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Salvador aplica 1ª, 2ª, e 3ª doses contra Covid-19 neste domingo (5) SALVADOR

A estratégia também contempla a repescagem da vacinação dos adolescentes de 17 anos com e sem comorbidades
A Prefeitura de Salvador prossegue com a vacinação contra a Covid-19 neste domingo (5). A estratégia contempla a repescagem da vacinação dos adolescentes de 17 anos com e sem comorbidades e das pessoas com idade igual ou superior a 18 anos; a primeira dose para gestantes e puérperas; e a aplicação da segunda dose com os imunizantes Oxford/Astrazeneca, Pfizer e CoronaVac.

Também será oferecida a terceira dose para os cidadãos com 80 anos ou mais, que tomaram a segunda dose até 16 de março de 2021. As equipes volantes seguirão visitando as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) para imunizar esse público.

Antes de comparecer aos postos, é necessário conferir se o nome está habilitado para a imunização no site da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), no endereço www.saude.salvador.ba.gov.br. A oferta de doses nas Prefeituras-Bairro está suspensa neste fim de semana. Confira os detalhes da estratégia abaixo:

1ª DOSE – REPESCAGEM PARA ADOLESCENTES COM 17 ANOS SEM COMORBIDADES – 8h às 16h

Serão contemplados os indivíduos com 17 anos nascidos entre 6 de setembro de 2003 a 5 de setembro de 2004, que deverão estar acompanhados pelos pais ou outro responsável de maior idade durante o ato da vacinação. Para comprovação da responsabilidade, o pai ou a mãe deve apresentar documento de identificação original com foto no momento da imunização. No caso de outro responsável maior de idade, além do documento de identificação com foto, será necessário apresentar ainda uma declaração de responsabilidade, que pode ser feita manualmente.

Drive-thrus: Faculdade Universo (Avenida ACM), Unijorge (Paralela) e Parque de Exposições.

Pontos fixos: USF Vista Alegre, UBS Eunísio Coelho Teixeira (Saboeiro), Unijorge (Paralela) e USF Vale do Matatu.

1ª DOSE – REPESCAGEM PARA PESSOAS COM IDADE IGUAL OU SUPERIOR A 18 ANOS – 8h às 16h

Drive-thru: FBDC Brotas.

Pontos fixos: USF Teotônio Vilela II (Fazenda Coutos II), FBDC Brotas e UBS Nelson Piauhy Dourado (Águas Claras).

1ª DOSE – GESTANTES E PUÉRPERAS – 8h às 16h

Obedecendo nova recomendação do Ministério da Saúde, somente poderão buscar os pontos de imunização as grávidas e puérperas (até 45 dias pós-parto) que tiverem prescrição médica para receber a vacina. Para ter acesso à vacina, todas as gestantes e puérperas devem ter idade igual ou superior a 12 anos, estar com o nome no site da SMS e, no ato da vacina, apresentar documento oficial de identificação com foto, além de:

Gestantes: cópia impressa da prescrição médica.

Puérperas: cópia impressa da prescrição médica e Declaração de Nascidos Vivos (DNV) ou certidão de nascimento do bebê.

OBS: Está suspensa a vacinação para gestantes e puérperas com os imunizantes Oxford/Astrazeneca e Janssen.

As gestantes e puérperas menores de 18 anos deverão ser acompanhadas pelos pais ou outro responsável de maior idade durante o ato da vacinação. Para comprovação da responsabilidade, o pai ou a mãe deve apresentar documento de identificação original com foto no momento da imunização. No caso de outro responsável maior de idade, além do documento de identificação com foto, será necessário apresentar ainda uma declaração de responsabilidade, que pode ser feita manualmente.

Drive-thru: Shopping da Bahia.

Pontos fixos: USF Plataforma e USF Vila Matos (Rio Vermelho).

1ª DOSE – ADOLESCENTES DE 12 A 17 ANOS COM COMORBIDADES E/OU DEFICIÊNCIA PERMANENTE COM NOME CADASTRADO NO SITE DA SMS – 8h às 16h

Os menores deverão ser acompanhados pelos pais ou outro responsável de maior idade durante o ato da vacinação. Para comprovação da responsabilidade, o pai ou a mãe deve apresentar documento de identificação original com foto no momento da imunização. No caso de outro responsável maior de idade, além do documento de identificação com foto, será necessário apresentar ainda uma declaração de responsabilidade, que pode ser feita manualmente.

Drive-thru: Shopping da Bahia.

Pontos fixos: USF Plataforma e USF Vila Matos (Rio Vermelho).

2ª DOSE – OXFORD – 8h às 16h

As pessoas que estão com a data de reforço contra a Covid-19 da Oxford programada para até o dia 25 de setembro podem procurar os pontos de imunização para receber a vacina.

Drive-thrus: Barradão (Canabrava), FBDC Cabula e Vila Militar (Dendezeiros).

Pontos fixos: Barradão (Canabrava), UBS Ramiro de Azevedo (Campo da Pólvora), USF Federação, USF Pirajá, USF Vila Nova de Pituaçu e USF Colinas de Periperi.

2ª DOSE – CORONAVAC – 8h às 16h

Amanhã todas as pessoas que estão com a data de reforço contra a Covid-19 da CoronaVac programada para até o dia 07 de setembro podem procurar os pontos de imunização para receber a vacina.

Drive-thru: Universidade Federal da Bahia – Campus Ondina.

Pontos fixos: CSU Pernambués, UBS Nelson Piauhy Dourado (Águas Claras), USF Curralinho e USF Tubarão.

2ª DOSE – PFIZER – 8h às 16h

As pessoas que estão com a data de reforço da vacina contra a Covid-19 da Pfizer programada para até o dia 25 de setembro já podem procurar os pontos de imunização para receber a vacina.

Drive-thrus: Uninassau (Pituba), Arena Fonte Nova e Universidade Católica (Pituaçu).

Pontos fixos: USF Sérgio Arouca, USF Cajazeiras X, USF Imbuí, Universidade Católica do Salvador (Pituaçu), USF João Roma Filho (Jardim Nova Esperança), Clube dos Oficiais (Dendezeiros) e USF Eduardo Mamede (Mussurunga).

3ª DOSE – PESSOAS COM 80 ANOS OU MAIS – 8h às 16h

A aplicação da terceira dose será administrada em idosos com 80 anos ou mais que tomaram a segunda dose até o dia 16 de março de 2021. Antes de se dirigirem aos postos devem conferir se o nome está na lista do site da SMS.

Para os indivíduos acamados ou com dificuldade de locomoção está disponível o serviço domiciliar Vacina Express (vacinaexpress.saude.salvador.ba.gov.br). Não é necessário realizar um novo cadastro no sistema, quem já teve acesso ao serviço, a equipe retornará automaticamente.

Drive-thrus: Atakadão Atakarejo (Fazenda Coutos), Shopping Bela Vista e 5º Centro de Saúde (Barris).

Pontos fixos: 5º Centro de Saúde (Barris), USF Cajazeiras V, UBS Virgílio de Carvalho (Bonfim) e USF Santa Luzia (Engenho Velho de Brotas).

