‘Fui vítima de fontes do Planalto por duas semanas’, diz presidente da Petrobras
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil |
“Eu só comento as coisas que a pessoa diz e assina embaixo. Eu fui vítima por duas semanas de ‘fontes do Planalto, fontes e assessores de não sei quem’. Eu quando falo, ponho a minha assinatura, vocês me conhecem. Agora, quem fala (por meio de) fontes, aí eu não sei. Hoje tem até um artigo engraçado sobre o ‘Fontes’”, disse a jornalistas no evento de lançamento do Mapa de Estaleiros do Brasil, organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP).
TCU e fertilizantes
O presidente da estatal reforçou que tem agendas em Brasília constantemente e disse ser preciso que as pessoas se acostumem com isso. “Eu passei o dia inteiro no TCU, conversei com vários ministros, porque nós temos como política agora não ficarmos só reativos a processos do TCU.
Temos uma auditoria do TCU na Petrobras, que funciona praticamente em tempo real. Gostamos dessa presença e de ir lá (no TCU) preventivamente para conversar sobre estratégias que buscamos”, disse Prates.
Um dos assuntos tratados, segundo ele, foi a retomada do negócio de fertilizantes. No momento em que a Petrobras tenta recuperar esse parque, graças a mandato do conselho de administração, a diretoria tenta dar “soluções” para cada unidade, disse Prates. Segundo ele, haveria pelo menos seis manifestações de interesse de empresas que querem atuar como sócias da Petrobras em plantas de fertilizantes.
“Fomos olhar o processo da Unigel, fomos olhar o processo da Ansa. Na próxima semana vamos olhar o projeto do Mato Grosso do Sul (Três Lagoas), fazer visita de vistoria”, disse.
A retomada das fábricas de fertilizantes é um dos eixos de pressão do governo e do Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre a administração de Prates na Petrobras.
Gabriel Vasconcelos/Estadão
Lira procura Polícia Federal após deputada encontrar câmeras escondidas em apartamento
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados |
“Eu fiquei em choque, fiquei muito abatida. É algo que eu nunca imaginei que fosse passar na minha vida. Tinha uma câmera de frente para a cama. Não é fácil”, comentou Dayany Bittencourt à reportagem. Ela não descarta que, além de um crime de gênero, trate-se de um crime político.
Procurada, a rede Louvre Hotels Group-Brazil informou que o apartamento em que a parlamentar morava, no Golden Tulip Brasília Alvorada, é uma propriedade particular e que, por isso, não está sob sua administração hoteleira. A empresa também disse que continua disponível para esclarecimentos às autoridades.
Augusto Tenório/Estadão
TJ-BA remete ao STJ caso contra deputado federal Charles Fernandes
A acusação da Promotoria de Guanambi é que Fernandes beneficiava parentes com contrato de locação em salas comerciais do município, denúncia que foi recusada pelo TJ-BA, que refutou o suposto ato de improbidade, uma vez que o preço pago a título de contraprestação estaria “alinhado à média de mercado” e atestado em parecer técnico, além de não ter sido provado nem superfaturamento nem mau estado de conservação das salas.
Entenda o que diz relatório de deputados dos EUA sobre decisões sigilosas de Moraes
Intitulado “O ataque contra liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”, o documento tem 541 páginas com considerações gerais, 28 ordens judiciais (em português e em inglês) de Alexandre de Moraes ao X (antigo Twitter), outras 23 ordens do ministro sem tradução para o inglês e mais 37 documentos expedidos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A divulgação ganhou visibilidade em meio ao recente embate de Elon Musk, o dono do X, com Moraes, e a visões divididas sobre o comportamento do ministro do STF em relação à divulgação de detalhes das ordens de remoção de perfis. Apesar de acusar censura na conduta do magistrado, o texto valoriza o aspecto político, alinhado a apoiadores de Bolsonaro —ignorando ataques à democracia a cargo do ex-presidente.
O relatório é da Comissão Judiciária do Congresso dos Estados Unidos, presidida por Jim Jordan, deputado republicano conhecido como apoiador do ex-presidente Donald Trump.
No início deste mês, Musk fez uma série de postagens sobre Moraes em sua plataforma, afirmou que iria desrespeitar decisões judiciais brasileiras e disse que o ministro deveria renunciar ou sofrer impeachment. Apesar de se definir como um “absolutista da liberdade de expressão”, o dono do X tem cumprido, sem reclamar, centenas de ordens de remoção de conteúdo vindas dos governos da Índia e da Turquia.
No dia 3, o ativista e jornalista norte-americano Michael Shellenberger divulgou na mesma rede social emails com reclamações de funcionários do X no Brasil sobre supostos pedidos ilegais de censura.
Nesse contexto, Moraes incluiu Musk no inquérito de milícias digitais, que investiga atos antidemocráticos no Brasil, e abriu nova investigação sobre obstrução de Justiça contra o empresário.
