Brasil entra na rota de sanções contra a Rússia, de quem compra mais de 60% do diesel importado

A Europa aumentará a pressão sobre Moscou por meio de sanções. Foi isso que acordamos com @POTUS após a sua conversa com Putin.” A postagem de Friedrich Merz, na noite de segunda-feira (19), feita após conversa de líderes europeus com Donald Trump, foi apenas o último indício de uma nova ofensiva econômica contra a Rússia. Quem está na alça de mira, no entanto, são países que compram petróleo de Vladimir Putin, entre eles o Brasil.

O 17º pacote de sanções da União Europeia contra a Rússia, com especial atenção ao comércio de petróleo do país, foi divulgado horas depois, nesta terça-feira (20). Ainda que não interrompa o fluxo, a pressão já afeta os preços do produto e, segundo o setor, poderá ter algum impacto nas bombas brasileiras em futuro próximo.

Em 2024, a Rússia se consolidou como principal origem do diesel importado pelo Brasil, para suprir déficit de 25% entre a capacidade nacional de produção e a demanda pelo combustível, o principal motor do transporte rodoviário de cargas no país. Em recente e controversa visita a Moscou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentou a conta para 30%. Em entrevista, ao comentar sobre o déficit brasileiro na balança comercial entre os dois países, declarou que “70% dos 30% é importado aqui da Rússia”.

De acordo com dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), 63,6% do diesel comprado de fora pelo Brasil neste ano veio do país de Putin. O índice era de 50,4% em 2023.

Lula enumerou as razões de sua presença em Moscou, em meio a dezenas de ditadores e autocratas, fato muito criticado na Europa: “Primeiro, porque a Rússia é um bom parceiro comercial”. Naquele momento, chanceleres do bloco definiam os contornos do 17º pacote de sanções contra o país, em que a chamada “shadow fleet”, a frota fantasma que transporta o petróleo russo driblando restrições, é o principal alvo.

São por enquanto 350 petroleiros, responsáveis pelo escoamento de 85% do petróleo russo, que desde a invasão da Ucrânia em 2022 e a série de sanções econômicas lançadas por União Europeia e EUA se tornou um produto em oferta. Os principais compradores são China e Índia, parceiros de Brasil e Rússia nos Brics. Ainda que não sejam clandestinas, as transações sofrem inúmeros percalços para chegar aos compradores.

Segundo documento elaborado pela Abicom, os embarques do combustível ocorrem apenas pelos portos de Primorsk, Vigotski, São Petersburgo e Ust-Luga, todos localizados na região de São Petersburgo.

Para chegar ao Brasil, os navios atravessam o golfo da Finlândia, o mar Báltico, os estreitos dinamarqueses, o mar do Norte e o canal da Mancha em um trajeto que leva aproximadamente 24 dias até o porto de Santos. São de quatro a cinco dias a mais do que o caminho de importações provenientes dos EUA.

“Apesar das rotas mais longas em comparação às originárias do golfo do México, da passagem por trechos críticos e pelas costas de diversos países membros da Otan, os derivados de petróleo russos vêm se consolidando no mercado brasileiro”, diz a associação.
Desde o último fim de semana, com a iminência da aprovação do pacote de Bruxelas, aos trechos críticos se somaram escaramuças militares. No domingo (18), um petroleiro de bandeira grega, que havia deixado um porto na Estônia, foi abordado pela marinha russa em uma rota de trânsito negociada.

Dias antes, um caça Sukhoi Su-37 invadiu o espaço aéreo estoniano depois que um navio carregando óleo russo foi escoltado para fora do mar territorial do país. O tom de retaliação ficou evidente.

“Quanto mais tempo a Rússia continuar em guerra, mais dura será a nossa resposta”, declarou em rede social Kaja Kallas, a chanceler da União Europeia, adiantando que a 18ª edição de sanções já está em preparação. Um novo lote de navios que transportam petróleo russo devem ser atingidos, assim como já se discute no âmbito do G7 diminuir o teto do produto de US$ 60 para US$ 50 -o sistema limita o prêmio pago por seguradoras, o que torna a operação ou menos lucrativa ou mais arriscada.

