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Mega-sena acumula e sorteia R$ 37 milhões na próxima terça-feira economia

Nenhuma aposta acertou as seis dezenas do concurso 2726 da Mega-sena, sorteado na noite de sábado (18). Com isso, o prêmio estimado para o próximo concurso, na terça-feira (21) é de R$ 37 milhões.

Os números sorteados no início da noite de ontem, em São Paulo, foram 27 – 45 – 49 – 53 0- 55 – 59.

A quina teve 48 apostas ganhadoras, e cada uma vai receber R$ 69.387. Já a quadra registrou 3.858 apostas vencedoras, e cada ganhador receberá um prêmio de R$ 1.233.

As apostas para o próximo concurso podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

O jogo simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 5.

Agência Brasil

Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 30 milhões

As seis dezenas do concurso 2.726 da Mega-Sena serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.

O sorteio terá a transmissão ao vivo pelo canal Caixa no YouTube e no Facebook das loterias Caixa. O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 30 milhões.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

Jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.

Agência Brasil

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Governo Lula faz acordo para desonerar prefeituras em 2024

>Coletiva de imprensa sobre a desoneração dos municípios<
O governo federal anunciou nesta quinta-feira (16) que vai garantir a desoneração das prefeituras em 2024 e buscar um acordo, no âmbito do Congresso Nacional, para que haja aumento gradual nos próximos anos.

O Executivo corre contra o tempo para fechar o acordo antes da Marcha Anual de Prefeitos, que ocorre na próxima semana, em Brasília. O encontro reunirá 8.000 pessoas, segundo cálculos da CNM (Confederação Nacional dos Municípios).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou da sua equipe uma solução para o impasse em torno da desoneração até lá.

A redução da alíquota paga pelas prefeituras foi incluída pelo Congresso no projeto que prorrogou a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia. A medida, porém, acabou suspensa pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cristiano Zanin.

Prefeituras que não têm regimes próprios de Previdência recolhem hoje 20% sobre a folha de pagamento dos servidores para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O Congresso havia baixado o percentual para 8% para municípios com até 156 mil habitantes.

O aval do governo Lula aos prefeitos foi feito pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) durante reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Haddad era resistente à manutenção da desoneração até mesmo em 2024, mas acabou aceitando a medida no encontro com o presidente do Senado.

O custo do benefício para as prefeituras será de R$ 7,2 bilhões, que somados aos R$ 10 bilhões da desoneração da folha para empresas de 17 setores, eleva para R$ 17,2 bilhões a perda de arrecadação com as duas iniciativas.

Após o encontro, Padilha afirmou à imprensa que a AGU (Advocacia-Geral da União) vai acionar o STF para suspender os efeitos da decisão de Zanin que sustou o benefício para as prefeituras e os 17 setores da economia.

O ministro afirmou que o governo também conta com o Supremo para garantir que haja a cobrança da alíquota menor no dia 20, próxima segunda-feira, quando vence o prazo de pagamento da contribuição previdenciária.

Padilha disse que a ideia é construir um acordo para os próximos anos no projeto de lei apresentado pelo líder da União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB), que estabelece a reoneração gradual no setor privado —como acordado com a Fazenda.

“O presidente [Lula] terminou o mandato com a marca de municipalista e vai dar mais uma demonstração da sensibilidade com os municípios”, disse Padilha nesta quinta ao anunciar o acordo.

A CNM pede não só o pagamento de 8% neste ano, mas também o aumento gradual entre 2025 e 2027, com teto de 14% (10% em 2025; 12% em 2026; e, por fim, 14% em 2027).

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, cobra do governo que a alíquota de 14% seja permanente e não haja um aumento para 20%. Ele disse à reportagem que Haddad vai acabar aceitando.

Padilha afirmou que a “proposta definitiva” será construída pelo relator do texto, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT).

Pacheco comemorou o acordo e disse que os municípios terão “um pacote robusto”, que envolve não só a desoneração fiscal, mas também a renegociação das dívidas previdenciárias e uma limitação em relação ao pagamento de precatórios, além de equiparação de regras da previdência dos municípios às da União.

“A notícia é muito positiva para os municípios neste momento. Estamos nos encaminhando para medidas muito consistentes para poder garantir a boa gestão dos municípios para que eles possam ter investimento em políticas públicas”, disse.

Mais cedo, Efraim afirmou à imprensa que o projeto de lei deve ser votado pelo plenário do Senado na próxima terça-feira (21). Pacheco não se comprometeu com a data e se limitou a dizer que a proposta será discutida nos próximos dias.

Efraim disse que é “imprescindível” que o governo apresente uma solução sobre a data. “Seja por uma decisão liminar na petição da AGU ou por uma portaria administrativa do governo, essa solução precisa vir. E o Senado tem encaminhado a urgência [para votar]”, disse.

O modelo de desoneração da folha, suspenso pelo STF, permite o pagamento de alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários para a Previdência. As alíquotas variam a depender de cada um dos 17 setores beneficiados.

A desoneração da folha foi criada em 2011, na gestão Dilma Rousseff (PT), e prorrogada sucessivas vezes. Entre os 17 setores, está o de comunicação. Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, entre outros.

Thaísa Oliveira/Adriana Fernandes/Folhapress

Lucro da Caixa sobe 49%, para R$ 2,9 bilhões, no 1º trimestre

A Caixa Econômica Federal lucrou R$ 2,883 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado é 49% maior do que o apurado no mesmo período de 2023 (R$ 1,934 bilhão) e 0,5% maior do que os últimos três meses do ano passado (R$ 2,869 bilhões).

O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido), que mede a rentabilidade do banco, foi de 9% no início de 2024, 1,9 ponto percentual maior do que no mesmo período de 2023. Em relação ao quarto trimestre, o aumento é de 0,55 ponto percentual.

De janeiro a março, a margem financeira do banco somou R$ 15,3 bilhões, um aumento anual de 9,9%. Na comparação trimestral, houve redução de 12,9%. Já a receita com tarifas e prestação de serviços teve alta de 6,9% no ano e queda de 1,2% no trimestre, a R$ 6,6 bilhões.

Os gastos, por sua vez, foram puxados pela alta anual de 14,8% nas despesas administrativas, que totalizaram R$ 11,5 bilhões no trimestre —em relação ao quarto trimestre de 2023, houve leve redução de 0,8%.

As provisões contra créditos duvidosos também tiveram uma alta anual expressiva, de 23,7%, para R$ 1,7 bilhão. Na comparação com o fim de 2023, houve queda de 37,1%.

A provisão contra calote cresceu mais rápido que a carteira de crédito do banco, que finalizou março com saldo de R$ 1,144 trilhão, crescimento de 10,4% sobre o mesmo mês de 2023.

A inadimplência, no entanto, teve queda na comparação anual. O índice de atrasos acima de 90 dias caiu 0,39 ponto percentual para 2,34%. Já em relação a dezembro de 2023, houve aumento de 0,18 ponto percentual.

A maior alta anual nos empréstimos foi para o agronegócio (20,7%), totalizando R$ 57,8 bilhões no primeiro trimestre.

Já as contratações de crédito imobiliário, carro-chefe da Caixa, cresceram 14,4%, para R$ 754 bilhões, ampliando a participação da estatal no mercado de crédito imobiliário para 67,7%.

No financiamento imobiliário, a modalidade que mais cresceu foi à atrelada ao FGTS, com R$ 35 bilhões de novas contratações no período, crescimento de 74,2%, impulsionada pela utilização do FGTS Futuro por famílias de baixa renda.

Já a contratação na modalidade SBPE diminuiu 23% em relação a 2023, para R$ 16,3 bilhões.

Ao todo, a Caixa financiou 183,2 mil imóveis no primeiro trimestre de 2024.

Júlia Moura/Folhapress

Petrobras perde R$ 34,7 bilhões em valor de mercado e puxa Bolsa após demissão de Prates

<Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil>

A Bolsa brasileira fechou em queda de 0,38% nesta quarta-feira (15), a 128.027 pontos, puxada pelo tombo das ações da Petrobras após a troca de comando da estatal.