Por determinação da Anvisa, Bahia suspende a distribuição e uso de três lotes da Coronavac neste sábado

Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress/Arquivo

Por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a partir deste sábado (4), 42 lotes da vacina Sinovac/Coronavac estão proibidos de serem distribuídos e utilizados por até 90 dias. Deste total, o Ministério da Saúde já havia distribuído 25 lotes para todo o Brasil, sendo três deles recebidos pela Bahia nos dias 27 de julho e 1º de setembro. A medida cautelar publicada no Diário Oficial da União foi motivada pelo envase ter ocorrido em uma planta fabril na China que não foi inspecionada e aprovada para Autorização de Uso Emergencial no Brasil.

A Bahia recebeu 575.980‬ doses da vacina Sinovac/Coronavac, sendo 571.280 em 1º de setembro e 4.700 em 27 de julho. Os quantitativos referem-se aos lotes 202107101H, 202107102H e L202106038. Deste total, 234.380‬ já tinham sido entregues a 294 municípios. Todos já foram comunicados para interromper a vacinação dos lotes específicos da Sinovac/Coronavac.

As pessoas imunizadas com estes lotes devem aguardar a orientação do Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Em documento enviado à Anvisa, o Instituto Butantan assegura que os lotes apontam segurança e qualidade das vacinas produzidas na fábrica que ainda não foi inspecionada. É preciso ressaltar que apenas os lotes especificados não devem ser utilizados. Os demais tem segurança, qualidade e eficácia comprovada.

Covid afeta testículos, reduz hormônios e qualidade dos espermatozoides

Foto: Werther Santana/Estadão/Arquivo

Ao acompanhar, desde o ano passado, pacientes homens que tiveram covid-19, o andrologista Jorge Hallak, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, começou a observar que os resultados de exames de fertilidade e hormonais deles permanecem alterados por muitos meses após se recuperarem da doença.

Apesar de ser um teste inicial e não ter condições de diagnosticar fertilidade ou infertilidade, o espermograma de vários pacientes tem indicado, por exemplo, que a motilidade espermática – a capacidade de os espermatozoides se moverem e fertilizarem o óvulo, cujo índice normal é acima de 50% – caiu para entre 8% e 12% e permaneceu nesse patamar quase um ano após terem sido infectados pelo SARS-CoV-2. Já os testes hormonais apontam que os níveis de testosterona de muitos deles também despencaram após a doença. Enquanto o nível normal desse hormônio é de 300 a 500 nanogramas por decilitro de sangue (ng/dL), em pacientes que tiveram covid-19 esse índice chegou a variar abaixo de 200 e, muitas vezes, ficou entre 70 e 80 ng/dL

“Temos visto, cada vez mais, alterações prolongadas na qualidade do sêmen e dos hormônios de pacientes que tiveram covid-19, mesmo naqueles que apresentaram quadro leve ou assintomático”, diz Hallak à Agência Fapesp.

Alguns estudos feitos pelo pesquisador em colaboração com colegas do Departamento de Patologia da FM-USP, publicados nos últimos meses, têm ajudado a elucidar essas observações feitas na prática clínica. Os pesquisadores constataram que o SARS-CoV-2 também infecta os testículos, prejudicando a capacidade das gônadas masculinas de produzir espermatozoides e hormônios.

“É muito preocupante como o novo coronavírus afeta os testículos, mesmo nos casos assintomáticos ou pouco sintomáticos da doença. Entre todos os agentes prejudiciais aos testículos que estudei até hoje, o SARS-CoV-2 parece ser muito atuante”, afirma Hallak. “Cada patologia tem particularidades que a prática e a experiência nos demonstram. O SARS-CoV-2 tem a característica de afetar a espermatogênese de formas que estamos descobrindo agora, como motilidade progressiva persistentemente muito baixa, sem alteração da concentração espermática significativa”, diz.

Em um estudo com 26 pacientes que tiveram covid-19, os pesquisadores verificaram por meio de exames de ultrassom que mais da metade deles apresenta inflamação grave no epidídimo – estrutura responsável pelo armazenamento dos espermatozoides e onde eles adquirem a capacidade de locomoção.

Os pacientes têm idade média de 33 anos e são atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e no Instituto Androscience. Os resultados do estudo, apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), foram publicados na revista Andrology.

“Ao contrário de uma infecção bacteriana clássica ou por outros vírus, como o da caxumba, que causa inchaço e dor nos testículos em um terço dos acometidos, a epididimite causada pelo novo coronavírus é indolor e não é possível de ser diagnosticada por apalpamento (exame físico) ou a olho nu”, explica Hallak.

Por isso, segundo ele, seria interessante ensinar o autoexame dos testículos como política de saúde pública no pós-pandemia. “É ideal que os adolescentes, adultos jovens e homens em idade ou com desejo reprodutivo, após serem infectados pelo SARS-CoV-2, procurem um urologista ou andrologista e façam uma consulta com mensuração do volume testicular, dosagem de testosterona e de outros hormônios, além de análises do sêmen com testes de função espermática, seguidos de um exame de ultrassom com Doppler colorido, para verificar se apresentam algum tipo de acometimento testicular que pode afetar a fertilidade e a produção hormonal”, sugere Hallak.

“Esses indivíduos devem ser acompanhados por um a dois anos após a infecção, pelo menos, pois ainda não sabemos como a doença evolui”, aponta.

Invasão de células testiculares

Outro estudo recém-publicado pelo mesmo grupo de pesquisadores e também apoiado pela Fapesp indicou que o SARS-CoV-2 invade todos os tipos de células testiculares, causando lesões que podem prejudicar a função hormonal e a fertilidade masculina. Por meio de um projeto coordenado pelos professores da Faculdade de Medicina da USP Paulo Saldiva e Marisa Dolhnikoff, foram empregadas técnicas de autópsia minimamente invasivas para extrair amostras de tecidos testiculares de 11 homens, com idade entre 32 e 88 anos, que morreram no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em decorrência de covid-19 grave.

Os resultados das análises indicaram uma série de lesões testiculares que podem ser atribuídas a alterações inflamatórias que diminuem a produção de espermatozoides (espermatogênese) e hormonal. “O que nos chamou a atenção de imediato nesses pacientes que morreram em decorrência da covid-19 foi a diminuição drástica da espermatogênese. Mesmo os mais jovens, em idade fértil, praticamente não tinham espermatozoides”, conta Amaro Nunes Duarte Neto, infectologista e patologista da Faculdade de Medicina da USP e do Instituto Adolfo Lutz e coordenador do estudo.

Segundo o pesquisador, algumas das prováveis causas da diminuição da espermatogênese nesses pacientes foram lesões causadas pelo vírus nos vasos do parênquima testicular, com a presença de trombos, que levaram à hipóxia – ausência de oxigenação nos tecidos –, além de fibroses que obstruem os túbulos seminíferos, onde os espermatozoides são produzidos.