A retórica europeia sobre o problema, no entanto, foi muito além, na última semana.

Jean-Noël Barrot, ministro de Relações Exteriores da França, afirmou ver com interesse legislação gestada no Congresso dos EUA pelo senador Lindsey Graham. O republicano linha-dura da Carolina do Sul propõe 500% de tarifa sobre os negócios russos, incluindo os países que mantêm comércio com Moscou. Questionada sobre a proposta em Tirana, na Albânia, na última sexta-feira (16), a presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen, declarou apenas estar em contato próximo com o senador.

Barrot tem se notabilizado por usar um tom acima nas negociações transatlânticas. No auge da guerra comercial instalada por Trump, no mês passado, foi o primeiro a anunciar que a Europa colocaria as big techs americanas no pacote de retaliações. Dias depois, Von der Leyen confirmou a ameaça.

Ainda que o pacote europeu não consiga interromper o trânsito de petroleiros e renovar a discussão de tarifas com países como a China seja algo impensável neste momento, a influência sobre o preço do óleo russo já é uma realidade. No caso do diesel, a vantagem em relação ao produto americano, que já chegou a ser de R$ 0,15 por litro, caiu para algo entre R$ 0,03 e R$ 0,04.

Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), as importações são feitas por empresas de todos os portes, desde pequenas distribuidoras regionais de combustíveis às gigantes Ipiranga e Vibra (antiga BR Distribuidora).

A Petrobras não compra diesel russo, preferindo buscar o produto nos EUA, na Índia ou em países árabes. A estatal foi responsável por um terço das importações brasileiras de diesel no ano passado. No setor privado, no entanto, as compras da Rússia são a maioria.

Executivos do setor ouvidos pela Folha dizem que as grandes distribuidoras já vinham adotando cautela para evitar a compra de produtos de fornecedores alvos de sanções. Vibra e Ipiranga, por exemplo, têm ações em Bolsa e temem o risco de punições por descumprir as sanções.

Segundo pessoas do mercado, há empresas nacionais de menor porte ainda comprando desses fornecedores. As negociações são feitas na modalidade “entregue no porto”, que dá ao vendedor toda a responsabilidade de encontrar o produto e o navio para trazê-lo ao Brasil.
O aumento das sanções, diz o setor, deve restringir ainda mais a compra pelas grandes empresas, que terão que buscar outras fontes do combustível, com algum impacto sobre o preço de bomba dos produtos.

José Henrique Mariante e Nicola Pamplona / Folhapress

Ibirataia: Sandro Futuca inicia gestão com 82,8% de aprovação da população de Ibirataia

Nos primeiros meses de mandato, o prefeito de Ibirataia, Sandro Futuca, alcançou uma aprovação positiva histórica popular. Segundo levantamento do instituto DATA SOL, 82,8% dos entrevistados avaliam sua gestão como “ótima”, “boa” ou “regular”. Os dados indicam uma receptividade sólida da população ao novo governo, refletindo confiança e expectativa de continuidade nas ações.

As áreas mais destacadas até o momento foram a limpeza pública e a melhoria da iluminação das ruas, reconhecidas por 32,9% dos entrevistados. A educação também ganhou destaque com 13,2% das menções, e as obras de infraestrutura urbana aparecem com 9,6%, confirmando a percepção positiva das intervenções iniciais da gestão.

Outro dado relevante aponta que 62,2% da população acreditam que Sandro Futuca está cumprindo total ou parcialmente suas promessas de campanha. Com alto índice de aprovação e iniciativas já percebidas pela comunidade, o prefeito inicia seu governo com respaldo popular e margem para ampliar ainda mais os resultados administrativos.

