Violência na Bahia preocupa população e expõe falhas nas políticas públicas, diz especialista da Guarda Civil de Salvador

     O guarda municipal e especialista em segurança pública João Neto

Uma pesquisa da Genial/Quaest, divulgada em abril deste ano, mostra que 29% dos entrevistados apontaram a violência como o maior problema do país. Na Bahia, essa preocupação é ainda mais acentuada. O Estado registrou o maior número absoluto de homicídios do Brasil em 2023, com 6.616 mortes. No ano anterior, em 2022, a capital baiana apresentou uma taxa de 66,4 mortes intencionais por 100 mil habitantes.

Para o guarda municipal e especialista em segurança pública João Neto, a sensação de insegurança entre os baianos vai além das estatísticas.

“A percepção de insegurança e o sentimento de medo impactam diretamente a qualidade de vida dos baianos e soteropolitanos, além da economia das cidades, pois alteram hábitos cotidianos, restringem a liberdade de circulação, afetam a saúde mental, prejudicam o desenvolvimento econômico e social e comprometem a confiança nas instituições públicas”, afirmou.

Apesar do cenário preocupante, João Neto destaca que o problema tem solução. No entanto, segundo ele, os desafios são grandes e passam, principalmente, por uma maior articulação entre o governo estadual e as prefeituras.

“Basta observar estados onde as coisas funcionam, como São Paulo, onde o governador tem como parceiro o prefeito da capital. Já na Bahia, a capital e a maior cidade do interior, Salvador e Feira de Santana, respectivamente, não possuem uma Política Municipal de Segurança”, reforçou.

Ele ressalta que essa falta de alinhamento prejudica a implementação de soluções estratégicas, táticas e operacionais.

“A ausência de sinergia entre o governo do Estado e as prefeituras compromete a integração de políticas públicas, o fortalecimento institucional, a participação comunitária, o compartilhamento de dados, a ampliação do videomonitoramento, programas conjuntos de prevenção à violência e a otimização dos recursos e efetivos da Polícia Militar e das Guardas Civis Municipais”, concluiu.

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