Uma das razões prováveis para a diminuição hormonal é a perda de células de Leydig, que se encontram entre os túbulos seminíferos e produzem testosterona. “As funções dos testículos de produzir espermatozoides e hormônios sexuais masculinos são independentes, mas há uma interconexão entre elas. Se a produção de hormônios pelas células de Leydig estiver prejudicada, a fertilidade também será diminuída”, afirma Duarte Neto.

Alguns dos sintomas da deficiência de testosterona (hipogonadismo) são perda muscular, cansaço, irritabilidade, perda de memória e ganho de peso, que podem ser confundidos como efeitos de longo prazo da covid-19. “Uma parte importante desse quadro clínico seguramente está relacionada a uma baixa função testicular. Mas isso ainda não tem sido abordado porque os pacientes não têm dor e não se costuma dosar os hormônios e nem fazer análise dos espermatozoides após eles se recuperarem da covid-19”, alerta Hallak.

Os pesquisadores pretendem realizar um estudo de acompanhamento de pacientes homens que tiveram a doença com o objetivo de avaliar em quanto tempo as lesões testiculares causadas pelo SARS-CoV-2 podem ser revertidas naturalmente ou por meio da administração de medicamentos. “Ainda não sabemos se essas lesões testiculares poderão ser revertidas e quanto tempo levará para isso acontecer”, afirma Hallak.

As principais preocupações do pesquisador são em relação a homens em idade reprodutiva, adolescentes e pré-púberes, sobre os quais ainda não há dados sobre lesões testiculares causadas pela covid-19. Não se sabe quais serão os impactos na puberdade em relação à capacidade fértil, se a produção de hormônios será afetada de forma transitória, prolongada ou definitiva e qual o grau de lesão residual irreversível.

Como não há dados de pré-infecção pelo SARS-CoV-2 de cada indivíduo, os estudos prospectivos deverão incluir um grupo controle para efeitos de comparação, sugere Hallak. “Esses indivíduos podem ter problemas de infertilidade e alterações hormonais no futuro e não saberem que isso pode ter sido causado pela infecção pela covid-19, porque apresentaram sintomas leves ou foram assintomáticos”, pondera.

Aumento da infertilidade masculina

O pesquisador estima que a covid-19 poderá causar um aumento na infertilidade masculina. Atualmente, entre 15% e 18% dos casais enfrentam dificuldades para conceber – por problemas masculinos em 52% dos casos.

Esse cenário pode desencadear uma busca maior por técnicas de reprodução assistida que, de acordo com ele, é realizada por vezes de forma apressada no Brasil para causas masculinas, sem avaliação inicial adequada e padronizada e, muitas vezes, sem que seja estabelecido o diagnóstico causador inicial e sem tempo hábil para se propor condutas com base em melhor custo-benefício e a aplicação de tratamentos específicos que podem curar a causa ou restabelecer a capacidade fértil natural.

“Será preciso tomar muito cuidado com a reprodução assistida pós-pandemia de covid-19, pois não se sabe as consequências disso nos meses subsequentes à infecção”, ressalta Hallak.

Uma vez que o SARS-CoV-2 tem sido detectado em todos os tipos de células dos testículos, que participam de todas as etapas da espermatogênese, não se sabe se o vírus também pode estar presente em espermatozoides de pacientes que tiveram covid-19 meses depois de terem se recuperado da doença.

Esses espermatozoides podem ter sido afetados pelo vírus e, idealmente, deveria preventivamente se esperar, no mínimo, um ciclo de espermatogênese – ao redor de 90 dias – para que seja feita nova avaliação investigativa andrológica, indica Hallak. “Temos visto lesões de DNA causadas pelo novo coronavírus altíssimas, ao redor de 80%, enquanto o normal é de até 25% e, o aceitável, até 30%”, compara.

Outra preocupação do pesquisador é com a reposição de testosterona nesses pacientes que tiveram covid-19 e queda hormonal, que, segundo ele, é uma medida desnecessária. “A reposição de testosterona em um paciente já afetado vai inibir ainda mais a função testicular. Os testículos têm mecanismos de reparação para voltar a produzir hormônios e existem tratamentos medicamentosos que aumentam a produção natural dos hormônios esteroidais, restabelecendo progressivamente a função testicular intrínseca do indivíduo. Isso também vai depender se houve lesão às células de Leydig e em qual grau, que é algo que não sabemos ainda”, pondera.
Estadão Conteúdo

Covid: OMS alerta para variante identificada inicialmente na Colômbia

Foto: Pixabay/Ilustrativa/Arquivo

Em seu boletim epidemiológico semanal, a Organização Mundial da Saúde fez um alerta para uma das variantes do novo coronavírus encontrada inicialmente na Colômbia, em janeiro de 2021.

A variante B.1.621 foi batizada de Mu e classificada como variante de interesse, termo utilizado para designar tipos do vírus que devem ser monitorados por autoridades de saúde, com análise sobre risco para a saúde pública.

“A variante Mu tem uma constelação de mutações que indicam propriedades potenciais de escape imunológico. Dados preliminares apresentados ao Grupo de Trabalho sobre Evolução do Vírus mostram uma redução na capacidade de neutralização dos pacientes similar à registrada na variante Beta, mas isso ainda precisa ser confirmado por novos estudos”, diz o documento.

Desde o primeiro registro da variante, em janeiro deste ano, foram notificados casos esporádicos na Colômbia, com notícias de contaminações em outros países da América do Sul e da Europa.
Em agosto, foram informados casos por 39 países. Na Colômbia e no Equador, a incidência da variante cresceu, chegando, respectivamente, a 39% e 13%. “Mais estudos são necessários para compreender as características clínicas dessa variante”, recomendou a OMS.
A título de comparação, a variante Delta está em 170 países, a Beta em 141 e a Gamma em 91.
Agência Brasil

Covid-19: terceira dose da vacina será aplicada a partir de setembro

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O Ministério da Saúde informou que iniciará, na segunda quinzena de setembro, a aplicação da dose de reforço da vacina contra a covid-19 a “todos os indivíduos imunossuprimidos após 28 dias da segunda dose e para as pessoas acima de 70 anos vacinados há 6 meses”.

A decisão pela aplicação da terceira dose foi tomada de forma conjunta na noite de ontem (24), em reunião da pasta com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass),o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e a Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 (Cetai).
A partir da segunda quinzena de setembro, vamos começar a distribuir vacinas #Covid19 para doses de reforço e reduzir o intervalo entre as doses da Pfizer e da AstraZeneca
A ação será destinada a todos os indivíduos imunosuprimidos após 28 dias da segunda dose e para pessoas acima de 70 anos vacinadas há 6 meses.

A imunização deverá ser feita, preferencialmente, com uma dose da Pfizer, ou de maneira alternativa, com a vacina de vetor viral da Janssen ou da AstraZeneca.


Segundo o ministério, a imunização deverá ser feita, preferencialmente, com uma dose da Pfizer ou, de maneira alternativa, com a vacina de vetor viral Janssen ou AstraZeneca.

Também foi decidido, durante a reunião de ontem, que haverá redução do intervalo entre as doses da Pfizer e AstraZeneca, de 12 para 8 semanas.