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PF deflagra Operação Caos contra fraudes bancárias

As investigações tiveram início após a denúncia de uma vítima que descobriu a abertura indevida de conta bancária em seu nome, com a contratação fraudulenta de produtos de crédito que somavam mais de R$ 64 mil
Volta Redonda/RJ. Na manhã desta terça-feira, 21/5, a Polícia Federal deflagrou a Operação Caos com o objetivo de desarticular um grupo criminoso que atua na região do Médio Paraíba por meio do cometimento de fraudes bancárias.

Na ação de hoje, policiais federais cumprem três mandados de busca e apreensão no município de Volta Redonda, sendo dois no bairro Jardim Suíça e um no bairro Aterrado. Também foram expedidos três mandados de sequestro de bens em nome dos investigados.

As investigações apuram os crimes de falsificação de documentos, uso de documento falso e estelionato, praticados em prejuízo da Caixa Econômica Federal, e foram iniciadas após o relato de uma vítima que descobriu a abertura indevida de conta bancária em seu nome, com a contratação fraudulenta de produtos de crédito que somavam mais de R$ 64 mil.

Com o avanço das apurações, a Polícia Federal identificou os principais suspeitos pelas fraudes bancárias. Há indícios de que o grupo criminoso tenha atuado em outras oportunidades, inclusive com a possível participação de um ex-funcionário da Caixa Econômica Federal, o que poderá levar à identificação de novos envolvidos.

A Polícia Federal prossegue com as investigações para esclarecer todos os fatos e identificar eventuais outros integrantes do esquema criminoso. Caso os elementos colhidos durante o cumprimento dos mandados confirmem a hipótese criminal, os investigados poderão responder pelos delitos de falsificação de documentos, uso de documento falso e estelionato.

Comunicação Social da Polícia Federal no Rio de Janeiro

Carro do diretor do presídio é alvo de emboscada em Eunápolis; motorista é baleado

Eunápolis: Um carro que transportava um agente de disciplina do presídio de Eunápolis foi alvo de uma emboscada no fim da tarde desta terça-feira (20), próximo ao bairro Paquetá.

O veículo seguia pela Avenida Alcides Lacerda quando foi interceptado por cerca de 20 criminosos encapuzados, com roupas camufladas e armados com fuzis. O carro, que estaria retornando do presídio, ficou crivado de balas.

O agente, que é motorista do diretor da unidade, foi baleado e levado ao Hospital Regional, onde passou por cirurgia de emergência.
Segundo as informações, o alvo do ataque era o diretor do presídio, Jorge Magno Alves Pinto, que assumiu o cargo em janeiro e vinha recebendo ameaças de morte. Ele não estava no veículo.

Jorge Magno foi nomeado após a intervenção na unidade, determinada pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia após a fuga de 16 presos em dezembro. O caso levou à prisão da então diretora e do coordenador de segurança, suspeitos de facilitar a fuga.

Fonte: Radarnews

Exportadores de frango esperam rejeições de cargas em meio a surto de gripe aviária no Brasil

Países como a China não aceitarão cargas de carne de frango do Brasil que já estavam em navios
Países como a China não aceitarão cargas de carne de frango do Brasil que já estavam em navios, a caminho do destino, em meio ao primeiro surto de gripe aviária no país, afirmou a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), que representa grandes empresas de processamento de alimentos, nesta terça-feira (20).

Em entrevista, o presidente da ABPA, Ricardo Santin, disse à Reuters que a rejeição das cargas pode variar de acordo com a data de embarque antes da confirmação do surto, variando de 14 a 28 dias, a critério dos serviços veterinários oficiais dos países de destino.

A situação coloca as empresas de processamento de carne, incluindo a BRF e a JBS, em uma situação difícil, ao lidarem com custos logísticos adicionais e incertezas relacionadas à extensão dos embargos comerciais em andamento, desencadeados pela emergência sanitária.

O Brasil responde por 39% das exportações globais de carne de frango, disse Santin, citando novos dados comerciais.

