou na apreensão de 35 armas de fogo, na recuperação de 23 veículos com restrição de furto/roubo, no registro de 26 ocorrências com apreensão de drogas e na localização de 15 foragidos da Justiça, além da prisão de 26 pessoas em flagrante.

Esses resultados vão além da dimensão estatística: cada arma retirada de circulação, cada veículo recuperado e cada prisão efetuada refletem o impacto direto do trabalho da tropa na preservação de vidas e na garantia da tranquilidade social. O balanço reforça o papel da PMBA como instituição comprometida com a defesa da sociedade, utilizando inteligência, estratégia e a presença ostensiva para reduzir a criminalidade em toda a Bahia.

 Imagens: Sd Gisleno

Vida de quem investiga o PCC inclui medo constante, veto a shopping e escolta escondida para parente

Um policial militar havia acabado de ser nomeado para uma função na cúpula da corporação quando veio o alerta: seu nome e o de um parente —assim como a cidade onde essa pessoa estudava— apareceram em conversas interceptadas pelo setor de inteligência durante investigação contra o PCC (Primeiro Comando da Capital). Com isso, decidiu se precaver.

Conversou com esse familiar e combinou que enviaria um policial para escoltá-lo. O acordo era garantir que o agente não aparecesse para evitar uma presença ostensiva. À exceção do parente, ninguém da república de estudantes onde morava jamais soube da proteção, que permaneceu ali, numa viatura descaracterizada, durante um ano e meio.

“Uma tensão total. Algo horrível, horrível”, disse esse agente à Folha ao relembrar o caso.

Ser ameaçado ou mesmo atuar em casos envolvendo a facção significa também trabalhar num estado permanente de alerta, segundo pessoas que passaram por essa situação.

Assim viveu o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo Ruy Ferraz nos últimos anos. Ele foi assassinado na última segunda-feira (15), vítima de uma emboscada em Praia Grande, no litoral paulista. A Secretaria de Segurança Pública estadual afirma que o PCC tem participação no ataque.

A facção tem histórico de atentados a autoridades. Em 2003, o juiz Antonio José Machado Dias foi morto a tiros por integrantes do PCC em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Em 2005, por sua vez, membros da facção assassinaram o ex-diretor do Carandiru José Ismael Pedrosa.

A Folha conversou com sete autoridades que lidam ou lidaram com a organização para ouvir relatos sobre como o combate a facções transformou suas vidas. As entrevistas aconteceram de quarta (16) a sexta-feira (19). Todos pediram para não terem seus nomes e outros detalhes divulgados por questões de segurança.

Em comum, todos atuam ou atuaram longe dos holofotes. Um deles é diariamente acompanhado por uma equipe de escolta.

Não há legislação específica que regulamente pedidos de proteção continuada. No caso de membros da Polícia Civil, como delegados, cabe ao secretário de Segurança Pública autorizar a medida. A promotores de Justiça, por sua vez, ao chefe do Ministério Público estadual.

Como os requerimentos não são padronizados, cada órgão tem um procedimento diferente. Ruy Ferraz, por exemplo, não tinha —o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou ele que nunca pediu proteção depois de se aposentar.

O governo paulista não divulga quantas pessoas atualmente recebem escolta no estado, nem quantos policiais são usados nessa função.

O agente que atuava na cúpula da PM, por exemplo, tinha direito a escolta, o que por si só muitas vezes não bastava.

Em mais de uma ocasião, disse à Folha, deixava um local com determinado veículo —na época não fazia uso de carro blindado, afirmou— e trocava de automóvel duas quadras depois, num estacionamento particular onde uma equipe de policiais já estava a postos.

O objetivo era evitar identificação posterior, numa eventual emboscada. Sempre havia a chance, afinal, de que criminosos escondidos em frente à garagem de onde saiu repassassem informações sobre o veículo a terceiros.

Uma autoridade que já foi jurada de morte pelo PCC afirmou à Folha que a atenção redobrada deve prevalecer mesmo em épocas que aparentam ser tranquilas. Quando menos se espera, disse ele, é que atentados tendem a ocorrer.

Essa autoridade disse que certa vez estava num restaurante no interior de São Paulo, numa cidade onde segundo ele “todo mundo conhece todo mundo”, quando estranhou um grupo de pessoas que havia entrado no estabelecimento.