Edição: Lílian Beraldo
Por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Sinovac diz que Butantan é parceiro exclusivo para compra da CoronaVac

Farmacêutica chamou de fraudulenta a alegação de que teria autorizado a empresa World Brands S.A a negociar vacinas
Sérgio Lima/Poder360 - 19.jan.2021
Vacina CoronaVac, é produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac
A farmacêutica chinesa Sinovac disse em comunicado divulgado neste domingo (18.jul.2021) que o Instituto Butantan é seu “parceiro exclusivo” e o único que pode comprar a CoronaVac, vacina contra a covid-19. O laboratório também afirmou ser “fraudulenta” a alegação de que teria autorizado a empresa World Brands S.A a negociar vacinas. Leia a íntegra do comunicado (50 KB, em inglês).

Na 6ª feira (16.jul), reportagem da Folha de S.Paulo revelou que o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, recebeu um grupo de empresários para negociar a possibilidade de comprar 30 milhões de doses da CoronaVac sem envolvimento do Instituto Butantan e a um preço maior. Naquele momento, o governo federal já tinha um acordo com o laboratório em São Paulo (SP) para o fornecimento de até 100 milhões de unidades da vacina desenvolvida pela chinesa SinoVac.

A nota da Sinovac afirma que a CoronaVac foi desenvolvida, fabricada e distribuída sob sua responsabilidade. “Temos trabalhado muito com o Instituto Butantan para fornecer vacinas a preços acessíveis para o povo brasileiro”, diz o documento. A farmacêutica chinesa também declarou que “qualquer informação divulgada por qualquer empresa sem a autorização da SINOVAC não tem significado jurídico”.

“Para atos ilegais de publicação de notícias falsas, nos reservamos o direito de tomar todas as medidas, incluindo ações legais, buscar soluções e responsabilização”, disse a Sinovac.

Segundo a Folha, os intermediadores da compra representariam a empresa World Brands Distribuidora, com sede em Itajaí (SC). Pazuello teria recebido a comitiva fora da agenda oficial. O jornal teve acesso a proposta formal que os empresários teriam apresentado ao ministério naquele dia. Seriam 30 milhões de doses por US$ 28 cada, com depósito de metade do valor total até 2 dias depois da assinatura do contrato.

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado obteve um vídeo, gravado em 11 de março, em que o general do Exército apresenta uma comitiva de empresários em visita ao ministério, segundo ele liderada por um homem chamado John. Pazuello diz que o grupo foi tratar com ele sobre a possibilidade de a pasta adquirir vacinas “numa compra direta com o governo chinês” e sairia de lá “com um memorando de entendimento assinado”. O registro da reunião e a proposta foram revelados pela Folha de S.Paulo.

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, negou ter realizado qualquer negociação de doses da Coronavac com empresários sem envolvimento do Instituto Butantan.

Em nota divulgada na 6ª (16.jul.2021) pela Secretaria de Comunicação do Planalto, Pazuello afirma que não negociou as doses com empresários em “momento algum”. Eis a íntegra (757 KB). “Enquanto estive como Ministro da Saúde, em momento algum negociei aquisição de vacinas com empresários, fato que já foi reiteradamente informado na CPI da Pandemia e Outras Instâncias Judiciantes”, disse.

O Poder360 

Brasil tem média móvel de mortes por Covid abaixo de 1.400 pela 1ª vez desde março

Foto: Divulgação/
É o terceiro dia consecutivo em que a média móvel fica abaixo de 1,5 mil

O Brasil registrou 1.433 novas mortes pela Covid-19 nesta sexta-feira, 9, e teve queda de 19% em relação à média móvel de vítimas de duas semanas atrás. O número divulgado pelo consórcio de veículos de imprensa, 1.387, representa o menor patamar da média móvel desde o dia 4 de março, quando o dado era de 1.361.

É o terceiro dia consecutivo em que a média móvel fica abaixo de 1,5 mil. O número de novas infecções notificadas nesta sexta-feira foi de 57.188. No total, o Brasil tem 531.777 mortos e 19.019.974 casos da doença, a segunda nação com maior número de óbitos, atrás apenas dos Estados Unidos.

Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h. Segundo os números do governo, 17,7 milhões de pessoas já se recuperaram da doença desde o início da pandemia.

O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde 8 de junho do ano passado, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.
Estadão Conteúdo

Covid-19: novo lote de vacinas da Pfizer chega ao Brasil

Foto: Reuters/Carlos Osorio/D/R

Mais um lote com 936 mil doses de vacinas contra a covid-19, fabricadas pela Pfizer/BioNTech, chegou ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), na manhã deste domingo (27).

Com essa entrega, o laboratório completa 2,4 milhões de imunizantes fornecidos ao Brasil em menos de uma semana. Na terça-feira (22), foram 529 mil doses entregues e outras 936 mil chegaram na quinta (24).

Segundo o Ministério da Saúde, até a atualização mais recente, mais de 10,6 milhões de doses da Pfizer já tinham sido distribuídas para estados e o Distrito Federal. A previsão é de que o novo lote siga para as unidades da Federação nos próximos dias.

As doses fazem parte do contrato do Ministério da Saúde com a farmacêutica, que prevê a entrega de 100 milhões de doses até setembro. Mais 100 milhões de doses, fruto de uma segunda negociação, estão previstas para serem entregues entre setembro e dezembro, totalizando 200 milhões de doses da Pfizer neste ano.

Edição: Graça
Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

CPI vai analisar possibilidade de levar Bolsonaro ao STF por prevaricação, diz Randolfe

Foto: Beto Barata/Agência Senado/
O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que a comissão parlamentar de inquérito vai avaliar a possibilidade de comunicar a ocorrência de suposto crime cometido pelo presidente Jair Bolsonaro, no caso da compra da vacina Covaxin, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“A direção dessa CPI analisará a possibilidade de comunicar ao STF a ocorrência desse crime para as devidas observâncias do que está disposto no art. 86 da Constituição da República”, disse Randolfe, após citar que existem “todos os elementos” para indicar um “crime de prevaricação” por parte de Bolsonaro.

Randolfe fez as afirmações após o depoimento de 7 horas e meia dos irmãos Miranda à CPI da Covid. Depois de muita insistência dos parlamentares, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que o presidente teria citado o nome do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), ao ouvir denúncias de irregularidades na compra da Covaxin durante encontro no dia 20 de março. Barros negou envolvimento no caso.

“Foram apresentados aqui todos os elementos de um crime cometido pelo presidente da República”, disse Randolfe. “O senhor presidente, através de representante de seu governo, dias depois, tenta intimidar as testemunhas que vão depor nesta CPI. Mais grave que tudo isso, ao ser comunicado do feito criminoso, relata ter suspeita de quem estaria operando e providência não é tomada. Estão dados todos os elementos de crime de prevaricação”, afirmou Randolfe. “Tudo isso era por dinheiro. O esquema todo tinha como alicerce um enorme e estruturado esquema de corrupção”, completou.