Já o dólar, em sessão volátil, fechou com leve alta de 0,09% e ficou cotado a R$ 5,125 na venda.

A demissão de Jean Paul Prates do comando da Petrobras na noite de ontem ofuscou os aguardados dados da inflação ao consumidor dos Estados Unidos, que vieram abaixo do esperado e reforçaram apostas de corte de juros em setembro por lá.

Os papéis da estatal derreteram na sessão desta quarta. Os preferenciais (PETR4) desabaram 5,73%, a R$ 38,53 por ação; os ordinários (PETR3), 6,64%, a R$ 40,08.

A queda representa uma perda de mais de R$ 34,67 bilhões em valor de mercado desde a abertura do pregão.

Para o posto de Prates, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou a engenheira Magda Chambriard, que comandou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) no governo Dilma Rousseff (PT).

A troca de comando foi vista com preocupação por economistas, que temem interferência política na estatal.

“O mercado nunca gosta de ingerência política sobre empresas com negócios em Bolsa. Não será diferente desta vez, até porque o Prates vinha se mostrando um conciliador entre mercado e política. O grande problema da empresa é refino: entra governo, sai governo, é sempre uma dor de cabeça”, avalia Alexandre Espirito Santo, economista da Way Investimentos.

Com Chambriard, a Petrobras terá o sexto presidente em três anos —um mau sinal para a petroleira. “Gera incerteza, e os investidores estrangeiros ficam ressabiados e vendem as ações”.

Ele pesa, ainda, a cena geopolítica no Oriente Médio, cujos conflitos têm afetado o preço do barril do petróleo. “Para piorar, teve o vai-não-vai dos dividendos. É preciso endereçar essas questões com rapidez, vamos ver como a nova presidente vai agir”.

Prates sofreu forte processo de fritura nos últimos meses, após críticas de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, à sua abstenção em votação de proposta do governo para reter dividendos extraordinários referentes ao resultado de 2024, medida que havia sido negociada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Defendida por Silveira e Rui Costa, ministro da Casa Civil, a retenção foi aprovada no início de março e derrubou o valor de mercado da estatal. O governo acabou recuando semanas depois e aprovou a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários em assembleia no fim de abril.

Na assembleia, o governo não só recuou como determinou estudos para que a Petrobras distribua os 50% restantes até o fim do ano, em movimento que tranquilizou o mercado e recuperou o valor das ações da empresa.

Prates ganhou sobrevida no cargo, mas a avaliação no Planalto era de que sua manutenção não duraria muito tempo.

Logo após a demissão, Prates mandou uma mensagem a assessores próximos. “Minha missão foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira e Rui Costa. Não creio que haja chance de reconsideração. Vão anunciar daqui a pouco”, escreveu.

Os dividendos são parte chave do imbróglio para o mercado, de acordo com Flávio Conde, head de renda variável na Levante Investimentos.

“[A demissão de Prates] é um sinal ruim. Significa que a ala política venceu o embate. As ações caíram, porque boa parte dos investidores estão na Petrobras por conta dos dividendos, que estavam projetados em torno de 15% no ano. Com isso, a tese de investimento da Petrobras perde força e o risco de maior intervenção aumenta, não só pela troca de presidente, mas no plano de investimentos”.

Segundo a Genial Investimentos, Prates vai fazer falta. “Apesar de todas as desconfianças iniciais, sua gestão a frente da empresa pode ser considerada muito razoável. Em nossa opinião, o principal risco ao case diz respeito a expansão de investimentos em projetos pouco interessantes e suspensão do pagamento de dividendos”, escreveu Ygor Araujo, analista da corretora.

Para a EQI Investimentos, Magda Chambriard tem experiência comprovada no setor de energia, mas a análise é que a “capacidade de implementar mudanças radicais nos tópicos realmente importantes do caso de investimentos, especialmente no curto prazo, pode ser limitada, como a de qualquer outro CEO”.

Os olhos também se voltaram à inflação ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês).

O índice de preços subiu 0,3% no mês passado, depois de avançar 0,4% em março e fevereiro, informou o Departamento do Trabalho. Nos 12 meses até abril, o índice teve alta de 3,4%, ante 3,5% em março.

Economistas consultados pela Bloomberg previam alta de 0,4% na base mensal e 3,4% na anual. O Fed trabalha com a meta de levar a inflação a 2% em 2024.

O resultado sugere que a inflação norte-americana retomou sua tendência de queda no início do segundo trimestre.

O dado é um importante indicador para calibrar as expectativas do mercado quanto à proximidade do primeiro corte na taxa de juros norte-americana, atualmente na faixa de 5,25% e 5,50%, pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA).

“Todo o mercado vai precificar a possibilidade de corte de juros antes de setembro, que é o consenso neste momento, e talvez até uma chance de mais cortes de juros em 2024”, avalia Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

Outrora destaque do dia, a inflação dos EUA se tornou mais lateral no mercado doméstico conforme investidores se voltavam para o derretimento das ações da Petrobras.

“A notícia de uma inflação mais estável nos EUA não foi capaz de reverter o viés negativo da bolsa local com a notícia da troca na Petrobras”, avalia Bruno Mori, sócio-fundador da consultoria Sarfin.

No exterior, a reação aos dados de inflação foi forte: os índices S&P 500 e Nasdaq fecharam com recordes de pontos, com ambos avançando mais de 1%.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 avançou 1,18%, para 5.308,67 pontos. O Nasdaq teve alta de 1,41%, para 16.744,03 pontos. O Dow Jones subiu 0,90%, para 39.911,81 pontos.

Por aqui, na cena corporativa, JBS disparou 7,55% e conteve parte da pressão sobre o Ibovespa, após divulgação do balanço do último trimestre.

A companhia registrou lucro líquido de R$ 1,65 bilhão, ante prejuízo de R$ 1,45 bilhão no mesmo período do ano passado. A maior empresa de proteínas animais do mundo superou as expectativas de analistas, que previam lucro de R$ 675,5 milhões.

A MRV também figurou na coluna positiva, com avanços de 4,40%.

Na ponta negativa, CSN perdeu 5,97%, e Vale fechou praticamente estável, com recuo de 0,05%.

Na terça-feira, o dólar encerrou a sessão em queda de 0,41%, cotado a R$ 5,130 na venda. Já o Ibovespa teve alta de 0,28%, a 128.515,50 pontos, com investidores digerindo a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e o balanço da Petrobras no último trimestre.

Tamara Nassif/Folhapress

Troca de comando da Petrobras é sinal ruim, dizem analistas

A troca de comando na Petrobras, após a demissão de Jean Paul Prates pelo presidente Lula (PT), foi vista com preocupação por economistas.

Para o posto de Prates, o presidente indicou a engenheira Magda Chambriard, que comandou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) no governo Dilma Rousseff (PT).

Na avaliação do economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, a Petrobras segue sofrendo ingerências preocupantes por parte do governo, a política de precificação não está pacificada e há defasagens acumuladas de preços que terão que ser revistas.

“Fica um cheiro no ar de gestão ao estilo de Dilma, algo que vai ser importante acompanhar nos próximos meses. Não foi um bom sinal, considerando o que parecem ser as motivações para a troca de Prates”, diz.

Segundo o economista, o governo está criando ruídos excessivos em várias áreas nos últimos meses: fiscal, monetária e, agora, na Petrobras.

“Não se sabe também qual caminho de investimentos será seguido, mas parece se tratar de uma aposta para acelerar plantas de refino, o que justamente não deu certo nas últimas décadas”, acrescenta Vale.

“A impressão que se tem é que a decisão do presidente Lula foi no sentido de forçar a Petrobras rumo ao investimento, o que ele tem todo o direito de fazer, mas inevitavelmente o efeito de curto prazo é a perspectiva de que o preço corrente das ações deve ser descontado”, diz o economista André Perfeito.