Ele disse ter pensando que aqueles seriam os últimos momentos de sua vida. Ligou para a Polícia Militar, que imediatamente mandou uma equipe do Baep (Batalhão de Ações Especiais da Polícia) até o local.

A viatura chegou em questão de minutos. Mas o alarme era falso: as pessoas estranhas eram, na verdade, técnicos de uma operadora que viajaram até aquele município para consertar cabos de telefonia.

Ele disse que o importante “é não baixar a guarda”, evitar dirigir aos mesmos lugares nos mesmos horários e contornar qualquer espécie de rotina.

Isso significa também recusar telefonemas de desconhecidos. Essa autoridade afirmou que só atendeu à ligação da Folha porque estava ao lado de integrantes do setor de inteligência que imediatamente buscaram informações sobre o número que fazia contato.

O aceite veio quando da confirmação de que o telefone estava vinculado a um jornalista.

A mesma desconfiança vale ao uso das redes sociais, disse à reportagem um promotor que atuou por mais de uma década em um núcleo do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) e participou de operações contra integrantes da facção no interior.

Ele diz que a cautela se deve não apenas pelo risco à própria integridade. Segundo ele, criminosos buscam também eventuais situações que desabonem ou desmoralizem aqueles que os investigam.

Um delegado de polícia à frente de delegacia especializada afirmou que vê redução nas ameaças contra autoridades no interior de São Paulo.

Ele disse que isso se deve ao fato de que o PCC tem terceirizado a gestão de pontos de droga, numa espécie de franquia, e focado em operações mais lucrativas como o tráfico internacional. Antes, segundo ele, intimidações vinham das chamadas “células” da facção.

Ainda hoje, porém, mantém procedimentos preventivos. Principalmente quando viaja em estradas. “Quando a gente tem uma situação mais delicada eu venho com um armamento mais pesado. Pego um fuzil, trago o meu colete.”

Em 2012, quando o PCC deflagrou uma onda de ataques que vitimou mais de cem policiais militares em São Paulo, setores de inteligência da Polícia e do Ministério Público encaminhavam boletins diários sobre locais onde potenciais atentados poderiam ocorrer.

Atuar em cidades menores impõe também restrições adicionais. Não foram poucas as vezes em que disse ter encontrado em supermercados, por exemplo, pessoas ligadas à facção que havia prendido dias antes. Hoje, esse delegado evita ir a shoppings ou qualquer outro lugar com grande circulação de pessoas.

O anonimato proporcionado a quem mora na Grande São Paulo, de qualquer forma, não elimina riscos. Um promotor do Gaeco que atuou em operações que miravam a asfixia financeira do PCC disse à Folha que há métodos adicionais de precaução.

Ele jamais se senta de costas para a porta de um restaurante, por exemplo. “Você vê que o negócio está funcionando quando a própria família passa a dispensar essas cadeiras”, afirmou. Também não cadastra seu endereço pessoal em sites ou estabelecimentos.

Isso não impediu que um integrante da facção criminosa afirmasse a esse promotor que sabia onde ele morava. Mas ele diz que há uma linha tênue entre saber até que ponto uma ameaça efetivamente pode prosperar. Muitas vezes, diz, a intenção dos criminosos é desgastar o titular da ação penal a ponto de afastá-lo do processo.

André Fleury Moraes, Folhapress

Relator no Senado diz que PEC da Blindagem joga imagem do Legislativo no lixo e vai ser derrubada

O relator da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Blindagem, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), disse que a proposta joga imagem do Legislativo no lixo e que será derrubada no Senado. Ele apresentará o seu parecer contrário à medida na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na próxima quarta-feira (24).

A PEC, que restringe operações policiais e inquéritos contra congressistas, foi aprovada a toque de caixa pela Câmara na semana passada e teve uma repercussão muito ruim nas redes sociais, levando parlamentares a pedirem desculpas pelos seus votos a favor da proposta.

“É um erro completo, desastre. Quem cometeu seu crime que responda. Não dá para jogar a imagem de um Poder no lixo, não pode fragilizar mais ainda democracia a pretexto de se salvar. Não se sustenta e será derrubada. Tem dois tipos de parlamentares, os que não entenderam o que estavam votando e os que querem proteger bandido. Muita gente tem dificuldade intelectual e política para entender o que estava votando”, disse Vieira.

Ele afirmou ainda que o relatório estará pronto para votação na quarta-feira, mas que a decisão de pautar será do presidente do colegiado, Otto Alencar (PSD-BA).

