Lula mais uma vez faz ataque aos judeus, diz Conib depois de fala sobre vitimismo de Israel

A Conib (Confederação Israelita do Brasil) afirmou em nota divulgada nesta terça-feira (3) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou os judeus ao dizer que os defensores de Israel têm de “parar com vitimismo”. Segundo a organização, os pronunciamentos do líder brasileiro alimentam o antissemitismo.

O comunicado foi publicado hora após Lula afirmar, em entrevista coletiva, que há um genocídio na Faixa de Gaza e que as forças israelenses matam mulheres e crianças no território palestino. “E vem dizer que é antissemitismo? Precisa parar com esse vitimismo. Precisa parar com esse vitimismo e saber o seguinte: o que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio”, disse o presidente, em Brasília.

Na nota, a Conib menciona dois ataques recentes contra judeus nos Estados Unidos e afirma que, no mundo todo, incluindo no Brasil, o antissemitismo explodiu após os atentados terroristas feitos pelo Hamas, no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas.

No domingo (1º), um homem feriu 12 pessoas ao lançar um coquetel molotov contra um grupo de pessoas que marchava no Colorado para pedir a libertação dos reféns israelenses em cativeiro em Gaza.

Antes, no último dia 22, um homem abriu fogo contra um grupo de pessoas que saía de um evento em Washington organizado pelo Comitê Judaico Americano, um grupo que combate o antissemitismo e apoia Israel. O atentado matou dois funcionários da embaixada israelense nos EUA.

“A comunidade judaica lamenta muito que Lula não compreenda nem se sensibilize com isso. Seus pronunciamentos sobre o assunto provocam um aumento imediato de ataques contra os judeus e Israel nas redes sociais brasileiras, alimentando o antissemitismo que o presidente minimiza como vitimismo e pondo em risco a comunidade judaica brasileira”, escreveu a Conib no comunicado.

Lula criticou Israel várias vezes ao longo de seu mandato atual. As críticas às ofensivas em Gaza, que já mataram mais de 54 mil palestinos, segundo o Hamas, renderam uma crise entre Brasília e Tel Aviv. O presidente brasileiro já chamou a campanha militar de Israel de carnificina e, no momento mais agudo, comparou a guerra à perseguição aos judeus pela Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial

A fala ocorreu durante visita de Lula à Etiópia, em fevereiro de 2024, e teve uma série de consequências. O então embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, foi chamado para uma represália pública no Yad Vashem, o mais importante memorial sobre o Holocausto, e o então chanceler israelense, Israel Katz, declarou que Lula era “persona non grata” em seu país.

Folhapress

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