Prates vinha sendo alvo de um processo de fritura nos últimos meses, depois de receber críticas do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à sua abstenção em votação de proposta do governo para reter dividendos extraordinários referentes ao resultado de 2024, medida que havia sido negociada com Lula.

Em nota, Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, lembra que já era evidente um desgaste significativo no âmbito político envolvendo Jean Paul Prates e os demais ministros.

Segundo ele, embora Prates tenha sido nomeado presidente da Petrobras com a expectativa de promover mudanças substanciais na gestão e no foco estratégico da empresa, “observa-se trimestre após trimestre que tais expectativas não se concretizaram”.

Também em nota, a Ativa Investimentos classificou a mudança como negativa, uma vez que Prates vinha desempenhando o que a casa classificava como um “bom papel na companhia, equilibrando os interesses econômicos e políticos da empresa com sabedoria”.

“Hoje, nos resultados do primeiro trimestre de 2024, quando participou apenas via vídeo, Prates ressaltou seu compromisso com a remuneração do investidor e o investimento em ativos de petróleo, o que voltará a ficar sob reavaliação após a nova mudança de gestão.”

Douglas Gavras/Folhapress

Com Magda Chambriard, Petrobras terá sexto presidente em três anos

A saída de Jean Paul Prates do comando da Petrobras nesta terça-feira (14) fará com que a estatal tenha seu sexto presidente em pouco mais de 3 anos.

Desde abril de 2021, a petroleira já foi presidida por Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna, José Mauro Coelho, Caio Paes de Andrade e Jean Paul Prates.

A substituta Prates, Magda Chambriard, é engenheira e ex-funcionária da estatal. Comandou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) durante o governo Dilma Rousseff.

É vista pelo mercado como um quadro de perfil mais nacionalista do que Prates, que tentou equilibrar sua gestão atendendo a promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas sem assustar investidores privados.

Relembre os últimos presidentes da Petrobras.

JEAN PAUL PRATES (JAN.23 A MAI.24)
Demitido nesta terça-feira (14), Prates sofreu forte processo de fritura nos últimos meses, após críticas de Silveira à sua abstenção em votação de proposta do governo para reter dividendos extraordinários referentes ao resultado de 2024, medida que havia sido negociada com Lula.

Defendida por Silveira e Costa, a retenção foi aprovada no início de março e derrubou o valor de mercado da estatal. O governo acabou recuando semanas depois e aprovou a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários em assembleia no fim de abril.

Na assembleia, o governo não só recuou como determinou estudos para que a Petrobras distribua os 50% restantes até o fim do ano, em movimento que tranquilizou o mercado e recuperou o valor das ações da empresa.

Embora tenha conseguido “abrasileirar” o preço dos combustíveis, como prometeu Lula, o executivo vinha sendo questionado também pela demora em anunciar investimentos prometidos pelo presidente em expansão da capacidade de refino e estaleiros, por exemplo.

Começou a perder apoio também de sindicatos de petroleiros que fazem parte da base de Lula e, em outra frente, foi elogiado na última assembleia de acionistas pelo maior acionistas privado da estatal, o banqueiro José João Abdalla.

CAIO PAES DE ANDRADE (JUN.22 A JAN.23)
Nome que enfrentou maior resistência interna na estatal, Caio Paes de Andrade ocupava uma secretaria no Ministério da Economia quando foi indicado por Bolsonaro para “dar nova dinâmica” aos preços dos combustíveis no país.

Sua nomeação foi questionada pelos órgãos internos de controle, diante da falta de experiência no setor de petróleo ou em empresas do mesmo porte, requisitos exigidos pela Lei das Estatais, mas Bolsonaro também elegeu um conselho de administração mais alinhado, que aprovou seu nome.

Sua gestão foi a que mais atuou em favor do governo. Ajudada pela queda nas cotações internacionais do petróleo, a Petrobras passou a anunciar uma série de reduções nos preços dos combustíveis em meio ao processo eleitoral.

Além da maior frequência dos cortes, a empresa passou também a divulgar mudanças em preços de produtos que antes não eram alvo de comunicados públicos, como querosene de aviação e asfalto. Assim, quase toda semana havia notícias positivas para a campanha do presidente.

A mesma frequência não foi vista quando as cotações internacionais voltaram a subir após a votação do primeiro turno, levando a Petrobras a passar semanas com preços defasados em relação à paridade de importação.

Paes de Andrade também acomodou na estatal pessoas próximas ao Palácio do Planalto e ao Exército, como o coronel Luiz Oávio Franco Duarte, que atuou sob o comando do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, e o militar da reserva Mario Pedroza da Silveira Pinheiro.

Com a saída de Paes de Andrade, o conselho de administração nomeou João Henrique Rittershaussen como presidente interino da empresa até a confirmação do novo comandante.

JOSÉ MAURO COELHO (ABR.22 A JUN.22)
Ex-secretário do MME (Ministério de Minas e Energia) sob Bolsonaro, José Mauro Coelho não foi a primeira aposta para substituir Silva e Luna, mas acabou ficando com o cargo após a desistência do consultor Adriano Pires, questionado por prestar serviços a clientes e concorrentes da estatal.

Mais uma vez, um presidente indicado por Bolsonaro assumiu o posto defendendo a política de paridade dos preços dos combustíveis em relação às cotações internacionais, embora o presidente da República tenha passado boa parte de seu mandato criticando a alta de preços.

“Temos que ter os preços no mercado doméstico relacionados aos preços de paridade de importação. Se assim não fosse, não teríamos nenhum agente econômico com aptidão, ou com vontade de trazer derivados para o país. E teríamos risco de desabastecimento”, afirmou, ainda em 2021.

O risco de desabastecimento foi um dos principais argumentos de seu mandato para continuar reajustando os preços. A Petrobras chegou a enviar ao MME um alerta sobre possibilidade de falta de diesel no fim do ano caso os preços permanecessem defasados.

Sua saída da estatal também foi conturbada: sua demissão e o nome de seu substituto foram anunciados por Bolsonaro no fim de maio, mas Coelho resistiu a renunciar, o que retardou o processo de transferência do comando da empresa.

JOAQUIM SILVA E LUNA (ABR.21 A ABR.22)
O segundo presidente da Petrobras sob Bolsonaro foi também o segundo mais longevo. O general Joaquim Silva e Luna presidia Itaipu Binacional quando foi convidado para substituir Castello Branco, em um momento de ampliação da presença militar no setor de energia.

Sua indicação animou apoiadores do presidente, que esperavam uma guinada na gestão da empresa. Logo em sua posse, porém, Silva e Luna afagou um mercado financeiro que temia mudanças na estratégia de preços dos combustíveis, ao dizer conciliar interesses de consumidores e acionistas.

Silva e Luna manteve o ritmo do programa de venda de ativos e, embora tenha reduzido a frequência de reajustes de preços dos combustíveis, foi responsável pelos mega-aumentos de março de 2021, em resposta à disparada das cotações internacionais após o início da Guerra na Ucrânia.

Demitido após os reajustes, defendeu que a Petrobras “é fiscalizada por mais de duas dezenas de órgãos de fiscalização e controle e possui uma robusta governança em conformidade e sustentabilidade”. Disse ainda que “não há espaço para aventureiros na estatal”.

Ele também foi alvo de Bolsonaro pelo alto salário da estatal. “O diretor ganha R$ 110 mil por mês. O presidente mais de R$ 200 mil por mês e, no final do ano, ainda tem alguns salários de bonificação. Os caras têm que trabalhar!”, afirmou o presidente.

Demitido enquanto Bolsonaro já negociava um sucessor, Silva e Luna deixou a empresa dizendo-se traído pelo presidente da República.

ROBERTO CASTELLO BRANCO (JAN.19 A ABR.21)
Mais longevo presidente da Petrobras sob Bolsonaro, Castello Branco foi indicado ainda no período de transição pelo então futuro ministro da Economia Paulo Guedes, com quem compunha um grupo batizado ironicamente de “Chicago Oldies”, por terem estudado na Universidade de Chicago.