A flexibilização das restrições para cargas em trânsito é uma possibilidade, disse Santin, principalmente se a carga vier de uma região distante do surto, registrado no Rio Grande do Sul.

“Mas isso exigirá negociações”, disse Santin.

México e Chile estão entre os países que também rejeitariam cargas, conforme os protocolos sanitários existentes relacionados a surtos de gripe aviária, acrescentou.

Não é possível calcular perdas decorrentes das restrições à exportação em vigor após a confirmação do primeiro surto de gripe aviária em uma granja comercial brasileira, disse Santin.

Isso ocorre porque o escopo e a duração das proibições comerciais podem variar de acordo com os protocolos sanitários e as negociações com os países importadores, disse Santin.

A China, por exemplo, aplicou uma proibição nacional às importações de frango do Brasil por cerca de três semanas após um caso de doença de Newcastle —também detectado no Rio Grande do Sul— no ano passado, disse Santin.

Posteriormente, a China restringiu o escopo da proibição a uma restrição estadual que permanece em vigor atualmente.

O governo brasileiro solicitou à China que restringisse o embargo à importação de frango relacionado à gripe aviária a produtos provenientes apenas da cidade de Montenegro, informou a mídia local na terça-feira.

O Ministério da Agricultura confirmou um pedido feito no início deste mês à China para revisar os protocolos comerciais existentes, sugerindo a implementação de proibições regionais, em vez de nacionais, em caso de emergências sanitárias, embora tenha negado qualquer solicitação específica relacionada ao atual surto de gripe aviária.

No total, cerca de 20 países impuseram proibições ao comércio de frango no Brasil sob os protocolos sanitários existentes, informou o Ministério da Agricultura na segunda (19).

Ao contrário da China, outros grandes importadores, como Japão, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, são menos rigorosos e aplicam proibições regionais sob os protocolos sanitários de emergência existentes.

Santin disse que cabe às empresas exportadoras lidar com as cargas devolvidas, acrescentando que elas também têm a possibilidade de redirecionar algumas remessas.

Ana Mano/Folhapress

Governo Lula apresenta projeto para regulamentar acesso a remédios derivados de Cannabis

AGU apresentou plano com proposta de garantir tratamento a pacientes que fazem uso de medicamentos à base da planta
Na última segunda-feira (19) o governo federal, por meio da AGU (Advocacia-Geral da União), protocolou um plano de ação para regulação e fiscalização do acesso a tratamentos fármacos à base de Cannabis.

A proposta foi elaborada em cumprimento da decisão de novembro do ano passado do STJ (Superior Tribunal da Justiça), que autorizava a importação de sementes e cultivo de cânhamo para fins medicinais, e envolve diferentes instituições.

O objetivo do plano é normatizar todas as etapas e garantir acesso a Cannabis medicinal da produção ao tratamento dos pacientes, segundo nota publicada pela AGU. De acordo com o órgão, a regulamentação normativa deve ser finalizada até setembro de 2025.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autoriza, com prescrição médica, a importação de produtos à base de Cannabis desde 2015. Já a regulamentação para comercialização da matéria-prima importada para fins medicinais ocorreu em 2019.

O Ministério da Saúde, da Justiça e Segurança Pública, da Agricultura e Pecuária, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e a Anvisa participam do plano de ação da AGU.

Segundo a pasta, cerca de 820 decisões judiciais foram atendidas pelo Ministério da Saúde em 2022 para ofertar produtos a base de Cannabis para pacientes que dependiam de tratamento medicinal a base da planta.

A AGU afirmou ainda que mais de 670 mil pessoas utilizem medicamento a base de cannabis para tratamento de doenças como esclerose múltipla, epilepsia e dor crônica.

De acordo com estudos, a Cannabis medicinal tem eficácia comprovada para casos de epilepsia e dor crônica. Outras condições como TEA (transtorno do espectro autista), síndrome de Tourette e transtornos demenciais e psiquiátricos ainda caminham em pesquisas que mostram melhora dos quadros com o uso da planta.

Folhapress

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