“Ele vai avaliar o cenário, conversando com colegas da comissão, para entender se está maduro ou se tem alguma conversa a ser feita. Me parece que vai ser rápido, tem forte senso comum que foi erro grosseiro de quem quer que tenha votado”, completou.

De acordo com o senador, seu relatório terá como argumento principal que não há necessidade de haver imunidade desse tipo para exercer a atividade parlamentar. Lembrando que, no passado, quando havia uma medida similar até 2001, não avançou nenhuma investigação parlamentar, a despeito de centenas de pedidos. Vieira diz ainda que a proposta permite uma infiltração maior do crime organizado no Congresso, com a certeza de que não haverá apuração sobre crimes.

Como a Folha mostrou, a aprovação da PEC na Câmara representa a maior ofensiva da história feita pelo Legislativo contra as chamadas leis dos crimes de colarinho branco, arcabouço erguido a partir dos anos 1980 em uma marcha embalada por impactos de sucessivos escândalos de corrupção.

O texto obriga o Judiciário a pedir autorização ao Legislativo antes de processar criminalmente deputados e senadores. Esse pedido seria deliberado em votação secreta –ou seja, sem desgaste político individual para congressistas que se colocarem contra eventuais investigações.

Além disso, não há um período de transição na proposta. Os processos já em andamento poderiam ser congelados na eventualidade de a PEC ser aprovada na forma como está hoje. Os efeitos poderiam ser estendidos também a deputados estaduais.

Antes mesmo de os deputados concluírem a votação do projeto, senadores já avaliavam que o texto teria dificuldades no Senado.

Um dos primeiros a se manifestar contra a PEC foi o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Otto Alencar (PSD-BA). Vieira, que ao longo da semana passada chamou a proposta de “ideia vergonhosa”, foi nomeado oficialmente por Alencar como relator nesta sexta-feira (19).

Como mostrou a Folha, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), indicou a aliados que não aceleraria a proposta. Ele decidiu enviar o projeto para a CCJ depois de Alencar já ter se colocado publicamente contra o texto.

Políticos apontam para um desgaste causado pela proposta junto à opinião pública e ao STF (Supremo Tribunal Federal) com a eleição de 2026 cada vez mais próxima. A reação à proposta nas redes sociais, especificamente, impressionou parte dos senadores.

Alguns casos foram citados à reportagem: Jilmar Tatto (PT-SP) fechou seu perfil no Instagram para comentários de seguidores e passou a explicar seu voto a favor do projeto em postagens; Pedro Campos (PSB-PE) foi alvo de comentários críticos na mesma rede social; imagens dos deputados que aprovaram o projeto com legendas críticas circulam no WhatsApp pelo menos no Distrito Federal e no Maranhão.

Marianna Holanda, Folhapress
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rump formaliza novos vistos especiais para quem pode pagar até US$ 5 milhões aos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou decreto nesta sexta-feira (19) que oficializa a criação do “Trump gold card” (cartão ouro de Trump), mecanismo que permitirá a estrangeiros solicitarem residência no país mediante o pagamento de US$ 1 milhão (R$ 5,32 milhões) ao Tesouro americano. No caso de pessoa jurídica, o valor sobe para US$ 2 milhões (R$ 10,6 milhões).

Os valores são menores do que o inicialmente anunciado pelo próprio governo. Antes, o presidente havia dito que o novo visto custaria US$ 5 milhões (R$ 26,6 milhões), sem fazer diferenciações.

“Eles [compradores] vão gastar muito dinheiro para entrar. Isso vai arrecadar bilhões de dólares que serão usados para reduzir impostos, pagar dívidas e outras coisas boas”, disse Trump na Casa Branca. Ainda segundo ele, a iniciativa faz parte de sua política de incentivo ao “emprego de qualidade” nos EUA.

No mesmo anúncio, Trump anunciou a criação de outra categoria, mais cara e com mais benefícios, chamada de “platinum card”. Segundo ele, esse cartão estará disponível em breve por US$ 5 milhões e permitirá que os beneficiários “passem até 270 dias nos EUA sem estarem sujeitos a impostos sobre renda obtida fora do país”.

Trump disse ainda que empresas que desejarem contratar trabalhadores estrangeiros com o visto de trabalho H-1B passarão a pagar US$ 100 mil (R$ 532 mil) anuais por cada autorização. Atualmente, a taxa é de US$ 1.000 (R$ 5,3 mil). As H-1B são utilizadas sobretudo por empresas de tecnologia que dependem da mão de obra qualificada em grande parte vinda da Índia e da China.