Defensor da privatização da estatal, Castello Branco aprofundou estratégia iniciada no governo Michel Temer, que previa foco no pré-sal, venda de ativos em áreas consideradas não estratégicas e melhor remuneração ao acionista.

Em sua gestão, a Petrobras alterou sua política de dividendos, permitindo o pagamento mesmo em caso de prejuízo, em processo que justificou os reajustes recordes pagos em 2022.

Ele começou seu mandato com medidas polêmicas que agradaram Bolsonaro, como a indicação de um ex-candidato apoiado pelo presidente da República para gerência da estatal e um recuo em reajuste do preço do diesel.

Mas entrou na mira do ex-chefe na saída do período mais turbulento da pandemia, no fim de 2020, quando a recuperação das cotações internacionais do petróleo fez os preços dos combustíveis dispararem no país.

Bolsonaro criticou Castello Branco pelo elevado salário, por trabalhar de home office durante a pandemia e, por fim, anunciou sua demissão em uma de suas lives das quintas-feiras, levando a empresa a perder R$ 32 bilhões em valor de mercado no dia seguinte.

Antes de sair, o executivo apresentou o balanço de 2020, ano em que a empresa teve lucro de R$ 7,1 bilhões, defendendo a política de preços da companhia. “Surpreendente, em pleno século 21, estarmos dando tanta atenção a isso”, afirmou.

Folhapress

Ações da Petrobras despencam 7% no ‘after’ em NY com demissão de Prates

Jean Paul Prates será substituído por Magda Chambriard na presidência da Petrobras
A notícia da demissão de Jean Paul Prates do comando da Petrobras, na noite desta terça-feira (14), surpreendeu investidores e faz despencar os papéis da estatal em Nova York. Com a notícia, os recibos de ações da Petrobras (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York chegaram a recuar quase 8% em negociações após o fechamento do pregão, o chamado “after-hours”. Às 21h, o papel recuava 7%, a US$ 15,52. No pregão regular, fechado horas antes da publicação da notícia, a ADR fechou em queda de 2%, cotada a US$ 16,69.
O Globo

Lula acha que a Petrobras é dele; vai ser um horror outra vez, diz Adriano Pires

Diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) e ex-assessor na ANP (Agência Nacional do Petróleo), Adriano Pires criticou, nesta terça-feira (14), os resultados do primeiro trimestre da Petrobras divulgados na véspera e disse enxergar a companhia voltando para os mesmos problemas do passado.

Pires chegou a ser indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a presidência da estatal, mas acabou abrindo mão do cargo por conflitos de interesse com sua atividade de consultor.

Ele disse que o ano passado foi bom para a petroleira porque, apesar da nova política de preços de combustíveis, a empresa manteve a paridade internacional. Com o barril do petróleo ainda em nível elevado, a estatal se beneficiou, segundo o diretor do CBIE.

Mas neste ano Pires disse que preocupa o aumento dos investimentos da companhia, inclusive em refinarias, voltando a uma política do passado e deixando de focar no seu ramo principal, que é a exploração e produção de petróleo.

“Não vai dar certo. Vai ser um horror outra vez”, afirmou. “O governo olha para esse modelo de economia mista e acha que a Petrobras é do governo de plantão. O presidente Lula só falta passar para o Imposto de Renda dele a Petrobras. Porque ele acha que é dele. O Bolsonaro também achava”, declarou durante painel no Tag Summit 2024, evento com investidores em São Paulo.

Pires disse que a sociedade brasileira está madura para discutir a privatização da Petrobras. “Eu não vejo uma lógica um país como o Brasil ser acionista majoritário de uma empresa de petróleo em plena transição energética”.

Ele defendeu que essa discussão da privatização aconteça logo, para aproveitar enquanto o petróleo ainda tem uma participação importante na economia global. Segundo ele, conforme essa participação diminuir, o valor de mercado da companhia tende a cair.

“Quanto mais você demorar para privatizar a Petrobras, menos ela vai arrecadar. Porque vai valer menos”, afirmou.

ENERGIA LIMPA

Pires também criticou o planejamento energético no país, que leva a um aumento de tarifas mesmo com uma oferta maior de energia do que a demanda.

Ele disse que a energia solar e a eólica não vão resolver os problemas do setor elétrico do Brasil, que segundo ele está passando por uma espiral da morte, com a quebra das distribuidoras.

“Sol e vento são ótimos, energia que a gente tem que aproveitar mesmo porque nos dá uma vantagem comparativa. Mas elas têm seus limitantes técnicos. São intermitentes. Então, não geram segurança energética. Quem gera segurança energética é a térmica. É por isso que precisa de térmica a gás, por isso vai ter a volta, na minha opinião, da nuclear”, completa.

Ele ainda disse que, com tarifas bem menores da geração solar, as pessoas consomem muito mais energia e o operador do sistema nacional acaba não dando conta de um consumo que está fora do sistema interligado elétrico e, por isso, há picos de energia com riscos de apagões.

Stéfanie Rigamonti, Folhapress

Mega Feirão do Lojão da Construção

O LOJÂO DA CONSTRUÇÂO a maior referência na hora de construir ou reformar está preparando um MEGA FEIRÃOLEVE MAIS, PEGUE MENOS, serão dias de muitos preços baixos e condições imperdíveis.

Atenção você que construindo ou reformando, aguarde você vai se surpreender com os preços baixos de verdade.

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Lucro da Petrobras cai 38% no 1º trimestre; estatal vai distribuir R$ 13,4 bi em dividendos

A Petrobras registrou lucro de R$ 23,7 bilhões no primeiro trimestre de 2024, queda de 38% em relação ao mesmo período do ano anterior. Pelo resultado, a empresa anunciou o pagamento de R$ 13,4 bilhões em dividendos a seus acionistas.

Foi um trimestre conturbado, tanto do ponto de vista operacional quanto político —a estatal passou parte do período com elevadas defasagens nos preços dos combustíveis e sob ataque de ala do governo contrária a seu presidente, Jean Paul Prates.

Em comunicado distribuído nesta segunda-feira (13), a Petrobras afirmou que o desempenho no trimestre foi provocado por queda nas vendas e pelos menores preços dos combustíveis, apesar de alta de 2,4% no preço do petróleo na comparação com o mesmo trimestre de 2023.

“Seguimos comprometidos e empenhados em executar e financiar os investimentos previstos, com disciplina de capital e geração de valor para os acionistas e para a sociedade”, disse, em nota, o presidente da estatal, Jean Paul Prates.

“No trimestre, mantivemos uma geração de caixa consistente, que nos dá segurança em relação aos investimentos futuros, incluindo os que tem como foco o crescimento da produção da companhia.”

As vendas de combustíveis da estatal caíram 2,6%, o que ajudou a reduzir em 15,4% a receita da empresa, para R$ 117,7 bilhões. O Ebitda, indicador que mede a geração de caixa de uma empresa, recuou 17,2%, para R$ 60 bilhões.

O mercado de gasolina foi afetado pela maior competitividade com o etanol, com queda de 6,8% nas vendas da estatal. As vendas de diesel caíram 3,4%, com aumento na mistura obrigatória de biodiesel a partir de março.

A competição mais acirrada com o etanol levou a empresa a evitar reajustes nos preços da gasolina durante o período, mesmo com a elevação das cotações internacionais. O produto passou praticamente todo o trimestre com elevadas defasagens nas refinarias da estatal.

Em média, a Petrobras vendeu sua cesta de combustíveis a R$ 476,14 por barril, 16,3% abaixo do praticado no mesmo período do ano anterior. A área de abastecimento da estatal teve lucro de R$ 3,8 bilhões, queda de 38% em relação aos três primeiros meses de 2023.