A disputa entre o bilionário e o Judiciário brasileiro tem sido usada como combustível por Bolsonaro, que deve usar a contenda para inflamar apoiadores durante ato previsto para o domingo (21), em Copacabana (RJ).
Entenda a seguir os principais pontos do relatório divulgado:
O QUE DIZ SOBRE O BRASIL
O documento afirma que países como Brasil, Canadá e França têm tentado censurar a liberdade de expressão na internet. Afirma que, em 2019, a Suprema Corte brasileira concedeu a si mesma “novos poderes para ‘agir como investigador, promotor e juiz ao mesmo tempo em alguns casos´”, citando contexto em que Dias Toffoli, então presidente da corte, “proferiu despacho outorgando ao próprio STF competência para abrir investigação”.
O trecho faz referência a reportagem do The New York Times que pontua decisões da corte frente a ataques online contra o próprio Supremo. No Brasil, o STF pode abrir investigação em caso de ataques contra a corte e seus membros.
Segundo o relatório, a censura no país, que seria protagonizada por Moraes, atingiria “qualquer pessoa com uma plataforma para criticar o governo esquerdista no poder”.
RELAÇÃO COM O GOVERNO BIDEN
O relatório diz que o governo Biden age para coagir empresas de mídia social, como o Facebook, para “censurar informações verdadeiras, memes e sátiras, eventualmente conduzindo o Facebook a mudar suas políticas de moderação de conteúdo”. Ele também fala sobre censura de livros na Amazon e outras medidas que a Casa Branca estaria adotando para limitar a liberdade de expressão.
O comitê afirma que o discurso de combate à desinformação “inevitavelmente se transforma no silenciamento de oponentes políticos” e fala em violações à primeira emenda da Constituição norte-americana, voltada à liberdade de expressão.
O QUE FALA SOBRE MUSK E MORAES
O relatório afirma que o bilionário tem “compromisso com a liberdade de expressão” e que, por isso, é perseguido. Não faz referência às contradições de Musk, que, em alguns países, cumpre ordens de remoção sem reclamar.
O texto cita afirmação da plataforma X de que tem sido forçada a bloquear contas populares no Brasil e fala que Musk apontou que iria desrespeitar decisões judiciais no país.
Sobre Alexandre de Moraes, diz que o ministro passou a conduzir investigações abertas pela própria corte e que “tem sido descrito como um ‘animal político’ com esperança de se tornar presidente do Brasil algum dia”. Fala em “poder extraordinário” do ministro, que se utilizaria disso para atacar críticos de maneira impune.
Cita, também, caso no qual Moraes censurou reportagens que relacionavam Toffoli a possível caso de corrupção, em referência a determinação para que os sites da revista Crusoé e O Antagonista retirassem do ar reportagem e notas publicadas em 2019 sobre uma menção a Dias Toffoli feita em um email do empresário e delator Marcelo Odebrecht.
ORDENS JUDICIAIS
O relatório tem 541 páginas com considerações gerais, 28 ordens judiciais (em português e em inglês) de Alexandre de Moraes ao X, outras 23 ordens do ministro sem tradução para o inglês e mais 37 documentos expedidos pelo TSE.
Segundo o documento, o STF e o TSE ordenaram, desde ao menos 2022, a suspensão ou remoção de quase 150 contas no X.
Afirma que Bolsonaro foi um dos “mais notavelmente” censurados nas semanas posteriores à eleição brasileira, mas não faz referência ao contexto dos ataques golpistas do 8 de janeiro nem à trama no último governo alvo de investigação da PF, que apura tentativa de golpe de Estado para evitar a posse de Lula (PT).
O texto cita também determinação de bloqueio das redes sociais do youtuber Bruno Aiub, o Monark, em junho de 2023, e afirma que o governo brasileiro tenta atualmente censurar 300 contas em plataformas, como de Bolsonaro, do senador Marcos do Val (Podemos-ES), Carla Zambelli ( PL-SP), dos jornalistas Paulo Figueiredo Filho e Rodrigo Constantino e do cantor gospel Davi Sacer.
As ordens judiciais anexadas trazem, por exemplo, decisões de Moraes pedindo a empresas como Facebook e Twitter o bloqueio de contas, sob pena de multa diária, com fornecimento de dados cadastrais ao STF e preservação de conteúdo.
Há contas que fazem referência, por exemplo, ao empresário Rubem Abdalla, alvo da PF por possível ligação com os ataques golpistas de 8 de janeiro.
Um segundo exemplo de ordem judicial diz respeito a página intitulada Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil, relacionada pelo ministro aos atos antidemocráticos.