O artigo 86 da Constituição, citado pelo senador, estabelece as regras para processo de investigação contra um presidente da República. De acordo com o texto, admitida a acusação contra o mandatário, por dois terços da Câmara dos Deputados, ele será submetido a julgamento perante o STF nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que o dia foi “histórico”, iniciando, “efetivamente”, uma nova fase da comissão. “Essa negociação da Covaxin é completamente eivada de irregularidades e fraude. Com a vinda dos irmãos Miranda, possibilitamos esse grande dia. Hoje começamos, efetivamente, nova fase da CPI. Nós já avançamos bastante com relação às teses do plano de trabalho e entramos para valer nessa coisa de desvio de dinheiro público, no beneficiamento pessoal”, argumentou Renan. “A gravidade é muito maior do que vocês estão imaginando”, disse o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).
Estadão Conteúdo

Senadores pedem convocação de líder do governo para depor na CPI da Covid

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado/CPI da Covid
Os membros da CPI da Covid pediram a convocação do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). A decisão foi tomada após o depoimento do deputado Luis Miranda.
O parlamentar disse à CPI da Covid na sexta-feira (25) que o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as suspeitas sobre compra da vacina indiana Covaxin eram coisa do “Ricardo Barros”.

Miranda disse o nome do parlamentar em resposta à senadora Simone Tebet (MDB-MS).
Segundo o depoente, o nome foi mencionado quando ele se reuniu com o presidente para relatar as denúncias feitas pelo irmão Luis Ricardo sobre supostas irregularidades no contrato entre a Precisa e o Ministério da Saúde.
Raquel Lopes/Folhapress

Covid-19: Brasil recebe mais 942 mil doses da vacina da Janssen doadas pelos EUA

Carga com vacinas da Janssen chegou a Viracopos nesta sexta — Foto: Jefferson Barbosa/EPTV

O Brasil recebeu, na manhã deste sábado (26), um lote com 942 mil de doses da vacina da Janssen contra Covid-19, doadas pelos Estados Unidos, sem relação com o consórcio Covax Facility. A remessa completa o envio de 3 milhões de imunizantes provenientes do acordo com o governo americano. A aeronave pousou no Aeroporto Internacional de Viracopos às 6h29.

Inicialmente, o Ministério da Saúde havia informado que as 3 milhões de doses doadas pelos Estados Unidos chegariam ao Brasil em um único voo. No entanto, a logística foi alterada e a pasta disse que o lote precisou ser fracionado por conta do peso. Por isso, foram enviadas 2,05 milhões de vacinas na sexta-feira (25) e outras 942 mil neste sábado.

Na sexta, a chegada das vacinas da Janssen doadas pelo governo americano teve a presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, além do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), e outras autoridades. As 3 milhões de doses serão distribuídas em todas as unidades da federação.
Avião com vacinas da Janssen doadas pelos EUA chegou em Viracopos nesta sexta — Foto: Jefferson Barbosa/EPTV
A vacina da Janssen, do grupo Johnson & Johnson, é aplicada em dose única. Ela pode ser armazenada por pelo menos 3 meses, em temperaturas de 2°C a 8°C, equivalente a geladeiras normais. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial do imunizante da Janssen no Brasil em 31 de março de 2021.

A doação das 3 milhões de doses ao Brasil é a maior já feita pelo governo americano a qualquer país até agora. O principal assessor do presidente Joe Biden para a América Latina afirmou que a doação ao Brasil reflete "o foco dos EUA para combater a Covid numa das regiões mais afetadas pela pandemia". A intenção da Casa Branca é compartilhar 55 milhões de vacinas em todo o mundo.

Além do lote de doação que desembarca nesta sexta, o Brasil já recebeu 300 mil imunizantes da Janssen na quinta-feira e 1,5 milhão na terça. As doses foram compradas pelo governo brasileiro, que prevê a entrega de 38 milhões provenientes do acordo com a farmacêutica. A vacina começa a ser aplicada no Brasil nesta sexta.

Como é a vacina

Janssen é a vacina desenvolvida pela divisão farmacêutica do grupo Johnson&Johnson, que leva o mesmo nome. O imunizante apresentou eficácia de 66% para os casos moderados a graves, e de 85% para os casos graves.

A eficácia mínima recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Anvisa é de 50%. O imunizante usa a tecnologia de vetor viral e funcionou contra a variante da África do Sul, a mais contagiosa. A companhia diz ter o objetivo de fornecer 1 bilhão de doses da vacina em todo o mundo em 2021.

Prazo de validade ampliado

A chegada das doses da Janssen impacta nas estratégias de vacinação de todo o país. Isto porque os lotes têm prazo de validade até agosto.

A validade inicialmente considerada pelo governo federal era de até 27 de junho. No entanto, uma avaliação técnica da Anvisa identificou que os imunizantes podem ser utilizados até 8 de agosto, desde que armazenados em temperatura de 2° a 8°C.

A agência de regulação sanitária norte-americana (FDA) também já havia prorrogado a validade das doses da Janssen, de três meses para quatro meses e meio.

Como o imunizante é aplicado em dose única, uma aplicação da vacina da Janssen equivale a duas doses das demais vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil (Pfizer, CoronaVac e AstraZeneca).
Paraíba recebe mais de 93 mil doses das vacinas CoronaVac e Janssen nesta quinta (24) — Foto: SES-PB/Divulgação

Copa América tem 140 casos confirmados de Covid-19, diz Conmebol

De acordo com a confederação, foram realizados 15.235 testes de infecção pelo novo coronavírus. Os 140 esultados positivos equivalem a 0,9% do tota

© Getty Images

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dados divulgados pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) nesta segunda-feira (21) apontam que houve 140 casos de Covid-19 em pessoas ligadas à realização da Copa América no Brasil.

O relatório divulgado pela entidade não especifica quantas pessoas infectadas fazem parte das seleções que disputam o torneio, mas afirma que a maioria é formada por trabalhadores, membros de delegações e pessoal terceirizado.

De acordo com a confederação, foram realizados 15.235 testes de infecção pelo novo coronavírus. Os 140 resultados positivos equivalem a 0,9% do total.

A Conmebol afirma que todos os envolvidos na competição passam regularmente por exames PCR. Já houve contaminações nas seleções de Venezuela, Colômbia, Chile e Bolívia.

"Além das medidas preventivas, uma intensa campanha de vacinação para todos os membros da família do futebol profissional sul-americano está em andamento desde maio", diz a entidade em nota.

Os resultados positivos terão amostras encaminhadas para sequenciamento genômico, técnica que verifica se a infecção ocorreu por alguma variante específica do coronavírus.

O protocolo de segurança do evento estipula que os jogadores só podem deixar o hotel para treinos e jogos ou por questões de saúde. Estabelece ainda o uso de voos e ônibus fretados, higienizados antes e depois do uso.

Iniciada no dia 13 de junho, a competição será realizada até 10 de julho. Dez seleções disputam o torneio. O Brasil está no Grupo B, ao lado de Colômbia, Venezuela, Equador e Peru.

Nas duas primeiras rodadas, o time comandado pelo técnico Tite venceu a Venezuela, por 3 a 0, e o Peru, por 4 a 0. Nesta quarta-feira (24), o adversário será a Colômbia, às 21h, no estádio Nilton Santos. 