A área de exploração e produção teve queda de 8,7% no lucro, para R$ 28,9 bilhões, beneficiada pela elevação das cotações internacionais do petróleo. No trimestre, a Petrobras produziu uma média de 2,7 milhões de barris de petróleo e gás, alta de 3,7% sobre o mesmo período do ano anterior.

A companhia afirmou ter investido US$ 3 bilhões no trimestre, alta de 22,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm questionado suposta demora da empresa em deslanchar investimentos prometidos em campanha, como refinarias e petroquímicas.

A empresa viveu nas últimas semanas um período turbulento após a retenção dos dividendos extraordinários sobre o lucro de 2024 (depois revista), que derrubou seu valor de mercado e quase culminou na demissão de Prates.

Analistas apontam a crise política como outro fator que dificultou repasses aos preços internos. A gestão Prates passou semanas sob ataque de alas do governo após a retenção dos dividendos, decisão tomada em Brasília contra a vontade da direção da estatal.

O presidente Lula decidiu recuar e aprovou o pagamento de 50% dos dividendos extraordinários, como havia sugerido a empresa inicialmente, e Prates ganhou sobrevida no cargo. As ações da empresa reagiram e recuperaram as perdas durante a crise.

Nesta segunda, a companhia afirmou que a proposta de distribuição de R$ 13,4 bilhões sobre o resultado do primeiro trimestre está alinhada à sua política de remuneração dos acionistas. “Esta aprovação é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia”, disse.

Nicola Pamplona/Folhapress

Banco Central reduz ritmo de corte da Selic com oposição de todos os indicados por Lula

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (8) mudar o ritmo de corte da taxa básica de juros (Selic).

Depois de promover seis reduções consecutivas de 0,50 ponto percentual, a diretoria do BC anunciou uma queda de 0,25 ponto percentual na taxa, que passou de 10,75% para 10,50% ao ano.

O presidente do BC, Roberto de Oliveira Campos Neto, e outros quatro diretores votaram pelo corte menor. Os quatro indicados pelo governo Lula votaram por uma redução de 0,50 ponto. Entre eles, o diretor Gabriel Galípolo, cotado para ser o próximo presidente da instituição.

A decisão veio em linha com a expectativa de vários economistas, mas a visão do BC não era unanimidade no mercado.

A maior cautela do Copom também vem a contragosto do governo Lula Inácio Lula da Silva (PT), que defende uma queda mais rápida dos juros no país.

Apesar da divisão na votação, o Copom diz que, de forma unânime, avalia que o cenário global incerto, o cenário doméstico marcado por uma atividade econômica mais forte que a esperada e as expectativas de inflação acima da meta demandam maior cautela.

Sobre os próximos passos, o Copom diz que “a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

Segundo o BC, a política monetária deve se manter contracionista até que se consolide não apenas o processo de queda da inflação, mas também “a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.

O corte de 0,25 ponto percentual era a projeção de 22 dos 33 analistas consultados pela Bloomberg. No relatório Focus, a mediana das estimativas também era um corte para 10,50% ao ano.

Sondagem da XP Investimentos apontava que 55% dos 92 investidores institucionais consultados acreditavam no corte de 0,25 ponto, enquanto 45% esperavam manutenção do ritmo de 0,50 ponto.

Após a decisão, o EWZ, principal ETF (fundo de índice) que replica ações brasileiras em Nova York, recuava cerca de 1,60% nas negociações pós-mercado.

Na última reunião do comitê, em 20 de março, o colegiado sinalizou que poderia haver mais um corte da mesma intensidade. Houve, no entanto, mudança no discurso de vários integrantes do BC nas últimas semanas.

Um fator determinante foi a piora no cenário internacional, com o banco central dos EUA, o Federal Reserve, sinalizando que os juros vão demorar mais a cair por lá.

No comunicado da decisão, o BC diz que o ambiente externo se tornou mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente em relação ao início da queda da taxa de juros nos Estados Unidos.

No cenário doméstico, o comitê afirma que os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho têm apresentado maior dinamismo do que o esperado.

“O Comitê avalia que as conjunturas doméstica e internacional devem se manter mais incertas, exigindo maior cautela na condução da política monetária”, diz o Copom.

Por aqui, a inflação passada melhorou, mas as expectativas para o futuro pioraram. O mercado de trabalho continuou forte, e o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mudou a meta fiscal de 2025, sinalizando mais gastos.

Sobre a mudança promovida pelo governo na meta fiscal, o BC reafirmou que “uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida” contribui para a queda dos juros.

No texto o BC diz que a estratégia é trazer a inflação para 3% no “horizonte relevante para a política monetária”, que a partir dessa reunião passa a ser o ano de 2025. A inflação está em 3,93% nos 12 meses encerrados em março.

As projeções de inflação do Copom subiram de 3,5% para 3,8% em 2024 e de 3,2% para 3,3% em 2025.

“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação desancoradas e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária”, disse o BC.

Desde o Copom de março, a expectativa de inflação para 2025 teve ligeira alta, as taxas de juros de mercado subiram e o câmbio depreciou, em uma linha com o que ocorreu com outras moedas em relação ao dólar.

A moeda americana estava em R$ 4,96 na última reunião do Copom, chegou a bater em R$ 5,27, mas recuou para R$ 5,14 nesta semana.

Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, afirma que a reação do mercado à decisão dividida provavelmente será ruim, impactando os juros de médio e longo prazo.

Segundo ele, uma decisão mais conservadora estava no preço. O fato marcante foi a divisão “certinha” entre os indicados por Jair Bolsonaro (PL) e os escolhidos por Lula.

Esses últimos serão maioria a partir do ano que vem. Portanto, a expectativa é de um Copom menos ativo contra a inflação em 2025, segundo Leal, que espera novos cortes de 0,25 ponto a cada reunião até o final do ano, com a Selic fechando 2024 a 9,25%.

Alguns analistas avaliam que o Copom pode terminar o ciclo de cortes de juros na próxima reunião se não ocorrer melhora nas expectativas para a inflação.

Além disso, a calamidade no Rio Grande do Sul, e seus prováveis efeitos sobre a inflação local, pode levar o Copom a ser ainda mais defensivo à frente, afirma Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

Em relatório desta semana, a consultoria LCA afirmou que a redução recente nas tensões externas, que se refletiu inclusive nesse recuo parcial do dólar, permitiria ao Copom manter o ritmo de corte dos juros em 0,50 ponto percentual em maio.

Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe Warren Investimentos, afirmou considerar essa reunião do Copom como uma das difíceis dos últimos anos, pois havia bons argumentos tanto para um corte de 0,50 quanto de 0,25 ponto —ele projetava um corte maior.

Em sua análise pré-Copom, o Santander afirmou que a recente virada nos discursos de alguns membros do Copom apontava para uma desaceleração no ritmo de corte dos juros, com a possibilidade de uma votação dividida.

O banco C6 também projetava um corte menor, citando as preocupações do BC com a mudança no cenário internacional, as expectativas de inflação e os riscos fiscais.

Para Hudson Bessa, especialista em mercado financeiro da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), os sinais de que as taxas de juros americanas permanecerão altas por mais tempo do que o estimado elevam o piso até o qual a taxa brasileira pode cair.

O ciclo de flexibilização da Selic teve início em agosto do ano passado e, desde então, foram seis reduções seguidas de mesma intensidade (0,5 ponto percentual). O novo corte, agora de 0,25 ponto, levou a taxa básica ao menor patamar desde fevereiro de 2022, quando estava fixada em 9,25% ao ano.

A meta de inflação definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e perseguida pelo BC neste e nos próximos anos é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o objetivo é considerado cumprido se oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

O último boletim Focus divulgado pelo BC mostra que a projeção de inflação para 2025 —que hoje tem maior peso na determinação do nível da Selic por causa da defasagem dos efeitos da política monetária na economia— voltou a subir, passando a 3,64%.

O Copom volta a se reunir nos dias 18 e 19 de junho para recalibrar o patamar da taxa básica de juros.