Assessora controversa do vice-presidente do STJ é exonerada
Um dos momentos mais tensos foi marcado pelas decisões do ministro Mauro Campbell, como a coluna revelou em 2023. Em junho, o ministro Campbell criticou de forma contundente o trabalho de Luciana Matutino, como delegada do inquérito aberto para analisar a evolução patrimonial dos magistrados na Bahia. As apurações no TJ-BA resultaram em relatório que apontou a hipótese de desembargadores terem cometido crimes contra a ordem tributária. Equívocos no documento levaram Campbell a decretar a anulação do inquérito em relação a 14 investigados.
Além disso, pairou sob a delegada a ameaça de ser denunciada por falsificação de documentação no âmbito das apurações da Faroeste. A despeito das evidências assinaladas por Campbell, o ministro Og Fernandes reconheceu que parte dos dados apresentados pelo banco Bradesco à polícia continha falhas, mas minimizou o incidente ao entender que uma perícia posterior retificou as informações e somente a instituição financeira poderia ser responsabilizada pela veracidade e autenticidade do material apresentado. Decidiu preservar o relatório e blindou sua então assessora, a delegada que produziu o documento.
O ato de exoneração, assinado pela presidente do STJ, ministra Maria Thereza de Assis Moura, foi publicado no Diário Oficial. Por enquanto, a delegada está de volta aos quadros da Polícia Federal.
O que diz Og Fernandes
Procurado pela coluna, o ministro afirmou que a exoneração ocorreu a
pedido de Luciana Matutino Caires. “No período em que trabalhou comigo –
em outros processos, como já disse – da Operação Faroeste, 69
procedimentos foram arquivados; 11 inquéritos arquivados;e 55
investigados pela PF foram excluídos da Operação Faroeste”, afirmou.
Deputados dos EUA pró-Trump divulgam decisões sigilosas de Moraes e citam 150 perfis removidos no X
As decisões foram obtidas a partir de intimação parlamentar feita à rede social X (antigo Twitter), de propriedade do bilionário Elon Musk. Quando defendeu o impeachment de Moraes, o empresário prometeu que publicaria em breve ordens de Moraes que, segundo ele, “violam as leis brasileiras”.
A maioria das decisões de Moraes reproduzidas no documento manda a plataforma derrubar contas nas redes sociais sem estar acompanhada de uma fundamentação, apenas com a indicação dos perfis que precisam ser retirados do ar.
Em poucos casos aparece no relatório uma ordem do ministro do STF com explicações jurídicas para o bloqueio de perfis, como no caso da página intitulada Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil.
“As condutas noticiadas da entidade ocorreram no contexto dos atos antidemocráticos, nos quais grupos — financiado por empresários— insatisfeitos com o legítimo resultado do pleito”.
O relatório produzido pelo comitê parlamentar foi intitulado “O ataque contra liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”. O colegiado é presidido peplo deputado Jim Jordan, polêmico republicano fortemente ligado ao ex-presidente Donald Trump —ídolo do bolsonarismo.
Sob o argumento da defesa da liberdade de expressão, o parecer do subcomitê diz que “alguns governos estrangeiros estão erodindo valores democráticos básicos e sufocando o debate em seus países”.
O documento cita ainda o recente conflito entre Elon Musk e o STF e afirma que o bilionário se tornou investigado no Brasil por não concordar com a “censura” de Moraes. Nesse sentido, segue o relatório do órgão controlado por Jordan, o comitê legislativo intimou o X sobre atos do STF e do TSE que configurariam censura.
“Os documentos e registros intimados revelam que, desde ao menos 2022, a Suprema Corte no Brasil, na qual Moraes serve como juiz, e o Tribunal Superior Eleitoral, liderado por Moraes, ordenaram a X Corp. a suspender ou remover quase 150 contas na popular plataforma de rede social”, diz o relatório. O documento também alega que atualmente há cerca de 300 contas no X e em outras redes sociais sob o risco de censura no Brasil.
O comitê diz que continua investigando o caso e avalia discutir medidas legislativas para proteger a liberdade de expressão.
Ricardo Della Coletta/Matheus Teixeira/Mateus Vargas/Folhapress
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- Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG);
- Instituto Federal do Piauí (IFPI);
- Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB);
- Universidade Federal de Brasília (UnB)
- Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
- Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
- Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
- Universidade Federal de Viçosa (UFV)
- Universidade Federal do Cariri (UFCA)
- Universidade Federal do Ceará (UFC)
- Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
- Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
- Universidade Federal do Pará (UFPA)
- Universidade Federal do Paraná (UFPR)
- Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)
- Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa)
- Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
- Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ)
- Instituto federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – campi Alvorada, Canoas, Osório, Porto Alegre, Restinga, Rolante e Viamão;
- Universidade Federal de Sergipe (UFS);
- Universidade Federal de Uberlândia (UFU);
- Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
- Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)
- Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
- Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
- Universidade Federal do Piauí (UFPI)
- Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
- Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
- Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
- Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
- Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
- Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
- Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
- Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
- Universidade Federal do Pampa (Unipampa)
- Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
- Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)