Reações da vacina contra covid-19: por que acontecem e como aliviar os sintomas

Sérgio Lima/Poder360 11-mar-2021/
Vacinação contra covid em Brasilia

Com o avanço da vacinação contra a covid-19 nos Estados, muitos têm relatado reações adversas aos diferentes tipos de imunizantes aplicados no Brasil, que são os da Coronavac, Oxford/AstraZeneca e a da Pfizer. Todas requerem duas doses.

Raphael Rangel, virologista e coordenador do curso de biomedicina do IBMR (Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação), explica que os efeitos colaterais a uma vacina são normais.

“A vacina sensibiliza o sistema imunológico assim como qualquer outro tipo de microorganismo. A diferença é que, no micro-organismo, ele pode desenvolver doença. Já a vacina não vai fazer com que a pessoa desenvolva doença, mas a sensibilização no sistema imunológico é a mesma”, disse.

Segundo o Ministério da Saúde, “os eventos pós vacinação são quaisquer que ocorram em associação temporal com a vacinação, tendo ou não relação causal com a vacina. Desta forma, esses eventos passam por uma avaliação de causalidade, após ampla revisão dos dados referentes ao caso e discussão com especialistas”.

Ro Lopes, 54 anos, é uma das pessoas que sentiram os efeitos colaterais da vacina.

“Eu tomei a vacina na 6ª feira (11.jun.2021) de manhã. Saí do posto de vacinação com um pouquinho de ardência no braço, mas nada muito sério. Algumas horas depois o meu braço direito começou a doer de forma intensa, mas foi durante a noite que o mal estar piorou. Eu tive calafrio, febre de 38 graus e dor de cabeça, o meu maior medo porque eu sofro de enxaqueca”, afirmou.

“No sábado tive que tomar antitérmico e analgésico, mas continuei com febre, dor no braço e dor de cabeça. Eu só fui ter um alívio no domingo. Permaneceu a dor no braço até a 4ª feira (16.jun.2021), quando todos os sintomas sumiram. Apesar de tantas reações, continuo confiante na imunização”, disse Lopes que tomou a 1ª dose da AstraZeneca.
Mesmo depois de sofrer com reações adversas após tomar a 1ª dose da AstraZeneca, Ro Lopes, de 54, reforçou a importância da imunização contra a covid
ESPECIALISTA RESPONDE
Isabella Albuquerque, infectologista do Hospital São Vicente de Paulo, na Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, respondeu à algumas perguntas feitas pelo Poder360 sobre as reações à vacina anticovid. Leia abaixo:

Quais são os efeitos colaterais mais comuns das vacinas contra a covid?

As reações locais são os efeitos colaterais mais comuns. Muitas pessoas não sentem nada, mas algumas podem evoluir com dor no local da injeção, aumento de temperatura e surgir uma vermelhidão local da aplicação. Essas reações acontecem por uma resposta inflamatória ao produto que foi injetado no corpo. Há ainda as pessoas que podem evoluir com febre, queda do estado geral, dores no corpo e cabeça. Esses sintomas costumam desaparecer em 24h ou até 48 horas após a aplicação da vacina. É importante reforçar que as vacinas disponíveis são todas seguras e capazes de trazer a proteção de que precisamos.

Como manejá-los?

Com cuidados locais. No local da injeção podemos aplicar gelo. Se ficar vermelhidão muito intensa e dolorida, deve-se conversar com o médico para ver se há indicação de medicação sintomática. Febre e dor no corpo a indicação é medicamento sintomático. E sempre não fazer automedicação, é importante conversar com o médico.

Alguma das vacinas causa mais reação?

Não temos hoje uma especificação se uma vacina, em especial, causa mais reação que a outra.

Uma pessoa pode pegar covid-19 com a vacina?

Não pela vacina. É importante entender que a vacina é totalmente inativada, ou seja, ela não tem nada vivo que possa causar a covid. O que pode acontecer é da pessoa já vacinada se contaminar pelo novo coronavírus, porque nenhum imunizante é cem por cento seguro.

Existe algum estudo recente mostrando quantas pessoas têm efeitos colaterais?

Não existe estudo recente mostrando quantas pessoas têm efeitos colaterais. Assim como também não temos nenhum estudo especificando se a segunda dose é pior que a primeira. Essas correlações não existem ainda.

A 2ª dose é pior que a 1ª?

Ter reação ao tomar a 1ª dose não significa que você vá ter na 2ª também. Mas é importante estar atento à possibilidade de alergia, que é uma reação mais rara. Caso a pessoa tenha uma reação anafilática, o indicado é que não tome a 2ª dose. Mas o que temos observado é que as vacinas da covid-19 são bastante seguras, a maioria das reações é localizada. As reações sistêmicas são de curta duração.

Posso pular a 2ª dose para evitar reação?

Não pode. A imunização só acontece após a aplicação da 2ª dose da vacina.

Posso tomar medicamentos para reação?

No caso de dor, pode-se tomar um medicamento sintomático. Mas volto a enfatizar, é sempre bom conversar com o médico.

Quando buscar ajuda?

Em caso de efeitos colaterais prolongados, que não se resolvam em até 48 horas.

Os efeitos colaterais valem a pena?

Os efeitos colaterais são incômodos, mas esses de menor gravidade são para um bem maior, que é obter a proteção contra a covid-19. Sem dúvida, optar pela vacina é um passo fundamental de proteção da nossa vida e de quem amamos.

Ao Poder360, o Ministério da Saúde orientou que, ao apresentar algum tipo de sintoma após a vacinação, a pessoa deve procurar a Unidade Básica de Saúde onde o imunizante foi aplicado para que o profissional de saúde faça o registro no sistema.

Além disso, afirmou que “a vigilância de eventos adversos pós vacinação é rotina do Programa Nacional de Imunizações (PNI) para todas as vacinas ofertadas no Calendário Nacional de Vacinação”. O detalhamento pode ser encontrado no manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação.

De acordo com a pasta, para a introdução das vacinas contra covid-19 foi publicado o Protocolo de Vigilância Epidemiológica e Sanitária de Eventos Adversos Pós-vacinação. A data do documento consta de dezembro de 2020.

O Ministério afirmou ainda que conta com o CIFAVI (Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas e outros Imunobiológicos), um comitê que envolve a participação de especialistas ad-hoc de múltiplas especialidades medicas (neurologia, imunologia, infectologia, cardiologia, pediatria, reumatologia, hematologia), representantes do PNI, Anvisa e Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde.

O Poder360 integra 

Brasil aplica 2,2 milhões de doses de vacina contra Covid em um dia, recorde até agora

Foto: Marcelo Chello/Estadão

O Brasil registrou a aplicação de 2.220.845 doses de vacinas contra a Covid-19 nesta quinta-feira, 17, segundo dados reunidos e divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa. Essa é a maior marca diária de imunização desde o início da campanha em janeiro.

No total, 2.088.159 de pessoas receberam a primeira dose e 132.686 receberam o reforço da vacina, necessária para completar a imunização.

