Exoneração de aliado de Ciro Nogueira antes de operação gera suspeita de vazamento
A Carbono Oculto 86 é um desdobramento de operação de Ministério Público de São Paulo e Polícia Federal que mira a relação entre a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), postos de gasolina e fintechs
A exoneração de Victor Linhares de Paiva do cargo de secretário municipal de Articulação Institucional de Teresina na segunda-feira (3), dois dias antes da deflagração da operação Carbono Oculto 86, levantou suspeita por parte da Polícia Civil do Piauí de vazamento de informação privilegiada para um dos principais aliados do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP.
A Polícia Civil, ligada ao governo Rafael Fonteles (PT), abriu inquérito para apurar o caso. A assessoria de comunicação do prefeito Silvio Mendes (União Brasil), apadrinhado de Ciro, afirma que a mudança foi técnica e política e já estava programada havia meses. O deputado federal Julio Arcoverde (PP) assumiu a pasta na vaga de Linhares.
A Carbono Oculto 86 é um desdobramento de operação de Ministério Público de São Paulo e Polícia Federal que mira a relação entre a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), postos de gasolina e fintechs.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, o grupo utilizava uma complexa estrutura de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar dinheiro e fraudar o setor. A estimativa é de que o esquema tenha movimentado R$ 5 bilhões.
Linhares foi alvo de busca e apreensão, mas não foi encontrado em sua residência e não foi ouvido pela Polícia Civil até o momento. A reportagem também não conseguiu entrar em contato com ele para um posicionamento.
A suspeita de vazamento de informação também está relacionada ao fato de que dois outros alvos, os empresários Haran Santhiago Girão Sampaio e Danillo Coelho de Sousa, viajaram para São Paulo e Brasília, respectivamente, na véspera da operação.
Além disso, caixas de relógio vazias foram encontradas nas casas dos alvos, o que levantou a suspeita de que tenham sido levados às pressas e escondidos.
Como mostrou reportagem do ICL Notícias, Linhares teria recebido R$ 230 mil de Haran Sampaio, antigo dono da rede de postos HD, que seria o epicentro do esquema criminoso no Piauí, e por isso a Polícia Civil pretende ouvi-lo.
A transferência aconteceu por uma conta aberta por Linhares no BK Bank, fintech que se tornou um dos principais alvos da Carbono Oculto em São Paulo.
Linhares trabalhou no gabinete de Ciro Nogueira entre 2018 e 2019 e na liderança do PP no Senado em 2020. O senador também é padrinho de uma das filhas do ex-secretário.
Procurado pelo Painel para comentar sua relação com Linhares e a investigação da Polícia Civil a respeito do vazamento da operação, o senador não se manifestou.
Reportagem de julho da revista piauí mostrou que Linhares recebeu R$ 625 mil de Fernando Oliveira Lima, o Fernandin OIG, empresário do setor de apostas online e amigo de Ciro Nogueira, entre dezembro de 2023 e setembro de 2024. No mesmo período, Linhares transferiu R$ 35 mil para a conta pessoal do senador.
Nogueira disse à revista que o valor era o reembolso de uma reserva de hotel em Capri, na Itália, e que os R$ 625 mil foram o pagamento por um relógio de luxo, negociado diretamente entre o empresário e o seu ex-assessor.
Por Redação/https://www.politicalivre.com.br/
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