Os vistos H-1B têm validade inicial de três anos, renováveis por até seis. Desde o primeiro mandato, Trump vem tentando restringir esse tipo de permissão para priorizar trabalhadores americanos.

O gold card, por sua vez, substitui o chamado visto para investidores (conhecido como EB-5), que permite morar nos EUA ao investir pelo menos US$ 1 milhão (R$ 5,8 milhões) em uma empresa que tenha ao menos dez funcionários.

Ao contrário do gold card, o EB-5 não prevê a possibilidade de aquisição da cidadania e exige que o dinheiro seja investido —não se trata de uma simples transferência direta ao Tesouro americano.

Segundo o presidente, o novo gold card vai ajudar o país a pagar sua dívida pública ao mesmo tempo em que ofereceria às principais empresas uma maneira de atrair os melhores trabalhadores imigrantes.

Antes da assinatura do decreto, o republicano chegou a dizer que não pretende criar muitas restrições a respeito de quais nacionalidades poderiam comprar o gold card, abrindo a possibilidade que cidadãos de países rivais dos EUA, caso da Rússia e da China, possam eventualmente comprar uma forma de obter a permissão de residência em solo americano. Mais detalhes da iniciativa não foram divulgados nesta sexta.

Folhapress

Governo amplia em R$ 3 bilhões limite de empréstimos para estados e municípios em 2025

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou em R$ 3 bilhões o limite para estados e municípios tomarem novos empréstimos em 2025, após esses entes praticamente esgotarem o espaço de R$ 15 bilhões inicialmente disponibilizado a essas operações.

A revisão foi aprovada nesta sexta-feira (19) em reunião extraordinária do CMN (Conselho Monetário Nacional), colegiado formado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) e pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Na prática, a medida significa que governadores e prefeitos poderão ter acesso a dinheiro novo na reta final de 2025, um período estratégico para efetivar os contratos e conseguir dar início aos investimentos planejados antes de esbarrar em restrições impostas pela legislação eleitoral em 2026.

Nos meses anteriores, o governo já vinha fazendo remanejamentos internos de limite entre as modalidades de operação para atender à demanda crescente de estados e municípios. No entanto, com o esgotamento do espaço, a decisão agora foi ampliar o valor.

Segundo o Ministério da Fazenda, houve uma reavaliação das premissas relacionadas à expectativa de contratação de empréstimos no âmbito do PEF (Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal), programa que facilita o acesso a operações de crédito com garantia da União em troca do compromisso do estado com medidas de ajuste nas contas.

As operações do PEF ficam fora do teto fixado pelo CMN. Como houve a revisão, o governo viu espaço para ampliar os limites gerais sem comprometer as projeções fiscais para 2025.

Desde 2023 o governo Lula deu guinada na política de financiamento aos governos regionais e tem incentivado a concessão de volumes significativos de empréstimos, principalmente por meio de bancos públicos federais.

Só nos dois primeiros anos de mandato do petista, estados e municípios tomaram R$ 94,5 bilhões em empréstimos internos. O valor não considera as operações externas contratadas com organismos multilaterais, cujas autorizações ultrapassaram os US$ 5,8 bilhões em 2023 e 2024.

O ritmo de concessão desses empréstimos entrou no radar dos especialistas como um fator de preocupação. Abastecidos com financiamentos e transferências federais, estados e municípios pisaram no acelerador nos últimos anos e expandiram investimentos e gastos com pessoal, gastando mais do que a própria União e colhendo os dividendos eleitorais derivados dessas políticas.

A maior concentração de despesas também ampliou seu poder de influência no xadrez político nacional.

Em 2025, especialistas esperavam uma desaceleração na liberação de novos empréstimos aos governos regionais. O aumento do limite, no entanto, cria as condições para que esse movimento seja mais tímido.

A resolução do CMN altera os limites para operações em quatro modalidades. Nas contratações de crédito com garantia da União (que paga as prestações em caso de inadimplência), o valor subiu de R$ 7,3 bilhões para R$ 9,5 bilhões.

Já no caso das operações sem garantia do Tesouro, o limite passou de R$ 4,1 bilhões para R$ 4,3 bilhões.