Com isso, a quantidade de pessoas vacinadas com a primeira dose contra a Covid-19 chegou a 60.381.020. O número representa 28,51% da população brasileira.

Já levando em consideração as pessoas que receberam as duas doses, a quantidade é de 24.085.577, ou 11,37% dos habitantes.

O Mato Grosso do Sul é o Estado onde a aplicação da primeira dose está mais avançada, em números proporcionais. Lá, 36,59% da população recebeu a vacina. Já nos dados relativos à segunda dose, a vacinação está mais avançada no Rio Grande do Sul, onde 14,45% da população recebeu a imunização completa.

Estadão Conteúdo

Ex-secretário diz que ministro da Saúde foi informado sobre crise de oxi...

Durante depoimento à CPI da Pandemia, o ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo afirmou que entrou em contato com o ministro da Saúde Eduardo Pazuello no dia 7 de janeiro para avisar sobre a crise de oxigênio no estado. Ele foi questionado sobre o assunto pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), pelo vice, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL).
Fonte: Agência Senado

CPI da Pandemia ouve a médica Nise Yamaguchi – 01/06/2021

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia ouve a oncologista e imunologista Nise Yamaguchi. Os requerimentos de convocação são dos senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE). No pedido, Girão afirma que a médica é conhecida por ser defensora do uso da hidroxicloroquina e cloroquina no tratamento de pacientes com covid-19. #CPIdaPandemia Acompanhe notícias sobre a covid-19 neste hotsite do Senado: (https://www.senado.leg.br/senado/hots...)

Origem do coronavírus em laboratório não pode ser descartada, mas fonte natural é mais provável

Foto: Lucas Landau/Reuters
Ao longo das últimas semanas, o debate sobre a origem do Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, adquiriu uma urgência que não era vista desde o início da presente pandemia. Uma carta publicada por pesquisadores no prestigioso periódico especializado Science, bem como investigações sob os auspícios do governo americano, colocam em questão a possibilidade de que o vírus poderia ter vindo de um laboratório de Wuhan, na China, e não diretamente de um hospedeiro animal na natureza.

É óbvio que esse tipo de debate é um prato cheio para a desinformação. Escrevi esta coluna, portanto, como um pequeno guia para os perplexos, ponto a ponto. Vamos a eles.

1) Ainda não há evidências diretas de vazamento laboratorial, nem propriamente dados novos. Esse me parece um elemento muito importante e pouco mencionado. A discussão sobre o tema não se reacendeu por causa de evidências “positivas” —ou seja, dados diretos indicando o vazamento do Sars-CoV-2 do laboratório chinês. Tais dados, por ora, não existem.

As evidências são, na verdade, “negativas”. Isso significa que ainda não foi encontrado um vírus idêntico ao que afeta humanos em hospedeiros animais (selvagens ou domésticos), o que impede a reconstrução completa da trajetória evolutiva do Sars-CoV-2, ou o momento e local aproximados em que ele teria feito o salto de bichos para humanos. É esse ponto que mantém aberta a possibilidade do espalhamento em laboratório.

2) Vazar de um laboratório não é a mesma coisa que ser arma biológica criada propositalmente. A “hipótese laboratorial” na verdade é uma família de hipóteses. O vírus, por exemplo, pode ter sido coletado por pesquisadores em animais, sendo estudado por eles, até que vazou acidentalmente e desencadeou a pandemia.

Também pode ser que um vírus de origem natural tenha sido modificado em experimentos cujo objetivo era entender como esses patógenos adquirem propriedades perigosas para seres humanos. Depois, essa forma alterada teria escapado por acidente.

Por fim, haveria a modificação deliberada para uso como arma biológica. É quase impossível achar um cientista sério que ache que a terceira possibilidade deste item 2 seja mais provável que a primeira e a segunda.

3) É preciso cuidado antes de achar que o Sars-CoV-2 é “engenheirado”. Este ponto é um pouco mais complexo de explicar. Alguns defensores da hipótese laboratorial têm dado muito destaque ao fato de que a combinação exata de estruturas moleculares que permitem que o vírus se acople com eficiência às células humanas, por não ter sido identificada ainda em parentes dele na natureza, seria tão incomum que só poderia ter surgido a partir de manipulação genética. Também chamam atenção para o fato de que o coronavírus de morcegos que é o parente mais próximo do Sars-CoV-2 foi identificado muito longe de Wuhan (e, claro, não contém a combinação de moléculas “pronta para atacar humanos”).

Por enquanto, parece mais seguro afirmar que essas ideias são, no máximo, meias-verdades. O motivo é simples: só conhecemos a pontinha do iceberg da diversidade viral carregada por animais selvagens, e o esforço de pesquisa de alguns meses depois da pandemia, por mais que tenha examinado dezenas de milhares de bichos e pessoas, está muito longe de esgotar os potenciais reservatórios de vírus.

De mais a mais, não custa ressaltar que nenhum patógeno emergente até hoje veio originalmente de um laboratório ““e a grande maioria surgiu na fauna selvagem. Sempre pode haver uma primeira vez, é claro, mas precisamos de evidências muito sólidas para apostar em hipóteses extraordinárias.
Reinaldo José Lopes / Folha de S. Paulo

Renan diz que Wajngarten incriminou Bolsonaro e ameaça ex-secretário com prisão

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten incriminou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Renan afirmou que Wajngarten confirma a existência do ministério paralelo, estrutura de aconselhamento ao presidente sobre temas de pandemia.

“O depoente disse desconhecer a existência [do gabinete paralelo]. Mas é o contrário. Vossa senhoria é a prova da existência dessa consultoria. Vossa excelência é a primeira pessoa que incrimina o presidente da República, porque iniciou uma negociação em nome do Ministério da Saúde, como secretário de Comunicação e se dizendo em nome do presidente”, disse.

Renan também afirmou que vai pedir o áudio da entrevista que Wajngarten concedeu à revista Veja e ameaçou com prisão, caso as respostas dadas à revista se provem contrárias às que cedeu à Comissão.

O senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou que Renan Calheiros estava ameaçando o depoente e afirmou que a prisão nem seria possível, pois não seria em flagrante

Julia Chaib e Renato Machado/Folhapress

Bahia registra 2.156 novos casos de Covid-19 e mais 74 óbitos pela doença

Foto: Josué Danasceno/Fiocruz

Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 2.156 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,2%) e 2.539 recuperados (+0,3%). O boletim epidemiológico deste domingo (9) também registra 74 óbitos. Apesar de as mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram realizados hoje. Dos 930.593 casos confirmados desde o início da pandemia, 895.260 já são considerados recuperados, 16.094 encontram-se ativos e 19.239 tiveram óbito confirmado.

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 1.221.937 casos descartados e 202.308 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas deste domingo (9). Na Bahia, 47.833 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Para acessar o boletim completo, clique aqui ou acesse o Business Intelligence.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 19.239, representando uma letalidade de 2,07%. Dentre os óbitos, 55,63% ocorreram no sexo masculino e 44,37% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,74% corresponderam a parda, seguidos por branca com 22,02%, preta com 15,33%, amarela com 0,44%, indígena com 0,12% e não há informação em 7,34% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 63,92%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,49%).