Eduardo Cucolo/Nathalia Garcia/Folhapress

CCJ do Senado aprova novo seguro obrigatório para veículos

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta terça-feira (7), por 15 votos favoráveis contra 11, o projeto de lei complementar que recria o seguro obrigatório para donos de veículos, o antigo Dpvat (Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres). A previsão é que o texto seja votado no plenário do Senado ainda nesta terça-feira. Se aprovado, segue para sanção presidencial.

De acordo com o relator da matéria, senador Jacques Wagner (PT-BA), o valor do novo seguro gira em torno de R$ 50 e R$ 60 por ano, sem diferença entre motos e veículos, segundo cálculos do Ministério da Fazenda.

“Repare que quando estava na holding de seguradoras, bancada pelas quatro grandes seguradoras que tomavam conta do Dpvat até declinarem, o valor era superior a R$ 100 [para carro] e superior a R$ 200 para a moto. Portanto, havia uma gordura absurda”, argumentou Jacques Wagner, acrescentando que como a gestão do seguro ficará com a Caixa Econômica Federal, o valor será reduzido.

O seguro é usado para indenizar vítimas de acidentes de trânsito, além de financiar o Sistema Único de Saúde (SUS) e ações de educação e prevenção de acidentes por meio da Secretaria Nacional de Trânsito. O novo seguro agora deve se chamar Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (Spvat).

Parte da oposição criticou a proposta, alegando que se trata de mais uma despesa a ser paga pelos donos de veículos. O senador Carlos Vianna (Podemos-MG) propôs que apenas seja obrigado a pagar o seguro obrigatório quem não tem seguro privado.

“Eu, por exemplo, tenho um carro na família, minha filha dirige. [O veículo] Tem um seguro pra isso já, eu já pago esse seguro. Por que você é obrigado a pagar o Dpvat? Por que nós temos que impor isso a toda a sociedade brasileira? Vamos criar o seguro só pra quem não tem”, criticou o senador.

O senador Fabiano Contarato (PT-ES), por sua vez, argumentou que o seguro é de caráter solidário, para que todos os donos de veículos ajudem a pagar os custos dos acidentes de trânsito.

“É pago apenas por quem é proprietário de veículo automotor, enquanto qualquer pessoa pode ser seu beneficiário. Daí a função de proteção social. Se você atropela uma pessoa e você não sabe nem quem é o motorista, impõe-se o recebimento do seguro”, explicou Contarato, acrescentando que “são essas pessoas que não têm dinheiro para pagar absolutamente nada e que precisam desse seguro”.

O senador Carlos Portinho (PL-RJ) criticou o retorno do seguro, justificando que seria um imposto novo para aumentar a arrecadação federal. “Essa será a quarta, pelo menos que eu me lembre, votação em que nós estamos dando ao governo a possibilidade de arrecadar mais, aumentando a carga tributária”, destacou.

O senador Jaques Wagner negou que a intenção do projeto seja fazer caixa para o governo, mas atender a população afetada por acidentes de automóveis, que ainda procura pelo serviço. “Mesmo depois de [o seguro ter] terminado em 2021, até 2023 780 mil pessoas procuraram [o Dpvat]”, justificou.

Acordo
O projeto em votação, além de criar o seguro obrigatório, tem sido usado como moeda de negociação entre o Executivo e o Legislativo para compensar o veto presidencial que retirou RS 5,6 bilhões em emendas parlamentares do orçamento deste ano, uma vez que a negociação para aprovação do projeto prevê que R$ 3,6 bilhões da arrecadação do seguro obrigatório sejam usados para o pagamento R$ 2,4 bilhões em emendas de deputados e R$ 1,2 bilhão, de senadores. O projeto recebeu uma emenda na Câmara que permite aumentar as despesas da União em R$ 15,7 bilhões neste ano.

Veto
O relator Jacques Wagner negou destaques da oposição à matéria, garantindo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu a vetar o artigo que cria uma multa por atraso no pagamento do novo seguro, conforme pedidos dos senadores Alan Rick (União-AC) e Vanderlan Cardoso (PSD-GO).

“Estou me comprometendo aqui perante os senadores e perante à comissão de que esse item, que é uma penalização excessiva, que veio da Câmara, ele será vetado pelo presidente da República”, afirmou.

Seguro
Criado em 1974, o Dpvat era um seguro obrigatório destinado a indenizar vítimas de acidentes de trânsito em todo o território nacional. A indenização era paga em casos de morte, invalidez permanente total ou parcial e para o reembolso de despesas médicas e hospitalares da rede privada por danos físicos causados por acidentes com veículos automotores de via terrestre ou por suas cargas.

A cobrança foi extinta em 2021, quando a Caixa Econômica Federal assumiu a gestão dos recursos e pagamentos do Dpvat no lugar da Seguradora Líder, que era um consórcio de empresas privadas. Na ocasião, havia um excedente em torno de R$ 4,3 bilhões, que permitiu a manutenção dos pagamentos do seguro às vítimas de acidentes de trânsito.

Entretanto, o pagamento das indenizações foi suspenso em novembro do ano passado, por falta de saldo no fundo do Dpvat. Agora, com a aprovação do projeto, o seguro anual obrigatório voltará a ser cobrado de proprietários de veículos e continuará a ser operado pela Caixa Econômica Federal.

Agência Brasil

 

Lula diz que governo pode importar feijão e arroz para segurar inflação, após tragédia no RS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (7) que o governo federal pode importar arroz e feijão, para segurar a alta dos preços desses produtos, cuja produção foi afetada pelas inundações no Rio Grande do Sul.

“Agora, com a chuva, eu acho que nós atrasamos de vez a colheita do Rio Grande do Sul. Se for o caso, para equilibrar a produção, a gente vai ter que importar arroz, a gente vai ter que importar feijão para que a gente coloque na mesa do povo brasileiro um preço compatível com aquilo que ele ganha”, afirmou o presidente.

“Eu agora estou com uma briga para baixar o preço do feijão e do arroz. Porque está caro e com essa chuva no Rio Grande do Sul talvez encareça mais. A Bahia precisa plantar arroz, precisamos financiar o plantio de arroz em outros estados porque se tem uma coisa que não pode estar caro é o arroz e feijão”, completou.

O estado do Rio Grande do Sul responde por cerca de 70% da produção de arroz no Brasil. O Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz) afirmou que 82,9% das lavouras já foram colhidas. Restam em torno de 150 mil hectares.

“A região Central é a que apresenta menor percentual de área colhida, com 62%, restando cerca de 45 mil ha [hectares]. Essa é a região mais afetada com as enchentes”, afirma o órgão, vinculado ao governo gaúcho.

Apesar de a maior parte da colheita já ter sido feita, o principal problema atual é o escoamento da produção, considerando que as estradas estão bloqueadas por deslizamentos de terra ou por inundações.

Além disso, a inundação de terras deve atrasar todo o processo de plantio para as próximas colheitas. E os agricultores ainda não conseguem ter uma dimensão exata do prejuízo, com terra e maquinário, pois muitos não conseguem acessar suas propriedades.

Lula concedeu entrevista a um conjunto de sete rádios: Nacional da Amazônia, Nova Brasil (SP), Banda B (PR), Verdinha (CE), Itatiaia (MG), Gaúcha (RS) e Centro América (MT).

O Planalto destacou que era uma edição especial do programa “Bom dia, ministro”, que recebe os titulares do governo para contar as ações de suas pastas. Dessa vez, chamou-se “Bom dia, presidente”.

A maior parte da entrevista do presidente foi dedicada a tratar da tragédia climática no Rio Grande do Sul, que já deixou 85 mortos. O número de mortos pode aumentar, pois 134 pessoas estão desaparecidas.

Lula afirmou que ainda não é possível ter uma ideia dos recursos que serão necessários para recuperar a infraestrutura do estado e as necessidades das famílias. Afirmou que os primeiros recursos emergenciais de seu governo já começam a ser liberados nesta terça-feira (7).