O governo também revisou o espaço para operações carimbadas para investimentos do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Os créditos com garantia da União subiram de R$ 2,5 bilhões para R$ 2,7 bilhões. Já aqueles sem garantia passaram de R$ 1 bilhão para R$ 1,4 bilhão. Os novos limites entram em vigor na próxima sexta-feira (26).

Idiana Tomazelli/Folhapress

Operação da Receita Federal investiga irregularidades na importação de combustíveis

A Receita Federal informou que deflagrou nesta sexta (19) a Operação Cadeia de Carbono, para fiscalizar e apurar a regularidade na importação e comercialização de combustíveis, petróleo e derivados.

O objetivo, segundo o órgão, é desarticular organizações criminosas especializadas em ocultar os reais importadores e as origens de recursos financeiros desse tipo de operação. De acordo com o Fisco, é um modelo que sustenta crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal.

A operação envolveu 80 servidores da Receita Federal, 20 carros, uma aeronave e um helicóptero. De acordo com a Receita, além de organizações criminosas, as investigações apontam envolvimento de laranjas e grupos empresariais de grande porte.

Segundo a Receita, foram realizadas diligências fiscais em estabelecimentos de cinco estados: Alagoas, Paraíba, Amapá, Rio de Janeiro e São Paulo.

“As medidas ocorreram, de forma simultânea, em 11 alvos distintos, nos quais estão sendo avaliadas a estrutura e a capacidade operacional das empresas, coletados documentos, colhidos depoimentos de responsáveis e verificados os requisitos para fruição de benefícios fiscais federais e estaduais”, disse a Receita.

Estão sendo realizadas retenções de combustíveis que seriam descarregados em navios nos portos do Rio de Janeiro e depósitos e terminais de armazenamento em São Paulo e outros estados.

“Até o momento, foi retida a carga de dois navios destinados ao Rio de Janeiro no valor de aproximadamente R$ 240 milhões, de petróleo, combustíveis e hidrocarbonetos, incluindo óleo condensado de petróleo”, disse o órgão em nota.

Entre os próximos passos, segundo o Fisco, estão aprofundar auditorias fiscais sobre empresas envolvidas e rastrear a cadeia de contratos e documentos de importação, entre outros.

“Nos próximos dias, será publicada uma Instrução Normativa reforçando as regras de controle e fiscalização da importação de combustíveis e hidrocarbonetos. A medida, elaborada em diálogo com o setor, busca impedir de forma definitiva a repetição desse tipo de expediente fraudulento”, afirmou a Receita.

Apesar de ter conseguido visto, Haddad também não vai para a Assembleia da ONU em NY

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) decidiu que não viajará a Nova York, apesar de ter recebido visto dos Estados Unidos para comparecer à Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) na semana que vem.

No ano passado, Haddad foi a NY e participou de reuniões com as agências internacionais de classificação de risco.

Segundo a Fazenda, desta vez, o ministro resolveu priorizar a agenda doméstica em vez de participar do evento ao lado do presidente Lula (PT). A decisão também ocorre no pior momento da relação entre Brasil e Estados Unidos em 200 anos.

O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de 50% a produtos importados do Brasil e o governo brasileiro não têm conseguido negociar a reversão das sobretaxas. Trump alegou motivos políticos, com o que vê como perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na aplicação da medida, e Lula não está disposto a negociar recuos nessa seara.

Ainda assim, segundo a Fazenda, o que motivou a permanência do ministro no Brasil foi a agenda no Parlamento. A expectativa de Haddad é que o Congresso possa analisar na próxima semana o projeto de lei que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda a R$ 5.000.

A Câmara dos Deputados aprovou no mês passado o requerimento de urgência da proposta, mas o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), adiou a análise do texto para discutir a pauta que pode anistiar condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

O ministro da Fazenda também conta com a chance de o Congresso votar a medida provisória (MP) com um pacote de aumento de impostos.

A MP foi publicada em junho e entrou em vigor imediatamente. A maior parte de seus efeitos, porém, passará a valer em 2026 e dependem de referendo do Congresso Nacional. O governo prevê arrecadar R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 20,9 bilhões em 2026 com o pacote.

Julia Chaib/Folhapress

Padilha desiste de viajar a Nova York após restrições do governo Trump

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desistiu de de viajar aos Estados Unidos por causa das restrições de circulação impostas por Donald Trump.

