Mário Negromonte se despede do TCM na quinta (3); nora é favorita à vaga mesmo com o PP no “colo” de ACM Neto

O conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Mário Negromonte
O conselheiro Mário Negromonte participa nesta quinta-feira (3) da última sessão do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) antes de se aposentar de forma compulsória, na segunda-feira (6), quando completa 75 anos. Nos bastidores da Corte e do meio político, é dado como certo que ele será substituído pela nora, a procuradora Camila Vasquez, esposa do deputado federal e presidente do PP baiano, Mário Negromonte Júnior (PP), conforme relevado há alguns meses pela coluna Radar do Poder.

Caberá ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), que mantém uma relação de proximidade com Mário Júnior, mesmo após o anúncio da federação entre o PP e o União Brasil, definir a titularidade da vaga com base numa lista tríplice composta exclusivamente por procuradores do Ministério Público de Contas. Conforme rodízio definido entre os poderes, a vaga é de caráter técnico, e não de livre escolha política – ou seja, não pertence nem ao Executivo e nem ao Legislativo.

Jerônimo receberá a lista composta por Camila, pela procuradora Aline Rego e pelo procurador Guilherme Macedo. O outro integrante do Ministério Público de Contas do TCM baiano, Danilo Diamantino, é o membro mais novo do tribunal, e, por conta disso, ficará de fora.

Segundo apurou o site, Guilherme não tem pretensões de ser conselheiro neste momento e não se movimentou politicamente neste sentido – o nome dele constará apenas para cumprir o rito constitucional da lista tríplice. Então, a disputa estaria entre Camila, que tem como principais cabos eleitorais o marido e o sogro, e Aline, que conta com a simpatia de setores ligados ao PT, inclusive dos conselheiros Paulo Rangel, até pouco tempo deputado estadual petista e adversário de Mário Júnior, e Nelson Pelegrino, ex-deputado federal da legenda.

Desde o anúncio da federação entre o PP e o União Brasil, Mário Júnior tem mantido o discurso de contrariedade em relação ao “casamento” com a sigla liderada na Bahia pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto. De olho na sucessão do pai no TCM, ele tem buscado se aproximar cada vez mais do governador. No São João, por exemplo, o pepista marcou presença em parte da agenda de Jerônimo, como tem ocorrido com frequência.

Mário Júnior, cuja maioria dos prefeitos do reduto político já está na base do governo, aposta todas as fichas no fato de que a disputa pela substituição do pai no TCM é limitada, visto que a cadeira só pode ser ocupada por um integrante do Ministério Público de Contas. Assim, joga todas as fichas na relação pessoal com o governador, pois não há como assegurar mais o apoio do PP à reeleição de Jerônimo – com a federação, a sigla marchará em 2026 com ACM Neto, que vai controlar a união na Bahia.

Para Jerônimo, por outro lado, a escolha de Camila Vasquez seria uma sinalização positiva para manter Mário Júnior como aliado, mesmo que o parlamentar não deixe o PP após a oficialização da federação pela Justiça Eleitoral e quando se abrir a janela partidária. A tendência hoje é que o deputado permaneça na sigla à qual sempre foi filiado e que preside atualmente, fazendo, em 2026, uma campanha “silenciosa” a favor do governador, o que dependerá do respaldo nacional pepista.

Vale frisar que boa parcela da influência política de Mário Júnior é associada à presença do pai no TCM, tribunal que julga as contas dos prefeitos e das câmaras municipais dos 417 municípios baianos. Perder isso num momento de fragilidade partidária por conta da federação do PP com o União Brasil seria um duro golpe nos planos futuros do parlamentar de ampliar a votação para renovar o mandato em 2026
Política Livre

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