Donald Trump diz que Estados Unidos destruíram barco que deixava a Venezuela com drogas

Foto: Reprodução/Instagram
O presidente Donald Trump afirmou nesta terça-feira (2) que militares dos Estados Unidos “destruíram” um barco que estaria saindo da Venezuela supostamente carregado de drogas.

“Nos últimos minutos, nós acabamos, literalmente, de destruir um barco carregado de drogas. Havia muitas drogas nesse barco”, disse Trump a repórteres no Salão Oval.

“Esse barco saiu da Venezuela, está saindo muita coisa da Venezuela. Muita coisa mesmo está vindo de lá. Então nós o destruímos, e vocês vão ver isso assim que essa reunião terminar”, disse o presidente.

O secretário de Estado, Marco Rubio, confirmou o episódio. “As Forças Armadas dos EUA conduziram um ataque letal no sul do Carribe [sic] contra uma embarcação de drogas que havia partido da Venezuela”, disse, grafando de maneira incorreta a palavra “Caribe”. Ainda não se sabe o número de mortos, e o regime de Nicolás Maduro não se pronunciou.

Rubio afirmou que o barco estava sendo operado por uma organização considerada narcoterrorista pelos EUA, mas não especificou qual. Washington acusa Maduro de chefiar o suposto Cartel de los Soles —que, segundo especialistas, não existe.

Até o fim da tarde de terça, o Pentágono não havia dado mais detalhes sobre a operação.

Os EUA enviaram pelo menos sete navios de guerra às águas próximas da Venezuela, junto com um submarino de ataque rápido movido a energia nuclear. A esquadra está ou chegará à região tripulada por 4.500 marinheiros e fuzileiros navais. Washington também opera aviões espiões nas águas próximas à Venezuela.

O movimento é justificado pelo governo Trump como uma ofensiva contra o tráfico de drogas na região. Analistas, porém, veem a questão como um gesto para ampliar a pressão sobre Maduro.

Nesta segunda (1º), Maduro disse em entrevista que está preparado para a luta armada caso seu país seja invadido pelos Estados Unidos.

“Nós estamos em um período especial de preparação máxima. E em qualquer circunstância, vamos garantir o funcionamento do país”, afirmou Maduro a jornalistas. “Se a Venezuela for agredida, passará imediatamente à luta armada em defesa do território nacional e da história e do povo da Venezuela”, acrescentou.

O governo Trump enviou pelo menos três destróieres da classe Arleigh Burke, um cruzador da classe Ticonderoga e um submarino nuclear para as águas caribenhas próximas à Venezuela em um movimento com o objetivo de pressionar o regime com a justificativa de combater o narcotráfico na região.

Os navios de guerra têm mais poder de fogo que toda a Venezuela. Isso não significa, entretanto, que não haja risco para as embarcações americanas em um eventual conflito. Segundo o Balanço Militar de 2025, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos de Londres, Caracas tem à disposição mísseis antinavio que podem ameaçar os destróieres.

Também na terça, a chanceler da Colômbia, Rosa Villavicencio, disse que a presença militar dos Estados Unidos em águas do Caribe para combater o narcotráfico é “desproporcional”. “Não há dúvida de que estamos comprometidos nessa luta contra o narcotráfico, mas essa presença desproporcional, frente às tensões que existem entre Venezuela e Estados Unidos, nos levam a alertar que uma interferência não é possível porque a Colômbia, a América Latina, é terra de paz”, disse a chefe da diplomacia colombiana.

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