De acordo com aliados do titular da Saúde, Padilha avaliou que as limitações determinadas pelos americanos são desrespeitosas com o Brasil e com o tratado internacional que rege a relação da ONU (Organização das Nações Unidas) com o país sede da organização —no caso, os Estados Unidos.

Também pesou na avaliação do ministro o fato de que, em qualquer cenário, ele não poderia ir para o encontro da Organização Pan-Americana de Saúde no próximo dia 29, em Washington.

De acordo com pessoas no governo que acompanham o caso, uma reversão da decisão de Padilha só ocorreria caso as restrições de movimentação fossem removidas, o que era considerado improvável.

Embora o governo Trump tenha autorizado a permanência de Padilha em Nova York para a Assembleia-Geral da ONU —uma vez que tem a obrigação, como país sede, de não restringir o ingresso de pessoas convidadas para atividades na organização—, o mesmo não ocorre com a Opas.

O governo Trump impôs limitações à circulação de Padilha na cidade de Nova York, onde fica a sede da ONU.

Os Estados Unidos decidiram limitar a movimentação de Padilha e familiares que o acompanharem a cinco blocos do local de hospedagem do ministro, além das rotas entre o hotel, o distrito em que fica localizada a sede da ONU, a missão do Brasil junto à organização e a residência do representante brasileiro na organização.

Caso fosse aos EUA, o ministro apenas poderia sair do perímetro delineado pelos americanos em caso de urgência médica. O governo Lula precisaria ainda pedir autorização especial para Washington caso ele quisesse ir a local fora do perímetro.

Diplomatas ouvidos pela reportagem consideram a situação lamentável, que constitui um cenário humilhante para o ministro.

Nesta sexta-feira (19), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o Itamaraty acionou o secretário-geral da ONU, António Guterres, e a presidência da Assembleia-Geral da organização para interferir junto aos Estados Unidos quanto às restrições a Padilha.

“Estamos através do secretário-geral da ONU e da presidente da Assembleia-Geral relatando o ocorrido. São restrições sem cabimento, injustas e absurdas, e nós estamos pedindo a interferência do secretário-geral junto ao país sede”, disse Vieira, durante entrevista coletiva junto da chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, que está em visita a Brasília.


Catia Seabra/Ricardo Della Coletta/Julia Chaib/Folhapress

Ibirataia: Prefeitura realiza a 10ª Conferência Municipal de Saúde com foco no fortalecimento do SUS

Nesta  sexta-feira, 19 de setembro, a Câmara de Vereadores de Ibirataia sediou um importante momento democrático e participativo: a 10ª Conferência Municipal de Saúde, que reuniu profissionais da saúde, gestores públicos, representantes de entidades civis organizadas e a população em geral para discutir e planejar os rumos do Sistema Único de Saúde (SUS) no município.

Com o tema “Planejando e Fortalecendo o SUS no município de Ibirataia - Bahia”, o evento teve como objetivo principal promover um espaço de escuta, debate e proposição de políticas públicas voltadas à melhoria da saúde da população ibirataense.
Logo no início da manhã, a cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades municipais, como representantes da Secretaria Municipal de Saúde, do Conselho Municipal de Saúde, vereadores, além de lideranças comunitárias e trabalhadores da saúde. Todos destacaram a importância da conferência como instrumento de participação social e fortalecimento da democracia.

Durante o evento, os participantes puderam assistir a palestras, mesas-redondas e grupos de trabalho, nos quais foram debatidos eixos temáticos relacionados ao financiamento do SUS, à valorização dos profissionais da saúde, à atenção básica, além da regionalização dos serviços de saúde. A conferência também proporcionou um momento de escuta ativa da comunidade, que trouxe suas demandas, críticas e sugestões diretamente à gestão municipal.

Ao final dos trabalhos, foram aprovadas propostas que irão compor o relatório final da conferência e que serão encaminhadas para a etapa estadual do processo conferencial. Além disso, foram eleitos os delegados que representarão o município na próxima fase.
“A participação da população é essencial para construir uma saúde pública mais forte, eficiente e humana. Hoje demos mais um passo importante nesse processo coletivo”, destacou a secretária municipal de Saúde durante seu discurso de encerramento.

A 10ª Conferência Municipal de Saúde de Ibirataia reafirma o compromisso da gestão com a escuta popular e a construção conjunta de políticas públicas. Eventos como esse reforçam o papel do cidadão como protagonista na definição das prioridades do SUS.

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