“Então por enquanto estamos naquela fase que o emergencial vai ser liberado a partir de hoje. Vários ministérios já têm autorização para começar a liberar os recursos iniciais para os primeiros socorros e depois a gente vai trabalhar junto com o governador o projeto [de reconstrução]”, afirmou o presidente.

Também participando da entrevista, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que cerca de R$ 1,06 bilhão em emendas serão liberados a partir de sexta-feira (10).

Renato Machado/Folhapress

Bancos oferecem empréstimo com nova taxa de juros do consignado do INSS

<Foto: Marcello Casal Jr./Arquivo/Agência Brasil>
A nova taxa de juros do crédito consignado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) passou a valer nesta segunda-feira (6), após o CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social) aprovar a redução, em 24 de abril.

A partir de agora, o empréstimo pessoal do INSS tem taxa máxima de 1,68% ao mês. Antes, o percentual cobrado era de 1,72%. No caso do cartão de crédito consignado e do cartão de benefício, os juros caíram de 2,55% ao mês para 2,49%.

Dos cinco maiores bancos do país, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Bradesco informaram que já trabalham com as novas taxas. Itaú Unibanco e Santander não responderam.

Segundo o Banco do Brasil, as taxas praticadas passam a ser de 1,50% ao mês na faixa mínima e de 1,68% ao mês no patamar máximo, conforme alteração aprovada pelo CNPS. O prazo para pagamento do empréstimo é de até 84 meses.

“O Banco do Brasil oferta crédito aos beneficiários do INSS, conforme as legislações vigentes, reforçando seu compromisso com o atendimento dos aposentados e pensionistas, disponibilizando as melhores condições de crédito e assessoria financeira”, diz o banco, em nota.

O consignado do BB pode ser contrato pelo aplicativo, por meio dos correspondentes BB, nos caixas eletrônicos, no internet banking ou nas agências da rede.

No caso do Bradesco, as taxas de juros do cartão consignado caíram para 2,49% no dia 2 de maio. Para o empréstimo consignado, a taxa praticada atualmente é de 1,68% ao mês, conforme aprovado pelo conselho.

Na Caixa Econômica Federal, os juros podem ser contratados a partir de 1,58%, conforme o relacionamento do cliente com o banco. Há a limitação ao teto estabelecido pela Previdência.

“A Caixa reforça sua atuação na oferta do crédito consignado para os beneficiários do INSS com as melhores condições entre as principais instituições financeiras do mercado”, diz nota do banco.

A Coopernapi (Cooperativa de Crédito do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos – Sindnapi) também ajustou suas taxas no dia 2. Os juros médios para o empréstimo pessoal consignado caíram para 1,56% ao mês para os associados e 1,60% para não-associados.

O consignado é um empréstimo feito por aposentados e pensionistas do INSS com desconto direto no benefício. É possível comprometer até 45% da renda mensal —35% com o empréstimo pessoal, 5% com o cartão de crédito e 5% com o cartão de benefício— e pagar as parcelas em até 84 meses (sete anos).

Os juros são limitados, o que significa que a instituição financeira pode cobrar menos, mas não mais do que essa taxa. As regras são controladas pelo Conselho de Previdência.

A nova taxa foi aprovada por 10 votos a 1. Representantes do bancos votaram contra. Houve ainda duas abstenções, de representantes da CNA (Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil) e da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

A queda de juros vai ao encontro do que tem defendido o ministro da Previdência, Carlos Lupi. Em entrevista à Folha, ele disse que seguirá com a proposta de redução dos juros, que deverá sempre ser submetida ao conselho.

As reduções, no entanto, têm desagradado o setor bancário, que chegou ao ponto de parar de oferecer o empréstimo a aposentados e pensionistas no ano passado. O setor tem chamado a atitude de “falta de responsabilidade com a política de crédito”.

O ministro contesta. Para ele, as instituições têm capacidade de oferecer crédito mais em conta. “O dia em que você vir ou ouvir banco dizer que está ganhando muito, você me avisa. Porque, quando eu vou à reunião, eu tenho vontade de abrir minha carteira e emprestar uns R$ 10 para eles”, disse em abril.

No início do governo Lula, em março de 2023, a primeira redução de juros causou mal-estar entre o ministro e o setor bancário, que chegou a suspender a oferta do crédito. Houve intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a medida voltou ser oferecida.

COMO CONSULTAR OS JUROS?
Desde outubro de 2023, os bancos fornecem à Dataprev (empresa de tecnologia federal) as taxas, que são disponibilizadas aos aposentados no Meu INSS. Dentre as informações fornecidas aos segurado estão a taxa mínima e a máxima que está sendo cobrada pela instituição para o empréstimo pessoal consignado, além da taxa média aplicada aos contratos de empréstimos daquele banco.

COMO FAZER A CONSULTA AOS JUROS DO CONSIGNADO:
Acesse o aplicativo ou site Meu INSS
Na página inicial, onde há uma lupa, escreva “Taxas de Empréstimo Consignado”
Será aberta uma página com a lista de bancos e os juros praticados em cada um deles
Para ver mais bancos, basta rolar a página até embaixo e clicar em “Ver mais”
Também é possível buscar pela instituição que o segurado quer pesquisar no alto da página, em “Pesquise por instituição”

Cristiane Gercina/Folhapress

Mega-Sena sorteia nesta terça-feira prêmio acumulado em R$ 37 milhões

As seis dezenas do concurso 2.721 da Mega-Sena serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo. O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa. O prêmio está acumulado em R$ 37 milhões.

Caso apenas um ganhador leve o prêmio principal e aplique todo o valor na poupança, receberá mais de R$ 223 mil de rendimento no primeiro mês. As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.

Agência Brasil

 

Demora do governo leva única fábrica de fibras ópticas a fechar as portas

Foto: Sidney Oliveira/Agência Senado
A italiana Prysmian, dona da única fábrica completa de fibras ópticas da América Latina, afirma que vai fechar a unidade de Sorocaba (SP) em dois meses se o governo Lula não criar barreiras contra a importação da China.

Raul Gil Boronat, CEO da Prysmian no cone Sul, diz que a companhia está “sangrando” há dois anos, sem chances de se recuperar contra as práticas chinesas consideradas abusivas.

No fim do ano passado, a companhia chegou a realizar demissões temporárias com a expectativa de que o mercado se reestabelecesse, mas a situação piorou.

“Se não acontecer um milagre nos próximos dois meses, vamos fechar a fábrica em julho”, afirmou Boronat ao Painel S.A..

Atualmente, um quilômetro de fibras importadas da China custam US$ 2,50 contra US$ 6, preço da fibra produzida pela Prysmian no Brasil.

Em janeiro de 2019, por exemplo, as fibras chinesas circulavam no mercado acima dos US$ 7, porém os preços caíram para US$ 3 na pandemia.

Ao longo de 2022, os preços ficaram acima de US$ 4 e caíram a partir de setembro do ano passado.

Para os diretores da companhia, fatores como alto estoque das empresas asiáticas e os subsídios do governo da China explicam a diferença de preços.

Recentemente, países como EUA, México e França aplicaram medidas antidumping (elevando alíquotas) para proteger a indústria local, fazendo com que fabricantes chinesas corressem para mercados sem barreiras, como o brasileiro.

Nos últimos dois anos, a alíquota de importação no Brasil caiu de 14% para 9%. No México, que adotou posição inversa, a alíquota subiu para 35%.

“O que queremos é uma concorrência de forma correta. Se tivermos a diferenciação tributária que a maioria do mundo tem, vai nascer a necessidade de investimentos para aumentar a nossa produção de fibra óptica”, diz Emerson Tonon, CEO da Prysmian no Brasil.

CORRIDA EM BRASÍLIA

A companhia pleiteia no governo pedidos de defesa comercial (processo antidumping) e de elevação tarifária através da Lebit (lista de exceção de bens de informática e de telecomunicações).