A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

Situação da regulação de Covid-19
Às 12h deste domingo, 63 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 28 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.

Vacinação
Com 2.706.140 vacinados contra o coronavírus (Covid-19), dos quais 1.254.237 receberam também a segunda dose, até as 15 horas deste domingo, a Bahia é um dos estados do País com o maior número de imunizados. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) realiza o contato diário com as equipes de cada município a fim de aferir o quantitativo de doses aplicadas e disponibiliza as informações detalhadas no painel https://bi.saude.ba.gov.br/vacinacao/.

Maior estudo evolutivo de coronavírus confirma origem do Sars-CoV-2 de morcegos para humanos

Foto: Iustração

Há mais de um ano, convivemos com um inimigo invisível: o coronavírus Sars-CoV-2, responsável pela pandemia da Covid-19 e que antes era desconhecido da espécie humana.

Algumas teorias de como o novo vírus passou para o homem surgiram já em 2019, com a hipótese de ser um coronavírus de morcego que primeiro infectou pangolins e depois humanos, com base na proximidade dos vendedores e clientes com esses animais em mercados de animais de Wuhan, onde foram registrados os primeiros casos.

A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) enviou especialistas a Wuhan neste ano com o objetivo de encontrar respostas para essa pergunta. O relatório divulgado pela entidade no final de março sugeria a origem a partir de morcegos, mas os cientistas não encontraram evidências de que o paciente zero tenha frequentado um mercado de animais local.

Agora, o maior estudo evolutivo de coronavírus confirmou a origem do Sars-CoV-2 a partir de um coronavírus de morcegos, e não de pangolins, e ainda traz um alerta sobre a importância de investigar vírus nesses animais como uma estratégia global de monitoramento de endemias, e não apenas em situações de emergência sanitária.

A pesquisa foi conduzida no Centro de Pesquisa em Bioinformática da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte (UNCC), liderada pelo professor Daniel Janies, do mesmo centro, e tem como primeiro autor o brasileiro e bioinformata Denis Jacob Machado, que é também pesquisador de pós-doutorado na UNCC.

O artigo científico foi publicado na última semana na revista Cladistics, a mais renomada para análises evolutivas dos seres vivos.

Muitos dos estudos dos coronavírus até então focavam em alguns poucos genes comuns entre as diferentes espécies e não incluíam, por exemplo, informações determinantes sobre qual o tipo de hospedeiro daquele vírus.

O estudo é inovador, além da amostragem ampla, em apresentar as principais anotações dos genomas, que é basicamente organizar em partes conhecidas e separáveis as diferentes sequências genéticas dos coronavírus. Para isso, foi implementada uma ferramenta especial para juntar e comparar essas anotações, desenvolvida pelo bioinformata. “É parecido com decidir qual casa alugar: você compara a localização de uma com a outra, mas não compara cor de uma com o número de quartos da outra. Localizações são comparáveis; cor e número de quartos são coisas diferentes”, explica Machado.

“Sem genomas anotados, análises evolutivas ficam restritas ou a genomas muito semelhantes entre si, como apartamentos que estejam em um mesmo prédio, ou a certa característica que esses genomas tenham em comum e que seja mais fácil comparar, como preço entre os imóveis na nossa analogia das casas, e com isso podemos deixar passar informações importantes”.

Para entender melhor como foi feito o estudo, os estudos de filogenia que buscam entender a história evolutiva de um grupo são feitos com um conjunto de dados (por exemplo, o genoma) de um determinado grupo ou conjunto de organismos (por exemplo, diferentes espécies de felinos). Dificilmente vamos tentar entender a origem e evolução do ser humano comparando nosso genoma com o de cavalos, por exemplo.

Nesse sentido, as pesquisas evolutivas publicadas até então, que haviam sido aceleradas devido à emergência sanitária, pecaram tanto no número de espécies incluídas quanto no uso de dados fracos, que não conseguiam explicar de maneira suficiente essa história, diz Machado.

“Uma dificuldade inevitável de se estudar a evolução de coronavírus é que pode haver a mistura de genes provenientes de indivíduos diferentes [recombinação gênica]. Felizmente, apenas uma parcela do genoma dos coronavírus é afetada por eventos de recombinação. Analisando mais genomas em um conjunto, conseguimos identificar esses eventos que causam ruído na análise. É como olhar uma pintura do Monet [Claude Monet, pintor impressionista]. De perto, as pinceladas separadas parecem uma mancha sem contorno; porém, ao se ampliar e olhar o todo, as pinceladas se organizam e criam a imagem”, explica.

A análise feita por Machado e seus colegas, no entanto, incluiu mais de 2.000 genomas únicos de coronavírus de quatro gêneros diferentes da subfamília Orthocoronavirinae: Deltacoronavirus (DeltaCoV) e Gammacoronavirus (GammCoV), típicos de aves, e Alphacoronavirus (AlphaCoV) e Betacoronavirus (BetaCoV), que podem infectar os humanos.

Exemplos de betacoronavírus que infectam os humanos, além do Sars-CoV-2, são o Sars-CoV (responsável pela epidemia da Sars, entre 2002 e 2003) e o Mers-CoV (causador da síndrome respiratória do Oriente Médio), que passaram de morcegos para humanos; HCoV-4408 e HCoV-OC43 (de bovídeos para humanos) e o HCoV-HKU1 (de roedores para humanos). Já o alfacoronavírus HCoV-NL63 também partiu de morcegos para humanos.

Segundo o biólogo, dentre os coronavírus mais relevantes para a saúde humana, o estudo confirma que os morcegos foram fontes nos casos do Sars-CoV e Sars-CoV-2 e também tiveram papel fundamental na origem do Mers-CoV. “Houve vários eventos de transmissão entre dromedários e humanos quase imediatamente depois da infecção desses animais por coronavírus de morcegos”, explica.

O papel de hospedeiros intermediários na pesquisa também foi avaliado. “Nosso argumento é de que nada indica a necessidade de um hospedeiro intermediário [para o Sars-CoV-2], pois está claro que a infecção de outros mamíferos, como civetas [espécie de mustelídeo] e visons, ocorreu depois da infecção original em humanos, o que ilustra a capacidade dos coronavírus de migrarem entre mamíferos de espécies diferentes”, diz.

A conclusão da pesquisa traz uma mensagem importante: novos eventos de transmissão de coronavírus de animais para humanos devem surgir em um futuro próximo, sem ser possível prever quando será. “É imprescindível investir em pesquisa [de forma] contínua para catalogar e descrever a diversidade de vírus na natureza com potencial para infectar humanos, e isso depende não só de um sistema de vigilância mas também de investimento em ciência”.

“Essas pesquisas são de difícil financiamento e frequentemente negligenciadas até que, por exemplo, um novo patógeno surge de uma fonte natural até então considerada de baixa importância. Quando falamos em esforços globais para monitoramento de doenças emergentes, falamos também em criar pontes que cruzem o abismo entre a pesquisa básica e a pesquisa aplicada”, afirma.

Ana Bottallo/Folhapress

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