Como mostrou o Painel S.A., em junho de 2023, Prysmian, Cablena e Furukawa —companhias que recebem fibras da Prysmian— denunciaram ao governo abusos da política de incentivos da China nas exportações de cabos ópticos entre 2021 e 2022.

Desde então, o governo instaurou procedimentos para averiguar a existência de subsídios e diversas reuniões foram realizadas nos ministérios de Ciência e Tecnologia e no da Indústria. Mas nada avançou.

Na semana passada, a companhia protocolou um novo processo antidumping contra as empresas chinesas na Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Desta vez, além do pedido anterior contra os cabos ópticos, a empresa pediu investigação para a fibra, que é a matéria-prima principal.

“O país ficará refém da China em fibra óptica. Isso é totalmente contra a política do governo, que quer valorizar a indústria tecnológica nacional”, diz Inaiê Reis, diretora jurídica da companhia para a América Latina.

No mês passado, o deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP) entrou no circuito de pressão contra a política de subsídios chinesa e articulou reuniões com o secretário-executivo do Ministério da Indústria, Márcio Elias Rosa.

Lippi pede rapidez do governo. Isso porque, nos dois pedidos de antidumping dos cabos ópticos e contra os subsídios, ambos feitos em outubro de 2022, as investigações demoraram pelo menos sete meses só para serem iniciadas.

Em nota, o Ministério da Indústria disse que os pedidos de defesa comercial são resguardados por sigilo. “Por esse motivo, não divulgamos os pleitos em análise. A divulgação só ocorre nos casos em que as investigações são efetivamente iniciadas.”

Fábio Zanini, Folhapress

Mineradoras registram alta no 1º trimestre e criticam imposto seletivo

O balanço do primeiro trimestre de 2024 do setor minerário revela um melhor desempenho na comparação com o mesmo período de 2023. Houve alta de 25% no faturamento e de 18,3% nas exportações.

Os dados foram apresentados na última quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que representa as maiores mineradoras do país. Além de detalhar os resultados, diretores da entidade fizeram críticas à implantação do Imposto Seletivo, tal como previsto na reforma tributária.

O faturamento do setor no primeiro trimestre de 2024 foi de R$ 68 bilhões. A alta de 25% foi impulsionada principalmente pelos dois estados mais mineradores do país, que registraram expansão acima da média nacional. Minas Gerais, com alta de 29% na comparação com o mesmo período do ano passado, alcançou faturamento de R$ 28,2 bilhões. Já o Pará subiu 34% chegando a R$ 25,1 bilhões.

O minério de ferro respondeu por 64,2% de todo o faturamento do setor e ocupa com folga o topo da lista dos produtos de maior impacto no desempenho. Em seguida, aparecem cobre, com 7% de participação, e ouro, com 6,8%.

“As chuvas desse ano não tiveram um impacto tão negativo como no passado. O primeiro trimestre é um período onde geralmente há o impacto de chuvas fortes. E nesse ano, felizmente, elas foram mais bem distribuídas. Isso afetou menos a produção. Por isso, também tivemos esses resultados melhores”, disse Julio Nery, diretor de sustentabilidade do Ibram.

Ele acrescentou que as projeções são otimistas também para o restante do ano, o que vem se reforçando por relatórios parciais produzidos pelas mineradoras.

Imposto Seletivo
O Ibram manifestou preocupação com a adoção do Imposto Seletivo e considerou que, da forma como está sendo proposto, o tributo assume viés arrecadatório. “A gente segue trabalhando na linha de levar uma informação qualificada, de apresentar estudos sobre competitividade e sobre tributação”, disse Rinaldo Mancin, diretor de relações institucionais do Ibram.

O Imposto Seletivo tem por princípio a seletividade, isto é, usa a tributação para desencorajar o consumo de bens selecionados. Ele foi adotado por outras nações e ganhou o apelidado em inglês por Sin Tax (imposto do pecado, em tradução literal).

No Brasil, ele é um dos novos tributos previstos na reforma tributária aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional. O artigo 153 da Constituição Federal foi alterado para incluir um novo inciso. Ele estabelece um imposto sobre a produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

A reforma tributária, no entanto, fixou a necessidade de uma Lei Complementar para regulamentar o tributo. Nela, deverão ficar definidos quais os produtos serão taxados, bem como as alíquotas e as regras. Dessa forma, a discussão envolve o Projeto de Lei Complementar 68/2024, apresentado pelo governo federal recentemente. Ele prevê a incidência do Imposto Seletivo para veículos, embarcações e aeronaves, produtos fumígenos, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas e bens minerais extraídos.

“Não tenha dúvida que reduz a atratividade do Brasil como destino porque eu estou mexendo em algo que possui um planejamento sofisticado, de longo prazo. Mercado de minério de ferro é um mercado extremamente sofisticado, os contratos são negociados com muita antecedência”, disse Mancin.

Além de criar o Imposto Seletivo, a reforma tributária estabeleceu que – a partir de 2033 – o ICMS e o IPI serão unificados a outros três tributos (ISS, PIS e Cofins), de forma a simplificar o sistema. Haveria, assim, uma única cobrança, com a arrecadação sendo repartida entre a esfera federal (Contribuição sobre Bens e Serviços – CBS) e as esferas estadual e municipal (Imposto sobre Bens e Serviços – IBS). De acordo com Mancin, o Ibram tem visão convergente com a reforma tributária, porém, não concorda com a cobrança do Imposto Seletivo.

Mapa da mineração
O diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, comentou o levantamento das áreas de mineração industrial e garimpo realizado pelo MapBiomas, uma rede colaborativa formada por organizações não governamentais, universidades e empresas de tecnologia. Produzido a partir de imagens de satélites, ele mostra a evolução ocorrida no país entre 1985 e 2020.

Os dados revelam que, desde 2018, as áreas de garimpo – incluindo as atividades legais e as ilegais – superam as áreas de mineração industrial. Também indica que a mineração como um todo avançou mais de 600% no Brasil entre 1985 e 2020.

Em 2020, último ano que aparece no levantamento divulgado, o garimpo respondeu por 107,8 mil hectares. Já a mineração industrial explorou 98,3 mil hectares. No recorte por biomas, 72,50% de toda a área minerada do Brasil ficam na Floresta Amazônica. Outros 14,7% situam-se na Mata Atlântica e 9,9% no Cerrado.

No período entre 1985 e 2020, a área garimpada dentro de unidades de conservação subiu cerca de 300%. Nessas áreas, é proibida a mineração e, portanto, todas as atividades que ocorrem nelas são ilegais. “Isso é inadmissível. É um caso de polícia”, lamenta Jungmann. Pelos dados do MapBiomas, atualmente 50% do garimpo ocorrem em unidades de conservação ou em terras indígenas, onde a atividade também é vedada.

Jungmann manifestou preocupação com projetos de lei tramitando em ritmo acelerado na Câmara e no Senado, sem a necessária discussão. Segundo ele, há propostas que facilitam a expansão do garimpo e que abrem margem para acabar beneficiando inclusive a prática ilegal. Além disso, ele critica a possibilidade de que o garimpo possa avançar sobre áreas já concedidas a mineradoras.

Garimpo ilegal

O Ibram tem nos últimos tempos cobrado maior fiscalização do garimpo ilegal e discussão do marco regulatório. Enquanto as empresas mineradoras podem refinar, fundir e exportar os minerais extraídos, o garimpeiro recebe apenas autorização para extração local e venda às chamadas Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs). São instituições autorizadas pelo Banco Central e funcionam como a porta de entrada do ouro e de outros minerais para o sistema financeiro, para o mercado internacional ou joalherias.

Ocorre que o ouro extraído de áreas ilegais geralmente é levado para regiões em que há atuação do garimpo legal, onde intermediários locais realizam a venda às DTVMs. “Já pedimos investigação de algumas DVTMs e estamos sendo processados por elas, com muito gosto porque nosso posicionamento é verticalmente contrário ao que elas representam”, finalizou Jungmann.

Agência Brasil

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